Projeto: Ecodesign / Aula 4

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Aula 4 
O briefing e a pesquisa de campo são sem dúvida os primeiros passos em qualquer projeto de design, em especial do 
projeto de rótulos e embalagens. No briefing se abordam todas as informações chave para o desenvolvimento do produto. 
É lá também que se conhece os objetivos mercadológicos do projeto a ser desenvolvido, e a solicitação do que o fabricante 
espera daquele projeto e o que deve ser buscado. 
Ele consiste no mapeamento de todas as informações relativas ao produto e ao projeto; o que é o produto, quem é seu 
consumidor, quanto custa, quais seus benefícios, onde será vendido... 
Dessa forma, o designer pode fazer um ‘raio X’ do produto, do seu consumidor e do PDV, assim como quaisquer 
informações relevantes para o projeto. 
Ter um bom briefing, é fundamental para se ter sucesso ao projetar qualquer produto. É muito difícil salvar um projeto 
que nasce de um briefing ruim, pois ele já começa defeituoso em seu cerne. Nem sempre os clientes oferecem bons 
briefings e é aí que entra a atuação do designer; 
Caso o briefing esteja incompleto, você deve entrevistar seu cliente e procurar reformula-lo, de forma a obter todas as 
informações necessárias para a elaboração de seu projeto. 
É na fase do briefing que se deve solicitar propagandas antigas, embalagens antigas, desenhos técnicos da embalagem a 
ser projetada, apontar eventuais oportunidades em visitas ao PDV junto com o cliente. 
Jamais faça um briefing de forma apressada. Pergunte tudo com calma e esclareça dúvidas com muita calma até ter 
certeza que compreendeu corretamente o projeto a ser realizado. 
Na página a seguir apresento um check list de tudo que deve ser obtido e perguntado em entrevista de briefing. 
o embalagens/tipos/tamanhos 
o produção/formato/material 
o tipo de impressão/rotulagem/cores 
o atributos a destacar e diferenciais do produto 
o informações importantes e legais 
o histórico do produto e publicidade 
o pontos fortes e fracos do produto 
o verificar possibilidade de visitar a fábrica 
o solicitar desenhos técnicos 
o informar-se sobre o fabricante da embalagem 
o características de mercado 
o posição no mercado 
o principais concorrentes 
o pedir pesquisas de mercado mesmo que antigas 
o indicação de locais para estudo de campo 
o saber sexo idade e condição socioeconômica 
o saber hábitos de compra com relação ao produto (como e onde compra etc) 
o descrever os benefícios do produto que o consumidor percebe e deseja entender por que ele compraria o 
produto 
Algumas perguntas além do briefing devem ser feitas ao cliente para que você tenha uma noção bastante completa do 
cenário no qual está projetando. 
Primário: o que a empresa pretende com o design da embalagem, qual a imagem pretendida? 
Secundário: qual o objetivo de marketing e a participação no mercado? 
Obstáculos: quais as possíveis dificuldades a serem enfrentadas? 
Prazos: qual o tempo limite para a entrega do design? 
Recursos: quanto a empresa tem para investir? 
Pesquisa: quais tipos de pesquisas serão feitos? 
Propaganda: haverão ações publicitárias - quais? 
O projeto de design de embalagens é composto por 6 passos. Os dois primeiros são o estudo de campo e análise 
e constituição do briefing. 
Temos 
1- pesquisa de campo 
2- briefing 
3- estratégia de design 
4- as definições técnicas 
5- o desenho 
6- a implantação 
Cada um desses passos se desdobra em subpassos que estudaremos a seguir. 
 : 
1- Conhecer o produto: 
A embalagem é expressão e atributo do conteúdo. Não podemos desenhá-la sem conhecer bem o produto, seus 
diferenciais, suas qualidades e principais atributos, devemos conhecer bem também seu processo de fabricação. 
2- conhecer o consumidor: 
Saber quem compra o produto é fundamental para estabelecer uma comunicação efetiva por meio da embalagem. As 
características do consumidor, seus hábitos e atitudes e as motivações de consumo. Imagine projetar um produto sem ter 
pistas de para quem você está projetando... promessa de fracasso. 
3- conhecer o mercado: 
O mercado onde o produto participa tem suas características próprias, história, dimensão perspectiva. O fabricante deve 
fornecer informações sobre esse mercado e você pode pesquisar e conhecer também. 
4- conhecer a concorrência: 
Por melhor que seja seu produto, se você não conhecer seus rivais bem, você não terá uma atuação completa. Estude o 
PDV e seus produtos concorrentes, seus pontos fortes e fracos. 
3- Estratégia de design 
Conhecer os objetivos mercadológicos. Saber por que estamos desenhando uma embalagem e o que estamos 
buscando com o projeto é outro ponto chave que precisa estar bem claro para que possamos traçar uma 
estratégia de design com boas possibilidades de sucesso. Antes de desenhar é preciso pensar. Faça com que as 
premissas básicas do projeto sejam equacionadas e indiquem as direções no projeto de design que respondam 
aos objetivos iniciais do briefing. 
Procure posicionar o objeto no PDV de forma a ter vantagem competitiva com seu concorrente. 
4- as definições técnicas e 5- o desenho 
Conheça tecnicamente a embalagem a ser desenhada A linha de produção, o embalamento, a estrutura e os materiais 
utilizados as técnicas de impressão e coloração, o fechamento e a abertura, os desenhos etc. Tente conhecer tudo 
meticulosamente. Vá a linha de produção, conheça a fábrica, os materiais as possibilidades de reaproveitamento e 
reciclagem. 
Desenhe de forma consciente para atender as premissas estabelecidas e os objetivos mercadológicos do projeto é preciso 
seguir uma metodologia e projetar de forma consciente. Não se baseia apenas em impulsos criativos. 
Trabalhe integrado com a indústria essa integração constante permite possibilidades muito amplas, sugerindo melhorias 
e modificações que não seriam possíveis sem o olhar de alguém de fora da indústria. 
6--- a implantação 
Fazer revisão final do projeto Quando a embalagem chega ao mercado, o designer e o cliente devem fazer uma visita a 
campo para avaliar os resultados finais e propor eventuais melhorias ou ajustes que possam ser incorporados às novas 
produções e reimpressões. 
Só no PDV, em condições reais de competição é que podemos avaliar o resultado final alcançado. Dessa forma pequenas 
falhas podem ser corrigidas melhorando ainda mais a qualidade da embalagem no futuro. 
Uma vez feitos todos os passos metodológicos de pesquisa e estabelecimento de parâmetros do projeto, começa o trabalho 
projetual. 
Com o briefing bem definido e bem claro e com o máximo de informações técnicas e mercadológicas do produto, 
podemos começar a projetar. 
Primeiramente você deve ter todas as dimensões de seu produto definidas e o desenho técnico dele em mãos. 
Textos e exigências legais, códigos de barras, logotipo do fabricante, ícones de identificação, cores institucionais, e 
palheta de cores do projeto, tudo isso deve ser definido nesse momento também. 
Com esse material em mãos, começa o trabalho de design propriamente dito, uma boa ideia é pode-se começar a fazer 
esboços a mão; pois o esboço manual possui uma liberdade maior do que aquele feito no computador. 
] 
No Brasil existe uma lei que rege toda a propaganda ligada a uma determinada classe de produtos que compreende as 
bebidas alcoólicas, os fumos e derivados de tabaco, os medicamentos e afins. LEI Nº 9.294, DE 15 DE JULHO DE 1996. 
Com relação a esses produtos e suas embalagens a lei afirma que: 
1° A propaganda comercial dos produtos referidos neste artigo deverá ajustar-se aos seguintes princípios: 
I - Não sugerir o consumo exagerado ou irresponsável, nem a indução ao bem-estar ou saúde, ou fazer associação a 
celebrações cívicas ou religiosas; 
II - Não induzir as pessoas ao consumo, atribuindo aos produtos propriedades calmantes ou estimulantes, que reduzam a 
fadiga ou a tensão, ou qualquer efeito similar; 
III - não associar ideias ou imagens de maior êxitona sexualidade das pessoas, insinuando o aumento de virilidade ou 
feminilidade de pessoas fumantes; 
não associar o uso do produto à prática de atividades esportivas, olímpicas ou não, nem sugerir ou induzir seu consumo 
em locais ou situações perigosas, abusivas ou ilegais 
A propaganda conterá, nos meios de comunicação e em função de suas características, advertência, sempre que possível 
falada e escrita, sobre os malefícios do fumo, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, segundo 
frases estabelecidas pelo Ministério da Saúde, usadas sequencialmente, de forma simultânea ou rotativa. 
a venda por via postal; (Incluído pela Lei nº 10.167, de 2000) 
II – A distribuição de qualquer tipo de amostra ou brinde; (Incluído pela Lei nº 10.167, de 2000) 
III – a propaganda por meio eletrônico, inclusive internet; (Incluído pela Lei nº 10.167, de 2000) 
IV – A realização de visita promocional ou distribuição gratuita em estabelecimento de ensino ou local público; 
(Incluído pela Lei nº 10.167, de 2000) 
V – O patrocínio de atividade cultural ou esportiva; (Incluído pela Lei nº 10.167, de 2000) 
VI – A propaganda fixa ou móvel em estádio, pista, palco ou local similar; (Incluído pela Lei nº 10.167, de 
2000) 
 
 
 
 
Uma vez feitos todos os passos metodológicos de pesquisa e estabelecimento de parâmetros do projeto, começa o trabalho 
projetual. 
De posse do briefing, dos esboços, dos desenhos técnicos e das exigências legais, organize tudo o que fará parte da 
embalagem para que você possa ‘montar’ o layout. 
Primeiramente defina cores, faça uma palheta com no máximo 5 cores para que você possa escolher 2 ou 3 no máximo... 
aí então... 
Comece pelo nome do produto. Se um produto tem um nome essa é a informação número 1 e mais importante a ser 
trabalhada. O nome precisa ser trabalhado e merece um logotipo completo, e não um nome digitado em uma tipografia 
qualquer ainda que essa tipografia não seja conhecida e batida. O produto é uma entidade complexa e única e por isso 
precisa ter personalidade, essa expressa de maneira única em seu logotipo e embalagem. Nesse momento estude seus 
concorrentes e os similares estrangeiros. para compreender que tipo de solução visual vem sendo adotada pelos líderes 
de venda na categoria. 
 
 
Depois do logo, vem a imagem principal, a imagem ou imagens (fotos, ilustrações, grafismos etc) e seu posicionamento 
no layout 
Em seguida vêm os elementos de apoio, frases de efeito, slogans, vinhetas, splashes etc. 
Toda vez que um produto sofrer redesign, ou modificações grandes na embalagem como a introdução de um novo sabor 
ou novo produto da mesma linha um splash deve sinalizar isso na embalagem. 
 
Chegou a hora então de definir o fundo de sua embalagem. Existem soluções mais simples, onde o fundo colorido ou o 
conteúdo de um produto funcionam como fundo para seu rótulo, com soluções muito criativas, e existem ainda 
possibilidades como texturas, imagens fotográficas, jogos de figura e fundo com dois tipos de papel, ou papel e tecido. 
A definição aqui é por conta da criatividade do designer e da adequação do projeto e suas possibilidades financeiras. 
Lembre-se, entretanto, que deve sempre haver contraste entre figura e fundo para que o rótulo de seu produto seja legível 
e se destaque. 
 
Frente e verso. Na montagem da embalagem é sempre importante utilizar todos os painéis disponíveis utilizando o espaço 
para oferecer aos consumidores o máximo de informação o possível, porém, tome cuidado. Rótulos redondos como os 
de refrigerante, permitem que o produto seja reconhecido, mesmo se for rotacionado ou mal colocado na gondola. 
Para textos legais e informações técnicas e de utilização do produto, utilize fontes claras e legíveis, verifique também 
junto ao fabricante se não há especificação legal sobre o tamanho mínimo dessas informações.