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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PSICOLOGIA PROJETO DE INTERVENÇÃO NO CAPS AD – POR UMA MAIOR AUTONOMIA, REINSERÇÃO E PREVENÇÃO PARA O INDIVÍDUO COM PROBLEMAS ORIUNDOS DO USO ABUSIVO DE SUBSTÂNCIAS São Paulo 2020 ANDRESSA CARVALHO RA: 819228745 DOMINNIQUE RODRIGUES LOPES RA:820147232 IVONETE G. GOUVEIA RA:818137259 JÉSSICA MATEUS SILVA RA:819114934 LETÍCIA LOPES RA: 818139949 PROJETO DE INTERVENÇÃO NO CAPS AD – POR UMA MAIOR AUTONOMIA, REINSERÇÃO E PREVENÇÃO PARA O INDIVÍDUO COM PROBLEMAS ORIUNDOS DO USO ABUSIVO DE SUBSTÂNCIAS Projeto do Estágio Básico apresentado à Universidade São Judas Tadeu – USTJ, como requisito para a obtenção de nota no curso de graduação de Psicologia. Orientadora: Profa. Erica Hokama São Paulo 2020 1. INTRODUÇÃO A Reforma psiquiátrica obteve conquistas que contribuíram para uma nova estrutura de tratamento no âmbito da saúde mental. Por meio da luta dos trabalhadores da saúde, foi possível a criação da Lei 10.216, formulada em 1989, que redireciona o cuidado pouco humanizado para um modelo de acolhimento. Com isso, observa-se uma busca para garantir os direitos das pessoas com transtornos mentais e, também, a diminuição dos manicômios, substituindo-os por centros de atendimento. O Centro de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas (CAPSad) é uma rede de atendimento na Atenção Secundária que atende pessoas com transtornos decorrentes do uso de substâncias como o álcool e outras drogas. O objetivo do CAPSad vai além da desintoxicação, abstinência e redução de danos, ele deve averiguar a dinâmica familiar e social do usuário, a rede de apoio que ele possui, o ambiente em que ele vive, em quais condições e, acima de tudo, trabalhar com a autonomia e prevenção. Vale ressaltar que o atendimento é feito com uma equipe multiprofissional, contemplando médicos, psicólogos, assistentes sociais, terapeuta ocupacional, profissional de redução de danos entre outros. A equipe realiza um trabalho interdisciplinar com práticas integrativas que permitem que o usuário esteja em uso para iniciar o tratamento. Sabe-se que a Constituição brasileira (1988) corrobora com os fundamentos de direitos e dignidade humana, fazendo com que isso seja um dever a ser cumprido pelos profissionais da saúde, a sociedade e o próprio Estado. Com relação ao uso de substâncias, o Ministério da Saúde afirma que o uso de álcool e outras drogas é um problema de saúde pública e coloca a redução de danos como uma das estratégias, envolvendo a comunidade como agente de prevenção e reabilitação social dos usuários. Também deve ser pensado em políticas a fim de desconstruir o estigma acerca do usuário de drogas, que ainda é presente na sociedade. Isso é imprescindível, visto que esse estigma acarreta em dificuldades de reinserção cada vez mais fortalecidas, ou seja, o receio em dar autonomia, emprego e confiança ao usuário aumenta, caracterizando o indivíduo como incapaz. A partir de 2003, a Redução de Danos foi integrada na Política de Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas em uma tentativa de aumentar a autonomia e liberdade do usuário frente ao seu tratamento e, também, a inclusão do álcool e outras drogas na agenda de saúde comunitária. Não obstante, essa estratégia ainda permanece às margens do SUS, sendo vista como um meio intermediário para alcançar a abstinência, o que diverge da proposta original. Isso ocorre pela falta de informação acerca dessa estratégia no cotidiano dos profissionais, os quais a caracterizam como “polêmica” e “prejudicial”, desacreditando de sua eficácia, e consequentemente, torna-se impossível incluí-la no serviço de saúde sem antes reaver suas condutas. Isso deve ser feito a partir da redefinição dos papéis desses profissionais, reorientando a prática ao adquirir uma visão integradora e não tecnicista do usuário, de forma a garantir sua autonomia e respeito frente a liberdade individual. Diante do exposto, importa clarificar alguns instrumentos imprescindíveis ao assegurar o atendimento individualizado do cidadão que busca o serviço, respeitando sua demanda individual. Conhecido comumente como PTS, o Projeto Terapêutico Singular é o principal instrumento de trabalho interdisciplinar dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) em todo o Brasil. É a partir dele que o usuário construirá sua autonomia, participando ativamente do tratamento e de sua reinserção na sociedade e em sua família. O projeto supõe uma estratégia de intervenção integrada entre equipe, território e a família do usuário do serviço e conta com quatro etapas, conforme preconizadas pelo Ministério da Saúde: hipótese diagnóstica, definição de metas, divisão de responsabilidades e reavaliação. Especialmente no Estado de São Paulo, região de foco do presente projeto, há também outro instrumento importante que permeia a recuperação de usuários de substâncias psicoativas, o Plano de Acolhimento Singular (PAS). Ele é utilizado nas comunidades terapêuticas atreladas ao programa “Recomeço: uma vida sem drogas” para nortear o acolhimento dos usuários. O PAS reúne todas as informações do usuário, especifica e monitora as ações de seu acolhimento individual e conta com a interação deste junto à instituição, a fim de promover maior autonomia e protagonismo para o indivíduo. Assim, quando algum cidadão procura o CAPSad devido a um problema relacionado ao uso de substâncias ele pode ser encaminhado para acolhimento em uma comunidade terapêutica, onde permanecerá por até seis meses com o objetivo de se recuperar e ser, posteriormente, reinserido em seu meio social. O programa atende a população de forma universal e conta com outros equipamentos, como por exemplo as repúblicas, destinadas ao indivíduo que, após acolhimento em comunidade terapêutica, não tem onde morar, podendo permanecer ali enquanto se restabelece. Seja a partir do tratamento no CAPS ou após o acolhimento em comunidade terapêutica, será possível direcionar o indivíduo de maneira efetiva rumo a uma autonomia na qual o usuário escolherá o que funciona melhor para si, seja a redução de danos, seja a abstinência. Dessa forma, observa-se a necessidade de estudos que tragam contribuições viáveis para o tratamento e autonomia dos usuários. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo delinear um projeto de intervenção dentro dos equipamentos do CAPSad no Estado de São Paulo, a partir da entrevista com duas profissionais da área e de conceitos chave estabelecidos pelo grupo na etapa de pesquisa bibliográfica, a saber: redução de danos, prevenção, autonomia do indivíduo, projeto terapêutico singular, estigma do usuário e saúde comunitária. 2. OBJETIVO GERAL Reforçar a importância do cuidado integral ao usuário do CAPSad, assim como da sua liberdade e autonomia no tratamento. 2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Contextualizar o trabalho no CAPSad e o projeto de integração da equipe; Apresentar as dificuldades encontradas com relação ao cuidado vincular e a autonomia do usuário do CAPSad; Discutir as possibilidades de tratamento e a aplicabilidade do PTS; Explicar a da Redução de danos, a abstinência e a importância de ambos; Propor estratégias de prevenção e promoção de saúde dentro do CAPSad; 3. JUSTIFICATIVA O presente estudo se justifica sobre o funcionamento do CAPS ad, apresentando sua organização estrutural e hierárquica das pessoas envolvidas. Pode-se observar que o trabalho atualmente realizado nos CAPS ad, vem atingindo grandes resultados, porém, percebe-se de forma geral que projetos de cuidados aos dependentes de álcool ou drogas não tem obtido o resultado esperado. Sabe-se que o uso de substâncias psicoativas não é um fenômeno da atualidade: é uma prática milenar utilizada nosrituais festivos e religiosos para produzir alterações no estado de consciência. Entretanto, essas drogas tornaram-se comerciais devido ao interesse capitalista e ao vício. Consequentemente, os resultados negativos são: aumento da criminalidade, marginalização, uso nocivo e problemas sanitários. De acordo com Gomes e Vecchi (2018), a caracterização proibicionista das substâncias contribuem com o estigma acerca do usuário e impossibilita a inclusão e reinserção social dos mesmos. Dessa forma, necessita-se de uma maior compreensão acerca desta problemática, respeitando a singularidade dos usuários e seus direitos. As intervenções precisam ter como objetivo a questão do uso abusivo de substâncias como álcool e drogas enquanto um fenômeno complexo, que requer um cuidado por parte do CAPS ad e da sociedade; a redução de danos como estratégia e diretriz de gestão de cuidado; a preconização de ações voltadas para promoção da saúde, prevenção, tratamento e reabilitação social, com foco em superar o senso comum sobre os usuários de drogas e o fortalecimento da autonomia dos usuários para o exercício de sua cidadania. No entanto ao apresentar as informações acima percebe-se que o mais correto e assertivo a se fazer seria investir em prevenção. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), propõe uma divisão para os métodos de prevenção e controle do uso abusivo de drogas, sendo separada como: 1. Métodos diretos: onde as ações são centradas na conduta do usuário 2. Métodos indiretos: práticas direcionadas para a diminuição do consumo de substâncias e seus respectivos problemas, Método da Saúde Mental, Estratégia de Promoção da Saúde e Método do Ambiente Social. Sendo elas: ● Método da Saúde Mental: O uso abusivo de drogas é visto como uma consequência do estresse psicológico. Neste método as ações são direcionadas para a eliminação dos fatores estressantes, por meio da identificação e assistência precoce, além de programas educacionais e reeducação, como reforço da autoconfiança deste indivíduo, a comunicação social, suas relações familiares. ● Estratégia de Promoção da Saúde: Deve-se considerar o fato de que, quanto maior e melhor for a percepção do sujeito em relação a sua saúde, mais incentivo ele terá para abdicar e evitar práticas nocivas. As ações são voltadas para novos hábitos, modos de vida e responsabilidades do indivíduo (por exemplo trabalho, higiene, alimentação e exercícios). ● Método do Ambiente Social: As condições sociais em que o sujeito está envolvido são de grande influência para sua conduta, seja para o favorecimento ou a eliminação do uso abusivo de álcool e outras drogas. O objetivo principal dessa metodologia é a correção e até mesmo a eliminação dos fatores negativos que influenciam e permeiam o sujeito, tarefa esta que é de grande dificuldade, pelos fatores governamentais e econômicos que fogem da alçada dos profissionais, tais como pobreza, desemprego, falta de acesso à cultura e lazer, marginalização, entre outros. As abordagens terapêuticas não devem ser baseadas apenas no afastamento, eliminação da droga do organismo ou reversão das alterações neuropatológicas, mas devem se estender aos aspectos psicológicos e socioculturais, como a atenção à família e a reinserção social. Alguns tratamentos são baseados no afastamento da droga por meio de internações (muitas vezes prolongadas) ou somente na administração de medicações. A capacitação dos profissionais é um dos desafios atuais para a atenção à saúde neste campo, principalmente pela frequência da utilização de estratégias como a abstinência imediata no início do tratamento. Após a pesquisa e a elaboração desse projeto temos como justificativa ampliar o conhecimento da sociedade do funcionamento do CAPS AD, onde foi realizado entrevista com duas funcionárias. 4. METAS E IMPACTOS ESPERADOS Estimular a autonomia do usuário do serviço e sua aderência ao tratamento; - Reabilitar e reinserir os usuários na sociedade; - Minimizar a probabilidade de risco de abuso de substâncias dos grupos vulneráveis a partir dos programas de prevenção; - Esclarecer a importância da participação dos familiares no processo de tratamento do paciente. 5. METODOLOGIA 5.1 Parte 1 – Elaboração do Projeto de Intervenção O projeto de intervenção foi iniciado na primeira semana de setembro (2020), com a discussão teórica e a escolha da temática, conforme consta no cronograma. Após a delimitação do tema, sendo um projeto de intervenção direcionado para o desenvolvimento de uma autonomia, reinserção e prevenção dos usuários do CAPSad, o grupo realizou uma pesquisa bibliográfica nas plataformas Scielo, Pespsic e pubmed com o intuito de encontrar, revisar e analisar a literatura vigente. A revisão bibliográfica, segundo Silva e Menezes (2009), deve abordar o que já se sabe sobre o tema; questionar quais as lacunas existentes; inserir a problemática e analisar o método existente acerca do tema. As palavras chave utilizadas na pesquisa foram: redução de danos, prevenção, autonomia do indivíduo, projeto terapêutico singular, estigma do usuário e saúde comunitária. Assim, foram encontrados dez artigos selecionados e resumidos. Também foi realizada uma leitura fundamentada na legislação brasileira e nos princípios e diretrizes do SUS. Após essa etapa, durante as primeiras semanas de outubro (2020), foram pensadas e formuladas as perguntas das entrevistas que embasaram nosso projeto. As profissionais escolhidas possuem conhecimento e experiência com a área da saúde, mais especificamente com o CAPSad e as políticas sobre drogas do estado de São Paulo. As entrevistas foram realizadas através da plataforma Google Mets, na última semana de outubro e transcritas na primeira semana de novembro. Desse modo, a partir da análise das respostas coletadas, passamos a desenvolver ideias para as estratégias de intervenção do projeto. Importante ressaltar que todo o conteúdo coletado possibilitou o embasamento teórico e conceitual na formulação das estratégias, assim como o direcionamento do objetivo do projeto. Com base no exposto, o projeto procurou apresentar as dificuldades encontradas com relação ao cuidado vincular e a autonomia do usuário do CAPSad; discutir as possibilidades de tratamento e a aplicabilidade do PTS; explicar a Redução de danos, a abstinência e a importância de ambos; propor estratégias de prevenção e promoção de saúde dentro do CAPSad. Nesse sentido, dividimos as estratégias pensadas em três grupos principais: o próprio usuário; a rede de apoio e a população em geral. Cada um desses tópicos propõe ações ao público específico e dispõem de recursos que concretizem as metas esperadas desse projeto, com data de início prevista para janeiro de (2021). 5.2 Parte 2 – Método de execução do Projeto de Intervenção - A revista Diálogo publicou em 2018 um artigo que discorre sobre a pesquisa feita em um CAPS AD do Rio Grande de sul com objetivo de analisar quais as melhores práticas no que tange a autonomia do indivíduo que busca e utiliza esse serviço e as conclusões do autor norteiam os objetivos de intervenção do presente projeto. A garantia de autonomia do usuário deve funcionar como um tripé: em primeiro lugar, a partir do primeiro contato com o usuário do serviço do CAPS AD, a equipe multidisciplinar deverá atuar no sentido de informá-lo sobre o serviço disponível em sua totalidade, especialmente no que tange a autonomia de cada indivíduo, a sua escolha em todos os passos do tratamento, a importância de sua participação nas atividades e as opções disponíveis de cuidado que não exijam internação pois, embora o Brasil atue num modelo antimanicomial, muitos cidadãos procuram o CAPS AD em busca de uma internação por não compreenderem a eficácia de outros métodos de intervenção ou pela crençade apenas a internação ser possível (Romanini, 2018). Isso será feito a partir da implementação de um programa chamado “Conversa Aberta”, no qual cada usuário integrante do CAPSad será chamado e informado sobre seus direitos, deveres e opções de tratamento por qualquer profissional da equipe. Aos usuários que já frequentam o serviço, o início do programa será realizado por meio de uma palestra de boas vindas, com data prevista para o início de janeiro de 2021. Em segundo lugar, é necessário o convite e incentivo massivo por parte da equipe a fim de estimular maior participação dos usuários nas oficinas ofertadas pelos CAPS AD, por ser um espaço dos mais amplos fazeres, cujo potencial enquanto ferramenta de desinstitucionalização e reabilitação psicossocial é altíssimo, além de promover a autonomia, a formação de relacionamentos com os participantes e com o mundo como um todo. As oficinas são de suma importância para a reinserção social, pois estimulam o usuário a interagir, opinar, participar, e também atuam no sentido de mudar o foco de um indivíduo que anteriormente dedicava grande parte de seu tempo à sua substância de preferência. Isso será possível com a divulgação midiática de um cronograma mensal das oficinas oferecidas, desenvolvido pelos profissionais responsáveis pela coordenação delas e alinhado com a equipe geral. Ele será divulgado no início de cada mês nas redes sociais e também no próprio local, a partir de janeiro de 2021. E, finalmente, como terceiro ponto, a instituição de reuniões semanais da equipe do CAPS AD para alinhamento de casos, discussão de objetivos e maior integração; em suma, deixar de lado a burocracia o máximo possível, pois a maior autonomia dos funcionários se reflete na maior autonomia dos usuários, além disso, uma equipe em constante comunicação pode repensar suas práticas e encontrar novas formas de lidar com os problemas rotineiros. A população alvo nesse “tripé” são os usuários do serviço junto à equipe dos CAPS AD. - Grupos de apoio e suporte para familiares de usuários de substâncias psicoativas (população alvo) como metodologia assistencial, a ser utilizadas pelos profissionais da equipe multidisciplinar com o objetivo terapêutico de auxiliar as pessoas durante períodos de ajustamento a mudanças, no tratamento de crises ou na manutenção ou adaptação a novas situações (ALVAREZ, 2012). Os grupos de conversa serão mediados por profissionais do próprio CAPS AD e proporcionarão um local de escuta para esses familiares, além de ofertar informações e orientações sobre a dependência química, instrumentalizando os familiares para auxiliar na recuperação do usuário do serviço e também na reinserção social do mesmo. Os instrumentos utilizados para os grupos de apoio e suporte incluem local adequado com garantia de sigilo, um profissional de saúde da equipe multidisciplinar para coordenar a sessão e cadeiras para acomodar os participantes. Os grupos acontecerão semanalmente e acolherão todos os familiares que se disponham a participar. A avaliação incluirá folhetos de preenchimento voluntário e anônimo avaliando as sessões do grupo. Soma-se a isso, também será implementado um um plantão de dúvidas mensal, de início previsto para Maio de 2021, com o intuito de responder questões que tangem o universo das drogas. Serão abertas, em janeiro, inscrições das provas de estágio aos profissionais da saúde para definir quem será responsável por essa atividade. - Dentre os motivos apontados por um estudo brasileiro de 2010 sobre o não-uso de drogas e sua motivação, estão: disponibilidade de informações a respeito da droga e seus perigos, apoio parental e bom relacionamento entre jovens e seus familiares, características pessoais como auto estima preservada e perspectiva de futuro (Sanchez, 2010). Assim, um trabalho de prevenção possível é a educação dos jovens e de seus familiares (populações alvo) sobre as motivações que levariam os primeiros a evitar o uso da droga. Para tal, folhetos explicativos serão disponibilizados ao público do CAPS AD contendo informações sobre o perigo do uso das drogas, a importância de um diálogo franco sobre o tema com os adolescentes e o apoio parental como sendo crucial na prevenção do uso de substâncias psicoativas, legais ou ilegais. O material usado será papel impresso e o desenvolvimento de uma comunicação simples e lúdica sobre os temas descritos acima. A equipe multidisciplinar estará preparada para responder possíveis dúvidas do público a respeito das comunicações após a entrega dos folhetos explicativos aos usuários do serviço. 6. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES 6.1 CRONOGRAMA 1 ATIVIDADES 1ª/2ª SEMANA SETEMBRO 3ª/4ª/5ª SEMANA SETEMBRO 1ª/2ª SEMANA OUTUBRO 3ª/4ª/5ª SEMANA OUTUBRO 1ª/ 2ª SEMANA NOVEMBRO 3ª/4ª/5ª SEMANA NOVEMBRO Discussão teórica e delimitação do tema X Revisão bibliográfica e resumo de artigos X Formatação de roteiro de perguntas das entrevistas X Realização da entrevista X Análise de dados e transcrição literal da entrevista X Elaboração de estratégias de intervenção X X Avaliação de dados X X Resultados alcançados X X Entrega final do projeto X Apresentação X 6.2 CRONOGRAMA 2 AÇÕES DE INTERVENÇÃO 2021 JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO Programa “Conversa Aberta” X Cronograma de oficinas X X X X X X Reuniões de equipe semanais X Grupo de apoio e suporte semanais X Provas de estágio X X Folhetos explicativos X Plantão de dúvida mensal X X 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Devido ao período em que nos encontramos atualmente (isolamento social devido a Covid-19), não foi possível irmos a campo para realizarmos uma análise direta junto a observações em relação ao comportamento tanto dos usuários, como dos profissionais diante das atividades e políticas propostas dentro da instituição, porém entramos em contato com duas pessoas que trabalharam por um determinado período no CAPSad e obtivemos grandes resultados a partir das entrevistas realizadas. O Projeto de Intervenção aqui descrito aborda temas polêmicos e que geram grande desconforto quando são discutidos, situações essas que, ao invés de serem tratadas e levadas para frente com seriedade, acabam ficando em aberto e permitindo interpretações distintas ao invés de se posicionarem e divulgarem as informações corretas acerca do tema. Podemos utilizar como exemplo a grande questão “qual é o objetivo dos CAPSad?”, ao nos depararmos com uma questão desta é esperado que venha também “o CAPS cumpre com seu papel na sociedade em que nos encontramos?”, nosso projeto tende a responder algumas dessas questões ou instigar ainda mais, para que vocês reflitam, questionem e busquem além do que se pode ver. A Redução de danos é um plano presente nos CAPS de suma importância para seu funcionamento e para sua excelência em resultados, sendo este temos como principal objetivo a inclusão dos usuários na sociedade, tendo em vista que muitas vezes o indivíduo não visa a abstinência, então não se deve colocar como regra ou princípio já que cada indivíduo é único e busca a melhora que lhe seja necessária e esteja ao seu alcance (psicológico e/ou fisicamente). O Projeto de intervenção elaborado foi construído a partir de relatos, pesquisas e contato direto com indivíduos que trabalharam por um determinado período em CAPSad e através dessas informações pudemos perceber os pontos que podem ser melhorados e com isso, criar estratégias para que haja um melhor desempenho entre a equipe multi e um resultado diferenciado. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Alvarez, S. Q., Gomes, G. C., Oliveira, A. M. N. D., & Xavier, D. M. (2012). Grupo de apoio/suporte como estratégia decuidado: importância para familiares de usuários de drogas. Revista Gaúcha de Enfermagem, 33(2), 102-108. Brasil. Resolução CONAD Nº 01/2015. Regulamenta, no âmbito do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD), as entidades que realizam o acolhimento de pessoas, em caráter voluntário, com problemas associados ao uso nocivo ou dependência de substância psicoativa, caracterizadas como comunidades terapêuticas. Diário Oficial da União 2015; 20 ago. Calassa, G. D. B., Penso, M. P., & de Freitas, L. G. (2015). Redução de danos na visão dos profissionais que atuam no CAPS AD II do Distrito Federal. Revista Psicologia em Pesquisa, 9(2). Carvalho, L. G., Moreira, M. D. S., Rézio, L. D. A., & Teixeira, N. Z. F. (2012). A construção de um Projeto Terapêutico Singular com usuário e família: potencialidades e limitações. O mundo da saúde, 36(3), 521-525. Cerutti, M. G., Martins, M. T., Nieweglowski, V. H., & Schneider, D. R. (2014). A Atuação do Psicólogo no Centro de Atenção Psicossocial Voltado para Álcool e Outras Drogas (Capsad): Os Desafios da Construção de uma Clínica Ampliada. Extensio: Revista Eletrônica de Extensão, 11(17), 101-113. Leal, B. M., & De Antoni, C. (2013). Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS): estruturação, interdisciplinaridade e intersetorialidade. Aletheia, (40). Menezes, R. C., Silva, S. G. D., & Ribeiro, E. R. (2009). Ultra-som no tratamento do fibro edema gelóide. Revista inspirar, 1, 10-4. Priori, Gabriela. (2020, março, 20). Gabi explica: POLÍTICA DE DROGAS - Parte 1. [Arquivo de vídeo]. Recuperado de: https://www.youtube.com/watch?v=wshzpYndNTQ Priori, Gabriela. (2020, fevereiro, 27). Gabi Explica: política de drogas e descriminalização. [Arquivo de vídeo]. Recuperado de: https://www.youtube.com/watch?v=aBpyk7DG1iQ&t=3s Rasch, S. S., de Andrade, A. N., Avellar, L. Z., & Neto, P. M. R. (2015). Projeto Terapêutico Singular no atendimento de mulheres em um CAPS AD III. Revista Psicologia em Pesquisa, 9(2). Romanini, M., & Fernandes, V. M. (2018). Os Processos de Autonomia no Cotidiano de um Caps Ad III:(Re) Pensando Práticas,(Re) Construindo Caminhos. Diálogo, (39), 09-23. Sanchez, Z. V. D. M., Oliveira, L. G. D., Ribeiro, L. A., & Nappo, S. A. (2010). O papel da informação como medida preventiva ao uso de drogas entre jovens em situação de risco. Ciência & Saúde Coletiva, 15(3), 699-708. Souza, J. D., Kantorski, L. P., Luis, M. A. V., & Oliveira, N. F. D. (2012). Intervenções de saúde mental para dependentes de álcool e outras drogas: das políticas à prática cotidiana. Texto & Contexto-Enfermagem, 21(4), 729-738. Vieira, G. L. S., Menezes, L. S. C., Sousa, P. F. D., & Maciel, S. C. (2018). Concepções de usuários de um CAPS sobre o tratamento e inclusão. Psicologia & Sociedade, 30. 9. ANEXOS Anexo 1 - Transcrição de entrevista com Eliana Borges Nome: Eliana Borges Formação: Psicóloga pela Universidade Federal de Uberlândia e mestre em Psicologia Social. Ocupação atual: Coordenadora estadual da política sobre drogas do governo do Estado de São Paulo. Entrevista via: Google Meet. Você já trabalhou no CAPS? Como foi sua experiência? Trabalhei por um período no CAPS III de Uberlândia, na área de atenção à família. Cuidava dos pacientes no território e também atendia no CAPS. Com sinceridade, a experiência não foi das melhores, não. Eu gostava muito mais de trabalhar no território, mas quando eu tinha que atender as pessoas no CAPS eu achava o espaço muito paradoxal, apesar de se dizerem progressistas e um espaço de autonomia eu chegava lá e o que eu via era um espaço que não trabalhava a potencialidade do indivíduo. Então no território, que era dentro das casas onde eles moravam, nas comunidades onde eles moravam, a gente conseguia desenvolver muito mais ações com eles e dar muito mais protagonismo do que no CAPS. Então para ser sincera eu não gostava. O CAPS III é para adultos e, na época, também atendia os casos de álcool e drogas porque eles estavam instaurando o CAPS AD. Qual seu contato hoje com os CAPS do Estado de SP? Então, em algumas cidades a gente tem excelentes contatos, tem outras que tem resistência. Com a pandemia, esses contatos se aproximaram bastante porque os CAPS acabaram tendo necessidade do nosso serviço, principalmente quando a gente fechou as portas de entrada. Eles não queriam conversa com com o Estado, mas aí a gente fechou todas as portas de entrada até criar os protocolos de segurança e garantir tudo, e os CAPS foram os primeiros que gritaram para abrir as portas. Foi muito interessante. Então retomamos a conversa. Com alguns CAPS temos um excelente diálogo, a ponto de discutir casos, de rever juntos todo o protocolo… E tem CAPS ainda nas resistências deles, não querem muita discussão com a gente… É aquele velho problema. Eles acham que a gente prega a abstinência, eles pregam redução de danos, não tem nada a ver. Ficam levantando bandeiras e quem se prejudica é a população. O que você acredita que poderia ser modificado na forma como o CAPS trabalha? E quais são as boas práticas? Vou falar um pouco mais dos CAPS AD porque a gente tem um pouco mais de discussão com eles. O que a gente percebe do programa Recomeço: na comunidade que tem uma boa referência junto ao CAPS os resultados são muito melhores. Então uma boa prática do CAPS é, por exemplo, construir o PAS - que a gente chama de Projeto de Vida - junto com os técnicos das unidades, com os acolhidos das comunidades terapêuticas e com a família, ou quando a gente consegue levar a partir da comunidade as pessoas para serem atendidas no CAPS uma vez por mês etc., os resultados são muito melhores. E aí claro que eu estou falando de serviços referenciados então, por exemplo, quando os serviços das Comunidades Terapêuticas são referenciados junto das RAPS vai dar para fazer o serviço em conjunto. Por outro lado quando tá todo mundo brigando, quem vai perder vai ser a população. Quando todo mundo começa a trabalhar junto, o CAPS junto ao governo e junto à comunidade terapêutica, inclusive ajudando nós aqui da COED a fazer as fiscalizações… Por exemplo, tivemos comunidades terapêuticas que após a fiscalização do CAPS, eles apontaram irregularidades e a gente tirou da rede, a gente respeita e falamos sempre disso com eles, então a gente espera deles essa mudança, de olhar como a gente pode unir as forças, unir as mãos e lutar pelo bem da população, ao invés de ficar levantando bandeiras bobas que é uma coisa que às vezes os técnicos fazem. E boas prática, posso citar por exemplo alguns casos, como o CAPS de Itapecerica da Serra que vai para dentro da Comunidade Terapêutica; eles fazem a avaliação, eles encaminham o usuário, uma vez por mês todos passam pela avaliação pelo serviço dentro do CAPS e os técnicos vão até a Comunidade Terapêutica e fazem assembleias lá dentro com os acolhidos, eles discutem os projetos de vida deles dentro da própria comunidade. Isso é uma excelente prática. Após o Marco Regulatório, tivemos uma técnica do CAPS falando dentro das Comunidades terapêuticas da importância do CAPS. Isso é uma boa prática. Na cidade de Santo André, além da avaliação psiquiátrica, ele abrem essas oficinas terapêuticas, e nós atendemos pessoas que não necessariamente são da cidade de Santo André, por exemplo pessoas encaminhadas aqui do CRATOD, da região da cracolândia. Então eles abrem para avaliação psiquiátrica e abrem também acesso para as oficinas terapêuticas junto aos acolhidos, eles vão nas comunidades terapêuticas aplicar essas oficinas e essa é outra excelente prática. Infelizmente não são todos assim, mas com a pandemia o contato com os CAPS em geral melhorou muito. Sobre o projeto terapêutico singular (PTS), qual a importância dele, especialmente em relação a autonomia do indivíduo? O PAS, comentado anteriormente, é amesma coisa que o PTS? O PAS e o PTS são coisas diferentes, vamos lá. O PTS é o Projeto Terapêutico Singular, e é o que a instituição oferta. É como se vocês pensassem assim: vocês vão num self service, o PTS é tudo que está sendo ofertado naquele dia. E o PAS é o que vai ser colocado no seu prato. O PAS é o Projeto de Atendimento Singular, ele traz a visão do que eu preciso, individualmente. Com base nessa singularidade a gente vai construir o PAS. O que nós temos feito é trocar o termo para “Projeto de Vida”, porque quando a gente vai lidar com as pessoas e elas ouvem o termo PAS, isso não tem sentido para elas. Agora quando dizemos: qual seu projeto de vida? Daí elas entendem, pensam o que querem da vida. Na legislação está PTS, está PAS, mas na prática usamos o Projeto de Vida, para simplificar para as pessoas e aumentar a adesão ao projeto. O projeto de vida, ou PAS, ele é o mais importante! É o que eu quero e não o que meu profissional de referência quer. Essa é a grande diferença. E às vezes a instituição constrói um PTS com base naquilo que o profissional pode ofertar. E isso segue a lógica do horário de trabalho… O profissional trabalha das sete da manhã até às cinco. E daí ele tem pessoas que não podem esse horário. Eu tenho uma grande demanda de final de semana. E aí o PTS não foi pensado fora da lógica do trabalhador do serviço. Isso precisam ser revistos, o serviço que você está ofertando atende o usuário? Se eu estou ofertando autonomia, de que autonomia estou falando? É a autonomia que eu quero para o usuário ou a autonomia do projeto de vida dele? Cada um tem sua demanda, sua condição, seu serviço de necessidade… Por exemplo, implantamos uma República recentemente na Vila Mariana, e é interessante porque as pessoas que estão lá hoje têm total autonomia, não existem profissionais lá dentro da casa, o que tem é uma equipe de referência em outro espaço que dá suporte, ministra oficinas… E tem casos assim, que achamos que uma pessoa poderia ir mais nesse espaço, frequentar mais, mas ela não está pronta. Ela não está psicologicamente pronta e a gente tem que respeitar. Opinião sobre redução de danos, sua importância e sobre a dicotomia: abstinência versus redução. Então, eu sou técnica, sou psicóloga. A gente não tem que levantar bandeiras. Quer dizer, tem bandeiras que a gente levanta, tipo direitos humanos. Essa bandeira não é nem levantar, é segurar e não abrir mão de jeito nenhum, então tem coisas que a gente defende por uma questão de bom senso, de moral. Já outras coisas é bobagem levantar bobeiras. Temos que ver o que o indivíduo quer. Por exemplo, conheço pessoas que se dão super bem com redução de danos e elas querem continuar assim. Ela se sente bem? A família está bem com isso? Ela consegue se organizar na sociedade? É ativa? Tudo bem. Vamos respeitar. O Estado tem que ofertar esse serviço. Tem outras pessoas que são escravas da droga, que trabalham para manter a droga, ou então a própria família aponta: olha, ela não está lidando bem com a redução de danos. Na cabeça dela, ela pode estar, mas na prática não. E eu como técnica não vou apoiar isso. Se ele não está bem, não está conseguindo levantar da cama, está fazendo mal a ele e a todos… Temos que entender essa individualidade e o Estado tem que ofertar a abstinência também. Eu não defendo que tem que ofertar só abstinência, nem só redução de danos, muito pelo contrário. Eu defendo que se faça um bom estudo de caso, ouça esse indivíduo e, a partir dessa escuta, ofertar o que ele precisa, não importando a minha crença. A minha defesa é essa. Enquanto política pública, o que o Estado deve ofertar? Ele deve ofertar o leque. E aí o indivíduo escolhe. Pode ser que hoje ele queira abstinência. Daqui um tempo ele diz: “não consigo, vou ficar na redução de danos”. Ou o contrário… Bobagem para mim é ficar nessa briga. Quem consegue reduzir e ficar assim, vamos respeitar? Vamos. Mas também a abstinência tem sua importância a depender do indivíduo. É uma discussão tão boba. Por exemplo, o nosso programa o marketing, ele é um negócio horroroso: Recomeço - Uma vida sem drogas. Vamos ser sinceros, uma vida sem droga nós não temos. É um remedinho aqui, um cafezinho ali, se a gente for entender que droga é tudo que faz uma alteração neuropsíquica, açúcar é droga, chocolate é droga, café é droga Vamos parar com essa hipocrisia? E o cigarro? Vocês trabalham abstinência, mas na maioria das Comunidades Terapêuticas o pessoal fuma. Por exemplo, nós temos um acolhido que a dependência dele é cocaína, e ele consegue tomar a cerveja dele sem problemas. Eu posso falar que isso é abstinência? Não. Então temos que entender tudo isso e não podemos manter essas caixinhas. A pior coisa que um funcionário técnico pode fazer é manter essas caixinhas. Temos que ver o que usuário consegue, o que ele dá conta. A redução de danos tem sua importância sim, é necessária sim, assim como a abstinência também é importante e é necessária. Ainda sobre a redução de danos, notamos uma diferença entre a metodologia preconizada e a forma como ela realmente é aplicada. Acaba sendo um meio para alcançar um fim: abstinência. O que você tem a dizer sobre isso? Com os CAPS, não haverá a imposição da abstinência. CAPS é sempre redução de danos. Mas pela minha experiência com os CAPS, acaba sendo mais uma releitura muito mais ideológica do que uma leitura de metodologia. E aí acaba sendo algo falho. Um dos problemas que eu vejo na redução de danos, na verdade na bandeira da redução de danos, é uma desorganização absurda e isso detona o conceito. Nós tivemos uma situação por exemplo com algumas pessoas na cracolândia que para ele redução de danos é fazer oficina de cachimbo. Os usuários ali da cracolândia fazendo oficinas de cachimbo… onde está a redução de danos nisso? “Ah, mas cada um tem sem cachimbo, é todo um momento terapêutico de montar o cachimbo…”, sabe? Será que consegui tanto reduzir o ser humano que o momento terapêutico dele é fazer cachimbo? Redução de danos é uma metodologia, e temos que respeitar a metodologia. Ela tem início, meio e fim. A redução de danos nasce na saúde e foi muito divulgada na situação do HIV. Ela tem sua base aí. E não basta você ofertar uma seringa. Tem todo um trabalho de conscientização. Não é “ah, ele vai usar a droga dele, e talvez reduzir de crack para maconha”. Isso não é redução de danos. Isso é substituição de droga. A metodologia começa com a conscientização… vamos entender, fazer uma boa anamnese, estudar esse indivíduo, entender o processo que o levou para a droga. E, quando falamos de droga, eu tenho uma vertente muito do Bauman, a droga tem um sentido social. Vamos ver o sentido social da droga na vida dessa pessoa? No período de pandemia, porque tivemos um aumento tão grande do uso de drogas? Vamos pensar psicologicamente? Volte a Freud. A droga é um mecanismo de defesa para a minha dor. E daí vou lá e retiro esse mecanismo de defesa? Sou psicóloga para ser irresponsável assim? Quando eu faço essa leitura, é muito diferente do que eu achar que droga é uma fraqueza, é uma doença biopsicossocial e essas coisas. Essa dor pode ser um divórcio. Essa dor pode ser um conflito familiar. Essa dor pode ser um rompimento de vínculo. Nós tivemos um caso numa república feminina em Campinas, veja que interessante: ouvimos de uma das acolhidas que o momento em que começou o uso de droga era adulta, depois que os filhos se casaram, ou seja, ela teve um problema que se associou com a “síndrome do ninho vazio”, com uma violência sexual praticada pelo patrão… Ela entra num processo de depressão, tentam tratar a depressão e acaba indo para as drogas. O problema dela é a cocaína? São tantos fatores. Violência sexual, questões hormonais da idade, o ninho vazio. E eu vou tratar a droga? Eu vou tratar todas as questões. O problemadela não é a droga. Percebem a grande diferença de olhar? Quais as iniciativas do CAPS junto ao Estado no eixo da prevenção? Para ser sincera, e eu poderia ser extremamente diplomática... Mas para ser sincera: nenhuma. O CAPS não trabalha com prevenção. O que a gente sabe é que tem ações individualizadas, dispersas. Mas ações do Estado, não. Temos essas discussões, de como inserir o CAPS nessa conversa, porque é necessário, já partiu do Estado para o CAPS, mas o contrário não. Você acharia viável e positivo um projeto no sentido de inserir a prevenção dentro dos CAPS? Acho que seria inovador. Vamos pensar… Esquece o conceito de prevenção primária, secundária e terciária e entra no conceito de prevenção universal, dedicada ou seletiva. Então vocês poderiam pensar em iniciativas de prevenção que a gente chama de universal, por exemplo, uma campanha para todo mundo. Ou ao invés disso, posso ter uma prevenção seletiva, onde eu já tenho um público que é vulnerável, por exemplo, os filhos de dependentes químicos. Ou adolescentes em abrigos, porque a gente sabe que são vulneráveis. E também tem a prevenção dedicada, que é para os casos onde já houve uso de drogas mas não caiu na dependência. É quase uma prevenção a recaídas, mas eu não gosto desse termo. Então expande o conceito de prevenção primária, secundária, e foca na prevenção universal, seletiva… Pouco se fala da questão dos filhos de dependentes, e a gente sabe que são fatores de risco de uso de drogas. Presença de dependentes químicos em casa, risco altíssimo de uso. Não sei se vocês sabem, a gente tem muitos casos de mulheres que começam um processo de dependência química por influência do companheiro. Ela entra num processo de tentar ajudá-lo e em determinado momento ela desiste, pensa, também vou usar. Ou pensa em usar para entender como é e tentar ajudá-lo a parar. Conheci outros casos que o companheiro deixou a dependência mas a droga tinha um sentido psicológico tão forte naquela família que a parceira passou a ser dependente. E os familiares, o que estamos fazendo com esses familiares? Ou mesmo pessoas advindas de outros CAPS, casos de depressão onde a pessoa cansa daquele tanto de medicamento e acaba indo para a droga. Há algo que você gostaria de acrescentar antes de finalizarmos a entrevista? Acredito que eu já tenha falado tudo. Boa sorte no projeto de vocês! Anexo 2 - Transcrição de entrevista com Juliana Rodrigues Nome: Juliana Rodrigues Idade: 39 anos Formação: Formação em Enfermagem e mestre em pesquisa clínica, gestão de serviços públicos de saúde e saúde coletiva. Ocupação atual: Docente do curso de gestão hospitalar do curso de Medicina na atenção primária e do curso de farmácia. Em qual CAPS você atua/atuou? Qual é/era a sua função? Atuei no CAPSad de Mauá e na república terapêutica infanto-juvenil de Mauá. Trabalhava como gerente de equipamentos em saúde Por que você escolheu trabalhar dentro do CAPS? Conte brevemente como foi o seu percurso nesta área em específico? Não foi exatamente uma escolha, eu já era gestora do município em uma Unidade Básica de Saúde e eles estavam precisando de uma pessoa para fazer a gestão do CAPS e da República que tivesse um conhecimento maior em saúde mental, da rede e do município, então identificaram que meu perfil seria o ideal para trabalhar naquele serviço. Foi um grande desafio, porque na época da minha formação estávamos saindo do modelo manicomial, então toda experiência que eu tinha em termos de saúde mental e era basicamente ainda no modelo manicomial ou na migração para o novo modelo, no caso CAISM (Centro de Assistência Integrada em Saúde Mental) da Santa Casa de São Paulo na Vila Mariana, que já tinha um modelo voltado para reabilitação e questões como a não internação. Como ajudei a estruturar a rede de Mauá, eu tinha bagagem técnica muito forte em termos de gestão para conduzir de uma forma que não retroceder e avançar nessa questão do tratamento livre; considerando o indivíduo. Para realizar meu trabalho, contatei diversos tipos de CAPSad e fui conhecer algumas unidades (muitas delas com perfis completamente diferentes dos usuários que eu trabalhava em Mauá). Quando cheguei a equipe era muito fragilizada, não havia assistência nem acompanhamento e tive que aproximá- los, mostrar a importância deles no sistema, então meu primeiro trabalho foi levantar essa equipe e dar um suporte para que eles pudessem trabalharem. Vocês trabalharam com equipe multidisciplinar? Como era a dinâmica com a equipe? A gente trabalhava com uma equipe multi bem desfalcada (como na maioria dos serviços públicos de saúde), lá tinha um administrativo, duas recepcionistas, uma oficineira, três assistentes sociais, dois técnicos de enfermagem, quatro auxiliares de enfermagem, três assistentes sociais e comecei com cinco psicólogas na equipe e terminei com quatro sendo que uma delas tinha uma filha com necessidades especiais, então não podia contar com ela cem por cento do tempo. O CAPS chegou a ter um preparador físico e uma arte terapeuta, mas quando eu assumi a equipe não tinha mais. Ah, tinha farmacêutica, técnica de farmácia e equipe de higienização também. Vocês utilizaram a Redução de Danos como tratamento? Tinham profissionais dessa área atuando com vocês? Sim, tínhamos seis profissionais que trabalhavam com a redução de danos dentro do CAPS. Como fazer com que os usuários criem confiança com os profissionais e com o tratamento? Com os usuários não tem uma receita de bolo, é fato que eles são muito carentes, todos eles vêm de contextos familiares bem complexos e realidades bem vulneráveis, muitas vezes com um abraço, uma conversa, um momento em que você para pra conversar com ele, acaba ganhando um pouco dessa confiança. Muitas vezes eles não gostam muito de falar, não confiam muito nas pessoas, e acaba sendo uma relação de confiança e desconfiança das duas partes (funcionário e usuário) porque as vezes em um momento de surto eles agridem. Tivemos um caso, até por isso o gerente anterior saiu, de um usuário que trancou todos os funcionários dentro da cozinha e ameaçou a todos com uma faca. Trabalhávamos com equipes mistas, onde era possível ter uma visão de cada profissional e conseguir propor ações de acordo com a sua formação. Algumas vezes ganhamos a confiança com comida, então pedíamos para virem conversar conosco e ao final dávamos uma marmita, enfim... maneiras que eram possíveis de criar essa relação de confiança com eles. Já com os adolescentes, por serem muito desconfiados, era um processo mais difícil, ao mesmo tempo que estão conversando com você, estão planejando como vão te agredir, então é necessário ter muito cuidado com esse público. Quais eram as principais queixas dos usuários? As maiores queixas eram dos leitos, muitos deles queriam mais tempo de internação (ficar morando por lá); o horário do CAPS que funcionava 24hrs para internação, mas para o público ficava até as 21hrs e eles queriam ficar até mais tarde, passar mais tempo nas atividades; reclamaram bastante da falta de recursos que o CAPS oferece; estrutura do CAPS (mas essa parte estava fora da minha alçada); etc. A maioria das coisas que eles reclamavam, nós tentávamos adequar, eles tinham justamente esse espaço na assembleia as sextas-feiras para que fosse discutido e melhorado nas coisas que eram possíveis. Eles eram bem participativos, então às vezes vinham reclamar de funcionário que dava muito atestado, de oficinas que eram repetitivas, entre outras. O CAPsad tem cumprido seu papel na sociedade? Acho que existe uma grande incompreensão da sociedade sobre o que é o CAPSad, enxergam o CAPSad como uma instituição onde as pessoas vão caminhar para a abstinência e essa não é a proposta, o intuito é tornar aquela pessoa funcional, independentedela querer ou não continuar no uso. O CAPSad trabalha dentro da linha de onde a pessoa quer chegar, então se ela quer caminhar para a abstinência nós trabalharemos para isso. Infelizmente a sociedade não compreende esse modelo, principalmente os familiares do usuário, que querem de todas as formas que ele vire abstinente, e nós não temos uma varinha mágica para isso. É um processo lento para chegar a abstinência ou até mesmo a redução de danos, não é porque a pessoa começou a frequentar os grupos que no dia seguinte ela vai parar com o uso ou vai mudar o comportamento. É uma questão que deve ser melhor trabalhada tanto com a sociedade, como com os trabalhadores que prestam serviço, talvez se uniformizasse mais as formas dos CAPSad de trabalharem, a compreensão da sociedade pudesse ser diferente da que é vista. Quais atividades eram propostas dentro do CAPSad para os usuários? Lá tinha tudo, tanto as reuniões em grupo como as individuais, as oficinas recreativas, as oficinas com cunho terapêutico como as que as terapeutas ocupacionais desenvolviam para trabalhar os tremores ou a coordenação motora fina que por vezes era prejudicada; tinha grupos de acompanhamento familiar; grupos para usuários de álcool; grupos para usuários de drogas (os dois grupos juntos não tinha dado certo em outras vezes, então foram separados); grupos de mulheres, criamos um grupo chamado Beleza e cidadania que não era usado para abordar nenhum tema e sim para as mulheres se cuidarem, se fortalecerem e depois em um segundo momento trabalhávamos com a conversa; grupo de geração de renda onde procurávamos propostas para gerar renda, como a venda de artesanatos por exemplo; tivemos uma época onde eles trabalhavam com culinária, mas a vigilância proibiu por conta da condição higiênica da casa e dos próprios usuários que não estavam de acordo com o padrão proposto pela vigilância e também pela falta de recursos, já que éramos nós (funcionários) que comprávamos os ingredientes; tinha um grupo de música onde eles passavam entre 2 a 3 horas tocando samba; para os adolescentes criamos o ‘vai que cola’ onde eles traziam os temas que seriam abordados. Em sua opinião, quais são os maiores desafios enfrentados no CAPSad (seja na gestão, na convivência com o usuário ou como queira pontuar)? Se tratando de CAPSad tudo é um desafio, então temos aí portarias contraditórias que trazem uma complexidade muito grande para atuação. Acho que o grande desafio é esse, estabelecer um diálogo das redes de saúde, não só da saúde, mas conversar com as secretarias de apoio social, ter essa articulação para que possa ser trabalhado dentro das escolas, dos CREAS, um trabalho em conjunto, porque só o CAPS fazer o trabalho dele sem nenhuma articulação é impossível, é importante que haja o entendimento de outras instituições em relação ao CAPS para que seja possível a integração e o trabalho não se torne pesado, não sobrecarregue uma única parte. Outro desafio é motivar a equipe, é muito difícil lidar com a dor do outro e os usuários trazem isso o tempo todo, precisamos ter um equilíbrio emocional muito bom porque tem muitas questões culturais que não aceitamos e que são diferentes daquelas que estamos acostumados, situações complexas e tudo envolve a justiça, então é necessário que tudo seja bem trabalhado. Há muitas situações que mobilizam demais, tantos questões culturais, como preconceito também, ele não se dá apenas por questão racial, o preconceito vem de ideias pré-concebidas e que você tem que mistificar muito para conseguir trabalhar no CAPS, senão você enlouquece ou enlouquece outras pessoas. Anexo 3 - Termos de consentimento para a entrevista 3.1 - Termo de consentimento Eliana Borges Termo de consentimento livre e esclarecido enviado para a participante: A) Identificação da Proposta 1) Título do Estudo: Projeto de intervenção no CAPS AD – Por uma maior autonomia, reinserção e prevenção para o indivíduo com problemas oriundos do uso abusivo de substâncias. 2) Nome e Identificação dos Pesquisadores: Estudantes de Psicologia da Universidade São Judas com os respectivos números de telefone e endereços eletrônicos: Andressa Carvalho - 11 95078-4510 - andressagoncalves.8745@aluno.saojudas.br Dominnique Rodrigues Lopes - 11 97634-8644 - dominiquelopes.7232@aluno.saojudas.br Ivonete G. Gouveia - 11 98704-9610 - ivonetegouveia.7259@aluno.saojudas.br Jéssica Mateus Silva - 11 99381-9613 - jessicasilva.4934@aluno.saojudas.br Letícia Lopes – 11 99311-2624 – leticiafigueiredo.9949@aluno.saojudas.br 3) Proposta: A presente entrevista, constituirá um trabalho a ser apresentado na aula da disciplina de Estágio Básico em Saúde Mental do curso de Psicologia da Universidade São Judas sob supervisão do Profa. Dra. Erica Hokama, telefone 27991831(CENPA) com endereço eletrônico: erica.hokama@saojudas.br 4) Objetivos: Conhecer o fazer da psicologia no contexto da saúde mental num contexto específico. Integrar os conhecimentos adquiridos visando sua utilização prática; possibilitar ao aluno a identificação e o entendimento de problemas de saúde mental em seus diferentes contextos. Possibilitar ao aluno a compreensão global da problemática apresentada: clínica e social. Habilitar o aluno para o atendimento no contexto onde estiver inserido e identificar os critérios para um encaminhamento multidisciplinar. B) Convite e Recusa Eu estou sendo convidada(o) a participar deste estudo, pelo motivo de trabalhar na área da “Psicologia Social na Política Sobre Drogas do Estado de São Paulo”. Eu sei que a participação neste estudo é absolutamente voluntária. Tenho o direito de recusar a participar ou desistir em qualquer ponto deste estudo. Minha decisão de participar ou não nesta pesquisa, não terá influência negativa sobre minha pessoa. C) Procedimentos / Etapas Se eu concordar em participar deste estudo, o seguinte ocorrerá: 1) Entrevista com a participação dos estudantes de Psicologia da Universidade; 2) A entrevista será gravada e será feita a transcrição e análise do seu conteúdo. 3) Autorização para que o conteúdo da entrevista seja utilizado para produção de um projeto de intervenção na área estudada como parte dos requisitos necessários para aprovação no Estágio Básico em Saúde Mental do curso de Psicologia da Universidade São Judas Tadeu. 4) Autorização para que o projeto, produto da investigação feita contendo dados da entrevista concedida por mim, seja apresentado no contexto da disciplina. 5) Autorização para futura publicação de artigo, respeitando as condições de sigilo descritas abaixo. D) Risco / Desconforto Não há nenhum efeito prejudicial antecipado em participar desta pesquisa. Se alguma questão me deixar desconfortável, eu sou livre para me recusar a responder a qualquer momento. E) Sigilo Meus dados serão guardados e usados confidencialmente. Nenhuma identidade pessoal será usada em qualquer relato ou publicação que possam resultar do estudo. A lista dos participantes com os nomes fantasia será guardada no CENPA – Centro de Psicologia Aplicada da Universidade São Judas Tadeu - local diferente das transcrições. F) Benefício Eu terei oportunidade de: 1) Refletir e falar individual/coletivamente sobre a realidade da minha área de atuação; 2) Contribuir na formação de futuros profissionais. G) Questões Se eu tiver alguma questão ou comentários sobre a participação neste estudo, eu poderei falar com o Prof. Alexandre dos Santos, supervisor desta entrevista e professor da disciplina Estágio Básico em Saúde Mental da Universidade São Judas Tadeu campus Butantã. H) Consentimento Eu conversei com a estudante Leticia Lopes de Figueiredo sobre a entrevista e tudo o que está escrito aqui. Eu entendi o que li e o que ouvi e tive minhas perguntasrespondidas. A participação neste estudo é voluntária. Eu sou livre para me recusar continuar no estudo. Minha decisão não irá afetar minha pessoa. São Paulo, _04_ / _11_ / _2020_ Assinatura do Pesquisador Leticia Lopes de Figueiredo Aceito participar do estudo: Eliana Borges _____________________________ Eliana Borges Não aceito participar do estudo _____________________________ Eliana Borges Endereço Postal para Contato: Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de São Paulo - R. Boa Vista, 170 - Centro Histórico de São Paulo, São Paulo - SP, 01014-000 Telefone: 11 99332-1335 Endereço Eletrônico: elianaborges@sp.gov.br Aceite via correio eletrônico: 3.2 - Termo de consentimento Juliana Rodrigues Termo de consentimento livre e esclarecido enviado para a participante: A) Identificação da Proposta 1) Título do Estudo: Projeto de intervenção no CAPS AD – Por uma maior autonomia, reinserção e prevenção para o indivíduo com problemas oriundos do uso abusivo de substâncias. 2) Nome e Identificação dos Pesquisadores: Estudantes de Psicologia da Universidade São Judas com os respectivos números de telefone e endereços eletrônicos: Andressa Carvalho - 11 95078-4510 - andressagoncalves.8745@aluno.saojudas.br Dominnique Rodrigues Lopes - 11 97634-8644 - dominiquelopes.7232@aluno.saojudas.br Ivonete G. Gouveia - 11 98704-9610 - ivonetegouveia.7259@aluno.saojudas.br Jéssica Mateus Silva - 11 99381-9613 - jessicasilva.4934@aluno.saojudas.br Letícia Lopes – 11 99311-2624 – leticiafigueiredo.9949@aluno.saojudas.br 3) Proposta: A presente entrevista, constituirá um trabalho a ser apresentado na aula da disciplina de Estágio Básico em Saúde Mental do curso de Psicologia da Universidade São Judas sob supervisão do Profa. Dra. Erica Hokama, telefone 27991831(CENPA) com endereço eletrônico: erica.hokama@saojudas.br 4) Objetivos: Conhecer o fazer da psicologia no contexto da saúde mental num contexto específico. Integrar os conhecimentos adquiridos visando sua utilização prática; possibilitar ao aluno a identificação e o entendimento de problemas de saúde mental em seus diferentes contextos. Possibilitar ao aluno a compreensão global da problemática apresentada: clínica e social. Habilitar o aluno para o atendimento no contexto onde estiver inserido e identificar os critérios para um encaminhamento multidisciplinar. B) Convite e Recusa Eu estou sendo convidada(o) a participar deste estudo, pelo motivo de ter trabalhado na área de “Gerente de equipamentos em saúde no CAPSad em Mauá no Estado de São Paulo”. Eu sei que a participação neste estudo é absolutamente voluntária. Tenho o direito de recusar a participar ou desistir em qualquer ponto deste estudo. Minha decisão de participar ou não nesta pesquisa, não terá influência negativa sobre minha pessoa. C) Procedimentos / Etapas Se eu concordar em participar deste estudo, o seguinte ocorrerá: 1) Entrevista com a participação dos estudantes de Psicologia da Universidade; 2) A entrevista será gravada e será feita a transcrição e análise do seu conteúdo. 3) Autorização para que o conteúdo da entrevista seja utilizado para produção de um projeto de intervenção na área estudada como parte dos requisitos necessários para aprovação no Estágio Básico em Saúde Mental do curso de Psicologia da Universidade São Judas Tadeu. 4) Autorização para que o projeto, produto da investigação feita contendo dados da entrevista concedida por mim, seja apresentado no contexto da disciplina. 5) Autorização para futura publicação de artigo, respeitando as condições de sigilo descritas abaixo. D) Risco / Desconforto Não há nenhum efeito prejudicial antecipado em participar desta pesquisa. Se alguma questão me deixar desconfortável, eu sou livre para me recusar a responder a qualquer momento. E) Sigilo Meus dados serão guardados e usados confidencialmente. Nenhuma identidade pessoal será usada em qualquer relato ou publicação que possam resultar do estudo. A lista dos participantes com os nomes fantasia será guardada no CENPA – Centro de Psicologia Aplicada da Universidade São Judas Tadeu - local diferente das transcrições. F) Benefício Eu terei oportunidade de: 1) Refletir e falar individual/coletivamente sobre a realidade da minha área de atuação; 2) Contribuir na formação de futuros profissionais. G) Questões Se eu tiver alguma questão ou comentários sobre a participação neste estudo, eu poderei falar com o Prof. Alexandre dos Santos, supervisor desta entrevista e professor da disciplina Estágio Básico em Saúde Mental da Universidade São Judas Tadeu campus Butantã. H) Consentimento Eu conversei com a estudante Dominnique Rodrigues Lopes sobre a entrevista e tudo o que está escrito aqui. Eu entendi o que li e o que ouvi e tive minhas perguntas respondidas. A participação neste estudo é voluntária. Eu sou livre para me recusar continuar no estudo. Minha decisão não irá afetar minha pessoa. São Paulo, _04_ / _11_ / _2020_ Assinatura do Pesquisador Dominnique Rodrigues Lopes _ ____________________________ Dominnique Rodrigues Lopes Aceito participar do estudo: Juliana Rodrigues _____________________________ Juliana Rodrigues Não aceito participar do estudo _____________________________ Juliana Rodrigues Endereço Postal para Contato: Av. Lauro Gomes, 2000 - Vila Sacadura Cabral, Santo André - SP, 09060-870 Telefone: 11 95866-2547 Endereço Eletrônico: julianacr.cih@gmail.com jujulicro@gmail.com Aceite via correio eletrônico: Anexo 4 - Folhetos sobre prevenção Proposta de design dos folhetos explicativos a serem distribuídos nos CAPS AD para os usuários do serviço conforme especificado no item 5.2 do presente trabalho. 4.1 Folheto 01: frente e verso 4.2 Folheto 02: frente e verso 4.3 Folheto 03: frente e verso 4.4 Folheto 04: frente e verso
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