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Projeto CAPS AD Final

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU 
PSICOLOGIA 
 
 
 
 
 
PROJETO DE INTERVENÇÃO NO CAPS AD – POR UMA 
MAIOR AUTONOMIA, REINSERÇÃO E PREVENÇÃO PARA 
O INDIVÍDUO COM PROBLEMAS ORIUNDOS DO USO 
ABUSIVO DE SUBSTÂNCIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2020 
ANDRESSA CARVALHO RA: 819228745 
 
DOMINNIQUE RODRIGUES LOPES RA:820147232 
 IVONETE G. GOUVEIA RA:818137259 
JÉSSICA MATEUS SILVA RA:819114934 
LETÍCIA LOPES RA: 818139949 
 
PROJETO DE INTERVENÇÃO NO CAPS AD – POR UMA 
MAIOR AUTONOMIA, REINSERÇÃO E PREVENÇÃO PARA 
O INDIVÍDUO COM PROBLEMAS ORIUNDOS DO USO 
ABUSIVO DE SUBSTÂNCIAS 
 
 
Projeto do Estágio Básico apresentado à 
Universidade São Judas Tadeu – USTJ, como 
requisito para a obtenção de nota no curso de 
graduação de Psicologia. 
 
Orientadora: Profa. Erica Hokama 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2020 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
 A Reforma psiquiátrica obteve conquistas que contribuíram para uma nova 
estrutura de tratamento no âmbito da saúde mental. Por meio da luta dos 
trabalhadores da saúde, foi possível a criação da Lei 10.216, formulada em 1989, que 
redireciona o cuidado pouco humanizado para um modelo de acolhimento. Com isso, 
observa-se uma busca para garantir os direitos das pessoas com transtornos mentais 
e, também, a diminuição dos manicômios, substituindo-os por centros de 
atendimento. 
O Centro de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas (CAPSad) é uma rede de 
atendimento na Atenção Secundária que atende pessoas com transtornos 
decorrentes do uso de substâncias como o álcool e outras drogas. O objetivo do 
CAPSad vai além da desintoxicação, abstinência e redução de danos, ele deve 
averiguar a dinâmica familiar e social do usuário, a rede de apoio que ele possui, o 
ambiente em que ele vive, em quais condições e, acima de tudo, trabalhar com a 
autonomia e prevenção. Vale ressaltar que o atendimento é feito com uma equipe 
multiprofissional, contemplando médicos, psicólogos, assistentes sociais, terapeuta 
ocupacional, profissional de redução de danos entre outros. A equipe realiza um 
trabalho interdisciplinar com práticas integrativas que permitem que o usuário esteja 
em uso para iniciar o tratamento. 
Sabe-se que a Constituição brasileira (1988) corrobora com os fundamentos 
de direitos e dignidade humana, fazendo com que isso seja um dever a ser cumprido 
pelos profissionais da saúde, a sociedade e o próprio Estado. Com relação ao uso de 
substâncias, o Ministério da Saúde afirma que o uso de álcool e outras drogas é um 
problema de saúde pública e coloca a redução de danos como uma das estratégias, 
envolvendo a comunidade como agente de prevenção e reabilitação social dos 
usuários. Também deve ser pensado em políticas a fim de desconstruir o estigma 
acerca do usuário de drogas, que ainda é presente na sociedade. Isso é 
imprescindível, visto que esse estigma acarreta em dificuldades de reinserção cada 
vez mais fortalecidas, ou seja, o receio em dar autonomia, emprego e confiança ao 
usuário aumenta, caracterizando o indivíduo como incapaz. 
A partir de 2003, a Redução de Danos foi integrada na Política de Atenção 
Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas em uma tentativa de aumentar a 
autonomia e liberdade do usuário frente ao seu tratamento e, também, a inclusão do 
álcool e outras drogas na agenda de saúde comunitária. Não obstante, essa 
estratégia ainda permanece às margens do SUS, sendo vista como um meio 
 
intermediário para alcançar a abstinência, o que diverge da proposta original. Isso 
ocorre pela falta de informação acerca dessa estratégia no cotidiano dos profissionais, 
os quais a caracterizam como “polêmica” e “prejudicial”, desacreditando de sua 
eficácia, e consequentemente, torna-se impossível incluí-la no serviço de saúde sem 
antes reaver suas condutas. Isso deve ser feito a partir da redefinição dos papéis 
desses profissionais, reorientando a prática ao adquirir uma visão integradora e não 
tecnicista do usuário, de forma a garantir sua autonomia e respeito frente a liberdade 
individual. 
Diante do exposto, importa clarificar alguns instrumentos imprescindíveis ao 
assegurar o atendimento individualizado do cidadão que busca o serviço, respeitando 
sua demanda individual. Conhecido comumente como PTS, o Projeto Terapêutico 
Singular é o principal instrumento de trabalho interdisciplinar dos Centros de Atenção 
Psicossocial (CAPS) em todo o Brasil. É a partir dele que o usuário construirá sua 
autonomia, participando ativamente do tratamento e de sua reinserção na sociedade 
e em sua família. O projeto supõe uma estratégia de intervenção integrada entre 
equipe, território e a família do usuário do serviço e conta com quatro etapas, 
conforme preconizadas pelo Ministério da Saúde: hipótese diagnóstica, definição de 
metas, divisão de responsabilidades e reavaliação. 
Especialmente no Estado de São Paulo, região de foco do presente projeto, há 
também outro instrumento importante que permeia a recuperação de usuários de 
substâncias psicoativas, o Plano de Acolhimento Singular (PAS). Ele é utilizado nas 
comunidades terapêuticas atreladas ao programa “Recomeço: uma vida sem drogas” 
para nortear o acolhimento dos usuários. O PAS reúne todas as informações do 
usuário, especifica e monitora as ações de seu acolhimento individual e conta com a 
interação deste junto à instituição, a fim de promover maior autonomia e protagonismo 
para o indivíduo. Assim, quando algum cidadão procura o CAPSad devido a um 
problema relacionado ao uso de substâncias ele pode ser encaminhado para 
acolhimento em uma comunidade terapêutica, onde permanecerá por até seis meses 
com o objetivo de se recuperar e ser, posteriormente, reinserido em seu meio social. 
O programa atende a população de forma universal e conta com outros 
equipamentos, como por exemplo as repúblicas, destinadas ao indivíduo que, após 
acolhimento em comunidade terapêutica, não tem onde morar, podendo permanecer 
ali enquanto se restabelece. Seja a partir do tratamento no CAPS ou após o 
acolhimento em comunidade terapêutica, será possível direcionar o indivíduo de 
 
maneira efetiva rumo a uma autonomia na qual o usuário escolherá o que funciona 
melhor para si, seja a redução de danos, seja a abstinência. 
Dessa forma, observa-se a necessidade de estudos que tragam contribuições 
viáveis para o tratamento e autonomia dos usuários. Nesse sentido, o presente 
trabalho tem como objetivo delinear um projeto de intervenção dentro dos 
equipamentos do CAPSad no Estado de São Paulo, a partir da entrevista com duas 
profissionais da área e de conceitos chave estabelecidos pelo grupo na etapa de 
pesquisa bibliográfica, a saber: redução de danos, prevenção, autonomia do 
indivíduo, projeto terapêutico singular, estigma do usuário e saúde comunitária. 
 
2. OBJETIVO GERAL 
 
Reforçar a importância do cuidado integral ao usuário do CAPSad, assim como da 
sua liberdade e autonomia no tratamento. 
 
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
Contextualizar o trabalho no CAPSad e o projeto de integração da equipe; 
Apresentar as dificuldades encontradas com relação ao cuidado vincular e a 
autonomia do usuário do CAPSad; 
Discutir as possibilidades de tratamento e a aplicabilidade do PTS; 
Explicar a da Redução de danos, a abstinência e a importância de ambos; 
Propor estratégias de prevenção e promoção de saúde dentro do CAPSad; 
 
3. JUSTIFICATIVA 
 
 O presente estudo se justifica sobre o funcionamento do CAPS ad, apresentando 
sua organização estrutural e hierárquica das pessoas envolvidas. Pode-se observar 
que o trabalho atualmente realizado nos CAPS ad, vem atingindo grandes resultados, 
porém, percebe-se de forma geral que projetos de cuidados aos dependentes de 
álcool ou drogas não tem obtido o resultado esperado. 
 Sabe-se que o uso de substâncias psicoativas não é um fenômeno da 
atualidade: é uma prática milenar utilizada nosrituais festivos e religiosos para 
produzir alterações no estado de consciência. Entretanto, essas drogas tornaram-se 
 
comerciais devido ao interesse capitalista e ao vício. Consequentemente, os 
resultados negativos são: aumento da criminalidade, marginalização, uso nocivo e 
problemas sanitários. De acordo com Gomes e Vecchi (2018), a caracterização 
proibicionista das substâncias contribuem com o estigma acerca do usuário e 
impossibilita a inclusão e reinserção social dos mesmos. Dessa forma, necessita-se 
de uma maior compreensão acerca desta problemática, respeitando a singularidade 
dos usuários e seus direitos. 
 As intervenções precisam ter como objetivo a questão do uso abusivo de 
substâncias como álcool e drogas enquanto um fenômeno complexo, que requer um 
cuidado por parte do CAPS ad e da sociedade; a redução de danos como estratégia 
e diretriz de gestão de cuidado; a preconização de ações voltadas para promoção da 
saúde, prevenção, tratamento e reabilitação social, com foco em superar o senso 
comum sobre os usuários de drogas e o fortalecimento da autonomia dos usuários 
para o exercício de sua cidadania. 
 No entanto ao apresentar as informações acima percebe-se que o mais 
correto e assertivo a se fazer seria investir em prevenção. Segundo a Organização 
Mundial da Saúde (OMS), propõe uma divisão para os métodos de prevenção e 
controle do uso abusivo de drogas, sendo separada como: 
1. Métodos diretos: onde as ações são centradas na conduta do usuário 
2. Métodos indiretos: práticas direcionadas para a diminuição do consumo de 
substâncias e seus respectivos problemas, Método da Saúde Mental, 
Estratégia de Promoção da Saúde e Método do Ambiente Social. 
 
Sendo elas: 
● Método da Saúde Mental: 
O uso abusivo de drogas é visto como uma consequência do estresse 
psicológico. Neste método as ações são direcionadas para a eliminação dos fatores 
estressantes, por meio da identificação e assistência precoce, além de programas 
educacionais e reeducação, como reforço da autoconfiança deste indivíduo, a 
comunicação social, suas relações familiares. 
 
● Estratégia de Promoção da Saúde: 
Deve-se considerar o fato de que, quanto maior e melhor for a percepção do 
sujeito em relação a sua saúde, mais incentivo ele terá para abdicar e evitar práticas 
 
nocivas. As ações são voltadas para novos hábitos, modos de vida e 
responsabilidades do indivíduo (por exemplo trabalho, higiene, alimentação e 
exercícios). 
 
● Método do Ambiente Social: 
As condições sociais em que o sujeito está envolvido são de grande influência 
para sua conduta, seja para o favorecimento ou a eliminação do uso abusivo de álcool 
e outras drogas. O objetivo principal dessa metodologia é a correção e até mesmo a 
eliminação dos fatores negativos que influenciam e permeiam o sujeito, tarefa esta 
que é de grande dificuldade, pelos fatores governamentais e econômicos que fogem 
da alçada dos profissionais, tais como pobreza, desemprego, falta de acesso à cultura 
e lazer, marginalização, entre outros. 
 
 As abordagens terapêuticas não devem ser baseadas apenas no afastamento, 
eliminação da droga do organismo ou reversão das alterações neuropatológicas, mas 
devem se estender aos aspectos psicológicos e socioculturais, como a atenção à 
família e a reinserção social. Alguns tratamentos são baseados no afastamento da 
droga por meio de internações (muitas vezes prolongadas) ou somente na 
administração de medicações. A capacitação dos profissionais é um dos desafios 
atuais para a atenção à saúde neste campo, principalmente 
 pela frequência da utilização de estratégias como a abstinência imediata no 
início do tratamento. 
Após a pesquisa e a elaboração desse projeto temos como justificativa ampliar 
o conhecimento da sociedade do funcionamento do CAPS AD, onde foi realizado 
entrevista com duas funcionárias. 
 
4. METAS E IMPACTOS ESPERADOS 
 
Estimular a autonomia do usuário do serviço e sua aderência ao tratamento; 
- Reabilitar e reinserir os usuários na sociedade; 
- Minimizar a probabilidade de risco de abuso de substâncias dos grupos 
vulneráveis a partir dos programas de prevenção; 
- Esclarecer a importância da participação dos familiares no processo de 
tratamento do paciente. 
 
 
5. METODOLOGIA 
 
5.1 Parte 1 – Elaboração do Projeto de Intervenção 
 
O projeto de intervenção foi iniciado na primeira semana de setembro (2020), 
com a discussão teórica e a escolha da temática, conforme consta no cronograma. 
Após a delimitação do tema, sendo um projeto de intervenção direcionado para o 
desenvolvimento de uma autonomia, reinserção e prevenção dos usuários do 
CAPSad, o grupo realizou uma pesquisa bibliográfica nas plataformas Scielo, Pespsic 
e pubmed com o intuito de encontrar, revisar e analisar a literatura vigente. A revisão 
bibliográfica, segundo Silva e Menezes (2009), deve abordar o que já se sabe sobre 
o tema; questionar quais as lacunas existentes; inserir a problemática e analisar o 
método existente acerca do tema. As palavras chave utilizadas na pesquisa foram: 
redução de danos, prevenção, autonomia do indivíduo, projeto terapêutico singular, 
estigma do usuário e saúde comunitária. Assim, foram encontrados dez artigos 
selecionados e resumidos. Também foi realizada uma leitura fundamentada na 
legislação brasileira e nos princípios e diretrizes do SUS. 
Após essa etapa, durante as primeiras semanas de outubro (2020), foram 
pensadas e formuladas as perguntas das entrevistas que embasaram nosso projeto. 
As profissionais escolhidas possuem conhecimento e experiência com a área da 
saúde, mais especificamente com o CAPSad e as políticas sobre drogas do estado 
de São Paulo. As entrevistas foram realizadas através da plataforma Google Mets, na 
última semana de outubro e transcritas na primeira semana de novembro. Desse 
modo, a partir da análise das respostas coletadas, passamos a desenvolver ideias 
para as estratégias de intervenção do projeto. Importante ressaltar que todo o 
conteúdo coletado possibilitou o embasamento teórico e conceitual na formulação das 
estratégias, assim como o direcionamento do objetivo do projeto. 
Com base no exposto, o projeto procurou apresentar as dificuldades 
encontradas com relação ao cuidado vincular e a autonomia do usuário do CAPSad; 
discutir as possibilidades de tratamento e a aplicabilidade do PTS; explicar a Redução 
de danos, a abstinência e a importância de ambos; propor estratégias de prevenção 
e promoção de saúde dentro do CAPSad. 
 
 Nesse sentido, dividimos as estratégias pensadas em três grupos principais: o 
próprio usuário; a rede de apoio e a população em geral. Cada um desses tópicos 
propõe ações ao público específico e dispõem de recursos que concretizem as metas 
esperadas desse projeto, com data de início prevista para janeiro de (2021). 
 
5.2 Parte 2 – Método de execução do Projeto de Intervenção 
 
- A revista Diálogo publicou em 2018 um artigo que discorre sobre a pesquisa feita 
em um CAPS AD do Rio Grande de sul com objetivo de analisar quais as melhores 
práticas no que tange a autonomia do indivíduo que busca e utiliza esse serviço e as 
conclusões do autor norteiam os objetivos de intervenção do presente projeto. A 
garantia de autonomia do usuário deve funcionar como um tripé: em primeiro lugar, a 
partir do primeiro contato com o usuário do serviço do CAPS AD, a equipe 
multidisciplinar deverá atuar no sentido de informá-lo sobre o serviço disponível em 
sua totalidade, especialmente no que tange a autonomia de cada indivíduo, a sua 
escolha em todos os passos do tratamento, a importância de sua participação nas 
atividades e as opções disponíveis de cuidado que não exijam internação pois, 
embora o Brasil atue num modelo antimanicomial, muitos cidadãos procuram o CAPS 
AD em busca de uma internação por não compreenderem a eficácia de outros 
métodos de intervenção ou pela crençade apenas a internação ser possível 
(Romanini, 2018). Isso será feito a partir da implementação de um programa chamado 
“Conversa Aberta”, no qual cada usuário integrante do CAPSad será chamado e 
informado sobre seus direitos, deveres e opções de tratamento por qualquer 
profissional da equipe. Aos usuários que já frequentam o serviço, o início do programa 
será realizado por meio de uma palestra de boas vindas, com data prevista para o 
início de janeiro de 2021. 
Em segundo lugar, é necessário o convite e incentivo massivo por parte da 
equipe a fim de estimular maior participação dos usuários nas oficinas ofertadas pelos 
CAPS AD, por ser um espaço dos mais amplos fazeres, cujo potencial enquanto 
ferramenta de desinstitucionalização e reabilitação psicossocial é altíssimo, além de 
promover a autonomia, a formação de relacionamentos com os participantes e com o 
mundo como um todo. As oficinas são de suma importância para a reinserção social, 
pois estimulam o usuário a interagir, opinar, participar, e também atuam no sentido 
de mudar o foco de um indivíduo que anteriormente dedicava grande parte de seu 
 
tempo à sua substância de preferência. Isso será possível com a divulgação midiática 
de um cronograma mensal das oficinas oferecidas, desenvolvido pelos profissionais 
responsáveis pela coordenação delas e alinhado com a equipe geral. Ele será 
divulgado no início de cada mês nas redes sociais e também no próprio local, a partir 
de janeiro de 2021. 
E, finalmente, como terceiro ponto, a instituição de reuniões semanais da 
equipe do CAPS AD para alinhamento de casos, discussão de objetivos e maior 
integração; em suma, deixar de lado a burocracia o máximo possível, pois a maior 
autonomia dos funcionários se reflete na maior autonomia dos usuários, além disso, 
uma equipe em constante comunicação pode repensar suas práticas e encontrar 
novas formas de lidar com os problemas rotineiros. A população alvo nesse “tripé” 
são os usuários do serviço junto à equipe dos CAPS AD. 
 
 - Grupos de apoio e suporte para familiares de usuários de substâncias psicoativas 
(população alvo) como metodologia assistencial, a ser utilizadas pelos profissionais 
da equipe multidisciplinar com o objetivo terapêutico de auxiliar as pessoas durante 
períodos de ajustamento a mudanças, no tratamento de crises ou na manutenção ou 
adaptação a novas situações (ALVAREZ, 2012). Os grupos de conversa serão 
mediados por profissionais do próprio CAPS AD e proporcionarão um local de escuta 
para esses familiares, além de ofertar informações e orientações sobre a dependência 
química, instrumentalizando os familiares para auxiliar na recuperação do usuário do 
serviço e também na reinserção social do mesmo. Os instrumentos utilizados para os 
grupos de apoio e suporte incluem local adequado com garantia de sigilo, um 
profissional de saúde da equipe multidisciplinar para coordenar a sessão e cadeiras 
para acomodar os participantes. Os grupos acontecerão semanalmente e acolherão 
todos os familiares que se disponham a participar. A avaliação incluirá folhetos de 
preenchimento voluntário e anônimo avaliando as sessões do grupo. Soma-se a isso, 
também será implementado um um plantão de dúvidas mensal, de início previsto para 
Maio de 2021, com o intuito de responder questões que tangem o universo das 
drogas. Serão abertas, em janeiro, inscrições das provas de estágio aos profissionais 
da saúde para definir quem será responsável por essa atividade. 
 
- Dentre os motivos apontados por um estudo brasileiro de 2010 sobre o não-uso de 
drogas e sua motivação, estão: disponibilidade de informações a respeito da droga e 
 
seus perigos, apoio parental e bom relacionamento entre jovens e seus familiares, 
características pessoais como auto estima preservada e perspectiva de futuro 
(Sanchez, 2010). Assim, um trabalho de prevenção possível é a educação dos jovens 
e de seus familiares (populações alvo) sobre as motivações que levariam os primeiros 
a evitar o uso da droga. Para tal, folhetos explicativos serão disponibilizados ao 
público do CAPS AD contendo informações sobre o perigo do uso das drogas, a 
importância de um diálogo franco sobre o tema com os adolescentes e o apoio 
parental como sendo crucial na prevenção do uso de substâncias psicoativas, legais 
ou ilegais. O material usado será papel impresso e o desenvolvimento de uma 
comunicação simples e lúdica sobre os temas descritos acima. A equipe 
multidisciplinar estará preparada para responder possíveis dúvidas do público a 
respeito das comunicações após a entrega dos folhetos explicativos aos usuários do 
serviço. 
 
6. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES 
 
6.1 CRONOGRAMA 1 
 
ATIVIDADES 1ª/2ª 
SEMANA 
SETEMBRO 
3ª/4ª/5ª 
SEMANA 
SETEMBRO 
1ª/2ª 
SEMANA 
OUTUBRO 
3ª/4ª/5ª 
SEMANA 
OUTUBRO 
1ª/ 2ª 
SEMANA 
NOVEMBRO 
3ª/4ª/5ª 
SEMANA 
NOVEMBRO 
Discussão 
teórica e 
delimitação do 
tema 
X 
Revisão 
bibliográfica e 
resumo de 
artigos 
 X 
Formatação de 
roteiro de 
perguntas das 
entrevistas 
 X 
Realização da 
entrevista 
 X 
Análise de dados 
e transcrição 
literal da 
entrevista 
 X 
Elaboração de 
estratégias de 
intervenção 
 X X 
 
Avaliação de 
dados 
 X X 
Resultados 
alcançados 
 X X 
Entrega final do 
projeto 
 X 
Apresentação X 
 
6.2 CRONOGRAMA 2 
 
AÇÕES DE INTERVENÇÃO 2021 JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO 
Programa “Conversa Aberta” X 
 
Cronograma de oficinas X X X X X X 
Reuniões de equipe semanais 
 
X 
 
Grupo de apoio e suporte semanais 
 
X 
 
Provas de estágio X 
 
X 
 
Folhetos explicativos 
 
X 
 
Plantão de dúvida mensal 
 
X X 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Devido ao período em que nos encontramos atualmente (isolamento social devido a 
Covid-19), não foi possível irmos a campo para realizarmos uma análise direta junto a 
observações em relação ao comportamento tanto dos usuários, como dos profissionais diante 
das atividades e políticas propostas dentro da instituição, porém entramos em contato com 
duas pessoas que trabalharam por um determinado período no CAPSad e obtivemos grandes 
resultados a partir das entrevistas realizadas. 
O Projeto de Intervenção aqui descrito aborda temas polêmicos e que geram grande 
desconforto quando são discutidos, situações essas que, ao invés de serem tratadas e 
levadas para frente com seriedade, acabam ficando em aberto e permitindo interpretações 
distintas ao invés de se posicionarem e divulgarem as informações corretas acerca do tema. 
Podemos utilizar como exemplo a grande questão “qual é o objetivo dos CAPSad?”, ao nos 
depararmos com uma questão desta é esperado que venha também “o CAPS cumpre com 
seu papel na sociedade em que nos encontramos?”, nosso projeto tende a responder 
algumas dessas questões ou instigar ainda mais, para que vocês reflitam, questionem e 
busquem além do que se pode ver. 
A Redução de danos é um plano presente nos CAPS de suma importância para seu 
funcionamento e para sua excelência em resultados, sendo este temos como principal 
objetivo a inclusão dos usuários na sociedade, tendo em vista que muitas vezes o indivíduo 
não visa a abstinência, então não se deve colocar como regra ou princípio já que cada 
indivíduo é único e busca a melhora que lhe seja necessária e esteja ao seu alcance 
(psicológico e/ou fisicamente). 
O Projeto de intervenção elaborado foi construído a partir de relatos, pesquisas e 
contato direto com indivíduos que trabalharam por um determinado período em CAPSad e 
através dessas informações pudemos perceber os pontos que podem ser melhorados e com 
isso, criar estratégias para que haja um melhor desempenho entre a equipe multi e um 
resultado diferenciado. 
 
 
 
 
 
 
 
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
Alvarez, S. Q., Gomes, G. C., Oliveira, A. M. N. D., & Xavier, D. M. (2012). Grupo de 
apoio/suporte como estratégia decuidado: importância para familiares de usuários de 
drogas. Revista Gaúcha de Enfermagem, 33(2), 102-108. 
 
Brasil. Resolução CONAD Nº 01/2015. Regulamenta, no âmbito do Sistema Nacional 
de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD), as entidades que realizam o 
acolhimento de pessoas, em caráter voluntário, com problemas associados ao uso 
nocivo ou dependência de substância psicoativa, caracterizadas como comunidades 
terapêuticas. Diário Oficial da União 2015; 20 ago. 
 
Calassa, G. D. B., Penso, M. P., & de Freitas, L. G. (2015). Redução de danos na 
visão dos profissionais que atuam no CAPS AD II do Distrito Federal. Revista 
Psicologia em Pesquisa, 9(2). 
 
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construção de um Projeto Terapêutico Singular com usuário e família: potencialidades 
e limitações. O mundo da saúde, 36(3), 521-525. 
 
Cerutti, M. G., Martins, M. T., Nieweglowski, V. H., & Schneider, D. R. (2014). A 
Atuação do Psicólogo no Centro de Atenção Psicossocial Voltado para Álcool e 
Outras Drogas (Capsad): Os Desafios da Construção de uma Clínica Ampliada. 
Extensio: Revista Eletrônica de Extensão, 11(17), 101-113. 
 
Leal, B. M., & De Antoni, C. (2013). Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS): 
estruturação, interdisciplinaridade e intersetorialidade. Aletheia, (40). 
 
Menezes, R. C., Silva, S. G. D., & Ribeiro, E. R. (2009). Ultra-som no tratamento do 
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https://www.youtube.com/watch?v=wshzpYndNTQ 
 
Priori, Gabriela. (2020, fevereiro, 27). Gabi Explica: política de drogas e 
descriminalização. [Arquivo de vídeo]. Recuperado de: 
https://www.youtube.com/watch?v=aBpyk7DG1iQ&t=3s 
 
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09-23. 
 
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Souza, J. D., Kantorski, L. P., Luis, M. A. V., & Oliveira, N. F. D. (2012). Intervenções 
de saúde mental para dependentes de álcool e outras drogas: das políticas à prática 
cotidiana. Texto & Contexto-Enfermagem, 21(4), 729-738. 
 
Vieira, G. L. S., Menezes, L. S. C., Sousa, P. F. D., & Maciel, S. C. (2018). Concepções 
de usuários de um CAPS sobre o tratamento e inclusão. Psicologia & Sociedade, 30. 
 
 
 
9. ANEXOS 
 
Anexo 1 - Transcrição de entrevista com Eliana Borges 
 
Nome: Eliana Borges 
Formação: Psicóloga pela Universidade Federal de Uberlândia e mestre em 
Psicologia Social. 
Ocupação atual: Coordenadora estadual da política sobre drogas do governo do 
Estado de São Paulo. 
Entrevista via: Google Meet. 
 
Você já trabalhou no CAPS? Como foi sua experiência? 
Trabalhei por um período no CAPS III de Uberlândia, na área de atenção à família. 
Cuidava dos pacientes no território e também atendia no CAPS. Com sinceridade, a 
experiência não foi das melhores, não. Eu gostava muito mais de trabalhar no 
território, mas quando eu tinha que atender as pessoas no CAPS eu achava o espaço 
muito paradoxal, apesar de se dizerem progressistas e um espaço de autonomia eu 
chegava lá e o que eu via era um espaço que não trabalhava a potencialidade do 
indivíduo. Então no território, que era dentro das casas onde eles moravam, nas 
comunidades onde eles moravam, a gente conseguia desenvolver muito mais ações 
com eles e dar muito mais protagonismo do que no CAPS. Então para ser sincera eu 
não gostava. O CAPS III é para adultos e, na época, também atendia os casos de 
álcool e drogas porque eles estavam instaurando o CAPS AD. 
 
Qual seu contato hoje com os CAPS do Estado de SP? 
Então, em algumas cidades a gente tem excelentes contatos, tem outras que tem 
resistência. Com a pandemia, esses contatos se aproximaram bastante porque os 
CAPS acabaram tendo necessidade do nosso serviço, principalmente quando a gente 
fechou as portas de entrada. Eles não queriam conversa com com o Estado, mas aí 
a gente fechou todas as portas de entrada até criar os protocolos de segurança e 
garantir tudo, e os CAPS foram os primeiros que gritaram para abrir as portas. Foi 
muito interessante. Então retomamos a conversa. Com alguns CAPS temos um 
excelente diálogo, a ponto de discutir casos, de rever juntos todo o protocolo… E tem 
CAPS ainda nas resistências deles, não querem muita discussão com a gente… É 
aquele velho problema. Eles acham que a gente prega a abstinência, eles pregam 
 
redução de danos, não tem nada a ver. Ficam levantando bandeiras e quem se 
prejudica é a população. 
 
O que você acredita que poderia ser modificado na forma como o CAPS trabalha? E 
quais são as boas práticas? 
Vou falar um pouco mais dos CAPS AD porque a gente tem um pouco mais de 
discussão com eles. O que a gente percebe do programa Recomeço: na comunidade 
que tem uma boa referência junto ao CAPS os resultados são muito melhores. Então 
uma boa prática do CAPS é, por exemplo, construir o PAS - que a gente chama de 
Projeto de Vida - junto com os técnicos das unidades, com os acolhidos das 
comunidades terapêuticas e com a família, ou quando a gente consegue levar a partir 
da comunidade as pessoas para serem atendidas no CAPS uma vez por mês etc., os 
resultados são muito melhores. E aí claro que eu estou falando de serviços 
referenciados então, por exemplo, quando os serviços das Comunidades 
Terapêuticas são referenciados junto das RAPS vai dar para fazer o serviço em 
conjunto. Por outro lado quando tá todo mundo brigando, quem vai perder vai ser a 
população. Quando todo mundo começa a trabalhar junto, o CAPS junto ao governo 
e junto à comunidade terapêutica, inclusive ajudando nós aqui da COED a fazer as 
fiscalizações… Por exemplo, tivemos comunidades terapêuticas que após a 
fiscalização do CAPS, eles apontaram irregularidades e a gente tirou da rede, a gente 
respeita e falamos sempre disso com eles, então a gente espera deles essa mudança, 
de olhar como a gente pode unir as forças, unir as mãos e lutar pelo bem da 
população, ao invés de ficar levantando bandeiras bobas que é uma coisa que às 
vezes os técnicos fazem. E boas prática, posso citar por exemplo alguns casos, como 
o CAPS de Itapecerica da Serra que vai para dentro da Comunidade Terapêutica; 
eles fazem a avaliação, eles encaminham o usuário, uma vez por mês todos passam 
pela avaliação pelo serviço dentro do CAPS e os técnicos vão até a Comunidade 
Terapêutica e fazem assembleias lá dentro com os acolhidos, eles discutem os 
projetos de vida deles dentro da própria comunidade. Isso é uma excelente prática. 
Após o Marco Regulatório, tivemos uma técnica do CAPS falando dentro das 
Comunidades terapêuticas da importância do CAPS. Isso é uma boa prática. Na 
cidade de Santo André, além da avaliação psiquiátrica, ele abrem essas oficinas 
terapêuticas, e nós atendemos pessoas que não necessariamente são da cidade de 
Santo André, por exemplo pessoas encaminhadas aqui do CRATOD, da região da 
 
cracolândia. Então eles abrem para avaliação psiquiátrica e abrem também acesso 
para as oficinas terapêuticas junto aos acolhidos, eles vão nas comunidades 
terapêuticas aplicar essas oficinas e essa é outra excelente prática. Infelizmente não 
são todos assim, mas com a pandemia o contato com os CAPS em geral melhorou 
muito. 
 
Sobre o projeto terapêutico singular (PTS), qual a importância dele, especialmente 
em relação a autonomia do indivíduo? O PAS, comentado anteriormente, é amesma 
coisa que o PTS? 
O PAS e o PTS são coisas diferentes, vamos lá. O PTS é o Projeto Terapêutico 
Singular, e é o que a instituição oferta. É como se vocês pensassem assim: vocês 
vão num self service, o PTS é tudo que está sendo ofertado naquele dia. E o PAS é 
o que vai ser colocado no seu prato. O PAS é o Projeto de Atendimento Singular, ele 
traz a visão do que eu preciso, individualmente. Com base nessa singularidade a 
gente vai construir o PAS. O que nós temos feito é trocar o termo para “Projeto de 
Vida”, porque quando a gente vai lidar com as pessoas e elas ouvem o termo PAS, 
isso não tem sentido para elas. Agora quando dizemos: qual seu projeto de vida? Daí 
elas entendem, pensam o que querem da vida. Na legislação está PTS, está PAS, 
mas na prática usamos o Projeto de Vida, para simplificar para as pessoas e aumentar 
a adesão ao projeto. O projeto de vida, ou PAS, ele é o mais importante! É o que eu 
quero e não o que meu profissional de referência quer. Essa é a grande diferença. E 
às vezes a instituição constrói um PTS com base naquilo que o profissional pode 
ofertar. E isso segue a lógica do horário de trabalho… O profissional trabalha das sete 
da manhã até às cinco. E daí ele tem pessoas que não podem esse horário. Eu tenho 
uma grande demanda de final de semana. E aí o PTS não foi pensado fora da lógica 
do trabalhador do serviço. Isso precisam ser revistos, o serviço que você está 
ofertando atende o usuário? Se eu estou ofertando autonomia, de que autonomia 
estou falando? É a autonomia que eu quero para o usuário ou a autonomia do projeto 
de vida dele? Cada um tem sua demanda, sua condição, seu serviço de 
necessidade… Por exemplo, implantamos uma República recentemente na Vila 
Mariana, e é interessante porque as pessoas que estão lá hoje têm total autonomia, 
não existem profissionais lá dentro da casa, o que tem é uma equipe de referência 
em outro espaço que dá suporte, ministra oficinas… E tem casos assim, que achamos 
 
que uma pessoa poderia ir mais nesse espaço, frequentar mais, mas ela não está 
pronta. Ela não está psicologicamente pronta e a gente tem que respeitar. 
 
 
Opinião sobre redução de danos, sua importância e sobre a dicotomia: abstinência 
versus redução. 
Então, eu sou técnica, sou psicóloga. A gente não tem que levantar bandeiras. Quer 
dizer, tem bandeiras que a gente levanta, tipo direitos humanos. Essa bandeira não é 
nem levantar, é segurar e não abrir mão de jeito nenhum, então tem coisas que a 
gente defende por uma questão de bom senso, de moral. Já outras coisas é bobagem 
levantar bobeiras. Temos que ver o que o indivíduo quer. Por exemplo, conheço 
pessoas que se dão super bem com redução de danos e elas querem continuar assim. 
Ela se sente bem? A família está bem com isso? Ela consegue se organizar na 
sociedade? É ativa? Tudo bem. Vamos respeitar. O Estado tem que ofertar esse 
serviço. Tem outras pessoas que são escravas da droga, que trabalham para manter 
a droga, ou então a própria família aponta: olha, ela não está lidando bem com a 
redução de danos. Na cabeça dela, ela pode estar, mas na prática não. E eu como 
técnica não vou apoiar isso. Se ele não está bem, não está conseguindo levantar da 
cama, está fazendo mal a ele e a todos… Temos que entender essa individualidade 
e o Estado tem que ofertar a abstinência também. Eu não defendo que tem que ofertar 
só abstinência, nem só redução de danos, muito pelo contrário. Eu defendo que se 
faça um bom estudo de caso, ouça esse indivíduo e, a partir dessa escuta, ofertar o 
que ele precisa, não importando a minha crença. A minha defesa é essa. Enquanto 
política pública, o que o Estado deve ofertar? Ele deve ofertar o leque. E aí o indivíduo 
escolhe. Pode ser que hoje ele queira abstinência. Daqui um tempo ele diz: “não 
consigo, vou ficar na redução de danos”. Ou o contrário… Bobagem para mim é ficar 
nessa briga. Quem consegue reduzir e ficar assim, vamos respeitar? Vamos. Mas 
também a abstinência tem sua importância a depender do indivíduo. É uma discussão 
tão boba. Por exemplo, o nosso programa o marketing, ele é um negócio horroroso: 
Recomeço - Uma vida sem drogas. Vamos ser sinceros, uma vida sem droga nós não 
temos. É um remedinho aqui, um cafezinho ali, se a gente for entender que droga é 
tudo que faz uma alteração neuropsíquica, açúcar é droga, chocolate é droga, café é 
droga Vamos parar com essa hipocrisia? E o cigarro? Vocês trabalham abstinência, 
mas na maioria das Comunidades Terapêuticas o pessoal fuma. Por exemplo, nós 
 
temos um acolhido que a dependência dele é cocaína, e ele consegue tomar a cerveja 
dele sem problemas. Eu posso falar que isso é abstinência? Não. Então temos que 
entender tudo isso e não podemos manter essas caixinhas. A pior coisa que um 
funcionário técnico pode fazer é manter essas caixinhas. Temos que ver o que usuário 
consegue, o que ele dá conta. A redução de danos tem sua importância sim, é 
necessária sim, assim como a abstinência também é importante e é necessária. 
 
Ainda sobre a redução de danos, notamos uma diferença entre a metodologia 
preconizada e a forma como ela realmente é aplicada. Acaba sendo um meio para 
alcançar um fim: abstinência. O que você tem a dizer sobre isso? 
Com os CAPS, não haverá a imposição da abstinência. CAPS é sempre redução de 
danos. Mas pela minha experiência com os CAPS, acaba sendo mais uma releitura 
muito mais ideológica do que uma leitura de metodologia. E aí acaba sendo algo falho. 
Um dos problemas que eu vejo na redução de danos, na verdade na bandeira da 
redução de danos, é uma desorganização absurda e isso detona o conceito. Nós 
tivemos uma situação por exemplo com algumas pessoas na cracolândia que para 
ele redução de danos é fazer oficina de cachimbo. Os usuários ali da cracolândia 
fazendo oficinas de cachimbo… onde está a redução de danos nisso? “Ah, mas cada 
um tem sem cachimbo, é todo um momento terapêutico de montar o cachimbo…”, 
sabe? Será que consegui tanto reduzir o ser humano que o momento terapêutico dele 
é fazer cachimbo? Redução de danos é uma metodologia, e temos que respeitar a 
metodologia. Ela tem início, meio e fim. A redução de danos nasce na saúde e foi 
muito divulgada na situação do HIV. Ela tem sua base aí. E não basta você ofertar 
uma seringa. Tem todo um trabalho de conscientização. Não é “ah, ele vai usar a 
droga dele, e talvez reduzir de crack para maconha”. Isso não é redução de danos. 
Isso é substituição de droga. A metodologia começa com a conscientização… vamos 
entender, fazer uma boa anamnese, estudar esse indivíduo, entender o processo que 
o levou para a droga. E, quando falamos de droga, eu tenho uma vertente muito do 
Bauman, a droga tem um sentido social. Vamos ver o sentido social da droga na vida 
dessa pessoa? No período de pandemia, porque tivemos um aumento tão grande do 
uso de drogas? Vamos pensar psicologicamente? Volte a Freud. A droga é um 
mecanismo de defesa para a minha dor. E daí vou lá e retiro esse mecanismo de 
defesa? Sou psicóloga para ser irresponsável assim? Quando eu faço essa leitura, é 
muito diferente do que eu achar que droga é uma fraqueza, é uma doença 
 
biopsicossocial e essas coisas. Essa dor pode ser um divórcio. Essa dor pode ser um 
conflito familiar. Essa dor pode ser um rompimento de vínculo. Nós tivemos um caso 
numa república feminina em Campinas, veja que interessante: ouvimos de uma das 
acolhidas que o momento em que começou o uso de droga era adulta, depois que os 
filhos se casaram, ou seja, ela teve um problema que se associou com a “síndrome 
do ninho vazio”, com uma violência sexual praticada pelo patrão… Ela entra num 
processo de depressão, tentam tratar a depressão e acaba indo para as drogas. O 
problema dela é a cocaína? São tantos fatores. Violência sexual, questões hormonais 
da idade, o ninho vazio. E eu vou tratar a droga? Eu vou tratar todas as questões. O 
problemadela não é a droga. Percebem a grande diferença de olhar? 
 
Quais as iniciativas do CAPS junto ao Estado no eixo da prevenção? 
Para ser sincera, e eu poderia ser extremamente diplomática... Mas para ser sincera: 
nenhuma. O CAPS não trabalha com prevenção. O que a gente sabe é que tem ações 
individualizadas, dispersas. Mas ações do Estado, não. Temos essas discussões, de 
como inserir o CAPS nessa conversa, porque é necessário, já partiu do Estado para 
o CAPS, mas o contrário não. 
 
Você acharia viável e positivo um projeto no sentido de inserir a prevenção dentro dos 
CAPS? 
Acho que seria inovador. Vamos pensar… Esquece o conceito de prevenção primária, 
secundária e terciária e entra no conceito de prevenção universal, dedicada ou 
seletiva. Então vocês poderiam pensar em iniciativas de prevenção que a gente 
chama de universal, por exemplo, uma campanha para todo mundo. Ou ao invés 
disso, posso ter uma prevenção seletiva, onde eu já tenho um público que é 
vulnerável, por exemplo, os filhos de dependentes químicos. Ou adolescentes em 
abrigos, porque a gente sabe que são vulneráveis. E também tem a prevenção 
dedicada, que é para os casos onde já houve uso de drogas mas não caiu na 
dependência. É quase uma prevenção a recaídas, mas eu não gosto desse termo. 
Então expande o conceito de prevenção primária, secundária, e foca na prevenção 
universal, seletiva… Pouco se fala da questão dos filhos de dependentes, e a gente 
sabe que são fatores de risco de uso de drogas. Presença de dependentes químicos 
em casa, risco altíssimo de uso. Não sei se vocês sabem, a gente tem muitos casos 
de mulheres que começam um processo de dependência química por influência do 
 
companheiro. Ela entra num processo de tentar ajudá-lo e em determinado momento 
ela desiste, pensa, também vou usar. Ou pensa em usar para entender como é e 
tentar ajudá-lo a parar. Conheci outros casos que o companheiro deixou a 
dependência mas a droga tinha um sentido psicológico tão forte naquela família que 
a parceira passou a ser dependente. E os familiares, o que estamos fazendo com 
esses familiares? Ou mesmo pessoas advindas de outros CAPS, casos de depressão 
onde a pessoa cansa daquele tanto de medicamento e acaba indo para a droga. 
 
Há algo que você gostaria de acrescentar antes de finalizarmos a entrevista? 
Acredito que eu já tenha falado tudo. Boa sorte no projeto de vocês! 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anexo 2 - Transcrição de entrevista com Juliana Rodrigues 
 
Nome: Juliana Rodrigues 
Idade: 39 anos 
Formação: Formação em Enfermagem e mestre em pesquisa clínica, gestão de 
serviços públicos de saúde e saúde coletiva. 
Ocupação atual: Docente do curso de gestão hospitalar do curso de Medicina na 
atenção primária e do curso de farmácia. 
 
Em qual CAPS você atua/atuou? Qual é/era a sua função? 
Atuei no CAPSad de Mauá e na república terapêutica infanto-juvenil de Mauá. 
Trabalhava como gerente de equipamentos em saúde 
 
Por que você escolheu trabalhar dentro do CAPS? Conte brevemente como foi o seu 
percurso nesta área em específico? 
 
Não foi exatamente uma escolha, eu já era gestora do município em uma Unidade 
Básica de Saúde e eles estavam precisando de uma pessoa para fazer a gestão do 
CAPS e da República que tivesse um conhecimento maior em saúde mental, da rede 
e do município, então identificaram que meu perfil seria o ideal para trabalhar naquele 
serviço. Foi um grande desafio, porque na época da minha formação estávamos 
saindo do modelo manicomial, então toda experiência que eu tinha em termos de 
saúde mental e era basicamente ainda no modelo manicomial ou na migração para o 
novo modelo, no caso CAISM (Centro de Assistência Integrada em Saúde Mental) da 
Santa Casa de São Paulo na Vila Mariana, que já tinha um modelo voltado para 
reabilitação e questões como a não internação. Como ajudei a estruturar a rede de 
Mauá, eu tinha bagagem técnica muito forte em termos de gestão para conduzir de 
uma forma que não retroceder e avançar nessa questão do tratamento livre; 
considerando o indivíduo. Para realizar meu trabalho, contatei diversos tipos de 
CAPSad e fui conhecer algumas unidades (muitas delas com perfis completamente 
diferentes dos usuários que eu trabalhava em Mauá). Quando cheguei a equipe era 
muito fragilizada, não havia assistência nem acompanhamento e tive que aproximá-
los, mostrar a importância deles no sistema, então meu primeiro trabalho foi levantar 
essa equipe e dar um suporte para que eles pudessem trabalharem. 
 
Vocês trabalharam com equipe multidisciplinar? Como era a dinâmica com a equipe? 
A gente trabalhava com uma equipe multi bem desfalcada (como na maioria dos 
serviços públicos de saúde), lá tinha um administrativo, duas recepcionistas, uma 
oficineira, três assistentes sociais, dois técnicos de enfermagem, quatro auxiliares de 
enfermagem, três assistentes sociais e comecei com cinco psicólogas na equipe e 
terminei com quatro sendo que uma delas tinha uma filha com necessidades 
especiais, então não podia contar com ela cem por cento do tempo. O CAPS chegou 
a ter um preparador físico e uma arte terapeuta, mas quando eu assumi a equipe não 
tinha mais. Ah, tinha farmacêutica, técnica de farmácia e equipe de higienização 
também. 
 
Vocês utilizaram a Redução de Danos como tratamento? Tinham profissionais dessa 
área atuando com vocês? 
Sim, tínhamos seis profissionais que trabalhavam com a redução de danos dentro do 
CAPS. 
 
 
Como fazer com que os usuários criem confiança com os profissionais e com o 
tratamento? 
Com os usuários não tem uma receita de bolo, é fato que eles são muito carentes, 
todos eles vêm de contextos familiares bem complexos e realidades bem vulneráveis, 
muitas vezes com um abraço, uma conversa, um momento em que você para pra 
conversar com ele, acaba ganhando um pouco dessa confiança. Muitas vezes eles 
não gostam muito de falar, não confiam muito nas pessoas, e acaba sendo uma 
relação de confiança e desconfiança das duas partes (funcionário e usuário) porque 
as vezes em um momento de surto eles agridem. Tivemos um caso, até por isso o 
gerente anterior saiu, de um usuário que trancou todos os funcionários dentro da 
cozinha e ameaçou a todos com uma faca. Trabalhávamos com equipes mistas, onde 
era possível ter uma visão de cada profissional e conseguir propor ações de acordo 
com a sua formação. Algumas vezes ganhamos a confiança com comida, então 
pedíamos para virem conversar conosco e ao final dávamos uma marmita, enfim... 
maneiras que eram possíveis de criar essa relação de confiança com eles. Já com os 
adolescentes, por serem muito desconfiados, era um processo mais difícil, ao mesmo 
tempo que estão conversando com você, estão planejando como vão te agredir, então 
é necessário ter muito cuidado com esse público. 
 
Quais eram as principais queixas dos usuários? 
As maiores queixas eram dos leitos, muitos deles queriam mais tempo de internação 
(ficar morando por lá); o horário do CAPS que funcionava 24hrs para internação, mas 
para o público ficava até as 21hrs e eles queriam ficar até mais tarde, passar mais 
tempo nas atividades; reclamaram bastante da falta de recursos que o CAPS oferece; 
estrutura do CAPS (mas essa parte estava fora da minha alçada); etc. A maioria das 
coisas que eles reclamavam, nós tentávamos adequar, eles tinham justamente esse 
espaço na assembleia as sextas-feiras para que fosse discutido e melhorado nas 
coisas que eram possíveis. Eles eram bem participativos, então às vezes vinham 
reclamar de funcionário que dava muito atestado, de oficinas que eram repetitivas, 
entre outras. 
 
O CAPsad tem cumprido seu papel na sociedade? 
 
Acho que existe uma grande incompreensão da sociedade sobre o que é o CAPSad, 
enxergam o CAPSad como uma instituição onde as pessoas vão caminhar para a 
abstinência e essa não é a proposta, o intuito é tornar aquela pessoa funcional, 
independentedela querer ou não continuar no uso. O CAPSad trabalha dentro da 
linha de onde a pessoa quer chegar, então se ela quer caminhar para a abstinência 
nós trabalharemos para isso. Infelizmente a sociedade não compreende esse modelo, 
principalmente os familiares do usuário, que querem de todas as formas que ele vire 
abstinente, e nós não temos uma varinha mágica para isso. É um processo lento para 
chegar a abstinência ou até mesmo a redução de danos, não é porque a pessoa 
começou a frequentar os grupos que no dia seguinte ela vai parar com o uso ou vai 
mudar o comportamento. É uma questão que deve ser melhor trabalhada tanto com 
a sociedade, como com os trabalhadores que prestam serviço, talvez se 
uniformizasse mais as formas dos CAPSad de trabalharem, a compreensão da 
sociedade pudesse ser diferente da que é vista. 
 
Quais atividades eram propostas dentro do CAPSad para os usuários? 
Lá tinha tudo, tanto as reuniões em grupo como as individuais, as oficinas recreativas, 
as oficinas com cunho terapêutico como as que as terapeutas ocupacionais 
desenvolviam para trabalhar os tremores ou a coordenação motora fina que por vezes 
era prejudicada; tinha grupos de acompanhamento familiar; grupos para usuários de 
álcool; grupos para usuários de drogas (os dois grupos juntos não tinha dado certo 
em outras vezes, então foram separados); grupos de mulheres, criamos um grupo 
chamado Beleza e cidadania que não era usado para abordar nenhum tema e sim 
para as mulheres se cuidarem, se fortalecerem e depois em um segundo momento 
trabalhávamos com a conversa; grupo de geração de renda onde procurávamos 
propostas para gerar renda, como a venda de artesanatos por exemplo; tivemos uma 
época onde eles trabalhavam com culinária, mas a vigilância proibiu por conta da 
condição higiênica da casa e dos próprios usuários que não estavam de acordo com 
o padrão proposto pela vigilância e também pela falta de recursos, já que éramos nós 
(funcionários) que comprávamos os ingredientes; tinha um grupo de música onde eles 
passavam entre 2 a 3 horas tocando samba; para os adolescentes criamos o ‘vai que 
cola’ onde eles traziam os temas que seriam abordados. 
 
 
Em sua opinião, quais são os maiores desafios enfrentados no CAPSad (seja na 
gestão, na convivência com o usuário ou como queira pontuar)? 
Se tratando de CAPSad tudo é um desafio, então temos aí portarias contraditórias 
que trazem uma complexidade muito grande para atuação. Acho que o grande desafio 
é esse, estabelecer um diálogo das redes de saúde, não só da saúde, mas conversar 
com as secretarias de apoio social, ter essa articulação para que possa ser trabalhado 
dentro das escolas, dos CREAS, um trabalho em conjunto, porque só o CAPS fazer 
o trabalho dele sem nenhuma articulação é impossível, é importante que haja o 
entendimento de outras instituições em relação ao CAPS para que seja possível a 
integração e o trabalho não se torne pesado, não sobrecarregue uma única parte. 
Outro desafio é motivar a equipe, é muito difícil lidar com a dor do outro e os usuários 
trazem isso o tempo todo, precisamos ter um equilíbrio emocional muito bom porque 
tem muitas questões culturais que não aceitamos e que são diferentes daquelas que 
estamos acostumados, situações complexas e tudo envolve a justiça, então é 
necessário que tudo seja bem trabalhado. Há muitas situações que mobilizam 
demais, tantos questões culturais, como preconceito também, ele não se dá apenas 
por questão racial, o preconceito vem de ideias pré-concebidas e que você tem que 
mistificar muito para conseguir trabalhar no CAPS, senão você enlouquece ou 
enlouquece outras pessoas. 
 
Anexo 3 - Termos de consentimento para a entrevista 
 
3.1 - Termo de consentimento Eliana Borges 
 
Termo de consentimento livre e esclarecido enviado para a participante: 
 
A) Identificação da Proposta 
 
1) Título do Estudo: Projeto de intervenção no CAPS AD – Por uma maior autonomia, 
reinserção e prevenção para o indivíduo com problemas oriundos do uso abusivo de 
substâncias. 
 
2) Nome e Identificação dos Pesquisadores: 
Estudantes de Psicologia da Universidade São Judas com os respectivos números de 
telefone e endereços eletrônicos: 
Andressa Carvalho - 11 95078-4510 - andressagoncalves.8745@aluno.saojudas.br 
Dominnique Rodrigues Lopes - 11 97634-8644 - dominiquelopes.7232@aluno.saojudas.br 
Ivonete G. Gouveia - 11 98704-9610 - ivonetegouveia.7259@aluno.saojudas.br 
Jéssica Mateus Silva - 11 99381-9613 - jessicasilva.4934@aluno.saojudas.br 
Letícia Lopes – 11 99311-2624 – leticiafigueiredo.9949@aluno.saojudas.br 
 
3) Proposta: 
A presente entrevista, constituirá um trabalho a ser apresentado na aula da disciplina de 
Estágio Básico em Saúde Mental do curso de Psicologia da Universidade São Judas sob 
supervisão do Profa. Dra. Erica Hokama, telefone 27991831(CENPA) com endereço 
eletrônico: erica.hokama@saojudas.br 
 
4) Objetivos: 
Conhecer o fazer da psicologia no contexto da saúde mental num contexto específico. 
Integrar os conhecimentos adquiridos visando sua utilização prática; possibilitar ao aluno a 
identificação e o entendimento de problemas de saúde mental em seus diferentes contextos. 
Possibilitar ao aluno a compreensão global da problemática apresentada: clínica e social. 
Habilitar o aluno para o atendimento no contexto onde estiver inserido e identificar os critérios 
para um encaminhamento multidisciplinar. 
 
B) Convite e Recusa 
 
 
Eu estou sendo convidada(o) a participar deste estudo, pelo motivo de trabalhar na área da 
“Psicologia Social na Política Sobre Drogas do Estado de São Paulo”. 
Eu sei que a participação neste estudo é absolutamente voluntária. Tenho o direito de recusar 
a participar ou desistir em qualquer ponto deste estudo. Minha decisão de participar ou não 
nesta pesquisa, não terá influência negativa sobre minha pessoa. 
 
C) Procedimentos / Etapas 
 
Se eu concordar em participar deste estudo, o seguinte ocorrerá: 
 
1) Entrevista com a participação dos estudantes de Psicologia da Universidade; 
2) A entrevista será gravada e será feita a transcrição e análise do seu conteúdo. 
3) Autorização para que o conteúdo da entrevista seja utilizado para produção de um 
projeto de intervenção na área estudada como parte dos requisitos necessários para 
aprovação no Estágio Básico em Saúde Mental do curso de Psicologia da Universidade São 
Judas Tadeu. 
4) Autorização para que o projeto, produto da investigação feita contendo dados da 
entrevista concedida por mim, seja apresentado no contexto da disciplina. 
5) Autorização para futura publicação de artigo, respeitando as condições de sigilo 
descritas abaixo. 
 
D) Risco / Desconforto 
 
Não há nenhum efeito prejudicial antecipado em participar desta pesquisa. Se alguma 
questão me deixar desconfortável, eu sou livre para me recusar a responder a qualquer 
momento. 
 
E) Sigilo 
 
Meus dados serão guardados e usados confidencialmente. Nenhuma identidade pessoal será 
usada em qualquer relato ou publicação que possam resultar do estudo. A lista dos 
participantes com os nomes fantasia será guardada no CENPA – Centro de Psicologia 
Aplicada da Universidade São Judas Tadeu - local diferente das transcrições. 
F) Benefício 
 
Eu terei oportunidade de: 
 
1) Refletir e falar individual/coletivamente sobre a realidade da minha área de atuação; 
2) Contribuir na formação de futuros profissionais. 
 
G) Questões 
 
Se eu tiver alguma questão ou comentários sobre a participação neste estudo, eu poderei 
falar com o Prof. Alexandre dos Santos, supervisor desta entrevista e professor da disciplina 
Estágio Básico em Saúde Mental da Universidade São Judas Tadeu campus Butantã. 
 
H) Consentimento 
 
Eu conversei com a estudante Leticia Lopes de Figueiredo sobre a entrevista e tudo o que 
está escrito aqui. Eu entendi o que li e o que ouvi e tive minhas perguntasrespondidas. A 
participação neste estudo é voluntária. Eu sou livre para me recusar continuar no estudo. 
Minha decisão não irá afetar minha pessoa. 
 
 
São Paulo, _04_ / _11_ / _2020_ 
Assinatura do Pesquisador 
 
Leticia Lopes de Figueiredo 
Aceito participar do estudo: 
 Eliana Borges 
_____________________________ 
Eliana Borges 
Não aceito participar do estudo 
 
 _____________________________ 
Eliana Borges 
Endereço Postal para Contato: 
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de São Paulo - R. Boa Vista, 170 - 
Centro Histórico de São Paulo, São Paulo - SP, 01014-000 
Telefone: 
11 99332-1335 
Endereço Eletrônico: 
elianaborges@sp.gov.br 
 
 
Aceite via correio eletrônico: 
 
 
 
 
 
 
3.2 - Termo de consentimento Juliana Rodrigues 
 
Termo de consentimento livre e esclarecido enviado para a participante: 
 
A) Identificação da Proposta 
 
1) Título do Estudo: Projeto de intervenção no CAPS AD – Por uma maior autonomia, 
reinserção e prevenção para o indivíduo com problemas oriundos do uso abusivo de 
substâncias. 
 
2) Nome e Identificação dos Pesquisadores: 
Estudantes de Psicologia da Universidade São Judas com os respectivos números de 
telefone e endereços eletrônicos: 
Andressa Carvalho - 11 95078-4510 - andressagoncalves.8745@aluno.saojudas.br 
Dominnique Rodrigues Lopes - 11 97634-8644 - dominiquelopes.7232@aluno.saojudas.br 
Ivonete G. Gouveia - 11 98704-9610 - ivonetegouveia.7259@aluno.saojudas.br 
Jéssica Mateus Silva - 11 99381-9613 - jessicasilva.4934@aluno.saojudas.br 
Letícia Lopes – 11 99311-2624 – leticiafigueiredo.9949@aluno.saojudas.br 
 
3) Proposta: 
A presente entrevista, constituirá um trabalho a ser apresentado na aula da disciplina de 
Estágio Básico em Saúde Mental do curso de Psicologia da Universidade São Judas sob 
supervisão do Profa. Dra. Erica Hokama, telefone 27991831(CENPA) com endereço 
eletrônico: erica.hokama@saojudas.br 
 
4) Objetivos: 
Conhecer o fazer da psicologia no contexto da saúde mental num contexto específico. 
Integrar os conhecimentos adquiridos visando sua utilização prática; possibilitar ao aluno a 
identificação e o entendimento de problemas de saúde mental em seus diferentes contextos. 
Possibilitar ao aluno a compreensão global da problemática apresentada: clínica e social. 
Habilitar o aluno para o atendimento no contexto onde estiver inserido e identificar os critérios 
para um encaminhamento multidisciplinar. 
 
 
 
B) Convite e Recusa 
 
 
Eu estou sendo convidada(o) a participar deste estudo, pelo motivo de ter trabalhado na área 
de “Gerente de equipamentos em saúde no CAPSad em Mauá no Estado de São Paulo”. 
Eu sei que a participação neste estudo é absolutamente voluntária. Tenho o direito de recusar 
a participar ou desistir em qualquer ponto deste estudo. Minha decisão de participar ou não 
nesta pesquisa, não terá influência negativa sobre minha pessoa. 
 
C) Procedimentos / Etapas 
 
Se eu concordar em participar deste estudo, o seguinte ocorrerá: 
 
1) Entrevista com a participação dos estudantes de Psicologia da Universidade; 
2) A entrevista será gravada e será feita a transcrição e análise do seu conteúdo. 
3) Autorização para que o conteúdo da entrevista seja utilizado para produção de um 
projeto de intervenção na área estudada como parte dos requisitos necessários para 
aprovação no Estágio Básico em Saúde Mental do curso de Psicologia da Universidade São 
Judas Tadeu. 
4) Autorização para que o projeto, produto da investigação feita contendo dados da 
entrevista concedida por mim, seja apresentado no contexto da disciplina. 
5) Autorização para futura publicação de artigo, respeitando as condições de sigilo 
descritas abaixo. 
 
D) Risco / Desconforto 
 
Não há nenhum efeito prejudicial antecipado em participar desta pesquisa. Se alguma 
questão me deixar desconfortável, eu sou livre para me recusar a responder a qualquer 
momento. 
 
E) Sigilo 
 
Meus dados serão guardados e usados confidencialmente. Nenhuma identidade pessoal será 
usada em qualquer relato ou publicação que possam resultar do estudo. A lista dos 
participantes com os nomes fantasia será guardada no CENPA – Centro de Psicologia 
Aplicada da Universidade São Judas Tadeu - local diferente das transcrições. 
F) Benefício 
 
Eu terei oportunidade de: 
1) Refletir e falar individual/coletivamente sobre a realidade da minha área de atuação; 
 
2) Contribuir na formação de futuros profissionais. 
 
G) Questões 
 
Se eu tiver alguma questão ou comentários sobre a participação neste estudo, eu poderei 
falar com o Prof. Alexandre dos Santos, supervisor desta entrevista e professor da disciplina 
Estágio Básico em Saúde Mental da Universidade São Judas Tadeu campus Butantã. 
 
H) Consentimento 
 
Eu conversei com a estudante Dominnique Rodrigues Lopes sobre a entrevista e tudo o que 
está escrito aqui. Eu entendi o que li e o que ouvi e tive minhas perguntas respondidas. A 
participação neste estudo é voluntária. Eu sou livre para me recusar continuar no estudo. 
Minha decisão não irá afetar minha pessoa. 
 
 
São Paulo, _04_ / _11_ / _2020_ 
Assinatura do Pesquisador 
 Dominnique Rodrigues Lopes 
_ ____________________________ 
Dominnique Rodrigues Lopes 
Aceito participar do estudo: 
 Juliana Rodrigues 
_____________________________ 
Juliana Rodrigues 
Não aceito participar do estudo 
 
 _____________________________ 
Juliana Rodrigues 
Endereço Postal para Contato: 
Av. Lauro Gomes, 2000 - Vila Sacadura Cabral, Santo André - SP, 09060-870 
Telefone: 
11 95866-2547 
Endereço Eletrônico: 
julianacr.cih@gmail.com 
jujulicro@gmail.com 
Aceite via correio eletrônico: 
 
 
 
Anexo 4 - Folhetos sobre prevenção 
 
 Proposta de design dos folhetos explicativos a serem distribuídos nos CAPS 
AD para os usuários do serviço conforme especificado no item 5.2 do presente 
trabalho. 
 
 
 
4.1 Folheto 01: frente e verso
 
 
 
 
 
4.2 Folheto 02: frente e verso
 
 
 
 
 
4.3 Folheto 03: frente e verso
 
 
 
 
 
4.4 Folheto 04: frente e verso

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