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2011
AssessoriA e ConsuLtoriA 
em proGrAmAs e proJetos 
soCiAis
Prof.ª Lecticia Rodrigues Souza
Copyright © UNIASSELVI 2011
Elaboração:
Prof.ª Lecticia Rodrigues Souza
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfi ca elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 
 361.3
 S729a Souza, Lecticia Rodrigues
 Assessoria e consultoria em programas e projetos sociais. 
 Lecticia Rodrigues Souza. Indaial : Uniasselvi, 2011. 
 224 p. : il.
 Inclui bibliografi a.
 ISBN 978-85-7830-475-1
																1.	 Serviço social - Projetos. I. Centro Universitário
 Leonardo da Vinci
 
III
ApresentAção
Caro(a) acadêmico(a)!
Bem-vindo(a) à disciplina de Assessoria e Consultoria em Programas 
e Projetos Sociais. Entraremos no mundo intrínseco da assessoria e 
consultoria, conhecendo suas definições e seus princípios norteadores, no 
qual trabalharemos a questão dos processos de assessoramento e consulta, 
tanto no âmbito público como nas esferas privadas e não governamentais. 
Portanto, esta disciplina aborda a compreensão dos significados das 
dimensões teórico-metodológica, técnico-operativa e ético-política, contidas 
nos processos de assessoria e consultoria na perspectiva de intervenção 
profissional do assistente social, além de propiciar o conhecimento sobre esta 
possibilidade de inserção no mundo do trabalho e promover uma reflexão e 
uma discussão sobre o papel do profissional de Serviço Social frente a esta 
nova tendência.
Também trabalharemos, neste Caderno de Estudos, a questão da 
administração pública, correlacionando seus princípios, instrumentos 
administrativos e formas de controle, com a responsabilidade desta ante 
os direitos sociais e as políticas públicas, legalmente garantidas para sua 
materialização. Finalizando os nossos estudos, propomos uma reflexão sobre 
a importância do monitoramento e avaliação, como processos indispensáveis 
na atividade de Assessoria e Consultoria de Programas e Projetos Sociais. 
Na primeira unidade você discutirá questões em torno da assessoria 
e consultoria enquanto processos interventivos, no intuito de compreender 
seus conceitos básicos, diferenciando-os e identificando a possibilidade de 
inserção do assistente social no mundo do trabalho nesta perspectiva. Será 
capaz também de reconhecer as diferentes formas de intervenção no campo 
da assessoria e consultoria, tanto nas organizações não governamentais como 
nas empresas.
Na segunda unidade você conhecerá os princípios norteadores da 
administração pública, podendo refletir e discutir sobre eles na perspectiva 
da transparência. Serão apresentados a você os instrumentos administrativos 
básicos pelos quais a administração pública materializa as políticas sociais, 
bem como as responsabilidades legalmente estabelecidas quanto aos direitos 
sociais. Também serão abordadas, para o seu aprofundamento nos estudos, 
as formas de controle, ou seja, de fiscalização, utilizadas para a garantia da 
efetivação destas políticas públicas.
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Na terceira e última unidade você compreenderá a importância dos 
processos de monitoramento e avaliação nos programas e projetos sociais. 
Estudaremos a relevância e o significado da avaliação, bem como seus tipos 
e modalidades. Além disso, veremos o monitoramento enquanto processo 
indispensável na busca da efetividade, apresentando aí a construção de 
indicadores para poder mensurá-la.
Prontos para começar a compreender o significado da Assessoria e 
Consultoria em Programas e Projetos Sociais?
Bons estudos!
Prof.ª Lecticia Rodrigues Souza
V
VI
VII
UNIDADE 1: ASSESSORIA E CONSULTORIA COMO PROCESSOS INTERVENTIVOS .. 1
TÓPICO 1: CONCEITOS BÁSICOS DE ASSESSORIA E CONSULTORIA .............................. 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 O QUE É ASSESSORIA ....................................................................................................................... 3
3 O QUE É CONSULTORIA .................................................................................................................. 7
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 13
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 16
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 17
TÓPICO 2: O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL COMO ASSESSOR E CONSULTOR ........ 19
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 19
2 A LEI DE REGULAMENTAÇÂO DA PROFISSÂO ...................................................................... 20
3 NOVAS PERSPECTIVAS DE INTERVENÇÃO E INCLUSÃO NO MERCADO DE 
TRABALHO........................................................................................................................................... 22
3.1 FOCANDO A DIMENSÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA ...................................................... 24
3.2 FOCANDO A DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA ................................................................. 26
3.3 FOCANDO A DIMENSÃO ÉTICO-POLÍTICA ........................................................................... 28
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 33
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 35
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 37
TÓPICO 3: ASSESSORANDO ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS (ONGs) ..... 39
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 39
2 QUE ORGANIZAÇÕES SÃO ESTAS? ............................................................................................. 40
3 O QUE AS ONGs ESPERAM DE UM CONSULTOR/ASSESSOR? ..........................................43
3.1 CAPTAÇÃO DE RECURSOS ....................................................................................................... 45
3.1.1 Alguns parceiros importantes ............................................................................................... 48
3.2 ACOMPANHAMENTO E CONTROLE ....................................................................................... 49
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 51
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 53
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 55
TÓPICO 4: ASSESSORANDO EMPRESAS ...................................................................................... 57
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 57
2 O QUE AS EMPRESAS ESPERAM DE UM CONSULTOR/ASSESSOR? ................................. 58
3 RESPONSABILIDADE SOCIAL: MODISMO OU NECESSIDADE? ....................................... 59
3.1 DIAGNÓSTICO COMO CONDIÇÃO .......................................................................................... 62
3.2 PARTICIPAÇÃO, INTERDISCIPLINARIEDADE E ÉTICA POR PRINCÍPIO ....................... 65
3.3 QUALIDADE DE VIDA COMO META ....................................................................................... 70
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 74
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 76
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 78
sumário
VIII
UNIDADE 2: COMPREENDENDO A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ......................................79
TÓPICO 1: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DA TRANSPARÊNCIA À 
EFICIÊNCIA ......................................................................................................................81
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................81
2 O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ..................................................................................................82
3 O PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE ........................................................................................83
4 O PRINCÍPIO DA MORALIDADE ................................................................................................84
5 O PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE .................................................................................................85
6 O PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA ......................................................................................................87
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................90
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................92
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................93
TÓPICO 2: INSTRUMENTOS ADMINISTRATIVOS .................................................................95
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................95
2 A LEI ORGÂNICA MUNICIPAL ....................................................................................................96
3 O PLANO PLURIANUAL .................................................................................................................101
4 A LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ...............................................................................104
5 A LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL E O ORÇAMENTO ............................................................106
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................111
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................114
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................116
TÓPICO 3: FORMAS DE CONTROLE INTERNO E EXTERNO ................................................117
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................117
2 A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL ....................................................................................118
2.1 O TRIBUNAL DE CONTAS ........................................................................................................120
2.2 O CONTROLE INTERNO ............................................................................................................124
3 O CONTROLE LEGISLATIVO ........................................................................................................126
4 O CONTROLE SOCIAL ....................................................................................................................128
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................134
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................................138
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................140
 TÓPICO 4: RESPONSABILIDADE PÚBLICA COM OS DIREITOS E A ORDEM 
SOCIAL ............................................................................................................................141
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................141
2 DIREITOS CONSTITUCIONAIS ...................................................................................................142
2.1 EDUCAÇÃO ..................................................................................................................................143
2.2 SAÚDE ............................................................................................................................................144
2.3 PREVIDÊNCIA SOCIAL.............................................................................................................. 145
2.4 ASSISTÊNCIA SOCIAL ............................................................................................................... 146
2.5 TRABALHO ................................................................................................................................... 147
2.6 MORADIA ..................................................................................................................................... 148
2.7 LAZER ............................................................................................................................................ 149
2.8 SEGURANÇA ................................................................................................................................ 150
2.9 PROTEÇÃO À MATERNIDADE E À INFÂNCIA .................................................................. 150
3 O ESPECIAL RESPEITO À ORGANIZAÇÃO SOCIAL DO ÍNDIO ...................................... 151
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................154RESUMO DO TÓPICO 4 .......................................................................................................................157
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................159
IX
UNIDADE 3: PROGRAMAS E PROJETOS SOCIAIS ................................................................ 161
TÓPICO 1: DA CONCEPÇÃO DE GASTO PARA INVESTIMENTO....................................... 163
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 163
2 UM BREVE HISTÓRICO ................................................................................................................. 164
3 A CONCEPÇÃO ATUAL: REALIDADE OU UFANISMO ........................................................ 167
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 171
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 176
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 178
TÓPICO 2: O MONITORAMENTO ................................................................................................ 179
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 179
2 O MONITORAMENTO ENQUANTO PROCESSO .................................................................. 180
3 A CONSTRUÇÃO DE INDICADORES ........................................................................................ 181
3.1 INDICADORES QUALITATIVOS ............................................................................................ 184
3.2 INDICADORES QUANTITATIVOS .......................................................................................... 187
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 189
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 191
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 193
TÓPICO 3: A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO CONSTANTE .............................................. 195
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 195
2 A AVALIAÇÃO ENQUANTO PESQUISA ................................................................................... 197
3 POR QUE AVALIAR? ........................................................................................................................ 197
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 200
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 203
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 204
TÓPICO 4: TIPOS E MODALIDADES DE AVALIAÇÃO .......................................................... 205
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 205
2 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ................................................................................................. 206
3 AVALIAÇÃO DE IMPACTO ........................................................................................................... 208
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................211
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................213
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................215
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................217
X
1
UNIDADE 1
ASSESSORIA E CONSULTORIA COMO 
PROCESSOS INTERVENTIVOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade você será capaz de:
• compreender os conceitos básicos de assessoria e consultoria e sua aplica-
bilidade enquanto intervenção profissional do assistente social;
• aprofundar a discussão sobre as competências teórico-metodológica, téc-
nico-operativa e ético-política do profissional de serviço social, na posição 
de consultor ou assessor;
• identificar a possibilidade de inserção do assistente social no mundo do 
trabalho nos processos de assessoria e consultoria, tanto em organizações 
não governamentais como em empresas.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos e, ao final de cada um deles, 
você terá a oportunidade de fixar seus conhecimentos, realizando as 
atividades propostas.
TÓPICO 1 – CONCEITOS BÁSICOS DE ASSESSORIA E CONSULTORIA
TÓPICO 2 – O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL COMO ASSESSOR E 
CONSULTOR 
TÓPICO 3 – ASSESSORANDO ORGANIZAÇÕES NÃO
 GOVERNAMENTAIS (ONGS)
TÓPICO 4 – ASSESSORANDO EMPRESAS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
CONCEITOS BÁSICOS DE ASSESSORIA E CONSULTORIA
1 INTRODUÇÃO
 “A boa sorte sempre é um dom dos deuses...
a aprovação dos antigos deuses não se ganha sendo bom,
mas sendo audaz.”
(ANITA BROOKNER, 2005)
Os termos assessoria e consultoria têm sido bastante usados em vários 
meios de comunicação. A atividade está em foco em muitas publicações 
contemporâneas, em especial na área de administração. 
O que ocorre, muitas vezes, é uma certa confusão na utilização dos termos, 
e até mesmo uma banalização das funções de consultor e assessor.
Neste tópico você terá a possibilidade de compreender os conceitos atuais 
de assessoria e consultoria, diferenciando-os entre si. Poderá compreender as 
diferenças e similitudes entre o consultor, o assessor e o gerente.
Procuramos trazer para você uma compreensão básica sobre estas 
intervenções profissionais, para que, na sequência, você possa compreender 
os processos de assessoria e consultoria relacionados ao fazer profissional do 
assistente social.
No final do tópico fazemos algumas indicações bibliográficas que vão 
conduzi-lo ao aprofundamento do assunto.
 
Agora é com você. Concentre-se e bons estudos!!
2 O QUE É ASSESSORIA
Para compreender o que é assessoria, comecemos por um conceito bem 
básico, que pode ser encontrado na maioria dos dicionários de Língua Portuguesa. 
Segundo Luft (2009), asssessor é o adjunto, ajudante, assistente, auxiliar. 
Portanto, a assessoria é uma atividade que tem o objetivo de ajudar e auxiliar as 
organizações (empresas-clientes) a obterem melhorias no seu desempenho.
UNIDADE 1 | ASSESSORIA E CONSULTORIA COMO PROCESSOS INTERVENTIVOS
4
A assessoria é uma atividade-meio que vem sendo cada vez mais difundida 
no mundo do trabalho. Este serviço é prestado por empresa especializada em 
assessoria, com uma equipe multiprofissional, ou por um assessor independente. 
Em ambos os casos é necessário que o assessor possua grande qualificação 
profissional e expressiva experiência nos assuntos envolvidos, conhecimento 
técnico e habilidade para orientar e estimular as ações a serem desenvolvidas. 
Sendo assim, esta atividade deve estar sempre atenta para a utilização 
de um instrumental capaz de proporcionar níveis mais elevados de eficiência, 
eficácia e efetividade. Lembrando que, de acordo com Valarelli (2001), a eficiência 
diz respeito à boa utilização dos recursos em relação às atividadese resultados 
atingidos, a eficácia observa se as ações realizadas permitiram alcançar os objetivos 
previstos e a efetividade examina em que medida os resultados estão incorporados 
de modo permanente à realidade da população-alvo da ação/projeto.
O assessoramento é um processo pelo qual a empresa contratante espera 
resultados do profissional contratado. A expectativa é que, através da assessoria, 
o profissional disponibilize o seu saber por um tempo determinado e em espaços 
profissionais específicos. 
Segundo a empresa lucrativa especializada em assessoria, normalmente 
os assessores são contratados por uma das seguintes razões: 
POR QUE AS EMPRESAS CONTRATAM ASSESSORIA?
	Para que forneçam conhecimentos e capacidades: quando a empresa não 
possui pessoa capaz de enfrentar problemas que exigem técnicas ou métodos 
específicos.
	Quando precisam de ajuda intensiva e temporária: um exame profundo 
dos problemas principais da empresa exigiria plena atenção dos diretores, 
pessoas que normalmente têm pouco tempo disponível, pois estão envolvidas 
com a direção do dia a dia. Assim, os assessores só intervêm pelo tempo 
necessário e deixam a empresa quando o trabalho estiver terminado.
	Para obter um ponto de vista independente e imparcial: os membros de uma 
empresa podem estar muito influenciados por suas experiências, interesses, 
tradições ou hábitos para conseguirem propor soluções viáveis ou tomar 
decisões corretas. Por outro lado, graças à sua independência, o assessor 
pode ser imparcial em situações em que nenhuma pessoa que trabalha na 
empresa conseguiria.
	Quando há necessidade de um especialista: alguns trabalhos são muito 
especializados para que seja necessário à empresa manter um elemento 
contratado permanentemente. Nestes casos, os assessores podem atender às 
necessidades sem onerar o quadro de pessoal da empresa;
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS DE ASSESSORIA E CONSULTORIA
5
	Para fornecer argumentos à direção: um diretor pode saber exatamente 
o que deseja e qual será sua decisão, mas às vezes prefere ou precisa das 
informações e argumentos de um assessor para fundamentar e justificar sua 
decisão.
	Quando há inovações e modernizações a serem implantadas: algumas 
atividades exigem acréscimos de conhecimento e métodos. O assessor pode 
assumir provisoriamente a atividade nova e, posteriormente, transferir 
as técnicas necessárias a alguém do quadro permanente da empresa. 
	Em casos urgentes: determinadas providências não podem esperar para serem 
adotadas quando houver gente da empresa disponível para atendê-las.
	Treinamento de pessoal: muitas empresas não têm departamento de 
treinamento. Estas podem recorrer à assessoria para que elabore e aplique 
programas de capacitação do pessoal.
	Análises e avaliações com os diretores: o assessor pode assessorar os 
executivos da empresa para a avaliação de projetos, processos ou análise de 
dados estratégicos.
FONTE: Disponível em: <http://www.lucrativa.com.br/asessoriaempresarial.asp->. Acesso em: 
30 mar. 2011.
O assessor deve estar em constante atualização e jamais perder de vista 
que não conquistará nada sozinho. Ele acompanha processos de trabalho da 
instituição (empresa/organização), apontando as possibilidades, os limites e as 
alternativas de ação no projeto pretendido, sempre em interação com os demais 
atores envolvidos.
 
O assessor tem por atribuição estimular a troca de experiência entre 
os diversos saberes profissionais e articulá-los para os bons resultados 
pretendidos. Cabe a ele despertar o espírito de superação numa perspectiva 
de interdisciplinariedade. Compreendendo que “o que caracteriza a atitude 
interdisciplinar é a ousadia da busca, da pesquisa, é a transformação da 
insegurança num exercício de pensar, num construir” (FAZENDA, 2006, p. 79).
UNI
Caro(a) acadêmico(a), no próximo tópico aprofundaremos a discussão sobre 
interssetorialidade, onde você terá mais elementos para compreender o que ela representa.
UNIDADE 1 | ASSESSORIA E CONSULTORIA COMO PROCESSOS INTERVENTIVOS
6
Ao referirmos bons resultados pretendidos, lembramos que, como 
em qualquer outra intervenção profissional, a chance de termos uma ação 
bem-sucedida começa pelo planejamento. Com a atividade e assessoria não é 
diferente, ela requer minucioso planejamento. Você já deve ter estudado, em 
outras diciplinas, a importância do planejamento, por isto não vamos aprofundar 
a discussão, mas chamamos atenção para sua indispensabilidade e pontuamos 
o diagnóstico como um momento de especial dedicação no planejamento na 
atividade de assessoria.
Mas, afinal de contas, o que significa um diagnóstico neste processo de 
planejamento em assessoria?
Pois bem, comecemos pelo PROCESSO. Diagnosticar significa dizer que 
precisamos ter conhecimento de todos os fatores envolvidos na situação que 
requer a assessoria, lembrando que estes fatores estão em processamento, ou 
seja, não são estanques, eles mudam e se transformam constantemente. 
Não é possível que um assessor chegue a uma instituição com um 
plano padrão, prometendo “milagres”, desconsiderando a história pregressa 
desta instituição, as pessoas que a compõem, suas subjetividades, a missão da 
instituição, os esforços e disponibilidades de cada colaborador para efetivar esta 
missão. Mais do que propostas infalíveis, o assessor precisa, em primeiro lugar, 
estar disponível para saber também das falhas, dos fracassos; precisa conhecer os 
sucessos e os motivos que os impulsionaram.
É preciso observar comportamentos, ouvir depoimentos, analisar 
documentos antes de propor qualquer alternativa de ação. A assessoria só 
ocorre quando o assessor já conhece a realidade e se apropria dela juntamente 
com os demais atores sociais envolvidos. De acordo com Rivera (1992, p. 61), 
“o diagnóstico é um momento analítico. Para análise é necessário esmiuçar 
a realidade... Porém, o diagnóstico não pode se esgotar na análise, mas deve 
concluir com um momento integrador, de síntese das observações que compõem 
os diferentes níveis examinados”. 
Estaremos retomando a importância do diagnóstico durante todo o 
nosso Caderno de Estudos, dada a sua relevância, mas aqui estamos destacando 
que ele é o princípio de qualquer bom processo de assessoria que pretenda 
estar comprometido com a transformação da realidade social. Retomando, o 
diagnóstico é o primeiro passo passo o “sucesso” do planejamento. 
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS DE ASSESSORIA E CONSULTORIA
7
3 O QUE É CONSULTORIA
Vamos começar falando de consultoria da mesma forma que abordamos 
o conceito de assessoria, recorrendo ao dicionário. Luft (2009) nos aponta que 
consultor é aquele que dá conselhos, que apresenta sua opinião ou parecer sobre 
algum assunto. Vejamos então no que se diferencia a função de assessor da função 
de consultor.
O consultor está diretamente ligado à ação cotidiana, sendo que o 
mesmo estará presente como um braço externo, pronto para emitir parecer 
sobre determinadas questões que estão afetas à organização-instituição que lhe 
pretende consultar.
Segundo Oliveira (2007, p. 4), “consultoria é um processo interativo de 
um agente de mudanças externo à empresa, o qual assume a responsabilidade 
de auxiliar os executivos e profissionais da referida empresa nas tomadas de 
decisões, não tendo, entretanto, o controle direto da situação”.
É importante destacar que estamos tratando aqui da figura do consultor 
externo, aquele representado por um profissional autônomo ou por uma empresa 
de consultoria. Contudo, cabe esclarecer que existe a possibilidade de um consultor 
interno, “representado por um funcionário da empresa-cliente, o qual realiza 
serviços para áreas diversas da referida empresa” (OLIVEIRA, 2007, p. 52).
Consultores são profissionais especializados em determinada área que 
auxiliam na identificação de oportunidades de melhoria e na implantação de 
novas metodologias e sistemas. O consultor, por estar “do lado de fora”, percebe 
com mais facilidade alguns “maus hábitos”,não mais percebidos na pressão do 
dia a dia. O consultor ajuda a identificar e corrigir estes “desvios”.
Precisamos diferenciar ainda a figura do consultor e a figura do gerente. 
De acordo com Block (1993, p. 3), “um consultor é uma pessoa que está em posição 
de ter alguma influência sobre um indivíduo, um grupo ou uma organização, 
mas que não tem o poder direto de produzir mudanças ou programas de 
implementação. Um gerente é alguém que tem controle direto sobre a ação”. 
O autor destaca ainda que o objetivo do consultor é estar envolvido em 
intervenções bem-sucedidas.
Block (1993) aponta três tipos de HABILIDADES para desempenhar um 
bom papel de CONSULTOR:
	Habilidades Técnicas: estas habilidades dizem respeito à especialização. 
É necessário que o consultor seja especialista em alguma área, que ele saiba 
profundamente do assunto que vai prestar consultoria.
UNIDADE 1 | ASSESSORIA E CONSULTORIA COMO PROCESSOS INTERVENTIVOS
8
	Habilidades Interpessoais: estas habilidades dizem respeito à capacidade de 
relacionamento com as pessoas, a forma de expressão, de saber ouvir, discutir 
e opinar. Estas habilidades interpessoais estão voltadas ao relacionamento 
afetivo que será estabelecido no processo de consultoria. Ela envolve vários 
elementos, como responsabilidade, sentimentos, confiança e, até mesmo, as 
próprias necessidades do consultor.
	Habilidades de Consultoria: estas habilidades nos remetem às fases essenciais 
do trabalho de consultoria. Fases estas compreendidas como um processo que 
deve ser seguido sequencialmente para garantir um bom trabalho. São cinco 
as fases a seguir: o contato; a coleta de dados e diagnósticos; feedback e decisão 
de agir; implementação e, finalmente, a extensão, reciclagem ou término. 
Certamente, você acaba de identificar estas fases, como também etapas de 
planejamento, e você tem razão: elas compõem o processo de planejamento 
dentro da atividade de consultoria. 
Como já falamos anteriormente no significado do diagnóstico, vamos 
citar agora a importância do feedback, que é, na sequência, a complementaridade 
do diagnóstico. O feedback é a fase de analisar o diagnóstico com o cliente. Neste 
momento de análise serão estabelecidas as metas de ação, escolhidos os melhores 
passos de intervenção para atender à necessidade estabelecida no objetivo. A partir 
daí a próxima fase será a de implementação das ações propriamente dita, aquelas 
estabelecidas no feedback serão postas em prática. A última fase, tão importante 
como as demais, é a fase de término; nela será estabelecido se a consultoria está 
encerrada momentaneamente por ali, se ela vai ser estendida por mais tempo ou 
se será realizada periodicamente, sob forma de reciclagem.
Assim como a assessoria, a consultoria também é prestada por empresa 
especializada ou por profissional autônomo especialista em determinado assunto. 
O fundamental é que o profissional consultor tenha vasta experiência na área 
onde vai atuar. Surge aí o dilema entre a teoria e a prática.
UNI
Desde o início do curso, você já ouviu várias vezes a frase “NÂO BASTA SABER, 
É PRECISO SABER FAZER”. Pois bem, aí está sua aplicação na prática. Não basta ao consultor 
ser um PHD no assunto. Se não desenvolver experiência na área, se não praticar estes 
conhecimentos, não saberá o valor real e prático dos mesmos. Vejamos mais sobre isto!
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS DE ASSESSORIA E CONSULTORIA
9
Muitas vezes, imaginamos que a prática cotidiana nos habilita a 
enfrentar as inúmeras situações que se apresentam e, de forma complexa, vão se 
transformando numa velocidade que somente a “correria” do dia a dia é capaz de 
entendê-la e formar-lhe respostas. Acreditamos que a nossa experiência vivida, o 
que chamamos de conhecimento empírico, é suficiente para nos qualificar como 
um bom profissional “sabedor” das suas competências.
Outras vezes, nos debruçamos a estudar um imenso compêndio sobre 
determinado assunto, aprofundando nosso saber teórico, nas mais variadas 
literaturas sobre o tema – o que chamamos de conhecimento científico -, e nos 
tornamos “peritos” a partir da literatura, acreditando que somos capazes de 
interpretar qualquer situação cotidiana e apontar-lhe soluções pragmáticas.
Grande equívoco se faz em ambas as percepções. O saber é construído 
a partir da práxis, ou seja, a ação refletida a partir de uma teoria impulsiona 
uma nova ação (ação/reflexão/ação), e assim sucessivamente. Desta forma, 
vamos construindo um saber que consegue unir o conhecimento empírico e 
o conhecimento científico. Seria inútil todo conhecimento teórico de algum 
assunto, se não repousasse na prática o seu sentido de ser. O conhecimento só tem 
sentido quando é posto à disposição para melhorar a condição de vida humana. 
Por outro lado, se perderia no tempo e no espaço o conhecimento adquirido na 
experimentação, se não fosse refletido e sistematizado.
Esta combinação teoria e prática é uma das molas propulsoras para o 
desenvolvimento do conhecimento. Poderia ilustrar esta relação com um exemplo 
de nossa prática profissional:
 Em cerca ocasião, trabalhávamos com uma comunidade rural um projeto 
de saneamento básico. Através de reuniões com o clube de mães da localidade, 
fomos apresentando “teorias” sobre a importância do consumo de água em 
quantidade suficiente e qualidade adequada, pontuando as doenças transmitidas 
através da água contaminada. Foram seguidos encontros sobre o tema, até 
abordarmos especificamente a importância da limpeza do reservatório (caixa 
d’água), destacando desde as consequências da falta de limpeza até as formas 
adequadas de realização da limpeza do reservatório. 
Neste caso, além de utilizarmos o instrumental específico do Serviço Social, 
utilizamos teorias da área da saúde, portanto, nossa ação era movida por teorias. 
Mas poderíamos nos perguntar: em que momento esta teoria fez total sentido na 
realidade? Foi a própria comunidade quem nos fez compreender este sentido.
Na semana seguinte, na abordagem do tema limpeza do reservatório, 
chegamos ao local e horário da reunião e não havia ninguém aguardando. Foi 
quando um senhor nos trouxe um recado. Dizia ele que as mulheres do clube 
de mães estavam todas na escola da comunidade. Fomos até a escola e, quando 
lá chegamos, tivemos uma grata surpresa. As mulheres haviam organizado um 
mutirão comunitário para a limpeza da caixa d’água da escola. Além delas, alguns 
de seus maridos estavam envolvidos com a atividade. 
UNIDADE 1 | ASSESSORIA E CONSULTORIA COMO PROCESSOS INTERVENTIVOS
10
Para as famílias, a teoria fez sentido quando puderam traduzir para algo 
concreto que compreendessem. Para nós, pudemos refletir a prática e redirecionar 
nossa ação sempre pontuando com questões concretas que, efetivamente, tivessem 
significado para a comunidade, e refletimos também sobre a própria organização 
da comunidade como exercício de cidadania e participação, uma vez que esta 
participação traz consigo a possibilidade real de concretização de ideias. Através 
da participação sabemos que:
[...] a população organiza formas de sobrevivência e nelas ganham 
sentido a solidariedade, a iniciativa e a criatividade como elementos 
que dão força à sua organização de classe. E seria na sua organização 
como classe, nas formas próprias de encaminhamento aos seus 
interesses, onde poderiam germinar as condicionantes de superação 
do modelo de desenvolvimento brasileiro (KOIKE, 1980, p. 71).
Da mesma forma, um consultor não pode apenas basear-se nas teorias para 
realizar sua intervenção, ele precisa de muita experiência prática. Não imagine 
você que, ao sair dos bancos acadêmicos e continuar estudando exaustivamente 
teorias sobre determinada questão, estará habilitado para ser um excelente 
consultor. Você vai precisar vivenciar as teorias, experimentá-las e praticá-las.
 Pavan (2011) afirma que para se tornar um consultor é necessário ter 
domínio do assunto/área em que se pretende dar consultoria. Para que isto seja 
possível são necessáriosanos de experiência profissional. Para ela, um bom 
consultor reúne domínio profissional e escolaridade, ambos em equilíbrio.
A autora destaca ainda três características em um bom consultor. Ele deve 
ser criativo, inovador e, sobretudo, saber ouvir. Você está se lembrando destes 
conceitos? Sim, você já ouviu falar nisso algumas vezes. Em especial, quando 
falamos em espírito empreendedor e liderança. Isto mesmo, o consultor é um 
empreendedor, é um líder e, como tal, deve estar sempre à frente do seu tempo, 
deve ser previdente, estratégico. 
Oliveira (2007) também destaca algumas características importantes no 
comportamento do consultor. Para ele, o consultor deve ter atitude interativa, ter 
diálogo amplo, ser negociador, obter comprometimento das pessoas, estabelecer 
confiança e lealdade.
NOTA
Caro(a) acadêmico(a), lembre-se: a linguagem do consultor deve ser descritiva, 
centrada, específica, curta e simples. Evite a linguagem avaliativa, global, estereotipada, longa 
e complicada.
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS DE ASSESSORIA E CONSULTORIA
11
Falando um pouco mais da postura do consultor enquanto líder, podemos 
lembrar que “os líderes se sobressaem por serem diferentes. Eles questionam as 
hipóteses e suspeitam da tradição. Eles procuram a verdade e tomam decisões 
baseados no fato, não no preconceito. Eles têm preferência pela inovação” (PRIOR, 
apud FENTON, 1992, p. 153).
Você constatou que, assim como o assessor, o consultor também trabalha 
à base de planejamento, e este deve ser realizado, minuciosamente, a partir de 
um bom diagnóstico, que mostrará o retrato da realidade onde pretende atuar. 
Será seguido por fases sequenciais, sempre comprometidas com os objetivos 
propostos e a missão da organização. O consultor também não conquista sucesso 
sozinho, ele deve ter sempre presente o espírito de equipe. 
UNI
Você já conseguiu fazer várias ligações entre o conteúdo estudado 
anteriormente e o que estamos vendo agora. Isto é ótimo, sinal de que você está construindo 
seu conhecimento!
UNI
Para um aprofundamento destes temas, sugiro que você leia os seguintes 
livros:
OLIVEIRA, Djalma de Pinho 
Rebouças de. Manual de consultoria 
empresarial. São Paulo: Atlas, 2007.
BLOCK, Peter. Consultoria, o desafio 
da liberdade. São Paulo: Makronbook, 
1993.
UNIDADE 1 | ASSESSORIA E CONSULTORIA COMO PROCESSOS INTERVENTIVOS
12
UNI
INDICAÇÃO DE filme:
FILME: VIRANDO O JOGO
Dados técnicos
Título no Brasil: Virando o Jogo.
Título original: The Replacements.
País de origem: EUA.
Gênero: drama.
Tempo de duração: 118 minutos.
Ano de lançamento: 2000.
Site oficial: 
Estúdio/Distrib.: Warner Bros.
Direção: Howard Deutch.
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS DE ASSESSORIA E CONSULTORIA
13
LEITURA COMPLEMENTAR
TRABALHANDO NA ERA DO NÃO EMPREGO
Dino Mocsányi
Por vários milênios, em nossa civilização, ninguém tinha um “emprego 
fixo” da maneira como temos hoje este conceito, aliás, em lenta, porém franca, 
extinção. O trabalho então era desenvolvido de forma autônoma por quem sabia 
fazê-lo, dando origem aos artesãos, mestres e, posteriormente, às corporações de 
ofício da Idade Média.
Eu sei que você não tem tanta idade assim para lembrar-se de todos estes 
detalhes com precisão, mas assim foi até o início da Revolução Industrial (que 
saudade de minhas aulas de História...). Surgiram e cresceram então, assim, 
as primeiras grandes empresas, absorvendo os camponeses emigrados para as 
cidades, expulsos pela falta de trabalho decorrente da mecanização agrícola. Esta 
trajetória ocorreu em muitos lugares do mundo civilizado, no Brasil inclusive, 
ainda que por aqui com algum atraso, já pelo meio do século 20.
Na crença de que uns só serviam para o trabalho braçal, enquanto outros, mais 
privilegiados, deveriam administrar os primeiros, empilharam-se caixinhas e mais 
caixinhas organizacionais sobre os níveis operacionais. Surgiram, assim, as grandes 
e inflexíveis estruturas hierárquicas, e as noções de “trabalho” e de “emprego” se 
confundiram. Trabalhar significava estar empregado (note o tempo de verbo no 
passado...). Em um futuro bem próximo, sem dúvida iremos relembrar o final do 
século passado e este nosso século 20 como a “Era do Emprego”. 
 
O QUE OCORRE HOJE 
 
A moda agora é dizer que os empregos estão indo embora. Você já ouviu 
isto em algum lugar, não é mesmo? No entanto, pessoas ainda são empregadas, 
e sempre o serão.
O que ocorre é que o trabalho que elas estão sendo solicitadas a realizar 
encaixa-se cada dia menos no modelo que nós conhecemos como “aquele bom 
emprego”. O que está acontecendo? Neste nosso mundo globalizado, do qual 
fazemos parte agora, e que muda durante cada mal dormida noite de sono, surge 
nova pressão, por contínua e acelerada readequação da força de trabalho, seja 
ela operacional, técnica ou executiva. E isto precisa se processar, no mínimo, 
na velocidade com que cenários, mercados e tecnologia mudam, senão mais 
rapidamente, se as organizações e pessoas quiserem se antecipar às mudanças, 
sobreviver e prosperar.
UNIDADE 1 | ASSESSORIA E CONSULTORIA COMO PROCESSOS INTERVENTIVOS
14
Do ponto de vista dos recursos humanos, a questão básica que atinge as 
organizações não está associada tanto às situações econômicas contingenciais, 
mas à necessidade destas organizações mudarem mais agilmente do que jamais 
necessitaram fazer antes.
Estruturas organizacionais e empregos tradicionais, na maneira como nós 
os conhecemos, com horário e local de trabalho fixos, descrição de cargo clara e 
relação direta e hierárquica entre chefe e empregados, revelaram-se uma maneira 
bastante inflexível para se realizar o trabalho requerido. Além do surgimento 
do estilo “coaching” de administração, empresas do futuro terão como forte 
característica serem “sem empregados”, e muitas que são proativas já estão 
assumindo este novo modelo. 
Na prática, o que ocorre é que continua existindo muito trabalho para 
ser feito, certamente até mais do que em saudosos tempos mais plácidos, mas 
as estruturas de cargos e de relação de comando vertical estão rapidamente 
desaparecendo.
O trabalho passa, cada dia mais, a ser realizado pela categoria de 
“profissionais sem emprego” (por favor: não confunda com “desempregados”!), que 
estejam em condições de oferecer instantaneamente o conhecimento e habilidades 
necessárias, pelo tempo em que estas forem requeridas pelas organizações.
 
Assim, “empregos” tradicionais estão rapidamente se transformando em 
história passada, e o trabalho é cada vez mais realizado por pessoas que não fazem 
parte do quadro fixo das empresas. Este é o caso, por exemplo, dos profissionais 
que saem (ou “são saídos”...) das empresas e continuam prestando serviços em 
tempo parcial, como subcontratados.
Dos mais tradicionais níveis operacionais, até os executivos temporários 
para direção de projetos e empreendimentos, esta também é a situação dos 
profissionais temporários ou por contrato, forma que já se torna usual em vários 
segmentos empresariais, como a indústria sob encomenda e bens de capital, 
imobiliário e construção civil, telecomunicações e infraestrutura em geral, em 
responsabilidades como Marketing, Finanças e Tecnologia da Informação, para 
mencionar algumas.
Esta forma de vínculo temporário e parcial inclui os consultores e profissionais 
independentes, os terceirizados e até mesmo os membros de times interfuncionais, 
nos quais ninguém mais tem uma função ou descrição de cargo clara e permanente. O 
vínculo do próximo século deverá ser com o trabalho que cada um sabe fazer, e não 
mais com o emprego ou com um empregador. Ter um bom currículo, ou um longo 
tempo de casa, não garante mais coisa nenhuma neste mundo novo, tão dinâmico e 
instável. Empresas e organizações em geral só sobreviverão se puderem contar com 
os melhores recursos humanos disponíveis a cada momento, dentro de um cenário 
de demandas que mudam com velocidade inédita.
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS DE ASSESSORIA E CONSULTORIA
15
A questão que colocopara reflexão é que as organizações só vêm mudando 
de maneira superficial: elas ainda empregam pessoas, pagam a elas para fazer 
o trabalho que seu emprego exige, as avaliam pela performance no emprego e 
as promovem para um novo cargo se elas forem bem-sucedidas. Organizações 
tradicionais são constituídas por empregados, da mesma forma que paredes 
são, lentamente, construídas com tijolos. Mas o ritmo de mudanças que ocorre 
hoje exige formas construtivas muito mais dinâmicas e ágeis, que possam ser 
adaptadas muito mais rapidamente. Vejo, com clareza absoluta, que na virada do 
milênio já mergulhamos de cabeça na “Era do não emprego”, cujas consequências 
mal começam a ser compreendidas por trabalhadores, empresas e governos.
FONTE: MOCSÁNYI, Dino. Trabalhando na era do não emprego. Disponível em: <http://www.
consultores.com.br/artigos.asp?cod_artigo=23>. Acesso em: 11 abr. 2011
16
Neste tópico pudemos observar uma discussão acerca do significado da 
assessoria e consultoria, no qual foram abordados os seguintes itens:
	A assessoria é uma atividade que tem por objetivo ajudar e auxiliar as 
organizações a obterem melhorias no seu desempenho. 
	A assessoria deve estar sempre atenta para a utilização de um instrumental 
capaz de proporcionar níveis mais elevados de eficiência, eficácia e efetividade. 
	O assessor disponibiliza o seu saber profissional por um determinado 
tempo, numa postura de interdisciplinariedade, com os demais profissionais 
envolvidos.
	O assessor trabalha sempre numa perspectiva de planejamento, entendendo o 
diagnóstico como momento de fundamental importância.
	A consultoria externa é um processo interativo, no qual um agente externo 
assume a responsabilidade de auxiliar a empresa nas tomadas de decisões, não 
tendo, entretanto, o controle direto da situação.
 
	A linguagem do consultor deve ser descritiva, centrada, específica, curta e 
simples. 
	O consultor é um profissional especializado em determinada área que auxilia 
na identificação de oportunidades de melhoria e na implantação de novas 
metodologias e sistemas.
	O consultor deve atrelar experiência e escolaridade, equilibrando teoria e 
prática.
	O consultor deve ter sempre atitude proativa e empreendedora.
	O consultor reúne as habilidades técnicas, interpessoais e de consultoria.
	A consultoria está baseada no planejamento, onde a fase do feedback, precedida 
do diagnóstico, é fundamental para estabelecer as melhores ações a serem 
realizadas e dar continuidade às fases seqüentes, que são de implementação e 
término.
RESUMO DO TÓPICO 1
17
A partir dos conteúdos estudados neste tópico, para exercitar sua construção 
do conhecimento e aproveitar para estudar para as avaliações, responda às 
seguintes questões.
1 Como você diferencia assessoria de consultoria?
2 Qual a importância do diagnótico nos processos de assessoria e consultoria?
3 O que significa dizer que o saber é construído a partir da práxis profissional ?
4 Quais são os tipos de habilidades apontadas por Block para desempenhar 
um bom papel de consultor?
AUTOATIVIDADE
18
19
TÓPICO 2
O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL COMO ASSESSOR E 
CONSULTOR
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Nunca acreditei que pudéssemos transformar o mundo, 
mas acho que todos os dias as coisas podem ser transformadas.
(FRANÇOISE GIRAUD, 2005)
No tópico anterior falamos em assessoria e consultoria. A atividade 
está em foco em várias publicações contemporâneas, em especial na área de 
administração. O que você deve estar se perguntando é o que esta tal de assessoria 
e consultoria tem a ver com o Serviço Social; afinal de contas, como o assistente 
social se encaixa nesta atividade?
Não é novidade, para você, que a profissão de assistente social vem sendo 
construída historicamente e o objeto da ação profissional são as expressões da 
questão social que se apresentam no cotidiano. Então, se o cotidiano vai sendo 
modificado e estas expressões se manifestam de outra forma, nada mais natural 
que a profissão esteja atenta a estas mudanças e pense na possibilidade de 
intervenção a partir delas.
Neste tópico você terá a possibilidade de repensar os conceitos atuais 
de assessoria e consultoria, fazendo um gancho de como se direcionam ao 
fazer profissional do assistente social. Mais especificamente, estamos falando 
de Assessoria e Consultoria em Programas e Projetos Sociais, retomando o que 
você já vem apreendendo sobre as competências teórico-metodológica, técnico-
operativa e ético-política.
Entretanto, lembre-se sempre: os conteúdos aqui abordados não são 
finalistas em si mesmos, objetivam o despertar do assunto. Você terá indicações 
bibliográficas e de outras fontes de pesquisa que o auxiliarão no aprofundamento 
do tema. Afinal, um bom assessor ou consultor é aquele que conhece 
profundamente o assunto que se dispõe a trabalhar! 
Agora é com você! Acomode-se em um bom lugar para estudar, olhos no 
livro e mente concentrada. Bons estudos!
UNIDADE 1 | ASSESSORIA E CONSULTORIA COMO PROCESSOS INTERVENTIVOS
20
2 A LEI DE REGULAMENTAÇÂO DA PROFISSÂO
Os processos de assessoria, além de contribuírem para a reafirmação 
profissional no projeto ético-político, reforçando a viabilização na 
garantia dos direitos dos usuários e no acesso aos bens e serviços 
e às políticas públicas, apontam também para a importância da 
cientificidade no Serviço Social e do assistente social como profissional 
detentor de conhecimentos relevantes a serem discutidos com outros 
sujeitos sociais e profissionais (BRAVO; MATTOS, 2006, p. 30).
A partir desta citação, podemos realizar uma reflexão sobre o papel do 
assistente social nos processos de assessoria e consultoria de programas e projetos 
sociais, refletindo sobre o caráter do projeto ético-político e sobre a questão da 
cientificidade.
Em relação ao caráter ético-político, é importante lembrar que o 
assistente social comprometido com a garantia de acesso aos direitos legalmente 
estabelecidos é, também, um cidadão de direitos. Traz consigo o dever da lealdade 
profissional e, ao mesmo tempo, a vivência de um trabalhador inserido no mundo 
do trabalho regido pelo neoliberalismo, que lhe envolve na trama da contradição 
capital-trabalho.
Trama profícua na acumulação de capital e concentração de renda e 
inscrita nas relações institucionais, onde a reestruturação de um novo padrão 
administrativo é marcada por estratégias de redução de gastos, sendo as gerências 
das instituições assumidas por assessores. Neste tipo de assessoria é necessário 
cautela, pois “...o convite ao Serviço Social para assessorar gerências vem 
acompanhado do deslocamento funcional deste profissional... e o atendimento 
formal, abstrato e mercantil é o que tem sobrado para os usuários nestas 
instituições” (BRAVO; MATTOS, 2006, p. 56).
Quanto à cientificidade, já pontuamos a importância da práxis 
profissional, da relevância do diagnóstico, da dualidade e complementariedade 
da teoria e da prática. Todos estes aspectos estão relacionados ao fortalecimento 
do Serviço Social como ciência. Porém, neste processo de cientificidade é mister 
que o assistente social assuma uma atitude proativa. É eminente que sistematize 
o conhecimento.
O conhecimento advindo do processo de assessoria e consultoria deve ser 
organizado através de textos, de relatórios, para que possam ser socializados, a 
fim de serem criticados, refletidos, para que promovam uma nova intervenção, 
assim melhorada. 
 
“A atividade de assessoria prevê, portanto, uma permanente capacitação 
do assessor, uma leitura continuada de conjuntura e a capacidade de apresentar 
– claramente – as suas proposições” (BRAVO; MATTOS, 2006, p. 57).
TÓPICO 2 | O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL COMO ASSESSOR E CONSULTOR
21
A Lei Federal nº 8.662/93, publicada no Diário Oficial da União em 
8/07/1993, que regulamenta a profissão de assistente social, traz também, no seu 
corpo, indicativos para a ação profissional voltada nestes dois sentidos. Vejamos:
Art. 4º Constituemcompetências do assistente social:
I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da 
administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações 
populares;
II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que 
sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade 
civil;
VI - planejar, organizar e administrar benefícios e serviços sociais;
VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise 
da realidade social e para subsidiar ações profissionais;
VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta 
e indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às matérias 
relacionadas no inciso II deste artigo;
IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada 
às políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais 
da coletividade;
X - planejamento, organização e administração de serviços sociais e de Unidade 
de Serviço Social;
XI - realizar estudos socioeconômicos com os usuários para fins de benefícios 
e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta, 
empresas privadas e outras entidades.
Art. 5º Constituem atribuições privativas do assistente social:
I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, 
planos, programas e projetos na área de Serviço Social;
II - planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de 
Serviço Social;
III - assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e indireta, 
empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço Social. (Lei 
Federal nº 8.662/93, publicada no Diário Oficial da União em 8/07/1993).
FONTE: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8662.htm>. Acesso em: 20 
mar. 2011.
Como vimos, a própria lei de regulamentação da profissão traz, no 
seu bojo, a possibilidade do assistente social estar inserido nos processos de 
assessoria e consultoria, tanto em órgãos públicos como em movimentos sociais e 
empresas privadas. Vejamos, a seguir, como esta inserção pode ser materializada 
no mercado de trabalho atual. 
UNIDADE 1 | ASSESSORIA E CONSULTORIA COMO PROCESSOS INTERVENTIVOS
22
3 NOVAS PERSPECTIVAS DE INTERVENÇÃO E INCLUSÃO NO 
MERCADO DE TRABALHO
É recente a inclusão dos processos de assessoria e consultoria enquanto 
possibilidade de intervenção profissional do assistente social, ao menos em nível 
de produção bibliográfica. Bravo e Mattos (2006) afirmam que, ao analisarem 
o material publicado sobre o assunto, não é possível encontrar mais de duas 
dezenas de teses, livros ou capítulos de livros.
Segundo as mesmas autoras, somente a partir dos anos 80 é que o Serviço 
Social ganha crédito para assessorar inúmeras experiências no campo das políticas 
sociais, não somente pela capacidade profissional, mas também pela realidade 
conjuntural. Realidade esta inscrita pela descentralização das políticas públicas.
 
Você deve estar se perguntando: que capacidade profissional é esta? A 
capacidade profissional que está pautada pelo seu currículo acadêmico, que leva 
você a compreender desde a gênese das instituições sociais, da concepção mais 
remota de cidadania, até a legislação atual sobre o tema. Da imensa variedade de 
conteúdos das diversas áreas do saber, que lhe proporcionam uma generalidade 
sem igual na construção do seu conhecimento, abrangendo psicologia, direito, 
sociologia, saúde, administração, entre outros.
Esta capacidade profissional na qual poderíamos dizer que sua 
especialidade é a generalidade. Não queremos, aqui, fazer um discurso 
corporativista e romântico da profissão, tampouco parecer demasiadamente 
simplória sua definição. Queremos trazer para reflexão a riqueza destes 
conhecimentos e a certeza empírica de que o profissional de Serviço Social é o 
que consegue “enxergar” o ser humano com todas as suas facetas, submerso 
no turbilhão do cotidiano, e fazer uma análise de conjuntura relacionada às 
subjetividades deste cidadão. Consegue ainda neste cenário, o assistente social, 
criar espaços que favoreçam a reflexão, a democratização de informações, a 
organização e o fortalecimento da garantia de acesso aos direitos.
A própria Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social 
(ABEPSS), nas diretrizes curriculares para o curso de Serviço Social, Resolução 
nº 15, de 13 de março de 2002, ao tratar sobre o perfil dos formandos (1999), refere 
que o assistente social é um profissional que atua nas expressões da questão social, 
formulando e implementando propostas de intervenção para seu enfrentamento, 
com capacidade de promover o exercício pleno da cidadania e a inserção criativa 
e propositiva dos usuários do Serviço Social no conjunto das relações sociais e no 
mercado de trabalho. 
Como vimos no tópico anterior, o assessor ou o consultor são profissionais 
especializados em determinada área, então você poderá estar se perguntando 
agora: como fica o assistente social frente a esta “especialização”? Repousa aí 
TÓPICO 2 | O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL COMO ASSESSOR E CONSULTOR
23
uma grande vantagem do profissional de Serviço Social: poderá ele escolher sua 
especialidade num imenso universo de possibilidades. Não precisa estar limitado 
a uma só escolha, ou a uma só área de conhecimento. 
Caro(a) acadêmico(a), você tem o privilégio de transitar por vários saberes 
e de experienciar alguns deles na prática supervisionada. 
O assistente social, na postura de assessor ou consultor, poderá, por 
exemplo, atuar na área de saúde mental, ou na área da justiça, com crianças e 
adolescentes, ou na área escolar, com famílias, ou na área de habitação popular, 
ou ainda na área de esporte, lazer e cultura, como forma de inclusão social. Todas 
estas possibilidades estão afetas a programas e projetos sociais e são objeto de 
ação do assistente social. Enfim, toda e qualquer expressão da questão social 
pode ser vista como especialidade em programas e projetos sociais, nos quais o 
assistente pode realizar sua intervenção profissional como assessor ou consultor.
 
Bravo e Mattos (2006, p. 45), neste sentido, afirmam que “os assistentes 
sociais vêm sendo requeridos a prestarem assessoria à gestão/formulação de 
políticas sociais públicas e privadas e aos movimentos sociais. Esta não é uma 
prerrogativa exclusiva da profissão, entretanto, o Serviço Social vem sendo 
identificado como sujeito produtor e propositor nestes assuntos.” 
Agora que já falamos da capacidade profissional, vamos falar um pouco 
da realidade conjuntural, em especial da descentralização das políticas públicas. 
A realidade conjuntural reforça a lógica capitalista de que, cada vez mais, 
o mundo globalizado “vende” a ideia de que o mais importante para ser feliz é 
“TER”. Que o consumo de bens e serviços, exclui paulatinamente as camadas 
menos favorecidas economicamente. Uma realidade conjuntural perversa, onde 
as políticas compensatórias (as que dão o peixe) ainda são mais marcantes do 
que as emancipatórias (as que ensinam a pescar). E neste lócus, onde o assistente 
social é parte, é preciso ter cautela e vigilância permanente, pois ele próprio não 
está imune e pode ser manipulado ou manipulador na lógica capitalista.
Na contraditória sociedade capitalista faz-se necessário revelar os 
caminhos da prática, visto que os assistentes sociais podem estar 
favorecendo a organização social vigente, participando do processo de 
repressão da classe trabalhadora - ou favorecendo os diferentes segmentos 
de trabalhadores –, reforçando seu processo de mobilização, organização 
e controle social (VASCONCELOS apud BRAVO, 2006, p. 11).
Sobre a questão da descentralização das políticas públicas, destacamos 
sua relevância como uma forma de materialização da Constituição Cidadã de 1988. 
Esta descentralização estabelece-se quando as ações governamentais deixam de 
ser exclusivamente exercidas no âmbito do GovernoFederal. Ela se consolida com 
a democracia, onde o poder é partilhado não somente entre as esferas de governo 
(Federal, Estadual e Municipal), mas também com os cidadãos. Neste cenário está 
inserido o controle social, através dos conselhos municipais paritários e deliberativos.
UNIDADE 1 | ASSESSORIA E CONSULTORIA COMO PROCESSOS INTERVENTIVOS
24
UNI
Caro(a) acadêmico(a), sobre o controle social, estaremos aprofundando mais 
nossa explanação na próxima unidade, quando estivermos compreendendo a administração 
pública.
Muito bem, já identificamos dois fatores que justificam a inserção do 
assistente social no mundo do trabalho, a partir da assessoria e da consultoria, 
sendo eles a capacidade profissional e a atual conjuntura de descentralização das 
políticas públicas. O que você deve estar se perguntando agora é: como se faz esta 
intervenção? De que forma ela se processa?
Este é o assunto que vamos ver agora, enfocando o fazer profissional 
através de três dimensões que devem estar definidas na prática do assistente 
social. Dimensões estas que se perpassam e complementam, formatando assim a 
intervenção profissional. 
3.1 FOCANDO A DIMENSÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA
Esta dimensão define a prática profissional, à medida que responde quais 
são as teorias que norteiam a ação profissional, ou seja, qual é o arcabouço teórico 
utilizado pelo assistente social para compreender a realidade social. Mais do que 
isto, em que concepções teóricas está baseada sua intervenção profissional e qual 
a metodologia que utiliza para isto. É através dela que determinamos o PORQUÊ 
CONHECER a realidade. É um instrumento de ruptura com o senso comum.
UNI
Certamente, já nesta fase do curso você compreende do que estamos falando. 
Hoje, você já não pensa mais da forma como pensava quando ingressou no curso. Agora 
você questiona mais a realidade, compreende melhor os “fenômenos sociais”. Não aceita 
mais as coisas como determinadas e acabadas ou imutáveis. Isso se deve à imensa bagagem 
teórica que você já recebeu. Esta é a ruptura com o senso comum!
TÓPICO 2 | O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL COMO ASSESSOR E CONSULTOR
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Aqui, devemos trazer à tona duas discussões que já realizamos no decorrer 
deste caderno. A primeira diz respeito à relação entre teoria e prática, e a segunda 
relaciona-se à capacidade profissional.
Sobre a relação TEORIA E PRÁTICA, vamos relembrar que teoria e prática 
se complementam. A teoria é processo de reflexão da prática, que é sistematizada 
e ressignificada. Portanto, a teoria baseia-se na realidade, e como esta é dinâmica, 
consequentemente a teoria também vai sendo transformada historicamente. 
TEORIA E PRÁTICA não são estanques, elas se alteram e se constroem no devir 
da realidade. 
Poderíamos nos perguntar, então, qual é o papel da teoria?
O papel da teoria é de iluminar as estruturas e as dinâmicas dos 
processos sociais, as determinações contraditórias dos fatores e 
fenômenos, dissolver a positividade dos fatos pela sua negação, mas 
não oferece, nem se propõe a isso, uma pauta acerca de instrumentos 
de intervenção sobre a realidade social (GUERRA apud LAZZARINI 
e ZANLUCA, 2010, p. 35).
Neste caso, você estará sendo convidado a pensar sobre quais as teorias 
que irão embasar a sua intervenção enquanto assessor e consultor. Lembrando que 
o Serviço Social se vale de saberes diversos de outras ciências. “O Serviço Social 
não tem teoria própria. Baseia-se em concepções extraídas das ciências sociais 
ou da tradição marxista e um conjunto de procedimentos técnico-instrumentais, 
muitas vezes recriados pelos profissionais para responder à sua funcionalidade” 
(GUERRA apud LAZZARINI e ZANLUCA, 2010, p. 39).
Surge então a discussão sobre a capacidade profissional. Já vimos 
anteriormente que esta capacidade diz respeito à generalidade na formação 
acadêmica do profissional de Serviço Social. Queremos, no entanto, reforçar aqui 
que, em relação à dimensão teórico-metodológica, esta capacidade volta-se no 
sentido de estabelecer um caminho na escolha destes referenciais - UM MÉTODO. 
Neste caso, mais que a simples aplicação de instrumentos de ação, o método é 
“o COMO FAZER e a SISTEMATIZAÇÃO DA PRÁTICA, enquanto caminho 
analítico, advindo de uma análise teórica da realidade cotidiana e vivencial da 
questão social a ser trabalhada” (LAZZARINI; ZANLUCA, 2010, p. 35).
Você percebeu que novamente estamos relacionando teoria e prática, 
pensamento e ação. Ambas fazem parte de um movimento dialético e contraditório, 
o que reforça a ideia de que são complementares, precisam uma da outra para 
se perpetuarem e adquirirem significação. Vasconcelos (1998, p. 123) contribui 
neste sentido, afirmando que:
dentre as estratégias possíveis para enfrentar a fratura entre o pensar 
e o agir no Serviço Social, indicamos os processos de assessoria e 
consultoria. Diante da complexidade das situações vivenciadas pela 
categoria necessárias, possíveis e viáveis, ainda que reconheçamos que 
não sejam suficientes. 
UNIDADE 1 | ASSESSORIA E CONSULTORIA COMO PROCESSOS INTERVENTIVOS
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Quando falamos em estratégias de enfrentamento da “fratura” entre o 
pensar e o agir, estamos falando de metodologia. Metodologia esta, não como 
algo estanque ou mero conjunto de técnicas e instrumentos, mas como uma rede 
complexa de conhecimentos de ordem prática e teórica, que se completam e se 
contrapõem no jogo da realidade, onde a reflexão contínua permite sempre o 
surgimento do novo repensado e ressignificado.
A metodologia deve ser compreendida como forma de ação organizada, 
por isto a chamamos de metodologia de ação, pois ela pretende ser interventiva e 
comprometida com a transformação social.
“A metodologia é aqui pensada como um software, programa e 
estratégia flexível de ação na articulação do específico da profissão num contexto 
determinado” (FALEIROS, 1985, p. 118).
NOTA
Para melhor compreender este assunto e realizar uma interação com o que 
você vem construindo, sugiro que dê uma olhada no Caderno de Estudos de Estratégias, 
Técnicas e Instrumentos da Ação Profissional II. Na Unidade 1 você verá mais argumentos 
sobre método e metodologia.
3.2 FOCANDO A DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA
Esta dimensão aponta no sentido do instrumental, ou seja, traduz o 
COMO INTERVIR na realidade social. Através desta dimensão é que estaremos 
definindo o conjunto de técnicas, estratégias, instrumentos e procedimentos de 
ação no real. 
Para falar desta dimensão é preciso que falemos da instrumentalidade no 
processo de trabalho do assistente social. A instrumentalidade é compreendida 
como um conjunto de habilidades e competências que, aliadas a técnicas e 
instrumentos de ação, estarão imprimindo identidade na intervenção profissional.
A instrumentalidade contém os instrumentos e os conhecimentos 
teórico- metodológicos produzidos na área e socializados a fim de 
alcançar os objetivos de transformação da realidade social perseguidos 
pela categoria profissional. Sendo assim, é fundamental destacar que 
não se reduz ao conjunto de instrumentos utilizados no cotidiano 
(SPEROTTO, 2009, p. 17).
TÓPICO 2 | O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL COMO ASSESSOR E CONSULTOR
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Considerando então que a utilização deste instrumental de intervenção 
objetiva a transformação de uma dada realidade, e sabendo que a realidade é 
subjetiva e objetiva, além de dinâmica, é óbvio concluir que, para cada realidade, 
ou ainda, para cada intervenção, será necessário repensar o instrumental?
Isso mesmo, não é possível que haja um manual de instruções que defina 
os passos de ação com técnicas e instrumentos, de forma regular e idêntica, 
para intervenção profissional em qualquer situação. Não existe um “manual de 
sobrevivência”.
Cada vez que formos intervir na realidade é preciso (mais uma vez 
chamamos a atenção para a importância do diagnóstico) conhecer suas nuances, 
compreender como ela se processa. Para cada forma de manifestação das questões 
sociais, para cada expressão da questão social, haverá uma forma peculiarde 
intervenção. O assistente social, ao fazer a “leitura da realidade”, estará apto para 
definir o seu cabedal técnico-operativo. A partir deste conhecimento da realidade, 
ele poderá decidir quais são os melhores instrumentos e técnicas para responder 
às demandas daquela realidade.
“É no dia a dia profissional que se desenvolve a competência técnico-
operativa do assistente social, permeada por toda esta complexidade interventiva 
do cotidiano profissional do Serviço Social e suas habilidades de interpretação 
cotidiana da realidade social” (LAZZARINI e ZANLUCA, 2010, p. 60). 
 A prática profissional, como afirma Sperotto (2009, p. 14), “é um 
conjunto de todo o processo de trabalho, que envolve procedimentos técnicos e 
institucionais, organização de materiais, planejamento, eleição de instrumentos, 
pesquisa, análise de conjuntura”. 
Precisamos ter claro também que a escolha deste instrumental tem relação 
direta com a escolha teórica que fizemos. A forma como interpretamos a realidade 
será determinante sobre a forma como vamos agir sobre ela.
O exercício da profissão exige, portanto, um sujeito profissional que 
tem competência para propor, para negociar com a instituição os seus 
projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas qualificações 
e atribuições profissionais. Requer ir além das rotinas institucionais 
para buscar apreender, no movimento da realidade, as tendências 
e possibilidades, ali presentes, passíveis de serem apropriadas pelo 
profissional, desenvolvidas e transformadas em projetos de trabalho 
(IAMAMOTO, 2000, p. 12).
O profissional deve estar atento às possibilidades de inserção na realidade 
que sejam próprias para alavancar não somente as expectativas da população, mas 
também fortalecer o próprio papel profissional. Sem perder de vista a melhora na 
organização onde está inserido.
UNIDADE 1 | ASSESSORIA E CONSULTORIA COMO PROCESSOS INTERVENTIVOS
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Significa dizer que jamais poderá o assistente social estar “acomodado”, 
como se pudesse repetir inúmeras vezes a mesma técnica de intervenção, com 
a mesma intensidade. O profissional, pelo contrário, cria e recria sua prática no 
cotidiano à medida que reflete e ressignifica sua intervenção junto aos usuários e 
à instituição a quem presta serviço.
O COMO FAZER será definido à medida que for desenvolvendo a prática, 
já que vai conhecendo a realidade de maneira dinâmica e continuada. Apesar de 
realizar o diagnóstico, as tramas do real são processuais e a cada dia apresentam 
uma nova possibilidade e um novo desafio. Estas possibilidades e limites não 
podem ser ignorados, pelo contrário, devem ser considerados como riquezas que 
fortalecem o caráter histórico das relações sociais. Devem ser compreendidos 
à luz da contradição dialética que move a sociedade e impulsiona o próprio 
movimento do real. 
O instrumental utilizado pelo assistente social será criativo, à mediada 
que admite a utilização de conhecimentos e técnicas de outras disciplinas 
profissionais que possam estar a serviço dos objetivos claramente estabelecidos 
para cada intervenção. 
 Desta forma, o profissional imprime sua instrumentalidade criativa na 
prática, modifica a realidade social. Para tanto, utiliza todo o aparato técnico, 
teórico e metodológico, onde as ações são portadoras de instrumentalidade.
Acabamos de ver, então, que o instrumental a ser utilizado nos processos 
de assessoria e consultoria não está dado a priori, ele precisa ser construído, 
planejado. Mas lembre-se de que o assessor e o consultor nunca trabalham 
sozinhos, estão sempre na perspectiva de ação participativa, imbuídos de um 
espírito de equipe e de cooperação.
3.3 FOCANDO A DIMENSÃO ÉTICO-POLÍTICA
Esta dimensão traz consigo o sentido explícito da ação. Ela nos dirá PARA 
QUE agir. Está contida nesta dimensão toda intencionalidade ética e ideológica 
da intervenção. Aqui estará presente o projeto de sociedade que almejamos.
Quando falamos nas dimensões teórico-metodológica e técnico-
operativa, já ressaltamos as diversas possibilidades de intervenção e suas formas 
de racionalidade. Vimos também que o assistente social, enquanto assessor e 
consultor, estará vivenciando uma prática interventiva que busca resultados para 
a organização que o contratou.
Agora precisamos clarear quais são as intenções do profissional nestas 
intervenções e com estes resultados. A serviço de que o assistente social vai 
disponibilizar o seu saber.
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O projeto ético-político da profissão está calcado na garantia do acesso aos 
direitos fundamentais, no respeito à individualidade e à liberdade. Almejamos 
justiça e igualdade social. Mas será que na prática é tão simples assim, será que 
todos os profissionais vivenciam isto no seu cotidiano?
O Serviço Social latino-americano está reconstruindo uma face 
acadêmica, profissional e social renovada, cujas origens remontam 
ao movimento de reconceituação - voltada à defesa dos direitos de 
cidadania e dos valores democráticos, na perspectiva da liberdade, 
da equidade e da justiça social. Na contramão dos dogmas oficiais, 
segmentos dos assistentes sociais têm buscado um compromisso 
efetivo com os interesses públicos, atuando na defesa dos direitos 
sociais dos cidadãos e cidadãs e na sua viabilização junto aos 
segmentos majoritários da população, o que coloca a centralidade da 
questão social para o trabalho e a formação profissional no contexto 
latino-americano (IAMAMOTO, 2000, p. 6).
Os profissionais de Serviço Social desenvolvem uma ação de cunho 
socioeducativo na prestação de serviços sociais, intencionando viabilizar o acesso 
aos direitos e aos meios de exercê-los, junto aos sujeitos de direitos. Esta prática 
contribui para que necessidades e interesses dos sujeitos de direitos adquiram 
visibilidade na cena pública e possam, de fato, ser reconhecidos. 
Assim sendo, os assistentes sociais reafirmam o compromisso ético-
político da profissão com os direitos e interesses dos usuários, na defesa da 
qualidade dos serviços prestados, em contraposição à herança conservadora de 
um passado paternalista e de caráter filantrópico.
Certamente este compromisso, reafirmado na atividade cotidiana, não ecoa 
com grande fluidez, uma vez que ainda são inúmeras as estruturas institucionais que 
repetem e remontam a condição histórica de caridade e favor para com os “pobres 
e necessitados”, e tantas outras que confundem solidariedade com clientelismo.
A própria população ainda não se apropriou desta perspectiva 
democrática de direitos e deveres. Habituados a uma história de subalternidade e 
assistencialismo, que por séculos reforçou esta condição de insuperação da divisão 
de classes, os sujeitos de direitos, cidadãos, carecem de espaços de descoberta de 
si mesmos enquanto agentes sociais e sujeitos de sua própria história.
O assistente social tem como compromisso profissional proporcionar 
estes espaços de convívio e de descoberta. Não esquecendo, no entanto, que o 
assistente social é também um cidadão de direitos que se encontra submerso nas 
mesmas tramas históricas da realidade na qual pretende intervir.
A lógica capitalista na qual vivemos impulsiona a fragmentação da ação 
e do pensamento, fazendo assim com que, muitas vezes, o profissional seja 
engolido pela condição de vendedor de sua força de trabalho, sem poder ter 
clareza e refletir sobre ela. Esta mesma lógica tende a constranger as práticas que 
intencionam romper com sua perpetuação.
UNIDADE 1 | ASSESSORIA E CONSULTORIA COMO PROCESSOS INTERVENTIVOS
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Isto ocorre porque todas as relações sociais, inscritas nas expressões da 
questão social, são relações políticas, ou seja, elas são mediadas pelo poder. É 
necessário, pois, esclarecer que política diz respeito, segundo Demo (1988), ao 
relacionamento do homem com a natureza, através do trabalho e da tecnologia, 
que são formas humanas de intervenção, onde está presente, inevitavelmente, o 
horizonte ideológico e prático. Diz

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