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Histologia do Sistema Tegumentar

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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 
 
 
 
 
DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE 
QUERATINAÇÃO DA EPIDERME: 
- Os queratinócitos na camada basal contêm 
numerosos ribossomos livres, filamentos 
intermediários de queratina dispersos, um complexo 
de Golgi pequeno, mitocôndrias e retículo 
endoplasmático rugoso (RER). 
- O citoplasma dos queratinócitos imaturos exibem 
basofília nos cortes histológicos, devido ao grande 
número de ribossomos livres, cuja maioria está 
envolvida na síntese de queratinas, que 
posteriormente são montadas em filamentos de 
queratina. Esses filamentos são classificados como 
filamentos intermediários, embora sejam mais 
comumente denominados tonofilamentos 
- À medida que as células entram no estrato 
espinhoso e o atravessa, a síntese de filamentos de 
queratina prossegue, e os filamentos passam a ficar 
agrupados em feixes espessos o suficiente para 
serem vistos no microscópio óptico. Esses feixes 
são denominados tonofibrilas. O citoplasma torna- 
se eosinófilo, devido à reação de coloração das 
tonofibrilas que preenchem cada vez mais o 
citoplasma 
- Na parte superior do estrato espinhoso, os 
ribossomos livres nos queratinócitos começam a 
sintetizar grânulos de queratohialina, que passam a 
constituir o aspecto característico das células. Os 
grânulos de queratohialina contêm as duas 
proteínas principais associadas aos filamentos 
intermediários, a filagrina e a tricohialina 
- O surgimento dos grânulos e a expressão da 
filagrina nos queratinócitos são frequentemente 
utilizados como marcador clínico de iniciação do 
estágio final da apoptose 
- À medida que aumenta o número de grânulos, o 
seu conteúdo é liberado no citoplasma dos 
queratinócitos. A filagrina e a tricohialina funcionam 
como promotores da agregação dos filamentos de 
queratina em tonofibrilas, iniciando, assim, a 
conversão das células granulosas em células 
cornificadas. Esse processo é denominado 
queratinização e ocorre no período de 2 a 6 horas, 
 
 
 
 
tempo em que as células deixam o estrato 
granuloso e entram no estrato córneo 
- A fibrila de queratina formada nesse processo é 
denominada queratina mole, em contraste com a 
queratina dura dos pelos e das unhas 
EPIDERME: 
- Constituída por epitélio estratificado pavimentoso 
queratinizado 
- As células mais abundantes nesse epitélio são os 
queratinócitos 
- Apresenta: 
 Queratinócitos 
 Melanócitos 
 Células de Langerhans 
 Células de Merkel 
- A espessura e a estrutura da epiderme variam 
com o local, sendo mais espessa e complexa na 
palma das mãos, na planta dos pés e em algumas 
articulações 
CAMADA BASAL: 
- Constituída por células cuboides, basófilas, 
repousando sobre a membrana basal que separa a 
epiderme da derme 
- A camada basal rica em células-tronco da 
epiderme, é chamada de germinativa 
- Apresenta intensa atividade mitótica, sendo 
responsável junto com a camada espinhosa pela 
constante renovação da epiderme 
- Suas células contêm filamentos intermediários de 
queratina, que vão se tornando mais numerosos à 
medida que a célula avança para a superfície 
CAMADA ESPINHOSA: 
- Formada por células cuboides, de núcleo central, 
citoplasma com curtas expansões que contêm 
feixes de filamentos de queratina (tonofilamentos). 
 
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- Essas expansões se aproximam e se mantém 
unidas com as das células vizinhas por meio de 
desmossomos, o que dá a célula um aspecto 
espinhoso 
- Na camada espinhosa também existem células-
tronco dos queratinócitos, e as mitoses ocorrem na 
camada basal, e em menor número, na camada 
espinhosa 
CAMADA GRANULOSA: 
- Apenas 3-5 fileiras de células poligonais 
achatadas, núcleo central e citoplasma carregado 
de grânulos basófilos, chamados de grânulos de 
querato-hialina, que não são envolvidos por 
membrana 
- Possui grânulos lamelares, que contêm discos 
lamelares formados por bicamadas lipídicas e são 
envoltos por membrana. Esses grânulos se fundem 
com a membrana plasmática e expulsam seu 
conteúdo para o espaço intercelular da camada 
granulosa, onde o material lipídico se deposita, 
contribuindo para a formação de uma barreira 
contra a penetração de substâncias e para tornar a 
pele impermeável à água, impedindo a 
desidratação do organismo 
CAMADA LÚCIDA: 
- Mais evidente na pele espessa 
- Constituída por uma delgada camada de células 
achatadas, eosinófilas e translúcidas 
- O citoplasma apresenta numerosos filamentos de 
queratina, compactados e envolvidos por material 
elétron-denso. 
CAMADA CÓRNEA: 
- Tem espessura muito variável 
- Constituída por células achatadas, mortas e sem 
núcleo 
- O citoplasma dessas células é repleto de 
queratina 
QUERATINÓCITOS: 
- Constituem cerca de 93% das células epidérmicas 
- Originam-se das células-tronco do estrato basal e 
mantêm a integridade epitelial por meio de uma alta 
densidade de junções desmossômicas. Produzem 
tonofilamentos (feixes de filamentos intermediários 
de queratina) na camada basal e na camada 
espinhosa – inicialmente expressos como queratina 
tipo 5 e 14, nas células basais, e queratina tipo 1 e 
10, nas células acima dessa camada 
MELANÓCITOS: 
- São células produtoras de melanina situadas no 
estrato basal da epiderme 
- Cerca de 2 a 10% das células basais são 
melanócitos 
- A melanina, produzida pela oxidação da tirosina 
devido à enzima tirosinase, é estocada em grânulos 
elipsoides delimitados por uma membrana, sendo 
chamados de melanossomos. Estes migram 
rapidamente para as extremidades dos longos 
prolongamentos dendríticos e, em seguida, são 
fagocitados pelos queratinócitos adjacentes 
- Nos queratinócitos, os grânulos acumulam-se em 
posição supranuclear, protegendo o núcleo da 
radiação UV. Conforme os queratinócitos se movem 
para a superfície, os melanossomos sofrem 
degradação, encerrando sua função protetora 
CÉLULAS DE LANGERHANS: 
- Constituem cerca de 4% da população celular 
epidérmica, dispersas entre os queratinócitos não 
queratinizados 
- Apresentam citoplasma claro, mas são melhor 
identificadas por microscopia eletrônica de 
transmissão (TEM), por meio da observação de 
seus grânulos de Birbeck em forma de raquete 
- As células de Langerhans são células que 
apresentam antígenos, especialmente em reações 
de hipersensibilidade 
 
 
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CÉLULAS DE MERKEL: 
- Se localizam na camada basal, unidas aos 
queratinócitos adjacentes por meio de 
desmossomos 
- A microscopia eletrônica de transmissão revela 
pequenos grânulos no citoplasma basal. 
- A base das células se encontra em aposição a 
uma terminação nervosa axônica (amielínica) 
aferente expandida 
- Supõe-se que a célula de Merkel seja responsável 
pela transmissão de sensações cutâneas 
DERME: 
- É o tecido conjuntivo onde se apoia a epiderme e 
une a pele ao tecido subcutâneo ou hipoderme 
- Apresenta espessura variável de acordo com a 
região 
- Sua superfície externa é irregular, observando-se 
saliências, as papilas dérmicas, que acompanham 
as reentrâncias correspondentes da epiderme 
- As papilas aumentam a área de contato da derme 
com a epiderme, reforçando a união entre essas 
duas camadas. São mais frequentes nas zonas 
sujeitas a pressões e atritos 
- É constituída por 2 camadas: papilar e reticular 
DERME PAPILAR: 
- Composta de um tecido conectivo relativamente 
frouxo, que consiste em fibras colágenas e elásticas 
delgadas, com uma população celular que inclui 
fibroblastos, macrófagos, mastócitos e alguns 
linfócitos 
- É delgada 
 - Formada por tecido conjuntivo frouxo que forma 
as papilas dérmicas 
 - Nesta camada foram descritas fibrilas especiais 
de colágeno, que se inserem por um lado na 
membrana basal e pelo outro penetram 
profundamente na derme 
 - Essas fibrilas contribuem para prender a derme à 
epiderme 
 - Os pequenos vasos sanguíneospresentes nesta 
camada são responsáveis pela nutrição e 
oxigenação da epiderme 
DERME RETICULAR: 
- Oferece resistência ao tegumento 
- É mais espessa 
- Constituída por tecido conjuntivo denso 
 - Ambas as camadas contêm muitas fibras do 
sistema elástico, responsáveis, em parte, pela 
elasticidade da pele 
 - Além dos vasos sanguíneos e linfáticos, e dos 
nervos, também são encontradas na derme as 
seguintes estruturas, derivadas da epiderme: 
folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas 
sudoríparas 
COMPARAÇÃO DA PELE DELGADA E DA 
PELE ESPESSA: 
 
PELE FINA PELE GROSSA 
Epiderme possui 4 
camadas 
Epiderme possui 5 
camadas 
Camada córnea menos 
espessa 
Camada córnea mais 
evidente 
Estrato granuloso 
pouco desenvolvido 
Estrato granuloso mais 
desenvolvido 
Camada lúcida ausente Camada lúcida entre os 
estratos córneo e 
granuloso 
Papilas dérmicas 
menos pronunciadas 
Papilas dérmicas mais 
pronunciadas 
Presença de glândulas 
sebáceas e folículos 
pilosos 
Ausência de glândulas 
sebáceas e folículos 
pilosos 
Presença de glândulas 
sudoríparas 
Presença de glândulas 
sudoríparas 
 Pele fina: 
 
 
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Pele espessa: 
 
GLÂNDULAS DA PELE: 
GLÂNDULA SEBÁCEA: 
- Situam-se na derme 
 - Seus ductos, revestidos por epitélio estratificado, 
geralmente desembocam nos folículos pilosos 
- Em algumas regiões (lábio, mamilos, glande e 
pequenos lábios da vagina) os ductos se abrem 
diretamente na superfície da pele 
 - A pele da palma das mãos e planta dos pés não 
tem glândulas sebáceas 
 - São acinosas e geralmente vários ácinos 
desembocam em um ducto curto 
- Os ácinos se apresentam formados por uma 
camada externa de células epiteliais achatadas que 
repousam sobre uma membrana basal. Essas 
células se proliferam e se diferenciam em células 
arredondadas que vão acumulando no citoplasma o 
produto de secreção, de natureza lipídica. As 
células mais centrais dos ácinos morrem e se 
rompem, formando a secreção sebácea 
 - A atividade secretora dessas glândulas é muito 
baixa até a puberdade 
- É um exemplo de glândula holócrina, pois a 
formação da secreção resulta na morte das células 
 
 
GLÂNDULAS SUDORÍPARAS: 
 
 
 
 
 
 
 
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GLÂNDULAS SUDORÍPARAS 
MERÓCRINAS: 
- Muito numerosas 
 - Encontradas em toda a pele, exceto algumas 
regiões como a glande 
 - São tubulosas simples enoveladas, cujos ductos 
se abrem na superfície da pele 
 - Os ductos não se ramificam e têm menor 
diâmetro do que a porção secretora, que se 
encontra na derme 
 - As células secretoras são piramidais e entre elas 
e a membrana basal estão localizadas as células 
mioepieliais 
 - Nessas glândulas existem 2 tipos de células 
secretoras, as células escuras e as células claras 
  Células escuras  são adjacentes ao lúmen, 
seu ápice apresenta muitos grânulos de secreção 
contendo glicoproteínas, e o citoplasma é rico em 
retículo endoplasmático rugoso 
 Células claras  ficam entre as células escuras 
e as células mioepiteliais, não contêm grânulos de 
secreção e são pobres em retículo endoplasmático 
rugoso, mas contêm muitas mitocôndrias. 
Apresentam muitas dobras da membrana 
plasmática, uma característica das células que 
participam do transporte transepitelial de fluido e 
sais; essas características estruturais sugerem que 
a função das células claras seja produzir a parte 
aquosa do suor 
 - O ducto da glândula se abre na superfície da pele 
e segue um curso em hélice ao atravessar a 
epiderme, é constituído por epitélio cúbico 
estratificado (duas camadas de células) que 
repousa sobre a membrana basal. As células da 
camada mais externa do revestimento dos ductos, 
em contato com a membrana basal, apresentam 
invaginações da membrana plasmática e 
citoplasma rico em mitocôndrias, que são aspectos 
característicos de células que transportam íons e 
água 
- O suor secretado por essas glândulas é uma 
solução extremamente diluída, que contém 
pouquíssima proteína, além de sódio, potássio, 
cloreto, uréia, amônia e ácido úrico 
 - O fluido encontrado no lúmen das glândulas 
sudoríparas é essencialmente um ultrafiltrado do 
plasma sanguíneo, derivado dos abundantes 
capilares localizados em volta das porções 
secretoras 
 
GLÂNDULA SUDORÍPARA APÓCRINAS: 
- Presentes nas axilas, nas regiões perianal e 
pubiana e na aréola mamária 
- Localizadas na derme e na hipoderme 
 - Seus ductos desembocam num folículo piloso e a 
luz de suas partes secretoras é dilatada 
 - A secreção dessas glândulas é ligeiramente 
viscosa e sem cheiro, mas adquire um odor 
desagradável e característico pela ação de 
bactérias da pele 
 - Nas mulheres, as glândulas apócrinas axilares 
passam por alterações durante o ciclo menstrual 
- São invervadas por fibras adrenérgicas, enquanto 
as merócrinas o são por fibras colinérgicas 
 OBS: as glândulas de Moll da margem das 
pálpebras e as de cerúmen do ouvido são glândulas 
sudoríparas modificadas 
 
 
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FOLÍCULO PILOSO: 
- Os pelos se desenvolvem dos folículos pilosos, 
que são invaginações da epiderme na derme e na 
hipoderme 
 - São abundantes na pele fina do couro cabeludo e 
ausentes nos lábios, glande, nos pequenos lábios, 
na face vestibular dos grandes lábios, nas faces 
laterais das mãos e dos pés e na pele grossa da 
palma das mãos e da planta dos pés 
- O folículo piloso é constituído por: 
1. Bainhas radiculares interna e externa, 
derivadas da epiderme; 
2. Membrana vítrea, que corresponde à 
membrana basal 
3. Bainha dérmica, onde há condensação de 
fibras colágenas 
- A bainha radicular externa corresponde aos 
estratos basal e espinhoso da epiderme, e a bainha 
radicular interna, aos estratos granuloso e córneo 
- A bainha radicular interna é dividida em: 
  Camada de Henle, que é a mais externa e 
contém células cúbicas ou pavimentosas; 
  Camada de Huxley, formada por células 
pavimentosas com grânulos de trico-hialina, e 
cutícula, de escamas queratinizadas (queratina 
mole), sobrepostas, que faceiam o pelo 
- Fixado à bainha dérmica e à derme papilar, há o 
músculo eretor do pelo, de músculo liso 
- No folículo do pelo em fase de crescimento, a 
porção terminal expandida corresponde ao bulbo 
piloso. Ele é constituído pela papila dérmica, de 
tecido conjuntivo frouxo e, recobrindo-a, pela 
matriz, de células epidérmicas. A proliferação 
dessas células origina as bainhas radiculares e o 
pelo 
 - Fixado à bainha dérmica e à derme papilar, há o 
músculo eretor do pelo, de músculo liso 
 - O folículo piloso possui 4 regiões: 
1. Infundíbulo  se estende da abertura do 
folículo na superfície até o nível de abertura de sua 
glândula sebácea. Faz parte do canal pilossebáceo, 
que é usado como via para a descarga da 
substância oleosa, o sebo 
 2. Istmo  se estende do infundíbulo até o nível 
de inserção do músculo eretor do pelo 
3. Saliência folicular  faz protusão a partir do 
folículo piloso, próximo da inserção do músculo 
eretor do pelo e que contém células tronco 
epidérmicas 
4. Segmento inferior no folículo em crescimento 
 apresenta um diâmetro uniforme, exceto em sua 
base, onde se expande para formar o bulbo piloso. 
A base do bulbo é invaginada por um tufo de tecido 
conjuntivo frouxo vascularizado, denominado, 
papila dérmica 
 
 
UNHAS: 
- As unhas das mãos e dos dedos ligeiramente 
arqueadas, mais adequadamente designadas como 
placas ungueais, repousam sobre os leitos 
ungueais. O leito ungueal consiste em células 
epiteliais que são contínuas com o estrato basal e o 
estrato espinhoso da epiderme 
 
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- A parte proximal da unha, a raiz da unha, está 
enterrada em uma prega da epiderme e cobre as 
células da zona germinativa ou matriz 
- A matriz contém uma variedade de células,incluindo células-tronco, células epiteliais, 
melanócitos, células de Merkel e células de 
Langerhans 
- As células-tronco da matriz dividem-se 
regularmente, migram para a raiz da unha e, nesse 
local, diferenciam-se e produzem a queratina (dura) 
da unha 
- Esta queratina não descama e consiste em 
filamentos de queratina densamente arranjados, 
inseridos em matriz de queratina amorfa com alto 
teor de enxofre, que é responsável pela dureza da 
unha 
- O acréscimo constante de novas células na raiz e 
a sua queratinização são responsáveis pelo 
crescimento da unha

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