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A5 - DIP - turma da 2a - GABARITO

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DIP 
FMU 
Prof. Luiz Eduardo Alves de Siqueira 
 
 Leia as instruções abaixo antes de começar a prova 
- Respostas na ordem 
- Na folha em que forem postadas, não é necessário constar o 
enunciado da questão 
- Mera cópia de lei não é resposta 
- Cada questão corretamente respondida valerá 2,0 (dois) pontos 
- Formatação: Margem esquerda e superior; 3,0 cm; inferior e 
direita, 2,0 cm. Fonte Arial ou Times, espaçamento 1,5, com 
parágrafo e texto justificado. 
RESPOSTAS LIMITADAS A 5 LINHAS 
 
 
1 – Pessoa jurídica nacional decide adquirir cinco motores para usina a ser construída no rio 
Grande. Para tanto seus representantes vão à Bélgica e, após a negociação com algumas empresas, 
lá celebram a compra de tais equipamentos de uma empresa indiana. 
Diante disso: 
a) Em possível demanda por falha na execução da obra, a empresa brasileira poderia propor a 
ação competente no Brasil? 
É possível a propositura da ação no Brasil, uma vez que a competência é 
concorrente, à luz do art. 21, II, do CPC. 
b) Qual é o elemento de conexão para esta lide? Indique a lei aplicável. 
Celebrado o tratado na Bélgica, e não havendo ressalva acerca da aplicação da 
norma de direito material, incidirá à espécie a lei belga, por força do art. 9º, caput, 
da LINDB. O elemento de conexão é o lex regit actum. 
 
2 - “A neutralidade do Brasil foi sempre exemplar, mas nossa solidariedade com a América é 
histórica e tradicional. As decisões da América sempre obrigaram o Brasil e, mais ainda, as 
agressões à América. Esta foi a vossa história, essa há de ser a nossa história, porque o curso de 
tempo não reduziu, antes aumentou nos brasileiros não só a confiança em si mesmos, mas a 
consciência da solidariedade com os seus irmãos americanos. Esta é a razão pela qual, hoje, às 18 
horas, de ordem do Senhor Presidente da República, os Embaixadores do Brasil em Berlim e 
Tóquio e o Encarregado de Negócios do Brasil em Roma passaram nota aos Governos junto aos 
quais estão acreditados, comunicando que, em virtude das recomendações da III Reunião de 
Consulta dos Ministros das Relações Exteriores das Repúblicas Americanas, o Brasil rompia suas 
relações diplomáticas e comerciais com a Alemanha, a Itália e o Japão. Na mesma hora, enviei 
aos agentes diplomáticos daqueles países, no Rio de Janeiro, uma nota comunicando essa 
resolução, entregando a cada um deles os seus passaportes, a fim de que se possam transportar 
com segurança para seus respectivos países. Na mesma ocasião, os governadores e os 
interventores nos Estados do Brasil receberam instruções para cassar o exequatur concedido aos 
agentes da Alemanha, da Itália e do Japão.” 
Fragmento do discurso do Ministro das Relações Exteriores Osvaldo Aranha quando do 
rompimento de relações diplomáticas do Brasil com as potências do Eixo, em 28 de janeiro de 
1942 – Disponível em: 
http://www.academia.edu/20169223/Diplomacia_brasileira_e_pol%C3%ADtica_externa_Docu
mentos_hist%C3%B3ricos_1493-2008. Acesso em: 29 mai.2020. 
Sabe que essa medida ocorreu quando já corridos mais de dois anos de guerra. Assim, descreva, 
sob plano ideal, qual teria sido a postura do Brasil frente aos Estados contra os quais rompeu 
relações diplomáticas e, seis meses depois, declararia guerra. 
Antes de ingressar no conflito, o Brasil, como Estado neutro, não poderia tomar 
partido nem participar das hostilidades, mantendo sua integridade territorial, bem 
como praticando o comércio com todos os beligerantes, os quais deveriam ser 
tratados igualitariamente. 
 
3 - Decreto nº 66.319, de 14 de março de 1970 
 
Dispõe sobre o banimento do Território Nacional de Shismo Osawa e 
outros. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o artigo 1º do 
Ato Institucional nº 13, de 5 de setembro de 1969, DECRETA: 
 
 Art. 1º. Ficam banidos do Território Nacional Shismo Osawa, Damaris de Oliveira 
Lucena, Octávio Angelo, Maurina Borges da Silveira e Diógenes José Carvalho de 
Oliveira. 
 
 Art. 2º. Este decreto em vigor nesta data. 
 
Brasília, 14 de março de 1970; 149º da Independência e 82º da República. 
 
EMÍLIO G. MÉDICI 
Alfredo Buzaid 
 
Tal decreto caberia na atual ordem constitucional? E para estrangeiros? Alguma medida similar? 
Por quê? 
Porque a vigente ordem constitucional, que data de 1988, não admite o banimento 
de nacionais. Pode haver, se tanto, expulsão, mas essa é aplicável apenas a estrangeiros, após 
o devido processo legal, observando que as hipóteses ficaram mais restritas à luz da Lei de 
Migração sancionada em 2017. 
 
 
4 - Há certo tratado internacional sobre direitos humanos ratificado pelo Brasil em 2002. Seu 
processo de aprovação nacional perante o Congresso Nacional e posterior envio de carta de 
ratificação, bem como promulgação mediante decreto presidencial, foram regularmente 
completados. O tratado está em vigor internacional desde 2003, imediatamente após a ratificação. 
De acordo com o entendimento prevalecente, essa norma ostentaria status de emenda 
constitucional? 
Não porque, embora seja tratado de direitos humanos, seu ingresso no ordenamento 
jurídico brasileiro é anterior a 2004, data da promulgação da Emenda Constitucional nº 45. 
Portanto, é norma supralegal. 
 
 
 
5 – Estado em conflito bélico declarado contra outro tem como consequência a vedação 
às relações mercantis, o que veda a celebração de novos contratos. No que diz respeito 
aos contratos existentes, por consequência, automaticamente tornam-se nulos. 
Está correta a assertiva acima? Por quê? 
Errada, pois os contratos anteriores ficam suspensos enquanto durar a guerra, não 
se podendo falar, automaticamente, em sua anulação.

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