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O Ateneu: Resumo Por Capítulo 
Paráfrase da obra “O Ateneu” de Raul Pompéia, por Bruno Alves 
 
Todos os direitos reservados. 
© 2012-2017 ResumoPorCapítulo.com.br 
 
contato@resumoporcapitulo.com.br 
 
 
http://resumoporcapitulo.com.br/
mailto:contato@resumoporcapitulo.com.br
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ÍNDICE 
PARA ENTENDER A OBRA 2 
Capítulo 1 2 
Capítulo 2 3 
Capítulo 3 4 
Capítulo 4 4 
Capítulo 5 5 
Capítulo 6 6 
Capítulo 7 7 
Capítulo 8 7 
Capítulo 9 8 
Capítulo 10 8 
Capítulo 11 9 
Capítulo 12 10 
QUESTÕES DE VESTIBULAR 11 
 
O ATENEU: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 2 
 
PARA ENTENDER A OBRA 
Publicado na forma de folhetim, em 1888, O Ateneu é um dos mais importantes 
exemplares do Realismo brasileiro e a principal obra de Raul Pompéia. De cunho 
autobiográfico, o texto remete à formação do narrador em um colégio interno, expondo 
as incoerências morais da sociedade brasileira do final do século XIX sob o olhar da 
criança que sai do aconchego doméstico e é entregue ao “mundo”, que é representado 
pelo próprio Ateneu. 
Este resumo destina-se a contar o livro em uma linguagem mais acessível e concisa, 
sem deixar de lado os episódios que sustentam a obra como um todo e explicando 
alguns pontos que podem não ficar claros apenas com a leitura do texto original. Em 
alguns casos, para explanações mais completas sobre fatos históricos e expressões da 
época, há links que podem ser acessados diretamente no texto. 
Caso restem dúvidas quanto à obra ou ao próprio resumo, entre em contato pelo site 
ResumoPorCapítulo.com.br ou envie um e-mail para 
contato@resumoporcapitulo.com.br. Teremos prazer em ajudar! Boa leitura! 
Capítulo 1 
O narrador relata momento de sua vida em que entra no internato “Ateneu”, um dos 
mais famosos da época, comandado pelo famoso pedagogo Dr. Aristarco Argolo de 
Ramos, autor de inúmeros livros didáticos que eram distribuídos pelos colégios públicos 
de todo o império. 
Essa passagem marcaria o fim das ilusões infantis, alimentadas pelo ambiente 
doméstico cercado de amor, e o encontro com “o mundo”. Aos onze anos, Sérgio 
experimentara alguns meses uma escola familiar, da qual se lembra somente do lanche 
servido ao meio-dia e das características de alguns colegas, e também tivera aulas em 
domicílio. A vida no internato era encarada como uma evolução, sua transformação em 
“homem”. 
Antes de ser matriculado no Ateneu, Sérgio visitara a instituição algumas vezes. Numa 
delas, uma festa de encerramento de trabalhos, houve a presença do ministro do império 
e um inflamado discurso do professor Venâncio, que exaltava Aristarco como uma 
criatura inferior somente a Deus. Outra ocasião fora a festa de educação física, na qual 
houve grandes demonstrações da força física e da desenvolvida habilidade motora dos 
internos. 
A ocasião da matrícula de Sérgio se deu na própria casa de Aristarco, cuja figura mais 
humana causou uma impressão conflitante com a imagem de superioridade que havia 
sido alimentada até então. O pedagogo censurou os cachinhos de cabelo do futuro 
estudante, informando que seria necessário cortá-los. Sua esposa, Dona Ema, agradou 
ao garoto, comentando que poderia entregar os cabelos à sua mãe. Aristarco estendia 
http://resumoporcapitulo.com.br/
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O ATENEU: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 3 
 
com autoridade sua narrativa que unia seu passado ilustre, responsável pela formação de 
jovens que se tornaram influentes no Estado, e sua visão de futuro que contava com 
reformulações educacionais que transformariam a sociedade. 
Capítulo 2 
No dia 15 de fevereiro Sérgio apresentou-se para o início das aulas. Aristarco, que se 
dividia entre as posturas de administrador e educador, adotou esta última para recebê-lo, 
junto de seu pai, apresentar as instalações e regras do local, sempre enfatizando o árduo 
trabalho que realizava no combate das imoralidades. 
Com natural timidez, Sérgio foi apresentado por João Numa, inspetor de alunos, a 
alguns colegas. Em seguida dirigiu-se à sala do Professor Mânlio, com quem teria as 
aulas de primeiras letras, e que o recomendou ao seu discípulo mais sério, Rebelo, 
muito compenetrado nos estudos. Há uma breve descrição de outros colegas de sala, que 
serão citados conforme surgirem no enredo. 
Na primeira vez em que Sérgio é chamado à frente da sala, a ansiedade da situação 
domina seu corpo e ele desmaia, acordando somente na rouparia, onde fora 
acompanhado por Rebelo. Num momento de solidão o calouro apanhou um folheto que 
havia sobre uma mesa e se surpreendeu com ilustrações indecentes de frades despidos 
tocando-se. O roupeiro, ao perceber o que ocorria, arrancou o livrinho de sua mão 
dizendo que aquilo não era para crianças. 
Recuperado, Sérgio caminhou pelo pátio com Rebelo, que o alertou sobre os perigos 
que guardava a vida no internato: garotos perversos, mentirosos, traidores, hipócritas... 
Era necessário ser forte, independente, fazer-se homem. No caminho um garoto 
gorducho puxou a blusa de Sérgio, rindo sarcasticamente, ao que ele revidou atirando-
lhe um pedaço de telha. Rebelo, após elogiar a rápida vingança do amigo, identificou o 
garoto zombeteiro, Barbalho, como um futuro marginal. 
De volta à sala de aula Sérgio foi recebido com carinho pelos colegas, exceto Barbalho, 
e pelo professor. 
No intervalo, sem a companhia de Rebelo, o novato procurou chamar o mínimo de 
atenção possível e tentou conversar com Franco, um garoto que estava sempre de 
castigo. Perguntado sobre qual teria sido sua falta, o menino disse que nem sabia o 
motivo. Franco, que sempre apresentava um mal desempenho nos estudos, era 
desprezado e vitimado pelos professores diariamente. 
Por várias vezes barbalho caçoou de Sérgio, que acabou partindo para uma briga, numa 
oportunidade em que não eram vistos por nenhum adulto, da qual saiu com onariz 
sangrando. 
O ATENEU: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 4 
 
À noite Sérgio refletia, deitado no dormitório, sobre as várias divergências encontradas 
entre suas expectativas e a realidade do internato, a solidão e a falta da segurança 
familiar. Seu sono foi rondado por pesadelos em que era atormentado por Barbalho, 
pelas figuras dos frades indecentes e pela deprimente realidade de Franco, à qual ele 
experimentava como sua. 
Capítulo 3 
No primeiro dia na “natação”, como era chamado o banheiro no qual havia um tanque 
em que os garotos lavavam-se juntos, Sérgio foi puxado pelos tornozelos e quase se 
afogou, sendo “salvo” por Sanches, um rapaz cuja fisionomia a princípio o havia 
repugnado, mas que desde então se tornou seu companheiro constante. Mais tarde 
haveria motivos para acreditar que havia sido o mesmo Sanches que lhe derrubara. 
Sanches era um dos garotos escolhidos, por ordem aristocrática, como “vigilante”, 
responsável por averiguar a conduta de seus companheiros, auxiliando na manutenção 
da ordem do internato. Sua companhia, portanto, trazia benefícios a Sérgio, que também 
teve seu apoio na introdução às diversas matérias escolares. Por conta disso e de um 
incômodo mau hálito, Rebelo fora deixado de lado pelo calouro. 
Após meses de contato direto com Sanches, reavivou-se em Sérgio a impressão inicial 
que tinha em relação ao colega: o hábito de Sanches manter um contato físico intenso 
quando estavam juntos já era desagradável, mas revelou-se constrangedor quando o 
menino fez uma proposta de maior intimidade a Sérgio, que riu e abismou-se da ideia. 
A relação entre os amigos perdurou por algum tempo, com Sanches apresentando a 
Sérgio um novo mundo de conceitos e palavras que desafiavam conceitos religiosos 
mais tradicionais. Certa vez, porém, o veterano voltou a se colocar como pretendente de 
uma relação mais íntima, causando extrema repulsa em Sérgio, que se afastou 
definitivamente do preceptor. 
Para compensar o vazio deixado pelo fim da primeiraamizade, Sérgio apegou-se às 
aulas de astronomia, ministradas pelo próprio Aristarco. 
Capítulo 4 
Com o afastamento de Sanches, Sérgio entrou num período de descrédito escolar que 
logo resultou em más notas e repreensões de Aristarco. Por outro lado ele encontrava na 
religiosidade um apoio para este período em que recusou a companhia de qualquer 
colega. Invejava somente o aluno Ribas, menino que possuía uma voz celestial, 
admirada pelo próprio diretor. 
Franco continuava sendo alvo das maiores punições do colégio, motivadas por 
consideráveis acusações: certa vez fora pego prestes a urinar no poço cuja água se usava 
O ATENEU: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 5 
 
para lavar os pratos. Atraído pelas desventuras do colega, Sérgio aproximou-se do 
malfeitor, sentindo certa identificação com ele. 
Como vingança pelos recentes castigos, Franco decidiu ir escondido à “natação” e jogar 
cacos de vidro na água. Perturbado por ser cúmplice de tamanha maldade, Sérgio 
passou a noite na capela, rezando por uma solução que não ferisse seus colegas, nem 
incriminasse Franco. Despertado na manhã seguinte, tido como sonâmbulo, Sérgio 
alegrou-se ao saber que o banho do dia tinha sido realizado em outro local, com a água 
da chuva, e alertou o inspetor sobre uma garrafa que teria deixado cair na “natação”. Era 
a providência divina! 
Acompanhando Franco em suas punições, certa vez, Sérgio surpreendeu-se ao perceber 
que o amigo alisava sua mão. Assim como havia feito com Sanches, o menino fugiu 
imediatamente do contato com mais um pervertido. 
Incomodado por não conseguir se identificar com nenhum dos exemplos de 
comportamento que encontrava em seus companheiros de escola, Sérgio concluiu que o 
que lhe restava era ser completamente independente. 
Capítulo 5 
A fase religiosa de Sérgio, com grande empenho nas missas, nos cânticos e procissões, 
lhe rendeu tranquilidade de espírito por algum tempo. Nessa fase a influência de 
Barreto, jovem que viera de um rigoroso seminário, foi muito marcante: ele falava do 
inferno e das punições aos pecados com extrema vivacidade. Tal período, entretanto, 
pouco durou após o caso dos cacos de vidro. 
A cada quinze dias havia uma folga da escola com o retorno dos estudantes às suas 
casas. Sérgio reencontrou os familiares com muita satisfação e pediu ao seu pai 
conselhos sobre sua postura no internato perante os colegas e professores. A orientação 
foi de não se comprometer tanto com as diretrizes do ambiente e criar seus próprios 
princípios de comportamento. 
Cada vez mais alinhado com sua própria personalidade, baseado na independência e na 
liberdade, Sérgio desvinculou-se de vez das antigas influências e conquistou o respeito 
dos professores, mas também adquiriu a inimizade de alguns colegas. 
As figuras femininas do Ateneu, as funcionárias Ângela e Dona Ema, excitavam a 
imaginação dos rapazes ao mesmo tempo em que eram tidas como precursoras do mal: 
atraentes e perigosas. Houve na época um assassinato que corroborou esta tese: o 
jardineiro da escola esfaqueou um funcionário da casa de Aristarco por conta do ciúme 
originado pelas relações que Ângela mantinha com ambos. 
O ATENEU: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 6 
 
Sérgio aproveitou a ocasião do crime para realizar o desejo mórbido de ver um corpo 
defunto. 
A situação também originou um herói no Ateneu: Bento Alves, jovem forte que se 
incumbiu de imobilizar o jardineiro quando este entrou na escola ensanguentado e com 
a faca em punho. O rapaz, entretanto, era um “misterioso”: destacava-se dos demais por 
suas qualidades, mas não fazia questão de se promover. 
Diferente deste, surgiu no internato um rapaz vindo de Pernambuco, Nearco da Fonseca, 
cujo pai ressaltou suas habilidades atléticas. A demonstração pública de tais potências, 
porém, deixou a desejar. 
Capítulo 6 
O destaque de Nearco se deu, entretanto, em outro aspecto: sua habilidade verbal era 
constantemente elogiada no “Grêmio Literário Amor ao Saber”, instituição que reunia 
professores e estudantes em torno de longas e profundas digressões filosóficas, 
históricas e artísticas. Tal organização possuía sua própria publicação periódica e uma 
biblioteca reservada, muito utilizada por Sérgio. 
O responsável pela biblioteca era Bento Alves, “herói” do capítulo anterior. Sérgio 
habituou-se a frequentar o local, motivado pelas leituras de Júlio Verne, e logo se 
tornou objeto de admiração de Bento, que o presenteava com livros e flores. Calejado 
pelos eventos anteriores, Sérgio cedeu ao romance platônico considerando o respeito 
com que era tratado e a proteção que lhe era garantida. 
Havia eventos oficiais do “Amor ao Saber” que contavam com a presença de familiares 
e discursos de professores. No primeiro deles a crítica contundente do Dr. Cláudio à 
literatura nacional rendeu deselegantes trocas de acusações entre pais de alunos. Num 
segundo encontro o professor optou por discorrer sobre a arte em geral: tratou desde as 
pulsões animais às elevações espirituais do homem, passando por transformações 
sociais e culturais. 
Ao final deste último evento ocorreu uma briga entre Bento Alves e Malheiro, valentão 
que há tempos procurava uma maneira de materializar um confronto com o admirador 
de Sérgio. Para isso contou com a ajuda de Barbalho, que relatou a Bento as zombarias 
de Malheiro contra seu protegido – ele lhe perguntava “quando seria o casamento”. 
O combate acabou com Malheiro desmaiado e Bento Alves ferido e aprisionado. Sérgio 
incorporou o papel de “dama romanceira”, permanecendo em vigília juntos às grades do 
cárcere de seu defensor. 
O ATENEU: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 7 
 
Capítulo 7 
A monotonia escolar, tanto pelo excesso de tarefas como pela falta do que fazer, gerava 
um tédio que era suplantado com diversas atividades “extracurriculares”: jogos de 
peteca, amarelinha, bolas de gude, caça a passarinhos... Jogos de baralho driblavam as 
regras do internato e ganhavam importância com apostas de cigarros e selos 
(colecionados com orgulho pelos estudantes). Deboches manuscritos e livros 
“proibidos” eram contrabandeados. Complexos sistemas de comunicação eram 
estabelecidos entre os alunos dentro da sala de aula. 
Com a proximidade das férias a vigilância dos dormitórios era atenuada e os jovens 
agrupavam-se para discussões variadas: desde curiosidades sexuais a especulações 
filosóficas sobre a vida. 
Rômulo, um aluno gorducho, membro da banda escolar e que fora escolhido por 
Aristarco como candidato a genro, era alvo de pilhérias de todos seus colegas. Certa vez 
Sérgio cruzou seu caminho e repetiu a zombaria, levando uma surra em seguida. 
Após realizar os exames finais, dos quais saiu com algumas boas notas, Sérgio refletia 
como, em poucos meses, tantas impressões sobre o Ateneu e sobre a vida se 
modificaram, ganhando contornos reais que em muito diferiam do que se idealizava. 
Ao final do período organizou-se uma tradicional exposição artística da qual Sérgio 
retirou sua obra: uma paisagem tibetana habitada por uma cabra havia sido profanada 
por algum outro estudante, que traçara uma cruz sobre o desenho. 
Neste evento também era costume que todos os estudantes expusessem versões de um 
retrato do diretor. Depois Aristarco recolhia as obras para sua casa, guardando-as com 
intensa vaidade de mestre. 
Capítulo 8 
Os dois meses de férias serviram ao autor como oportunidade para enxergar o mundo a 
partir das novas perspectivas aprendidas pela vivência no internato. Sua condição de 
pequeno colegial, no entanto, ainda era um limitador de sua existência. 
O Ateneu, passadas as primeiras impressões de novidade, tornou-se símbolo das 
privações juvenis. Para compensar essa sensação, havia passeios cada vez mais 
consideráveis: subiam o Corcovado ainda de madrugada para apreciar a paisagem 
matinal, faziam piquenique no Jardim Botânico, com direito a um jantarfarto, regado a 
vinho. 
Certa vez, após um dia de passeios, Aristarco surgiu com um ar sombrio e uma ameaça 
geral: ele encontrara uma correspondência de “pouca-vergonha”, assinada por Cândida, 
endereçada ao Cândido, na qual era sugerido um encontro romântico no bosque. 
O ATENEU: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 8 
 
Haveria punição a todos que estivessem envolvidos no caso e não assumissem sua 
culpa. 
Sérgio preocupou-se ao considerar seu histórico de intrigas com o diretor. Há algum 
tempo um encontro fortuito com Bento Alves resultou numa inexplicável luta – até 
então Sérgio continuava a ser “cortejado” pelo rapaz. O diretor flagrou a briga e acabou 
sendo alvo da fúria de Sérgio, que lhe arrancou alguns pelos do bigode. Aristarco 
prometeu uma punição severa que, no entanto, nunca ocorreu. Após este incidente 
Bento Alves saiu do colégio e Sérgio acredita que o “perdão” do diretor era devido ao 
cuidado para não perder mais uma mensalidade certa. 
No dia seguinte dez alunos foram chamados para o “julgamento” do caso. Franco 
gozava de Silvino por não estar envolvido na história e acabou gerando uma briga que 
resultou em mais vinte alunos levados à diretoria – entre eles Sérgio. 
Aristarco e seu funcionário discutiam quais medidas deveriam ser tomadas para 
solucionar o caso, considerando que não poderiam perder muitos alunos pagantes, 
quando um novo tumulto emergiu: os internos protestavam contra a goiabada que estava 
sendo servida no refeitório, que na verdade era de banana. O diretor adotou uma postura 
submissa para se justificar perante os rapazes, esclarecendo que também estava sendo 
enganado pelos fornecedores de goiabada. 
Capítulo 9 
Considerando a contrariedade que haveria em expulsar tantos estudantes, o castigo aos 
revolucionários e revoltosos se resumiu a algumas páginas escritas e três dias de 
reclusão em sala de aula. 
Nessa época o narrador nutria uma nova amizade, muito mais profunda e recíproca do 
que aquelas ocorridas com Sanches e Bento Alves: era Egbert, de origem inglesa, aluno 
mais adiantado que Sérgio conheceu no início das aulas secundárias. A simpatia 
imediata entre os dois proporcionou inúmeros momentos compartilhados, passeios, 
estudos e leituras. O narrador relata uma relação de dependência completa desta 
amizade. 
Certo dia, porém, convidados os dois amigos a um jantar de honra, na casa de Aristarco, 
Sérgio sentiria o encantamento por Egbert se esvair: as atenções, os olhares e as carícias 
de Dona Ema despertaram no narrador uma sensação de engrandecimento que fizeram 
ver seu amigo como parte do passado. 
Capítulo 10 
No dia anterior ao tal jantar Sérgio passou por outro momento marcante: os exames na 
Secretaria de Instrução Pública, dos quais se saiu com sucesso. 
O ATENEU: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 9 
 
Após o jantar Sérgio teve sonhos de intimidades com Dona Ema, nos quais ela lhe 
permitia calçar os pés. Egbert parecia-lhe cada vez mais um estranho. O distanciamento 
definitivo do amigo se deu quando Sérgio foi movido para quarto dos maiores. 
No chalé, como era chamado o novo dormitório, Sérgio não se envolvia nas discussões, 
que sempre lhe pareciam desinteressantes. A reclusão do colégio e as limitações de sua 
idade o atormentavam. 
Alguns dos colegas do quarto de Sérgio conseguiram abrir um vão nas grades da janela 
que os permitia passar noites ao relento, usando de lençóis para escalarem a parede 
quando retornavam. Aderindo ao grupo, Sérgio aproveitou a oportunidade para vingar-
se da surra que levou de Rômulo meses antes: quando este saiu para o passeio noturno, 
Sérgio recolheu a corda de lençóis e deixou o rival do lado de fora até a manhã, quando 
foi flagrado pelo diretor e “sogro” Aristarco. 
Capítulo 11 
Aos sábados Dr. Cláudio dava palestras sobre assuntos gerais, desde a origem dos 
planetas, passando pelas primeiras formas de vida microscópica, até o advento da 
humanidade e da cultura. 
Certa vez, focando no tema da educação, o professor defendeu a instituição do internato, 
que era alvo de frequentes críticas: os vícios observados neste tipo de estabelecimento 
seriam apenas reflexos dos vícios próprios da sociedade, que permitiriam ao jovem um 
contato direto com a realidade que enfrentará pela vida e uma base moral mais sólida 
para medir suas ações. 
Ao ouvir estas palavras Sérgio pensou em Franco, que estava doente desde quando fora 
à prisão escolar pela última vez. A insalubridade do cárcere somou-se a uma 
predisposição do rapaz para usar do seu sofrimento como forma de punição aos colegas, 
que considerava culpados por sua situação. Um dia após uma breve visita do narrador 
ao seu colega, ele faleceu. 
Recuperando-se do luto, o Ateneu passou por um período de muita animação durante os 
preparativos da festa bienal em que se entregavam prêmios aos estudantes de destaque. 
O evento teria seu ápice com a entrega de um busto de bronze de Aristarco, 
encomendado por seus alunos. 
Sob uma enorme tenda armada nomeio do pátio do Ateneu, milhares de convidados, 
familiares e autoridades, reuniram-se para prestigiar a obra do famoso pedagogo, que 
discursou cheio de orgulho. Após a entrega de medalhas e coroas de carvalho aos 
premiados, Dr. Venâncio versou sobre as supremas qualidades do diretor da instituição 
e exibiu o eterno busto. Aristarco, surpreendentemente, sentiu inveja daquela obra de 
O ATENEU: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 10 
 
metal e incomodou-se por sentir que todos os elogios proferidos por seu funcionário 
dirigiam-se a ela, não a ele. 
À noite, quando os convidados se retiravam, Sérgio reparou na presença dos familiares 
de Franco, cabisbaixos. 
Capítulo 12 
Certo tempo depois da festa de premiação Sérgio adoeceu de sarampo e recebeu os 
tratamentos especiais da mulher de Aristarco. Dona Ema criou um forte laço de 
intimidade com o garoto, confidenciando-lhe sua solidão e desconfiança de todos os que 
se aproximavam dela. 
Sua família partira para a Europa e o deixara sob os cuidados do Ateneu também no 
período de férias. Do pai, Sérgio recebeu apenas uma correspondência na qual havia 
frustrantes considerações sobre a vida no estrangeiro e conselhos existenciais em que 
era ressaltada a importância de se viver o momento presente, sem prender-se ao passado 
nem esperar muito do futuro. 
Sérgio vivenciava com Ema uma experiência profundamente amorosa quando um 
evento trágico interrompeu o romance: um incêndio no Ateneu. As férias haviam 
dispensado a maioria dos funcionários e o esforço tardio dos bombeiros não permitiu 
que muito se salvasse. Aristarco assistiu pasmo à sua desgraça, procurando manter uma 
postura calma, que convinha à sua dignidade. 
Mais tarde Sérgio soube que Dona Ema desaparecera, assim como Américo, um calouro 
problemático que foi apontado como responsável pela tragédia. Aristarco continuava 
observando os restos de sua obra sem conseguir responder a qualquer indagação. 
O narrador encerra suas recordações, às quais pondera que podem ser entendidas como 
saudades, considerando que o tempo passageiro nada mais é que “o funeral para sempre 
das horas”. 
FIM 
 
O ATENEU: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 11 
 
QUESTÕES DE VESTIBULAR 
1. (UDESC 2008) Assinale a alternativa incorreta, em relação à obra O Ateneu. 
(A) Franco, jovem agressivo e problemático; Barbalho, balofo e vesgo, e Sanches, 
primeiro aluno da classe, são alguns dos meninos que dividiam com Sérgio o dia-a-dia 
do internato. 
(B) Entre os traços em comum entre esse romance e Menino de engenho há o fato de em 
ambos haver narrador de 1ª pessoa, e de os narradores irem para um internato. 
(C) Em linguagem otimista, o narrador revela os muitos anos passados em uma 
instituição modelar de ensino, cujo diretor era severo, porém compreensivo com os 
alunos mais fracos e desamparados. 
(D) Sérgio, personagem central de O Ateneu, impressionara-sefavoravelmente com o 
internato para onde foi levado pelo pai; a realidade, no entanto, mostrou que o lugar era 
hostil, e que não havia consideração com os fracos. 
(E) Há um momento da história em que Sérgio se apoia nos astros e na devoção a Santa 
Rosália. 
 
2. (UDESC 2008) Analise as afirmações abaixo, em relação ao O Ateneu. 
I - O diretor que esse fragmento menciona foi sempre um homem magnânimo e justo, 
atento às necessidades dos educandos de seu colégio. 
II - O Ateneu é um romance memorialista, com as ações acontecendo em tempo anterior 
ao da narração dos fatos. 
III - Apresentando características do Romantismo, em seu lançamento o romance foi 
saudado pela forma como o autor urdiu uma história repleta de intrigas. 
IV - O Ateneu representa um mundo fechado; ao querer moldar os meninos que ali 
estudam, acaba por deformar-lhes a personalidade. 
V - Ema, esposa de Aristarco, transforma se em dedicada professora para os alunos. 
VI - A história aborda dois anos da vida do narrador, em um internato masculino. É 
narrada em primeira pessoa, por Sérgio já adulto. 
Assinale a alternativa cujas afirmações se justificam pelo texto. 
(A) Somente as afirmativas II e V são verdadeiras. 
O ATENEU: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 12 
 
(B) Somente as afirmativas I, III e V são verdadeiras. 
(C) Somente as afirmativas II, IV e VI são verdadeiras. 
(D) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras. 
(E) Somente as afirmativas IV e VI são verdadeiras. 
 
Leia o trecho abaixo para as questões 3 a 5. 
“Abriram-se as aulas a 15 de fevereiro. 
De manhã, à hora regulamentar, compareci. O diretor, no escritório do estabelecimento, 
ocupava uma cadeira rotativa junto à mesa de trabalho. Sobre a mesa, um grande livro 
abriase em colunas maciças de escrituração e linhas encarnadas. 
Aristarco, que consagrava as manhãs ao governo financeiro do colégio, conferia os 
assentamentos do guarda-livros. De momento a momento entravam alunos. Alguns 
acompanhados. 
A cada entrada, o diretor fechava lentamente o livro, marcando a página com um 
espadim de marfim; fazia girar a cadeira e soltava interjeições de acolhimento, 
oferecendo episcopalmente a mão peluda ao beijo contrito e filial dos meninos. Os 
maiores, em regra, recusavam-se à cerimônia e partiam com um simples aperto de mão. 
O rapaz desaparecia, levando o sorriso pálido na face, saudoso da vadiação ditosa das 
férias. O pai, o correspondente, o portador, despedia-se, depois de banais cumprimentos, 
ou palavras a respeito do estudante, amenizadas pela bonomia superior de Aristarco, que 
punha habilmente um sujeito fora de portas com o riso fanhoso e o simples modo de 
segurar-lhe os dedos. 
A cadeira girava de novo à posição primitiva, o livro da escrituração mostrava outra vez 
as páginas enormes e a figura paternal do educador desmanchava-se, voltando a 
simplificar-se na esperteza atenta e seca do gerente. A este vaivém de atitudes estava tão 
habituado o nosso diretor que nenhum esforço lhe custava a manobra. Soldavam-se nele 
o educador e o empresário com uma perfeição rigorosa, dois lados da mesma medalha: 
opostos, mas justapostos. 
Quando meu pai entrou comigo, havia no semblante de Aristarco uma pontinha de 
aborrecimento. Decepção talvez de estatística: o número dos estudantes novos não 
compensando o número dos perdidos, as novas entradas não contrabalançando as 
despesas do fim do ano. Mas a sombra do despeito apagou-se logo e foi com uma 
explosão de contentamento que o diretor nos acolheu. 
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Sua diplomacia dividia-se por escaninhos numerados, segundo a categoria de recepção 
que queria dispensar. Ele tinha maneiras de todos os graus, segundo a condição social 
da pessoa. 
As simpatias verdadeiras eram raras. No âmago de cada sorriso, morava-lhe um segredo 
de frieza que se percebia bem. 
E duramente se marcavam distinções políticas, distinções financeiras, distinções 
baseadas na crônica escolar do discípulo. 
Às vezes, uma criança sentia a alfinetada no jeito da mão a beijar. Saía indagando 
consigo o motivo daquilo, que não achava em suas contas escolares... O pai estava dois 
trimestres atrasado.” 
(Raul Pompéia, O Ateneu. Texto editado) 
 
3. (FMTM) Sobre a obra de Raul Pompéia, Mário de Andrade escreveu:” O Ateneu é 
uma caricatura sarcástica [...] da vida psicológica dos internatos. Digo caricatura no 
sentido de se tratar de uma obra em que os traços estão voluntariamente exagerados 
numa intenção punitiva.” 
Pela leitura do trecho do romance, pode-se considerar como caricatural e sarcástico: 
I. o modo pelo qual Aristarco é descrito pelo narrador, oferecendo de maneira episcopal 
a mão peluda ao beijo contrito e filial dos alunos; 
II. o modo pelo qual o narrador observa que Aristarco consagrava as manhãs ao governo 
financeiro do colégio, conferindo as anotações feitas em um grande livro que se abria 
em colunas maciças de escrituração e linhas encarnadas; 
III. o fato de o narrador ter associado os movimentos da cadeira giratória ocupada por 
Aristarco às mudanças de atitude deste, a cadeira funcionando como metáfora da 
personalidade do diretor. 
Está correto o que se afirma em: 
(A) II, apenas. 
(B) I e II, apenas. 
(C) I e III, apenas. 
(D) II e III, apenas. 
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(E) I, II e III. 
 
4. (FMTM) “Quando meu pai entrou comigo, havia no semblante de Aristarco uma 
pontinha de aborrecimento. Decepção talvez de estatística: o número dos estudantes 
novos não compensando o número dos perdidos, as novas entradas não 
contrabalançando as despesas do fim do ano. Mas a sombra do despeito apagou-se logo 
e foi com uma explosão de contentamento que o diretor nos acolheu.” 
No trecho, os termos em destaque constituem uma antítese. 
Esse recurso estilístico foi utilizado pelo autor para: 
a) ressaltar o fato de que Aristarco colocava as questões pedagógicas acima dos 
problemas financeiros do colégio. 
b) demarcar o caráter ambíguo e a oscilação de comportamento do diretor do 
colégio. 
c) mostrar que Aristarco dava pouca importância aos problemas financeiros do colégio. 
d) caracterizar o temperamento desconfiado de Aristarco como diretor do colégio. 
e) demonstrar que Aristarco tinha poucos aborrecimentos à frente da instituição. 
 
5. (FMTM) Quanto à maneira de recepcionar pais e alunos, pode-se afirmar que 
Aristarco os recebia: 
(A) com uma explosão de contentamento. 
(B) com expressão de aborrecimento. 
(C) de maneira espontaneamente acolhedora. 
(D) de maneira habilidosa e calculada. 
(E) com um desprezo que ele não se preocupava em ocultar. 
 
6. (ESPM) Leia o texto: 
“Aristarco, sentado, de pé, cruzando terríveis passadas, imobilizando-se a repentes 
inesperados, gesticulando como um tribuno de meetings, clamando como para um 
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auditório de dez mil pessoas, majestoso sempre, alçando os padrões admiráveis, como 
um leiloeiro, e as opulentas faturas, desenrolou, com a memória de uma última 
conferência, a narrativa dos seus serviços à causa santa da instrução. Trinta anos de 
tentativas e resultados, esclarecendo como um farol diversas gerações agora influentes 
no destino do País! E as reformas futuras? Não bastava a abolição dos castigos 
corporais, o que já dava uma benemerência passável. 
Era preciso a introdução de métodos novos, supressão absoluta dos vexames de 
punição, modalidades aperfeiçoadas no sistema das recompensas, ajeitação dos 
trabalhos, de maneira que seja a escola um paraíso; adoção de normas desconhecidas 
cuja eficácia ele pressentia, perspicaz como as águias. Ele havia de criar... um horror, a 
transformação moral da sociedade!” (O Ateneu, Raul Pompéia) 
O trecho descreve a personagem Aristarco, diretor do colégio Ateneu. Assinale a 
afirmação ERRÔNEA: 
(A) expressões como “terríveispassadas”, “repentes inesperados”, “majestoso” 
caracterizam o autoritarismo da personagem. 
(B) expressões como “leiloeiro” e “opulentas faturas” conotam o interesse comercial do 
diretor, preocupado com os lucros da escola. 
(C) a expressão “transformação moral da sociedade” confirma a séria 
preocupação com um projeto pedagógico e social, apesar de seu autoritarismo. 
(D) expressões como “abolição dos castigos corporais” e “supressão absoluta dos 
vexames da punição” conferem ao diretor certo caráter de liberalismo. 
(E) depreende-se que expressões como “serviços à causa santa da instrução” e 
“esclarecendo como um farol diversas gerações” são irônicas, pois incompatibilizam 
com a característica autoritária e interesseira do diretor. 
 
7. (MACKENZIE - 2003) 
“‘Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta.’ 
Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das 
ilusões de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor 
doméstico, diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o poema dos 
cuidados maternos um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais 
sensível a criatura à impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da 
vitalidade na influência de um novo clima rigoroso. Lembramo-nos, entretanto, com 
saudade hipócrita, dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob 
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outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora e não viesse de longe a enfiada 
das decepções que nos ultrajam. 
Eufemismo, os felizes tempos, eufemismo apenas, igual aos outros que nos 
alimentam, a saudade dos dias que correram como melhores. Bem considerando, a 
atualidade é a mesma em todas as datas. Feita a compensação dos desejos que 
variam, das aspirações que se transformam, alentadas perpetuamente do mesmo ardor, 
sobre a mesma base fantástica de esperanças, a atualidade é uma. Sob a coloração 
cambiante das horas, um pouco de ouro mais pela manhã, um pouco mais de púrpura ao 
crepúsculo - a paisagem é a mesma de cada lado beirando a estrada da vida. 
Eu tinha onze anos.” Raul Pompéia, O Ateneu 
Depreende-se do fragmento em negrito que: 
(A) não há razão para idealizar o passado, já que todas as épocas propiciam momentos 
felizes. 
(B) há pessoas hipócritas que negam a felicidade dos tempos antigos. 
(C) experimentam-se angústias e decepções em qualquer que seja a época de nossa 
vida. 
(D) as lembranças do passado amenizam as dores do presente. 
(E) devemos esquecer que a vida é marcada por incertezas e decepções. 
 
8. (FUVEST) Assinalar a afirmação correta a respeito de O Ateneu, romance de Raul 
Pompéia. 
(A) Romance de formação que avalia a experiência colegial, por meio de Sérgio, 
alter ego do autor. 
(B) Romance romântico que explora as relações pessoais de adolescentes no colégio, 
acenando para o homossexualismo latente. 
(C) Romance naturalista que retrata a tirania do diretor do colégio e o maternalismo de 
sua mulher para com os alunos. 
(D) Romance realista que apresenta um padrão de excelência da escola brasileira do 
final do império. 
(E) Romance da escola do Brasil no final do império, cuja falência vem assinalada pelo 
incêndio do prédio, no final da narrativa.

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