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AULA : Responsabilidade Civil Direito do Entretenimento Prof. Fábio Bernardes Responsabilidade Civil: conceito e finalidade Ato ilícito: conceito e elementos Espécies de responsabilidade no Código Civil Responsabilidade Civil no Código de Defesa do Consumidor Responsabilidade Civil AULA : Responsabilidade Civil Direito do Entretenimento Prof. Fábio Bernardes Noções: • A primeira idéia que devemos esclarecer é a distinção entre responsabilidade civil e obrigação. • A obrigação é sempre um dever jurídico originário, enquanto que a responsabilidade civil é um direito sucessivo, consequente à violação da obrigação. 1) Conceito – é o dever que alguém tem de reparar o prejuízo decorrente da violação de um outro dever jurídico. 2) Obrigação de indenizar – a responsabilidade civil opera a partir do ato ilícito, com o nascimento da obrigação de indenizar, que tem por finalidade colocar a vítima na situação em que estaria sem a ocorrência do fato danoso. AULA : Responsabilidade Civil Direito do Entretenimento Prof. Fábio Bernardes 3) Ato Ilícito: é aquele praticado por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, e que viole direito e cause dano a outrem. Elementos do Ato Ilícito : - Conduta: o ato ilícito decorre de uma conduta humana, que poderá ser externada através de uma ação ou de uma omissão. - Dano: é a lesão a um Bem Jurídico. - Culpa: o Código Civil não fez nenhuma distinção entre dolo e culpa, portanto, a pessoa não vai reparar o dano diferente porque agiu com dolo ou com culpa. - Nexo de causalidade: é o liame que une a conduta (seja por ação ou por omissão) ao resultado (dano). Portanto, o nexo de causalidade é este fio invisível que mostra qual foi à ação ou omissão que resultou o dano. AULA : Responsabilidade Civil Direito do Entretenimento Prof. Fábio Bernardes Espécies de Responsabilidade Civil: - Contratual e Extracontratual : • Teremos a responsabilidade contratual quando preexistir um vínculo obrigacional e o dever de indenizaré conseqüência do inadimplemento. • Teremos, por sua vez, a responsabilidade extracontratual, na qual o dever de indenizar surge em virtude de lesão a direito subjetivo, sem que entre o ofensor e a vítima preexista qualquer relação jurídica. - Subjetiva ou Com Culpa: • Na responsabilidade civil subjetiva a vítima deverá provar em sua ação judicial os quatro elementos do ato ilícito. - Objetiva ou Sem Culpa: é também chamada de sem culpa porque não vai se discutir o elemento culpa. • Nessa modalidade de responsabilidade a vítima tem que provar somente a ação, o dano e o nexo, porque a culpa está presumida de forma absoluta (Teoria do Risco). AULA : Responsabilidade Civil Direito do Entretenimento Prof. Fábio Bernardes Regras para Identificação da Espécie de Responsabilidade Civil: a) Regra Geral: artigo 927 caput CC - aquele que por ato ilícito causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. A regra ainda é a responsabilidade Civil Subjetiva uma vez que a culpa é elemento do ato ilícito. b) parágrafo único do artigo 927 CC – haverá obrigação de reparar o dano independentemente de culpa (virou objetiva), nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano, implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem. Então há casos em que a Responsabilidade Civil será Objetiva porque a natureza da atividade envolve risco. Há Responsabilidade Civil Objetiva quando a lei disser e quando no caso concreto o juiz concluir que a natureza da atividade desenvolvida envolve risco. AULA : Responsabilidade Civil Direito do Entretenimento Prof. Fábio Bernardes Responsabilidade Civil nas Relações de Consumo: • O Código de Defesa do Consumidor disciplina nos artigos 12 a 17 a responsabilidade por vícios de segurança (sob o título “Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço”), em que a utilização do produto ou serviço é capaz de gerar riscos à segurança do consumidor ou de terceiros, podendo ocasionar um evento danoso, denominado de acidente de consumo. • O Código regula nos artigos 18 a 25 (sob o título “Da Responsabilidade por Vício do Produto ou Serviço”) dos vícios de adequação, em que os produtos ou serviços não correspondem às expectativas geradas pelo consumidor quando da utilização ou fruição, afetando, assim, a prestabilidade, tornando inadequados. • Ex.: Se uma pessoa for a uma loja e comprar um aparelho de som em que uma das caixas não funciona, há vício de adequação do produto, gerando responsabilidade por vícios (arts. 18 a 25). Entretanto, se esse mesmo aparelho de som, por exemplo, em decorrência de curto-circuito, pega fogo e causa dano as pessoas, tem-se acidente de consumo, gerando responsabilidade pelo fato do produto ou serviço. AULA : Responsabilidade Civil Direito do Entretenimento Prof. Fábio Bernardes Responsabilidade pelo Fato do Produto: • O art. 12 trata da responsabilidade pelo fato do produto de todos os integrantes do ciclo produtivo-distributivo, excluindo a primeira vista, o comerciante que somente poderá ser responsabilizado, como prescreve o art. 13, em via secundária. • A responsabilidade civil, portanto, do fabricante, produtor, construtor e do importador, ocorrerá independentemente da investigação de culpa., ou seja, será desnecessária a averiguação de negligência, imperícia ou imprudência, sendo suficiente que o consumidor demonstre o defeito do produto, o dano ocorrido (acidente de consumo) e a relação de causalidade entre ambos (nexo causal). • A responsabilidade civil adotada pelo Código de Defesa do Consumidor foi a do risco da atividade e não a do risco integral. Isso se demonstra claramente, pois o artigo previu hipóteses que irão mitigar tal responsabilidade. AULA : Responsabilidade Civil Direito do Entretenimento Prof. Fábio Bernardes • Poderá o fornecedor, de acordo com o parágrafo (§) 3°, levantar em sua defesa que não colocou o produto no mercado ou que, embora o produto tenha entrado no mercado de consumo, o defeito inexiste ou que o dano foi causado por culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, afastando a teoria do risco integral. • A responsabilidade do comerciante será, nos acidentes de consumo, subsidiária. Somente irá ocorrer quando não conservar adequadamente os produtos perecíveis ou quando o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados. AULA : Responsabilidade Civil Direito do Entretenimento Prof. Fábio Bernardes • Importante notar que a responsabilidade do comerciante pelo fato do produto também será objetiva, nos mesmos moldes do art. 12, porém será subsidiária. Sua responsabilidade somente se dará quando ocorrerem as hipóteses dos incisos do art. 13. Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando: I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados; II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador; III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis. Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso. AULA : Responsabilidade Civil Direito do Entretenimento Prof. Fábio Bernardes Responsabilidade pelo Fato do Serviço: • O artigo 14 trata da responsabilidade pelo fato do serviço que, semelhantemente ao art. 12 (responsabilidade por fato do produto), contém basicamente as mesmas características. • Assim, para averiguação da responsabilidade em razão da prestação de serviços defeituosos é preciso demonstrar o defeito do serviço, o dano e a relação de causalidade entre o defeito do serviço e o dano (nexo causal). • Nessa hipótese a responsabilidade também é objetiva e fundada na teoria do risco da atividade e não do risco integral, uma vez que também contempla hipóteses de exclusão da responsabilidade. • Desse modo, basta o fornecedor demonstrar que, tendo prestadoo serviço, o defeito inexiste ou que houve culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro para que fique isento de responsabilidade. AULA : Responsabilidade Civil Direito do Entretenimento Prof. Fábio Bernardes Responsabilidade por vício do produto: Vício de Qualidade: • O artigo 18 trata da responsabilidade por vício de qualidade do produto na qual se encontram como sujeitos passivos todos os fornecedores que respondem pelo ressarcimento desses vícios, coobrigadose solidariamente. • Vícios de qualidade dos produtos são aqueles capazes de torna-los impróprios ou inadequados ao consumo, aqueles que lhes diminuam o valor e aqueles que contêm falhas na informação (verdadeiros vícios de informação) em razão da disparidade com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária. Ex.: o comerciante que expõe a venda mercadoria com o prazo de validade vencida. AULA : Responsabilidade Civil Direito do Entretenimento Prof. Fábio Bernardes • Importante salientar as opções que o CDC abre aos consumidores caso o vício não seja sanado no prazo máximo de 30 dias. Alternativamente e de acordo com a vontade dos consumidores, eles poderão exigir a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso ou a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, exigindo inclusive perdas e danos, se houver, ou o abatimento proporcional do preço. • O Código também prevê a possibilidade das partes convencionarem a redução ou a ampliação do prazo de 30 dias para que seja sanado o vício, mas não poderá ser inferior a 7 dias e nem superior a 180 dias. • Nos contratos de adesão, essa estipulação de prazo deverá ser convencionada em separado, através de manifestação expressa do consumidor. AULA : Responsabilidade Civil Direito do Entretenimento Prof. Fábio Bernardes Vício de quantidade do produto (art. 19): • O produto, quando apresentar conteúdo líquido inferior às indicadas no recipiente, embalagem, rótulo ou mensagem publicitária, contém um vício de quantidade, fazendo com que o consumidor possa à sua escolha, optar pelas hipóteses previstas nos incisos I, II, III e IV. • Nessa modalidade de vício também respondem solidariamente os fornecedores pelos mesmos. • Por fim, o § 2° determina a responsabilidade exclusiva do fornecedor imediato ou comerciante quando fizer a pesagem, ou a mediação do produto e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais. Se o fornecedor imediato for demandado judicialmente, caberá a ele prova de que os instrumentos utilizados estavam de acordo com esses padrões. Ex.: Sacolões, supermercados, açougues etc AULA : Responsabilidade Civil Direito do Entretenimento Prof. Fábio Bernardes Vício de qualidade do serviço (art. 20): • O serviço, quando prestado, deve, antes de tudo, ser adequado para os fins que razoavelmente dele se esperam. • Os vícios de qualidade são aqueles que fazem com que os serviços se tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor. São considerados também como vícios de qualidade quando os serviços apresentam falhas na informação (verdadeiros vícios de informação), sendo as decorrentes da disparidade com as indicaçõesconstantes da oferta ou mensagem publicitária. • Os fornecedores também respondem solidariamente por esses vícios, muito embora seja mais comum a verificação de um único fornecedor na cadeia de consumo, no caso, o que prestou o serviço. • Na verificação de tais vícios, o consumidor poderá, além da restituição da quantia paga e do abatimento proporcional do preço, optar pela reexecução do serviço sem nenhum custo adicional para ele, podendo inclusive esta reexecução ser confiada a terceiros, às expensas do fornecedor.
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