Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Balance como recurso terapêutico na prevençãode quedas em idosos Thiago Lima de Oliveira¹ gerontologiathiago@yahoo.com.br Dayana Priscila Maia Mejia² Pós-graduação em Fisioterapia Neurofuncional-Faculdade- FAIPE Resumo Com o grande aumento da população idosa no país as quedas tem se tornado cada vez mais frequentes devido as alterações no processo de envelhecimentodentre as quais se destacam fraqueza muscular, diminuição da sensibilidade tátil, alterações na visão e no sistemas vestibular. O recurso terapêutico do Balance promovera maior planejamento do movimento antecipatório queenvolve a interação de múltiplos processos sensoriomotor e cognitivo.As estratégias de movimentos podem ser praticadas dentro do contexto de retreinamento do controle do equilíbrio reativo e proativo como em deslocamento anteroposterior e mediolateral. A instabilidade postural se relaciona a velocidade, ao esforço, aos graus de suporte externo é a complexidade da tarefa.Portanto o objetivo deste estudo foi pesquisar as referências bibliográficas existentes no período de 1990 a 2014 relacionadas a quedas em idosos, fatores contribuintes, alterações dos sistemas que compõem o balance suas influencias no processo de envelhecimento e o Balance como recurso terapêutico. Palavras-chaves: Processo de envelhecimento; quedas; Balance 1.Introdução O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial. No Brasil, esse aumento vem ocorrendo de forma rápida e acentuada, assim como em outros países em desenvolvimento. Atualmente, o número de idosos brasileiros é da ordem de 26,1 milhões de habitantes (13%), mas as projeções indicam que este segmento poderá perfazer 41,7 milhões em 2030 e 58,4 milhões (26,7%) em 2060.¹ Com o envelhecimento populacional há impacto e aumento da demanda em diversos setores da sociedade, para o indivíduo, a família, a comunidade, especialmente para a seguridade social e a saúde. Dentre as consequências, destaca-se o aumento na prevalência de quedas.² O evento queda pode ocorrer em qualquer idade. No entanto, tem suas particularidades no idoso, pelas consequências biopsicossociais graves e, às vezes devastadoras. Por isso e considerado uma síndrome geriátrica e está entre os problemas de saúde mais frequentes e incapacitantes.³ Segundo Guccione e Avers4 as quedas representam o mecanismo mais comum de lesão, sendo as principais causas de morte ocasionadas por lesão, em indivíduos com mais de 65anos. _______________________________ ¹ Pós-graduando em Neurofunciona 2 Orientadora, Fisioterapeuta, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e Direito em Saúde 2 Cerca de 30 a 60% dos idosos caem ao menos uma vez ao ano e cerca da metade cai de forma recorrente. Assim sendo, evitar o evento de queda é considerado hoje uma conduta de boa prática geriátrico-gerontológica, tanto em hospitais quando em instituições de longa permanência.5-6 Cerca de 90% das fraturas de quadril são causadas por quedas e o custo atual estimado do tratamento das fraturas de quadril é da ordem de 10 bilhões de dólares. Entre 1988 e 1996 a taxa de hospitalização por fratura de quadril em mulheres acima de 65 anos nos EUA aumentou 23%.7 A queda deve ser vista como um evento sentinela e funciona como um marcador de mudanças relacionadas ao envelhecimento, como uma doença crônica, ou um evento agudo.3 Segundo Shumway-Cook e Woollscott8 as quedas em idosos têm múltiplos fatores contribuintes, incluindo fatores ambientais extrínsecos e fatores intrínsecos, como os fisiológicos, musculoesqueléticos ou psicossociais. A queda pode ser classificada em um evento único acidental que dificilmente se repetirá e é decorrente de uma causa extrínseca, como um piso escorregadio ou em virtudes de risco, como subir em banquinhos. Em contrapartida, a queda recorrente por fatores intrínsecos etiológicos, como doenças crônicas, polifarmácia, distúrbios de equilíbrio dentre outros.7 A identificação dos idosos com risco de queda e os fatores que os colocam em risco podem orientar um programa de intervenção para melhorar ou acomodar o risco.4 2. Definição de ´´Balance`` Antes de compreender o balance devemos conhecer como funciona o controle do equilíbrio corporal. O equilíbrio corporal é a capacidade do ser humano de manter-se ereto ou executar movimentos de aceleração e rotação do corpo sem oscilação ou queda.9 A manutenção do equilíbrio corporal é um processo complexo que depende da harmoniosa integração entre as informações sensoriais (visão, somatossensorial e vestibular), o processamento do sistema nervoso central e a adequada execução pelo sistema efetor (neuromuscular e musculoesquelético).10 Segundo Horak11 as duas principais tarefas funcionais relacionadas ao equilíbrio corporal são: Orientação postural que engloba o alinhamento dos segmentos corporais e do tônus postural em relação à gravidade, superfície de suporte, ao ambiente visual e às referências internas (compreendida como o mapa interno dos limites de estabilidade percebido pelo indivíduo). A estabilidade postural envolve a coordenação de estratégias sensório-motoras para estabilizar o centro de massa do corpo dentro da base de sustentação durante perturbações iniciadas pelo próprio indivíduo como na marcha, transferências posturais, movimento intencional do segmento do corpo e em relação a perturbações externas (empurrão, escorregão, tropeço etc.), para que a estabilidade possa ser mantida. Quando ocorre o desequilíbrio o indivíduo tem mecanismos capazes de prever por meios de movimentos corretivos e antecipatórios selecionados conforme o tipo e a amplitude das perturbações impostas ao corpo, e de acordo com as demandas determinadas pela tarefa e pelo ambiente, afim de evitar quedas.12 3 O balance é uma habilidade cognitivo-motora complexa, resultante da integração de múltiplos processos sensório-percepto-motores, que tem como objetivo estabilizar o centro de massa durante os movimentos voluntários, intencionais em situações de perturbações externas.13 Segundo Woollacott e Shumway-Cook8 o balance envolve habilidade para manter uma posição estável, para recuperar-se de uma perturbação, para manter a estabilidade durante movimentos voluntários potencialmente desestabilizastes de forma reativa e antecipatória. Em situações do dia-a-dia quando ocorre demandas sobre o balance, o corpo utiliza de estratégias motoras para manter o equilíbrio. São padrões de movimentos utilizados para recuperar o equilíbrio em respostas às perturbações posturais. São três estratégias utilizadas: estratégia de tornozelo, estratégia do quadril e estratégia do passo ver anexo 1.4-13 Estratégia do tornozelo: ativação dos músculos ao redor do tornozelo, é mais usada em situações nas quais a perturbação do equilíbrio é menor e a superfície de apoio e firme próximo da linha media.8 Estratégia do quadril: ativação dos músculos ao redor do quadril com resultado de perturbação súbita e forçada em uma superfície de suporte estreita com padrão de proximal para distal.4 Estratégia do passo: quando a perturbação é excessiva e ultrapassa os limites de estabilidade, essa estratégia é desencadeada com o intuito de alcançar uma nova e mais estável base de suporte.13 No dia-a-dia utilizamos essas estratégias em respostas a distúrbios externos como quando a superfície é móvel, durante a marcha em resposta à interrupção inesperada como um tropeço ou escorregão.8 O entendimento correto da definição do balance permite que, na pratica clínica, sejamos mais precisos na avaliação, interpretação dos achados clínicos. Isso possibilita uma tomada de decisão e consequente intervenção clinica mais apropriada sobre as dificuldades e problemas enfrentados pelo idoso.13 2.2 Sistemas que compõem obalance O sistema de ação que fundamenta o balance inclui o sistema nervoso central (planejamento),o sistema neuromuscular na execução (neurônio motor e musculo) produzindo movimentos efetivos no controle da posição corporal no espaço.8 Durante a manutenção da postura e dos movimentos a orientação do corpo e da cabeça no espaço está baseada na interpretação e na seleção de informações sensoriais advindas do sistema visual e vestibular. O sistema somatossensorial que fornece ao SNC informações da posição e do movimento do corpo em relação às superfícies de apoio.14 2.3 Alterações do envelhecimento dos sistemas que compõem o balance Sistema musculoesquelético A perda da massa muscular associada à sarcopenia é um dos marcadores de fragilidade em idosos. Há tanto um declínio no número de células musculares quanto no conteúdo proteico das células remanescentes, com uma redução mais 4 acentuada e rápida da massa de células do que de tecido conjuntivo intracelular e água. Depois dos 50 anos de idade, a massa muscular declina mais de 6% a cada década, e a força muscular mais de 10% a cada década.13 Existe uma perda relacionada à idade tanto das fibras musculares do tipo I como do tipo II sendo que a do tipo II em um ritmo mais rápido. O número de unidade motora diminui com a idade e a força isométrica máxima também encontra-se diminuída levando o musculo a fadigar mais rápido.8 A redução da flexibilidade articular e da amplitude de movimento são as principais consequências das doenças articulares que afetam a estabilidade postural e podem contribuir para quedas.4 Estudos encontraram associação entre a diminuição da amplitude de movimento do tornozelo e uma baixa pontuação no teste de alcance funcional anterior que pode ser explicada pelas alterações nos tecidos não contrácteis mais do que por encurtamentos musculares do musculo gastrocnêmio.13 Sistema somatossensorial As informações somatossensorial, obtidas dos receptores localizados nas articulações nos músculos e nos tendões, fornecem para SNC, dados importantes sobre a posição do segmento corporal e do movimento, assim como a quantidade de força produzida pelo movimento.4 Segundo Perracini e Fló13 com o envelhecimento o sistema somatossensorial apresenta perda de fibras sensoriais e de receptores proprioceptivos, consequência da diminuição do número de corpúsculo de Pacini e Meissner. Estudos histológicos demonstram alterações na distribuição e morfologia dos receptores tácteis com o aumento da idade de aproximadamente 75% em idosos com idade de 70 anos. O envelhecimento afeta tanto a quantidade como a qualidade dos corpúsculos. Sistema visual Na posição ortostática, a visão ajuda a detectar discretos deslocamentos posturais ao fornecer informações para o SNC sobre a posição e os movimentos de partes do corpo em relação às outras partes e ao ambiente externo.15 Com o envelhecimento, o sistema visual sofre uma série de mudanças, como: Diminuição da acuidade visual, do campo visual,diminuição na percepção de profundidade, redução da adaptação ao escuro e alterações na absorção da luz e na sensibilidade ao contraste.13 Sistema vestibular O sistema vestibular fornece informações para o SNC sobre a aceleração angular da cabeça por meio de canais semicirculares e sobre a aceleração linear por meio dos otólitos. Essas informações são consideradas dados importantes para o balance.4 O Segundo Perracine e Fló13 o sistema vestibular sofre alterações estruturais e eletrofisiológicas com o envelhecimento, como: perda das células vestibulares ciliares e nervosas, aumento do atrito das fibras nervosas do nervo vestibular, perda seletiva da densidade das fibras de mielina e redução da velocidade de condução do estímulo elétrico no nervo vestibular. Quando as informações proprioceptivas e visuais estão ausentes ou imprecisas, o SNC tem o sistema vestibular como principal fonte de informação sensorial. Com o processo de envelhecimento no sistema vestibular essa informação é alterada levando o idoso a um comprometimento de balance. 5 As síndromes otoneurológicas mais frequentemente encontradas nos idosos são vertigem posicional paroxística benigna (VPPB), doença de Méniére, labirintopatias vasculares, labirintopatias metabólicas.16 2.3 Testes físico-funcionais para avaliação do balance Vários testes têm sido desenvolvidos com o objetivo de avaliar a capacidade físico- funcional relacionados ao balance e ao risco de quedas em idosos. Alguns desses testes fornece parâmetros sobre o balance e a mobilidade. Dentre estes, destacam-se:Timed Up.17 O Timedup& go test ver anexo 1, é bastante simples e não exige nenhuma expertise específica, necessitando apenas de um procedimento sistematizado que consiste em medir o tempo gasto na tarefa de levantar-se de uma cadeira (a partir da posição encostada), andar 3 metros até um demarcador no solo, girar e voltar andando no mesmo percurso, sentado-se novamente com as costas apoiadas no encosto da cadeira. A instrução dada é que o idoso execute a tarefa de forma segura e o mais rapidamente possível. Os autores admitiram como tempo normal para a realização da tarefa por adultos saudáveis, um tempo de 10 segundos; considera-se que 11 a 20 segundos sejam os limites normais de tempo para idosos frágeis ou pacientes deficientes; mais de 20 segundos na execução da atividade é considerado um valor indicativo da necessidade de intervenção adequada.18 O teste de equilíbrio do Berg(TEB) ver anexo 2, foi desenvolvido pela fisioterapeuta canadense Kathy Berg (Berg 1993). Esse teste utiliza 14 itens diferentes, que são pontuados de 0 a 4. Onde o escore total é de 54 máximos (somatórios dos 14 itens). Na variação de 56 a 54, cada ponto de queda na escala de Berg foi associado com um aumento de 3 a 4% no risco de quedas. Entretanto, na variação de 54 a 46, mudanças de 1 ponto na pontuação de Berg estava associada com um aumento de 6 a 8% no risco de quedas. Abaixo da pontuação de 36, o risco de quedas era próximo a 100%. Portanto, a mudança de 1 ponto na pontuação de Berg pode levar a probabilidade previsível muito diferente para queda, dependendo de onde está a pontuação de base na escala.8 DynamicGaitIndex,(Índice dinâmico da marcha) ver anexo 3 é composto por oito tarefas de deambulação que avaliam velocidade e instabilidade na marcha durante o acelerar e desacelerar, em movimento de rotação e flexo-extensão da cabeça, em movimentos de rotação axial do corpo, em movimentos de ultrapassar e circundar obstáculos e em subir e descer degraus. Uma pontuação de 19 ou menos foi associada a quedas em idosos na comunidade (47). Assim, estratégias compensatórias devem ser elucidadas com objetivo de avaliar se são as mais indicadas para dado paciente no seu contexto funcional diário. Assim, os fisioterapeutas devem perguntar-se se seus pacientes estão utilizando as melhores estratégias dada suas limitações primárias e se uma intervenção terapêutica poderia melhorar os mecanismos de controle postural.13 Vanswearingen e Brach19 ressaltam que, para escolher um teste de formar adequada, este deve ser apropriado em relação à população na qual será utilizado, à aplicabilidade pratica e às propriedades psicométricas. Os testes funcionais servem para refinar a anamnese e a avaliação clínica dos sistemas que compõem o balance. E importante, também que o idoso esteja usando todas as compensações disponíveis como dispositivo de auxílio à marcha, calçados, lentes corretivas e aparelhos de amplificação sonora para que possa ter o melhor desempenho e otimizar sua funcionalidade.13 6 2.4 Balance como recurso terapêutico O controle postural é importante na realização de atividades funcionais no dia-a-dia de forma segura. Atividades como manter-se equilibrado na posição sentada sem encosto até andar em um ambiente imprevisível, como a rua, envolve o balance, em niveis de complexidade diferentes.8 Exercícios do balance, está entre as estratégias mais promissoras para a reeducação do risco de quedas. Envolve o treinodas estratégias sensórias e motoras do equilíbrio corporal além de estimular a cognição por meio de exercícios de atenção dividida.7 2.5 Estratégias motoras As estratégias motoras focalizam os exercícios que melhora a velocidade e a acurácia com que o idoso responde a distúrbios inesperados por meio de estratégias de tornozelo, quadril e do passo.4 O treino das estratégias motoras envolve expor o paciente a perturbações externas que variam de direção, velocidade e amplitude. As perturbações externas podem incluir empurrões e puxões aplicados aos quadris ou ombros.8 O movimento ativo para trás e para frente com resistência nos ombros e, a seguir ``soltar´´ (feito com cuidado para evitar que o paciente caia) pode ser realizado com intervenção para o treinamento da estratégia de tornozelo. Uma opção para treinar a resposta da estratégia do quadril e desiquilibrar o paciente no nível do quadril o suficiente de modo que precise inclinar o tronco para controlar o equilíbrio. De pé com desvios rápidos e lentos do peso em todas as direções, de pé e alcançando um pequeno objeto, de pé com pequenos empurrões é um exemplo de como evoluir as estratégias de movimentos.4 Perturbações maiores e mais rápidas podem ser utilizadas para encorajar o uso do passo. O passo também pode ser treinado pelo terapeuta deslocando o peso do paciente para um lado e trazer o centro de massa rapidamente para a perna sem peso.8 2.6 Estratégias sensórias A estratégia sensória deve ser mantida em uma variedade ampla de ambientes, bem iluminados, escuros, com presença de pistas visuais móveis, com olhos fechados, com a alterações na base de sustentação e em superfícies instáveis.20 O objetivo do treinamento de estratégias sensoriais é auxiliar o paciente a aprender a coordenar e selecionar efetivamente informação sensorial apropriada para o controle postural no balance.8 Sege abaixo algumas sugestões de exercícios com o balance utilizando a integração dos sistemas que o compõem. Disco de ar: um pé em cada disco de ar. Transferir o peso para frente e para trás e depois para um lado e para outro. Progressão realizar com os olhos fechados.4 Busu: Ficar de pé no busu, olhar par esquerda e para cima e depois olhar para direta e para cima, pular e se equilibrar.13 Exercícios com base de suporte variada: pés juntos paralelos, semitandem, tandem e apoio unipodal. Progressão realizar com os olhos fechados e fazer contas ou evocar nome de animais dupla tarefa.8 7 Espaguete cortado: Andar sobre o espaguete cortado ir de frente e voltar de costa. Progressão dupla tarefa conversando.4 Base inclinada ou irregular: sobre uma base inclinada ou irregular o paciente move os segmentos do corpo: olhos, cabeça e membros superiores em velocidade rápida.8 Treino de marcha: de frente, pernas cruzadas, com estreitamento de base, sobre os calcanhares em trajetos circunferenciais.13 3. Metodologia Este estudo foi realizado através de uma revisão bibliográfica no período de dezembro de 2015 a julho de 2016. Utilizando com base de dados eletrônicos; Sielogoogle acadêmico e principalmente livros com a abordagem sobre o manejo de quedas em idosos e a importância do treino de balance na prevenção e tratamento do equilíbrio corporal.Estes foram analisados a partir dos referenciais teóricos apresentados, dados estatísticos e conclusões dos artigos, livros e revistas publicados entre os anos de 1990 a 2010. 4. Resultados e Discussão O balance, em português traduzindo por equilíbrio corporal, e utilizado para descrever uma função do corpo humano. Segundo a CIF, classificação internacional de funcionalidade e incapacidade a função vestibular (b235) envolve as funções sensoriais do ouvido interno relacionado à posição, ao equilíbrio e ao movimento. Está igualmente relacionada à função proprioceptiva (b260). Vários outros termos são utilizados para descrever o balance: estabilidade, instabilidade, desequilíbrio, oscilação corporal etc.13 Muitos estudos têm sido direcionados à efetividade das intervenções sobre o treino de equilíbrio em idoso, uma vez que os déficits de equilíbrio constituem um fator de risco que pode ser modificado por meios de uma intervenção baseadas em exercícios funcionais sensório-percepto-motores.21 O treinamento de equilíbrio é baseado na exposição do idoso repetidamente as condições de dificuldade que envolva atenção, controle sensório-motor eantecipatório.22 Evidências de que exercícios direcionados para estimulação do equilíbrio mostram se eficazes na recuperação e manutenção do equilíbrio no processo de envelhecimento.23 Santos et al24 relatam que quanto menor o desempenho na escala de equilíbrio de Berg, maior é a probabilidade de queda em idosos, e confirmam que um idoso com uma pontuação inferior a 49 tem aproximadamente dez vezes mais chances de sofrer queda do que aqueles com pontuação superior. No entanto, idosos que realizam um programa de treinamentosensório-percepto-motor apresentam melhora no equilíbrio, o que possivelmente diminui o risco de quedas e aumenta a independência nas atividades diárias. Zambaldi et al25 observaram melhora das medidas de equilíbrio e nos resultados da escala de equilíbrio de Berg após treinamento de equilíbrio, de curto período, com tarefas específicas e sem associações de treino de força muscular, o que acarretaria também uma prevenção do risco de quedas. Estudo como os de Silsupadol et al26 enfatizaram a importância de treinamento específicos para melhora do equilíbrio. Neste estudo comparou-se o efeito de três diferentes treinos de equilíbrio sobre o desempenho de dupla tarefa em 23 idosos com 8 alterações de equilíbrio. Os grupos foram divididos em G1 (treino de equilíbrio com tarefa simples) G2 (treino com dupla tarefa: equilíbrio tarefas cognitivas com instruções fixas) e G3 (treino com tarefas duplas: equilíbrio e tarefas cognitivas com instruções variadas). Todos os grupos melhoraram o equilíbrio funcional expressos nos escores da escala de equilíbrio de Berg em aproximadamente 5 pontos sugerindo uma redução de 40% no risco de quedas. Porém apenas G1 apresentou resultados significativos daconfiança no equilíbrio através do teste activiesspecific balance confidence (ABC) e somente G2 e G3 melhoraram significativamente no teste de marcha de 6 metros com tarefa dupla. Santos et al24 verificaram que uma abordagem especifica de estimulação sensorial contribuirá para melhora do equilíbrio em um período de 2 meses nos exercícios de movimentos de cabeça, pescoço e olhos exercícios de controle postural em posição variada, em apoio unipodal, marcha e uso de superfícies instáveis com 45 minutos de duração, duas vezes por semana. Os resultados mostram em média uma melhora de 3 pontos nos escores da escala de equilíbrio de Berg. Ribeiro e Pereira27 verificaram o efeito de uma abordagem específica de reabilitação vestibular em 30 idosos da comunidade sobre a melhora do equilíbrio e a possibilidade de sofrer queda. O tempo de intervenção foi de 2 meses, 3 vezes por semana, em que os idosos realizavam individualmente os exercícios propostos. O grupo experimental apresentou uma melhora de 2 pontos na escala de equilíbrio de Berg e a diminuição de 30,4% na probabilidade de quedas comparado ao grupo controle. O presente estudo além de propor exercícios de estimulação não só vestibular, mais visual e proprioceptivo, demonstrou resultados similares, porém em um número maior de idosos assistidos por hora de intervenção. Madureira et al28 ao investigarem por 12 meses o efeito de um programa de treinamento de equilíbrio funcional em66 mulheres idosas (idade acima de 65 anos), observaram melhora nos escores da escala de equilíbrio de Berg de 5 pontos. Além da escala de equilíbrio de Berg, outros testes foram aplicados possibilitando aos investigadores observarem a melhora, não apenas no equilíbrio funcional. Mais também no equilíbrio estático, na mobilidade e na redução do número de quedas.O protocolo de treinamento do equilíbrio foi exercícios de caminhada com movimentação de cabeça, ombro, associados a movimentos de membro superiores e inferiores (15 minutos iniciais), marcha tandem (pé ante pé), andar na ponta dos pés, andar sobre os calcanhares, passadas laterais, equilíbrio em apoio unipodal e voltar a calma (15minutos) na frequência de uma vez por semana. Melhorando a função dos idosos, é provável que haja diminuição do número de quedas Santos et al24 afirmam que a melhor forma de intervir sobre a queda seria realizando sua prevenção por meio de exercícios de fácil aplicação, baixo custo, de caráter preventivo e curativo em relação às alterações do equilíbrio. 5. Conclusão Com base na revisão de literatura podemos constatar que as alterações no sistema nervoso central, musculoesquelético, sistema somatossensorial e sistema vestibular recorrentes do processo de envelhecimentos são as principais causas da queda em idosos 9 particularmente idosos mais frágeis. A integração desses sistemas se comporta de forma sistemática, ou seja um influencia o outro e todos influenciam no balance, os quais trabalham de forma cooperativa, afim de controlar a orientação e a estabilidade do corpo. O controle postural é importante na realização de atividades funcionais no dia-a-dia de forma segura. Atividades como manter-se equilibrado na posição sentada sem encosto até andar em um ambiente imprevisível, como a rua, envolve o balance, em niveis de complexidade diferentes. O principal fator para a instabilidade postural no idoso é a dificuldade em ativar os músculos antecipatórias antes do movimento voluntario. O treino de Balance tem como principal objetivo a ativação dos músculos posturais antecipatórios como nos exercícios de estratégia motora (estratégia do tornozelo, quadril e do passo), em condições que aumentem os estímulos sensoriaisrealizadossobre uma superfície instável em condições que exijam atenção realização de dupla tarefa e através da realização de tarefas que simulem as atividades de vida diárias. O balance é uma tarefa motora altamente adaptativa. É importante que os exercícios mais complexos sejam introduzidos de forma progressiva. Importante também frisar que, para o aprendizado motor no balance, são necessárias várias repetições dos exercícios, assim como a permanência, durante tempo razoável, nas posições e condições sensoriais isso ajudará a garantir que as melhoras no desempenho conseguidas sejam convertidas em mudanças permanentes. Desta forma fica evidente os benefícios do treino de Balance na prevenção de quedas na população idosa e também no tratamento dos distúrbios que afetam o controlo postural Referências Bibliográficas 1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção da população do Brasil: 2000-2060. Disponível em: http:// www.ibge.gov.br. Acessado em 8 de fevereiro de 2016. 2. GARRIDO R, MENEZES PR. O Brasil está envelhecendo: boas e más notícias por uma perspectiva epidemiológica. Rev. Bras Psiquiatr. 2002;24(1): 3-6 disponível em http://sbgg.org.br/publicacoes-cientificas/revista-geriatria-gerontologia/ acesso 10 de fevereiro de 2016. 3. JACOB, Wilson Filho, FARRIAS, Luciana Louzada. Manual terapêutico não farmacológico em geriatria e gerontologia. 1 ͣ ed. São Paulo, Atheneu, 2014, p 36. 4. GUCCIONE, Andrew; WONG, Rita A; AVERS, Dale. Fisioterapia Geriatrica.3 ͣ ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogn. 2013. p 300. 5.PERRACINI, M.; RAMOS, L. Fatores associados a quedas em uma coorte de idosos residentes na comunidade.Revista de SaúdePública, 2002; 36(6): 709-16. 6. RUBEINSTEIN, L.; JOSEPHSON, K. The Epidemiology of falls and syncope. ClinGeriatr. Med. 2002; 18: 141-158. 7. RAMOS, Luiz Roberto, CENDOROGLO, Maysa Seabra. Geriatria e gerontologia; Guia de medicina ambulatorial e hospitalar da UNIFESP. 2 ͣ ed. São Paulo, Manole, 2011. p 223. 10 8. SHUMWAY- COOK, Anne, WOOLLACOTT, H Marjorie. Controle Motor: Teoria e aplicações práticas. 3 ͣ ed. São Paulo; Manole, 2010. p. 216. 9. PEDALINI. M.E, BITTAR. R.S.M. Reabilitação vestibular: Uma proposta de trabalho. Pró – fono. V 11 n1. 1999. p. 140. 10. ALLISON, L, FULLER, K.Equilibrio e desordens vestibulares. In Umphred, editor. Reabilitação neurológica 4 ed. São Paulo, Manole, 2004. p. 1118 11. HORAK. F, ENER, H, NASHNER, L. Strategies associated with somatosensory and vestibular loss. Exp Brain Res 1990. p. 167-177. 12. GAZZOLA JM, DONÁ F, GANANÇA FF. Realidade virtual na avaliação e reabilitação dos distúrbios vestibulares. Atc ORL. 2009;27 p.7. 13. PERRACINNI, Monica, FLÓ, Claudia. Funcionalidade e envelhecimento. 1ed. Rio de Janeiro; Guanabara Koogan, 2013. p. 117, 118,122, 125, 126, 133, 334, 345. 14. AKEMAN, A GONÇALVES DJ, PERRACINE MR, Tratamento das disfunções do balance em idosos. 1ed. Rio de Janeiro; Guanabara Koogan, 2009. p 144. 15. SILVAS APS, JARDIM MA, FIGUEREDO CVM. O equilíbrio postural em idosos: Influência das alterações da visão e da postura. Fisio Ter 2003; 40:34-6. 16. GAZZOLA JM, GONANÇA FF, PERRACINI MR. Avaliação clínica de idosos com disfunção vestibular crônica. Rev. Bras. Otorrinolaringo 2006; 72(4):515-22. 17. BERG KO, MAKI BE, WILLIAMS JL.et al. Clinical and laboratorye measures of postural balance in an elderly population. Arch Phys Med Rehabil 1992; 73:1073-1080. 18. PODSIADLO D, RICHARDSON S. The Timed “Up & Go’’: a test of basic functional mobility for frail elderly persons. J Am GeriatrSoc 1991; 39:142-148. 1. 19.VANSWEARINGEN JM, BRACH JS. Making geriatric assesment work: selecting useful measures. Phys Ther; 81(61):1233-52. 20. MING-HSIA, HU, WOOLLACOTT, MJ. Balance evaluation, trainig and rehabilitation of frail faller. Reviews in clinicalGerontology. 1996;6,85-99. 21. ZAMBALDI, PA, COSTA, TABN, DINIZ, GCLM, SCALZO, PL. Efeito de um treinamento de equilíbrio em um grupo de mulheres idosas da comunidade: estudo piloto de uma abordagem específica, não sistematizada e breve. Acta Fisiatr. ; 14 (1); 17-24, 2007. 22. ABREU, SSE, CALDA, CP. Velocidade de marcha, equilíbrio e idade: um estudo correlacional entre idosas praticantes e idosas não praticantes de um programa de exercícios terapêuticos. Ver Brasfisioter. ; 12(14)324 , 2008 23. SOUZA, ACS, PAIVA, PB, Guth VJ, MARTINS, AC, SANTOS, GM, MAZ0, GZ. O efeito do treinamento sensório-motor no equilíbrio de idosas. Rev Digital Buenos Aires. 2009. (acesso jul, 2016; 14(134). Disponivel em: http://www.efdeportes.com/efd134/treinamento-sensorio-motor-no- equilibrio-de-idosas.htm. 24. SANTOS, AA; BERTATO, F.T; MONTEBELO M.I.L, GUIRRO, E.C.O. Efeito do treinamento proprioceptivo em mulheres diabéticas revista brasileira de fisioterapia, v. 12, n3, p-183-187, 2008. 25. SILVEIRA KM, MATAS SLA, PERRACINI MR. Avaliação de desempenho dos testes FuctionalReach e Lateral em amostra populacional brasilira. RevistaBrasileira de Fisioterapia 2006; 10:381-386. 26. SILSUPADOL, P; SHUMWAY-COOK, A; LUGADE, V; DONKELAAR, P; CHOUL, S; WOOLLACOTT, M.H. Effect of single-on balance performance in older adults; archives of physcal medicine adereabilitation v.90 p 381-387, 2009. 11 27. RIBEIRO, A.S.B; PEREIRA, J.S. Melhora do equilíbrio e redução da possibilidade de queda em idosos após excercicios de Cawthorne e Cooksey. Revistabrasileira de otorrinolaringologia,v71, n1 p. 38-46, 2005. 28. MADUREIRA.M.M; TAKAYAMA, L. GALLINARO, A.L; CAPARBO, V.F; COSTA, R.A; PEREIRA, R.M.R. Balance training programa is highly effective in improving functional status and reducing the risk of falls in elderly womem with osteoporosis: randomized controlled trial. Osteoporosisinternational v18, n4, p.419-425, 2007. 12 Anexos Anexo 1 Teste de Equilíbrio de Berg 1-Posição sentada para posição em pé Instruções: Por favor, levante-se. Tente não usar suas mãos para se apoiar. ( ) 4 capaz delevantar-se sem utilizar as mãos e estabilizar-se independentemente ( ) 3 capaz de levantar-se independentemente utilizando as mãos ( ) 2 capaz de levantar-se as mãos após diversas tentativas ( ) 1 necessita de ajuda mínima para levantar-se ou estabilizar-se ( ) 0 necessita de ajuda moderada ou máxima para levantar-se 2-Permanecer em pé sem apoio Instruções: Por favor, fique em pé por dois minutos sem se apoiar ( ) 4 capaz de permanecer em pé com segurança por dois minutos ( ) 3 capaz de permanecer em pé por dois minutos com supervisão ( ) 2 capaz de permanecer em pé por trinta segundos sem apoio ( ) 1 necessita de várias tentativas para permanecer em pé por trinta segundos sem apoio ( ) 0 incapaz de permanecer por trinta segundos sem apoio Se o paciente for capaz de permanecer em pé por dois minutos sem apoio, dê o número total de pontos o item n ̊ 3. Con@nue com item n 4̊. 3-Permanecer sentado sem apoio nas costas, mas com os pés apoiados no chão ou num banquinho. Instruções: Por favor, fique sentado sem apoiar as costas com os braços cruzados por dois minutos. ( ) 4 capaz de permanecer sentado com segurança e com firmeza por dois minutos ( ) 3 capaz de permanecer sentado por dois minutos sob supervisão ( ) 2 capaz de permanecer sentado por trinta segundos ( ) 1 capaz de permanecer sentado por dez segundos ( ) 0 incapaz de permanecer sentado sem apoio durante dez segundos 13 4-Posição em pé para posição sentada Instruções: Por favor, sente-se ( ) 4 senta-se com segurança com uso mínimo das mãos ( ) 3 controlar a descida utilizando as mãos ( ) 2 utiliza a parte posterior das pernas contra a cadeira para controlar descida ( ) 1 senta-se independentemente, mas tem descida sem controle ( ) 0 necessita de ajuda para sentar 5-Transferências Instruções: Arrume as cadeiras perpendicularmente ou uma de frente para outra para uma transferência em pivô. Peça ao paciente para transferir-se de uma cadeira para apoio de braço para uma cadeira sem apoio de braço, e vice-versa. Você poderá utilizar duas cadeiras (uma com e outra sem apoio de braço) ou uma cama de cadeira. ( ) 4 capaz de transferir-se com segurança com uso mínimo das mãos ( ) 3 capaz de transferir-se com segurança com uso das mãos ( ) 2 capaz de transferir-se seguindo orientações verbais e∕ou supervisão ( ) 1 necessita de uma pessoa para ajudar ( ) 0 necessita de duas pessoas para ajudar ou supervisionar para realizar a tarefa com segurança 6-Permanecer em pé sem apoio com os olhos fechados Instruções: Por favor, fique em pé e feche os olhos ( ) 4 capaz de permanecer em pé por dez segundos com segurança ( ) 3 capaz de permanecer em pé por dez segundos com supervisão ( ) 2 capaz de permanecer em pé por três segundos ( ) 1 incapaz de permanecer com os olhos fechados durante três segundos, mas mantém-se em pé ( ) 0 necessita de ajuda para não cair 7- Permanecer em pé sem apoio com os pés juntos Instruções: Junte seus pés e fique em pé sem se apoiar ( ) 4 capaz de se posicionar os pés juntos independentemente e permanecer por um minuto com segurança ( ) 3 capaz de posicionar os pés juntos independentemente e permanecer por um minuto com supervisão ( ) 2 capaz de posicionar os pés juntos independentemente e permanecer por trinta segundos 14 ( ) 1 necessita de ajuda para posicionar-se, mas é capaz de permanecer com os pés juntos durante quinze segundos ( ) 0 necessita de ajuda para posicionar-se, e é incapaz de permanecer nessa posição por quinze segundos. 8-Alcançar a frente com o braço estendido permanecendo em pé Instruções: Levante o braço a 90 .̊ Estique os dedos e tente alcançar a frente o mais longe possível. ( O examinador posiciona a régua no fim da ponta dos dedos quando o braço es@ver a 90 ͦ Ao serem esticados para frente, os dedos não devem tocar a régua. A medida a ser registrada é a distância que os dedos conseguem alcançar quando o paciente se inclina para frente o máximo que ele consegue. Quando possível, peça ao paciente para usar ambos os braços para evitar a rotação do tronco). ( ) 4 pode avançar a frente mais que 25cm com segurança ( ) 3 pode avançar a frente mais que 12,5cm com segurança ( ) 2 pode avançar a frente mais que 5 cm com segurança ( ) 1 pode avançar a frente, mas necessita de supervisão ( ) 0 perde o equilíbrio na tentativa, ou necessita de apoio externo 9-Pegar um objeto no Chão a partir de uma posição em pé Instruções: Pegue o sapato∕chinelo que está na frente dos seus pés. ( ) 4 capaz de pegar o chinelo com facilidade e segurança ( ) 3 capaz de pegar o chinelo, mas necessita de supervisão ( ) 2 incapaz de pegá-lo, mas se estica até ficar a 2-5cm do chinelo e mantém o equilíbrio independentemente ( ) 1 incapaz de pegá-lo, necessitando de supervisão enquanto está tentando ( ) 0 incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não perder o equilíbrio ou cair 10-Virar-se e olhar para trás por cima dos ombros direito e esquerdo enquanto permanece em pé Instruções: Vire-se para olhar diretamente atrás de você por cima do seu ombro esquerdo sem tirar os pés do chão. Faça o mesmo por cima do ombro direito. (O examinador poderá pegar um objeto e posicioná-lo atrás do paciente para estimular o movimento). ( ) 4 olha para trás de ambos os lados com uma boa distribuição de peso ( ) 3 olha para trás somente de um lado, o lado contrario demonstra menor distribuição de peso ( ) 2 vira somente para os lados, mas mantém o equilíbrio ( ) 1 necessita de supervisão para virar 15 ( ) 0 necessita de ajuda para não perder o equilíbrio ou não cair 11-Girar 360 graus Instruções: Gire-se completamente ao redor de si mesmo. Pausa. Gire-se completamente ao redor de si mesmo em sentido contrário. ( ) 4 capaz de girar 360 graus com segurança em 4 seg. ou menos ( ) 3 capaz de girar 360 graus com segurança somente para um lado em 4 seg. ou menos ( ) 2 capaz de girar 360 graus com segurança, mas lentamente ( ) 1 necessita de supervisão próxima ou orientações verbais ( ) 0 necessita de ajuda enquanto gira 12-Posicionar os pés alternadamente no degrau do banquinho enquanto permanece sem apoio Instruções: Toque cada pé alternadamente no degrau∕banquinho. Continue até que cada pé tenha tocado o degrau∕banquinho quatro vezes ( ) 4 capaz de permanecer em pé independentemente com segurança, completando 8 movimentos em 20 segundos ( ) 3 capaz de permanecer em pé independentemente e completar 8 movimentos em mais que 20 segundos ( ) 2 capaz de completar 4 movimentos sem ajuda ( ) 1 capaz de completar mais que 2 movimentos com o mínimo de ajuda ( ) 0 incapaz de tentar ou necessita de ajuda para não cair 13-Permanecer em pé sem apoio com um pé à frente Instruções: ( demonstre ao paciente) Coloque um pé diretamente a frente do outro na mesma linha, se você achar que não irá conseguir, coloque o pé um pouco mais a frente do outro pé e levemente para o lado. ( ) 4 capaz de colocar um pé imediatamente a frente do outro, independentemente. E permanecer por 30 segundos ( ) 3 capaz de colocar um pé um pouco mais a frente do outro e levemente para o lado ( ) 2 capaz de dar um pequeno passo, independentemente, e permanecer por 30 segundos ( ) 1 necessita de ajuda para dar passo, porém permanecer por 15 segundos ( ) 0 perde o equilíbrio ao tentar dar um passo ou ficar em pé 14-Permanecer em pé sobre uma perna Instruções: Fique em pé sobre uma perna no máximo que você puder sem se segurar ( ) 4 capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por mais 10 segundos ( ) 3 capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por 5-10 segundos 16 ( ) 2 capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por 3 ou 4 segundos ( ) 1 tente levantar uma perna, mas é incapaz de permanecerpor 3 segundos, embora permaneça em pé independentemente ( ) 0 incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não cair Escore Total:__________________(Máximo=56) Anexo 2 Versão brasileira do DynamicGait Index (DGI) Índice do Andar Dinâmico 1. Marcha em superfície plana Instruções: ande em sua velocidade normal daqui até a próxima marca (6m). Pontuação: marque a alternativa que se aplica ao resultado: (3) Normal: caminha os 6 m sem acessórios, boa velocidade, sem evidência de desequilíbrio, padrão normal ao andar. (2) Comprometimento brando: caminha os 6 m, usa acessórios, velocidade mais lenta, desvios brandos no andar. (1) Comprometimento moderado: caminha os 6 m, velocidade lenta, padrão anormal do andar, evidência de desequilíbrio. (0) Comprometimento severo: não consegue os 6 m sem ajuda, desvio severo no andar ou desequilíbrio. 2. Mudança de velocidade da marcha Instruções: comece a andar na sua velocidade normal (durante 1,5 m), e quando eu disser “agora”, ande o mais rápido que puder por mais 1,5 m. Quando eu disser “devagar”, ande o mais lentamente que conseguir (1,5 m). Pontuação: marque a alternativa que se aplica ao resultado: (3) Normal: capaz de mudar a velocidade do andar de uma forma uniforme, sem perda de equilíbrio ou desvio do andar. Mostra uma diferença significativa nas velocidades entre o normal, o rápido e o lento. (2) Comprometimento brando: consegue mudar a velocidade, mas demonstra desvios brandos do andar, ou não há desvios, mas é incapaz de conseguir uma mudança significativa na velocidade ou utiliza um acessório. (1) Comprometimento moderado: faz ajustes mínimos na velocidade do andar, ou apresenta mudança na velocidade com desvios significativos do andar, ou muda de velocidade, mas perde desvios significativos do andar, ou então perde o equilíbrio quando muda a velocidade, mas é capaz de se recuperar e continuar caminhando. 17 (0) Comprometimento severo: não consegue mudar a velocidade ou perde o equilíbrio e procura apoio na parede ou tem de ser ajudado. 3. Marcha com movimentos horizontais (rotação) da cabeça Instruções: comece a andar no ritmo normal. Quando eu disser “olhe para a direita”, continue andando reto, mas vire a cabeça para direita. Continue olhando para o lado direito até que eu diga “olhe para a esquerda”, então continue andando reto e vire a cabeça para a esquerda. Mantenha a cabeça nessa posição até que eu diga “olhe para a frente”, então continue andando reto, mas volte a sua cabeça para a posição central. Pontuação: marque a alternativa que se aplica ao resultado: (3) Normal: executa rotações uniformes da cabeça, sem nenhuma mudança no andar. (2) Comprometimento brando: executa rotações uniformes da cabeça, com uma ligeira mudança na velocidade do andar (isto é, interrupção mínima no trajeto uniforme do andar ou usa um acessório para andar). (1) Comprometimento moderado: executa rotações uniformes da cabeça, com uma moderada mudança na velocidade do andar, começa a andar mais lentamente, cambaleia, mas se recupera, consegue continuar andando. (0) Comprometimento severo: executa as tarefas com interrupções severas do andar (isto é, cambaleia 15° fora do trajeto, perde o equilíbrio, pára, tenta segurar-se na parede). 4. Marcha com movimentos verticais (rotação) da cabeça Instruções: comece a andar no ritmo normal. Quando eu disser “olhe para cima”, continue andando reto, mas incline a cabeça para cima. Continue olhando para cima até que eu diga “olhe para baixo”, então continue andando reto e incline a cabeça para baixo. Mantenha a cabeça nessa posição até que eu diga “olhe para a frente”, então continue andando reto, mas volte a sua cabeça para a posição central. Pontuação: marque a alternativa que se aplica ao resultado: (3) Normal: executa rotações uniformes da cabeça, sem nenhuma mudança no andar. (2) Comprometimento brando: executa as tarefas com uma ligeira mudança na velocidade do andar (isto é, interrupção mínima no trajeto uniforme do andar ou usa um acessório para andar). (1) Comprometimento moderado: executa as tarefas com uma moderada mudança na velocidade do andar, começa a andar mais lentamente, cambaleia, mas se recupera, consegue continuar andando. (0) Comprometimento severo: executa as tarefas com interrupções severas do andar (isto é, cambaleia 15° fora do trajeto, perde o equilíbrio, pára, tenta segurar-se na parede). 18 5. Marcha e giro sobre o próprio eixo corporal (pivô) Instruções: comece a andar no ritmo normal. Quando eu disser “vire-se e pare”, vire o mais rápido que puder para a direção oposta e pare. Pontuação: marque a alternativa que se aplica ao resultado: (3) Normal: consegue virar com segurança dentro de 3 segundos e pára rapidamente, sem perda do equilíbrio. (2) Comprometimento brando: consegue virar a cabeça com segurança em mais de 3 segundos e pára sem nenhuma perda de equilíbrio. (1) Comprometimento moderado: virar lentamente, precisa de informações verbais e dá vários passos curtos para recuperar o equilíbrio após virar ou parar. (0) Comprometimento severo: não consegue girar com segurança, precisa de ajuda para virar e parar. 6. Passar por cima de obstáculo Instruções: comece a andar em sua velocidade normal. Quando chegar à caixa de sapatos, passe por cima dela (e não ande ao redor dela) e continue andando. Pontuação: marque a alternativa que se aplica ao resultado: (3) Normal: capaz de passar por cima da caixa sem mudar a velocidade do andar, não há evidência de desequilíbrio. (2) Comprometimento brando: capaz de passar por cima da caixa, mas precisa reduzir a velocidade e ajustar os passos para ter mais segurança. (1) Comprometimento moderado: é capaz de passar por cima da caixa, mas precisa para e depois recomeçar. Pode precisar de dicas verbais. (0) Comprometimento severo: não consegue executar sem ajuda. 7. Contornar obstáculos Instruções: comece a andar na sua velocidade normal. Quando chegar ao primeiro cone (cerca de 1,80 m de distância), contorne-o pelo lado direito. Quando chegar ao segundo (1,80 m após o primeiro), contorne-o pela esquerda. Pontuação: marque a alternativa que se aplica ao resultado: (3) Normal: é capaz de andar ao redor dos cones com segurança, sem mudar a velocidade do andar, não há evidência de desequilíbrio. (2) Comprometimento brando: é capaz de andar ao redor de ambos os cones, mas precisa reduzir a velocidade do andar e ajustar os passos para passar por eles. (1) Comprometimento moderado: é capaz de passar pelos cones, mas precisa reduzir significativamente a velocidade do andar para realizar a tarefa ou precisa de dicas verbais. 19 (0) Comprometimento severo: incapaz de passar pelos cones, tropeça neles e precisa de ajuda física. 8. Subir e descer degraus Instruções: suba essas escadas de maneira que você faz em casa (isto é, usando o corrimão se necessário). Quando chegar ao topo, vire e desça. Pontuação: marque a alternativa que se aplica ao resultado: (3) Normal: alternando os pés, sem usar o corrimão. (2) Comprometimento brando: alternando os pés, mas precisa usar o corrimão. (1) Comprometimento moderado: coloca os dois pés no degrau, mas precisa usar o corrimão. (0) Comprometimento severo: não consegue executar de uma forma segura. Resultado DGI: ______________ Resultado DGI + DualTask: ______________ Referências 1) Berg Ko. Wood-Dauphinee SL, Williams JI, Gayton D. Measuring balance in theelderly: preliminarydevelopmentof a instrument. Phyisiother Can. 1989; 41:304-11. 2) Berg Ko, Maki B Williams JI< Holiday PJ, Wood-Dauphinee SL. Clinicalanlaboratorymeasuresof postural balance in anelderlypopulation. ArchPhysMedRehabil. 1992a Nov; 73(11): 1078-80. 3) Berg Ko, Wood- Dauphinee SL, Williams JI. Maki B. Measuring balance in theelderly: validationofaninstrument. Can JPublic Health. 1992b Jul-Aug;83 Suppl 2: S7-11. 4) Berg WP<Alessio HM, olderadults. Age Ageing. 1997;26(4):261-8 5)Miyamoto ST, Lombardi Júnior I, Berg Ko, Ramos LR, Nator J. Brazilianversionofthe Berg balance scale. Braz J MedBiol Res. 2004 Sep;37(9):1411-21.
Compartilhar