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TÉCNICAS UTILIZADAS NA REABILITAÇÃO NEUROFUNCIONAL

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Portfólio – Fisioterapia em Neurologia – II Parte 
Discente: Imaculada Conceição Costa Rabelo 
TÉCNICAS UTILIZADAS NA REABILITAÇÃO NEUROFUNCIONAL 
1. Terapia por contenção induzida (TCI) 
- Definição da técnica: 
A Terapia por Contenção Induzida (TCI) consiste em uma técnica de 
tratamento que objetiva potencializar ou restaurar a função do membro superior 
hemiplégico de indivíduos que possuem sequelas motoras de lesões encefálicas, 
por meio de um treinamento intenso. Esse treinamento intenso é feito através de 
atividades motoras que fazem parte das atividades do dia a dia do sujeito. A TCI 
resume-se a uma combinação de tarefas determinadas de acordo com as 
necessidades motoras do individuo, induzindo-o a utilizar o membro superior 
lesado por diversas horas do dia em número determinado de semanas, 
estimulando o membro plégico a realizar as atividades de rotina, para que o 
mesmo não seja esquecido. De forma sucinta, a TCI tem como objetivo 
oportunizar um estímulo para que o paciente não use o membro sadio em suas 
atividades diárias, mas sim que utilize o membro lesado. 
- Passo-a-passo de como realiza: 
A realização da técnica fundamenta-se em três pilares fundamentais: (1) 
Treino de tarefa orientada, que é intenso e com repetições de acordo com as 
necessidades motoras do individuo; (2) Restrição do membro superior menos 
afetado, sendo realizado durante 90% do dia, por meio de um instrumento 
parecido com uma luva, no qual restringe a preensão manual; e (3) Pacote de 
métodos comportamentais, que é usado para reforço de adesão e tem o objetivo 
de transferir os ganhos para o dia a dia do sujeito. 
O protocolo original da TCI é empregado durante duas semanas 
consecutivas por três horas diárias, totalizando 14 dias de aplicação da técnica, 
sendo dez dias com a presença do Terapeuta. Durante a realização da técnica são 
usados Shapings, que são uma das formas de tratamento da TCI e a atividade 
ocorre em pequenos componentes, sendo gradualmente dificultada. Os Shapings 
podem ser progressivos, aumentando a altura ou a distância dos objetos nas 
atividades propostas ou o tempo de execução. São exemplos de Shapings: abrir 
gavetas, pegar o telefone, abrir portas girando a maçaneta, usar chaves para 
destrancar uma porta, entre outras. 
(TONÚS; QUEIROZ, 2015). 
 
2. Terapia Espelho 
- Definição da técnica: 
A Terapia Espelho (TE) é um tratamento de baixo custo e de fácil 
aplicação, que foi desenvolvida para o tratamento da dor do membro fantasma e 
na atualidade está sendo utilizada no tratamento pós-AVE. Esse método usa 
mecanismos de retroalimentação visual para estimular a plasticidade neuronal na 
área motora primária e reorganização cortical. 
- Passo-a-passo de como realiza: 
A técnica consiste em um espelho que é posicionado entre os membros 
superiores do paciente de modo sagital. Em seguida são realizadas atividades 
bimanuais, em que o paciente irá visualizar o reflexo do seu membro superior 
sadio como se fosse o membro superior comprometido. Essa técnica tem o 
objetivo de reeducar o cérebro e promove uma ilusão visual e cinestésica, onde o 
individuo efetua vários movimentos com o membro sadio, que são refletidos 
pelo espelho e interpretados como se fossem realizados pelo membro lesado. 
São feitos principalmente dois protocolos: a realização de movimentos isolados 
de ombro, cotovelo, punho e dedos, ou tarefas funcionais do membro superior. 
Podem ser oferecidos comandos verbais para aumentar a motivação do paciente 
e comandos de correção quando a atividade for executada de modo inadequado. 
(MEDEIROS et al., 2015). 
 
3. Treino de dupla tarefa 
- Definição da técnica: 
O treino de dupla tarefa consiste no ato de realizar uma atividade 
principal, para a qual é destinado o maior foco da atenção, incorporada a uma 
atividade secundária realizada simultaneamente. 
- Passo-a-passo de como realiza: 
O treino de dupla tarefa pode ser realizado com o paciente 
desenvolvendo os seguintes passos: ficar em apoio unipodal, sendo 
cronometrado o tempo em que ele permanece nesta posição sem tocar com o pé 
oposto no chão; caminhar ao longo de um corredor por 30 segundos, sendo 
mensurada a distância percorrida neste tempo; subir e descer de um step por 30 
segundos, sendo mensurada a quantidade de vezes que realizar esta tarefa no 
tempo delimitado; sentar e levantar de uma cadeira por 30 segundos, sendo 
mensurada a quantidade de vezes que realizar esta tarefa no tempo delimitado. 
Essas atividades correspondem à tarefa simples. Posteriormente devem ser 
realizadas as mesmas atividades segurando um copo de plástico com água (dupla 
tarefa motora – DTM), dizendo os dias da semana ao contrário (dupla tarefa 
cognitiva – DTC), e segurando um copo com água e dizendo os dias da semana 
ao contrário (dupla tarefa Motora e Cognitiva – DTMC). 
(SILVA; DIAS; PIAZZA, 2017). 
 
4. Imagética motora 
- Definição da técnica: 
A Imagética Motora (IM) consiste em uma técnica na qual o sujeito 
imagina a realização de uma ação motora sem que o corpo manifeste tal ato, ou 
seja, apenas imaginar os movimentos que irá fazer, de maneira repetidamente. A 
IM tem mais eficácia quando associada a outras práticas terapêuticas. A IM 
abrange duas perspectivas, a Perspectiva Interna (Cinestésica) e a Perspectiva 
Externa (Visual). 
- Passo-a-passo de como realiza: 
Primeiramente o paciente precisa ter condições cognitivas, ou seja, 
compreender o que é pra ser feito, compreender o exercício. Concentração é à 
base da técnica, pois o paciente não pode está distraído. A Perspectiva Externa 
será fundamentada na percepção visual do movimento imaginado, ou seja, 
equivalente à simulação mental de uma determinada tarefa motora como se 
estivesse observando um “vídeo mental”. Na Perspectiva Interna, o individuo 
deve “sentir” como se o seu corpo se encontrasse em movimento, buscando 
obter sensações relacionadas às contrações musculares e da posição dos diversos 
segmentos corporais no espaço. 
(BASTOS et al., 2013). 
 
5. Treinamento Neuroevolutivo (Bobath no Adulto) 
- Definição da técnica: 
O Conceito Bobath caracteriza-se por uma maneira particular de 
observar, analisar e interpretar o desempenho motor em uma dada tarefa, sempre 
respeitando a sequência necessária de aquisição de habilidades dentro do 
desenvolvimento neuropsicomotor normal. A sua aplicação clínica é 
fundamentada em um raciocínio individualizado a cada caso, em vez da 
aplicação de técnicas padronizadas, seus princípios podem ser agrupados em 
estratégias de inibição, estimulação e facilitação. O uso de informações aferentes 
para melhorar o desempenho motor é descrito como facilitação. Ela permite que 
movimentos sejam mais bem-sucedidos em relação à orientação postural, 
componentes de movimento, sequências funcionais, reconhecimento da tarefa e 
motivação para completá-la. Por meio das técnicas de facilitação, o indivíduo 
tem uma experiência de movimento que não é completamente passiva, mas que 
ainda não pode realizar sozinho. É o projeto para tornar a atividade possível, 
pois exige uma resposta e permite que ela aconteça. A facilitação também pode 
ser utilizada para ativação de uma musculatura específica, como forma de 
preparação para uma atividade volitiva e para estabilizar uma parte do corpo ou 
um segmento corporal, a fim de reduzir atividades musculares não relevantes na 
execução de determinada tarefa. 
O Conceito Bobath é uma abordagem de solução de problemas, e tem 
como base a neuroplasticidade que é a capacidade que o sistema nervoso tem de 
se adaptar após uma lesão. É feito pelo retreinamento sensoriomotor de tarefas 
significativas, ou seja, tarefas de vida diária do paciente, como utilizar um 
martelo para fixar um prego. 
- Passo-a-passo de como realiza: 
Primeiramente se avalia como o paciente está fazendo a função, para 
perceber quais componentes ele tem presente no movimento,quais componentes 
estão ausentes, e identificar onde está o problema especifico do paciente. Por 
exemplo, ver se ele tem comprometimento distal ou proximal que possa está 
ocasionando a não execução de determinada função. E baseado na avaliação se 
traça o tratamento. É preciso levar em consideração todos os aspectos do 
individuo, e não apenas a lesão. Um aspecto chave da prática clínica do Bobath 
desde o inicio é o desempenho do movimento, ou seja, como uma tarefa é 
concluída. Vale ressaltar que o tratamento é individualizado, ou seja, 
especificamente para um paciente. 
Os 3 componentes observados na prática clínica quando se utilizam o 
Bobath são: 
1. Análise funcional do movimento: olhar o paciente se movimentando; 
observar o controle postural durante a realização do movimento; se tem a 
capacidade de realizar movimentos seletivos e qual a sequência que 
utiliza os movimentos, além da performance sensório motor. 
2. Facilitação: como facilitar o movimento para o paciente; de maneira 
manual, quando o terapeuta ajuda a fazer o movimento; o ambiente e o 
comando verbal também influência na facilitação do movimento; a 
facilitação tem como objetivo ensinar o paciente a realizar o movimento 
de forma adequada. 
3. Raciocínio clínico: deve-se trabalhar com hipóteses de onde está o 
problema do paciente, onde atuar, como conseguir melhorar o quadro, 
identificar o potencial do paciente, e fazer o diagnóstico do movimento 
do paciente. 
Baseando-se nesses 3 componentes é realizado o tratamento e depois faz-
se a reavaliação para saber se teve eficiência do movimento, se melhorou na 
qualidade e quantidade, ou não. E então se confirma a hipótese ou não, pois se 
trata de um ciclo, portanto sempre será necessário reavaliar e elaborar um 
tratamento adequado de acordo com os achados na avaliação. 
(PAGNUSSAT et al., 2013). 
 
6. Kabat 
- Definição da técnica: 
A facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) ou Kabat consiste no 
princípio de que cada indivíduo possui um potencial não explorado e de um 
enfoque positivista, mostrando técnicas específicas que visam o ganho de 
flexibilidade, coordenação motora, fortalecimento muscular e de estabilidade, 
seja axial ou apendicular, ocasionando efeitos positivos no programa de 
reabilitação neurológica. Objetiva aumentar a habilidade funcional do indivíduo. 
Na facilitação neuromuscular proprioceptiva há o treinamento de controle de 
cinturas escapular e pélvica através de utilização dos seus padrões; treinamento 
de controle de tronco através da utilização combinada de padrões de cintura 
escapular e pélvica; e treinamento de diagonais de MMSS e MMII. 
- Passo-a-passo de como realiza: 
A FNP utiliza padrões de movimentos combinados, que são combinações 
dos movimentos nos 3 planos: sagital, frontal e transverso; quem nomeia o 
movimento dos membros são as articulações esferoides; e quem inicia o 
movimento dos membros são as articulações distais. 
Os procedimentos básicos são: Resistência: resistência manual aplicada 
pelo terapeuta; Irradiação: propaga a resposta do estímulo; Contato manual: guia 
o movimento; Posição corporal: guiam e estabilizam o movimento; Comando 
verbal: direciona o paciente (e o informa); Visão: melhora o desempenho; 
Tração e aproximação: facilita e estabiliza; Estiramento: o coração da técnica, 
facilita o movimento. 
As diagonais dos membros são duas: Diagonal Funcional (D1): padrão 
funcional de movimento, essencial; Diagonal Primitiva (D2): padrão existente, 
porém, não essencial. Cada diagonal tem dois padrões: flexor e extensor. 
Posição do paciente: decúbito dorsal; 
Posição do terapeuta: ao lado do paciente, auxiliando ou resistindo ao 
movimento em diagonal. 
• Diagonal funcional (D1) para MMSS padrão flexor: 
Ombro: Flexão+Adução+Rotação Externa; 
Cotovelo: flexão ou extensão; 
Punho e dedos: flexão. 
• Diagonal funcional (D1) para MMSS padrão extensor: 
Ombro: Extensão+Abdução+Rotação Interna; 
Cotovelo: flexão ou extensão; 
Punho e dedos: extensão. 
• Diagonal primitiva (D2) para MMSS padrão flexor: 
Ombro: Flexão+Abdução+Rotação Externa; 
Cotovelo: flexão ou extensão; 
Punho e dedos: extensão. 
• Diagonal primitiva (D2) para MMSS padrão extensor: 
Ombro: Extensão+Adução+Rotação Interna; 
Cotovelo: flexão ou extensão; 
Punho e dedos: flexão. 
• Diagonal funcional (D1) para MMII padrão flexor: 
Quadril: Flexão+Adução+Rotação Externa; 
Joelho: flexão ou extensão; 
Tornozelo e pé: dorsiflexão+inversão. 
• Diagonal funcional (D1) para MMII padrão extensor: 
Quadril: Extensão+Abdução+Rotação Interna; 
Joelho: flexão ou extensão; 
Tornozelo e pé: flexão plantar+eversão. 
• Diagonal primitiva (D2) para MMII padrão flexor: 
Quadril: Flexão+Abdução+Rotação Interna; 
Joelho: flexão ou extensão; 
Tornozelo e pé: dorsiflexão+eversão. 
• Diagonal primitiva (D2) para MMII padrão extensor: 
Quadril: Extensão+Adução+Rotação Externa; 
Joelho: flexão ou extensão; 
Tornozelo e pé: flexão plantar+inversão. 
As diagonais das cinturas escapular e pélvica são: 
Posição do paciente: decúbito lateral; 
Posição do terapeuta: atrás do paciente, auxiliando ou resistindo ao 
movimento em diagonal. 
• Diagonal de ântero-elevação e póstero-depressão da escápula; 
• Diagonal de ântero-depressão e póstero-elevação da escápula; 
• Diagonal de ântero-elevação e póstero-depressão da pelve; 
• Diagonal de ântero-depressão e póstero-elevação da pelve; 
(SILVA et al., 2017). 
 
ESTRATÉGIAS PARA HIPERTONIA/ESPASTICIDADE 
 
1. Hidroterapia 
A hidroterapia é indicada porque dispõe de um conjunto de fatores que 
podem beneficiar e compensar quadros de hipertonia/espasticidade. O uso da 
água como forma de tratamento fisioterapêutico proporciona ao paciente um 
melhor controle dos movimentos voluntários, maiores estabilidades para a 
marcha, flexibilidade, força e equilíbrio na aquisição de posturas que não 
consegue manter em solo, além disso, um menor gasto energético. Na 
hidroterapia se aplica exercícios já conhecidos e praticados em solo, como 
alongamentos ativos e passivos, fortalecimentos musculares, com uso de 
dispositivos ou não, mobilizações articulares, massoterapia, programas de 
marcha, etc. E também as técnicas: Método Halliwick, Bad Ragaz e Watsu. 
A hidroterapia consiste no processo que usa os efeitos físicos e 
fisiológicos provenientes da imersão do corpo em piscina com água aquecida. 
Devido a essa imersão, acontecem várias modificações e adaptações do 
organismo ao novo meio em que se encontra, sendo uma a redução do tônus 
muscular. Esses efeitos terapêuticos consequentes da água aquecida provocam 
vasodilatação e consequentemente o relaxamento das fibras musculares, fazendo 
com que haja uma diminuição do tônus muscular. 
(ORSINI et al., 2008). 
 
2. FES 
A Estimulação Elétrica Funcional (FES) é indicada para a 
hipertonia/espasticidade, pois facilita a recuperação de atrofias ou desequilíbrios 
musculares secundários à imobilização ou limitação de atividade, além de seus 
efeitos analgésicos próprios da estimulação elétrica. 
O FES é usado com o objetivo de reeducar o controle motor a partir de 
uma corrente elétrica externa aplicada sobre a musculatura antagonista à 
musculatura espástica/hipertônica. É utilizado o FES na musculatura antagonista 
com o propósito de estimula-la e relaxar a musculatura agonista, ou seja, a 
musculatura espástica que estar ativada na hipertonia/espasticidade. Por 
exemplo, se a musculatura espástica/hipertônica são os flexores de punho, os 
eletrodos do FES são posicionados nos extensores de punho para ativa-los, e 
consequentemente inibir os flexores de punho. 
Os parâmetros de frequência utilizados no FES vão depender do tipo de 
fibra muscular: 
 Fibras I: 30 a 40 Hz; 
 Fibras IIa: 45 a 55 Hz; 
 Fibras IIb: 60 a 70 Hz. 
É preciso correlacionar com as atividades desenvolvidas pelo paciente. 
A largura de pulso utilizada vai dependerse a musculatura do paciente é 
normal ou atrofiada: Atrofiados (200 a 300 µs) e Normais (300 a 400 µs). É 
preciso escolher um dos modos: sincronizado, recíproco, sequencial ou 
continuo. E o tempo vai depender do ciclo útil: 
 1:3 (Músculos atrofiados); 
 1:1 (Músculos normais); 
É necessário colocar o tempo para os 4 parâmetros: subida, sustentação, 
descida e repouso. E por fim, a intensidade é aumentada até contração muscular 
visível. 
 (Felice; Ishizuka; Amarilha, 2010). 
 
3. Crioestimulação 
A crioestimulação é uma prática terapêutica indicada para a 
hipertonia/espasticidade porque diminui a atividade muscular e proporciona o 
seu relaxamento, no qual esse efeito permanece após sua aplicação por cerca de 
30 minutos e 2 horas, podendo o terapeuta durante esse período realizar 
exercícios de cinesioterapia. Outros efeitos, devido ao resfriamento dos tecidos, 
são a redução da dor, espasmos musculares, fluxo sanguíneo, edema, inflamação 
articular e atividade metabólica. 
A crioestimulação age por meio do resfriamento prolongado, onde esse 
resfriamento aplicado sobre a musculatura espástica/hipertônica reduz a 
atividade do fuso neuromuscular por aumentar seu limiar de disparo, a 
neurotransmissão de impulsos das vias aferentes e eferentes é diminuída, ou 
seja, há redução da velocidade de condução nervosa e da transmissão 
neuromuscular, assim inibindo a espasticidade/hipertonia. 
(Felice; Ishizuka; Amarilha, 2010). 
 
4. Plataforma vibratória 
 
A plataforma vibratória é indicada para a hipertonia/espasticidade porque 
além do ganho de força, potência e resistência muscular, a execução de 
exercícios físicos sobre a plataforma vibratória promove o relaxamento muscular 
e melhora da coordenação e do equilíbrio. 
Na plataforma vibratória, a ação sobre a hipertonia/espasticidade se dá 
por uma estimulação mecânica por meio de vibrações sinosoidal em diversas 
frequências e amplitudes em uma base, que é transmitida para o corpo 
estimulando os fusos musculares. Essa estimulação nos fusos musculares vai 
ativa-los, e por consequência produzir um reflexo vibratório tônico que ativa os 
motoneurônios alfa. Sendo assim, há recrutamento de 95% a 100% das fibras 
musculares devido ao reflexo de estiramento que ocorre pela ação da vibração. 
O estímulo vibratório em pacientes com espasticidade/hipertonia melhora o 
controle da excitabilidade do motoneurônio, por levar a uma redistribuição de 
sinapses intracorticais, consequentemente levando a uma melhora funcional 
destes pacientes. 
(BECK; NOGUEIRA-NETO; PERCY NOHAMA, 2009). 
 
ESCALAS E TESTES VALIDADOS UTILIZADOS NA 
FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL 
 
1. ASIA 
 
- Finalidade do teste: classificar a lesão medular dentro de uma extensa 
variedade de tipos, auxiliando-os a determinar o prognóstico e o estado atual dos 
pacientes. Apresenta dois componentes (sensitivo e motor), além de elementos 
obrigatórios e medidas opcionais. Os elementos obrigatórios são usados para 
determinar o nível neurológico, gerando uma contagem específica de pontos que 
servem para caracterizar o funcionamento (sensitivo-motor) e o tipo de lesão 
(completa ou incompleta). As medidas opcionais, ainda que não sejam utilizadas 
na contagem, podem adicionar dados à descrição clínica do paciente. 
- Materiais necessários: escala impressa, caneta, agulha descartável, algodão e 
maca. 
- Como testar: 
O teste pode ser realizado seguindo os seguintes passos: 
• O exame sensitivo é preenchido através da avaliação de 28 dermátomos 
(lado direito e esquerdo do corpo). O teste para a sensibilidade dolorosa é 
realizado com uma agulha descartável, enquanto o toque leve é testado com 
algodão; 
• O esfíncter anal externo é testado para auxiliar na determinação do tipo de 
lesão medular (completa ou incompleta); 
• O exame motor é executado através do teste muscular manual de 10 
miótomos específicos (lado direito e esquerdo do corpo). 
A partir dos achados do exame neurológico, podem-se classificar os tipos 
de lesão dentro de cinco categorias: 
A = Lesão Completa. Não existe função motora e sensitiva nos segmentos 
medulares abaixo da lesão, incluindo os segmentos sacrais; 
B = Lesão Incompleta. Sensibilidade (total ou parcialmente) preservada com 
extensão através dos segmentos sacrais S4-S5, sem função motora abaixo do 
nível neurológico; 
C = Lesão Incompleta. Função motora preservada abaixo do nível da lesão com 
a maior parte dos músculos-chave abaixo do nível neurológico apresentando um 
grau de força muscular menor que 3; 
D = Lesão Incompleta. Função motora preservada abaixo do nível da lesão com 
a maior parte dos músculos-chave abaixo do nível neurológico apresentando um 
grau de força muscular maior ou igual a 3; 
E = Função Normal. Função motora e sensitiva normais. 
A escala ainda enumera algumas síndromes clínicas decorrentes de 
traumas medulares, que são: Síndrome do Cordão Central, Síndrome da Cauda 
Equina; Síndrome da Artéria Espinhal Anterior; Síndrome de Brown-Sequard e 
Síndrome do Cone Medular. 
(NEVES et al, 2009). 
 
2. Escala Rancho Los Amigos 
 
- Finalidade do teste: é um sistema de avaliação da função cognitiva elaborado 
para planejar o tratamento, monitorar a recuperação e classificar os níveis de 
resultados de pacientes vítimas de TCE. 
- Materiais necessários: escala impressa e caneta. 
- Como testar: essa escala é constituída por 8 níveis que descrevem os padrões 
ou estágios de recuperação típicos vistos após o trauma, variando de 1 (para não 
responsivo) a 8 pontos, para resposta intencional e apropriada. São realizados 
estímulos (luz, som, movimento) no paciente, e depois são observadas as 
reações dele. 
Níveis de funcionamento cognitivo: 
– N. I – sem resposta; 
– N. II – resposta generalizada (dor); 
– N. III – resposta localizada (de acordo com o estímulo - lentas); 
– N. IV – confuso-agitado (confusão, desorientação, comportamentos 
agressivos); 
– N. V – confuso-inadequado (responde a comandos simples, baixa 
concentração); 
– N. VI – Confuso e apropriado (30 min de atenção, confusão apenas em 
assuntos fora de sua rotina, percepção de apenas déficits físicos); 
– N. VII – Automático e apropriado (Realização de todos os cuidados sem 
auxílio, pouca flexibilidade mental, necessita de supervisões); 
– N. VIII – Intencional e apropriado (Noção de possíveis déficits de pensamento 
e memória, compensando-os; Flexibilidade mental). 
(MAIA et al., 2015). 
 
3. Escala de Equilíbrio de Berg 
 
- Finalidade do teste: avaliar o equilíbrio dinâmico e estático dos sujeitos e o 
risco de quedas considerando a influência ambiental na função. 
- Materiais necessários: uma cadeira com apoio costal e com braços, outra 
cadeira com apoio costal e sem braço, um step de 15 cm de altura, uma fita 
métrica de 150 cm, um cronômetro e um objeto com formato retangular de 5 cm 
de altura e 11 cm de comprimento, escala impressa e caneta. 
- Como testar: a escala de equilíbrio de Berg (EEB) avalia o desempenho do 
equilíbrio funcional com 14 testes, no qual esses testes são concentrados nas 
habilidades do indivíduo de sentar, ficar de pé, alcançar, girar em volta de si 
mesmo, olhar por cima de seus ombros, ficar em apoio unipodal e transpor 
degraus. Segue a seguir os 14 testes da EEB: 
1. Posição sentada para posição em pé. 
Instruções: Por favor, levante-se. Tente não usar suas mãos para se apoiar. 
( ) 4 capaz de levantar-se sem utilizar as mãos e estabilizar-se 
independentemente. 
( ) 3 capaz de levantar-se independentemente e estabilizar-se 
independentemente. 
( ) 2 capaz de levantar-se utilizando as mãos após diversas tentativas. 
( ) 1 necessita de ajuda mínima para levantar-se ou estabilizar-se. 
( ) 0 necessita de ajuda moderada ou máxima para levantar-se. 
2. Permanecer em pé sem apoio 
Instruções: Por favor, fique em pé por 2 minutos sem se apoiar. 
( ) 4 capaz de permanecer em pé com segurançapor 2 minutos. 
( ) 3 capaz de permanecer em pé por 2 minutos com supervisão. 
( ) 2 capaz de permanecer em pé por 30 segundos sem apoio. 
( ) 1 necessita de várias tentativas para permanecer em pé por 30 segundos sem 
apoio. 
( ) 0 incapaz de permanecer em pé por 30 segundos sem apoio. 
Se o paciente for capaz de permanecer em pé por 2 minutos sem apoio, dê o 
número total de pontos para o item 3. Continue com o item 4. 
3. Permanecer sentado sem apoio nas costas, mas com os pés apoiados no 
chão ou num banquinho. 
Instruções: Por favor, fique sentado sem apoiar as costas, com os braços 
cruzados, por 2 minutos. 
( ) 4 capaz de permanecer sentado com segurança e com firmeza por 2 minutos. 
( ) 3 capaz de permanecer sentado por 2 minutos com supervisão. 
( ) 2 capaz de permanecer sentado por 30 segundos. 
( ) 1 capaz de permanecer sentado por 10 segundos. 
( ) 0 incapaz de permanecer sentado sem apoio por 10 segundos. 
4. Posição em pé para posição sentada. 
Instruções: Por favor, sente-se. 
( ) 4 senta-se com segurança, com uso mínimo das mãos. 
( ) 3 controla a descida utilizando as mãos. 
( ) 2 utiliza a parte posterior das pernas contra a cadeira para controlar a descida. 
( ) 1 senta-se independentemente, mas tem descida sem controle. 
( ) 0 necessita de ajuda para sentar-se. 
5. Transferências. 
Instruções: Arrume as cadeiras perpendicularmente ou uma de frente para a 
outra, para uma transferência em pivô. Peça ao paciente que se transfira de uma 
cadeira com apoio de braço para uma cadeira sem apoio de braço, e vice-versa. 
Você poderá utilizar duas cadeiras ou uma cama e uma cadeira. 
( ) 4 capaz de transferir-se com segurança com uso mínimo das mãos. 
( ) 3 capaz de transferir-se com segurança com o uso das mãos. 
( ) 2 capaz de transferir-se seguindo orientações verbais e/ou supervisão. 
( ) 1 necessita de uma pessoa para ajudar. 
( ) 0 necessita de duas pessoas para ajudar ou supervisionar a tarefa com 
segurança. 
6. Permanecer em pé sem apoio com os olhos fechados. 
Instruções: Por favor, fique em pé e feche os olhos por 10 segundos. 
( ) 4 capaz de permanecer em pé por 10 segundos com segurança. 
( ) 3 capaz de permanecer em pé por 10 segundos com supervisão. 
( ) 2 capaz de permanecer em pé por 3 segundos. 
( ) 1 incapaz de permanecer com os olhos fechados durante 3 segundos, mas 
mantém-se em pé. 
( ) 0 necessita de ajuda para não cair. 
7. Permanecer em pé sem apoio com os pés juntos. 
Instruções: Junte seus pés e fique em pé sem se apoiar. 
( ) 4 capaz de posicionar os pés juntos, independentemente, e permanecer por 1 
minuto com segurança. 
( ) 3 capaz de posicionar os pés juntos, independentemente, e permanecer por 1 
minuto com supervisão. 
( ) 2 capaz de posicionar os pés juntos, independentemente, e permanecer por 30 
segundos. 
( ) 1 necessita de ajuda para posicionar-se, mas é capaz de permanecer com os 
pés juntos durante 15 segundos. 
( ) 0 necessita de ajuda para posicionar-se e é incapaz de permanecer nessa 
posição por 15 segundos. 
8. Alcançar à frente com o braço estendido, permanecendo em pé. 
Instruções: Levante o braço a 90º. Estique os dedos e tente alcançar à frente o 
mais longe possível. O examinador posiciona a régua no fim da ponta dos dedos 
quando o braço estiver a 90º. Ao serem esticados para frente, os dedos não 
devem tocar a régua. A medida a ser registrada é a distância que os dedos 
conseguem alcançar quando o paciente se inclina para frente o máximo que 
consegue. Quando possível peça ao paciente que use ambos os braços, para 
evitar rotação do tronco. 
( ) 4 pode avançar à frente mais que 25cm com segurança. 
( ) 3 pode avançar à frente mais que 12,5cm com segurança. 
( ) 2 pode avançar à frente mais que 5cm com segurança. 
( ) 1 pode avançar à frente, mas necessita de supervisão. 
( ) 0 perde o equilíbrio na tentativa, ou necessita de apoio externo. 
9. Pegar um objeto do chão a partir de uma posição em pé. 
Instruções: Pegue o sapato/chinelo que está na frente dos seus pés. 
( ) 4 capaz de pegar o chinelo com facilidade e segurança. 
( ) 3 capaz de pegar o chinelo, mas necessita de supervisão. 
( ) 2 incapaz de pegá-lo mas se estica, até ficar a 2-5cm do chinelo, e mantém o 
equilíbrio independentemente. 
( ) 1 incapaz de pegá-lo, necessitando de supervisão enquanto está tentando. 
( ) 0 incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não perder o equilíbrio ou cair. 
10. Virar-se e olhar para trás por cima dos ombros direito e esquerdo 
enquanto permanece em pé. 
Instruções: Vire-se para olhar diretamente atrás de você por cima do ombro 
esquerdo, sem tirar os pés do chão. Faça o mesmo por cima do ombro direito. O 
examinador poderá pegar um objeto e posicioná-lo diretamente atrás do paciente 
para estimular o movimento. 
( ) 4 olha para trás de ambos os lados com boa distribuição do peso. 
( ) 3 olha para trás somente de um lado; o lado contrário demonstra menor 
distribuição do peso. 
( ) 2 vira somente para os lados, mas mantém o equilíbrio. 
( ) 1 necessita de supervisão para virar. 
( ) 0 necessita de ajuda para não perder o equilíbrio ou cair. 
11. Girar 360º. 
Instruções: Gire completamente em torno de si mesmo. Pausa. Gire 
completamente em torno de si mesmo para o lado contrário. 
( ) 4 capaz de girar 360º com segurança em 4 segundos ou menos. 
( ) 3 capaz de girar 360º com segurança somente para um lado em 4 segundos ou 
menos. 
( ) 2 capaz de girar 360º com segurança, mas lentamente. 
( ) 1 necessita de supervisão próxima ou orientações verbais. 
( ) 0 necessita de ajuda enquanto gira. 
12. Posicionar os pés alternadamente no degrau ou banquinho enquanto 
permanece em pé sem apoio. 
Instruções: Toque cada pé alternadamente no degrau/banquinho. Continue até 
que cada pé tenha tocado o degrau/banquinho 4 vezes. 
( ) 4 capaz de permanecer em pé independentemente e com segurança, 
completando 8 movimentos em 20 segundos. 
( ) 3 capaz de permanecer em pé independentemente e completar 8 movimentos 
em mais de 20 segundos. 
( ) 2 capaz de completar 4 movimentos sem ajuda. 
( ) 1 capaz de completar mais de 2 movimentos com o mínimo de ajuda. 
( ) 0 incapaz de tentar ou necessita de ajuda para não cair. 
13. Permanecer em pé sem apoio com um pé à frente. 
Instruções: Demonstre para o paciente. Coloque um pé diretamente à frente do 
outro na mesma linha; se você achar que não irá conseguir, coloque o pé um 
pouco mais à frente do outro pé e levemente para o lado. 
( ) 4 capaz de colocar um pé imediatamente à frente do outro, 
independentemente, e permanecer por 30 segundos. 
( ) 3 capaz de colocar um pé um pouco mais à frente do outro e levemente para o 
lado, independentemente, e permanecer por 30 segundos. 
( ) 2 capaz de dar um pequeno passo, independentemente, e permanecer por 30 
segundos. 
( ) 1 necessita de ajuda para dar o passo, porém permanece por 15 segundos. 
( ) 0 perde o equilíbrio ao tentar dar um passo ou ficar em pé. 
14. Permanecer em pé sobre uma perna. 
Instruções: Fique em pé sobre uma perna o máximo que você puder sem se 
segurar. 
( ) 4 capaz de levantar uma perna, independentemente, e permanecer por mais de 
10 segundos. 
( ) 3 capaz de levantar uma perna, independentemente, e permanecer por 5-10 
segundos. 
( ) 2 capaz de levantar uma perna, independentemente, e permanecer por 3 ou4 
segundos. 
( ) 1 tenta levantar uma perna, mas é incapaz de permanecer por 3 segundos, 
embora permaneça em pé independentemente. 
( ) 0 incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não cair. 
TOTAL: ________ 
A EEB possui pontuação máxima de 56 pontos e mínima de 0 pontos, 
onde cada teste possui cinco alternativas que variam de 0 a 4 pontos. 
(SOUZA; SANTOS, 2012). 
 
4. Escala modificada de Ashworth modificada 
- Finalidade do teste: avaliar o tônus muscular em pacientes que apresentam 
disfunção do SNC. É uma escala qualitativa para avaliação do grau de 
espasticidade. 
- Materiais necessários:maca, escala impressa e caneta. 
- Como testar: o examinador realiza um movimento passivo e rápido dos 
segmentos do corpo do paciente sobre sua articulação, para observar se há 
resistência oferecida ao movimento. 
A escala de Ashworth modificada é graduada em 0 que corresponde a um 
tônus normal e 4 correspondendo a um aumento de tônus tão severo que a 
articulação se encontra rígida. 
Grau 0: Tônus muscular normal; 
Grau 1: Discreto aumento do tônus muscular, manifestado por contração e 
relaxamento ou por uma resistência mínima no final do movimento quando a 
articulação afetada é fletida ou estendida; 
Grau 1+: Discreto aumento do tônus muscular, manifestado por contração 
associada a uma resistência mínima durante o restante (menos da metade) da 
amplitude de movimento (ADM); 
Grau 2: Aumento mais pronunciado do tônus muscular durante a maior parte da 
ADM, mas a movimentação passiva é facilmente realizada; 
Grau 3: Aumento considerável do tônus muscular e a movimentação passiva é 
realizada com dificuldade; 
Grau 4: Articulação afetada rígida em flexão ou extensão. 
(TEIXEIRA; OLNEY; BROUWER, 1998). 
 
5. Medida de independência funcional (MIF) 
 
- Finalidade do teste: mensuração do nível de dependência do paciente, sendo 
considerada a escala mais ampla em uso na reabilitação. 
- Materiais necessários: escala impressa e caneta. 
- Como testar: a escala avalia 18 categorias pontuadas de 1 a 7 e classificadas 
quanto ao nível de dependência para a realização de tarefas específicas. As 
categorias são agrupadas em seis dimensões: autocuidados, controle de 
esfíncteres, transferências, locomoção, comunicação e cognição social. O 
aplicador observa as tarefas realizadas pelo paciente e pontua. 
• Cuidados pessoais: 
a. Alimentação; 
b. Arrumar-se; 
c. Banho; 
d. Vestuário (tronco/MMSS); 
e. Vestuário (tronco/MMII); 
f. Utilização do sanitário. 
• Controle dos esfíncteres: 
g. Bexiga; 
h. Intestino; 
• Transferências: 
i. Leito, cadeira, cadeira de rodas; 
j. Vaso sanitário; 
k. Banheira, chuveiro; 
• Locomoção: 
l. Marcha/Cadeira de rodas; 
m. Escada; 
• Comunicação: 
n. Compreensão (áudio/visual, ambas); 
o. Expressão (verbal/não verbal, ambas); 
• Cognição social: 
p. Interação social; 
q. Resolução de problemas; 
r. Memória. 
Cada dimensão é analisada pela somatória de suas categorias referentes; 
portanto, quanto menor a pontuação, maior é o grau de dependência. Somando-
se os pontos das dimensões da MIF obtém-se um escore total mínimo de 18 e o 
máximo de 126 pontos, que caracterizam os níveis de dependência pelos 
subescores. 
(NEVES et al, 2009). 
 
6. UPDRS (Parkinson) 
 
- Finalidade do teste: avaliar os sinais, sintomas e determinadas atividades dos 
pacientes por meio do autorrelato e da observação clínica. 
- Materiais necessários: escala impressa e caneta. 
- Como testar: a Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson 
(UPDRS) é constituída por 42 itens, divididos em quatro partes: atividade 
mental, comportamento e humor; atividades de vida diária (AVD’s); exploração 
motora e complicações da terapia medicamentosa. É necessário fazer as 
perguntas de cada item ao paciente, e por meio da observação clínica, também, é 
possível identificar as respostas. A pontuação em cada item varia de 0 a 4, sendo 
que o valor máximo indica maior comprometimento pela doença e o valor 
mínimo indica tendência à normalidade, ou seja, quanto maior o valor obtido, 
mais comprometido o paciente pela doença. 
(GOULART; PEREIRA, 2004). 
 
7. Escala de controle tóraco-lombar 
 
- Finalidade do teste: avaliar a funcionalidade específica e a capacidade motora 
nas regiões torácica e lombar de pacientes pós Lesão Medular. 
- Materiais necessários: cadeira, maca, escala impressa e caneta. 
- Como testar: a escala de controle tóraco-lombar é um instrumento específico 
para pacientes após lesão medular (LM). Esse instrumento avalia 10 tarefas que 
são realizadas em decúbito dorsal, decúbito ventral, posições sentadas e em pé, e 
a capacidade dos pacientes para realizar atividades nessas posições. 
A escala contém 10 itens que avaliam: extensão do tronco em decúbito 
ventral, elevação da pelve, flexão do tronco em decúbito dorsal, rotação do 
tronco, de sentado para decúbito dorsal, de decúbito dorsal para sentado, postura 
sentada, extensão do tronco sentado, sentado com equilíbrio e equilíbrio 
permanente. 
As tarefas são pontuadas de acordo com a capacidade do paciente em 
executá-las com o mínimo esforço, variando de 0 a 5 pontos. As pontuações 
diminuem à medida que o uso de estratégias compensatórias aumenta. Nas sete 
primeiras tarefas, para obter cinco pontos, o paciente deve ser capaz de executar 
a tarefa na posição proposta sem esforço comprovado e sem assistência; ele 
pontua nota 4, se ao executar a tarefa, observa-se algum sinal de esforço. Se for 
necessário que o paciente mude de posição para executar a tarefa, as notas 
variam de 3 a 0. No caso de alguma contração for detectada na atividade ou for 
prestada assistência do terapeuta em maior parte do movimento, a tarefa é 
classificada como 1. Na ausência de movimento e contração muscular, ou 
assistência dado para executar a tarefa completamente, a pontuação do paciente 
é 0. 
(PASTRE ET AL., 2011). 
 
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na espasticidade – uma perspectiva de tratamento. Disponível em: 
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