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AO JUÍZO DO JUÍZADO ESPECIAL DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE MACAÉ/RIO DE JANEIRO
ANTÔNIO MAIA NEVES, brasileiro, casado, aposentado, portador do RG n° 200.054.339-9 DETRAN/RJ, inscrito no CPF sob o número: 149.888.048-10, residente e domiciliado na Rua Margarida Conceição Santos, n° 87, Bairro Bela Vista, Macaé/RJ, CEP:279436-170, portador do endereço eletrônico maianeves@gmail.com.
AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE QUANTIA PAGA C/C PEDIDO REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS
em face de Samsung Eletrodomésticos Ltda , pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº 76.000.991/0001-00, com sede em Av. Nossa Senhora Da Luz, n° 1130 , Hugo Lange , na Cidade de Curitiba/ PR, CEP: 82.590-300, endereço eletrônico desconhecido, pelos motivos e fatos que passa a expor.
DA TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA – IDOSO
Para fins do presente pedido, junta em anexo cópia do documento de identidade comprovando que o Requerente é pessoa idosa, contando com mais de 60 (sessenta) anos, razão pela tem direito à prioridade da tramitação da presente demanda, nos termos da Lei nº 10.741/2013 (Estatuto do Idoso) e do art. 1.048, inciso I, do CPC.
Assim, considerando que o Requerente já dispõe de 65 anos, não dispondo de muita saúde para aguardar o trâmite normal do processo, requer prioridade na tramitação dos atos processuais seguintes.
DOS FATOS
O Autor efetuou uma compra online de uma televisão da marca samsung, modelo BTV32G51SN LED, n° de série: 844053200020T306A, no dia 21/03/2019 no site das Lojas Brasileiras, no valor de R$ 2.100,00 (dois mil e cem reais), Ocorre que, dentro do prazo de garantia, o produto começou a apresentar defeito no áudio e, após isso, Antônio entrou em contato com a fabricante, com protocolo único de atendimento registrado sob o n° 1235199, sendo ele orientado a levá-lo em uma assistência técnica autorizada.
Em 30 (trinta) dias o Autor não obteve nenhuma resposta  do Réu, Após a data limite prevista para o conserto do produto, o Autor entrou em contato mais uma vez com a empresa para informar que não tinha mais interesse no conserto do produto e queria a quantia paga pelo produto, em resposta a empresa comunicou o Autor que não faria o estorno do valor pago, pois ainda estaria dentro do prazo de conserto do produto estabelecido internamente pela empresa, causando graves danos ao Autor.
Ocorre que o prazo estipulado internamente pela empresa difere dos prazos estabelecidos em lei, o Autor tendo conhecimento dessa informação tentou de diversas formas solucionar o caso sem meios judiciais, mas todas as tentativas foram frustradas, sem nenhuma resposta e tentativa de solução do problema pela parte Ré.
Previamente a interposição da ação houve a tentativa de resolução dos fatos junto ao Réu sem êxito, pelo contrário o Réu não teve interesse de solucionar o problema no prazo estipulado em lei e não efetuou o estorno do valor pago pelo Autor no produto , razão pela qual move a presente ação.
DO DIREITO
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
A PROMOVENTE, não possuindo condições financeiras para arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do seu sustento e de sua família. Nesse sentido, junta-se declaração de hipossuficiência (Doc. X), cópia da Carteira de Trabalho do requerente (Doc. X) e certidão de nascimento dos filhos (Doc. X).
Por tais razões, pleiteiam-se os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015 (CPC), artigo 98 e seguintes.
DA EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE CONSUMO
A relação de consumo é, basicamente, o vínculo jurídico, ou o pressuposto lógico do negócio jurídico celebrado de acordo com as normas do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90).
CDC - Lei nº 8.078 de 11 de Setembro de 1990
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
DA RESTITUIÇÃO DA QUANTIA PAGA
Com fundamento no artigo 3º caput; art. 6º inciso VI; art. 14; art. 18; art. 31; art. 39 inciso II, ambos do Código de Defesa do Consumidor; e artigo 5º caput da CF/1988 , artigos 927, 186, 187 do Código Civil de 2002, em desfavor de, LINDA CASA , pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob nº 000000000000.7/00001-5 e com sede em...
DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
A autora, apesar de acostar aos autos provas que acredite serem suficientes para a demonstração da verdade dos fatos ora narrados, para a condução deste exímio juízo à formação de seu livre convencimento, protesta pela inversão do ônus da prova, pois considera ser a medida da boa administração da Justiça e do exercício de seus direitos, conforme disposição do Código de Defesa do Consumidor:
"Lei nº 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor) – Art. 6º São direitos básicos do consumidor: (...) VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias experiências" – (seleção e grifos da autora).
No presente caso, conforme os documentos carreados, tanto é verossímil a alegação da autora, bem como resta demonstrada a sua hipossuficiência, não cabendo, assim, a aplicação do inciso I do artigo 333 do código instrumental, por prestígio ao princípio da especialidade das leis.
A inversão do ônus de provar tem, como objeto, equilibrar a relação de consumo mediante tutela do Estado ao consumidor, reconhecendo-lhe a condição de parte prejudicada e hipossuficiente, conforme expõe o Professor João Batista de Almeida:
"Dentro do contexto de assegurar efetiva proteção ao consumidor, o legislador outorgou a inversão, em seu favor, do ônus da prova. Cuida-se de benefício previsto no rol dos direitos básicos (art. 6º, VII), constituindo-se numa das espécies do gênero ‘facilitação da defesa de direitos’, que a legislação protetiva objetivou endereçar ao consumidor.
DO DANO MORAL
Em decorrência deste incidente, as promoventes experimentaram situação constrangedora, desassossego e angústia, sentimentos que se qualificam como fatos geradores do dano moral, a ser ressarcido por meio de indenização.
O dano moral encontra fundamento num princípio geral de direito, que informa o ordenamento jurídico de todos os povos civilizados, que impõe a quem causar um dano a outrem o dever de reparar.
Nesse contexto, a doutrina no conceito de Ilustres e Renomados Juristas, assim descreve:
“Todo ato ilícito gera para o seu autor a obrigação de ressarcir o prejuízo causado. É preceito que ninguém deve causar lesão a outrem. A menor falha, a mínima desatenção, desde que danosas, obriga ao agente indenização dos prejuízos consequentes do seu ato”.
Atualmente, entende-se que o dano moral não corresponde à dor, mas sim aos efeitos por ela causados, a repercussão da lesão sofrida. Não se objetiva pagar a dor ou atribuir-lhe preço. O que se busca é amenizar o sofrimento da vítima, propiciando os meios adequados para a sua recuperação.
Conforme ensina Christino Almeida do Valle:
“A dor, física ou moral, é uma só: é a dor! (...) Como a fisiologia e a psicologia não diferenciam a dor, somente pode haver diferença na sua causalidade. Logo, dor física e dor moral ficam igualadas, não obstante a dor física impedir o labor manual, algumas vezes. Mas o acabrunhamento ou a prostração moral também impede a execução dos serviços, sejam físicos ou intelectuais”.
Os danos morais não se restringem aos sentimentos e à sensibilidade. Envolvem, também, as perturbações nas capacidades de querer, sentir e entender, ou seja, alterações dos sentimentos ou inclinações afetivas.
A responsabilização do causador do dano opera-se pela violação a um direito, não havendo necessidade de se provar prejuízo, o que se deve provar, apenas, é o fato que causou a lesão.DOS PEDIDOS
a) O deferimento dos benefícios da Gratuidade de Justiça, nos termos do artigo 98 e 99 do CPC/2015;
b) A citação da Ré, no endereço referido, para comparecer nas audiências de conciliação e de instrução e julgamento a serem designadas, e, querendo, apresentar resposta, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato;
c) Que a presente ação  seja  julgada  procedente  por  completa  e  o devido reconhecimento da relação de consumo e inversão do ônus da prova, nos termos dos artigos 2º; 3º e  6º, VIII, do CDC;
d) A condenação do Réu a restituição da quantia paga pelo Autor no importe de R$ 2.100,00 (dois mil e cem reais), com juros e correção monetária;
e) A condenação da Ré ao pagamento pelo dano moral causado ao Autor no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), conforme preceitua o art. 292, inciso V, CPC/15.
DAS PROVAS
Requer, ainda, provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente documental já anexada e superveniente, testemunhal e depoimento pessoal das partes.
DO VALOR DA CAUSA
Dar-se-á a causa o valor de R$ 7.100,00 (sete mil e cem reais).
Termos em que,
Pede deferimento.
Macaé/RJ, ........... de ............. 2020.
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