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10/12/2020 1 Ministério da Educação Universidade Federal do Piauí Centro de Ciências Agrárias Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária Introdução à Anestesia Prof. Dr. Francisco Solano Feitosa Junior Disciplina: Anestesiologia Veterinária Teresina – PI 2020 Introdução • A arte e a prática da anestesia são fundamentadas no entendimento geral: 1. Termos que descrevem os efeitos anestésicos em animais; 2. Farmacologia dos anestésicos e de seus antagonistas; 3. Método correto de administração do agente anestésico; 4. Tratamento correto das complicações ou emergências relacionadas com os anestésicos. Considerações Gerais I. A anestesia e a contenção química são processos reversíveis: O propósito da anestesia é o de produzir uma contenção química CONVENIENTE, SEGURA EFICAZ e ECONÔMICA de modo a permitir o procedimento clínico ou cirúrgico com o mínimo de estresse, dor, desconforto e efeitos adversos ao paciente e ao anestesista. Considerações Gerais II. Critérios para a seleção de fármacos e técnicas: Espécie, raça, idade e tamanho relativo do paciente; Situação clínica e doença específica do paciente; Medicação concomitante; Comportamentopessoal e experiência; Disponibilidade e treinamentodos auxiliares; Familiarização como equipamento disponível; Duração e tipo do procedimento ou da cirurgia a ser executada. Considerações Gerais III. A resposta do paciente varia segundo as dosagens e as técnicas utilizadas em animais com lesões leves, médias, graves e normais e saudáveis: É essencial que o clínico saiba modificar as técnicas anestésicas. Considerações Gerais IV. Definições: Termos mais usados na prática anestésica: - Acinesia: perda da resposta-motora (movimento) causada por paralisia do nervo motor. - Agonista: um fármaco que produz um efeito por meio da interação com um sítio receptor específico (Ex.: Morfina) - Analgesia: perda da sensibilidade à dor. 10/12/2020 2 Considerações Gerais IV. Definições: Termos mais usados na prática anestésica: - Anestesia: perda total da sensibilidade em uma parte restrita ou em todo o corpo, geralmente induzida por um fármaco que deprime a atividade do tecido nervoso, seja de forma localizada (periférica) ou generalizada (central). Considerações Gerais IV. Definições: Termos mais usados na prática anestésica: - Anestesia local: analgesia limitada a uma área específica; - Anestesia regional: analgesia limitada à área inervada pelo ramo nervoso sensitivo bloqueado; - Anestesia geral: perda da consciência além da perda de sensibilidade (de modo ideal deve causar: hipnose, hiporreflexia analgesia e relaxamento muscular) Considerações Gerais IV. Definições: Termos mais usados na prática anestésica: - Anestesia cirúrgica: perda da consciência e de sensibilidade acompanhada de relaxamento muscular e analgesia suficientes para permitir a cirurgia sem provocar dor e movimento no paciente. Considerações Gerais IV. Definições: Termos mais usados na prática anestésica: - Anestesia balanceada: anestesia cirúrgica produzida por uma combinação de dois ou mais fármacos ou técnicas anestésicas, cada uma contribuindo com seu efeito farmacológico. - Inclui: tranquilizantes, opióides, óxido nitroso, relaxantes musculares e inalantes. Considerações Gerais IV. Definições: Termos mais usados na prática anestésica: - Anestesia dissociativa: estado de depressão do SNC caracterizado por catalepsia, analgesia e alteração da consciência. Ex.: cetamina Considerações Gerais IV. Definições: Termos mais usados na prática anestésica: - Antagonista: fármaco que ocupa o sítio receptor, mas não produz efeitos. Ex.: antagonista opióide naloxona 10/12/2020 3 Considerações Gerais IV. Definições: Termos mais usados na prática anestésica: - Catalepsia: estado caracterizado por rigidez meleável dos membros. O paciente em geral não responde a: Estímulos auditivos, visuais e a dores moderadas. Considerações Gerais IV. Definições: Termos mais usados na prática anestésica: - Hipnose: sono artificial induzido ou transe que parece sono, do qual o paciente pode ser despertado por estimulação suficiente. O paciente não pode ser despertado durante a anestesia geral ou cirúrgica. Considerações Gerais IV. Definições: Termos mais usados na prática anestésica: - Narcose: estupor ou sedação induzidos por fármaco em que o paciente é indiferente à dor, com ou sem hipnose. - Neuroleptanalgesia: hipnose e analgesia produzidas pela combinação de um fármaco neuroléptico e um fármaco analgésico. Considerações Gerais IV. Definições: Termos mais usados na prática anestésica: - Sedação: depressão leve do SNC na qual o paciente está acordado, mas calmo. - O termo com frequência é usado como sinônimo de tranquilização e com estímulo suficiente , o paciente pode ser despertado. - Produz uma depressão dose-dependente do córtex cerebral. Considerações Gerais IV. Definições: Termos mais usados na prática anestésica: - Tranquilização, ataraxia , neurolepsia: estado de tranquilidade e calme no qual o paciente está relaxado, reluta em se mover, está desperto, mas indiferente ao meio que o cerca e potencialmente indiferente a dores de baixa intesidade. - Estimulação suficiente o paciente desperta. Uso de Anestésicos I. Contenção: Radiografia Limpeza, tosa, profilaxia dentária Biópsia, ataduras ou pensos, talas ou gesso Captura de animais exóticos ou selvagens Transporte Manipulação Cateterização Tratamento de feridas Obstetrícia Auxiliar ou controlar a respiração 10/12/2020 4 Uso de Anestésicos II. Anestesia: Para facilitar ou permitir procedimentos clínicos ou cirúrgicos III. Controle de Convulsões IV. Eutanásia Tipos de Anestesia De acordo com a Via de Administração: Acupuntura Bloqueio Bucal Eletroanestesia Epidural Espinhal (subaracnóide) Hipotermia controlada Inalação Infiltração Intramuscular Via de emprego comum em Medicina Veterinária Intratesticular Intra-Osséa Intraperitoneal Intravenosa Oral Retal Subcutânea Tópica Transdermal Epidural, subcutânea ou transdermal Efeitos da Via e do Método de Administração do Fármaco Anestésico I. Administração por via IV: I. O início da ação é imediato; II. O pico do efeito é obtido rapidamente; III. A duração da ação é curta e os efeitos em geral são mais intensos do que por outras vias. Efeitos da Via e do Método de Administração do Fármaco Anestésico I. Administração por via IV: Intensidade e duração do efeito associadas com as diferentes vias de administração Efeitos da Via e do Método de Administração do Fármaco Anestésico I. Administração por via IV: As veias jugular, cefálica, e safena são usadas em cães e gatos para a administração IV de líquidos e fármacos. A veia jugular é a mais frequente em equideos, bovinos, ovinose caprinos. Várias artérias são cateterizadas para monitorar diretamente a pressão arterial ou obter amostras anaeróbicas de sangue para gasometria. Efeitos da Via e do Método de Administração do Fármaco Anestésico II. Administração por via IM ou SC: I. O início do efeito pode demorar de 10 a 15 minutos; II. O efeito máximo pode demorar vários minutos ou horas e depende da perfusão sanguínea ao tecido do local de injeção, da absorção do fármaco, da velocidade de biotransformação e excreção; III. A duração do efeito é mais longa do que por via IV. 10/12/2020 5 Efeitos da Via e do Método de Administração do Fármaco Anestésico III. Administração por via transdérmica: I. O efeito máximo pode demorar várias horas; IV. Velocidade de injeção: I. A injeção rápida geralmente causa efeitos mais intensos, em especial quando o débito cardíaco é baixo. Efeitos da Via e do Método de Administração do Fármaco Anestésico V. Concentração da solução: I. O fármaco deve ser administrado de acordo com a massa corporal do animal (Ex.: mg/kg) A maioria dos fármacos apresenta a concentração em “unidades”/ml (Ex.: mg/ml) ou em porcentagem (%). A porcentagem da soluçãodeve ser transformada em unidades/ml (uma solução 1% contém 10mg/ml) Ex.: Uma solução de 0,5% contém 5 mg/ml e de 3% contém 30 mg/ml. II. Aumentando a concentração do fármaco na solução, aumentam a intensidade e a duração do efeito imediato; III. O aumento da concentração pode aumentar a irritação vascular e provocar dor no local da injeção. Efeitos da Via e do Método de Administração do Fármaco Anestésico VI. Quantidade: a quantidade (dose) do farmaco administrado em pacientes doentes ou em choque deve ser reduzida. VII. O início da ação dos fármacos inalantes: precisa da absorção do gás desde o alvéolo para o sangue e então a infusão do anestésicoaté o SNC. VIII. A duração do efeito do fármaco: depende principalmente das características farmacocinéticas do fármaco (biotransformação, e eliminação), mas também é influenciada pela potência hemodinâmica do fármaco e por sua influência na função celular. “Não há nenhum agente anestésico seguro; não há nenhum procedimento anestésico seguro; há apenas anestesistas seguros”. Robert Smith
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