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Exames Laboratoriais - Interpretação e Fases de Realização

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PATOLOGIA CLÍNICA I 
AULA 2 e 3 
Exames Laboratoriais
Interpretação 
 FINALIDADE DOS EXAMES 
 Diagnóstico: Suspeita de anormalidade ou doença, 
sintomas e sinais. 
 Rastreamento: Doença ou anormalidade em 
assintomáticos. 
 Evolução: Avaliar a progressão da doença ou 
resposta ao tratamento. 
 
 INDICAÇÕES 
 Deve ser feita uma boa anamnese e exame físico, 
para que possamos ter noção da indicação para 
solicitação do exame laboratorial. 
 Gerais: Exame partícipe ou útil para os objetivos da 
patologia clínica. 
→ Grupos de anormalidades ou doenças. 
→ Ex: Disglicemias, dislipidemias ou cardiopatias e 
doenças hematológicas. 
 Diretas: Método específico, menor risco ou 
complexidade, rápido ou melhor relação custo-
benefício. 
→ Ex: Diabetes mellitus, obesidade e anemias. 
 Relativas: Não precisa do diagnóstico para tratar o 
paciente naquele momento. 
→ Pesquisa médica, avaliação futura ou temporal, 
tranquilização e autossolicitação. 
→ Ex: Diabéticos hipertensivos, obesidade em 
crianças e anemia em adolescentes. 
 
 
 
 LEIS PARA SOLICITAÇÃO 
 Risco: Escolher preferencialmente exames com 
menor risco e não invasivos. 
 Complexidade: Tem como prioridade o método 
mais simples. 
 Custo: Deve ser feito primeiro o exame de menor 
custo, para depois pedir um de maior, dependendo 
do caso. 
 PERGUNTA 
 Sempre haverá uma pergunta a ser respondida pelo 
exame laboratorial, dependendo da qualidade dela 
haverá uma resposta ou não. 
 Não há resposta para todas as perguntas. 
 Requer interpretação. 
 O processo pode ser bem-sucedido pela relação 
pergunta-resposta. 
 A resposta pode ser verdadeira ou falsamente 
positiva ou negativa. 
 Não há um exame laboratorial perfeito, ideal para 
todas as suposições. 
 
 RELAÇÃO DOS 4 As 
 Amostra; 
 Analito; 
 Análise laboratorial; 
 Avaliação diagnóstica. 
 
AMOSTRA ANÁLITO ANÁLISE AVALIAÇÃO 
Sangue Glicose Glicemia 
Diabetes 
mellitus 
Urina Piócitos Piúria 
Infecção 
urinária 
Fezes Hemoglobina 
Pesquisa de 
sangue oculto 
Tumor 
Urina Albumina Proteinúria 
Doença 
renal 
Liquor Proteína Proteinorraquia Meningite 
Líquido 
pleural 
Ácido 
hialurônico 
Líquido 
hemorrágico 
Neoplasia 
Líquido 
ascítico 
Leucócitos Leucometria 
Infecção ou 
Neoplasia 
Sangue Hemácias Hematimetria Anemia 
 
 OBJETIVOS CLÍNICOS 
 Avaliação funcional de órgão ou sistema: Quando 
solicitamos a dosagem da concentração das enzimas 
digestivas, estamos avaliando a função de um órgão 
do sistema digestório. 
 Avaliação metabólica: Quando solicitamos um 
exame de glicemia avaliamos a atividade metabólica 
INDICAÇÕES PARA DOSAGEM DE SÓDIO 
 Indicação geral: Distúrbios hidroeletrolíticos. 
 Indicação direta: Hiponatremia, hipernatremia, 
desidratação, edema etc. 
 Indicação relativa: Rastreio de potenciais 
desidratados em uma população determinada. 
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do organismo no processamento de carboidratos, 
glicídios. 
 Avaliação nutricional: Dosagem de proteínas totais, 
hemograma completo. 
 Detecção ou monitoramento de neoplasias; 
 Detecção de doenças genéticas: Testes genéticos 
são exames laboratoriais que peritem a análise de 
DNA, RNA, cromossomos e proteínas, com o 
objetivo de detectar genótipos relacionados a 
doenças genéticas ou hereditárias. 
 Detecção de doenças imunológicas: Dosagem de 
imunoglobulinas. 
 Detecção de agentes infecciosos: Quando nos 
referimos a agentes etiológicos, como a pesquisa de 
ovos de parasitos no exame de fezes. 
 Detecção de tóxicos: Medicina do trabalho que 
avalia trabalhadores em áreas de risco, que lidam 
com substâncias tóxicas. 
 Monitoração terapêutica: A partir da instituição de 
uma terapia farmacológica, exames laboratoriais 
podem ser utilizados para determinar se o paciente 
caminha para a cura ou piora. 
 
 PATOLOGIA CLÍNICA 
 O patologista clínico é o médico especialista em 
medicina laboratorial, que assessora outros 
especialistas na formulação de diagnósticos 
etiológicos, sindrômicos e diferencial, confirmação 
diagnóstica, tratamento, monitorização terapêutica, 
segmento, prevenção e prognóstico de 
anormalidades ou doenças. 
 
 RESULTADOS 
RACIOCÍNIO DICOTÔMICO 
 Verdadeiro positivo: Exame positivo em paciente 
doente. 
 Verdadeiro negativo: Exame negativo em paciente 
saudável. 
 Falso positivo: Exame positivo em paciente 
saudável. 
 Falso negativo: Exame negativo em paciente 
doente. 
 
RESULTADOS FALSOS 
 A maior parte dos resultados falsos negativos ou 
positivos ocorrem por fonte de variabilidade, ou seja, 
algo que possa variar o resultado, ou fatores de 
interferência. 
 
SIGNIFICADO DOS RESULTADOS DOS EXAMES 
 Analítico: Capacidade do exame em identificar, 
qualificar ou quantificar analitos, considerando a 
metodologia aplica e as limitações da técnica. Mais 
trabalhado na abordagem técnica da patologia 
clínica. 
 Diagnóstico: Probabilidade de o exame ser positivo 
em doença e negativo no saudável. Algo próximo da 
definição de valor preditivo. Mais trabalhado na 
interface clínica-laboratorial. 
 Epidemiológico: Probabilidade de resultados 
verdadeiros ou falsos, positivos ou negativos, 
relacionados a frequência, distribuição e 
determinantes de doenças em populações. Ou seja, 
o resultado pode fazer parte de um contexto de 
estudo em uma população e integrá-la, nos dando 
fundamentos para estudos epidemiológicos. Mais 
trabalhado na epidemiologia, no estudo das 
populações. 
 
Fases de Realização 
 Exame laboratorial não é sinônimo de análise 
laboratorial. 
 O exame laboratorial consiste no processo que se 
inicia e termina fora do laboratório envolvendo 
técnicas, recursos humanos e materiais, além da 
análise propriamente dita em espaço laboral 
corporativo. 
 
 PERÍODOS OU FASES 
 Pré-analítica: Solicitação, preparação do paciente e 
transporte. 
→ Solicitação: Indicações gerais, diretas ou 
relativas. Risco, complexidade do exame e custo. 
→ Fisiologia: Considerar a fisiologia, como 
indicação de jejum, posição, exercício físico, 
hospitalização, condição clínica etc. 
→ Coleta: Princípios, protocolos, técnicas, 
treinamento, manipulação de materiais 
biológicos. 
→ Identificação das amostras; 
→ Armazenamento e transporte: Temperatura e 
presença de anticoagulante. De maneira geral, 
amostras podem levar de 3 até 15 horas para o 
transporte. 
→ Depende: Perspicácia do solicitante, 
competência do coletor, observação dos 
cuidados com paciente, eventos inerentes à 
fisiologia e cuidado na identificação, 
armazenamento e transporte. 
 Analítica: Escolha do sistema analítico e 
determinação de resultado, identificação, qualitativo 
ou quantitativo. 
→ Preparação: Manuseio de frascos e tubos, 
julgamento de qualidade da amostra, 
centrifugação, aliquotagem, distribuição e 
metodologia. 
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→ Sistema analítico: Verificação instrumental, 
reagentes, verificação e controle dos sistemas, 
monitoração de processos de análise e 
manutenção da soroteca. 
→ Biossegurança; 
→ Controle de qualidade; 
→ Treinamento; 
→ Manutenção. 
 Pós-analítica: Qualidade do laudo e entrega dele. 
→ Qualidade do laudo: Valores e intervalos dereferência ou críticos, dados para interpretação, 
limitações, técnicas empregadas e ética sobre 
registros médicos arquivados ou eletrônicos. 
→ Envio: Impressão, publicação e transporte. 
→ Conferência: Preferencialmente pelo médico 
solicitante ou equipe de assistência direta, 
interpretação e decisão. 
 
 
 
 
Erros, imprecisões e imprevistos durante as fases 
de realização do exame laboratorial podem 
acarretar resultados duvidosos ou falsos.

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