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- - RELAÇÃO DE PROPAGANDAS MIDIÁTICAS COM O CONSUMO ALIMENTAR NA INFÂNCIA Ana Márcia Oliveira1 Dayane Teixeira da Silva2 Flávia Amaro Gonçalves Tavares3 Lusyanny Parente Albuquerque4 Resumo: A investigação tem como foco a relação de propagandas midiáticas com a alimentação na infância. Tendo como objetivo realizar um levantamento bibliográfico sobre a influência da propaganda comercial no comportamento alimentar de crianças. O suporte metodológico baseou-se no enfoque da pesquisa qualitativa com uma abordagem bibliográfica e exploratória, a partir de obras encontradas em ambiente online. As crianças iniciam como telespectadores desde cedo, sofrendo uma forte influência midiática em suas ações, grande parte das crianças ficam em frente à televisão por várias horas semanais. Pesquisas têm indicado que a crianças pequenas não necessitam mais do que 20 a 30 exposições a um determinado comercial para assimilar o que foi dito, conseguindo então haver direta influência em suas ações. Nas práticas alimentares infantis atuam fatores socioeconômicos, culturais, geográficos, demográficos, psicológicos e resultantes da interação mãe e filho, que refletem no interesse materno e na qualidade da alimentação infantil. Ficou evidenciado que há uma influência direta da mídia nas ações de crianças para com a sua alimentação, que consequentemente podem direcionar para uma nutrição com teor reduzido de substancias benéficas ao seu próprio organismos. Palavras chave: Propagandas midiáticas, Educação nutricional, Obesidade, Infância. 1 INTRODUÇÃO É na infância que a criança desenvolve toda a sua formação psicomotora, dessa forma para o melhor funcionamento do seu organismo é essencial um cardápio balanceado composto por verduras, legumes, frutas, vitaminas, carboidratos e fibras alimentares, contudo, os meios de comunicação acabam influenciando no consumo dos alimentos. Quando ainda bebês crianças iniciam suas atividades como telespectadores sofrendo uma forte influência da mídia, grande parte delas ficam em frente à televisão por média de 3 a 4 horas por dia, com mais de 24 horas semanais expostas a comerciais de vários tipos para 1 Graduanda de Nutrição pela Universidade Estácio da Amazônia. E-mail: ana-marcia-aninha@hotmail.com 2 Graduanda de Nutrição pela Universidade Estácio da Amazônia. E-mail: thallesdayane@gmail.com 3 Professora Doutora e Orientadora pela Universidade Estácio da Amazônia. E-mail: flavia.gontavares@gmail.com 4 Professora especialista pela Universidade Estácio da Amazônia. E-mail: lusyannypa@gmail.com - - chamar a sua atenção. A maioria dessas crianças por não serem alfabetizadas e só responderem a sons e imagens tornam-se mais vulneráveis (MYLES; MAYNARD, 2018). A quantidade de produtos destinados à criança tem seu apelo infantil exagerado, sendo uma estratégia utilizada pela mídia para lucrar mais com esse tipo de público, conhecido como marketing infantil. Esse contexto, corrobora com a afirmativa de Santos e Garcia (2010) onde relata que o comportamento alimentar recebe intervenção de diversas variantes que podem perpassar por perspectivas sociais, familiares, estilo de vida entre outros, além de fatores internos como características psicológicas, desenvolvimento emocional e preferências alimentares. Com tudo que foi apresentado podemos conferir a relevância de se estudar a influência da mídia na infância por ser essa uma fase de formação de hábitos que irão durar por uma geração inteira. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo principal realizar um levantamento bibliográfico sobre a influência da propaganda comercial no comportamento alimentar na infância. Considerando e explorando o papel dos pais na administração das decisões alimentícias de seus filhos em casa e na escola, além de suas relações sociais e afetivas como elementos motivadores de padrões alimentícios inadequados. Com o intuito de responder ao objetivo desenvolvemos uma pesquisa bibliográfica como base para o encontro com as bases teóricas necessárias para uma discussão substancial sobre o tema tratado nesta pesquisa científica. Por fim, evidenciamos que a mídia influência diretamente o desenvolvimento das crianças não só em sua alimentação, mas também em sua evolução psicomotora e social. Sendo completamente relevante equilibrar o uso desses recursos tecnológicos para que as crianças não sejam afetadas negativamente pelo o marketing infantil tão bem elaborado por todos os setores mercadológicos de empresas e seus produtos de consumo. 2 PERCURSO METODOLÓGICO A metodologia pautada na pesquisa bibliográfica, sendo conhecida como “revisão da literatura sobre as principais teorias que norteiam o trabalho científico” (PIZZANI et al., 2012, p.54). Partindo desse entendimento, desenvolvemos pesquisas em ambiente online em sites de referência científica como SCIELO e GOOGLE ACADÊMICO, entre outros que podem facilitar o processo de coleta das obras. Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram resumos e fichamentos de artigos científicos, livros, dissertações ou Trabalhos de Conclusão de Curso, publicados no período - - de 2010 a 2020 (contexto de 10 anos) que poderiam nos subsidiar com referências teóricas em torno do encontro com o conhecimento das influências midiáticas no consumo alimentar na infância. 3 AS PROPAGANDAS MIDIÁTICAS E SUAS INFLUÊNCIAS NO CONSUMO ALIMENTAR NA INFÂNCIA 2.1 Conceituando as propagandas midiáticas e suas finalidades sociais As propagandas midiáticas surgem em meio a sociedade com o intuito inicial de apenas externar informações sobre o governo ou sobre ações da igreja em maioria, em conformidade com os avanços sociais. No Brasil, segundo Severino, Gomes e Vicentini (2011, p. 01): [...] a propaganda surgiu em jornais no final do século XIX, influenciadas pela publicidade que já existia no exterior. Conforme foram os acontecimentos de cada época, como a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, a chegada do rádio, a revolução feminista, a ditadura e a chegada da televisão, a propaganda foi influenciada e influenciou a população. Dessa forma, atualmente existe uma gama de propagandas midiáticas que são reproduzidas em televisões, rádio, aplicativos, sites entre outros espaços que só aumentam a sua disseminação no dia a dia da sociedade. Não se sabe ainda as origens da propagando mas acredita-se que as primeiras comunicações foram realizadas acerca de 4.000 anos a.C., e essas ferramentas tinham como objetivos principais a promoção de trocas entre as civilizações (GOMES, 2011). As propagandas hoje em dia, se voltam para uma perspectiva de consumo, em sua maioria, onde se detém do capitalismo como base para seus avanços midiáticos em prol de uma cultura cada vez mais consumista, essa ideia corrobora com Cardoso (2020, p.41) quando retrata que “as propagandas constituem um importante veículo do mercado para a exibição de seus produtos que investe uma grande parte do capital na formulação de novas propagandas para cada vez alcançar um patamar maior de vendas”. As propagandas partem para a finalidade de direcionar pensamentos, ações e principalmente de modificar perspectivas já construídas em torno de uma realidade social, que se modifica a cada ano que se passa, socialmente existem nomenclaturas para essas ações como publicidade e propaganda. Entretanto os conceitos são diferenciados entre esses dois termos, assim: - - A Publicidade reveste-se assim de uma acepção essencialmente comercial e mercadológica, ao passo que a Propaganda é diretamente relacionada à difusão de um determinado sistema de crenças, cujo objetivo é gerar a adesão e, posteriormente, uma mudança de comportamento (NAKAGAWA; GOLOBOVANTE, 2018, p.02). Essencialmente diferentes esses dois conceitos norteiam o universo mercadológico,do mundo capitalista e empresarial, sendo destacado que a propaganda é: [...] uma ferramenta utilizada para apresentar um produto, por meio de um veículo de comunicação, ao cliente, uma pessoa ou uma empresa, que deseja endereçar sua mercadoria ou serviço ou marca ou corporação ao um público alvo. O consumidor é aquele a quem a comunicação deverá provocar alguma reação e uma vontade de adquirir o produto, seja material seja imaterial (GOMES, 2011, p.89). Essas ferramentas podem ser utilizadas com qualquer cunho dissertativo, que se direciona para características específicas de público, serviço, empresas entre outras perspectivas. O consumidor sempre é a base principal de vendas já que são eles que fazem o dinheiro circular no comércio. Propagandas midiáticas tem o seu cunho positivo, quando se tem base informativa, entretanto com todo o avanço tecnológico vivenciado nesse século, bem como todo o acesso a informações e recursos, essa base informativa desaparece avançando para uma base onde direciona formas de pensar e agir. Quando pensamos em alimentação, podemos compreender que os primeiros a serem atingidos são as crianças, já que elas estão constantemente em contato com propagandas em jogos, tv, Youtube entre outros, a influência é direta e podem gerar consequências em todo o processo alimentar das mesmas além de déficits de nutrientes em sua maioria. 2.2 O consumo alimentar na infância A nossa sociedade modifica o seu modo de se alimentar, de se comunicar, de pensar, se expressar, de se vestir entre outras ações, conforme vão ocorrendo evoluções sociais que são direcionadas por crescimentos tecnológicos ou industriais. A partir dessas características, a alimentação na infância também se modifica com o passar do tempo, devemos considerar também que as atividades que são realizadas durante a infância são levadas para o resto da vida. Os hábitos alimentares são formados por várias variantes elas se relacionam com origem biológica, ambiental e psicológica, direcionando para mudanças ou linearidades em meio a alimentação (DIEZ; CERVATO-MANCUSO, 2011). - - Esses hábitos são construídos desde os primeiros momentos de vida das crianças, desde a amamentação que conecta as crianças com as suas bases familiares, a partir daí esse momento começa a ser modificado conforme se inseri uma nova alimentação, além do leite materno, que ocorre a partir dos 6 meses de idade. Dessa forma, a formação familiar tem influência direta nesse processo, como afirma Melo (2014, p.09): Desde o nascimento a criança precisa ser educada para sua transformação social, para isso a família tem grande contribuição, pois desde os primeiros momentos da vida ela é educada informalmente, aprendendo normas, hábitos e valores que nortearão seu comportamento no decorrer de sua existência. Conforme todas as perspectivas de mudanças de alimentação as crianças tendem a direcionar a sua alimentação para uma ingestão que não se diversifica em quantidade de nutrientes. Cada vez mais com todo o contexto social vivenciado por famílias brasileiras o tempo é o maior inimigo dos hábitos alimentares corretos, a infância torna-se o primeiro meio de consumo alimentício inadequado, entretanto “[...] o funcionamento do organismo é aprimorado quando se tem uma dieta balanceada composta por verduras, legumes, frutas, vitaminas, carboidratos e fibras alimentares” (COSTA; RABELO, 2018, p.01). A diversidade entre os alimentos consumidos por crianças deve ter uma variação de cores e principalmente de nutrientes, para que nos consumos diários as mesmas consigam ter acesso ao máximo de substancias que vão influenciar no seu crescimento, na sua imunidade, na sua formação física e mental, como pode ser notado na figura a baixo. Figura 1 – Alimentos que possuem uma diversidade nutricional Fonte: Maciel (2020)5 Nesse sentido, entende-se a necessidade da presença da diversidade de alimentos em meio ao dia a dia da criança para um maior equilíbrio alimentar. Em contrapartida, o que notamos é que cada vez mais com a influência tecnológica e midiática dos setores 5 Disponível em: https://www.brasildefato.com.br. Acesso em: 06 de outubro de 2020. - - mercadológicos a sociedade, como um todo, começa a se alimentar sem equilíbrio nutricional, principalmente as crianças. Com todo o poder social que a Televisão começa a ter, as propagandas, os comerciais, os slogans entre outros acabam persuadindo as pessoas a consumir, sendo assim: [...] a população para de pesquisar sobre o que está consumindo e passa a acreditar em tudo que lhes é apresentado através das mídias que vêm sendo utilizadas como um meio para a promoção de alimentos industrializados, das quais características nutricionais, muitas vezes, são questionáveis (FREITAS; NASCIMENTO, 2019, p.145). Tendo esse contexto como foco de discussão, compreendemos que a falta de nutrientes necessários no corpo humano se relaciona com o aparecimento de doenças que acabam limitando todo o processo de crescimento de uma criança, sendo ela física ou psicológica. Em pesquisas do IBGE (2010) são retratadas que uma das doenças mais presentes entre as crianças e adolescentes hoje é a obesidade. Esse novo momento é causado principalmente pela a forma de vida das mesmas que estão de mão dadas com o sedentarismo, disponibilidade facilitada de alimentos industrializados e com altos teores calóricos (refrigerante, pizza, sanduiches, salgadinhos entre outros) em açúcares simples (DIAS; NOHARA; REIS, 2012), como mostra a imagem a baixo. Figura 2 – Alimentos industrializados e com alto teor de açúcar Fonte: Hammoud (2016)6 Para que essas mudanças de comportamentos ocorram, é necessário ser evidenciado os pontos negativos e positivos que as propagandas midiáticas podem fornecer ao seu telespectador, principalmente quando são crianças. Consequentemente reconhecer essa 6 Disponível em: https://br.mundopsicologos.com/artigos/os-transtornos-alimentares-e-a-procura-por-uma- estetica-perfeita. Acesso em: 02 de outubro de 2020. - - realidade e as influências geradas por elas podem direcionar um novo pensar para uma alimentação mais saudável e equilibrada. 2.3 Influências das propagandas midiáticas com o consumo alimentar na infância As perspectivas de propagandas midiáticas têm em seu curso influências tanto positivas quanto negativas no meio social, nesse contexto, relacionamos as mais diversas concepções que são direcionadas pelas propagandas em meio a mudança de comportamento. 2.3.1 Influências positivas das propagandas midiáticas Apesar de todas as perspectivas de desigualdade e de contato com as tecnologias, a globalização mundial acabou dando acesso a todos os meios midiáticos como televisão, celulares, computadores entre outros conseguindo atingir uma maioria de pessoas com as concepções mercadológicas e de marketing que as empresas desenvolvem. Nesse contexto, a televisão tem seu destaque principal como meio comunicativo, por ser o recurso mais acessível a maioria da população. Assim, Castro e Melo (2012, p. 29) destaca que a tv alcança “[...] a totalidade dos 5.565 municípios e atingindo 95,1% dos domicílios, a televisão constitui o principal elo entre os cidadãos e o mundo, tendo um impacto incomensurável sobre a sociedade brasileira”. Com todo esse alcance, as propagandas quando tem a finalidade de expor algum conteúdo, conseguem auxiliar em determinadas linhas informativas, sobre locais, comércios, empresas e serviços. Dessa forma, atinge o seu objetivo central de informar a população sobre as mais diversas possibilidades quanto ao consumo ou vendas. Essa perspectiva informativa é defendida por possibilitar o acesso de informações que podem direcionar para o aprendizado, tambémquando se tem destaques programas televisivos, ou programas de desenhos entre outros que podem dar acesso constante a conhecimentos científicos ou outras informações que produzem determinado conhecimento (CARVALHO; TAMASIA, 2016). Outra perspectiva, são de propagandas, pensando nas mesmas apenas como o recurso que as empresas utilizam para ter acesso a uma quantidade infinita de pessoas a partir de recursos tecnológicos, sendo assim todas as concepções que norteiam esse meio televisivo direciona o modo de vida e de consumo de toda uma sociedade. 2.3.2 Influências negativas das propagandas midiáticas - - Pensando nas crianças como base de discussões destacamos o quanto as mesmas se relacionam com os princípios que elas têm acesso. Vivendo em um mundo completamente dominado pelas tecnologias, jogos e vídeos, as crianças se tornam os alvos mais fáceis de serem atingidos no momento em que tem contato com esses recursos. Na era do imediatismo, da falta de tempo dos pais e mães, a televisão, o computador, o tablet e o celular tornaram-se os companheiros das crianças, exercendo papel socializador e influenciador, alicerçados as práticas alimentares, pelas próprias rotinas diárias de trabalho, as crianças ficam expostas ao que a mídia fala, exibe e ensina (LIMA, 2010). Essas mídias podem direcionar para um comportamento que modifica todo o processo de mudança habitual das crianças, assim: Publicitários e profissionais ligados ao Marketing transformam-se, neste sentido, em agentes de importância crucial na construção social da realidade: o que as pessoas pensam sobre si mesmas, sobre as demais pessoas e sobre o que querem ser e como desejam viver. A habilidade destes profissionais em construir marcas disputa junto com a família, escola, religiões, Estado e comunidades este papel crucial de modelar os diferentes seres sociais (DIAS; NOHARA; REIS, 2012). Os publicitários possuem um determinado conhecimento quanto as ações que devem ser desenvolvidas para chamar a atenção de crianças, são conhecidos em maioria como marketing infantil onde se destacam o uso de imagens, cores, áudios que denotam determinada perspectiva de atenção durante o acesso a recursos televisivos. A exposição das crianças ao marketing de alimentos: a publicidade e várias outras formas de comunicação que envolvem o mercado são diretamente utilizadas para promover o consumo direto de alimentos pelo mundo (MOREIRA, 2016). Essas ações corroboram com o pensar em que a mídia tem papel decisivo perante as formas de se pensar e agir das crianças, principalmente quando esses recursos são o seu acesso diário e em sua maioria os utilizam a cima de um tempo pré-determinado. Como expõe Motta-Gallo, Gallo e Cuenca (2013, p.02) o acesso midiático “[...] de populações socialmente vulneráveis ao universo midiático e às suas influências, transformando as condições materiais de vida, ao modificar os hábitos de consumo nessas populações”. As propagandas desenvolvem ações que dão visibilidade ao produto que está tendo destaque, sendo assim: A propaganda enfatizava as qualidades físicas do produto, considerando especialmente os elementos referentes à cor, ao tamanho, à utilidade, ao preço, entre outros aspectos palpáveis do objeto de consumo. Entretanto, por meio das peças publicitárias televisivas, sobretudo, os produtos ou - - serviços passaram a ser oferecidos de maneira a ressaltar suas propriedades emocionais (GOMES, 2011, p.88). Essas ações de marketing direcionam para uma necessidade consumista exacerbada, principalmente de crianças ainda em formação psicomotora e social. Nesse contexto, o que podemos notar são que todos esses atos vão se desenvolvendo em conformidade com todos os acessos tecnológicos, midiáticos entre outros. Esse direcionamento quanto a formação social das crianças e as suas ações em meio a sociedade, geram danos irreversíveis a forma de alimentação das mesmas bem como todas as consequências quanto a saúde na infância. Dessa forma: O excesso de publicidade, principalmente na tv, vem trazendo prejuízo no comportamento e saúde das crianças, patologias que antes eram comuns na população adulta, hoje vêm acometendo o público infantil, como altos índices de sobrepeso, obesidade, diabetes, hipertensão, doenças hipercolesterolêmicas, doenças coronarianas, dentre outras (MYLES; MAYNARD, 2018, p.01). Uma das doenças crônicas que mais fazem parte da realidade infantil, quando se tem tecnologias em uso, é o “aumento da obesidade infantil pode ter relação com a influência que a mídia exerce no comportamento das crianças, especialmente quando se trata da televisão” (MOREIRA, 2016, p.17). Essas doenças começam a aparecer na infância principalmente por causa da mudança de vida das mesmas, seus hábitos e suas ações. Existe uma permanência em compreender que os adultos têm a maior base nas escolhas de alimentação das crianças, sendo assim, os pais exercem maior poder em ações alimentícias, principalmente por que em momento de crescimento e desenvolvimento da criança é necessária uma quantidade variada de nutrientes de acordo com sua faixa etária (MELO, 2014). Ter as tecnologias com maior número de acesso para as crianças é necessário ter um determinado equilíbrio, com o intuito de diminuir os efeitos das tecnologias, das propagandas e do marketing na mudança alimentar das crianças. Com o intuito de promover uma maior visualização dos pontos positivos e negativos dessas atividades midiáticas destacamos essas categorias no quadro 1. Por fim, Rodrigo e Fiates (2012) revelam que há necessidade de regulamentar as ações de marketing de alimentos com poucos nutrientes que se direcionam para crianças, além de variações em estratégias para os familiares, com a finalidade de diminuir todos os efeitos negativos que esse universo pode influenciar nos hábitos alimentares durante a infância, adolescência e até quando adultos. - - Quadro 1: Relação de influências negativas e positivas a partir do uso de propagandas midiáticas com o consumo alimentar na infância Influências Positivas Influências negativas - Acesso a informação - Desenvolvimento formativo - Dar voz a liberdade de propagandas empresarias - Aumento do Consumismo - - Mudanças psicológicas - - Mudança de pensamentos e ações Fonte: Autoras, 2020 3 CONSIDERAÇÕES O aumento das ações televisivas orienta para um conceito diferenciado das propagandas midiáticas em uma perspectiva de consumo alimentar de diversas crianças. Dessa forma, a pesquisa consegue responder ao objetivo geral que é realizar um levantamento bibliográfico sobre a influência da propaganda comercial no comportamento alimentar na infância. As influências midiáticas encontradas em meio aos diversos trabalhos pesquisados têm pontos negativos e positivos para o dia a dia alimentar das crianças, mas deve ser dito que a maioria dos aspectos são negativos, principalmente quando se tem como foco a alimentação. Como influências positivas tivemos um encontro com a possibilidades de propagandas despertarem acesso a informação de produtos, serviços para um determinado público, essas ações tem o caráter de dar voz as empresas a partir do uso de propagandas empresariais. As influências negativas em cima das propagandas midiáticas, é a que a mesma conduz comportamentos formativos, aumento ações com caráter consumista, limita desenvolvimento psicológicos e muda completamente os pensamentos e ações de crianças no meio infantil. Por fim, todas essas concepções negativas geram doenças quanto a saúde das crianças que vivem em meio as influências diretas desses recursos tecnológicos, como obesidade infantil, hipertensão, doenças crônicas, diabete entre outros. É essencial a cooperação entre comunidade acadêmica, pais e parentes para reduzir as influências midiáticas que essas crianças são expostas diariamente,renovando as suas diversas formas de brincar e de interagir com as tecnologias. - - REFERÊNCIAS CARDOSO, D. R. do A. Indústria cultural e infância: uma análise da relação entre as propagandas midiáticas, o consumo e o processo formativo das crianças. Dissertação de Mestrado Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar da Faculdade de Ciências e Letras. Universidade Estadual Paulista. São Paulo: UNESP, 2020. CARVALHO, F. M.; TAMASIA, G. A. A influência da mídia na alimentação infantil. 14f. Trabalho de Conclusão de Curso. Faculdades Integradas do Vale do Ribeira. 2016. 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