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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DETRAN/PA NOÇÕES DE ADM. FINANCEIRA LOJA DO CONCURSEIRO - 2 O inteiro teor desta apostila está sujeito à proteção de direitos autorais. Copyright © 2015 Loja do Concurseiro. Todos os direitos reservados. O conteúdo desta apostila não pode ser copiado de forma diferente da referência individual comercial com todos os direitos autorais ou outras notas de propriedade retidas, e depois, não pode ser reproduzido ou de outra forma distribuído. Exceto quando expressamente autorizado, você não deve de outra forma copiar, mostrar, baixar, distribuir, modificar, reproduzir, republicar ou retransmitir qualquer informação, texto e/ou documentos contidos nesta apostila ou qualquer parte desta em qualquer meio eletrônico ou em disco rígido, ou criar qualquer trabalho derivado com base nessas imagens, texto ou documentos, sem o consentimento expresso por escrito da Loja do Concurseiro. Nenhum conteúdo aqui mencionado deve ser interpretado como a concessão de licença ou direito de qualquer patente, direito autoral ou marca comercial da Loja do Concurseiro. DETRAN/PA NOÇÕES DE ADM. FINANCEIRA LOJA DO CONCURSEIRO - 3 NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Introdução A administração financeira, assim como a empresa, tem passado por muitas mudanças, com o aumento da competitividade, principalmente quanto a sua função. Além de obter fundos, sua função também era quanto ao uso e à aplicação destes fundos, mas, atualmente, suas preocupações e seu objetivo devem estar caminhando na direção de procedimentos de análise e controle do fluxo de fundos. O principal enfoque da administração financeira, na atualidade, deve ser o processo decisório e as ações que afetam este processo, e seu objetivo deve ser a valorização do negócio da empresa. A empresa é criada para a continuidade, e, para garanti- la, ela precisa buscar a otimização de seus resultados e de seus acionistas. A administração financeira está presente nas empresas para orientar, do ponto de vista financeiro, as decisões e para responder como estas decisões devem ser tomadas para maximizar o valor da empresa. Os fundos investidos na empresa não devem parar, devem ser analisados e reavaliados constantemente, e o capital deve ser muito bem administrado, a fim de assegurar a liquidez da empresa para garantir recursos para atender suas necessidades e financiar suas atividades de desenvolvimento e crescimento. A disponibilidade deste capital pode ser um fator estratégico na gestão das atividades da empresa. Objetivo da Administração Financeira Tradicionalmente, a função da área financeira na empresa tem sido administrar, de modo centralizado, todos os seus recursos financeiros. Essa função tem variado conforme o tipo de empresa e as circunstâncias em que ela se encontra, havendo fases de maior ou menor predomínio e controle da área financeira sobre as demais áreas da empresa. O objetivo da administração financeira está ligado ao objetivo da empresa: maximização de seu lucro e de seus acionistas. Sua função é criar mecanismos de análise e controle, para orientar e influir nas tomadas de decisão que resultem em maior retorno financeiro para a empresa. No entanto, além do retorno financeiro, a administração financeira deve cuidar também da manutenção de um certo nível de liquidez da empresa, a fim de permitir disponibilidade de recursos para sustentar suas atividades do dia-a-dia, como produção, marketing, compras e desenvolvimento de produtos. Assim, na empresa, a área financeira tem como atribuição controlar os recursos e fornecer informações requeridas pelas diversas áreas de responsabilidade, receber e gerenciar os recursos financeiros gerados nas atividades da empresa, além de aplicar os recursos excedentes, com a melhor rentabilidade possível. Apesar de seu objetivo maior ser a rentabilidade da empresa, a administração financeira não deve permitir que sua liquidez seja comprometida. E isto gera o tradicional dilema do administrador financeiro, de aplicar ou não todos os fundos disponíveis. A empresa necessita de suficiente liquidez para manter um bom crédito na praça, e esse objetivo está relacionado com os pagamentos de suas obrigações no mercado. Por outro lado, relacionado com o aspecto investimento, o uso do capital para aumentar a liquidez pode resultar na perda de lucros. Em virtude deste dilema, o administrador financeiro deve prestar muita atenção à natureza exata da utilização dos fundos. Sua responsabilidade deve ser a de obter e manter os fundos ou recursos necessários para uma disponibilidade imediata para os pagamentos da empresa, a um menor custo que o dos concorrentes, a fim de permitir que ela atue de forma mais competitiva, não comprometendo sua lucratividade. Administrador Financeiro Nas empresas de grande porte, a área financeira geralmente é atribuída a um alto dirigente, tal como o vice-presidente de finanças ou diretor financeiro. O tesoureiro é responsável pelas atividades de gestão de fluxos de caixa, tomada de decisões de investimentos e elaboração do planejamento financeiro. Cabe ao administrador financeiro a responsabilidade pela decisão de como investir os recursos de uma organização, com vistas à expansão de seus negócios, e de como obter recursos para financiar suas atividades. NOÇÕES DE ADM. FINANCEIRA DETRAN/PA NOÇÕES DE ADM. FINANCEIRA LOJA DO CONCURSEIRO - 4 A tarefa mais importante de um Administrador financeiro é a de criar valor nas atividades de investimento, financiamento e gestão de liquidez da empresa. Administração Financeira × Economia A empresa é parte integrante da economia, pois toda a sua administração, bem como a financeira, está sujeita aos acontecimentos econômicos e à política econômica. As definições clássicas da Economia fundamentam-se em três grandes compartimentos da atividade econômica: formação, distribuição e consumo das riquezas. E a administração financeira está totalmente envolvida com estes compartimentos da atividade econômica, pois é ela quem administra e destina os recursos da empresa. Além disso, vários dos princípios econômicos norteiam a administração financeira. Então, podemos dizer que o objetivo da administração financeira deve ser melhorar a margem operacional da empresa, ou seja, o resultado de suas ações, suas atividades. Os produtos ou os serviços devem possuir valores superiores aos recursos consumidos em sua operação. É através do conhecimento da economia e do mercado que se pode compreender o processo decisório e que se torna possível administrar o resultado das atividades da empresa e dos contratos, visando a sua lucratividade. O lucro é a própria razão da empresa, que deve buscar sua garantia de continuidade, por meio da rentabilidade em cada uma de suas atividades. Administração Financeira × Contabilidade A administração financeira está também envolvida com a contabilidade; chegam muitas vezes a se confundirem. A função da contabilidade é produzir informações úteis aos usuários, para tomadas de decisões, como deve ser também a função da administração financeira. Mas, no Brasil, principalmente em pequenas empresas, a contabilidade vem se mantendo tradicional, muito atrelada a princípios contábeis, preocupando-se com o registro de fatos passados e com o atendimento das exigências do fisco, reacendendo as diferenças com a administração financeira. A contabilidade tem por costume registrar os dados do passado, e a administração financeira, o de voltar-se para o futuro (projeções). A contabilidade utiliza o regime de competência, reconhecendo a receita,por exemplo, somente no momento da venda, analisando a lucratividade da empresa, mas não a sua solvência. Já a administração financeira utiliza o regime de caixa, e reconhece a receita quando da entrada de valores no caixa. Concentrando-se na administração do fluxo de caixa e em suas entradas e saídas, ela é capaz de identificar e medir a insolvência da empresa, além de poder comprovar sua lucratividade. Enquanto o contador volta sua atenção para a coleta e a apresentação dos dados financeiros, o administrador financeiro analisa os demonstrativos contábeis, o desenvolvimento de dados adicionais para a tomada de decisão, com base também em suas avaliações acerca do risco e dos retornos inerentes. Valor do Dinheiro no Tempo Para dar o melhor uso dos recursos financeiros disponíveis, é necessário verificar o aspecto do valor do dinheiro no tempo. Este aspecto é muito bem avaliado pela administração financeira, para discutir a viabilidade de operações e oportunidades financeiras. A decisão de investimento ou consumo, pode ser feita, inclusive, por meio de conceitos do valor do dinheiro no tempo, de risco e de retorno. Com a verificação do custo de oportunidade, que envolve tempo e dinheiro, pode-se determinar o que a empresa deixaria de ganhar no momento, equacionando seus valores disponíveis, para poder ganhar mais no futuro, com um investimento agora. A administração financeira orienta as tomadas de decisões, considerando as entradas e saídas de caixa, tanto no presente quanto no futuro. Técnicas e cálculos podem ser utilizados para verificar oportunidades, considerando o valor futuro do resultado de um projeto ou de um contrato, como, também, o valor presente de receitas futuras. Mas, para analisar oportunidades, torna-se necessário avaliar também a existência de uma vantagem entre risco e retorno esperado. No que diz respeito ao valor do dinheiro no tempo, o valor futuro envolve a aplicação de juros compostos sobre um montante atual para obter o montante futuro. As aplicações de dinheiro podem ser efetuadas a juros simples ou juros compostos. DETRAN/PA NOÇÕES DE ADM. FINANCEIRA LOJA DO CONCURSEIRO - 5 Juros Simples Apenas o capital rende juros ao longo do tempo. O juro simples na prática não é utilizado nas transações bancárias, o seu estudo é, porém, relevante, pois ele constitui a base do futuro do cálculo dos juros compostos. O juro é igual ao capital multiplicado pelo tempo que o dinheiro esteve depositado ou emprestado a uma determinada taxa, podemos deduzir a fórmula do juro simples. Juro = capital x tempo x taxa Para que os resultados apurados através desta fórmula estejam corretos, é necessário que a taxa e o tempo estejam na mesma unidade. Analise um exemplo de aplicação de juros simples: Se você tiver uma dívida de R$1.000,00que deve ser paga com juros de 5% a.m. pelo regime de juros simples em 3 meses, aplicando a fórmula, pagará de juros a quantia de R$150,00. J = 1000 x 0.05 x 3 = 150 reais o juros simples é calculado sobre o capital (montante inicial). Por exemplo, um empréstimo de três meses, com 5% de juros ao mês sobre uma quantia de R$100,00, vai resultar em um pagamento de R$115, 00, no final do período. O pagamento se constituirá no capital (R$100,00) mais três parcelas de pagamento de juros de 5% sobre os R$100,00 iniciais. Ou seja: 100 + 5 + 5 + 5 = 115. Vamos agora imaginar que você depositou R$150,00 num banco à taxa de 3% a.m. durante 6 meses. Ao fim dos seis meses receberá de juros: J = 150 x 0,003 x 6 ~ J = 2, 7 reais de juro. Se você somar ao seu capital o valor que receber de juros, ficará com o montante. Montante = Capital + Juros Neste caso, o valor do seu montante será de: 150 + 2, 7 = 152, 7 reais. Juros Compostos Após cada período, os juros são incorporados ao principal e passam, por sua vez, a render juros, ocorrendo a situação de. "juros sobre juros". ti1CM JCM INVESTIMENTO NO MERCADO FINANCEIRO INVESTIMENTOS Os recursos necessários para uma aplicação provêm da parcela não consumida da renda, a qual se dá o nome de poupança. Qualquer pessoa que tenha uma poupança (por menor que seja seu valor) ou uma disponibilidade financeira, pode efetuar um investimento, dele esperando obter: ❏ reserva para qualquer despesa imprevista e uma garantia para o futuro - SEGURANÇA; ❏ boa remuneração - RENTABILIDADE; ❏ esperança de ver crescer o capital empregado - VALORIZAÇÃO; ❏ defesa contra eventual desvalorização do dinheiro - PROTEÇÃO; ❏ oportunidade de associação com empresas dinâmicas - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO; ❏ rápida disponibilidade do dinheiro aplicado - LIQUIDEZ. Todo investidor busca a otimização de três aspectos básicos em um investimento: retorno, prazo e proteção. Ao avaliá-lo, portanto, deve estimar sua rentabilidade, liquidez e grau de risco. A rentabilidade é sempre diretamente relacionada ao risco. Ao investidor cabe definir o nível de risco que está disposto a correr, em função de obter uma maior ou menor lucratividade. DETRAN/PA NOÇÕES DE ADM. FINANCEIRA LOJA DO CONCURSEIRO - 6 INVESTIMENTOS IMOBILIÁRIOS Envolvem a aquisição de bens imóveis, como terrenos e habitações. Para a economia como um todo, entretanto, a compra de um imóvel já existente não constitui investimento, mas apenas transferência de propriedade. Os objetivos do investidor em imóveis são geralmente distintos daqueles almejados pelos que procuram aplicar em valores mobiliários, sobretudo no que se refere ao fator liquidez de um e de outro investimento. INVESTIMENTOS EM TÍTULOS Abrangem aplicações em ativos diversos, negociados no mercado financeiro (de crédito), que apresentam características básicas com referência a: ❏ renda - variável ou fixa; ❏ prazo - variável ou fixo; ❏ emissão - particular ou pública. Renda A renda é fixa quando se conhece previamente a forma do rendimento que será conferida ao título. Nesse caso, o rendimento pode ser pós ou prefixado, como ocorre, por exemplo, com o certificado de depósito bancário. A renda variável será definida de acordo com os resultados obtidos pela empresa ou instituição emissora do respectivo título. Prazo Há títulos com prazo de emissão variável ou indeterminado, isto é, não têm data definida para resgate ou vencimento, podendo sua conversão em dinheiro ser feita a qualquer momento. Já os títulos de prazo fixo apresentam data estipulada para vencimento ou resgate, quando seu detentor receberá o valor correspondente à sua aplicação, acrescido da respectiva remuneração. Emissão Os títulos podem ser particulares ou públicos. Particulares, quando lançados por sociedades anônimas ou instituições financeiras autorizadas pela CVM ou pelo Banco Central do Brasil, respectivamente; públicos, se emitidos pelos governos federal, estadual ou municipal. De forma geral, as emissões de entidades públicas têm o objetivo de propiciar a cobertura de déficits orçamentários, o financiamento de investimentos públicos e a execução da política monetária. MERCADO DE CAPITAIS O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários, que tem o propósito de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas. No mercado de capitais, os principais títulos negociados são os representativos do capital de empresas — as ações — ou de empréstimos tomados, via mercado, por empresas — debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e “commercial papers” —, que permitem a circulação de capital para custear o desenvolvimento econômico. O mercado de capitais abrange, ainda, as negociações com direitos e recibos de subscrição de valores mobiliários, certificadosde depósitos de ações e demais derivativos autorizados à negociação. AÇÕES Títulos de renda variável, emitidos por sociedades anônimas, que representam a menor fração do capital da empresa emitente. Podem ser escriturais ou representadas por cautelas ou certificados. O investidor em ações é um co- proprietário da sociedade anônima da qual é acionista, participando dos seus resultados. As ações são conversíveis em dinheiro, a qualquer tempo, pela negociação em bolsas de valores ou no mercado de balcão. DETRAN/PA NOÇÕES DE ADM. FINANCEIRA LOJA DO CONCURSEIRO - 7 Tipos Ordinárias Proporcionam participação nos resultados da empresa e conferem ao acionista o direito de voto em assembleias gerais. Preferenciais Garantem ao acionista a prioridade no recebimento de dividendos (geralmente em percentual mais elevado do que o atribuído às ações ordinárias) e no reembolso de capital, no caso de dissolução da sociedade. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM A Comissão de Valores Mobiliários - CVM é uma autarquia especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com a responsabilidade de disciplinar, fiscalizar e promover o mercado de valores mobiliários. Criada pela Lei 6.385, de 07/12/76, a CVM exerce atividade de fiscalização e normatização do mercado de valores mobiliários, de modo a assegurar o exercício de práticas eqüitativas e coibir qualquer tipo de irregularidade. Ao mesmo tempo, desenvolve estudos e pesquisas, dos quais obtém elementos necessários à definição de políticas e iniciativas capazes de promover o Comissão de Valores Mobiliários desenvolvimento do mercado. No exercício de suas atribuições, a Comissão de Valores Mobiliários poderá examinar registros contábeis, livros e documentos de pessoas e/ou empresas sujeitas à sua fiscalização, intimá-las a prestar declarações ou esclarecimentos, sob pena de multa; requisitar informações de órgãos públicos, outras autarquias e empresas públicas; determinar às companhias abertas a republicação de demonstrações financeiras e dados diversos; apurar infração mediante inquéritos administrativos e aplicar penalidade. BOLSA DE VALORES As bolsas de valores compõem o principal componente do mercado de capitais. São associações civis, sem fins lucrativos e com funções de interesse público. Atuando como delegadas do poder público, têm ampla autonomia em sua esfera de responsabilidade. O mercado de capitais caracteriza-se por uma relação financeira entre fornecedores e tomadores de fundos de curto prazo para a realização de transações. Além de seu papel básico de oferecer um mercado para a cotação dos títulos nelas registrados, orientar e fiscalizar os serviços prestados por seus membros, facilitar a divulgação constante de informações sobre as empresas e sobre os negócios que se realizam sob seu controle, as bolsas de valores propiciam liquidez às aplicações de curto e longo prazos, por intermédio de um mercado contínuo, representado por seus pregões diários. É por meio das bolsas de valores que se pode viabilizar um importante objetivo de capitalismo moderno: o estímulo à poupança do grande público e ao investimento em empresas em expansão, que, diante deste apoio, poderão assegurar as condições para seu desenvolvimento. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS A análise de investimentos no mercado financeiro é utilizada principalmente para auxiliar as decisões de aplicação em títulos e ações ou fazer um investimento empresarial (por exemplo, a instalação de uma nova fábrica ou a ampliação de uma já existente). Métodos de análise de investimentos Os métodos de análise de investimento se dividem em dois grupos: métodos práticos e métodos analíticos. métodos práticos - são simples, mas imprecisos e podem conduzir a decisões erradas, embora sejam utilizados por muitas empresas, principalmente as pequenas e médias. métodos analíticos - baseiam-se no valor do dinheiro no tempo, o que os torna consistentes. Métodos práticos: Existem dois métodos práticos de análise de investimento: taxa de retorno contábil e tempo de retorno. DETRAN/PA NOÇÕES DE ADM. FINANCEIRA LOJA DO CONCURSEIRO - 8 a) Taxa de retorno contábil A taxa de retorno contábil é a relação entre o fluxo de caixa anual esperado e o valor do investimento. Tem dois pontos fracos: não considera o valor do dinheiro no tempo e implicitamente admite que a vida útil dos ativos tem duração infinita. Esta última premissa torna a taxa de retorno contábil superestimada em comparação com a taxa interna de retorno que é o parâmetro correto. b) Tempo de retorno (Payback) O tempo de retorno, também conhecido como Payback, é a relação entre o valor do investimento e o fluxo de caixa do projeto. O tempo de retorno indica em quanto tempo ocorre a recuperação do investimento. Os pontos fracos desse método são: - Não considera o valor do dinheiro no tempo. - Não considera os fluxos de caixa após a recuperação do capital. - Não pode ser aplicado quando o fluxo de caixa não é convencional. Um fluxo de caixa não convencional é aquele em que existe mais de uma mudança de sinal (negativo para positivo ou vice-versa). Métodos Analíticos: Os métodos analíticos são precisos porque se baseiam no valor do dinheiro no tempo. A precisão mencionada se refere à metodologia utilizada para analisar os dados do projeto. O valor do dinheiro no tempo para cada empresa é expresso por um parâmetro denominado Taxa Mínima de Atratividade (TMA). Essa taxa é específica para cada empresa e representa a taxa de retorno que ela está disposta a aceitar em um investimento de risco (projeto empresarial) para abrir mão de um retorno certo num investimento sem risco no mercado financeiro. Os métodos analíticos empregados em análise de investimentos são o Valor Presente Líquido (VPL) e a Taxa Interna de Retorno (TIR). Valor Presente Líquido O valor presente líquido (VPL) de um projeto de investimento é igual ao valor presente de suas entradas de caixa menos o valor presente de suas saídas de caixa. Para cálculo do valor presente das entradas e saídas de caixa é utilizada a Taxa Mínima de Atratividade (TMA) como taxa de desconto. O valor presente líquido calculado para um projeto significa o somatório do valor presente das parcelas periódicas de lucro econômico gerado ao longo da vida útil desse projeto. O lucro econômico pode ser definido como a diferença entre a receita periódica e o custo operacional periódico acrescido do custo de oportunidade periódico do investimento. Podemos ter as seguintes possibilidades para o Valor Presente Líquido de um projeto de investimento: - Maior do que zero: significa que o investimento é economicamente atrativo, pois o valor presente das entradas de caixa é maior do que o valor presente das saídas de caixa. - Igual a zero: o investimento é indiferente pois o valor presente das entradas de caixa é igual ao valor presente das saídas de caixa. - Menor do que zero: indica que o investimento não é economicamente atrativo porque o valor presente das entradas de caixa é menor do que o valor presente das saídas de caixa. ATENÇÃO: Entre vários projetos de investimento, o mais atrativo é aquele que tem maior Valor Presente Líquido. Taxa Interna de Retorno A Taxa Interna de Retorno é o percentual de retorno obtido sobre o saldo investido e ainda não recuperado em um projeto de investimento. Matematicamente, a Taxa Interna de Retorno é a taxa de juros que torna o valor presente das entradas de caixa igual ao valor presente das saídas de caixa do projeto de investimento. DETRAN/PA NOÇÕES DE ADM. FINANCEIRA LOJA DO CONCURSEIRO - 9 A Taxa Interna de Retorno de um investimento pode ser: - Maior do que a Taxa Mínima de Atratividade: significa que o investimento é economicamente atrativo.- Igual à Taxa Mínima de Atratividade: o investimento está economicamente numa situação de indiferença. - Menor do que a Taxa Mínima de Atratividade: o investimento não é economicamente atrativo pois seu retorno é superado pelo retorno de um investimento sem risco. ATENÇÃO: Entre vários investimentos, o melhor será aquele que tiver a maior Taxa Interna de Retorno. Dificuldades na análise de investimentos A principal dificuldade na análise de investimentos é a obtenção de dados confiáveis, principalmente as projeções de entradas de caixa. Estas se originam basicamente das estimativas de vendas. Quando as estimativas sobre os dados do projeto de investimento são imprecisas, é recomendável que a análise de investimentos utilize três hipóteses: provável, otimista e pessimista. Desse modo, a análise de investimentos produzirá uma Taxa Interna de Retorno ou Valor Presente Líquido máximo, médio e mínimo esperados. A metodologia de análise de investimentos apresentada, na qual os dados são considerados como certos, é denominada determinística. A taxa interna de retorno e o valor presente líquido podem ser enriquecidos com técnicas mais sofisticadas (árvore de decisão, análise de Monte Carlo, regra de Laplace, regra de Hurwicz etc.) para lidar com o risco e a incerteza relacionados com os dados do projeto.
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