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A Eàucaç�o � � àtl Vontaà� 19 1 1 GUIMARÃES & C.' - �ditares c.s. !lua �e S. Roque, íO LISBOA Prdiicio ba vijésima sitima �bição No oecui'So õo treze anos e meio. chega a J.;.lhrar.·Jo �ta Yomaonl :. 5ua vljcsitna s,éHma �i)l�o. c esla rraõu.Ji03 na maior porte �as Ungui\S 0\lrOp ias. Tal éxtto prova quanlll pro!unl>a • necessibal>e :> que este livro Gorres)X>nbe. A pubUcaçlio ws rl�s que o autõr rec<>beu consllluirla 11111 �ócumento comovcnfc 'óbt·c o �stal>o l>e e�plrlto l>• nlo<ll>al>e Q<> •s�··� O t>criol>o qúe nós atravessan•o� l>ei .. muitos C$pfrltos nUtu lleplor.wct aban06no: Mot'ncontram nJs l>omrinos nem nM i-.Utuiçõi> a P"� �·· ce<�ez., tran <tntll<au\es. O próprio oalollçt·mo, qt ol�recia um seguro 0111ilo aos c�plritos luqutel�. ésM �lvll>lbo por prol\mba llissençOis In t�•·nns. Cm p,olith:'a1 QIJ1 �ntlaloji<11 em n10ra1. n�nltum prlua.tpiô é lnblácullvel. 11 �bu<>tçno seclmOárla, lgrtornnllo n vonfnlle. fica qu.1st exduslvomente Intelectual. Sob o ponto l)c vista moral .essa cõuc.aç-;;\o c um compr<.trnlsa.o lnelica� Cr\1H! tts crenças Oo passaM c �· o>ovn boutrlnas. 11 moci�J� ��� Ira �esamp.r�b• na vlba. N�o .;� aoestrarnno n� p�ciÇnàa p�rsev•ranle. 110 i> sln· teresse c na !Hivil>a lll�tó�(ça que constituem o c�pfrlfo 11· los611eQ, Não s.aól tot�rantes, porque a granbe ooumna bn relatl· 6 JUJ.IO PA:�WT vlb•b� l>o cnn�edmenlo �ão lhes- peneirou a ptilllr;a IIUtt tlblana. Nllc> ""habilitaram IUima bistipllna l>e libet�ab a procurar a ..:essenda õa ver-bats�· que faz viver a.s õoufrl· liAS allve.rsas. Bern c�o abracam um paníõo, e. õesôe eo f!io Jlcq,m (nutillzaõ<lS p;;�ra o ela�oração bas sintes�s supe rlores1 iat 6, para o •<,.Ç(I lia verl>abe. DeYemos aboptor-tlos l>c ro�Q o cora�o à verõabe. S�r livre aom!lsle ni�so. t Inserir ,, nos&a acçllo peMoal 110 l11l1Uõaões Ser nvre, pois, sUpô! o ccnhPclmPIIIO lias leis quP Yel�m as. re<tlí�a'-'es exterrores- e interiorns. e o conhe-cimento � nós. mesmn$-. Se e&I(U; buas conêliçóis n�o �e_ "borem, o ��S· cnv 1Vhncmt9 harmonioso e çomp!elo l>a perS<rnafil>al)� � lmposs!veL Oi':o �slc l>upi(l conheclmenl s6voôe �l>qul rir-se .peL'l ac.;áo. 0�\ICTVORI>o us o!cít l>a acç�o i<lbrc n6s- inesmos pouco Q pouco p.:one.trllttó� nn t·lu,,uJ,• bl'o prefuízos e suje'Stõfs queo estonõem ss nos;sos 1-enõénci:1s ProhuJO�s, c�"scobnmos o e\1 fu.nõsmental. cO quo eu i)C\IQ fazer. i)b: .Emerson, ê o que ?fiz res.,eito � mini!• nerson•llba'be " nlo o que os outro� enlen�em que 0\I.Õe�O mzer. f:s!a'regra I�IÍ\ blfltfl ��� Apl!car llól vJll• pl'litica como no1 vtõa htlelechtal, pobe bem sel'\llr �c Oi&· linÇio oi Ire a !lJ'unbeza e a balxen.• Devemos. J>Ois, abquirlr um11 él•ra onsci <ncfu bc nos mesma.s 6(' quiSermos ôesf!mpcnh�;-" pltn:une-nlt" o n0$$0 beslino pessoal. Se- não nos conh C<'rlllOS, IC'rnDmQ•I\05 o logucte bas circunstáncios e l>ar;. $Uieslõls, be crenças crró· neas, que pervertem o oosso lleaenvolvtm�nto e lho tmprl mem uma airecç:.ão que Violenta as nossdtt hm*ntla..s hm· ballll!nlals C�nsclentes be nós m mo � conl1ecel>ótes bólS re•ll!l� õe&, a 1nt:!t i>as quais no� movemos. 8C: ctui�rmos: faz�r a nosl$a: vonta� só temos que nos ocupar i:la lei t>n cau .. sa.Ul>a.õ�. Assim proceoe o corrtant)ame bo navio. Procuram as on�ao traga-lo: ""' ele força-as,, transportá-lo, assim con'I'C> obrtga os veutos t:onlr<'iriO$ a e:onbuti·lo ao pQrll), 7 Nao &6 .. acÇ!o r�letlllla �o�re as nossas tenOéndas l'un�ament>ls, mn mosfra-I\OS l•nilllel a grdnôe lei moral que õomlna as nossas rola���,. so(iais. O be&Cnvolvtm�nfo ba minha per'sonartl)abe, e por coMegulnt o valo• li mi· ntla cooperação no trabalho �omum. �epcnõe em granbê parre Oa rtq11eza inteh!ctu.l e DIOI':!I ll<:>:; outros homens. O men maior poõotlo lnõlvi1>ual toinelõe com o n1ai� 3lio grau lle au�tllo mútuo e �e jusfiça Ma� a te�tla •ploraç3o �as nossas 1enMnc1as fun�am�q fals e o Oesenvolvltnento intélilenle õa 110ss� v 11hr1>e, sul> metl�a à lé1 õa causa e 'l!o olniiQ, •·xije cohna. Dov mos tesistir aos h•bitos \>e Oi�p�rsá� �llqufrlbos com unra I�>· struç.,1o cndtlopé�ic:a, relia i press�; �ovehtos re l�lfr ;, exhitor�in.irio b' pa�lo �as leilurao, e à lrepiõaç3o �· v,. l>a eonlen1por�ea. Par� que um soluto �eposito< em bçlos <rlst•l• reg�lore• � hecessarlo • lranquiU�alle : assh11 � n• cessá-tio o recolhfmf!nto para que a nP$911 pen:onJII�.'J�I! !unllamentalse organ,ze lentom!lnle em �><!los hábitos eni!< j/cos, julio Pll.YQf• Prdácio �a primdrü ebição c:O qu� é �bmlravtt 6 que eles rec:onhe.:cm terem nece"'Jbabe·M meslr� e �c lnslru�o para tollas •• outras coisus: eslullam-na� �om algum cuiõabo: sô a. cléncla be viver n�o aprenbe•n nem õese1a111 aprenber.> No sé<:ulo XVII, v alnba e1n parte llo século XVIII, a r�liHlo reinava inconte�tavehm!ntc �ôbre: o� esptrUós: n�o se poOia estabele<er em tolla a sua !!<!tteral�alle o pfobl� ma lia ebucaçao Oa vootabe: as tõrças be Que Olspunha a lgroja católica. es� mtn:nparaveJ eôuça�ora ôos carac1e .. res. bastavam para orientar nas sua� tinhas Qerais a vi�• aos liéis Ma" l\oj� n1o existe essa .lllr�cç;lo p;u:a a. lllll1oria l>os e - pir!tos pensantes. Ainba não foi substiturõa, e por I$SO mesmo JomatS. revistas. livros e as t>rôl)rios romances bt> _plôram u porfia que tam baixo lenha l>esctbo o n1vel õa VOI'\\a�u em nossos. õias. f:sto1 boonça �ui lias vontallt!S fez surl•r mei)lcob. M•s este;; mellicos ba •!ma est.\m lnf•Hzment� penelr.a_Ms Oos 9 b�utrlnas psicolójicas nrebomlnantes. Atribuem ""'"' o.tpi lal lmportántl.t à lnteHh!ncia na vontaDe. Cap>eit;u\1·5� �e que o qu� no� falta é uma teoria 11\Clatislt� pro..aJa sbbrt' oi>lh!m. A sua ignoráncia e .mullo ôescutp•v•l E uma lei ae<Jile t.'"fTl eçononua poUUca que a c�Jtura val sempre bos terrenos mai• lnproOuilvos. mas maia fa:eis, para os mais (ertei�. ma mais blllcels ôe valorfzar. O mesmo sucebe no terreno ba ch!ncia pslcot6jica. Eslul)orom-sc 08 Jen6m�nóo mais iac�ls, OS mcnb$ fe�IJII Oos em cons�quéncii•s lmporto:uttes pMd a conCuf,l, anles O.e locar os Tcnómenos essenciais cujo eshtbo � Oílicll. Mal &e comeÇ"il. :tinba a vey daromentc n lnsigflihcánda ba l�ela no <;aroicl•r e 1l SU� Ir! "ll'eblnvel in!Joçiorlba�e no COOICII"a bas l�ctlrt01ÇÕI$. A vonl:llb.e I! u11m pOténcln senthuenlot, e qualquer IQoia, para sf:>bre el� actuor. !leve «>lorlc-se �· pnnt.lo. Uuom quer q11e lenha eslub•llO'õe p�to o 1necnni$1'1IO'll� vQniªOe I e,.. coJhpreenblbo quo as leotias mctafuitas pouco • tmp rfam, a«;) p!!$$0 qut> PilO tu sentimento que. ôclfber•ba· monto llt<Qihiõo, n:lo p_.,, pelo emprego lntelijenoe Oos nosso' ri!< urso• pslc�lcíjlcO•. lo mar � birccça" ba villa In I eira Um �v.1fQ sacriltta lobas � Jalislaçlíls corpornrs. ��� menta�s� rt'tal, hotml.! no chãa; vivé!.crn ;unt9;0S1 :seu1 satfs. ln.çao por amor �o btnhelro; e vós l>esesperareis be bar a um �nHmt!ntP $UPC-tiOr o pobl!r .sulfck-nte p.1ra que t<tme .1 blrecçtio ba vJba 7 é qu(! jgnoraia qunm variabos sa1n os ouclos Oiêrcclõo• pelo J)Sic�lojla pat11 t!Crmlllr que nos tor OttDlOS Q <\U� queremos" ·r. In! li:m1�nle, a16 "qui l""'o·nos QCupabo mulllsslmo pou co em eSiuõar os nossos rec:ul'SO$ &Qbre este ponto bc vista. 0.. Mplrltos, que t�<·m !lirlii�o o p�o&8mcnto •uropeu �uranlo esl"" tíhlmos trinta �nós, ti'em slbo com clel:o ••· paraoos por iluas teoria•. que sam a neg�Jo pura c slm pler Oa eoucac3o lia vonla<le. A primeira conslsl� em COll tibetar o caráder como u1n bfóco imutavet s6bte o qual lO JUI J(l PA'\'ut nJo femos l're�omfnio "enhurn. Mais aOt>ann� e-xaJninate- mo ta tco1ia lnlal\tn. A ségun�a �arcc• ;) primeira vlsl� favoravêl ã eõu(açõo õa vontaõe. E a teoria 'Oo livre·arbitrio. O proprio Slltatt Mill I chega a 'blzer que <:Sia �ou trina alimentou tiOS seu �e:funsores wn viva senllmeoto • �a Ct.Hhlrfl pc'S'$a�l).. ,.,pe ;�r �est• asser.;-�o õuon l'l"lcrtnlnista, nlQ receamos tonsi �erar a teoria bo ltvrt-arbilrio Iam perigosopara o õoortl n1o i>o .Cil1 tomo li pre:ee�ente. e befinhlv-amente Iam be$A· nimaõora. Con1 eteito c teoria levou.., a cons.tl:lernr como uma coisa lacil e natural o li�rmmen•o Oo eu, o que pelo çonlrârio é obrn bc um l•rgO fõl�go. uma obra qu" Mije muitos .uiõa�os e um onhl!dmcllÚ> onuila pred$Q bos f" cursos p l<olóiitos. Pew SIL'I própda shnpllclõaoo, � teoria afastou nmlto$ piritas õé granl>e -agul>!'l<a e t>enetra�ão l)o �tul>O õ•s (C)('IÔiÇÕÍS �a VOntai)e! eau'!C.OU 4�Afm .\ psicolo}la e, b,lgaa mO·lo. à h.umaniOab� lfm prejlfizo irrep<:uavé1. eis porque õelHcamos este livra a RiboL Dellitamo-lo menos. ao nosso anHgo prm�r . .a quem b •v ·mos Q gôsto ��� estubos pslt<>l611cos, que- eo homlitn õe lnlciatl�a. que prlmelramwt em França b�nlu nletaflslc.t ba pslcolojla. Foi C! prim�lro que resol�latMnl•· pô be laõo o eotu�o !la n�t""'z" bos fenómen01; �e eonscl..ncia, pàra e&tuõar à manêira bos $iibi08 o. 3n( c;�()entus e. os c.ontônlltotnle:s in .. conõiclonao� !los Cstailos ln1electu�ls, vollctonais, etç, Este mé1ot>o, no1e·$C. bem, nào ntg:a Oe ntol)o algtUl;l -.. ml·lar,. sltn. Nlío ç><cJul � psicolojio l>p mctaffsica. 111•• a 11\ÇlMlsir:• lia psícolojla, q qui.' " beno õifllrente. • Ccmsiste �RI I miar a pt;lcófl'>lia Gomo uma cioncla. óra o Um ôo .s:'lbio nãn � saber, mn fl''l'Vf'r flJ"n p 'drr. Se lm· I)O'rlot p uco ao flslco, por :l!le'#mplo, que a reorí3 ort\)ula · t6rfa ba luz n5o seja mais que uma htpõtese lnveftfitavel. � �l)nc;,\Ç,\0 IM I'ON1ADE 11 com quanto essa 1tll)Óiese "bé bon1 resullobo, que IPiporla. ao psicólogo que a &\.la 1\ipQJese. por exemplO,·"' i>a eor relaç3o absolulor �O& esta�os nervosos <lo• l!$l,t�O& psl col�Jieos, oej� lnveriOéavel com tonto ttu� Ot! bom rc5ul· labo 7 Co11$egulr. pobcr prever o fuluro, moõlficar os lenó menos a nosso· tnobo, êt11 9:u.ma r.1:t>r qu� ll J��t.uro srj.I- ri -/Ut ttGJ;. �t,cnwt�. qu� st·{a, �rs o p3pel bo �bio. portanto o <lo psicólogo. e: pelo menos a ctlncepçêo que fi•omo• Oa nos�a li1t'el1l. O�mu•nos •o lrob�lho be Investigar ••�•us.ts �• ll'!lqueza 00 'lllilrer ttb monllmto pt•esenle. A•re�ltiimos quo se õevln procurar o rctiu!l>í� nn hobll <1tiluln �os asto�ôs atectlvos. •Meios õe taz�r nasrét em fo•·tiH(a os sf!ntlmcntos li· berh'.l�ores, be anular ou. reprimir os scnltmemos hostis i\O �11\hllo Oe nós me mos•, tal po�� ser o sub·llluto �o li· vro gue ol�eccmo .,o públtco. tu;) o cslaV41, por ta-�er nt>tte ••n111lo Onmos n nosso �tuhlh�o aontrlbullvo �f esforço • 'sto Obt·.t �- lant gran"lte lmport.lncla. fm vez �e trnt�r Oi1 t!:i)U(a,Ç;'\0 ba vonla�� u1 .tb.str.u·.h'� tO· tn.'mo& tqmo Assunto e�ndal a tduNJ�'i() da vt•htaJr lal ClmUJ -a t• .. ·{j� l'i troba/hti attt.:l«ctun( rrolt�ffiii'IJO � ptrl.rU't"· ramt. Estamos nersunalm .que os estubanle5, � em geral lobos os fmbnlhabores 1la inl�llfóncla, éiiCOntrar�m :tqul ln1lícaçõis multo uMs Tenho ouvJbo mullus taf)aZ.� Qucbcnrem-!\C �il falta J,,,., ttfi/tOdo para t<JmtJ[ul,. d JIJrttllliá .(f' �i llflltflltJ(. QfP.l' (O• lhes o que, sõbre este-assunto, rnc &uhtrtram perco be qru� .. tro anos 1le esfu1lo e meõiraçõis. julio l'ayot. O ac;ofhim.ento tam benevoto Oa imprensa lran�sa c es ltàn[elrft,<l solldt11be aos leito•�• que esgotaram a p:imeitd eblçllo n. lguma& sc:1nan.1s, prnv�ro qu� l'$1e llvto w�n na ocas1ão 'Pr6prl'll, e qul) corrl�pon�e a umn protunba neces. �il>o!te õ� públlct> Cttllo. 1\gr�'ll�OCmos llOS noS$0S numerosos correspop;,ealtes, e l>rinciparmentenos estui)antes lle.bireito e 'i>c -meõicina.-.que nO!) ém7iaram bo"1me.ntos tam precio�s em apolo bo � pltulo .Primeiro bo Hyro V. Alguns protestam coplm o n"sso •pessimiSmo•. Nunr.,, ôl�cn•. • m�db•� filll>u llinto be acç�o. Ah ! mas falar ê pouco, quan6o é necesSário adua:r P"arete·nos qué a m.llrla bos mnntebO$ conluntle ruiO e ajUa\Çã() cont a ác:(ito r.rláiu'lra,. Alguns, e õos mitlS íl\1• lori2abos, Ch..'etn que a j-uvcnluõo õas escolas é composra pot: uma bãa parle be dt(<linnt• t': bé une,rvaôos� Ora o �i !Ciilllll$mb o el\erv•nlento sam lluas o�nças �a vo�t�"i).:, que é necessário cuf.a.r... A parte j>l'.ilii:lr l>a eõucaç�o s6 enoJOn1rou o• melhore• elojios; Não acontece o mi!SmO eom os éap!lutos 111 (Uvró I) e I (llvro 11). c$perávamos- set combati <los sóbre �SI C po1t1o, mas parece .. no& qu� mtülos ·crUicos passam iJe leve sôbre a ques•ão. h !!DO AÇAO liA VON 11\�K 13 Nunca �nnnamos que a !Dela sela õe oobo ��•provli>• be lnlluénd• sóbre • vqntab�. É ver�a�t que õamos uon,, lar. ga parte nas noss.1s volições aos lnopeoos lnollntlvQI e aos fo:lb!los Mn• tuslenlamos por um laOo, que a vonlilbe su perior con:slslé em submeter 'as Mssas �nlléncias às 1�•1••· c por outro labo, que a ii>ela nao !em d�rect: � ,,, .• u� mrllte nc11huma fôrça contra a �coorte brufaJ ba� lnt.Hna . �õis lniCI'IOres•. A lõrç.• Oa lllela contra tais abversárlo&, � lnbltect.l : lleve, sob pena be !alta �e bonl éxílo, buoâl.fa, onbe el• ••1st•, isto �. nos estabos �lcctovos. Coisa �uriosa. quaobo contõlv.amos ver a nossa teoria ba llberõ•õe rnullo vlvnme.nle combaliba P•M bcfensores oo ll11re·arbilrio, foratn os partii)ários ba uu•udadt � carnetur que nos tomaram a sua conta. Também a l•pria llo llvr"· •oblltlo por�ce taba vo-t. )nais abanbonaba pelos cbut•bú· '""· qu" trem be lula• com reanõab� vivas� n o com abll· tracçõis.P.uem.me notar, a este re JWito, '\"-" Marion. o qu;al tem granbr �ulorlbabe. eno semelhanf� matéria, lnbicav> tom encrjla uo seu curso lle 1$80·8�1 o mal que a hipótese metilffa1ea bo llvre-arhftrio uos 1em fej1o pratkameote1 im· pelllnllo·nos o C$1\obo baR conbiçõls "õe t;ber�alle real, <�l�s reslrita, qu� nos cabu conqul�oao pelos nossos própri os cs. lorços. Marion, o\ o prcl�do b� sua tel;e, sol>re sollbarfell�bc moral, opõf � ronnula �" f'oulllo!, que • iOcl• ba noss• h· )ler<hlõe nos.toc livres. o ponto bc vi t:o prijflcanwnoe mai• verbaõelro c mnUi uril. que ]uJ.s4Jobn·nOs lalil liurt�s, nt.o traiAmo� llc nos ass�gurM sóbre o q11e pob•mos oer lle H berbal>l! NaO" 1rutt8' fuslo. Só somo& llvres, &:e &oubC"nno� <:onqUlst�r a no.sa llberbabc por oi ma granbe lula. Quanto .1 cc01sura �irillba ao •uoor por nll:O ter �aõl) on•lor hnporláncla �o rar:lctcr in� to, pnrece-nos que asSenta õbrc uma toncc(IÇlQ inpeo·feit� i)o �u• $<!ja um carácter. Utn câlr�cter nf10 é u1\ut substáncJa simplez. L uma r�sul· •ante comp!cxJ õc lnclfnaçõis, i)c iõeias. etc. Por consequén· da aftrm.-r ,1 me{f,Ln/ .. t>um carlctcr t afirmar muHo$ abS\Ir• 14 lOLlO ��\fUT Primeiro e atlrmnr qu� um� re�<uUant�. que uma �osa. ICm a� el�meJ)Io� ""tcrojéneos, <lU< utua espédc 1>e ""l!fU• pamento 1>c fôrças polle s�dnato: o que é ínlntellllvcl, Por oUJro ta�o é afirmar que p�l>emos obter no eslabo õc pureza perfeita o etemcntQ 1naiÇI� que<> pot)�mos �e$· <!m�araçar 1>a ganga be que o roboiam as lnll�o!nclo> llo meio e ba eO\Ica�o: o que é lmposslvel. f'"a imp\)Ssl!líll· llal>e mtpõl·nos a maior Oesconfian(a na lixação ba part.• llevl1>a ã •"nldMr. Por últimO, alirniar que o canlcter seja inato Implica uma as&er\c'O contra-a qual se inSlltie a nossa cxperJénr.ia lotlma. a experiência llos cllucallotes e a pnírica 1>a hutu .. ni1>a1> Inteira-que os �lumentos essençlai5 /lo car�cler ·"'" tettllén· das, sejam lmoll!fícayei5 parn sempre t Prnvomót qui! na<>a �isso assim suceb� (11,111), e qú.lse pobe rnooifl<>>r, ropr!. :ntr ou reforçar unt senUmenlo. ' Se • h1amani�aõe inteiro nlo lósse õesta oplnlao n� se �orla ao trabalho jle e�urnr •• crianças, A n.11u�' 'ozl nha tomllria Isso a t,.CU targo com as !UtõS le:Js ln1utnvcis. E�tea pontos O� vi<ta teóricos bastam \>ara lnl lnn�r a �ou trl�a i>n i��ti14a;IJ ilo c.1rn�ler. Pa�o. forl..tecer �stn convi ..:çao J�lam .. s� os lr.1balhos rec�nles :lobr· a car.lcl�r •. e &O· bretubo o torcelra p�rte i>a obra ile Paulhan. At ""ver a que a 1113\0r parte b-. vezes hn phuuli�ai)� bc tipos no JRCI<II10 h1�iyibuo, qut? d cvç,lu o faz ll�JHir�tl.lT\IIIIOt ton�\1u (as e traz outr.• coan • lllai>t! ; que .,�111 fr<•qu n te auub stlluiçõls l>e caráct r nu•n.t ;neSlna pessoo O qiJ isto quor O>lzer é que nnõa é l>m <M•' cnmo um carádea I Na hnPnsa JUnioria �;am us r.rianças o l!apec:tá'CUlO Oumn narqula lle ten�éntlas. N ao tem a ellucaçào Jll'ecl$<111 ent" I lhl• IJ ltu"� Jl)flr•., (Ho,., ���� 1 l*-'t�.tln.fl, U �•fol'l� .;, • 'ltl\• i UI 111� Jlnt 1fll»., 1". ÁI(•U, l>•t.- f.t fit;I'A� ht 1r L'f.Nut d 4't,...,, IM i, , Alun, 15 J)Ot Um orõenar essa õ4?sorbem e organiza:r .ess3S l�n�én· das tom e.stabilii)abe e unlbnOe? Mu\tBs v:e:z.es att!_. quanbo se Julga a obra acabaôa, th"'!a a cri$� � pu�rilaõe, que lullo revolve, como um vetuo ilc h!nlpl!3tabe; e e o Jovenl llnl JIQr Oea"te ilolallo nao lonLI por suo �onlõ\ • obra llc unificação moral, se n�o tona o s.eu ca-tácter, lornar·SC·ha 6nta ilesta• •mlltlonetlcs· De que nós latamos (pat. 2!">). A 16m :be que, se o carn fet fOsse ma1o, e se- cnõa um ao nascer ja encon1rassc oe �ol>o leHa a uniba7>e ba. sua v1b11, como preseit'c be.f•oa� t'lu(/a,r., �hiiYlamo t.?ll ontr�tt-t:.arnct - res '"" volta De nós. Onbc estam eles ? é o munoo po11hco que 11 lorMte? Salvo Jlt e�ce• pçlSls, que tornn.u\ penoso o Contra�te, n:ta se encofltram vl�ns tnlei!'llmctlte orientaDas para um titn superior: a l)ls pc�o ,)as IDcta• c �o� senlitn•nloo é granõe, • ajhaç�o cQumm, P rara '' acç3o fecun'ba ; na tp-alor pãtk i>as v�es n3Q se vêetn moís que almas �e rl•nças em çorpos �� ha· me.ns. Nao se viu na lll"atura quásl Wlanlmiõal>e <los que lrabalhal!nm pef• pena con..,gror as uas fôrças, õepois C!o terrillel lurac.lo ilc 1870. a glotJiicaçllo õo besta humnnn7 E Q que mostril (I IU::t"feza óe oph\ll\o �e M,lJl'lon1 1 l ... que a natali�aue Oem1nui l.tnlo nt.ll&, qu.-,n1U ausn htcun as ex:· rltaç6ts. Em ve1 �e estimular o que h• � motor e ll<· mais nobre em n6s, quâsl loOos os nossos et;crhores � t�em lllrliib"u •o.S nOS$05 instmtos Inferiores. t�em no< on<lb� Tal>o como ro0uziô05 meôula espinal e à meõula alon gaba; em vel �umd ltlcralurJ ôe pcnsaôoreJ., l�cnt .nos babo 11m.1 lllcrnturn par:1 i>ecaptlnôos moMIS Mas ()e que S(l'Ve prosegulr I Se <1 cn�ct�r implica unib.,be � tslabtll· �oõ�. "" lmpllc:> orlcnta�o o•rn Iins superior<'$, n.lo pollc I Ut, J fO'I: t6 JUUO PAYt)'f • $er inato. Essa unlbabc c essa estBbtlib�õe� que repugnam ã anarquia natural, que t.omo!!, �evem ser tenhnnento con· q�lsoabas, Os que n�o pol>em ou Mo qucr�on lnl oolá-lo õcvem renunciar egualmeote t1C'I q1,11! constitui a gr:mbQza lln PE'I'Son•lil>abe humana, i61o �. a tibe:rl>ail� u o Oomlnlo <to f.u. Parte teóriea Ll\'HO PlUMEIRO Prdimina1•ts C PíTUtO PRIMf..lflO O mal a combalu: as Oiv�rsas form�s be abulia no �stobanle e no lrabalhabor lnle!edual O ,;ejnv11 Ci�Hanlu �'' O• ronuuos só tiw nt uma �abeç.1 pMa os doc a)lnM d ""' �QIJ)e. f' ínulil formar <;emolhnnle c.I�St'jo quanto ao• utimígo.• qbe t tnos a ton•halcr. fi t:llUBa de quási todas ns /lO ·sas faltos d� bom éxitu, e do quàsi todas as nossas desgraças f! um• unica: é A fraqueza d.1 nossa vou!.,({�; é o nos o hor ror 11elo esfõrto, ptindpalme:nt ·· pai csiOrto d1ar. - wl. A IIOSSA passividade, .tllóSS.1 levi�ndade, 11 noson Jj;;. �pa�o :;am ulros tantos non1es p.uil designar L>Sie fúndo Jil' universal prcaui�a. qu<' � para n natureza lnunan.t o qu" a fórta da gravidade para n an.1tc · ela. O verdade'iro ant�goni5t.t da vontad� per$1lvcranlt' "<Í pode !>Cr umil fôrça contínua. As paixõis sam por njlturela transitórias, duram l�nto menos qu�nlo sam mais violenla. ; .àparte o raro casos, em qut> vam 20 IIILIO PAYOT até uma fixide2 e fôrça que confinam com a loucu ra, a sua inu�rmiténcia não nos permite considerá-las em si mesmas conlo verdadeiros obstáculos à conti nuidade do esfôrço. Nos intervalos dos seu� acc scs ha tempo para uma gra11de soma de trabalho. Mas ha um estado d'alma fundamental, dl' ação continuo, a que se chama moleza, <�palia, t>reguiça, mn11driõce. Renovar freqiicnti!S esforços não é mais que renovar a luta contra té estado l!;lfunl, sem que aliàs pos· samos esperar vltóri" definitiva Esi�do fundam mal. Ra.tural, dizemos nós. Com e[eit , o esiôrço continuad 110r muiio lrmt>O n�o é ac�ite t>clo homem, senão sObr • n pressà ·da here!s"Si· d�de. Os vinjantQs sam unánime< em dl'<latar que nos I"'' vos nllo tJVilizatlos se observa ,; incapacJd.;clo abso· luta para todo o e.t6rço perseverante, Ríbot Mt. ju diciosameme que os primeiros ?Sforços d� ah•nç;io voluntária devem ler sido fQito> p�las mulheres sujei• 1as a ""' lr�"bnlho reg� lar, (Qlll medtl ã pnntadas, �m quanto os Sllllhbt·e� repotl$8\'am e dorlmam. N.io vemos nós di!S.lpnrecer dlllgum modo à ll(ISS<J vi!ifd os Feles Vermelhas que preferem deiKar-,; e�to:nnl n.ir lentar 1nn trabalho regular, que lhc:s d�riJ o rn3ior desafôgo ? · ' Sem ir procUI'llr Iam longe l'>."t'mples muito onhe· ctdos, não é sabido •om que lentidão a cl'ianp • sujeita aO"trabalho regul;!r' Ounnt r�ros sam os c�m" jlbn�es e o� operários que p�ocuram fazer l'llelhor do que s·e fez anteli dêle:s, & do qui! ,;e !a1 em volta dêles! Podei�, como fez Spe11Ccr, ' p.as;;;tr ��� ICYÍSI os object05 de que vos !>ervi d�rante o !lia : ni!o ha ,\ �UUC.\Ç.\0 liA VO� J'AtrE 21 nenhum �ó que um lijeiro esfórço d.- in1elijéncia não torn�ssc mais apto par .a o uso que dêle;e f:'lz, e con rluireis, çomo " au or, -lUI' cem vetdadé, quá�i pa rece C!ne a mJior parte dos homens filem por fim <Jira�essar a vida, díSpendendo o nnnimQ de pensa m�nlo possivcJ., Se a!lora interrogarmos ,l& nossas lvmbron,as de estudante, qu�ntos trabalhadores po deremos citar entre o; nossO-< tamarnd-..s? Por VCII· Itlf1l qUJsi todos elM niio f;nem o mínimo e510rço n\'"· ressário para pnS581' no seus el<3tne6? Além disso, desde o coléjio o esfôrço pessoal, o esf�rço de refle xão é-lhes tam penoso! Saem-se Iam bem dos seus. exami!S, em JOdos ()s paises, com simplez esforços de m:mória I E varc!ade que o seu id�al não � c! ma· ;;ladamente ,,levado. O que de!> desej.am, e Man�n vriet c!i-lo ���� ••xcelenfég larmos, no que i'esr.eit, ao nosso pai� •sam \ognres de fwlcioruirios, lagares mal pagos, pouco �on;;iderados, sem futuro, sem horJZonl<'. em que o homem fnvelhece sõbr" uma ;�lmofitda de co1ro, (\111 q�e assi$11! c-1da dia numa ridírttla oC11JM 'âo quási esleríl il do>cadénda eaot!lnbot•unento gra dttal da> &Ui! faculdades, lnll!l onc!e em compensação j!Oza do im•favel prazer de e r úispensado cie pensar, de querec e de lrJbalhar Uma regulamentação lu tela r- ' Imprime à sua acli· viclade o movimento rcgul�r dum �16iio, e dispensa·o da honra fatigan\e de lrnbalhnt e Je viver 1 També.m nílo devcmoSi!CUs�r exçlnsivamenfe e> fom cion�rio. Ouillquer t��rgo, •luolqucr carréirn por ele· vada que seja, nullta basta a salvaguardar a perso· Mlidad�. o vigor e a en,;,rjia. Duralile Qs primeiros anos pode o esp�rito achar em que se aplique acliva· 1nente. Mas cedo o mimero de combinaçõis novas, o 22 J�UO f'AYi)'l núm�ro e a possibilidade dos casos, que ��ijano o e�· fórço de relleKão e de invastigação, dcn11nuem. Odes· empenhO das rmus altas funçõis, e qu(' apar�niE'm�;>nte �•ijem poderosos esforço& dQ c;piritó, tornam·ôC pura questão de hábito. O •dv<igado, o majistrado, o mé· dico, o professor vivem sôbte< um fundo adquir�do quC' só muito lent� e r�ramenr� aumenta. O esfôrço de· minul dum pal'a outro "no; dum para outro ;urn se esgotam as ocasiõis de ��erçit•r .ts qwllidadcs supe· nores do �pírito. Est.i rasgado o trilho: d;rJ ()Or de ante • int�!iiéncia enfraquece por falta de elWrcício, e com ela a atençãtt, � reflc��o P " vigor do racioclnio. e não se ionlta .ro lado da nrreim uma ordem de preo· cupa.;õis intelechrajs, "3n� póde l?!l(ap.n � �� �m botamlmlo gradual da �neriia. M�& como o nos.•o livro se deslittd principalmente aos �tudant� e 30$ trabalhadoH•s intele.c;.hmill, � ne cessário co�iderarck muilo perto _,. formas que ne· les tom� <1 tal a coml>�ter> A ·fçmlla lli71i:;c grave do mal tto e$f\IC!ante '' essa �tonia, essa latJguideL d'alma , 1 que ,p m•rii[esl,l fnt IOÚ05 os �elos dum rapaz. Oe>rnu! mulla5 horJS a mais, levant�-se entorpecido. moi�. indo! ·nle e veslr· se devagar, bocej,mdo" perdcndr> um t�'IIIJIO co .. <;idf.'· rovel. Não se 4enle d� rnnré•, não tem gôsto por nenlnnn lrabal�o. Fa� lmlo •ftiamcnlc, _ITis!enwnt� e frouxamente·. Des�obrc·sc·lhc a preguiça na J?róprja fisionomia, ondi.' se lhe pode ler a lang1•idcz; t�m lrm ru' vago, e O() rn�:smo t(·mpo mole e preonrt>ado. Nem vigor', nem preéls.!Q do �•ovimenlos. Oépoi de ter t>erdido a manhã, vai alm�>Çilr. val ao car6ler os'tor · nais até os •n(mcios, pClrquf.' isso entretém e n.\o exiie esforços. Isso niio ob�tanle, à Lsrde encontra um pouco Z3 ,(e vigor, mas <'51C vigor gasta•o �m (OIIVer>A5, em discussõís t•SI<'r�is, e prináp�lmcute (porqu<.> tod() () preguiçoso e inv�joso) em difamaçõ�: homl'n5 poll liCth, literatos, pro[e or . todos recebem • sua parte tlr cl'lticn. ·À JWÍit> o infeJí, deita·st> mal� irritado qué na vé�peJ"a, porq1te esln a ronio qui' o aco111panha no trabalho, att>mpanha·o as rMis das vt-�s. n<l praz�r . nenhuma alegria se colht> sem dificuld.uk, · lodn a !chcsd�de supõi Q�alqu<.>r esfôrto. Um livro a l�r. um museu a visitar, 11111 passeio n()� bósqucs sam praze• TP� qu� t'xij�rn 11mn i11iciaç�o, �.im prazere• n('llvo�. Como por outrn t.1do O> prazer� acflvo� sam os írm · cos qu<' vol.-,n, os wtic s ronnvavei: in<lcfinidamenlc e à vontade, o preguiçoso impOr· e a vid., m;tr.; va�ia, �'�""' � possswl im�jinar se. Os r>rc�uiçoso& d�íxJm estat>ar os pra�cres por �nlr<> éís. dcuos, �ó pat·u n�o terem o lt'ab,llho de ferhar a m• "· S. 1 a·óuímo c!orn Tlam·us �ngmçaddmente .s �Sies soldildos de ravúra, qu� l;·em �mpre " l'Spada erguida, sem nunca fe rir. A prcgusca íunJamenral n�o smpcdt> d<' neohUJn modo os i n�tantc.. de enerjia ror Írnp'loo irregul;�res. O que r pugna ao• povos n�o civilit.ados nilo -.:�nl os !$fOrço� violentos. é unic;�mcnle o lrabalho r�guhni- 7.ado t1 continuo, qui! no fim de tontas con ·orM uma 'luanlid.1d� d<' enl'rjia bem superior : nm disp6ndio a111· da \júe frato, mas <osi�tante, acaba por consumir mais do que o fnzPsn grande� dispóndios scp.1rados por lon · gos r�pou�os. O preguiçoso riUporla rmrfcitnmrnla � guerr�. que •:Kij� violt•nta� c�fot·çôs monu.mWru:oij, �r guiilo$ M (Mgos pNfodos dt> ina�tividadc. O• ;Jr;rbe.' cl)nquià1.1tmn nm vasto irnp�rio. Nile o con�I'Vnraut porqu� lhes faltou a constáncia dos PsforÇO!! que or· gani7.ans a .1dminislração dum pais. criam as <'Sirada·, fundam as escolas e as indústria!!. Assim os cstudan· les pr�g11içosos, instiQildos p�la aprll�irnação dos <'<a· IULíC) t•A YO T m l'S 17odem produzir mrt violento esfôrço. O que lhes repugna sam os esforços me>de:rados, ma. r�i�r�os, diários. durante meSes e anos E tanto é no c;;fórço m.oderada mas contínuo que reside a enerjia real e fecunda, que lodo o trabalho, quando se alallt•1 deste lipo, tXId� sér considerado tomo um tr11balho preglliçoso. Trabalho conflnttO hrtptica, escusado é di2ê-Jo, continuidade de dir�<çâo. O��a a enerji,r da vontade lraduz·õe rn<'nos pof es forços múltiplos que pela orienl�(ão para um mesmo fim de todas as faculdades do espírito. Eis, aom efeito, um tipo de preguiçoso muito freqüente. Certo nran cebo é vivo, ale!)re e enériico. Raras vezes está sem fazer nadJ Ournnt� o dia leu algum tratada de geo loiia, um artigo de Brunetiêre sobre Racínc, percor· reu vários jornais, r.eleu �lguma notas, esboçou um plano de disserlaç�o, traduziu algumas páJinas de in glés. Não esteve inactivo durnnle um únice� instante. Os w; camaradas otdmtram o ��� poder d" traba lho é a llm•iedade das suas ocut>açàis. T oc41via dcv<>· mos designar este mancebo com o nom!! de pregui çoso. P�ra o psicólogo n.:lo b,t nesta multíplicidade d� lrabalhos senã,o o indicio duma atenç•lo expontánea duma certa riqueza, tuas qu� ainda $e nilo loruotl atenção vol�nlária. 5 t • pr�tlenso poder de lraballto variado n;To mo5tra ntRis que unra grande íraqu&a de von1ade. E-ste estudante iornece·no> um tipo de prPguiçoso íreqiienu�. a que nós d;nemos o nome dr tipo disperso. E' esle • paiSeio de espírito• ' & �em dúlltda agradsvel, IM$ ntlo pas,a dum passeio de re · creio. Nicole ,hama espirilos d" mosca • n estes I Leibnilz. ·n,ru iu·,•,•. � &6.: r l'u J.ur�r �.� t'ttlt'\..�11!11,, 25 ttubalftadorcs qut> vam poiSándo aquí e ali, sem pro· v ito Sam, 1>ata relembrar a bela imajem de Pene· lon. ' �como uma vela aCt!Sa nnm IQQM exposto dO v IJIO• O grande incnnv�nienle ela dispersão dos eslorços que nenhuma Impressão tçm tempo de � at.lb�r 1'11�·-se dizer que n lei ab<olutà que reic o trabalho lntd�ctu;d, t! que M iJeias e sentimentos que abjã tuns Nn rtós. como se aloj.1m hóspedes de passaiem roumll esrataiem. sam e ficam pnfil nós e�tranh�;�s que de pre5>-a esqueceremos. Veremos no capítulo se.suinle •!Ve o vcrd�deiro tr3balho ink'lectlL11 implica ori�nta ç.io de todos s esforços numa direcçã;o 1íníca. �a r 1 p ugnáncia pelo verdadeiro esfôrço, isto é, pda toor�enação d<l lados os esfarços particulares em "ista dum fim preciso . .:omphcu-sa com nma nlo tn<!nor aversão ao e.f�rço pessoal. Com �feito, uma cpisn é a çríaçiio duma obra, o traballto do• invenção, .te disposiçã(l orijinal, c outra é o armaLcnnmeuto lla memõría daqui lo que 9.� outros fizeram. Por ontra parte, e o e)lfórço pessoal é pl?noso, t! por4uo im· �>llc.a necessariamenl� coordenaç.io. As duas lor111a:; supremas do trabalho infelecluol esla111 insep�ravel mente umdas no lr..1balho de ;rjaçilo. Do mesmo modo �e pode oJbsoJrvnr quauto este trabalho �<"!agrnd•t à granà� maioria dos ,tlunos, que tod,1via �er-.lm ama· nhil •a dass� dirijcnlc - Os alunos Ue filosofia, pQr e�emplo, sam bon� aluno�. c�timulado;; pelo e><ame fi nal Sam l�boriosos o em geral ('Xnctos no seu lr.aba· lho. I nfeljzmente não relledcm nada. A sua pr.,gujça de esp•rilo traduz-se por 11ma propensão a pen5�t· cqm a palavras a nadn mai$. Assim, ao estud,u a psicolojia, nenhum dele lerJ 1l ideit• que faz�ndo p�i· 26 JULJ0 PAY01 colojia aplicada desde a principio " durante lqdo o dia, r.omo Jourd&in fazia prosa, sem o sabe-r, s�!a infini tamente slmplez exllminarem·se a ,; 111esouns, e eu confrar exenoplo,s pessoais, em \loz de reter os qu'' lhes citam os �eus livros. Mss não. Icem unl3 !l'tldén da ínvencivel pâra D.IJI!illlc)er, em vez de (riVestig"u A enorme sobrecarga, que !ém de inopór assim à me· m6ria, ;Jtemoriza-os meuos, que o mais liieiro esfôrço pessoal. Sam lodos p,assivo" ext·epfooando, bl'o'lo enfen dodo, mas em pequeno ntlmero - a t'lift· dos bons alunO$. A prova experimental dt'Sta mcapaadadC> de esfor ços peossoaís �-nos dadà pelos concurso trimestrais para o Ioga r de prime�ro. A maiolil do� ahmos teme este exercício. Comp6r Sflbre uno assunto, rn 1:111e não se !rara ainda <lc E!l'I.:Qnfrar por si mesmos. mas tta maoo.r1a do, caso� simpleZnl�nle redistribuir, scgundo um plano novo, os materiais fornecidos pel tllrso pôr na '"a ex(losiçilo a nilldez e a lrrcii1us r1rilc que o leitor elliíc - é um excrdcio lraní'amente desagra· üavel. Esta claro que esta r<lPUJ:l�táncia pell1 trabalho, � levam conoigo para as univ�r�idad , ali�" sem grandí' pr�ÍIIi?.o, tiOis que nenhum �xame se ocupa do que seja ç,mdidato e 1.h> q11e ele vnlhtt : apenas se ava- ha o esla!lo ue memória � o nível oninirno atínild<> pe- Jas coisas sabidas. Um esrud.mre consciencioso, se rc fll!dir, cont65Sllr;i a si mesmo quantP ê peq1.1ena, du ""nfe um -ano de djreilo, de -ti�ncias nahtrais. de história, a 5(10\a de csiorços que nâo ejam I\UT�1r.enre de memória. Tamllém é curioso SP.guir, até nos sábios, a• for mas sublis l}iji' <1 -pregui�a sabe revestir. Preguiça. bem enfendido, que de nenhum modo e•·clui um grande lrnbalho e grandes fainas : porque aqui a q_uanlidade 11ã0 e•clui a qualidade. Ai�d:s onais, a quantidade do Ir&· 27 •lillt é muitas ve��s preJltdiddl à sua qualiqad�. Por mplo, os entditps e$CtJrn�cem de bom grad� os !>Ir.\-atos. T davia •' para es!cs que eli!s liratll as ças· J�qh�l> dQ tumtt çC!mo � Ral3'o da fábul11. �tão é' o h tbOll> do lrabalho cl� erudi.;ão : l'lot,jn meto a palinho Duma monelra ongr•�a�inha, J\(i�sta wm pow;:o ,, dnu ,. lir.a o bebo Depois inôtl outra \'"e?: n mete a mf.)bo i Tira i ;fl�t=r�f�t: ���� ·outrn vez E <:(]11t eleHo um trabalho que se d�t�a " qu<> sG H'IOma. Conslanlemenle sustentado por textos, o o'3- J'trlfo nào tem qtJe f zer obrd <,!c .:rlado[, e pod� �'!1- llldar com proveilo 3inda quando lenha perdido a •ma lln1 (lllhl• 11e p�Miraç:lo. Talvez '' tempo se encat· u•sue d� ronfirt)utr ru: previsõis de Relliln sõbre as 11!nrias ,. !lUta erudiçào. N-ão tJem futuro. Os seuo; , ,. ultadoo sam precários, nunlo suteitos a conh'ovér i • - e de rnnis. �s vinte mil obr.�.' que cada no.> Sl' am amonto<tr na Biblioteca N,,clona� terám antes .t • .- cincoenta. an� ajuutadQ. sem cont.u os jornais e rn·rióôicos, um miU1ão de volumes il colecç.1o aclual Um milh.ío de volumes l T oma11do como t'SJ)essura média. por volume dois cenlímetros, lemos uma pilh� <1U·1fro vezes mais alia que o Monte · Branco ! Cada vez mai� a história se d��.mbaraçanl dos 110· llte> wóprios Piml '-<! ater 0105 grandes i;!ctos soclais, "mpre muitO' hipolélicos rias '"as causo e nos seus til� e a erudição pura perder�. tnorta pela �nor· 111dadc ,le mato>riai• amontoados. toda a autoridade (unta dos espfrífos pensantes. A �cumulação ser<\ cada •··• meno9 considerada como trabaU1o A essa:> lare f.os •ir-se·tm a dar o s�u verdadeirQ nome de •em m•otadas • "Reservar·se·ha o nome de fraballlo para 28 JULlü PAl'OT a elaboraçao da obra, eliminação das miní(CÍil5 inut�is. P para a concerllraç.ão, que produ� o supremo esfllrço do peno;amento. Criar, c-om eleito, � procurar a si. l/10ueft� essençial, dominadora, e- asssen la-la em plena luz. As minúcias iuuteis •ao lado não fazem mais que alter.tr a verdade, e indicam de certo modo, para a vista .>xerchada, as lnfiltraçõi> nos llllflCio.J M ener· iia inlelec!ual do fundo de pre!llli� incoerCJv!ll qu� ha em nós. A h ! ma� pode dizer-se que o nos•o sistema de en $ino tende a ago-avar esta. preguiça intelectual funda mental. Os prog•amas secundários parecem destin,,-, dos a f,lzer de todo o aluno um õisperso. Obrigam e.�tes infelizes adolescentes a eonheçer sllpcríicial mente ludo, e não l�e t>cllllilem peneirar •1\l.llqlr.'r coosa a fundo peln v:�rledad.- de matérias a 11bsorvcr. Como é que um rapu poderá pensar qu o sistema de �nsiuo secundário é absurdo ? E no entanto ele tend� a matdr o espírito de iniciativa. c: todo o de.eio de laald�de 1\0 h-abalho. H3 tioucos anos o poder da nossa arlilharia era medioçre : h oi� ��lá dctotplitnd<l. Porquê ? Porque o obots rebentnv� ao Í<'rÍr o ob�lá· qulo : reb<mt11w contra ele, . em !lu.' l;l'ler gran,de pre jul>o. Hi!ie, p�l.1 invcução dum iJt'ftmaclor cspe íel, o obus camioJha ainda algullS- segundos depors de ler batido, penetra profundamente, e é então que alojado na e1;peo;sur� do alvo, num conlqctq Jpt'rti!do Pol" to dos os lados_ rebenta despcçando e potlvcrfzandCl tl!do. Na noss.1 �d1ocação arlual �u.etérom-sc de jutt tar ao espfrilo o seu detonador : nunc;� dcix�m que os conhecimentos adquiridos pQnetrem profundamcntl!. Querespar�r ? Caoniuho ' Caminna ! Ma> cll .lin da não apreotdi ; este .sentimento <">lá a pena$ esbo\lldO em ntim por esla leitura. - Caminha ! Cnminha ! Novo judeu errante has de andar sem parar : has d" atra vessar as matemáticas, J fisica. d qufmica, a zooloíM, 29 l••ll,nti�a. a geotojia, a história de todos os povos, • ograiiú das cinco partes do mundo, duas lingu•s 1•11•• • muitas literaturas, a psicolojia, a 16jica, a mo t-I. n metafísica, a história dos sislem�; . . . Caminha, 1 mllnha para a mediocridade, c leva do liceu ou do l •jia " llábifo de tudo estudaT SLiperlicialm cmt.,, dA hl tulgar segundo as aparéuc.ias ! la rápida t.1rreira pólcc<> abrandará na Univer· lt!nd�. e para muitos "sludantes lornar·•e-ha m.tis • tmla aiuda. Atunfa, lambl!m QU! ,1s �ondiçl)is da vid.1 mOdt:'rna • ndem a redur.ir a ..u.'l1k ,, n liô� vida imerior, e I • "' a dispt:'n;.'\O d.- 01Spirito á 111n gr,tu, que dificil- 111 ·ute se pi>dení e•cedet. A faciliriade <bs comuni- <li�. a freqU,Incia das viai:ms, a deambulaç.ão no 11 1 r e na montanha dissipam o nosso P<'t\Santenlo. t • m sequer ha lemr•o narn ler. Vive-•e umn llidJ ail· 1d11 e ao f•h15mt1 tempp W7ia. O JOrnal com o estl- '""la factfdo QIIP dá olO l�flÍrit(l, a lijei•·e�:t c,.onl que mlormaçõis l�v 111 o i 1feress� afravk dos fados di- • •rM1< das cinco tlarlcs do mundo, fazem nue p•ra ulltíJ,, gente a leilura dum li\'1'0 se fome enfadonha, l nmo resishr à dispNsão do esplrito, que tende a ""dwm o me•ol Quando .1 �1-l,ação uão ttos pr�t•a· 1011 llll modo a gum pam Ml!.l resisftlncia ? Não é ,1, -<�tador pensar que a nbra capital, a educaç�o da uut�dtl em parti! nenhuma ti �mpreéJtdida direcla e <�usr.ienlemenh' 7 Tudo o que uesl� sentido se faz � >m objectivo diferentes ; cuidam apenas om ruoqilar a 1"'' lliéncia, e não ,,,lhvam :1 vortl.tdo wn3o alé <mue nr•'ll>s<�rio para o lmbalho ihte!,•cl\lal. Oue digo c�. t1hlv�m-na 1 Ex�íl�m·n�, eis luçlo. Pensa·"Se llrtka- 111 ule no rre�t·nfc. Hoje, urn ap,;nelhll comJ)Ieto de '''t"'essão c de �alv31liZ<Içào : a eensura do professor, .,;ciirneos dos c�m.1radas ; as ·pumçõts dum lado, e .t u1ro >�S recompensas e os elojios ; amanhã, ape- 30 JULIO l'AI'O 1 nas a perstlectiva lonjlnqua e vaga dum exame de li C<!nciado ern direito, de dO<Jtouri!d,, em medicina, que os mais preguiço:.os thegaru a conqui'lfar. A eduat çã<l da vonlad� laz·se ao acaso, saia o que salt : e a pesar disso não é 8 enerjía que ia L o homem com pl�lo 7 Não ficariam <?S!er�•s sem cl.1 O> don tn31S brilhantes da inlclijénc1a ? ão é el3 o in trum ... nro por exceléncla de ludo o qu� os honwn• I� em !eiJo de gr<�nde e de belo l Coisa estr.>nha ! loJa a �nle inlim;,mentc dí?. o que nós J.Itui diurnos. Toda .1 gente olre desta despro porçà<l entre ., cullur� dem,.siado tensa do espirilo e a fraqueza da vontade. Mas aind.1 não apareceu ne· nlntltl livro sõbre os mCib5 de levar .1 b<>m I rm a educação da vontade. Nã(l s;�bem, tt\!ln f;1zem mAÍ• do que recomeÇa< 1'5<.1 �bro qu • o. noS1it s ttrofes· SQr,'s nem equer • boçaram. 1 nterroga• dez e<;ludan I� o araso enfr o� qu� trabalham pouco ; �- suas COI\fissõis resum�m·se nisro : dantes nn liceu " nosso prof-essor eslabel�cia para Qda dia, 011 mdhor paru cada hora, a taref� q11� tlnhamos " �omprir. A or· , dem a exccutnr era dnra e pteri\a . Unhamo• que e.tudar lal catJiful� de ltist6ti.1, tal teorem '<k geo m trin, de fator tun ce1·to M\1a, ou dr ltlld11zír cerra pa!iS.tjcnt. Além tliss � IDOS aululiados. cn oratados u ca<>ligados ; <Jstimulava-,;e a emul.1ç.io C<'m 31!1M � habilidaJt>. H<>io nadn de semelhante Não t�mo; n�· nhuma I areia fix� Disp\lmos do t�mpo a 11 's m1>d0 Cento nunca tivemos iniciativa .1lgum., mt dietribulçiio do nosso trabalho, poL não n >!n<ini!J',•m n nhum m�lo4o "propr.i�do à no� '<l lraquet.1, estamos e><.lcla men le no ca:;o M ��gu�m q11e lôs$C bnça<io à . guJ, complolamcnte nu d�pots c(� lhe teriml o?n�inlldo a h�d�r. cuidadosamente �nvolvido numa lripliet• cou· '""" de cortiça. t:�lá dar<1 que tiOS alogámQS. Não snbemo� lrabalhnr, nem 11uercr ; .tindn mai&, rmo sa- l::.UtJC \ÇÂO OA \"()Sl Of. 3 1 m o onde estudar os m�ios de m>er por nós mes- IM a �ducação da nossa vontade. Não ha nenhum liwo prático sôbre este a.'ISunlo Por isso resign.\mo no e tratâmos de não pe11sar na ni)Ssa �bdiração. I toJ � mu ito dot.,roso. Além disso ha o C<Jfé, � ccr v íaria, � nmarada:> quP sam dumaalcgna rcldliva. Afinal, o l<·mpo -.empre vai pa,;sando • • f.s·c hvro que tantos mancebos se queixam de n�o !�r é o que nós lenl.imos escrever. CAPITULO t t O fim a atinjir Se bem qt1e os progromos da ensmo nJo se ocu pem d., vont�de, nós sentimos <lU� só v�l�m� pelà en�..-lia e que nada da profund<> sr pode len!Jir •Obre um fraco. Por outro lado, sabendo que o; n�o< es · forços dam a medida at>roximacb do poder da tt<K<a vontade, quási n� n.lo encomodàmos por nos fazer valer a esse respeito. Exajer�mos o trabalho que fa. , zemos. Nada nos custa cleclar4r <lUC nos levant:m1os à� qu11_fro horas da l!l.lnhj, salx>nda qur ningm�m nos fará ,, Injúria de 1rir vetlficar o que dizemos. E quando, às oilo horas, visítais esse diltjenle trabalhador c o encontt<liS na cama, repara• que cada uma 4asvossas r:rras vi>ita coincide com uma exlraordinaria má sorte. com um teatro, ou uma scirée da véspera, o que explica que não esteja a trabalhar desde as qu.1- tro horas. No <'Dfanto essl' desCSJ)erado trabalhador é reprovado nos exames. Não ha ?.�IUl!O em que a mentira enlr" os cslu dantes sej11 Iam comum. . Ainda mais. não ha jovem qu<' a si próprio n.lo mmla não tenha grandes ilusõis $Obre o seu pró prio trabdlho, e s6bre a sua capacidade de c.lôrço. Ma que sam es�s mentiras senão uma hom�najem A l!I>UCJ\ÇÁO DA VONTADE 33 pr('Stada a esta grande verdade que o homem n�da vale senão pel.1 sua enerjia ? Ouatquer dúvid;J emitida por outrem sobre a nossa vontade fere-nos truelmenle. · Contestar o no%o poder de trabalhQ não é acusar a nossa fraqueza e a nossa pu ilanimidade ? Crermo nos incapa�e<; dessa perscverano;a de esforÇO!>. sem a qual temos de renunciar J elevarmo· nos acima da pobreza intelectual da maipr parte das pe<iSOas que enchem as chà.madns carreiras liberais, não é consi· rlerarm -nos irremediavelmrnt� perdidos ? A homenajem indirecta prestada ao trabalho prO· va a e.Usléncia dum desejo de enerjia nos eshtdllntcs. O nosso livro não é mais que o el<3me dos proc�sos que pode pôr em prática um rapa� de vacilantes \'C· I iqades. para fortificar em si mesmo o desejo de tr�· balhar ,llé o transformar primeiramente em resolução linne, ardenle e duravel e por fim em hábitos inven dveis. Por trabalho intelectijal d�ua-se enlend�r ou o es· tuda d,, nafurr1.a da• obras doutrem. ou en�o a pr11dução pessoal. O trabalho de produção exiie pt·i méiramente o estudo, e contém lodos os géneros de esforços inielectuai:. O iustrumenlo de trabalho é, no primeiro caso, a atenção propriamonte dita, e no se· gundo n meditaçllo ou concentração e.rn si mes111o, Trata·se '"" ambo� os casos de a lençdo. Trabalhar é t!Siur atento. I nfelizmente a atenção n�o ê um estado estavel, fi�o. duravel, Não poderíamos compará- la a �m ar.co constantemente tenso. ConsÍI!Ie antes num repelído número de esforços. de tensões mais ou nw· nos intensa$ e s guindo·se com uma rapidez maior ou n•enor. Numa atenção en�riicn c pe!$istenle os esforços seguem-s� de tam perlo, que dam à ilusão da continuidade. Continuidade aparente, que podt> durar apcnlil> alguma& horas cada dia. 34 JUUO I'AYO'T O lim a alcançar é pois obt�r esforços de aten çí!o inte11sos e perseverantes. Seguramente uni dos mais' belos resultados, que podemos conquistar, cul tivando o poder !t6bre nó's mesmos. é a Tepelk�o diá· ria de esforÇO$ penosos, �orajosamenfl' aceites, por· que a juvenllide atdente e trasbordanle tendl' a fazer ccmstanfiUnenfe predominar a villa animal oôbre a· vidn Iria, aparentemente dr.acolorida e ialsa da lnaior parte dos lntbalhadores da inlelijónda. Mas esforços l 11tensos o perseverantes não bastam : podem seran:h-· qurcos e dlspersivos. Devem, tJelo çonlrário, ser oriert tado par.a um mesmo fim. Para ou uma idl'ia ou entimento se aelimale em nós, obtendo o1 naluralíuf-· ção sam nàce ·árias tondiçõl�> <le freqUenteassisténcia e intimidade. f llecessiirio que t>or uma l�nta e perse verlUfte prQgressão e ínihréncia uma ideia ou um sen timento estendam o círculo das suas relaçõis, que se imp<1nham pouco a pouc9 pelo s.:u valor pCS$oal. Vêde como se criam as obras d'arte. Um pensamento, muitas vecz� um p�san1ento da juventud�. que nas· ceu via\'el, permanece a prindp1o lúnitlo e dbscuro • ho l1omern de géuio. Uma )eilura, qualquér incidente do vlda, uma e�pres:;ão leliz lançada de passajem por qualquer 1111 for oohpado noutro assunto, ou não preparado para esta ordem de pensamentos; e qtte enlrevê a idein sem lhe compreenaer ,, {ecundidade, clarn a esta ideia en\ incubação çousci'énti<í do seu va lor e do �·• possivel Mstino. Desclé l!niãQ alirrle11· lar-se-ha de tudo. Virtio.nl>, conversaçõis, leitura va· dadas [omeccr-lhe-ham eJen)enlos asshuilaveis de que se vai saciar e iorlifjcar. E assim que Ooolhe in· cuba d11rantt: trinta anos a su� conct-pçâo do Fi!,I!Sfa. Levou todo es!é tempo a germinar, a crescer, a lan ç�r raizes cada ve� mais profundas, e a bebe,r na elt· periéncia os .sucos nutritiVos de que esta obra de gé· !llo é feita. · Assim deve sucMer, guardadas as devi- A flllJCAÇÁO IJf\ VOI'IT,All� 35 li�s proporçõis, com qllalquer ideia in•portanle. Se la não faz mais do que p�ss�r pór 116s, é como nula ,. não concebida. f: preçiso que se lhe d� Uhla af11n· �o repetida, freqiicnte, cordial ; é necessario não .ll>andonarmos até que possa viver por si mesma, até qt�e se haja tonu\do um centro de organização. É uecessário mantê-la nà consciéncia ror muito 1;\mpo, obrigando-a constanlcmen1e a vollar lá, ndquiritá as· 11hn a vílalidad<> necessár1a 'para chamàr a si, por essa torça mlí;l<.>.riO$a de magriefização, que se ehama ao· &ociaç�o de ideias, os pensamentos fecundos e pode· • osos, que e lhe ham de encorporar. Este trabalho de organizaç;jo da idei� ou do senfimehto efec!lla· e lentamente pelo medilaçllo calma e pacienlt!. Acon· Ieee com estes \le�envolvimcnto.s o. me$mo ct.UP com ,,queles admiravcis cri$1ais de laboralório : e�iiem no .elo dum lfquido absolutamente trauquilo o dep6�ilo lento e regular de milhares de moléculas. � neste Mmlido que toda a descoberta é obra da vontade. F oi ��nsando se·mpre nisso• que Newton v�rificou a sua d�stObçl'la da ljtayifaçiio universal. Se ha •linda -quem !lu vide' de que o ênio sej� Ull\n - longa paciétij:ia"!s, �ue escute a tonfissão de Darwit• : �como assttnf'O de medifação e de leitura eu só esr�lhia àqueles que me lizess�m pensar direct�me111e naqullo que tln ha visto, o\1 -qne vi�sse fii'OII'��ehnente I' yer. , . lllJiou \'erfo �u� essa disciplina é que ote tornou �apw. (;!e ••ealizar ó' que. em cíéllria •·eàli?.ti,• Seu filho atl'es" céuia : •Meu pal lil!ha I) 'poder de hão perder Ú� vista um assunto duraJite trln !Jl'O.l1de número de anos.> '· Mas de que servé insistir numa verd�de Iam evi· dente ? 13asla·nos resumir. O fim a �tintír pelo lrn· I V�e c.:/ C•lrr·e�prmd.lfiCb dt• J).l,.,,.,.,, tr..a�. Vadngnv1 t888 a \lot. pag. '69, t31i. 36 JULlO PA Yt.rr balhador intelectual é a enerjia da atcntão voluntá ria, a enerjia que se tradu1 não :;o1mm1e pelo vigor e freqüéncía dos esfor�os, mas ainda e so�retodo por uma orientação muito dara de todos os pensamentos para um fim IÍ11íco e pela subordinação durante o tempo necessário das uoss�s voliçõis, sentimentos e . ideia� à ideia dírectriz e dominadora, p la qual tra balhãmos. A preguiç� hut11!1na ha de nos afa�tar sem pre dê e ideal, mas dev=os tender a "'ali:(ã-lo o mais completamente que nos fôr possíveL Antl's que �xaminemos de per lo os meios de trans formar numa vonladc duradoira um desejo fraco e indeci'lO. imPorta dtoscmbDraç�rmO·nos dP dua� teo rias opostas, snos igualmente funestas pnra o dominio de nós mesmo�- CAPITUl0 1 1 1 Rejel�ão õas teorias Dmnlmaboras e falsas a respeito Oa ebuta�ão Oa VontaOe § I Não dev� a IIOI.mtka pJssar dum lr�balho prepa rató• io, qu�> o:> esnÍI<'r I em de fazer cuíd�dosamente, mas 1111e dev� guard.1r para �i. Não hanada Iam im llotent • con1o \1 pura 11cgação : pm convencer, de nad� serve o 'títícat ; o que é nece&Sârío é C< nstrwr. E porque o nosso livro é 11111 trabalho dQ conslrtt· ção, porque apresenta umo doutrina mais :$d e mais solidaml'nte apoiDda sôbre o� mais claro� dallds da psicoloiia, é qua uós atacamos aq1ri duas. teorias muito e pallwd<�s, e Jqm dcploraveis pêlos seus resul- fA lo1_dO$ práticos, como especulatí�tamenle falsas. Falsa em si' e pra!icaménle lamentavel no mais alto grau é a teoria que considera o caráctcr c9mo imut • vel. Exposta por Kâut, e �novada por Schopenhauc.r, lem csla hipótese por si " apoí' de Spenccr. Se· gundo l{ant. I!S('O!hemos o nosso carácter no mundo noumenal; e t"sta o;>scolha é írrevogavel Ap�nas des cridos no •nundo do espaço � d!l lempo, o nosso ca· rácler, c por conseqil.!ncia a nossa vonlo<l�. fie� tal e quàl como está s�m quo o possamos modificar por muito pouco quf seja, 38 JULIO PAYOT Schopenhauer declara làmbém que os diferentes caracteres sant inatos e imutaveis. Po• exemp{o, não se pode mudar a espécie de htotivcs à Clu<�l a "on · tade do egoísta é "acessível. Pod.•is pela educação Ptl · g;mar um cgoíst.1, ou antes corrijir-lhe as ideias e levá-lo a compreender Que o meio seguro de alcan çar o bem eslar e o ll'ilbalho é a honc.sfidade, e não a velhacari�. Ma:;- temos de r·enunciar a furnar a sua alma $l'nsivel ao soírimo:nto de outrem : isso é, de certo, muito. mais impossível que mudar o thumbo em ouro. • E possivd [azer ve1 a um egoísta que n•· nunciando a uma pequena vantajem pode realizar uma muita maior ; e a um mau que, Cãusando a ou trem um sofrimento, n si mesmo infliic um outro lliUilo maior. Mas refutar a maldade � o egolsmo em �i mesmos, isso é que é. impossi,•el. Não, blnfo como provar " urrr g.>IO que el� faz mal em gostar do r�· lOS.» 1 Herberl Spencer considera o assunto de modo muito diferente. Admite com a escalo inglesa que o carác;tcr pode ser trat1sfcrmado com o frtntl<l sob a pre$São da$ fôrças exferíQres, tias condiçõis da vida : mas �e traballio e�ije séculos. Praticamenfto- esf:l teoria é desanim�dora, r>orqu<' eu estudando não pos· so tonfar oom dez séculos de \�da, mas som&nl .. com vinte alros de plasticidade. Se quiser tentar a obra do meu melhoramento moral, não G pe�erci faoer, Não poderei lulat contra o· nwu .:arácfer. herança <'l"� me toi legada pelo m�us ahflll,)assados, c qui! rc· presenla milhares, talvez <�lé milhõi� de anos dt> experiéncias, ot9.anicamcnte r�jísfadas no meu cére• bro, Que mzCI' confra 1101'11 formídavel i:Oiigação de anlepaSS<Jdos que, apenas e.u me quiser desembara· \ 211UCAÇÍÔ.O l)A \'O"l"Ailb 39 ar duma J)arte do legadet que me lransmitiram, se h� '" contra a minha fraca vontadt' pessoal ? Nem 111 mo é razoavel tentar a revolta, porque o desba· '.110 é certo de antemão. Posso todavia consolar-me co•n a ideia de que o& meu> dc�ccndon1es num es iMÇI' de cincocnt<l m il anos, pelq jôgo regular do ���� soei• I e da hereditarit-dade, se ham de asieme lhar 3 máquinas aperfci(oadas, continuamente torna ti." a montar duranfc séculos, e dando em resultado • dedtcação, o �spirilo de iniciativa. etc Posto que <'Sta questão do carácler, considerada �t>b este ponto d� vista, ultrnpasst> os limites do qlle nos J)l'OpUSemos tratar. devamos examiná-la na su� t!neralidade e na posi�ão mais rorle para os nossos •dvérsários. As teorias que a(abâmos dl' cxpõr parecem ·nos um notavcl exemplo do preguiça de e;pirito, que � o pecado ol'liinal indelevel ms mais alias ihlelijén éias, preguiça de espfrito, que os faz sofrer p�va l!lente a ulestão da fiuljuajem. Eiitamos todos IAm h bituados a pen��r !tom as palnvras, que elas ocul l,m-nos � realidade <!e que sanr meros sinais. Porque � única, ·a palavrn arrasta-nos a crer na unidade real das coisas. É a esla suiesl;io provorada pela palavra car,1cfer Put> di'VCmos a leoria preguiçosa do cará cler imula\<el. Eleclivamenle, quem não v� que o t:<J rlfctér não d tni!Íii que urtlil resu{/itnfe ? O•·a uma tl'Sullanle de fôrças está �einpre bm via de se modi ficar. O nós�o caráder tcn• uma unidade análoga d ,!,, Europa : o jõgo das aliança�. a prosperidade ou • dccadéncia dum Estado modificam sem cessar a re sultJnle. O mesmo $Uced com ns uossas paixôis, ideias e senthnenl06. que estám numa pcrpêlua traus lorma�ão e que, além disso, pela� alfanças t�ue lun· tarnento contraem e desfazem l)Odelll mudar a lnlen >idadc, e at.r .rne.smo a dlreCçào da rcsullante. AssiJn 40 JUUO Pt.Y01 o nosso tratado será a demonstração ds POSllibilidade du111a mud�nça de cará�let', Se examinarmos os argumentos em favor da leoda não encontramos em l<ant s�não razôis .1 prlori ; t estas rarlliõ a pl'iori, qlte ele reputa netessárias para fundar a I?Ossibilidade da liberdade; desligar-se hiam do sistema, como coi 13 morta, se Kant não jj. vessà confundido o lalallsmo com o d fcr�ltlnismo. · que nós veramo . Em S hoiJcuhíluer lm mnis wCitTdàdes do (!ue ar· gumenlos, porque gosta dl.! alardear erudição e amon • loar <lUIOtidades. As autoridades não valem a mcno1· prow de lado. Eis os unico$ argum<>ntos que nelt> e11contrãmos : I . oc o carú ler iôss11 )ll'rfeclivel de· víamos enccmtrur nolavehneuJ� mai ,virlud� na me· fade m�is edCIIUI da humanicl do QUI.' na ltlais nov;t , o que não suced�, 2.'' qucmquer que uma vez S<' mostrou um mau hom<'m perdeu para scniJ)I'o a nos sa coniiànça, o quo mostra que todos crémos niJ imu labi(là,tde ào tar•kter. , O que provam, pura quem r�flectir, sent<!lhantes arguménfos "( Serám cieclívampnle argumentos ? Em qu • é que tais asserçõis, aliás exactas no coniunto, prOvam qtte ninguém pod" modificar o seu wácter ? Provam soml'nte (o que não deixará dtividas a nin· gunm) que a imensa maiori� nunca empreendett a s�no nenhuma reforma do C,'olfiÍCII'r Consldtam que ,,s inclina�õi5 regulam •1Uó&i todQ� os .ttlos da vid� sem utlervençâo da vontade. A maior parte dos ho· mi!ns >am go\>ern�do� t>el('J o!.'<lerlor : seguem a mo da, a upiniiio, pen.,1nd1> tanto em resi$1ir orno pon samos ent nJo seguir a ferra no sllu movimenta d<l transta�ão à roda do sol Have�.i quem conteste a preguiça qu;isj univi!rs.ll l A maioria dos homt>ns passan1 a vida :t procçra dl! subsisténáa : trnbalhado res, pobres, mullt�res, .:rjanças, mumfanos, qu4 i nãtl 1 4 1 1 ·lhulem : 1õal!1 <litcres 1• uln pouco complicados e r u!'éi�nlfs, mas que t�em o princfpio de todo• os u movomentos na rejião dos desejos involuntários 1 d�� sujestõis ' lrànhas. Arr.11lcados • animalidad� por um� Jcnra evolução, !lU a pre5são de crucis necessiclad�s da lula 11ela vi· oi�. a maior parte, ele. de �w� as tondiçõis exteriores «'SSám dl' os aguilhoar. tendem a retroceder. Aque· I a quem uma ardente sêdc de ideal e uma ccrtt nobreza de alma não dam motivos inferior 'S 11ar� proseguír � tarefa penosa do seu licerf�mento tacla ve� mais completo d� animalidadf, deil<lllll·So ir aCI �bõt da eorrente. Por i: o n5o nos espanr., obser var·se que o núm�r di! velhos virtuosos nlo ultra· V� 'i! O do>S joven•, e J2àO ha para desconfiao dum p;;tife bem averiguado O argumento váli<lo eria prO\'<Ir que toda luta é onutil, e que um �go�>ta nunca podl." realizar impor· t.1ntes sanii!cios, só porqut> desejou. Scmelltanle dSSCr(ão nãQ merece qu.- a ><aminemQ�. Vé�m-�e os cobart\e· ,,frontaf a morte pará ganhar dinhe�to I Não h.• paixão que não poss• •lirmnor o .medo da morte. Ord o rnaioo bem qu� o egot ta pos:;ui é �eaur" rnente a vidn. Não se virnm i� egoístas lev11d0� por um eutu5i�smo p� aieiro sanilic�r d sua l<i ténci11 p3triq ou a qualquer nc>bre r:au.sa ? S<.> e te esf.ado �assaiciro foi po•sivel. em que ficav.1 oJuranle este t •mpCI o famoso - opf!l".1ri st>quitm· fSSI' ? Um ca· r I c ler <lu e se transforma radrcalmcute, dinda que seja durante nt�ia hora, não é um cnrácler imulavel, e ha c>spcran�.ts de rellOVdr essa rnndarrç• cada ''e?. cotnuma 1nuior frcqüenci�. Al,lm dísso onde encontrou Schopo:-nhauer 01ra !P· 1 Port RoyJI. L<>iiQIIe. 42 J 110 PAY(IT res absolutam�nre egolsta.s, por exen1PI9 desde o pn meiro ao últimc pensamento, desde ô primeiro ao úl· timo senli!nenfo? Umã tal simpliiica��o da nalure�a humana provavelmente nuu� � tílàlizou : e màis um;,�. vez a crença de (11!<1 o carãcter seja uma �oi!;a lma, wn bloco homojéllco, a&Si,mla sôbre uma obsqr\lllçâo excsssivalnenle sup�icial. O eahlcter é um11 rostll lanle de fôrças lreterol6ueas J · e � no ·sa asserç3o. fun dada sõbre a observação os homens vi�os. e não sobre ab lracçQis, basta D= deitar por lerrn � ittié· nmt teoria de F<ant e Je Scho euhauer. Quanto <1 St>enccr bast.<rá óbsei'Var·llre que as boas tt>ndéncias' sam Iam heredifârms e 1�01 fortemente org;Jnizadas COlM �s más, e que se pod,• ler por sí, com habili dade, tanto poder ancestral como se poderia l�>r conrra si. Em todo o caso a questão nãç, passa dttma quj!stão t'l m�is ou a menos, e a continuação d�le livro acabará 0:01 ela, conforme o esperâ111011. Dei>cento�. pois, e!;l.t lcorín do caróclcr ímutayel. i� qu ela se n�<J segura lltuito bem de flé. A h 1 nós le mos' també111 o& nossos lcóricos do d :;ânimo, e eJtl parllcular Tnine, qltc, com uma e$trelt�za de vistas inconcebível 11um lmn grande (ISpirito, não soube dis· linauir o fatarJSm do determinismo. Re��ndo contm o e�iritualismo ousinf;mo, foi álé o ponto M con· siclerar a nossa vida omo inMpendente da ttossa von· tadc, � � virtud� como um P.roduto, tal qual �omo o açucar. hmjrurr inlénua infantil, que pela sua br11!.1· !idade afaslott por rtJuito tempo os espíritos do estudo do determinismo psicolóiico, c que falseou, a quando do .seu aparel:ltnenlo e alnd� muitos anos <lcpoÍs, a .significação d-o livro de Ribol sôbre <tS doenç.�s da vontade. T anlo é v11rdade que rte!les delieados a • suntos, mais vale uma leiiãe> de adversários que IIm amigo detidido mas lesru;lrado. • fi>UCAÇ-�0 1>• VONTADE § 1 1 I �h�·nGs ainda arredàJ' do nosso pami11ho uma 1t orm de feição mais arrogante, que afirma a po$.�i ltohd.de de nos tornarmo� �enhorcls d� nós mesmos. " qut:, considerando demasiadamente iaçij esse lr•balho di? liberl<�ção, tem levado o desârlimo a tan· ... ou màis espíritos que as leorlas falitlfstas. aue- 1<'111� fal;rr da lfloria do livr.r·arlfllrlo. O li��re-arb!trlo, cujo destino <S<l 1<!11'1 prac.urado t i Q r ao da liberdade moral, nada tem que ver com '''" Porque, apr�seolar aO& iovcn� como facil, como ,1.•\)eqâénte dum fiai, o trabalho longo, pen0so « tudq tfr· pel'll ver•1Ji(a, que é a líbel'laqão de sí rn�s llln, é votil-lbs J)réuí�mente .tO desát1imo. Ou1mdo o •onvlvio assfduo com G homem; de vontade da artfi- !lidade encheu o mancebo de l!nhlsiasmo, couvétn p ·lo em pres.ença do trabalho por excclóncia, não lhe dissimuJar1do nenhuma das <lificuldades. Mas e "':tessárío eg1.1almenlc mostrar-lhe lriunio $eguro, per:;everar. T orrràmo-nos Iam senhores. (ie nós mesmos t>or 111u liat, como � França se lornpu poderosa depois d 1 870 por um fia/ A pátria levou vint� aMs de l'<�forços persever�nles e penosos a levantar-se. Do fl\esmo modo " nosso le,•anlatnonlo pessoal erá um lrabalho de p�ciéncia. Pois cçmo I tla �riaturas que tmssanl h·inta ijnos i\ eMerce,· um duro Qfiçio par� � •thar o �ir�iló de dé�a11$ar depois uo C11DIPOl c a 11$la obYa lant grande e Iam nobre do d0111!nlo de nós mesmo0 não se havia 8e consagrar nenhum !em • 1'0 ! Disso depe.ode o que hawmo · de valer, e conse• uín�menle o que l!!tnos �e .er, e o papel stue lemos , desenrpenliar. Ror �se trabalho podemo�> impôr ao mésn\o lempo a e.slim� e o respt?ilo a todos. Só as- 44 JULIO MYOf sim se nos abrirám largamente as fonle!! da felicida· de (porque toda a felicidade profunda prov<.'m da nossa activ1dade bem regulada), e com esta obrn quási nenhum adulto se inquiet>ri.t ? O dcsprêzo, que afectJmos votar·lhe, oculli! evidenl�mcmte um sofri mento secreto, que aliás todos nós lemos e>q>erimen· lado. Q�al o estudante que não . ••nliu dolorosamente a dl><proporçilo entre os seus deseios de bem traba llw e a fraqueza da ua vontade ? Sois livres ! di· zlam Oli nossos mestres! E esta afirmação, com dcs esptlro a sentiamo� mentirosa. Ning11�1n nos ensi11a· va que a vont.,d� s•• conquista l�nlaml'nh!, ninguém pen�ava em l'stud.tr os meios d� a conquist�r. Nin· guém nos 1.x�rcilava ocssa luta, uin!lu�m nos arnpa· rava ; e t"ntão, por uma re:�rção mu1to naluraJ. aceiJá .. vamos com transporte as doutrina' d11 T >in e e dos fatali•tas, que aa menos nos con of�vam e nos nsi· novam a resign�çào perante • inutilidade da luta. E dcixavamo· no:. Í1 tranquibmcnt� JO sabor da rorrente, aturdindo- nos plra n�o $entirmos ,, m�ntira de�sas doutrina. consóladorns da 110s a prcgui;;�. A h! sun, a causa c��encial dessas doutrinas fatali&tol� da vontade � a ICOtiJ injênu(o, � <lO mcamo tempo funesla, dos filó ofos do hvro:·3rbltrio I A liberdade moral, como , liberdJdo pohrica, �omo Indo o qtte tem ,Jignlll v.1lor ncstP mnndo, dcvc.o �� �onqnistadrt por uona grande lula � i�cessantemcnle defendida. É a recompun!lo1 dos fortes, dos hJbeis, dos p<JfbCVeranles. Nwurt<•m � liura $1' llitO mereci! Sl?t livrr. A liberdade nJo é nem um direito, "''"' uma <OÍs.t iá feil,, ; unta re compeusa, a ma i,? ali� n•rotupcnsa, . e 11 mais iccundu em felicidade. 1:. rmt.1 lodos os acontecimentos da vida o que a lu� do Sol � par., uml pai�ajem A quem a não ton<]uislar serJm recusadas todas as ale gria� profundas <' duraveis dn v1da. A IOUCAÇl\0 UA VOzr.."TAUE 4!> ( h 1 nenhuma que$tão (em sido mais obscurerida, !'11 d questão vit;�l da liberdade. 13ain cl}ama- lhe a f t ltll-àura <'nf<ll't'ujarJa da metafisica. E daro que tt<•udetnO$ podíbNdade o dominio de nós me mos , · • �.eguro predominio em nós dos nobre l!<lnlimen hl ' das idei<ts morais sôbre os impul�os da anima· lt•h,le. ão de ... amo. sonhar assim o impecavel doml· "" de n6 mesmOS ! m1rilo poucos s�culbs nos '*'P"· ' 111 dos �elvajen& nntepàssados, que se abrigavam IWt �vcrrta , para qu� possamos desembaraçar- nos 1�$(\(Utamente da h rança de irascibilidade, de cgois· nt(l, de concupiscênci� e de preguiça, que eles nos gamm. o� grandes ·anfos, que venceram nesfn lula 111 trégua · da nossa natureza humana com a nalu· 1 La an imal, não conh�r�rant a .alegria dos triunfos renas e Incontestado .. M<ts. notemo-lo de novo, a obra cujos grandes li· r1has traçamos, não é Iam difícil como a obra de san· ttlrcação de nós mcsllloS, porque uma coisa é lutar (()nfra a nossa pregui�a confrn as no�as paixais, e outra procurur extirpar de nós, absolul�menle, o ' goismo MesmP redu lido a cstrs termos o combate · longo 11 difícil. i' em os ignor;nHes, nem os vaidoso� p dimám �air vencedor�� dess� combate. Ha U111a tática a seguir, qui! é necessário conhe <l"r, e um longo lnbõr, que é n�cessário at<'itó!r. En· trar n3 nrena sem conhecer as leis da psic<)lojia, ou •m s�guir o; conselhos de quem as conhc er, é tcn· t tr vencer ao xadre7. um advcrs<lrio experimentado, <'111 conhecer o movimento das pe . Mas dirãm os p.trtidâriO$ dum quimérico livz·e.arbítno : s� nada po· J, is crear. se, por um fíat voluntário uão pod is dar '' tal motivo ou rnobil 11!113 fôrça que ,;ie naturalmente n4o tem, não sois lilll'cs ! Cnn certeza quc �mos ll• VTC5, e não o preterrdemos sf'r doutra maneira : em v�r. de pretender dar fôrça a 11111 motivo por uma 46 IUI lO r• A YO"T s!mplez volição (?) por um aclo bizarro, misterioso e conlrârio a toda9 as lets cienlffkas, n6s Prrlendemos dar,Jho por uma fnlelíientl! eplicação da lei de. asso· eiaç�o. Não domlná mo. s a nature:a1 humaJt�. $enão obedecendo· lhe. A �1\ica !jaràntia da nossa liberdajl� am as lei dn p.<lcolojia, qui? sam Igualmente � tlnico inslrumcnt<J possl�el da nossa liberfe<;ilo. Par3 nós só. ha liberdade deniTo do detc.rmioismo. Eis· nos no pon to precisodo (lebale. Dizem nos : se nlío a�eitais qu;, vonl�de possa, st!m dl! llf!· nlwm mOi)(l o ôeSf!illr, lnticAruenle pela sua livre iniciallva 455cgura1 a pteponderJntla .1 unt molivo sem fôrça sõbr� poderosos móbeisJ tencle:s tfe {Jri'· suptlr o tJesejo. O V()SS<J estudante sc uM desel� Ira bnlhar, nunca trabalhar;f. Eis vo� c�ido numa pr�di!S· !inação 111ai� cn,el que a pr�!lestinijçào calvmista ; porqu�· o rah•i �ls!.o prede;tinndCI ao inferno �iio o olbq, • a esp�·rança do (IÔU 11111\CQ a abandOnrt. Mas o vosso esludanf� por um pt·ofundo cxom� oe con•· ciénêta pode s.1ber que ão tem o di!Seio, a gl'aça, e q11e t>ortanto todo o esfôrço � inntll : deV<• deixar a porL1 toda a csp�rança, Eis a qucsf1io p(lsfa nitídamênte. TcnhQ ou nllo le· nho desci<' de tnelhor : se o n;;o tenho, tod1l o e.;fatco é vi\o, Ora, çomo o de!i<'Í<' não liellcnde d(• mim, rois que a graÇB est.i ond� quer, i ·me chegado 110 f�t.l· lismo ; ainda mais, à predestina�o I Muito bem ; mas concedendo isto. conc�dett•os nlats do que ra racc. Notai que o dcset�> do melhor, por fraco que seja, já baata, PQrque emprl!sando os meios de cul lur� converÍienles, podemos desen<�olve·lo, tarná·lo firme e lransformã·lo numa solida duravcl resolu ção. - Mas ésse des�jo, por muito traco que o pos· luleis, é necessário fê·la t Se nã.o 11reexi�le, nada �o deis lazer ! - Adtnillmo·lo plenament� : estamos ct>rlos de que A P.OUCAÇÃQ liA V(HI'I �I.! 47 .,, partidários da liberdade pelo fiat, nos �oocederám 'lup nada de profundo ha a fazer sóbre uma deciSiío • melhorar, que não assenta sobre um certo desejo ,!,• m�lhorar l Fazer contra vontade uma obra de q•·andl! fôlego, rtiío armrr o que se 11rorura realizar, roubarmO·Ilo& toda .. probabilidade de bom é�ifq. p,,ra ferm� bom �Xito, é neeessàrio amar mós o nosso tr.1balhQ. - Mas, aind.l uma vez, o vosso estudante ou tem esse amDr, ou não. Se o não tem, está con· dcnadD sem remissão. - B�m ; concedemos esse di· lema. Sim. .desejo é necessário : sem o desejo de libertação. 11�0 1la liberdade l Ma� os doiOI<l'SOS efei tll5 desll1 predi!$linRção aliniem ap�nas uma catego ria de pessoa:;, QU" os próprios pijrlidnrios do mais obsolut<l liure-arbítrio con.síderam comi) llliseraveis t)redeslínados. Com eí�to, ésse grupo de tJredeslinndÇ>s �oin�ide om oJ do� alienados. alinjidos de tourur<� II'IOra/, Ad· mit'mos, 5em o pod<>r dcmonslr,JT, c unicam�nle por· <111� nunca encontramos Ci) o negalivos, que se pQr guntarent a qu�lquet homl!m n\\o atínjido de �liena · çJo, se prefere a carreira gloriosa dun1 T>asreur i\ dum b�bado �nvil�ddo, este homem responderá que sim. l�to é evidonle•ll�ntc um postulado ; nuu quem u cQn l<l$hlrá ? H averá· hl11111lll� t1b$olutamente inscnsiv�is ao es· flh!ndor do génio, à bele2a, -à gr.1nde2a moral ? Se uma fera ru;sim éxiste. ou já. ex,.;tiu, coilfi!$SC> qui! o bou caso me deixa frio. E se o meu postulado é ver tiadeiro, � e, dec�rlo, para a totalidade dos hom�ns bumanos, isso '"" basta. Porque dEt,sde que um ho meort prefita aos mais repelen!lís exemplares da es pécie human�, a grandeza d4m Sócrates, du111 Ré· gulus, dum Viceolfe de Paula, esta preferéllcia, por fraca que scía, é suficiente P'orque, preferir implica nmar, descj�r. Esse desejo, por fujitivo qu" .se su- 48 lU LI v r A ro·r ponh�. pode ser pro tejido c fortalecido. Aumenlarã � o culli6arcm, � lrallSformar·se-ha pelo jõgo !tabi . mcnl� manejado das lers psicolój;cas, numa reS<IIU· ç.ão viril. E as rm que duma glande, 1 efeí�ão dum rato, sai um poderoso carvalho, que desafia os fura· cõis. Por conseguinte, não no· perturba nada esrarmos caídos nessa predestinação, porque a não st>r um gru po de �lienados incuraveís, e talvez um grupo de ;!]. guma• lera� írredutiveis. to,lo •omos pr.:de.;tinados para o bem. De nenhum modo, pois, a moral tem ne· ces 1dadc •I� ligar a sua sort a leori.tS Iam arrise<�· das e repelimo-lo, Iam desanimadoras '"mo a do livre-arbilrit•. A moral tem <lfll'lliJS rii?CI'SSfc)ni)p ele flberiiade. o qui' é muito dfferl!nte. E esf11 fibl'r dade só é possit•Pf 110 determinismo ,. pelo cJeta minismo. Para a51;egurar a no• ·a liberdadt>, ba,ta qut> a nossa imatinação seja capa� d� conceber u m plano d e vida a realizar. O nosso conhecimento, e a nos"! pr.itica da� leis de psicolojla, pcrmitir·nos·ha por méio dt> desvios e de ali�nças as,..,gurar a pre ponderância do piJnO escolhido, <' obrigar a traball1.1r nos nosso• proiectos o tempo, qu.- o! o gTandc podt'r de libcrrn�1o crn nós. A 110 sa l'Onr���o de lib,•rdJd• nlio t! tal\'t>l tnm sedutora par,, ,, preguiça como a l.:orià do livrc-ar· bítrio : mas l<'m SObre esln última n vantajcm de ser adquada à realidade d.1 nos<a naturc>a psicolójica t' moral de n.'lo nos e>ljlôr ao ridlculo duml afir· maçíio orgulhO$<! de absoluta liberdade. const�nte mente contr21dirnda por urna dcm."'iada sujeição .109 inimigos interiores. Se ilSia contradi�<Jo lossc apcna divertida para o pSicólogo obst>rwdor, nà<1 pas>aria de 111eio mal ; mas é qu11 não lolrda a produzir o dcs ,inimo nos maL<> bem intencionados. De mais, e;>la teoria do livre·arbftrio tem afastado - o que .:i umd A l!l>UC,\ÇÁO DA Y TADE 49 '" rda lrreparavel - 'h1Uifos espJritos penelt11ntes do tudo das condiçõis ela vontade. 1 Agora que o cami nho e�tá desembaraçado das teo· roas em voga s�bre a natureza �a vontade, podemos p�no::lrar o fundo no nosso assun to, e estudar de perto ,, psicolojia da vontade. • Para a�qutrlr esta convlc-"o ba ta sober eon que pro. lunOo esquecimento caiu � obro pslcol6jlc• mais s61i0a que pro�u•lu n escola O� Cousin. no q11e br1. r�spello a vontailc. !Jueremo .. nos referir' ao Q.ua't' fi Jt •r-·t'"''d\tJe "''luuttJritJ p.,,.,, ,\ftrvir ., c1C!uda Ja tdi�CI.tç.'Jt) pC>r I)(:bs, 1\nticns, 18411. t96·t>i\iinas In s.·. Debs, $�guni)o C!remos, morreu aos trinta c qu.:�rro anos l i a no &•11 livro p�jlnos l)um• gran�e penelrn.ç;lo, ,;e olen· �ermos à llata lla obrn. A pállnas 30 e s.?guinle$ lê·se uula xposlçllo l>a teoria reprobuziba por W. Joonea - que • vontaoe 11�0 liga os termos senilo oa orbem mentru. O Que n�o teria telto nesta orbcno lle estu�os o esplrlto taon tino l>e )oullroy,.sc n�o lóssc llesvlabo pcl�s biscu sllis bl:z.ntjnas, cntao CIJ'I mOll>. $óbre o livre arbltrío I Esta leorill Su&penõcu àu1·an1e m-elo sêailo o e9tui)o õa vonta�c. ,4 L f V R O SEGU. ' 0 0 R f)SicolojiiJ bü vonh't�c Se os clcmoulos ��� nossa 11id.1 psi olójka fôSsem �lu1ple�, 11lld.1 wia mais iacíl que estudar os perj�o� ' os reaursos que apresentam na obra d<l dolnliiÍO de nos mesmos. M�s esltls eleJuenlos formam 11fl"c 6l llga& c afê mesmo combinnçõi�, qu!l loma1n d,>li ·adn (I lmb�ll\,, •I� , nálilse po•· n•i((do. É �oniUdo iacil dt nptar qui· éS Qlcmontos ri� HóSSa vid� Intima �e r.eduiérn a trêS : �s noss;tS idci�s. os nossos eslados aJectivos e as ll6$sa$ acç�Ííh , I A p�ldln'a ic(�ia- cnc�ri·a muif9s elemenlos dífc-· rt'llle$. A dlGfinçJIQ nmi5 P•'olund�. (!!IC a' P!licólàgó, preoc<�pi�dO com "3!> rclnçõí� entre � !htelijéuri!\ e a ''<:mtade, podl! efectuar �nl1'e ns IIQSSas ldeias é � distinção das id.ciss centrípetas e das ideias �en- • 52 IUUO PAro r trlfugas. Um grande número de ideias vi'em-nos de fóra. Referindo-se a essas ídeias diz Montaigne que •n,lo foram joeiradas• ; sam verdadeiros hóspedes de passajem, que não so[rrram nenhum trabalho de 3�· sionilaçào, e iís quais a nossa meomória unicamente serve de depósito. Esláon ai alojadas lado a lado as ideia ronlradifória.. e lodos nós temos na cabeç,, um montão de penS(Imento; vindos das nossas leilu· r as. das nossas conversaçC!i. e até dos nossos sonhos: cstrdnhos que, para se introduzirem dentro de nó>, se aproveitaram da nossa pregtúça de esp!rifo, c a maior parte ao abrigo -da autoridade dalgurh escritor ou dal9um noestre. E neste arsenal, onde lia bom r mau, que a nossa preguiça e a nossa sensualidade irãon encontrar jus lificaçõis.Das ideias desta naturua somos nós se· nh0res ; podemos pô·IAS em línha, fazê-las evolucio nar à nossa von(ade : mas. se lemos rodo e1 podrr sôbre elas, não tfeon elas qu.isi nenhum $6brc nós. A maior parte sam palavras, nada nmis. E a lula das . palavras contra a nossa prég11iça e a nos<a sen sualidadc é a luta da panela de barro coulra a panela do ferro. fouillée, falando das idcias·forças l defendeu u.na lese, que á falsa duma maneira ger� . Não viU que o que a iCieia tem de fôrça executilld lhe vem quási sempre da sua aliança com as verdadeiras fOr ças, que sam os estados d!ectivos. A cada momento nos vem a �peroéncia demonstrar o fraco poder da tdeia. Vai uma grnndt> distánci'a do puro assentif1'cn lo iorn•al à fé eficiente e inslig�dora de a elos. Desde que a intclijéncia se <!nCoulra só na lutn, sem auxllio alheio, contra· a coorte bt�olal das fôrças ijQIIduail;, está coudenad� à impoténcia. No esi<ldo de saúde é om possivel esse isolamento da inlel1iéncia : ona� a doen· ça dâ·nos provas claras de que toda a fôrça instiga dera de actos importantes eonana da sen�ib:tidade. .. \ F.llUCAÇÁO I>A Y.ONTAOC:. 53 Que a intelijéncia não tenha em si nenhuma fõrça, ••AO o pretendemos ; mas que él11 é impotenlt> paTa r rmover ou recalcar as pesadas e mas�iça$ tendén· das animais, eis o que nos parece bem C!Crlo. Ribol J�monstrou com o auxílio de exemtllos fri'3anles que, quando a sensibilidade csfá profuttda.tucnle alinjidu, quand<1 a alegrii'l QIH! oegu� à $ensaçâo não aparece, u.1ndo • ideia fica �eca e iria, um ser infelíj nle lor· nR·SI! até incapat de mover a mão para fazer uonn �'iinatura. OIUII di! nós ao despertar, tlepois de uma uotte ai i ta !la c de <ull , epouso impet·féito não se en· toutróu ainda nu tu estado semelhante ? Mergulhados num lorpôr profundo, com u intelijéQcia bastant� cl.tr� 11emos o que �l'in preciso iázer. mas. ah I scn· limos q11e, apesa� di$$o a ideia tem PQuca fôrça por i mesma. Mas se sentimos neste momento a criada tmrlamen!at com um Visitllnte anull(iado, de que 1100 tínhamo; e:illuecid<:!, a vetgonlta de nos encon· lrarem em falta, o que é um sentimento, deita ·nos tora da cama a toda a pressa .. Os casos citados em Ríbol constituem uma viva ilustração do contraste •·nlt:c os .:feitos da tdeia e o do senliml.'!nto. Um dos �oentes de que ele r.ll�. e incapaz de fazer o mininm moVimento voluntário, posto que tivesse li inletijénica intacta, foi o primeiro a saltar da carruajem em que ia, quando ela esmagou uma mulher na I'Sirac.la. In lclizmente, ho quem acredite que llS estados paioló· ikos s�m estados à parte, quando eles não sam mnis do · que um Qurncnfo da realidade. Asl:im �omo um �varo estará sempre pronto a rir-se dos rídfculos dl' Harpagão, Sl!m os aplicar a si, dà mesma forma nos repugna vermo-nos nos estados bem claros das do�n ças mentais. Mas toda a nossa experiénoia nos con • venceu da impoténcia ela ideia. Sem !alar Jos alcoó licos (!ue sabem muifo bem �s çonseqUéttcios que ltam de fimr da sua embriague-� mas q_ue só as sen· 54 .ltH.IO PA \'OT tem ao primdro ataque de delirium, quando iá � lnr<l<- em demasi.1, o que é a imprfviJ�n i� senlo 3 visão das amc3çM do fuhtro, >ent o ..-.�nlimcntos dcs �• •rneaças ? Depoi;. vem a mi;stôria e di1cm : ah ! se uu soubesse ! Sabiam, mas não com aquele ronhcci mento sensível e comovido, o uuico que vale em f,ICe d,, vontadl.!, • Abaixo desta camada <k ideias Iam poucn pene trante , ha .ts id\\Ía� qui! t>Cldem ganltar algum bcne' fírio COill O olpOÍO de <;entimentos pJSSaj<'itO>. 1'01 exemplo, acabamos dP passar muilos dias monta meio pregui�. a lér, Cllllll•>nto o lívro que devi�mos lazer fies !ie lado, porque o esfôrço se rec�ts�. ap ·�r das e•celentcs ra�õis. qu� p pós m •'"!lmos nos dn'\IOS brusrameute o correio lra1.-ll0$ a nvtícia llo triunfo dum cam.nad�1 deix,,ndo·u!l; 11icados pd� �mui� o ; <' > que as ma i;, alta e 161idas ' onsidcrnçõ� nàc. po deram col\seglllr, consegul'·o da répeniL' uma on�J <>mofiva de ordem inf�rior. l.embrar·m� hei _ •mpre dum acontecimento que 111" mo�tron o;orn d�hun braule evidencia a difPrt!nç. quu ,, ideia fa;: d� cnto· çiio� Era nqma ant�manhã c ��� nlraws.uvo um., r� ntilda de nev11 d� r.ipid,, indinação. e cujo fundo c!csap�red01 no escuro. In escorregando Nen1 por um momento pnrdl o sangue frio. T in h' u consçiénd� d" minha situação çrihca e uma ,.;s, d�r·l do perig<J. Co'"'''OIII, t�ensando mauta a �érío •lU m•· ia miltar, at>nndar e dcpoi> pnrotr d t do ;. minha carn•ir;�, cem metros mais JbaiMO, Mtuto c.•lmo, atravessri leu t.lmenl<' a canf.1da de u�vo ajudando-me com o al t:wnsruck ; � uma ve1 �m •••gur.mça nos rochedo�>, definítivarnettle salvo, fu1 (t,•lvc� por caus� do esgp tJmento provocaclc) pelo> esforços cxr�iv<>s) tomado dum vi(llento lre111or. BaliH-mc! a coraç.'lo. cobriu· c · mo O 'orpo dum Suor rriO, I ' S0/1/Pnfe então cu �enll 55 um medo, utn terror extremo. Num instante .1 ii)eia '''' {)erigo tomOI.Hil' $Ontimertto rio pPrigi/. Mais pl·olundas que esta� id�ias de ot·ijem e�terllil , ttopladàs provisori�mente por estados afedivos lrall ,jlórios, ha as ídeias que, at)esat de provenientes lam l•cm do exterior, estam em harmonia com sentimentos ltmd�mentais, e que formalll com elb Utna ,,Ji�nÇd ,,,m t>Stteira, Qlll?' ttão s;, sabe se é a id ia QUl' -.�s'lr veu o sentimento ou o .;cnliménto a ídein. Neste grau j.t se cofundem com l1S ídeia� dP ol'ijem illlerna, que n�scem úa uossa profundidade e que sam � trsdução l'tn fórmulas clara$ do no$0 própt·ió carticl€r e mais profundas lendanctas. A nossa pcrson�lidrlde �fcctiva <!..-lhes um� .lfden1e coloração : !XIl11 ,lll' çcrto pontQ .�nlintl'ntqs. Tlll como " lav '• qq resfri�u� 11 soper Htie, 6C roni>Qrv� dur�ntu .mos ,ud,endo ,, umn cerJa pr· fundidade, as.<im ·as ldci�s conserv�tm qa sua melamorlose intelectual o calór .:b orljetl1 afi'cliva.. SJnt ao mesmo tempo as inspiradoras e os �uslcJtlá clllos de toda a acliv1d�l" prolongada numa certo directão. T odavi.1, note-� bem, estas id.cias não m perfei- 1 mente ideias : sa111 sub&tttnlos claros, !)reci;os � co mcclameJtte tnilnej;lveis dos <enlrmenlo•. i>to dos. estados psicolójícos pOdProsos, rnas lentos, p •qados o dific�is do manetar. Sam muito dife:entes dessa� idetas ele supcorflr.ie qn� conslitu�m •o hom�o>m ver \:tal• c qu não pas:;am de palavrõs, �ina•• Va1Jos das coi!!ll$ siguiliri!dds. De certo modo lhes vem � cnt•r jiJ pelas rafz<'>. L Irma Mledia umprestada, qul' v.11i1 beber na ft•nh' vlv.1 dos senlifT!cn10'l, das p.1ixOis, muna palavrn d < estAdll& afcdívo�. Oam1dd um� ideia como cst� de que f�làmos nasce numa alma que a acolha �rdl!nlemente, por um duplo e misterioso fenómeno de �ndosmose, que estudaremos, a. i.:ieia atrai a !li os ,;eutimenlos próprios para a fecundar ; fortilira-�c e 56 TUUO PAYOT alimenta�e deles de certa maneira ; e por outro lado a clare.za da ideia passa para os senhri:tcnlos e dã· lhes n.ão o vigor mas a orientação. A ideia é para os senlimeotos o que a magnetização é para as inume raveis correntes da barra de ferro macio ; dirije-as no mesmo senfido, deslroi os conflitos e, do que era �pe· na& ajuntamenlo incoerente, fonna uma corrente dis ciplinada, duma fôrça tenluplicada. É assim que basta por ve7,es em poiUica a fórmula feliz dum homem po pular para dirijlr a u.m fim bem claro as fôrças até al anárquicas e colilradil6rias duma democracia. Mas reduzidas a si mesmas as ideias não l•�em fôrça col\l"ra a brutalidade das inclinaçõis. A quem não aconteceu já ser de noite tomado por itm medo desprt positado, absurdo, c fitar na cama. o coração a bater·lhe com violéncia, as fontes inchad�s pelo aflux� de sangue c ser in�paz, apesar do lhe uão ter enfraquecido � razão e de continuar claro a in lefjjéncia, de abandonST essa ndicula emoção ? À que· les que ainda 11ão tenham experimentado coisa seme lhante aconselho·os a que leiam no C'dmpo, depois
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