Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Tutora: Michele Borba NUTRIÇÃO INTRODUÇÃO À NUTRIÇÃO UNIDADE 1 • TÓPICO 1 – PRÉ-HISTÓRIA • TÓPICO 2 – IDADE ANTIGA, IDADE MÉDIA E IDADE MODERNA • TÓPICO 3 – IDADE CONTEMPORÂNEA E ATUALIDADE Diferentes períodos históricos são retratados e existem fatos e marcos que precisam ser observados para a compreensão do processo da evolução humana e sua relação com a alimentação. 1 A Era Paleolítica – paleo (antigo) + lítico (pedra) – ou Idade da Pedra Lascada, compreende o período entre os anos 4,5 milhões até 8.000 a.C. 2 A economia era baseada na caça e coleta de alimentos (sementes, frutos e raízes). A caça era de animais grandes. Com a descoberta do fogo passou-se a assar a carne. Cozinhar matava germes e parasitas que infestavam alimentos, facilitava o processo de mastigação e digestão. 3 Os homens das cavernas viviam em grupos e cooperavam uns com os outros. As mulheres coletavam alimentos e cuidavam dos filhos. Enquanto os homens caçavam e garantiam a segurança do acampamento em grutas ou cavernas. Os instrumentos utilizados eram pedras, ossos, madeiras e chifres. Período Neolítico A Era Neolítica – neo (novo) + lítico (pedra) – ou Idade da Pedra Polida, compreende o período entre os anos 8.000 a.C. a 5.000 a.C. A idade dos metais é o período que se estende de 5.000 a.C. até o surgimento da escrita pelos sumérios, em 4.000 a.C. Após a glaciação, houve um período de aumento da temperatura e umidade, facilitando a descoberta da agricultura e a domesticação dos animais. Com maior resfriamento houve a necessidade de permanecer mais tempo nas cavernas e, consequentemente, a caça passou a ser de animais menores – cervos, javalis, lebres e pássaros. Diminuiu o consumo de carnes e aumentou a pesca e coleta de alimentos. Durante as caças pegavam as crias dos animais, cercavam e utilizavam o leite, a lã e a carne. O primeiro animal domesticado foi o cão (proteção), depois a cabra e a ovelha. Esse período indica o início da domesticação e pastoreio. O final do Período Neolítico – Idade dos Metais – caracterizou-se pelo uso dos metais, graças à descoberta da fundição. Os instrumentos de pedra foram substituídos por instrumentos de cobre, bronze e, mais tarde, de ferro. Os homens passaram a construir suas próprias habitações – cabanas de madeira, de barro, ou, ainda, tendas de couro. O homem inventou instrumentos para a agricultura, como: • o arado para lavrar a terra; • a enxada para cavar; • o machado para derrubar árvores; • a foice para ceivar o cereal. • Na Pré-História, o desenvolvimento técnico permitiu a utilização de tipos de conservação e preparação dos alimentos. Diante disso, as escolhas alimentares se diversificaram e orientaram as estratégias econômicas. É provável que, desde essa época, as preferências culturais pelos alimentos tenham se manifestado. • No processo de escolha dos alimentos, são consideradas também as necessidades da sociedade, não somente as necessidades do corpo humano. A cultura estabelece o que é comestível e aceitável. A escolha do alimento pode revelar, por exemplo, a que grupo social, étnico e etário se deseja pertencer Idade Antiga A Idade Antiga é o período da história contado a partir do desenvolvimento da escrita pelos sumérios (4000 a.C.), até a queda do Império Romano, em 476 d.C. No antigo Egito, os alimentos eram depositados nas tumbas nas celebrações fúnebres. Em algumas tumbas, cerca de 1400 a.C. foram encontrados utensílios de cozinha e alimentos. Os egípcios consumiam mel e um tipo de cerveja, portanto, dominavam de forma rudimentar a fermentação. Na Mesopotâmia pela presença de dois rios: Tigre e Eufrates, foi fundamental para o desenvolvimento da agricultura e da criação de animais, e para que pudessem formar cidades naquele local. Os sumérios, um dos povos da Mesopotâmia, foram extremamente importantes para o desenvolvimento humano, pois atribui-se a eles o desenvolvimento da primeira forma de escrita da humanidade: a escrita cuneiforme. Na Grécia Antiga, os cereais constituíam a base da alimentação: a farinha de trigo servia para fabricar o pão e a cevada era dissolvida na água ou no leite para se fazer uma “papa” (maza), que era o alimento habitual. Os gregos apreciavam legumes e verduras e frutos. A carne aparecia nas mesas nos dias de festas. Os gregos eram bons caçadores e já bebiam vinho. Idade Antiga Em geral, o grego fazia três refeições diárias: • ao levantar-se, tomava uma refeição ligeira de pão e vinho; • ao meio dia, um almoço bastante reduzido; • e uma refeição mais completa no jantar. Nos jantares de cerimônia, além das entradas, a mesa era servida mais duas vezes: na primeira vez ofereciam-se peixes, legumes, carne; na segunda: frutas e doces. Esse ritual dos jantares de cerimônia é muito semelhante até hoje. Afinal, seguia uma sequência de serviços e alimentos ofertados, o equivalente às atuais entradas ou antepastos, prato principal e sobremesa. • Os romanos aprenderam a arte de fazer pão com os gregos e passaram a utilizar as técnicas. • Era um mundo de carência e fome, no qual o Estado e o imperador se serviam do pão para fins políticos, dando alimento a quem apoiasse o seu poder. • Além disso, os governantes tinham a prática de oferecer trigo e diversão, como as disputas entre gladiadores. Idade Média Na Idade Média, a agricultura era baseada no trigo, cevada e centeio e o pão era o principal alimento. Com a saída do campo e a formação das cidades urbanas, os cereais começaram a ser utilizados com leguminosas nas preparações. Nas camadas sociais mais baixas predominavam os vegetais e o pão. Na aristocracia era comum vinho, cerveja, carne (galinha, ganso, porco, carneiro), pão e especiarias. Depois da carne, pão e do vinho, essenciais na alimentação da nobreza, vêm os ovos e o queijo. A Idade Média teve início pela queda do Império Romano e a vitória dos bárbaros. A época foi marcada pela tríade óleo, pão e vinho. A carne era sinônimo de poder e força, pois para os senhores da Idade Média a caça era o modo de batalhar, se preparar para a guerra a adquirir força. A principal carne consumida era a de porco. O peixe se tornou um alimento amplamente consumido. Isso se deve ao fato da religiosidade da época. Entre os séculos XV e XVI, a Índia era o maior centro de distribuição de especiarias. As transações comerciais eram feitas por via marítima, a rota das índias pelo Mediterrâneo. As rotas comerciais estavam muito além do que imaginavam. Foi considerada uma revolução gastronômica, um intercâmbio de especiarias, condimentos e variedades de alimentos e sabores, até então desconhecidos em outros continentes. Idade Moderna Foi durante a Idade Moderna que o uso dos talheres se propagou. Os talheres eram vistos como objetos de uso pessoal e eram levados no bolso para festas. Outro fato importante é substituição do forno a lenha pelo surgimento e utilização dos fogões, o que possibilitou novas descobertas, tanto na forma de comer como nas técnicas de preparo dos alimentos. A Revolução Industrial foi responsável pela mais drástica alteração no perfil dos ácidos graxos consumidos pela humanidade. Houve aumento do consumo de óleos e gorduras, por meio de frituras. A Revolução Industrial modificou os comportamentos sociais e os hábitos alimentares. As mulheres começaram a fazer parte do mercado de trabalho. Mercantilismo, êxodo rural, aglomeração em centros urbanos e problemas de abastecimento acarretaram o empobrecimento das classes operárias. Na Idade Contemporânea – século XIX (Revolução Industrial) – a agricultura passa a ter fins comerciais. Idade Contemporânea Até o século XX, muitas descobertas técnico-científicas importantes levaram ao progresso e modificação dos costumes alimentares: o aparecimento de novos produtos; a renovação de técnicas agrícolas e industriais; as descobertas sobre fermentação e produção de vinho e cerveja; produção do leite e do queijo em escala industrial;os avanços no cultivo de plantas e criação de animais; a mecanização agrícola; o desenvolvimento dos processos técnicos para conservação de alimentos. Em pleno século XX, a Idade Moderna é caracterizada pelo fortalecimento dos restaurantes pela popularização da Gastronomia e pelo surgimento da Nutrição. Neste século foi consolidada a indústria das conservas, congelados, aumento de alimentos industrializados e a era do “fast-food”. Estes fenômenos exemplificam o significado das alterações mais recentes nos padrões alimentares dos países desenvolvidos, causados pelo crescimento da grande indústria no espaço das cozinhas, melhor dizendo, substituindo esse espaço pelos drive-thrus, pela alimentação rápida, rica em gorduras e açúcares. A história da alimentação trata-se de hábitos cultivados durante anos, séculos e milênios, aos quais pequenas mudanças e introduções são determinantes, traçando o que conhecemos hoje por hábitos alimentares. As mudanças nos hábitos alimentares estão associadas, entre outros fatores, com o sistema de desenvolvimento da distribuição e da produção de gêneros alimentícios e com o fenômeno da urbanização, influenciando o estilo de vida e a saúde da população. Uma discussão importante no campo da alimentação na atualidade são os alimentos transgênicos e orgânicos. Os organismos transgênicos são aqueles cujo genoma foi modificado com o objetivo de atribuir- lhes nova característica ou alterar alguma característica já existente, através da inserção ou eliminação de um ou mais genes por técnicas de engenharia genética. Os alimentos orgânicos são aqueles provenientes de um sistema de produção de alimentos, processamento e embalagem baseada em técnicas que dispensam o uso de insumos como pesticidas sintéticos, fertilizantes químicos, medicamentos veterinários, organismos geneticamente modificados, conservantes, aditivos e irradiação. Modernidade A modernidade foi um período caracterizado pela Revolução Industrial e tecnológica, no qual o alimento tornou-se abundante e disponível, modificando o padrão de consumo alimentar. Duas tendências se desenvolvem no escopo de obter alimentos para o futuro. A primeira, tradicionalista, se baseia em produtos primários e, concede prioridade absoluta à agricultura, recomendando a contenção ou parada na industrialização. Uma segunda tendência que se encaminha para fórmulas industrializadas: alimentos "de conveniência"; alimentos "desenhados"; alimentos sintéticos; proteína texturizada a partir de oleaginosas ou produtos de cereais processados e apresentados em formas variadas; concentrados ou isolados; extrusão; filamentos para confecção de alimentos não convencionais; além dos tão discutidos alimentos transgênicos e funcionais. Nunca se falou tanto em sustentabilidade como nas duas últimas décadas. É fundamental a compreensão da importância de conservarmos os recursos naturais e a adoção de hábitos que respeitem a capacidade de produção e renovação do nosso planeta. São condições essenciais para garantirmos mais vida para todos que habitam o Planeta Terra e para as futuras gerações. É importante lembrar que a preservação ambiental e a sustentabilidade só terão sentido se oferecerem condições básicas de vida para os que estão inseridos neste contexto ambiental
Compartilhar