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GESTÃO DA TECNOLOGIA UNIDADE 1 AULA 1: Conhecimento, Ciência e Tecnologia Nesta aula, contextualizaremos o papel da ciência da informação no processo de produção do conhecimento organizacional para a geração de inovações. O conhecimento é gerado por meio de um processo de investigação contínua. Diante de um cenário de imensa complexidade, tanto no mundo corporativo como na sociedade em geral, surgem fenômenos econômicos e sociais de alcance mundial, a exemplo da globalização da economia e da generalização do uso da tecnologia, as quais se tornam responsáveis pela reestruturação do ambiente e do modo de vida. O simples “saber muito” sobre algo não proporciona, por si só, maior poder de competição para uma organização, mas, ao ser aliado a uma gestão, faz uma grande diferença. Para se obter resultados, faz-se necessário desenhar estratégias de implantação e compreender que o conhecimento não é simplesmente uma moda ou uma ferramenta de gestão, mas sim uma filosofia. Um excelente planejamento terá uma eficaz gestão na organização. Porém, não é nada fácil a execução, pois, se a mensagem não for bem transmitida, os envolvidos não compreenderão sua importância e vão acreditar que a partilha de seu conhecimento significa perder a propriedade intelectual de suas ideias, assim como dos métodos e dos processos. Importante entender que o conhecimento é um exercício de reflexão. É uma informação que mudou algo ou alguém, instigando uma ação que torna o indivíduo ou uma instituição mais eficiente. Conforme Sveiby (1998, p. 3): “Conhecimento não é mais uma moda de eficiência operacional, e sim faz parte da estratégia empresarial.” No conhecimento, temos dois elementos básicos: o sujeito e o objeto. O sujeito é o homem, o ser racional que quer conhecer. Já o objeto é a realidade com que coexistimos. O homem só se torna objeto do conhecimento perante um sujeito que queira conhecê-la. O próprio homem pode ser objeto do conhecimento humano. Não abandones a sabedoria, e ela te guardará; ama-a e ela te dará segurança. (Salomão) Segundo Paul (2005), o conhecimento é aquilo que se admite a partir da captação sensitiva, sendo assim acumulável para a mente humana. No entanto, é impossível falar em conhecimento sem saber diferenciar o “dado” da “informação”. Ambos são o alicerce para a construção do conhecimento. Sem dados e informações, isso seria impossível. A princípio, é de se imaginar que tudo tem o mesmo significado, pensar que os conceitos são os mesmos, mas, na verdade, existe uma diferença. DADO: Dependendo do contexto no qual está sendo utilizado, pode ter significados distintos. Para uma organização, é o registro estruturado de transações. Porém, de uma forma geral, pode ser definido como um conjunto de fatos distintos e objetivos, relativos a eventos. Os dados têm uma grande importância, não por si só, mas porque compõem a matéria-prima essencial para a criação da informação. INFORMAÇÃO: é o ato ou efeito de informar, ou seja, o ato de tomar conhecimento, de inteirar- se ou instruir-se sobre algo. É um fluxo de mensagens, um produto capaz de gerar conhecimento. Atinge o conhecimento de tal forma que é capaz de acrescentar-lhe algo ou reestruturá-lo. O conhecimento deriva da informação, assim como esta, dos dados. Não existe simplicidade, mas uma mistura de elementos, sendo assim difícil de ser colocado em palavras ou de ser plenamente entendido em termos lógicos. Na atualidade, o crescimento científico vem se tornando uma importante ferramenta para a aquisição de conhecimentos específicos bem-estruturados e de uma ampla visão dos processos relacionados à produção científica e tecnológica. Nesse sentido, a ciência refere-se a qualquer conhecimento ou prática sistêmica, ou seja, ciência refere-se ao sistema de adquirir conhecimento com base no método científico, bem como ao corpo organizado de conhecimento conseguido por meio de pesquisas. Ciência, do latim scientia, significa sabedoria, conhecimento. A ciência, segundo Virella (2007), é o esforço para descobrir e aumentar o conhecimento humano de como o universo funciona. Refere-se tanto à investigação como a estudos racionais do Universo, direcionados à descoberta de verdades compulsoriamente atreladas e restritas à Realidade Universal. Tal estudo ou investigação é metódico e compulsoriamente realizado em acordo com o método científico, que nada mais é que um processo de avaliar o conhecimento empírico; corpo organizado de conhecimentos adquiridos por tais estudos e pesquisas. A ciência é o conhecimento ou um sistema de conhecimentos que abarca as leis mais gerais e abrangentes possíveis, bem como a aplicação das leis científicas derivadas; ambas especificamente obtidas e testadas por meio do método científico. Nesses termos, a ciência é bem distinta de cientista, podendo ser definida como o conjunto que encerra em si o corpo sistematizado e cronologicamente organizado de todas as teorias científicas. Da definição, segue que um cientista é um elemento essencial à ciência, e, como qualquer ser humano, dotado de um cérebro imaginativo que implica sentimentos e emoções. O cientista certamente também tem suas crenças — convicções que vão além da realidade tangível —, podendo esse até mesmo ser, não raramente ou obstante, um teísta ou religioso convicto. Ao definir ciência e cientista, é relevante ressaltar que a definição de ciência exige expressamente que o cientista saiba manter tais crenças longe de seus artigos científicos e das teorias científicas com as quais esteja trabalhando, portanto, constituindo esses dois elementos — ciência e cientista — por definições certamente muito distintas. A tecnologia é o nível de conhecimento científico, matemático e técnico de uma determinada cultura. Refere-se a “técnica, arte ou ofício” e estudo, ou seja, é um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e a aplicação desse conhecimento por meio de sua transformação no uso de ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento. Dependendo do contexto, a tecnologia pode ser: • Técnicas, conhecimentos, métodos, materiais, ferramentas e processos usados para resolver problemas ou ao menos facilitar a solução desses problemas. • Um método ou processo de construção e trabalho. • A aplicação de recursos para a resolução de problemas. O termo tecnologia também pode ser usado para descrever o nível de conhecimento científico, matemático e técnico de uma determinada cultura. Na economia, a tecnologia é o estado atual de nosso conhecimento de como combinar recursos para produzir produtos desejados (e nosso conhecimento do que pode ser produzido), os recursos e como utilizá-los, para se atingir um determinado objetivo, para se fazer algo, que pode ser a solução ou minimização de um problema ou a geração de uma oportunidade, por exemplo. A tecnologia é, de uma forma geral, o encontro entre ciência e tecnologia. Frequentemente, a tecnologia entra em conflito com algumas questões naturais de nossa sociedade, como o desemprego, a poluição e outras muitas questões ecológicas, assim como filosóficas e sociológicas, já que a tecnologia pode ser vista como uma atividade que forma ou modifica a cultura. A principal vantagem é refletida na produção industrial: a tecnologia torna a produção mais rápida e maior e, sendo assim, o resultado final é um produto mais barato e com mais qualidade. As desvantagens que a tecnologia traz são de tal forma preocupantes que quase superam as vantagens, uma delas é a poluição que, se não for controlada a tempo, evolui para um quadro irreversível. Outra desvantagem é quanto ao desemprego gerado pelo uso intensivo das máquinas na indústria, na agricultura e no comércio. A definição clara de tecnologia que pode ser dada ou implementada é quanto à maneira como se faz determinado objeto ou produto, que muitas pessoasconfundem com o progresso da técnica, com a mudança tecnológica. É importante ressaltar que progresso tecnológico significa melhoramento da técnica, pois a diferença da indústria antiga e defasada frente a uma indústria moderna é simplesmente o progresso tecnológico, que melhora a qualidade do produto e proporciona melhores condições de competição mercadológica. A questão da tecnologia envolve uma estrutura econômica industrial que pode ser analisada pelo ponto de vista estático ou dinâmico. O progresso tecnológico está correlacionado com uma porcentagem muito alta com os melhoramentos processados nas técnicas, caracterizado como tarefa inerente do Engenheiro, seja qual for a área de atuação. AULA 2: Pesquisa e Desenvolvimento O termo Pesquisa e Desenvolvimento − P&D, ou Investigação e Desenvolvimento − I&D, tem um significado comercial importante que é independente da associação tradicional com pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Em geral, atividades de P&D são conduzidas por unidades especializadas ou centros de pesquisa de empresas, universidades ou agências do Estado. O mercado atual está cada vez mais competitivo, e as empresas precisam oferecer o melhor produto com o menor preço possível. Diante disso, setores de P&D são cruciais para a evolução de uma companhia. Os profissionais envolvidos nessa área estão sempre trabalhando para o lançamento de novidades ou melhorando materiais já existentes. No âmbito comercial, “Pesquisa e Desenvolvimento” normalmente se refere a atividades de longo prazo e/ou orientadas ao futuro, usando técnicas similares ao método científico sem que haja resultados predeterminados, mas com previsões gerais de algum benefício comercial. Estatísticas de organizações voltadas para P&D podem expressar o estado de uma indústria, o grau de competitividade ou a taxa de progresso científico. Algumas medidas comuns incluem: • Valor do investimento em pesquisa. • Número de patentes. • Número de publicações dos funcionários. Valores financeiros são boas medidas, pois são continuamente atualizados, podendo ser públicos, e refletem riscos. Nos Estados Unidos, o valor médio destinado a P&D no setor industrial é de 3,5%das receitas. Empresas de alta tecnologia, como uma fabricante de computadores, em geral gastam 7%. Uma determinada empresa de biotecnologia está no topo da lista, investindo 43,4% das receitas em P&D. P&D é a base da inovação. Para que uma empresa tenha um indicador de um espírito industrial excitante e empreendedor, tem que haver um grande investimento em P&D. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, destacam-se os países que mais gastam nesse importante processo do crescimento econômico, que atinge três atividades: pesquisa básica, pesquisa aplicada e desenvolvimento experimental. No mundo, vemos que Israel e Coreia são os maiores investidores em P&D, com 4,21% e 4,15% do PIB, respectivamente. Japão, Finlândia e Suécia completam os cinco maiores investidores mundiais de P&D. Empresas que investem em P&D conseguem alavancar suas vendas, pois o destaque no mercado é garantido perante o direito de exclusividade sobre o design, que asseguram que o inventor e o inovador tenham aproveitamento econômico sobre sua criação. Porém, a quais setores se aplica P&D? Ao pensar em P&D, uma das primeiras imagens que vêm a nossa mente é a de um cientista no laboratório, com tubos de ensaio borbulhando e fórmulas no quadro de giz. Não descartando o setor das ciências biológicas e químicas, que tem sido um carro-chefe para a inovação nos dias atuais, devemos destacar o setor da informática e do desenvolvimento da tecnologia da informação, que é um dos que mais rendem lucros a seus investidores, tendo como exemplo a Microsoft e a Apple. É obvio que existem mais setores que podem se beneficiar nos mais variados nichos. Até mesmo processos produtivos e de gestão podem passar por transformações inovadoras, tendo apenas que estudar e aprimorar esses processos no cotidiano de sua empresa. Entre projetos P&D propostos, a empresa precisa selecionar aqueles em que vai realizar investimentos. Existem “propostas de planos ou programas”, que visam analisar e selecionar projetos de P&D. Muitos gerentes de P&D não acreditam que os métodos disponíveis para a seleção de projetos melhorem a qualidade de suas decisões. Algumas das fraquezas identificadas em métodos de seleção de projetos são o tratamento inadequado de múltiplos critérios, às vezes independentes, o tratamento inadequado do risco e da incerteza, a dificuldade em reconhecer e tratar aspectos não monetários, e a percepção, por parte dos gerentes de P&D, de que os modelos são desnecessariamente difíceis de entender e utilizar. Um dos modelos de apoio à decisão mais utilizado é o Analytic Hierarchy Process – AHP, para o processo de seleção de projetos de P&D, independentemente do ramo de atividade da empresa. Algumas empresas que investem maciçamente em tecnologia investem alto para aplicação do método fuzzy para tomada de decisão acerca da seleção de projetos de P&D. A análise dos projetos à luz da estratégia da empresa facilita sua efetiva implantação, conduz a uma reflexão sobre a estratégia e possibilita que universidades e centros de pesquisa alinhem suas propostas a ela. Embora o método AHP seja um dos mais utilizados, ele apresenta a limitação de trabalhar muito bem com um número de variáveis/alternativas não superior a cinco. Caso haja a necessidade de um número muito grande de opções para escolha/seleção, empresas utilizam o método fuzzy, denominado “Coppe Cosenza”. Na área de Produção, investimentos maciços ocorrem quando a palavra é inovação tecnológica. Muitas vezes, a inovação da tecnologia não pode ser simplesmente comprada ou locada. Em alguns casos, aparece por meio de Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento. Grupos de estudos especializados são alocados para o setor de P&D com o intuito de produzir novas tecnologias, ou seja, inovação tecnológica acerca do setor produtivo industrial. Um departamento de P&D ativo é de suma importância para uma empresa, de forma a garantir a competitividade de um fabricante, fornecendo produtos em constante evolução. É importante notar que desprezar sua relevância é dar uma chance aos concorrentes de superá- lo. As atividades são estruturadas por meio de projetos, cujos resultados são concebidos para atender às necessidades estabelecidas. Diante do cenário, são encontradas informações importantes relacionadas à legislação e ao regulamento da área de P&D, bem como do programa e dos projetos de P&D. AULA 3: Inovação e Sistemas de Gestão da Tecnologia A tecnologia existe de forma expansiva nos dias atuais, em que a inovação é a arte de aplicar, em condições novas, em um contexto concreto com um objetivo preciso, as ciências, as técnicas e tudo de mais novo que existir no mercado. A inovação pode se dar pelo emprego de uma tecnologia totalmente nova para a empresa e para o mercado, como também pela introdução de tecnologia utilizada em outro campo de atividade, porém, nova no campo de atuação da empresa. Ao longo da história humana, houve sempre transformações devido a grandes avanços tecnológicos. Algumas inovações orientaram pensamentos, direcionaram tecnologias, mudaram culturas e transformaram o mundo. De uma maneira bem simples, podemos definir que inovação significa fazer algo novo. É mudar a forma de pensar, agir e trabalhar, percebendo e identificando certas oportunidades de negócio ou de melhoria para algo que já esteja em andamento. A inovação envolve fatores como criação, processos de atividades, aperfeiçoamentos, desenvolvimento e gerenciamento relacionados a novos produtos ou serviços. A finalidade é gerar impactos diretos na empresa ou em seus procedimentos, ao ter ganhos de eficiência e produtividade. A palavra “inovação” deriva do latiminnovare, que relaciona o ato de inovar ao ato de fazer algo novo. Pode-se perceber que a palavra inovação está relacionada com maior frequência à questão da produção de novos produtos ou processos intensivos em conhecimento. Essa dimensão guarda relação com os desenvolvimentos científicos e tecnológicos, fator principal do uso do termo Ciência, Tecnologia e Inovação − CT&I, tendo a descrição dos principais elementos que caracterizam o processo dinâmico que está impactando profundamente a economia, a sociedade e o meio ambiente. Um dos fatores associados como mais importantes ao termo inovação é a mudança no nome do Ministério da Ciência e Tecnologia − MCT, que foi fundado em 1985. A partir de agosto de 2011, passou a se chamar Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação − MCTI, sendo sugerido pelo próprio Presidente da República. A inovação tecnológica é tida como essencial nas estratégias de diferenciação, competitividade e crescimento em um número cada vez maior de negócios. As empresas têm buscado diferenciações que sejam capazes de produzir produtos e serviços para o mercado que gerem vantagens competitivas sustentáveis em relação a seus competidores. Na realidade empresarial, de forma enfática, há a extrema necessidade de se manter no mercado fazendo diferente. É preciso otimizar o processo, pois, assim, é possível encontrar uma solução para determinado problema que possa ser aplicada de maneira mais eficiente e com o melhor desempenho. Isso é inovar! É importante salientar que dificuldades surgirão diante de uma situação de mudança, principalmente no que diz respeito à resistência das pessoas ao processo. Para isso, se faz necessário que o profissional persista e não desista, para que a inovação aconteça e seja colocada em prática, proporcionando benefícios para a organização. Pessoas com o hábito da máquina datilográfica, por exemplo, sempre resistirão a uma nova tecnologia apresentada. Inovar é romper paradigmas, quebrar barreiras e resistências. É preciso que a pessoa que quer romper barreiras seja um verdadeiro questionador, pois terá como grande responsabilidade empreender possibilidades de melhorias para seu contexto profissional e pessoal. O espírito empreendedor e questionador comprova que barreiras serão encontradas, mas, com sabedoria, persistência e inteligência, proporcionará uma garantia maior de sucesso para o objetivo proposto. A inovação é movida pela habilidade de estabelecer relações, detectar oportunidades e tirar proveito das mesmas. (TIDD et al., 2008) A Gestão da Tecnologia complementa outras áreas técnicas, cujo foco é o conhecimento voltado à criação e à comercialização de novas tecnologias. O objetivo de desenvolvimento de novas tecnologias é o de sanar uma necessidade, substituindo assim a tecnologia antiga, pois se tornará obsoleta. Esse é um ciclo constante devido à dinâmica de o novo substituir o antecessor. Segundo Mattos (2005), a Gestão da Tecnologia e da Inovação implementada em uma empresa tem cinco papéis básicos a desempenhar: 1. Identificar as demandas tecnológicas internas e externas. 2. Identificar as ofertas tecnológicas internas e externas. 3. Fazer com que as ofertas existentes satisfaçam às demandas identificadas. 4. Fomentar interna ou externamente o desenvolvimento de ofertas para as demandas não atendidas. 5. Fomentar interna ou externamente demandas para ofertas que ainda não encontraram aplicações, mas que têm potencial de difusão. Em qualquer empresa, temos pessoas que estão inseridas em uma determinada função e exercendo um papel dentro da organização. Analisando cada situação, é necessário que se perceba identificar quais necessidades existem para que o capital humano tenha um perfil condizente com as responsabilidades que serão desempenhadas. É preciso entender que inovação não é algo que ocorre apenas em países desenvolvidos, classificados de primeiro mundo, e em indústrias de alta tecnologia. O processo inovativo ocorre a partir do momento em que a empresa domina e implementa o design e a produção de bens e serviços que sejam novos para ela, independentemente do fato de serem novos ou não para os seus concorrentes. A abstração com a inovação e o investimento em tecnologia pode traçar caminhos para a ruína tanto dos produtos como da organização. Isso pode ocorrer pelo fato de, enquanto uma empresa procura produzir aquilo que está dando certo, outras estão em constante desenvolvimento e pesquisas, superando com grande diferencial e custo de fabricação, incidindo no preço final. Transformar conhecimento em riqueza é o grande desafio contemporâneo para países em desenvolvimento ou, conforme a designação, emergentes, como o Brasil. ENCERRAMENTO UNIDADE 1 O que é Gestão da Tecnologia? A Gestão da Tecnologia vem a ser o conjunto de atividades, projetos e metodologias criados com recursos de computação ou não, com a finalidade de alinhar tecnologia às estratégias do negócio, com o foco na melhoria e otimização de processos e procedimentos, redução de custos e busca contínua de soluções para a empresa em que o profissional atua. Como se pode definir inovação? A inovação é a habilidade de transformar algo já existente em um recurso que gere riqueza. Consiste na busca deliberada e organizada de mudanças e na análise sistemática das oportunidades que tais mudanças podem oferecer para a inovação econômica ou social. O que é Inovação Tecnológica? A inovação tecnológica pode ser entendida como a introdução de produtos/serviços ou processos produtivos tecnologicamente novos e melhorias significativas em produtos e processos existentes. Nesta unidade você estudou que a inovação se refere àquela mudança que introduz alguma novidade. Ao inovar, aplica-se novas ideias, produtos, conceitos, serviços e práticas a uma determinada questão, atividade ou negócio, com a intenção de serem úteis para o incremento da produtividade. Para que ocorra essa inovação, são necessárias novas ideias, que costumam ter origem em: investigação, conhecimento, desenvolvimento, concorrência, clientes, empregado, enfim, todas essas origens podem ser convertidas em algum momento em provedores de novas ideias, gerando as entradas para o processo de inovação. À medida que se tem a inovação na empresa, esta gera mais lucro, criando assim novas oportunidades. A organização cresce e os funcionários ganham, pois os recursos são ampliados. A tecnologia está cada vez mais presente no dia a dia da grande maioria dos profissionais que interagem em ambientes organizacionais. Com isso, métodos e ferramentas são desenvolvidos para o processo de gestão da tecnologia, visando administrar de forma segura as informações, bem como planejar e organizar o uso de cada uma de maneira inteligente, garantindo a competitividade às organizações. UNIDADE 2 AULA 1: Visão detalhada de projetos de P&D, aplicabilidade e seleção de projetos Os programas de pesquisa e desenvolvimento – P&D têm se intensificado tanto nas empresas como na área científica, visando à geração de novos processos ou produtos, ou o evidente aprimoramento de suas características, mediante a execução de programas de P&D próprios ou contratados junto a instituições de P&D, gerenciados pela organização por meio de uma estrutura permanente de gestão tecnológica. A gestão tecnológica, por sua vez, é a administração do desenvolvimento de um conjunto de habilidades, mecanismos e instrumentos organizacionais, compreendendo aspectos estratégicos, gerenciais, tecnológicos, de estruturas e de serviços suficientes para a sustentação da capacidade de gerar, introduzir e aprimorar inovações tecnológicas de fornecimento da empresa, de processos operacionais e de gestão, de modo sistemático e contínuo, com o intuito de maximizar a competitividade da empresa. Segundo Jung (2004, p. 142), P&D é a junção da pesquisa e do desenvolvimento, considerando-seque a pesquisa “é utilizada como ferramenta para a descoberta de novos conhecimentos”, enquanto desenvolvimento refere-se à “aplicação através do processo de novos conhecimentos para se obter resultados práticos”. A P&D almeja a inovação tecnológica, segundo Govindarajan e Trimble (2006), ao utilizar-se das tecnologias disponíveis. Sua importância é tão grande que a inovação passa a ter importância estratégica. Devido a sua grande importância, a P&D abrange diversas atividades organizacionais e pode, comparada a sua sigla, ser enquadrada em duas vertentes: a pesquisa e o desenvolvimento. Podemos ter a pesquisa básica e a pesquisa aplicada. E o desenvolvimento pode ser ordenado em quatro tipos de atividade: desenvolvimento de novo produto, adaptação e extensão do produto, engenharia de apoio ao produto e engenharia de processo (KHUARANA, 2006, p. 49). PESQUISA: Básica Aplicada DESENVOLVIMENTO: Desenvolvimento de novo produto Adaptação e extensão do produto Engenharia de apoio ao produto Engenharia de processo Heldman (2006, p. 3) fala a respeito da visão da elaboração progressiva e afirma que as características de um projeto são definidas de forma bastante ampla no começo do projeto e, no decorrer deste, vão sendo detalhadas por intermédio de um refinamento contínuo. Os projetos têm sua conclusão quando as metas definidas para eles forem atingidas ou quando houver a decisão da invisibilidade do projeto, principalmente ao ser notório que os objetivos outrora estabelecidos não podem ser atingidos, ou, ainda, quando o projeto não for mais necessário, havendo a necessidade de encerrar o projeto executado. Diante das informações, entende-se que o ciclo de vida de um projeto, com início e fim determinados, pode ser adequado conforme os aspectos de cada organização. É importante salientar que projetos de P&D são investimentos que requerem riscos e longa evolução: após passar o processo de evolução é que se pode determinar a aplicação. Nesse cenário, surgem novos riscos de teor comercial e econômico. Para a seleção de projetos, têm-se diferentes etapas de decisão, para que projetos que agreguem valor às organizações sejam selecionados e priorizados. A tomada de decisão envolve questões básicas sobre o que deve ser feito, quando, como, onde e por quem. Para que se tenha uma seleção de projetos com êxito, é possível observar, com base em levantamentos de estudos, alguns destaques no que se refere à gestão de projetos de P&D: escopo, atividades, recursos e cronograma. Escopo: Em grande parte dos casos, o projeto de P&D não tem o resultado conhecido, pelo fato de a pesquisa realizada ser, em geral, todo o esforço que se tem a fim de avaliar uma hipótese. Nalin (2015) destaca que “o primeiro desafio de um projeto de pesquisa é a definição do escopo, especialmente o produto do projeto”. Atividades: É imprescindível o detalhamento das atividades quando a definição do escopo é feita corretamente, no qual a metodologia a ser adotada deve ser definida de forma clara, e todo o esforço necessário para testar a hipótese deve ser organizado detalhadamente na estrutura analítica do projeto. Recursos: Recursos humanos especializados, equipamentos, serviços, suprimentos, commodities, materiais, orçamentos e fundos. É interessante perceber dois processos: a estimativa de custos e a estimativa dos recursos das atividades. Um aborda os recursos financeiros para concluir as atividades de um projeto, e o outro trata os tipos e quantidades de materiais, pessoas, equipamentos ou suprimentos que serão necessários para a realização das atividades. Cronograma: Nada mais é do que o planejamento de datas para realizar as atividades e atingir a conclusão do projeto. É de suma importância essa etapa, pelo fato de se ter o gerenciamento da execução do projeto. Para ser elaborado, sugere-se que sejam utilizados métodos manuais ou softwares de gerenciamento de projetos. Portanto, para quantificar o resultado obtido das atividades de P&D, as economias de mercado usufruem da metodologia custo/benefício. Em projetos em que não é possível quantificar os resultados, utilizam-se metodologias qualitativas. A P&D tem se mostrado não somente um fator preponderante de geração de vantagem competitiva para as empresas, mas também uma ação para promover tais vantagens de forma duradoura, trazendo sobrevivência no mercado. Um fator a ser destacado é que a atividade P&D, independentemente de qualquer situação relacionada ao alcance dos objetivos projetados, desenvolve aprendizado e capacitações nos indivíduos envolvidos em sua preparação. Os objetivos da atividade de P&D ultrapassam, portanto, a inovação em si. AULA 2: Como fazer a priorização de projetos de P&D Para se obter êxito em um projeto de P&D, é importante notar dois fatores básicos: a natureza dos produtos quanto à criatividade científica e à inovação tecnológica e a sua potencialidade aplicativa. São altamente desejáveis essas qualidades, com a descoberta e o seu uso prático mais ou menos imediato. É interessante ter uma equipe de P&D associada ao projeto, com todas as exigências e titulações, que possa garantir que as atividades sejam executadas com máxima perspectiva de êxito. Não se pode esquecer que o projeto P&D precisa de um líder, pois, com a sua ausência, o projeto fica órfão, correndo o risco de não ser encarado com entusiasmo e a devida seriedade pela alta gerência, pois não será defendido contra outros projetos que disputam os mesmos recursos. Uma não motivação por parte do líder do projeto resulta em uma equipe sem motivação, fazendo com que o projeto tenha dificuldades em ser selecionado e, posteriormente, executado. Para iniciar o projeto, é importante a verificação das habilidades requeridas da equipe para a execução do projeto, tendo as disciplinas científicas, mas, também, os técnicos de laboratório, programadores e todos os demais profissionais necessários à obtenção do êxito do projeto. Os projetos precisam ser notados com a iniciativa da estratégia de longo prazo da empresa, e não isoladamente. Obviamente, aqueles que tiverem alto risco, em contrapartida, têm mais amplo leque de possíveis resultados se comparados aos projetos de baixo risco. Por exemplo, se um projeto de alto risco tiver êxito, seus resultados serão maiores e mais expressivos que os de um projeto de baixo risco. É interessante perceber que nem sempre os projetos de maior risco apresentam sempre os melhores resultados em caso de sucesso. Para isso, nos casos em que isso se confirma, vale a pena assumir os riscos em função do posicionamento estratégico potencial de longo prazo. Dois aspectos de priorização são altamente necessários: • Avaliação da facilidade de o projeto ser colocado em prática. • Interesse dos avaliadores em executá-lo. A probabilidade de um projeto representa o grau de facilidade com que o projeto em questão se torna realidade, ou seja, se ele obtém resultados para a empresa. São fundamentais para a execução dos projetos aspectos de risco tecnológico, tempo e investimento. O interesse tem como base critérios mais ligados à estratégia, ou à conjuntura financeira da empresa, como podemos ver a seguir: • Aderência à estratégia da empresa. • Nível de receita a ser gerada pelo projeto. • Efeito do projeto em mercados ainda não atendidos. Quaisquer outros critérios são válidos nesse processo, desde que expressem o interesse que a empresa possa ter na execução de determinado projeto, sem questionar o mérito de o projeto ser ou não executável. O processo de priorização de projetos é definido como plano de projeto agregado. O percurso realizado desde o surgimentoaté a concretização do projeto compõe o modelo analítico conhecido como “funil do desenvolvimento”, fornecendo, assim, um modelo didático da importância da seleção e priorização dos projetos, uma vez que nem todas as propostas de projetos são adequadas às necessidades da empresa e à disponibilidade de recursos. Com o modelo do funil do desenvolvimento, notamos três fases distintas, separadas por dois momentos que indicam os estágios de avaliação e seleção das propostas de projetos, que, então, dão início à segunda etapa do funil. Vejamos as três fases: 1. É a porta de entrada para as propostas de projetos, que podem surgir das mais diversas fontes, como clientes, fornecedores, empregados, parcerias, entre outras. 2. Os projetos selecionados sofrem alguns ajustes, podendo ser remodelados ou agrupados conforme o plano agregado e objetivos estratégicos da organização. 3. Ocorre o desenvolvimento dos projetos selecionados e priorizados. Nesse caso, há um acompanhamento se a execução está de acordo com o que foi previsto, com possibilidades de ajustes e até cancelamentos de alguns projetos. Para a obtenção de um maior sucesso na priorização de projetos, faz-se necessária a revisão dos projetos inúmeras vezes durante a sua execução, e, em cada revisão, deve ser discutida a sua continuidade ou não. Durante essa fase, é possível que alguns projetos sejam superados, mesmo não atingindo o resultado esperado, e outros sejam cancelados, mesmo estando dentro do previsto, por questões estratégicas da organização. Conforme Cooper et. al. (1998), nessa etapa, alguns projetos existentes podem ser acelerados e receber recursos de outros projetos cancelados ou considerados como não prioritários. Perdas de competitividade estão presentes nas empresas, por não enfatizarem o processo de revisão de portfólio, estando limitadas a pequenas variações e correções em determinados pontos do projeto. A gestão de portfólio exige um monitoramento regular da carteira de projetos, cuja periodicidade varia de organização para organização. Revisões periódicas se fazem necessárias e essenciais, pois elas devem ser guiadas pelas mudanças no direcionamento estratégico de corporação. AULA 3: Avaliação de projetos de P&D visando à aplicabilidade em produtos x mercado Ao longo da história, o conhecimento em projetos tem sido utilizado há anos e anos. Em diversos momentos da humanidade, vemos realizações que evidenciam a utilização de conhecimentos específicos em projetos. Com a Revolução Industrial, o homem precisou de avanços nas formas de gerenciamento, devido ao cenário de complexidade. O raciocínio científico influenciou a gestão de projetos, com estudos detalhados das operações do trabalho e metodologias, melhorando o controle e a tomada de decisões empresariais. Existem projetos comuns hoje em dia, como a construção de um imóvel ou a implantação de um sistema, porém os projetos de P&D possuem características diferentes, com um grau de incerteza, em que se percebem resultados que serão atingidos; consequentemente, há um risco maior nesse tipo de projeto. Na contemporaneidade, com o nível de complexidade dos sistemas, é impossível compreender a ciência e seus avanços com abordagens disciplinares, pelo simples fato de o conhecimento humano ser de natureza multidisciplinar. O desenvolvimento tecnológico tem por principal característica multidisciplinar a busca pela aplicação do produto ou serviço desenvolvido no mercado — lembrando que os projetos de P&D são caracterizados pelo seu alto grau de incerteza, tendo como um indicativo o fato de que o método ágil poderia ser aplicado nesses projetos para obter melhores resultados. Quando se pensa no futuro e nas inovações nos projetos de pesquisa conduzidos pelos órgãos, sejam eles públicos ou privados, eles estão diretamente ligados ao fator crítico da política do setor de P&D existente. Isso se deve ao fato de que a sociedade, a partir do momento em que avança, sofre mudanças, que são exigidas nos mecanismos de gestão, para que se possa atender às necessidades desta sociedade e contribuir para a melhoria da qualidade de vida, com a busca de desenvolvimento de produtos e serviços de alto valor agregado. Principalmente no que concerne às instituições públicas de pesquisa, recai sobre estas uma grande responsabilidade, por elas terem um papel de grande importância, pois elas foram criadas exatamente com o intuito de prover soluções inovadoras que contribuam para o desenvolvimento da nação. Pensar em um poderoso instrumento de transformação e desenvolvimento dentro das organizações é falar em gerenciamento de projetos. Das características existentes da gestão de projetos, é importante destacar: • A simplicidade e a clareza de propósito e escopo. • Facilidade de medição, motivação e moral da equipe. • Controle independente. • Flexibilidade de emprego. • Sensibilidade ao estilo de administração e liderança. • Discrição. • Utilidade ao desenvolvimento individual. • Descrição. • Segurança e mobilidade. Projetos de pesquisa têm que estar intimamente ligados à multidisciplinaridade, com foco na aplicação de produto ou serviço desenvolvido para o mercado. A multidisciplinaridade, que nada mais é que a diversidade de especialidades profissionais necessárias para a realização dos projetos, o quantitativo de pessoas envolvidas e as instalações físicas necessárias, entre outros fatores, são primordiais, denotando a complexidade desses projetos e apontando para a necessidade de um assíduo acompanhamento e controle das atividades. Nesse âmbito, a metodologia de gerenciamento de projetos tornou-se um importante instrumento para organizar a condução dos projetos de P&D e conduzi-los aos resultados esperados. Contudo, é interessante notar as particularidades de um projeto de P&D, que envolve a concepção da ideia ou pesquisa básica, a avaliação de viabilidade, o financiamento, a aquisição ou fabricação de tecnologias, o desenvolvimento do produto, entre outros fatores. Nesse processo, uma gestão eficaz é fundamental para assegurar o sucesso da pesquisa desenvolvida. Na época atual, existem várias metodologias de gerenciamento de projetos disponíveis para aplicação. As melhores práticas em gestão de projetos são definidas internamente nas empresas, que devem estar sempre atentas ao que existe no mercado e ao que funcionou bem e pode ser repetido em outros projetos e com vários clientes. • A empresa Cemig possui um programa de P&D que visa incentivar a busca constante por inovações por meio de estudos e projetos, bem como a seleção e consolidação de parcerias para sua execução. Como mais de 90% da energia produzida pela Cemig é por meio de usinas hidrelétricas, que utilizam água, um recurso sensível às variações climáticas, vulnerável às consequências da exploração de outros recursos naturais, como os solos e minerais, e bastante impactado pelas ações antrópicas, a gestão desse recurso é um tema que merece foco e atenção. Nos últimos anos, a Cemig investiu quase R$ 500 milhões em programas de P&D. Por causa desse investimento, grande parte das inovações providas pelos projetos de P&D beneficia diretamente a sociedade — podemos citar o projeto do carro elétrico, o veículo aéreo não tripulado e a ampliação do uso de energia solar. Os ganhos são imensos e vão desde a realização de projetos com potencial maior de retorno e aplicabilidade até a melhoria no processo de gestão da tecnologia e do conhecimento. A Cemig, por exemplo, investe em pesquisa e tecnologia para a redução de riscos decorrentes de processos naturais como inundação ou escassez prolongada de água, além de planejar ações que garantam a disponibilidade hídrica com qualidade e quantidade para todos os usos. Para garantir a otimização da gestão tecnológica, a empresa implementou a gestão estratégica de tecnologia – GET, um sistema de formulação de estratégiastecnológicas alinhadas com as diretrizes empresariais, com o intuito de sempre buscar o uso das mais adequadas tecnologias, bem como respostas ágeis de alterações de cenários, preparando-se para as diversas mudanças em um mercado dinâmico e competitivo. Conforme visto, tão importante quanto utilizar uma metodologia de gestão de projetos é conhecer a natureza dos projetos de P&D e o edital nos quais estão inseridos. A grande diferença na pessoa envolvida com os projetos é encontrar o ponto ótimo da aplicação de uma metodologia que confie um detalhamento adequado ao projeto e utilizar a experiência adquirida no gerenciamento a fim de conseguir aprovação do projeto sem que este fique meses em análise, com risco de ser reprovado. Com a aprovação, a ideia é seguir o planejamento com métodos adequados e gerenciar as incertezas. ENCERRAMENTO UNIDADE 2 O que são projetos P&D? Projetos de P&D são projetos cujo objetivo é alocar adequadamente recursos humanos e financeiros em projetos que demonstrem a originalidade, a aplicabilidade, a relevância e a viabilidade econômica de produtos e serviços, nos processos e usos finais dos produtos. Quais os fatores de priorização dos projetos P&D? Os processos de priorização de projetos resultam da avaliação da facilidade de o projeto ser colocado em prática ou sua exequibilidade e do interesse dos avaliadores em executá-lo ou vê-lo executado. Qual a importância de um departamento de P&D? A presença de um departamento de P&D ativo é uma forma de garantir a competitividade de uma empresa, fornecendo produtos em constante evolução. Ignorar sua importância é dar chance aos concorrentes para superá-lo. Nesta unidade, você estudou que projetos de P&D são de suma importância para o crescimento e a competitividade de uma empresa ou organização. Ao desenvolver um projeto, é importante atentar para os detalhes de cada etapa, principalmente projetos de P&D. O setor de projetos de P&D, além de sua função de pesquisar e desenvolver novos produtos, tem o propósito de realizar levantamentos de viabilidade produtiva, econômica e humana de fabricar algo novo. Ao discutir a respeito de P&D, percebeu-se que é a junção da pesquisa e do desenvolvimento, considerando-se que a pesquisa é utilizada como ferramenta para a descoberta de novos conhecimentos, enquanto desenvolvimento refere-se à aplicação desses novos conhecimentos para obter resultados práticos. Com isso, a seleção e a priorização de projetos de P&D são fundamentais para o excelente desempenho e resultados, visando à inovação tecnológica de forma segura, bem como planejar e organizar o uso de cada uma de maneira inteligente, garantindo competitividade às organizações. UNIDADE 3 Inteligência Tecnológica AULA 1: Capitais do Conhecimento A nova era, conhecida por sociedade do conhecimento, está associada ao mundo moderno e suas constantes mudanças, em que o conhecimento é fonte de produção. Sendo assim, a economia da nova era não está mais ligada aos recursos naturais ou físicos, e sim a uma nova fonte de informações do conhecimento. Então, podemos defini-la como o produto de uma revolução científica e tecnológica sem precedentes na história. É importante destacar que essa nova sociedade será baseada no conhecimento de trabalhadores altamente qualificados. Isso mostra que o conhecimento já tem sido o recurso fundamental e diferenciador das organizações. Neste processo evolutivo, passamos da sociedade agrícola para a sociedade industrial, e da sociedade da informação para a era do conhecimento, a qual está baseada no conhecimento e em valores intangíveis que este conhecimento poderá trazer de retorno para as organizações. No final do século XX, o processo de industrialização expandiu-se por todo o mundo, principalmente nos países onde a mão de obra é barata e fornece um importante mercado para os produtos. Enquanto esses países passam por um desenvolvimento tardio, os países de primeiro mundo passam a ter e dominar o conhecimento como mola propulsora de seu próprio desenvolvimento. Com isso, surge o trabalhador do conhecimento (qualificado), que é mais flexível, hábil, inovador, criativo e empreendedor, cujo capital intelectual é fator de reprodução e desenvolvimento e, portanto, fator crítico de produção e sucesso das grandes e principais organizações. Nessa sociedade. o conhecimento passa a ser o diferencial de competitividade das organizações e de empregabilidade dos trabalhadores. O conhecimento é muito mais valioso e poderoso do que recursos naturais, grandes indústrias ou uma “gorda” conta bancária. As empresas que obtém êxito são aquelas que detêm as melhores informações e sabem controlá-las de forma mais eficaz. O capital do conhecimento é intocável, mais valioso do que ativos físicos ou financeiros, com um grande significado da soma do conhecimento de todos dentro da organização, garantindo assim uma vantagem competitiva. A receita da eficácia de ma organização nada mais é do que brainstorm, know-know, cooperação, treinamento, funcionários e clientes. No que se refere aos dias atuais, compramos e vendemos conhecimento, onde não temos simplesmente produtos e serviçose sim a inteligência, a capacidade mental utilizada para desenvolvê-los. A força muscular, o poder das máquinas e da eletricidade estão sendo constantemente substituídos pelo poder do cérebro. Segundo Fumio Kodama, “se os investimentos em P&D começarem a ultrapassar os investimentos em capital, pode-se dizer que a empresa está começando a deixar de ser um local onde se produz para se transformar em um local onde se pensa”. As empresas hoje têm dado importância no uso da tecnologia da informação como instrumento gerencial. O conhecimento é a base principal de valorização nas organizações de hoje. A grande dificuldade de empresas que desejam adotar este tipo de sistema é que, assim como na época industrial, as pessoas são vistas como custos e não como receitas. Constata-se, assim, que ao longo das décadas até os dias atuais, muito se fala sobre a informação e o conhecimento. Para uma melhor definição entre ambos, Nonaka e Takeuchi (NONAKA, et al 1997) correlacionam a informação e o conhecimento da seguinte forma: “a informação é um fluxo de mensagens, enquanto o conhecimento é criado por esse próprio fluxo de informação, ancorado nas crenças e compromissos de seu detentor.” Empresas que têm por objetivo alinhar e utilizar os conhecimentos existentes na organização, tendem a se destacarem e serem empresas de sucesso. Consequentemente, o conhecimento pode ser explícito ou adquirido (formal e sistêmico) ou tácito (condicionado a ações do indivíduo). O conhecimento explícito é adquirido principalmente pela educação formal e envolve conhecimento dos fatos. Esse tipo de conhecimento está relacionado à linguagem formal: documentos, manuais, afirmações, especificações, multimídia. Já o conhecimento tácito é produzido pela experiência da vida, incluindo elementos cognitivos e práticos, ou seja, o conhecimento que é adquirido por meio de experiências individuais, levando em consideração fatores intangíveis como crenças pessoais, ideias, valores, perspectivas. Esse tipo de conhecimento é dinâmico e somente pode ser acessado por meio de colaboração direta de comunicação com pessoas que detém o conhecimento. Nesse caso, esse tipo de conhecimento torna-se difícil, custoso e incerto dentro das empresas. AULA 2: Monitoramento tecnológico O monitoramento tecnológico — entendido como a atividade das organizações de adquirir informações sobre certa tecnologia — é a atividade que permite aos dirigentes formular e conhecer o contexto em que a empresa está inserida. Para que uma organização seja inovadora, é interessante que sejam realizados esforços constantes nos processos de planejamento e implementação de tecnologias, uma maneira de aumentar as chances de sucesso de seus produtos. Para que haja uma viabilização do desenvolvimento tecnológico,é fundamental que os pesquisadores estejam atentos às diversas etapas essenciais para a materialização do produto novo. Um desses quesitos é exatamente o monitoramento tecnológico, uma fase de grande importância para qualquer organização que pretende obter uma previsão de mercado, além de tomadas de decisão. Com o planejamento estratégico das organizações, a informação tecnológica tem sido importantíssima como ferramenta, auxiliando assim na tomada de decisão de organizações. Sendo assim, o estado da técnica tornou-se essencial para a tomada de decisões de instituições e empresas, principalmente com relação ao investimento em P&D de novas tecnologias. Diante dessa informação, percebe-se que o monitoramento tecnológico constitui-se em uma ferramenta importante, principalmente em mercados dinâmicos e globalizados, pois assegura ao pesquisador coletar, analisar e validar informações técnicas, de tal forma que faz acompanhar os avanços tecnológicos em nível mundial, identificar tendências futuras e analisar suas consequências para a tomada de decisão. As informações podem ser armazenadas, guardadas em uma diversidade de documentos, os quais são: periódicos indexados, banco de patentes, trabalhos apresentados em seminários e congressos, dissertações de mestrado, teses de doutorado, além de outras fontes de conhecimento a respeito da tecnologia estudada. As principais fontes de dados para a realização deste método são as de natureza técnica, como os pedidos de patentes, pois colaboram na identificação de mudanças tecnológicas e de inovação, úteis para a comparação e posterior monitoramento de tendências tecnológicas desenvolvidas por empresas e países. O mapa de citação é uma ferramenta que pode ser utilizada para a análise do monitoramento tecnológico. Por meio desses mapas de citação, podem ser verificadas categorias como as tendências atuais, bem como as próximas gerações de patentes. As citações podem variar de acordo com o título da publicação, a quantidade de países em que a patente foi depositada e o tempo de publicação. Destaca-se que uma das principais vantagens de adotar práticas de monitoramento tecnológico reside na possibilidade de conhecer oportunidades e ameaças que influem no desempenho e na sobrevivência organizacional, capacitando a empresa a formular estratégias competitivas congruentes com as condições ambientais enfrentadas. O monitoramento tecnológico precisa selecionar cuidadosamente um grande número de informações — aquelas informações com maior relevância — assim como deve funcionar como uma antena na identificação de novas oportunidades e sinais de mudança no ambiente. O monitoramento tecnológico é classificado como monitoramento ambiental. Monitoramento ambiental O monitoramento ambiental pode ser definido como um processo de coleta de dados, estudo e acompanhamento contínuo e sistemático das variáveis ambientais, visando identificar e avaliar, qualitativa e quantitativamente, as condições dos recursos naturais em um determinado momento, assim como as tendências ao longo do tempo. Para que sejam implantadas atividades de monitoramento ambiental, faz-se necessário o planejamento, que envolve: • Definição dos indicadores/parâmetros a serem avaliados. • Metodologia e meios a utilizar. • Local da amostragem ou coleta de dados. • Frequência da obtenção de dados. Os parâmetros e as condicionantes podem estar associados a uma temática ambiental, um conceito que define um conjunto de itens ligados ao mesmo aspecto ambiental, por exemplo: clima, emissões sonoras, qualidade do ar, qualidade das águas. Harper conceitua o monitoramento ambiental como o processo pelo qual uma organização coleta informações do ambiente que serão posteriormente utilizadas no processo de administração estratégica. (HARPER, et al, 1993) O autor defende que implantar um sistema de monitoramento efetivo exige não apenas estabelecer os procedimentos de coleta de informações relevantes e tempestivas, mas também deve envolver a disseminação destas informações para os devidos usuários. Esse é um processo basicamente mental, uma vez que se trata de obter informações relevantes e oportunas exigindo frequentes julgamentos em várias etapas do processo de monitoramento. Considerando que o valor da utilidade de uma dada informação só pode ser definido após seu real uso na tomada de decisão, o processo de monitoramento é concluído quando há recebimento do feedback das ações tomadas com o auxílio das informações fornecidas pelo processo de monitoramento. A literatura em administração da produção desenvolveu modelos e sistemas que prescrevem as etapas do processo de monitoramento ambiental. O sistema de monitoramento de negócios procura integrar as várias disciplinas que contribuem para o entendimento da dinâmica das indústrias. Considerando que a obtenção de informações e seu processamento são altamente custosos, o objetivo do sistema é estabelecer as prioridades de informação e focar o monitoramento nas principais forças da indústria em que a empresa atua. O sistema dedica boa parte do esforço para a seleção das variáveis mais importantes e de maior influência que deverão ser monitoradas. AULA 3: Valor agregado de projetos O valor agregado de projetos, ou Gestão do Valor Agregado, é um dos excelentes métodos para analisar a evolução dos custos e prazos de um projeto devido à sua eficiência. Desenvolvido nos anos 1960, é um modelo de controle de projetos criado por um consultor de gestão e desenvolvedor de software. A ideia era criar um padrão para medir o desempenho de um projeto, o que acabou evoluindo e se expandindo para o mercado em geral. Em suma, podemos dizer que o valor agregado de projetos é uma abordagem estruturada que integra o escopo, o cronograma e os recursos, para então medir o desempenho e o progresso do que foi planejado. Conforme descrito no PMBOK, o desempenho é mensurado a partir da comparação entre o valor agregado e o custo real. No caso, o progresso compara o valor agregado com o valor planejado. Pode-se entender como valor agregado o valor orçado para realizar o trabalho requerido pelo projeto em um tempo determinado. Interessante analisarmos quatro ideias centrais para o valor agregado de projetos: • Estabelecer as linhas de base de escopo, tempo e custo antes de iniciar um projeto. • Determinar qual será o ritmo de execução do projeto (entregas, tarefas e custos, sobretudo). • Integrar as linhas de base do projeto. • Acompanhar a execução do projeto utilizando indicadores do método valor agregado de projeto. É importante diferenciar o valor de planejamento e o valor agregado. O valor planejado exibe o valor que foi determinado previamente para um projeto, enquanto o valor agregado mostra o quanto de valor do projeto realmente ganhou ao longo de sua execução e também ao final. Vejamos agora a metodologia da aplicabilidade de gestão do valor agregado de projeto: Linhas de base: O estudo desse método parte da análise das três linhas — base de escopo, custo e cronograma. No momento em que se tem esses itens, é possível realizar o acompanhamento do desenvolvimento do projeto alinhado ao que foi planejado com o já realizado. Medidas integradas: Três dimensões essenciais do projeto são importantes para avaliar e medir o desempenho do projeto: escopo, custo e tempo. Ao associá-las à qualidade, compõe os objetivos do projeto. Análise: Para uma melhor performance de forma constante, são adotados três critérios: • O valor planejado é o valor que indica a parcela do orçamento que deveria ser gasta, considerando o custo da baseline da atividade, atribuição ou recurso. • O valor agregado é o valor que indica a parcela do orçamento que deveria ser gasta, considerando o trabalho realizado até o momento e o custo da baseline para a atividade, atribuição ou recurso. Trata-–se do custo planejado do projeto para o trabalho executado até o momento, ou seja, é o valordos serviços realmente executados até o momento. • O custo real mostra os custos reais decorrentes do trabalho já realizado por um recurso ou atividade, até a data de status, ou data atual do projeto, provenientes dos dados financeiros. É quanto você já gastou. Com essas informações, é possível realizar o cálculo das projeções, ou seja, as tendências do projeto, as variações, que indicam a relação entre o que foi planejado e o realizado, e os índices de desempenho do custo e tempo do projeto. Por meio do valor agregado de projeto, é possível obter a indicação da previsão do término do projeto e as variações de prazo e custo, projetando as estimativas para o fim das atividades. Contudo, é possível comparar o que foi realizado com o previsto inicialmente. Ao realizar o método da gestão do valor agregado, vemos os principais benefícios de utilizá-lo no gerenciamento de projetos: melhorias no controle de status dos projetos; acompanhamento do desempenho dos projetos do início ao fim; visibilidade precoce dos resultados dos projetos, facilitando a detecção de tendências de custos e prazos; aprendizado constante com erros e falhas; auxílio na gestão eficaz dos recursos; confronto dos desafios com as melhores práticas; ganhos de efetividade no gerenciamento do controle de mudanças. Resumindo, o valor agregado é o valor do trabalho realmente concluído até a data, já o valor planejado é o valor que deve ser ganho conforme o cronograma e custo real é o montante gasto no projeto até o momento da análise. Após obter todas essas informações, o gerente de projetos pode encontrar o status atual e compará-lo com o progresso planejado. Independentemente do tamanho da empresa e o mercado de atuação, é sempre útil contar com análises para conhecer o real andamento dos projetos e melhorá-los constantemente. Nesse acompanhamento, quando se contempla também o valor agregado, o gerenciamento dos projetos ganha ainda mais consistência e assertividade. ENCERRAMENTO UNIDADE 3 A economia do conhecimento, conforme Squirra, é a mobilização das competências empresariais, acadêmicas e tecnológicas com o objetivo de melhorar o nível de vida da população. É correto afirmar que esse propósito vai ao encontro da gestão do conhecimento nas empresas? A gestão do conhecimento promove, com visão integrada, o gerenciamento e compartilhamento de todo o ativo possuído pela empresa. A gestão do conhecimento não é apenas um modo de eficiência operacional, mas sim parte da estratégia empresarial. A implementação do PDCA em uma empresa ocorreu ao integrar a manutenção – operação em seu parque industrial. Desenvolvendo e implementando um modelo de manutenção, a mesma trabalhou com uma equipe multifuncional que, conforme esperado, evita a ocorrência de falhas ou de queda no desempenho, de acordo com um plano previamente elaborado, com base em intervalos definidos de tempo. Diante da situação apresentada, qual o tipo de monitoramento tecnológico a empresa adotou? A empresa adotou o monitoramento/manutenção preventiva, pois foi tomada toda ação sistemática de controle e monitoramento, cujo objetivo foi de reduzir ou impedir falhas no desempenho de equipamentos. Em uma empresa onde o gerente de projetos solicita, aos membros da equipe de projetos, uma série de tarefas que eles mesmos não têm tempo de fazer, onde estão reclamando pelo fato de ter às suas funções técnicas na empresa. Ao chegar um consultor naquele local, é questionado por essas pessoas querendo saber a opinião dele. Considerou estranha a situação, porque uma das funções do gerente de projetos é repassar as atividades de maneira tal que todos possam realizá-las no prazo determinado. Sendo assim, ele pediu nessa empresa para dar direção a vocês sobre o que fazer, e um deles respondeu com firmeza: “o nosso gerente que está ali!”. Com essa breve situação, qual deve ser a estrutura organizacional da empresa? A estrutura organizacional funcional, pois percebe – se que os membros da equipe dão maior ênfase ao trabalho técnico do que o próprio projeto e, além disso, o gerente de projetos não possui autoridade. Nesta unidade você estudou que inteligência tecnológica é de suma importância para o crescimento e a competitividade de uma empresa e organização. A Inteligência começa com a identificação da informação necessária e a busca das informações pertinentes; e termina, com o tratamento e análise dessas informações, de forma a amparar a tomada de determinadas decisões. Nada justifica uma empresa investir na pesquisa de um composto que já existe, nem se dedicar ao desenvolvimento de um modelo que já se encontra em poder de terceiro ou em produzir algo que não mais interessa ao mercado. UNIDADE 4 AULA 1: Tecnologia e Estratégia Empresarial Com mudanças bruscas dinamizadas e de mercado, um forte impacto tem causado em diversas organizações com a sua expansão e mesmo com a sobrevivência permanentemente colocadas em cheque – mate pela dinâmica das transformações que estão a ocorrer no cenário mundial. Com mudanças de regras e conceitos dos negócios e as inovações no campo empresarial, tem dado uma reviravolta na forma de atuar das empresas, que devem se preparar e se ajustar à realidade emergente, para que não corra o sério risco de perder terreno em termos de competitividade. Inovações tecnológicas implementadas nas organizações não transformam apenas a economia, mas afetam profundamente toda a sociedade. Modificam a realidade econômica e social, além de aumentarem a capacidade de acumulação de riqueza e geração de renda. Diante desse fator, percebe – se que as empresas mais dinâmicas e rentáveis são exatamente aquelas que mais inovam e que, ao invés de competirem em mercados saturados pela grande concorrência, decidem criar seus próprios nichos e usufruem de monopólios por meio de patentes e segredo industrial. Um outro fator importante relacionado a atividade empresarial é a formulação de estratégias, que exige da empresa uma definição clara de seu campo de atuação, definição dos objetivos organizacionais e uma visão de futuro. Existem cinco etapas para o desenvolvimento de estratégias: análise ambiental, formulação ou revisão de missão e visão, fixação dos objetivos organizacionais, seleção da estratégia e escolha das ações estratégicas. Não existe um conceito único, definitivo de estratégia. O vocábulo teve vários significados, diferentes na sua amplitude e complexidade, no decorrer do desenvolvimento da Gestão Estratégica. O conceito de estratégia apresenta um paradoxo, pois exige a integração de uma série de teorias e enfoques, o que impede o completo registro dos seus conceitos e abordagens. Dependendo do contexto no qual é empregada, a estratégia pode ter o significado de políticas, objetivos, tácticas, metas, programas, entre outros. Trata – se de um conceito de grande emprego acadêmico e empresarial, dotado de uma grande amplitude e diversificação, que em alguns aspectos e complementar e, noutros, divergente. Dentre os muitos conceitos de estratégia, um dos mais utilizados é aquele que a define como o conjunto de planos da alta administração de uma empresa para alcançar resultados consistentes com a missão e os objetivos gerais da organização. Qualquer que seja a definição, algumas palavras – chave que sempre a permeiam: mudanças, competitividade, desempenho, posicionamento, missão, objetivos, resultados, integração, adequação organizacional, palavras que muitas vezes reduzem a sua amplitude, ao serem empregadas como sinônimos dela. A estratégia competitiva nada mais que ações ofensivas ou defensivas para criar uma posição defensável numa indústria, para enfrentar com sucesso as forças competitivas e assim obter um retorno maior sobre o investimento. Ao longo dos tempos, este acompanhamento das tendências do meio envolvente permitiu o aparecimento de novos negócios, novas oportunidades comerciais e novas formas de competição. Estratégia não éalgo restrito somente à alta direção. Cada setor da empresa deve desenvolver sua própria estratégia, desde que esteja alinhada aos objetivos do negócio, visando os bons resultados. Mintzberg cita cinco formas de entender e aplicar a estratégia. vejamos os 5P's de Mintzberg: Estratégia como plano: As ações desenvolvidas são previamente pensadas antes de serem colocadas em prática. Além do mais, são feitas de forma consciente e não por impulsos. Partindo do objetivo inicial, surgem as atividades, as ações que serão realizadas para que se conquiste o objetivo tão almejado, ou seja, surge a estratégia. Temos como exemplo de estratégia os planos de guerra na área militar, técnicos de times de futebol nas partidas. Estratégia como pretexto: Pretexto para enganar um concorrente ou competidor. Não é só nas oportunidades que se utiliza a estratégia como pretexto, mas no combate aos riscos também. A estratégia como pretexto surge de uma necessidade, seja positiva ou negativa. Estratégia como padrão: Aparece durante o planejamento estratégico, com uma sequência realizada pelas empresas de forma padrão, ou seja, sem grandes alterações no decorrer do tempo. A maioria das empresas transformam padrões de comportamento em estratégia, reconhecendo o aprendizado e a experiência de cada pessoa. Momento de aproveitar o know-how dos funcionários. Estratégia como posicionamento: É ter uma perspectiva de posicionar recursos para apresentar maiores chances de derrotar qualquer um concorrente. Importante ressaltar que, num ambiente empresarial, a estratégia de posicionamento vem a ser como a organização se relaciona com o seu público e o branding de um modo geral. Estratégia como perspectiva: Vem a ser como uma perspectiva interna da empresa sobre determinado assunto ou situação. As estratégias precisam ser bem definidas, partindo do conhecimento e visão de mundo do conjunto de pessoas que pertencem à alta cúpula administrativa da organização. É importante ressaltar que planos, procedimentos e posições são mutáveis, enquanto as perspectivas são imutáveis. A estratégia não é algo simples planejado, mas sim moldado e exige mudanças de comportamentos e posturas, ou seja, é preciso desenvolver novas competências. Assim, seja a estratégia mais ou menos formal, emergente, desenhada, planejada, posicionada, de natureza empreendedora, cogitada e cognitiva, questionada ou determinada pelo poder, assente nos recursos, determinada pelas restrições ambientais exteriores. A verdade é que o seu objetivo é único, porquanto se trata de criar valor para o poder distribuir, seja sob o ponto de vista de mercado, seja sob o ponto de vista de organização, seja ainda sob o ponto de vista dos acionistas. O modelo organizacional de uma empresa, para alcançar o mundo tecnológico e inovador para a competitividade, vai requerer um maior espírito de cooperação, novas atitudes gerenciais, formação de redes e alianças, uma aceleração no processo de tomada de decisões e planejamento estratégico. AULA 2: Fomento ao Desenvolvimento Tecnológico Cresce os investimentos em inovações tecnológicas, onde tem um desempenho importante no papel do desenvolvimento das empresas e dos países no cenário mundial atualmente. Com os altos custos que envolvem as práticas inovadoras, juntamente com seus riscos e incertezas, é de suma importância a atuação de instituições públicas de fomento, para que assim venha a promover o desenvolvimento tecnológico. Para que se tenha um processo contínuo, o processo de inovação necessita de instituições de fomento preparadas a estimular e manter as empresas no campo industrial. As organizações precisam investir em diferentes produtos e processos para atrair clientes e conquistar processos produtivos industriais mais rápidos e lucrativos, contribuindo com o desenvolvimento industrial do país. Instituições e políticas públicas são de suma importância no direcionamento do desenvolvimento. Existem mecanismos de mercado onde tendem a orientar os padrões de produção que existam na indústria, sendo viável quando se tem a possibilidade de transformação tecnológica ou inserção de novos produtos e processos são necessários “sinais extras” de mercado. As instituições de fomento à inovação são federais, o que mostra, pela experiência brasileira, uma forte presença dessas instituições, disponibilizando um conjunto de programas de incentivos em prol do desenvolvimento tecnológico do Brasil. Lembrando que o processo de inovação requer pesquisa, técnica e alto volume de investimento, as políticas públicas de apoio via instituições públicas são de extrema importância para alterações no paradigma tecnológico do país. O Programa de Fomento ao Desenvolvimento Tecnológico objetiva apoiar a continuidade de projetos de pesquisa, a organização de eventos e a qualificação de técnicos – administrativos, além de estimular a divulgação nacional e internacional de trabalhos realizados no âmbito da pesquisa por docentes, técnico – administrativos e estudantes. Programa que apresenta modalidades distintas, tem como escopo primordial a divulgação da produção científica da Universidade. Para participar dos Programas de Desenvolvimento Tecnológico, os interessados devem estar atentos ao período de vigência do Programa, assim como o período de inscrição de propostas. Também é importante ressaltar que todos os pesquisadores devem atender ao perfil do profissional desejado. A questão do desenvolvimento tecnológico, perfaz um viés totalmente voltado a evolução da informática, ou seja, a Tecnologia da Informação e Comunicação nos dias de hoje. Contudo, organizações podem não mudar a forma de produzir simplesmente pelos sinais já presentes no ambiente econômico, mas ampara – se a importância da atuação do governo como fomentador de inovações tecnológicas. Vejamos alguns órgãos de fomentos, importância, programas disponíveis, entre outros assuntos: CAPES: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior desenvolve um papel importante na expansão e consolidação Stricto Sensu (mestrado e doutorado) em todo o país. Tem como finalidade o crescimento qualitativo da pós – graduação brasileira, através de avaliação, divulgação, formação de recursos e promoção da cooperação científica internacional. CNPq: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, oferece bolsas de estudo a alunos do ensino médio, bem como de alunos de graduação, pós – graduação, recém – doutores e pesquisadores já experientes. Uma agência do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), sua história está diretamente ligada ao desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil. ANP: Agência Nacional do Petróleo provê financiamentos específicos para pesquisas voltadas à Petróleo e Gás, desenvolvidas em todo o território nacional. Sustentabilidade e meio ambiente são temas de pesquisa considerados de “ponta” onde a ANP reserva em torno de R$ 4 bilhões anuais. FINEP: Fundo de Financiamento de Estudos de Projetos e Programas, é uma empresa pública vinculada ao MCTI, criada em 24 de julho de 1967, para institucionalizar o Fundo de Financiamento de Estudos de Projetos e Programas, criada em 1965. Posteriormente, a FINEP substituiu e ampliou o papel até então exercido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e seu Fundo de Desenvolvimento Técnico – Científico (FUNTEC), constituído em 1964 com a finalidade de financiar a implantação de programas de pós – graduação nas universidades brasileiras. Na década de 1970 a FINEP promoveu intensa mobilização na comunidade científica, ao financiar a implantação de novos grupos de pesquisa, a criação de programas temáticos, a expansão da infraestrutura de C&T e a consolidação institucional da pesquisa e da pós – graduação no país. FAPERJ: Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, é uma pessoa jurídica de direito público, vinculada à Secretaria de Estado de Ciênciae Tecnologia e tem como objetivo fomentar a pesquisa e a formação científica e tecnológica necessárias ao desenvolvimento sócio cultural do Estado do Rio de Janeiro. A FAPERJ, além dos editais de fomento à pesquisa disponibiliza também, por meio de parcerias, editais direcionados aos órgãos específicos, como por exemplo Edital de Apoio à Projetos da Fundação de Apoio à Escola Técnica – FAETEC. ACDI: Agência Canadense de Desenvolvimento Internacional; JICA: Agência Japonesa de Cooperação Internacional; CIMO: Agência de Cooperação Internacional da Finlândia, dentre outras agências de fomento. O desenvolvimento de novas tecnologias, de pesquisas científicas, vem sendo intensificado pelos países desenvolvidos, caracterizando assim o cenário mundial, sendo valorizadas as atividades de inovação tecnológica em diversos setores como mecanismo de competitividade dos países em relação ao resto do mundo. No caso do Brasil, existem desafios a serem enfrentados de forma significante, em busca de melhor inserção do comércio internacional. A verdade é que o seu objetivo é único, porquanto se trata de criar valor para o poder distribuir, seja sob o ponto de vista de mercado, seja sob o ponto de vista de organização, seja ainda sob o ponto de vista dos acionistas. O modelo organizacional de uma empresa, para alcançar o mundo tecnológico e inovador para a competitividade, vai requerer um maior espírito de cooperação, novas atitudes gerenciais, formação de redes e alianças, uma aceleração no processo de tomada de decisões e planejamento estratégico. AULA 3: Propriedade Intelectual e Comercialização de Tecnologia Propriedade Intelectual é a soma dos direitos relativos às obras literárias, artísticas e científicas, às interpretações dos artistas intérpretes e às execuções dos artistas executantes, aos fonogramas e às emissões de radiofusão, às invenções em todos os domínios da atividade humana e às descobertas científicas. Autores ainda afirmam que a Propriedade Intelectual também se refere aos desenhos e modelos industriais, às marcas industriais, comerciais e de serviço, bem como às firmas comerciais e denominações comerciais, à proteção contra a concorrência desleal e todos os outros direitos inerentes à atividade intelectual nos domínios industrial, científico, literário e artístico. A Propriedade Intelectual pode ser dividida em duas categorias: direito autoral e propriedade industrial sendo que, pertencem à primeira, as obras intelectuais, literárias e artísticas, programas de computador, domínios na internet, e à segunda, as patentes, marcas, desenho industrial, indicações geográficas e proteção de cultivares. Existem várias discussões entre juristas, comunidades locais e organizações mundiais de proteção da Propriedade Intelectual acerca da adequação dos conhecimentos tradicionais ao sistema patentário atual. A Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI) trata conhecimentos tradicionais como um novo tema a se definir, instituindo o Comitê Intergovernamental sobre Propriedade Intelectual, recursos genéticos, conhecimento tradicional e folclore, para estudar formas de regulamentar o assunto. No Brasil está disciplinada principalmente pelas leias 9.279/96 (Marcas e Patentes), 9.456/97 (Cultivares), 9.609/98 (Softwares) e 9.610/98 (Direitos Autorais), além de tratados internacionais, como as Convenções de Berna, sobre Direitos Autorais, e de Paris, sobre Propriedade Industrial, e outros acordos como o TRIPs (Trade Related Intelectual Property Rights). Tem – se o preceito constitucional, estando arrolado entre os Direitos e Garantias Fundamentais, com previsão nos incisos XXVII, XXVIII e XXIX, em consonância aos incisos XXII e XXII, do artigo 5º da Constituição Federal. O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) é o órgão brasileiro responsável pelas marcas, patentes, desenho industrial, transferência de tecnologia, indicação geográfica, programa de computador e topografia de circuitos integrados. Na economia do conhecimento, estes direitos se transformam em diferenciais competitivos, estimulando o surgimento constante de novas identidades e soluções técnicas. Por ser tão importante para o desenvolvimento econômico, esta não é só uma questão para grandes corporações. Mucro e pequenas empresas, além de empreendedores individuais, podem usar estes diferenciais para gerar parcerias e crescer num mercado competitivo, no qual é praticamente impossível competir apenas por preço. Justamente por isso, o INPI vem trabalhando para agilizar, simplificar e garantir qualidade aos seus serviços. O objetivo é atrair pesquisadores e empreendedores que possam se beneficiar com o uso da propriedade intelectual. O INPI está preparado para atender você, cidadão, e auxiliá–lo em suas demandas. A Lei de Inovação 10.973/2004, apresenta incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo, estímulo à participação dos Institutos de Ciências e Tecnologias – ICTs (no processo da inovação, estímulo à inovação nas empresas e ao inventor independente). A estruturação ou desenvolvimento dos Núcleos de Inovação Tecnológica, a partir da Lei da Inovação (NITs). A ação do Instituto Nacional de Propriedade Industrial é utilizar o sistema de propriedade industrial não somente em sua função de proteção intelectual, mas como um instrumento de capacitação e competitividade, condições fundamentais para alavancar o desenvolvimento tecnológico e econômico do país. A Biblioteca Nacional, localizada no Estado do Rio de Janeiro, e os seus postos estaduais de escritórios de Direitos Autorais são responsáveis pelo registro e averbação das obras artísticas e intelectuais. O INPI, criado em 1970, assume totalmente uma missão mais sofisticada e complexa. Vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), esta autarquia federal é responsável pelo aperfeiçoamento, disseminação e gestão do sistema brasileiro de concessão e garantia de direitos de propriedade intelectual para a indústria. Elaborar também, a pedido de parte interessada, pesquisas específicas quanto a patentes eventualmente disponíveis para fins de licenciamento e/ou identificando, selecionando e indicando fontes de aquisição de “Know – how”, dados técnicos ou assistência técnica específica no exterior, ou no território nacional. No caso na área contratual, colocando à disposição das empresas domiciliadas no Brasil, dados e aconselhamentos de técnicos habilitados e com larga experiência na análise de contratos, objetivando subsidiar a negociação econômica de tecnologia a ser contratada; colhendo dados e estatísticas quanto à forma de negociação e os preços médios praticados em contratos de licenciamento e de transferência de tecnologia em setores específicos, nos mercados nacional e internacional, colocando – os à disposição dos interessados. As perspectivas, no âmbito sistêmico, da comercialização de tecnologia, têm um enfoque tradicional da política pública, envolvendo o perfil das capacitações e recursos e as questões relacionadas ao dinamismo do sistema de ciência, tecnologia e inovação e estratégias de desenvolvimento econômico. Já na perspectiva processual, tem um enfoque tradicional nos agentes, envolvendo a estruturação, desenvolvimento e gestão dos recursos e das capacitações com base em objetivos e interesses específicos. ENCERRAMENTO UNIDADE 4 O que é Estratégia Empresarial? Estratégia empresarial corresponde ao conjunto de metas, d=finalidades, fundamentos e planos que permitem chegar até esse objetivo. Postulada com base nas atividades da organização e na sua missão. Como elaborar e implementar estratégias empresariais? O planejamento é elaborado em três níveis: estratégico, tático e operacional. A implementação do modelo se dá na fase de concepção, fase de análise do cenário, fase de elaboração. Como realizar a integração entre a Estratégia Empresarial à Gestão de Projetos?
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