Caldo nutritivo

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CURSO: FARMÁCIA
DISCIPLINA: MICROBIOLOGIA
RELATÓRIO CALDO NUTRITIVO
2020
RELATÓRIO CALDO NUTRITIVO
Relatório apresentado ao curso de Farmácia para complemento da nota, da disciplina de Microbiologia.
2020
1. INTRODUÇÃO
Os biólogos catalogaram mais de 1,5 milhão de espécies de seres vivos. Ao menos 10% destes são invisíveis a olho nu, porém, estão presentes em nossas vidas desde o nascimento. A microbiologia está ligada ao estudo das ciências naturais em todos os níveis de ensino e nesse período é possível desenvolver experiências e atividades que firmam a existência dos pequenos seres (AMABIS; MARTHO, 2010).
Há uma concepção errada entre a maioria da população de que todos os micróbios são danosos ao ser humano e que a medida certa a ser adotada seria a eliminação de todos os micro-organismos da face da terra, no entanto, mesmo que tal façanha fosse possível, um engano sem precedentes seria cometido contra a humanidade. Vale salientar que como hospedeiros do nosso corpo desde o nascimento os mesmos estabelecem ações altamente benéficas como a proteção pela microbiota normal interferindo na instalação e proliferação de micro-organismos indesejáveis ( RAW; SANT'ANNA, 2002).
A microbiologia é a ciência que estuda os organismo como fungos, vírus, protozoários e bactérias. E para estudarmos os micro-organismos, é necessário na maioria da vezes que se criem meios que propiciem o seu desenvolvimento e, só é possível em um ambiente adequado para o crescimento dos mesmos a partir de meios de cultura que são substâncias nutritivas que proporciona o desenvolvimento destes. Vários tipos podem ser cultivados, quando se fomenta seu crescimento ( KASVI, 2015).
Diante do exposto, afirma-se que é possível desenvolver uma aula prática de cultivo de micro-organismos através de materiais acessíveis e de baixo custo. Nesse sentido, este trabalho objetivou demonstrar a existência de micro-organismos no ambiente através do cultivo de fungos e bactérias em meio nutritivo.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
1.1 Sobre meios de culturas
Os meios de cultura são preparados especiais que objetivam a cultura e isolamento de microrganismos. Uma grande diversidade de processo e de preparações nutrientes é utilizada para fomentar o crescimento e as reproduções de micro-organismos. Não existe um meio de cultura universal para o crescimento de todos os microrganismos.
Há diversos meios de cultura peculiares que atendem à variedade dos microrganismos e às exigências para o crescimento de cada um. Os meios básicos não necessitam de nenhuma condição nutricional específica de um determinado microrganismo, proporcionando apenas o crescimento, como Exemplos podemos citar o caldo e o ágar simples. (AYRES, 2014).
Os meios especiais ou complexos já acatam às exigências de determinado microrganismo, abrangendo substâncias que favorecem a produção de enzimas e secreções particulares de determinados microrganismos, impedindo o crescimento de outros que não são de interesse como, o Manitol, um meio salino com indicador de PH que modifica sua cor quando ocorre o processo de fermentação e produção de ácido. (AYRES,2014).
Além dos nutrientes e condições ambientais conveniente para esse cultivo, vários critérios devem ser considerados. Diversos microrganismos detém diferentes necessidades, por isso o meio de cultura é ajustado para satisfazer essas necessidades, empregando nutrientes específicos dependendo do microrganismo de interesse ( MADIGAN, 2016).
1.2 O estudo dos fungos
Os fungos são encontrados em quase todo lugar. Juntamente com algumas bactérias são os organismos decompositores. Eles absorvem energia através da decomposição de plantas e animais com a finalidade de se desenvolverem e se reproduzirem. Existem mais de 100.000 espécies diferentes de fungos. 
Os fungos são primordiais na reciclagem dos nutrientes para o solo e lançamento de dióxido de carbono no ar (AMABIS; MARTHO, 2010).
Contudo, os fungos podem causar danos para os seres humanos, podendo atacar também frutas que estão caídos no chão ou na geladeira. Fungos acometer organismos vivos e são fontes de doenças em plantas e animais. Se desenvolvem bem em ambientes úmidos e podem agredir roupas, quadro, papel, couro e fotografias ( AYRES, 2014).
No entanto, os benefícios provocados pelos fungos não são tão propagados quanto os prejuízos. Diariamente as pessoas são beneficiadas por produtos originados direta ou indiretamente de fungos. Vale citar como exemplo a ação fermentativa de fungos na síntese de álcool etílico e dióxido de carbono, os quais são vitais na produção de bebidas como vinho e cerveja, alimentos como pães e massas em geral. Outras espécies podem ainda ofertar sabor e aroma distintos em diferentes tipos de queijos (VERMELHO et al., 2006).
1.3 Bactérias em nosso meio
Na atualidade, sabemos que as bactérias são os seres mais abundantes do planeta, e que apenas uma minoria é capaz de provocar doenças. As bactérias tem tanta importância, que sem elas não haveria vida como a que existe no nosso planeta Terra. As bactérias estão alojadas em nosso corpo desde o nascimento e vivem em nossa pele e sistema digestivo. São classificadas como procarióticas, aspecto que as distingue de outros organismos que são eucarióticos (KIMURA et al., 2013).
Segundo Linhares e Gewandsznajder (2005), as bactérias são encontradas em ambientes diversificados, algumas causam patologias ao ser humano, podendo habitar em seus intestinos e fabricar vitaminas do complexo B, outras fermentam o leite produzindo coalhada, decompondo cadáveres e resíduos orgânicos, sendo muito essenciais parar a reciclagem da matéria orgânica na natureza.
Entretanto, esses seres procariontes foram e são primordiais para a manutenção da vida em nosso planeta, a iniciar pelo próprio fato de terem sido os primeiros organismos a surgir na superfície da terra, há cerca de 4,6 bilhões de anos. Ofertando oxigênio na atmosfera e amenizando as concentrações de CO2, permitindo a colonização de novos organismos. Todavia, mitocôndrias e cloroplastos são originários de bactérias endossimbiontes, ou seja, sem as bactérias, não existiriam células eucariontes e, tampouco, células vegetais (ARAGUAIA, 2020).
3. MATERIAIS E MÉTODOS
• 1 colher de açúcar;
• ½ colher de chá de NaCl (sal de cozinha);
• 3 pacotes de gelatina em pó incolor;
• Vasilhas transparentes descartáveis;
• Colheres de sopa e de café;
• Panela de pressão;
• Vela;
• 1 batata;
• Água filtrada;
• Repolho roxo (1 prato de sobremesa de repolho roxo desfolhado).
Preparo do caldo nutritivo
a) Em uma panela com 400 mL de água, cozinhar por 10 minutos uma batata (grande) fatiada e ½ repolho roxo (desfolhado).
b) Reservar o líquido tampado ao lado de uma fonte de calor (chamada do fogareiro), a fim de evitar contaminação. Este líquido será nosso caldo nutritivo.
Preparo do meio de cultivo:
a) Ainda no perímetro da chama, separar 300 mL desse caldo e adicionar 1 colher de chá de açúcar, ½ colher de café de sal e 3 envelopes de gelatina incolor. Qual o papel dessa chama? Por que devemos manter o caldo nesse perímetro?
b) Misturar a gelatina, com o caldo ainda quente, até que esta seja totalmente dissolvida;
c) Esperar esfriar por alguns minutos;
d) Colocar o meio de cultivo em vasilhas descartáveis esterilizadas para formar uma superfície para semeadura;
e) Tampar as vasilhas e vedá-las com fita adesiva;
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Primeiramente utilizamos o processo de esterilização, higienizando as vasilhas descartáveis com álcool que serão utilizadas para o meio de cultivo. A esterilização é um processo que elimina completamente todos os microrganismos (esporos, bactérias, fungos e protozoários), e é efetuada por processos físicos (vapor) ou químicos.
Preparamos o caldo nutritivo usando uma panela de pressão, 1 batata grande, um repolho roxo e 400 mL de água filtrada. Foi fervido por 10 minutos na panela de pressão.
Após a fervura, reservei o líquido ( caldo nutritivo)emuma vasilha tampado junto a fonte de calor para evitar contaminação. A utilização da chama é essencial, pois visa a diminuição de microrganismos no campo de trabalho através do calor.
· Preparo do meio de cultivo: 300ml do caldo nutritivo
· Uma colher de chá de açúcar
· Meia colher de café de NaCl ( sal de cozinha)
· 3 pacotes de gelatina incolor
· Misturar até a gelatina se dissolver completamente
	Depois de misturado a gelatina com o caldo ainda quente, esperamos esfriar para depois vedar as vasilhas com tampa e fita adesiva. Após a mistura, o liquido ficou com a cor lilás e a gelatina endureceu deixando-a com aspecto turvo. A cor lilás da mistura indica que o pH do meio está neutro, por isso não houve alteração. E assim fica pronto nosso meio de cultura.
5. CONCLUSÃO
Microrganismos, como bactérias, leveduras, fungos e vírus são amplamente encontrados no ar, na água, no solo, nos corpos vivos e nos produtos alimentares não processados e causam sabores e odores desagradáveis, produção de limo, mudança na textura e aparências e deterioração dos alimentos. A prevenção da deterioração e/ou controle dos micro-organismos nos alimentos é importante na indústria alimentícia para aumentar a qualidade e o prazo de validade dos alimentos (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
Após realizado o experimento, constatamos que ambientes neutros, esterilizados e protegidos do meio não são proliferados pelos microrganismos, porém quando esse meio sofre alguma alteração podendo ser um mau condicionamento ou guardados em locais inadequados, ao encontrar um ambiente capaz de fornecer nutrientes e condições para o desenvolvimento, os microrganismos se instalam e aparecem.
REFERENCIAS
AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia: Biologia dos organismos. 3. ed. São
Paulo: Moderna, 2010c. v. 2.
ARAGUAIA, Mariana. Importância das bactérias para a manutenção da vida; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/importancia-bacterias.htm. Acesso em 01 de dezembro de 2020.
AYRES, A. L. Meios de cultura de microrganismos. Portal Educação. 2014. Disponível em https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/medicina/meios-de-cultura-de-microrganismos/57896. Acesso em: 28 de novembro de 2020.
ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de Calor e Massa. AMGH Editora LTDA., 2012.
KIMURA, A. H.; et al. Microbiologia para o Ensino Médio e Técnico: contribuição da extensão ao ensino e aplicação da ciência. Revista Conexão, v. 9, n. 2, p.- 254-267, jul./dez, 2013.
LINHARES, Sérgio & GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia Hoje – Os Seres vivos. Vol. 2. Ed. Ática, São Paulo, 2005.
A História e os marcos da Microbiologia. 2015 Disponível em: https://kasvi.com.br/historia-da-microbiologia/. Acesso em: 28 de novembro de 2020.
MADIGAN, M. T. et al. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
RAW, I; SANT’ANNA, O.A. Aventuras da Microbiologia. São Paulo: Hacker Editores, 2002
VERMELHO, A. B.; PEREIRA, A. F.; COELHO, R. R. R.; SOUTO-PADRÓN, T. Práticas de Microbiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 239p. 7.