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Direito do Trabalho Marina Quaglio Marques SALÁRIO E REMUNERAÇÃO • SALÁRIO – CONCEITO: contraprestação ou vantagem em pecúnia ou em utilidade devida e paga diretamente pelo empregador ao empregado em virtude do contrato de trabalho. Pode ser fixo ou variável. • SALÁRIO – NATUREZA JURÍDICA: 4 correntes principais: 1ª) Preço 2ª) Indenização 3ª) Alimentar (art. 100 da CF) 4ª) Contraprestação (majoritária) 5ª) Direito (Vólia Bomfim – Uruguai) • Nomenclatura própria de cada categoria: - Funcionário público: vencimento; - Magistrado: subsídio; - Profissional liberal: honorário; - Militar: soldo; - Marítimos pagos por tempo: soldada e etapa; - Aposentado: provento; - Trabalho intelectual e não físico: ordenado; - Trabalho físico e não intelectual: salário; - Chefes religiosos (padres e bispos): côngrua. • REMUNERAÇÃO – CONCEITO: soma do pagamento efetuado diretamente pelo empregador com o pagamento indireto, efetuado por terceiros. • Art. 457 da CLT: R = S + G • GORJETAS: gratificação paga por terceiros ao empregado em virtude do serviço que é prestado durante o seu expediente de trabalho. Art. 457, § 3º da CLT. Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição aos empregados. Em regra, a gorjeta integra (soma) o salário para compor a remuneração – férias + 1/3,13º e FGTS. Súmula nº 354 do TST. GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado. Verbas calculadas com base no salário. • Alterações em 2017: Lei nº 13.429/2017 Lei nº 13.467/2017 MP 808/2017 Insegurança jurídica – atecnia legislativa Lei nº 13.429/17: altera o § 3º, e acrescenta os §§ 4º a 11, conceituado as gorjetas e regulando o seu pagamento e rateio. Lei nº 13. 467/17: foram alteradas as redações dos §§ 1º, 2º e 4º, sendo que este ultimo foi sobreposto ao antigo § 4º. Comparando a redação do § 4º do art. 457, dado pela Lei 13.419/17, com a atribuída pela Lei 13.467/17, nota-se que ambas possuem conteúdos distintos. Naquela, determinava-se que os critérios de custeio e de rateio das gorjetas seriam definidos em norma coletiva; nesta, diferentemente, houve a definição legal do conceito de prêmios. Porém, o problema maior da nova redação do § 4º, dado pela Lei 13.467/17, foi a equivocada inclusão da sigla “NR” (revogação tácita dos §§ 5º ao 11º). MP 808/17: acrescentou ao artigo 457 da CLT os parágrafos 12º ao 21º, os quais trataram dos mesmos assuntos antes previstos nos §§ 4º ao 11. Em tese, o problema criado pelo emprego de má técnica legislativa na confecção da Lei 13.467/17 poderia ser considerado sanado. Com a não conversão da MP 808/17 em lei, voltou a viger a redação pretérita do § 4º do art. 457 da CLT, com o acrônimo “NR” introduzido pela Lei 13.467/17. Com isso, juridicamente, as gorjetas voltaram ao estado legislativo anterior à edição da Lei 13.419/17, isto é, sem qualquer regramento legal específico. • Classificação: - Desconhecida: se recebida com habitualidade, integra - Proibida: se recebida com habitualidade, integra - Ilícita (propina): nunca integra - Imoral: não deve integrar - Compulsórias: fixadas na nota - Espontâneas: livre arbítrio do cliente • Deve ser anotado na CTPS o valor do salário do empregado e o valor das gorjetas. • GUELTAS: forma de pagamento indireto para estimular as vendas ou a produção. Pode ser paga em valor fixo ou percentual. - 1ª corrente: Se pago com habitualidade, compõe a remuneração para todos os fins. - 2ª corrente: não integra a remuneração do empregado (parcela espontânea e sem previsão legal) • Bicho: parcela paga ao atleta em virtude da vitória ou como estímulo ao bom desempenho – natureza salarial • Luvas: parcela paga pelo futuro empregador ao atleta pela assinatura do contrato. 1ª corrente: natureza indenizatória, pois são pagas uma única vez pela “compra” do jogador; 2ª corrente: natureza de contraprestação, podendo ser paga uma única vez no começo do contrato, ou de forma parcelada, sem caráter ressarcitório. • Parcelas salariais: refletem nas demais verbas trabalhistas. Art. 457 da CLT - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. § 1o Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador. Retira do texto legal os abonos, as diárias para viagem, as percentagens e substitui a expressão “gratificações ajustadas” por “gratificações legais”. MP 808/17 – gratificações legais e de função Gratificações legais, ajustadas e de função • Enunciado nº 17 da 2ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho. 1. Expressão "ainda que habituais" constante do § 2º DO ART. 457, da CLT, com a redação dada pela lei 13.467/17. A interpretação sistemática dos artigos 195, i e 201, caput e § 11, da Constituição Federal revela que a contribuição social incide sobre os ganhos habituais, a qualquer título, para se preservar o equilíbrio financeiro e atuarial do RGPS - Regime Geral Da Previdência Social com igual razão, a interpretação do art. 457, § 2º, da CLT, em conformidade com a Constituição, denota que não importa o título atribuído pelo empregador à parcela, porquanto, para ter natureza jurídica salarial, basta que ela seja habitual e decorrente do trabalho prestado por conta alheia, sendo meramente exemplificativo o rol do § 1º e admitindo-se outras parcelas salariais, tais como adicionais, importâncias variáveis e gratificações legais e convencionais. A não integração na remuneração das parcelas relacionadas no art. 457, §§ 2º e 4º, da CLT depende de que efetivamente sirvam a propiciar condições para realização do trabalho ou se retiram a situações excepcionais ao cotidiano da relação de emprego. 2. Prêmios. Necessária vinculação a desempenho profissional diferenciado. A concessão habitual de prêmios, desvinculada do requisito de desempenho profissional superior ao ordinariamente esperado (art. 457, §4º, da CLT), constitui fraude (art. 9º, CLT), integrando a remuneração do empregado a parcela paga fora dos preceitos legais. • Comissões e percentagens: empregado recebe remuneração variável. - Comissões são parcelas com valores fixos recebidas em razão da venda de determinado produto. - Percentagens constituem determinado percentual que incide sobre o valor da venda do produto. - Comissionista puro: empregado que recebe exclusivamente comissão. - Comissionista misto: parte do salario em comissão e outra em salário fixo. • Súmula nº 340 do TST. COMISSIONISTA. HORAS EXTRAS. O empregado, sujeito a controle de horário, remunerado à base de comissões, tem direito ao adicional de, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor-hora das comissões recebidas no mês, considerando-se como divisor o número de horas efetivamente trabalhadas. Art. 466 da CLT - O pagamento de comissões e percentagens só é exigível depois de ultimada a transação a que se referem. § 1º - Nas transações realizadas por prestações sucessivas, é exigível o pagamento das percentagens e comissões que lhes disserem respeito proporcionalmente à respectiva liquidação. § 2º- A cessação das relações de trabalho não prejudica a percepção das comissões e percentagens devidas na forma estabelecida por este artigo. • Décimo terceiro salário: gratificação salarial obrigatória prevista na Constituição e na lei nº 4.090/62. O pagamento deverá ocorrer até o dia 20 de dezembro, e corresponderá a 1/12 por mês trabalhado ou fração igual ou superior a 15 dias. Entre fevereiro e novembro, o empregador pagará, de uma só vez, em razão do adiantamento do 13º metade do salário recebido pelo empregado no mês anterior. Adiantamento pago junto com as férias: requerimento no mês de janeiro. Súmula nº 45 do TST. SERVIÇO SUPLEMENTAR. A remuneração do serviço suplementar, habitualmente prestado, integra o cálculo da gratificação natalina prevista na Lei nº 4.090, de 13.07.1962. • Súm 60, TST: I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos. • Súm 139, TST: Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração para todos os efeitos legais. • Súm 253, TST: A gratificação semestral não repercute no cálculo das horas extras, das férias e do aviso prévio, ainda que indenizados. Repercute, contudo, pelo seu duodécimo na indenização por antiguidade e na gratificação natalina. Gorjetas Horas extras Adicional noturno Adicional de insalubridade Adicional de periculosidade Gratificação semestral Reflexos • Quebra de caixa: parcela paga com habitualidade para compensar o risco exercido pelos trabalhadores que lidam com dinheiro. Parcela paga mensalmente, independente de ocorrer desfalque no caixa. Em caso de desfalque no caixa, o desconto limita-se ao valor recebido a título de quebra de caixa, exceto em caso de dolo. • Adicional de hora extra: art. 7º, XVI da CF e 59, § 1º da CLT. O pagamento da hora extraordinária será a hora normal acrescida de 50%. Súm 347 do TST. O cálculo do valor das horas extras habituais, para efeito de reflexos em verbas trabalhistas, observará o número de horas efetivamente prestadas e a ele aplica-se o valor do salário-hora da época do pagamento daquelas verbas. - Cálculo das horas extras: Jornada de 44 horas semanais: divisor 220 Jornada de 40 horas semanais: divisor 200 Jornada de 6 horas diárias: divisor 180 • Súm. 264 do TST: A remuneração do serviço suplementar é composta do valor da hora normal, integrado por parcelas de natureza salarial e acrescido do adicional previsto em lei, contrato, acordo, convenção coletiva ou sentença normativa. As horas extras, se pagas com habitualidade, refletem nas demais parcelas trabalhistas. RSR 13º salário Férias + 1/3 FGTS Aviso-prévio Súm. 291, TST: A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão. Art. 8º, § 2º da CLT • Adicional noturno: o trabalho prestado em horário noturno será remunerado em valor superior ao trabalho diurno e se pago com habitualidade, integra o salário do empregado. - Empregado urbano: jornada noturna inicia-se às 22h e termina às 5h. Adicional de 20% (mínimo). Hora noturna reduzida: 52 minutos e 30 segundos. - Empregado rural: jornada noturna inicia-se às 20h e termina às 4h na pecuária; na agricultura será das 21h às 5h. Adicional de 25% (mínimo). Hora noturna não é reduzida. RSR 13º salário Férias + 1/3 FGTS Aviso-prévio Reflexos • Adicional de transferência: pago em razão da transferência provisória do empregado, no valor mínimo de 25% do salário, enquanto durar a transferência. Art. 469, § 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação. 13º salário Férias + 1/3 FGTS Aviso-prévio Reflexos • Adicional de periculosidade Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. § 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. § 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido. § 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo. § 4o São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta. Súm. 191 do TST. I – O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais. II – O adicional de periculosidade do empregado eletricitário, contratado sob a égide da Lei nº 7.369/1985, deve ser calculado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial. Não é válida norma coletiva mediante a qual se determina a incidência do referido adicional sobre o salário básico. III - A alteração da base de cálculo do adicional de periculosidade do eletricitário promovida pela Lei nº 12.740/2012 atinge somente contrato de trabalho firmado a partir de sua vigência, de modo que, nesse caso, o cálculo será realizado exclusivamente sobre o salário básico, conforme determina o § 1º do art. 193 da CLT. 13º salário Férias + 1/3 FGTS Aviso-prévio Reflexos Súm. 364 do TST. I - Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido. II - Não é válida a cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho fixando o adicional de periculosidade em percentual inferior ao estabelecido em lei e proporcional ao tempo de exposição ao risco, pois tal parcela constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantida por norma de ordem pública (arts. 7º, XXII e XXIII, da CF e 193, §1º, da CLT). • Adicional de insalubridade: devido aos empregados que trabalham expostos a agentes nocivos à sua saúde, acima dos níveis de tolerância. - Requisitos: a) Atividade nociva constatada em laudo pericial b) Agente nocivo incluído na relação oficial do MTE • Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário- mínimo da região, segundo se classifiquemnos graus máximo, médio e mínimo. - Antes da Reforma Trabalhista o MTE era responsável pelo enquadramento do grau de insalubridade. Após a entrada em vigor da lei nº 13.467/17, este enquadramento poderá ser objeto de negociação coletiva: Art. 611-A da CLT. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros dispuserem sobre: XII – enquadramento de grau de insalubridade. 13º salário Férias + 1/3 FGTS Aviso-prévio Reflexos OJ 103 da SDI – I do TST. O adicional de insalubridade já remunera os dias de repouso semanal e feriados. • Possibilidade de cumulação do adicional de periculosidade e insalubridade. - 1ª corrente: possibilidade de cumulação irrestrita de adicionais - 2ª corrente: cumulação dos adicionais restrita a causas de pedir diferentes - 3ª corrente: impossibilidade de cumulação dos adicionais. • Parcelas sem natureza salarial: Art. 457, § 2o da CLT. As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. • Participação nos lucros e resultados: Art. 3o A participação de que trata o art. 2o não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da habitualidade. § 2o É vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a título de participação nos lucros ou resultados da empresa em mais de 2 (duas) vezes no mesmo ano civil e em periodicidade inferior a 1 (um) trimestre civil. Orientação Jurisprudencial Transitória nº 73 da SDI-I do TST. VOLKSWAGEN DO BRASIL LTDA. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. PAGAMENTO MENSAL EM DECORRÊNCIA DE NORMA COLETIVA. NATUREZA INDENIZATÓRIA. A despeito da vedação de pagamento em periodicidade inferior a um semestre civil ou mais de duas vezes no ano cível, disposta no art. 3º, § 2º, da Lei n.º 10.101, de 19.12.2000, o parcelamento em prestações mensais da participação nos lucros e resultados de janeiro de 1999 a abril de 2000, fixado no acordo coletivo celebrado entre o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a Volkswagen do Brasil Ltda., não retira a natureza indenizatória da referida verba (art. 7º, XI, da CF), devendo prevalecer a diretriz constitucional que prestigia a autonomia privada coletiva (art. 7º, XXVI, da CF). Art. 611-A da CLT. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuser sobre: XV – participação nos lucros e resultados da empresa. PLR é facultativa Súm. 451 do TST. Fere o princípio da isonomia instituir vantagem mediante acordo coletivo ou norma regulamentar que condiciona a percepção da parcela participação nos lucros e resultados ao fato de estar o contrato de trabalho em vigor na data prevista para a distribuição dos lucros. Assim, inclusive na rescisão contratual antecipada, é devido o pagamento da parcela de forma proporcional aos meses trabalhados, pois o ex-empregado concorreu para os resultados positivos da empresa. • Ajuda de custo: destinam-se a ressarcir as despesas efetuadas pelo empregado em virtude de sua transferência (arts. 469 e 470). São pagas uma única vez e jamais terão natureza salarial, mesmo que ultrapasse o salário do empregado naquele mês. - Parcela compulsória - Ajuda de custo habituais? - Se as ajudas de custo são parcelas que podem ser habituais, não se destinam ao ressarcimento das despesas com transferência do empregado, pois esta é esporádica, eventual. - A nova ajuda de custo mencionada no § 2º do art. 457 da CLT deve ser entendida como pagamentos feitos pelo patrão a título de ressarcimento de despesas com o trabalho, como vestimentas, ferramentas, equipamentos etc. • Diárias para viagem: parcelas recebidas em razão dos gastos do empregado em viagens. Antes da Reforma, se as diárias ultrapassassem a 50% do salário do empregado, havia presunção de fraude, neste caso teria natureza salarial. Com as modificações trazidas pela Lei nº 13.467/17, as diárias são sempre consideradas parcelas sem natureza salarial. - Parcela facultativa • Vale-transporte: pago de forma antecipada, com o objetivo de ressarcir despesas com o deslocamento do empregado de sua residência até o local de trabalho e deste até sua casa, par aqueles que fazem uso do transporte coletivo público. - Poderá descontar até 6% do salário básico do empregado. - Avulso: tem direito à parcela, pelo simples comparecimento, independente de trabalho efetivo. Informativo 61 do TST. Vale-transporte. Trabalhador portuário avulso. Comparecimento para concorrer à escala. Direito ao pagamento, independente do efetivo trabalho. Aplicação do art. 7º, XXXIV, da CF. Tendo em conta que, nos termos do art. 6º da Lei nº 9.719/98, o trabalhador avulso deverá comparecer ao local da prestação dos serviços para poder concorrer à escala de trabalho, o pagamento do vale-transporte não pode se restringir aos dias em que ocorrer o efetivo engajamento. Inteligência do art. 7º, XXXIV, da CF, que prevê a igualdade de direitos entre os trabalhadores com vínculo de emprego e os avulsos. Com esse entendimento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos da reclamada, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, negou-lhes provimento, mantendo a decisão turmária que condenou os reclamados ao pagamento de indenização substitutiva pelo não fornecimento dos vales-transportes correspondentes aos dias em que o reclamante compareceu para concorrer à escala de trabalho, observado o desconto de que trata o parágrafo único do art. 4º da Lei nº 7.418/85. TST-E-ED-RR-14800- 02.2008.5.02.0251, SBDI-I, rel. Min. Dora Maria da Costa, 3.10.2013 • Salário-família: benefício previdenciário concedido aos segurados de baixa renda, em razão de filhos menores de 14 anos ou deficientes de qualquer idade. Sua finalidade é ajudar os pais a custear a educação dos filhos. - Requisitos: remuneração mensal de até R$ 1.292,43 e possuir filhos menores de 14 anos ou deficientes de qualquer idade. - Pagamento feito pelo empregador e compensado pelo INSS. - Valor do benefício: a) Trabalhador com renda de até R$ 859,88: R$ 44,09 b) Trabalhador com renda de R$ 859,89 até R$ 1.292,43: R$ 31,07. - Benefício pago em razão de cada um dos filhos do trabalhador. Sendo possível a cumulação do benefício para o pai e para a mãe, desde que ambos de baixa renda. - Cessação do benefício: morte do filho, quando o filho completar 14 anos, exceto o deficiente, recuperação da capacidade do filho deficiente, desemprego ou morte do segurado • PIS / Pasep: - Pasep: Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público. - PIS: Programa de Integração Nacional. Calculado sobre o faturamento da empresa. - O abono do PIS, no valor de um salário mínimo por ano, é devido aos trabalhadores, urbano, rurais e avulsos, cadastrados há 5 anos no Fundo de Participação PIS/Pasep ou no Cadastro Nacional de Trabalho e que tenham ganho de até dois salários mínimos mensais. - Será calculado proporcionalmente ao número de meses trabalhados no ano anterior - Empregados cadastrados antes da promulgação da CF/88 tem direito à participação das cotas do PIS/Pasep – rendimentos anuais do PIS, correspondentes aos juros de 3% ao ano. - Este abono não é de responsabilidade do empregador. Trata-se de verba paga pelo Estado. A obrigação das empresas é de cadastrar o empregado (obrigação de caráter fiscal) • Stockoptions: possibilita que o empregado compre ações da empresa a preços pré-fixados e geralmente mais baixos se comparados àqueles oferecidos no mercado. - Objetiva estimular a produtividade do empregado, por ter interesse direto no crescimento da empresa. • Abonos: parcelas pagas em decorrência de ato de liberalidade do empregado, correspondente a um acréscimo efetuado em parcela única sem a necessidade de um motivo específico para o seu recebimento. - MP 808/2017 retirou o abono do § 2º do art. 457 da CLT. • Prêmios: decorrem da produtividade do trabalhador, dizendo respeito a fatores de ordem pessoal dele, como produção, assiduidade, qualidade etc. Art. 457, § 4o da CLT. Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades. • Auxílio-alimentação: desde que não seja pago em dinheiro tem natureza indenizatória. Neste caso, em regra a alimentação deixa de ser considerada salário in natura. - Não será mais necessária a adesão ao PAT para a concessão do auxílio- alimentação • Verba de representação: é uma verba indenizatória de gastos que o trabalhador eleito para a direção sindical passou a ter em função do trabalho sindical. Essa verba tem por finalidade indenizar o trabalhador eleito para a direção sindical, de despesas que o exercício do cargo lhe impõe, as quais ele não teria se não houvesse sido eleito. • Salário-utilidade (salário in natura) Para que uma utilidade fornecida pelo empregador tenha natureza salarial é necessária sua concessão de forma habitual, gratuita para o empregado e que seja fornecida pelos serviços prestados. Além disso deve ser benéfica e não pode ter lei em contrário. PELO salarial PARA indenizatória Art. 81 da CLT - O salário mínimo será determinado pela fórmula Sm = a + b + c + d + e, em que "a", "b", "c", "d" e "e" representam, respectivamente, o valor das despesas diárias com alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte necessários à vida de um trabalhador adulto. Art. 82 da CLT- Quando o empregador fornecer, in natura, uma ou mais das parcelas do salário mínimo, o salário em dinheiro será determinado pela fórmula Sd = Sm - P, em que Sd representa o salário em dinheiro, Sm o salário mínimo e P a soma dos valores daquelas parcelas na região, zona ou subzona. Parágrafo único - O salário mínimo pago em dinheiro não será inferior a 30% (trinta por cento) do salário mínimo fixado para a região, zona ou subzona. Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. § 1º Os valores atribuídos às prestações "in natura" deverão ser justos e razoáveis, não podendo exceder, em cada caso, os dos percentuais das parcelas componentes do salário- mínimo (arts. 81 e 82). § 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço; II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático; III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público; IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde; V – seguros de vida e de acidentes pessoais; VI – previdência privada; VIII - o valor correspondente ao vale-cultura. § 3º - A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade deverão atender aos fins a que se destinam e não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do salário- contratual. § 4º - Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário-utilidade a ela correspondente será obtido mediante a divisão do justo valor da habitação pelo número de co-habitantes, vedada, em qualquer hipótese, a utilização da mesma unidade residencial por mais de uma família. § 5o O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares, mesmo quando concedido em diferentes modalidades de planos e coberturas, não integram o salário do empregado para qualquer efeito nem o salário de contribuição, para efeitos do previsto na alínea q do § 9o do art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79qhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art28%C2%A79q • Forma de pagamento do salário - Salário por unidade de tempo (independe da produtividade do empregado); - Salário por unidade de obra ou por produção; - Salário por tarefa (recebe por serviço prestado e em período previamente fixado). Art. 459 - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e gratificações. § 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido. • Garantias de proteção ao salário Art. 7º, X da CF: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa. STJ - atípico • Irredutibilidade salarial: há possibilidade excepcional de redução salarial por negociação coletiva: Art. 611-A, § 3o da CLT. Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo. • Intangibilidade salarial: veda descontos ilegais e abusivos. - Descontos permitidos: Salário-utilidade; Descontos no salário em razão de dano causado pelo empregado; Adiantamentos salariais; Descontos legais e convencionais; Descontos no salário para a percepção de planos de assistência odontológica e médico-hospitalar. Multa por descumprimento do acordo no trabalho intermitente. • Vedação ao truck system: Truck system é o pagamento do salário por meio de vales ou bônus para compra de produtos em armazém mantido pelo empregador. • Equiparação salarial - Requisitos: 1. Contemporaneidade; 2. Mesmo empregador; 3. Mesmo estabelecimento; 4. Identidade de atribuições (mesma função); 5. Diferença de tempo na função não superior a dois anos; 6. Diferença de tempo no emprego para o mesmo empregador não superior a 4 anos a favor do paradigma; 7. Mesma produtividade e perfeição técnica; 8. Inexistência de plano de cargos e salários que pode conter critérios de promoção por antiguidade e/ou merecimento, dispensada a homologação ou registro em qualquer órgão; 9. Mesmo regime jurídico; 10. O paradigma não pode ser empregado readaptado; 11. Não cabe equiparação em cadeia, com paradigmas remotos ou que tenham obtido o disparate salarial por meio de ação judicial; 12. Não cabe equiparação entre empregados públicos de cargos diferentes Art. 461 da CLT. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade. § 1o Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a diferença de tempo na função não seja superior a dois anos. § 2o Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou de negociação coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de homologação ou registro em órgão público. § 3o No caso do § 2o deste artigo, as promoções poderão ser feitas por merecimento e por antiguidade, ou por apenas um destes critérios, dentro de cada categoria profissional. § 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial. § 5o A equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no cargo ou na função, ficando vedada a indicação de paradigmas remotos, ainda que o paradigma contemporâneo tenha obtido a vantagem em ação judicial própria. § 6o No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo ou etnia, o juízo determinará, além do pagamento das diferenças salariais devidas, multa, em favor do empregado discriminado, no valor de 50% (cinquenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Grupo econômico, Fusão ou sucessão, Terceirização Funções inespecíficas, de confiança, especializadas ou técnicas, intelectuais e artísticas Paradigma trabalha em períodos descontínuos, mas a soma ultrapassa 2 anos • Desvio de função: quando o empregado que deveria estar desempenhando determinada função está prestando serviços esporádicos em outra, com salário mais elevado. Comprovado o desvio funcional, o empregado receberá a remuneração mais elevada enquanto esteve desempenhando aquela função que não era originalmente a sua. • Acúmulo de função: somente se configura quando o empregado, contratado para exercer uma função específica, passa a desempenhar, concomitantemente, outras atividades afetas a cargos totalmente distintos.
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