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Verificação de Aprendizagem de Sociologia – 1ª Série - Ens. Médio – 4º BIM. Aluno(a) Laura Xavier Data: ____/___/2020 Professor(a): Heromilda C. Pereira Valor: 5,0 pontos Valor obtido: ________. 1) O impulso para o ganho, a perseguição do lucro, do dinheiro, da maior quantidade possível de dinheiro não tem, em si mesma, nada que ver com o capitalismo. Tal impulso existe e sempre existiu. Pode-se dizer que tem sido comum a toda sorte e condições humanas em todos os tempos e em todos os países, sempre que se tenha apresentada a possibilidade objetiva para tanto. O capitalismo, porém, identifica-se com a busca do lucro, do lucro sempre renovado por meio da empresa permanente, capitalista e racional. Pois assim deve ser: numa ordem completamente capitalista da sociedade, uma empresa individual que não tirasse vantagem das oportunidades de obter lucros estaria condenada à extinção. WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Martin Claret, 2001 (adaptado). O capitalismo moderno, segundo Max Weber, apresenta como característica fundamental a (A) Competitividade decorrente da acumulação de capital. (B) Implementação da flexibilidade produtiva e comercial. (C) Ação calculada e planejada para obter rentabilidade. (D) Socialização das condições de produção. (E) Mercantilização da força de trabalho. 2) Leia o trecho a seguir, de George Simmel, publicado originalmente em 1900. Na medida em que a cidade grande cria precisamente estas condições psicológicas – à cada saída à rua, com a velocidade e as variedades da vida econômica, profissional e social –, ela propicia [...] uma oposição profunda frente à cidade pequena e à vida no campo, com o ritmo que corre mais uniformemente, mais lento e mais habitual [...]. SIMMEL, Georg. Philosofie des geldes. Frankfurt: Suhrkamp, 1989. p. 196. Para Simmel, a oposição descrita no trecho ilustra (A) O desenvolvimento tecnológico dos meios de transporte. (B) A manutenção, na metrópole, das práticas e tradições comunitárias. (C) O advento da Modernidade, que transformou as noções de tempo e espaço. (D) A nostalgia dos habitantes de regiões urbanas em relação ao mundo rural. (E) A crise do sistema capitalista diante da necessidade de produções cada vez maiores. 3) Os monumentos históricos possuem relação com a memória, de modo a destacar imagens e valores para a identidade coletiva de povos e sociedades. As fotos acima retratam monumentos históricos brasileiros produzidos em épocas distintas. A comparação entre ambos evidencia uma mudança referente à identidade nacional brasileira. Essa mudança está mais claramente vinculada à valorização da (A) tradição democrática. (B) integração territorial. (C) miscigenação racial. (D) diversidade étnica. 4) A seguir, leia um comentário a respeito do livro Casa-grande e senzala, obra de Gilberto Freyre. A publicação da obra Casa-grande e senzala, cuja primeira edição data de 1933, sinaliza para esse movimento de formação de símbolos da identidade. [...] O livro oferecia um novo paradigma para a sociedade multirracial brasileira, invertendo o antigo pessimismo e introduzindo os estudos culturalistas como modelo de análise. SCHWARCZ, Lilia. Racismo “à brasileira”. In: ALMEIDA, Heloisa Buarque; SZWAKO, José. Diferenças, igualdade. São Paulo: Berlendis e Vertecchia, 2009. p. 96. Tal como o trecho sugere, Casa-grande e senzala é uma interpretação do Brasil original e também positiva, pois, na época em que foi publicado, confrontou as teorias (A) democráticas, que sugeriam que a participação política não se consolidaria nos trópicos. (B) econômicas, que identificavam impasses quanto ao acúmulo de capital na indústria nacional. (C) imperialistas, que viam uma incapacidade de os países da América do Sul competir com os da América do Norte. (D) racialistas, que concluíam o fracasso civilizacional do Brasil em razão do padrão miscigenado da população. (E) marxistas, que indicavam que o Brasil só se desenvolveria se acompanhasse os recentes eventos na Rússia. 5) Abordando o estilo de jogo do futebol brasileiro, na década de 1960, o sociólogo Gilberto Freyre articulou a seguinte afirmação: Nosso futebol mulato, com seus floreios artísticos cuja eficiência – menos na defesa que no ataque – ficou demonstrada [...] é uma expressão de nossa formação social, democrática como nenhuma e rebelde a excessos de ordenação interna e externa; a excessos de uniformização, de geometrização, de estandartização; a totalitarismos que façam desaparecer a variação individual ou espontaneidade pessoal. FREYRE, Gilberto. Sociologia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967. p. 436. Nesse trecho, Freyre observa, no estilo brasileiro de jogar futebol, uma característica que, para ele, marca a identidade nacional. Trata-se da (A) burocratização excessiva, seja na vida pública, seja nas práticas esportivas. (B) reprodução, sem mudanças consideráveis, das ações e dos pensamentos europeus. (C) tradição africana, determinando as atividades econômicas e lúdicas do país. (D) miscigenação, diluindo singularidades étnicas em uma cultura nova e original. (E) irreverência, que, tanto no esporte quanto na política, corresponde a uma falta de seriedade. 6) Em Raízes do Brasil, Sérgio Buarque desenvolve uma ideia em torno da qual constrói sua interpretação sociológica: a do “homem cordial”. Este seria o brasileiro típico, fruto da colonização portuguesa e representante conceitual de nossa sociedade. [...] A cordialidade, tal como entendida por Sérgio Buarque, sugere aversão à impessoalidade. Nós, brasileiros, estaríamos sempre buscando estabelecer intimidade, pondo os laços pessoais e os sentimentos como intermediários de nossas relações. Estamos acostumados a “fazer amizade”, “contar a vida”, “pedir conselho” a pessoas que nunca vimos antes enquanto aguardamos na fila do banco ou do supermercado. [...] Podemos concluir, assim, que o “homem cordial” caracteriza-se fundamentalmente pela rejeição da distância e do formalismo nas relações sociais. Mas o caso brasileiro tem outra característica: as atitudes e princípios vigentes no universo íntimo da família acabaram por transbordar para a esfera pública. BOMENY, H.; FREIRE-MEDEIROS, B.; EMERIQUE, R. B.; O’DONNELL, J. Tempos modernos, tempos de sociologia. São Paulo: Editora do Brasil, 2013. p. 348 e 349. Considerando o texto citado e os conhecimentos sobre os temas das representações, das identidades e das diferenças culturais, assinale o que for correto. (A) O homem cordial existe como um tipo ideal, isto é, trata-se de uma construção abstrata que se refere a certos padrões de comportamento individual relacionados com uma estrutura política, econômica e cultural predominante na vida social brasileira. (B) A noção de cordialidade foi amplamente difundida dentro e fora do Brasil como estereótipo da hospitalidade e da simpatia do brasileiro e até hoje é considerada uma marca de grande valor simbólico no mercado turístico internacional. (C) A cordialidade se manifesta também na concepção do espaço público como prolongamento do espaço privado. (D) Interpretações sociológicas baseadas na observação de hábitos e costumes como elementos delineadores de uma identidade nacional marcaram de forma decisiva a constituição do pensamento social brasileiro no início do século XX. (E) Ao instaurar um comportamento marcado pela proximidade, pela afetividade e pela emoção, a cordialidade impede o surgimento de relações desiguais e hierárquicas, tais como o preconceito social, o racismo e a violência de gênero. 7) Leia o texto a seguir e assinale o que for correto sobre o tema da diversidade étnica. “[...] Na verdade, raça, no Brasil jamais foi um termo neutro; ao contrário, associou-secom frequência a uma imagem particular do país. Muitas vezes, na vertente mais negativa de finais do século XIX, a mestiçagem existente no país parecia atestar a falência da nação [...]”. (A) Vigorou no Brasil, do século XIX, uma visão elitista que privilegiava a cor branca e via na mistura de raças a causa de seu atraso. (B) Os termos raça e etnia se equivalem. Ambos fazem referência à composição de grupos de pessoas com características fisiológicas e biológicas comuns. (C) Os estudos centrados na noção de raça classificam a humanidade por meio da seleção natural e da organização genética. (D) Por ser o Brasil o país com o maior número de afrodescendentes depois do continente africano, não é pertinente discutir o racismo no Brasil. (E) Nas décadas seguintes à abolição da escravatura, a integração dos afro-brasileiros à sociedade brasileira foi marcada pela adoção de mecanismos de inclusão que resultaram, recentemente, na implantação das chamadas políticas de ação afirmativa. 8) Quanto à interpretação de Gilberto Freyre sobre o Brasil, assinale as alternativas corretas. (A) Gilberto Freyre entende que a cultura brasileira é um resultado direto da influência das tradições e dos costumes europeus. (B) A obra de Freyre analisa a realidade brasileira pela ótica da miscigenação cultural em uma época em que muitos ainda acreditavam na degeneração das misturas raciais. (C) Para o autor, o Brasil apresenta uma cultura única e original, formada da história das relações entre os indígenas, os africanos e os portugueses. (D) Politicamente, Gilberto Freyre defendia que o Brasil devia seguir os Estados Unidos, instituindo políticas públicas de separação étnica em seu território. (E) Um dos principais legados intelectuais de Freyre é a valorização dos africanos e dos indígenas para a rica singularidade da cultura brasileira. 9) Formou-se na América tropical uma sociedade agrária na estrutura, escravocrata na técnica de exploração econômica, híbrida de índio - e mais tarde de negro — na composição. Sociedade que se desenvolveria defendida menos pela consciência de raça, do que pelo exclusivismo religioso desdobrado em sistema de profilaxia social e política. Menos pela ação oficial do que pelo braço e pela espada do particular. Mas tudo isso subordinado ao espírito político e de realismo econômico e jurídico que aqui, como em Portugal, foi desde o primeiro século elemento decisivo de formação nacional; sendo que entre nós através das grandes famílias proprietárias e autônomas; senhores de engenho com altar e capelão dentro de casa e índios de arco e flecha ou negros armados de arcabuzes às suas ordens. De acordo com a abordagem de Gilberto Freyre sobre a formação da sociedade brasileira, é correto afirmar que: (A) a colonização na América tropical era obra, sobretudo, da iniciativa particular. (B) o caráter da colonização portuguesa no Brasil era exclusivamente mercantil. (C) a constituição da população brasileira esteve isenta de mestiçagem racial e cultural. (D) a Metrópole ditava as regras e governava as terras brasileiras com punhos de ferro. (E) os engenhos constituíam um sistema econômico e político, mas sem implicações sociais. 10) A formação do Brasil e a identidade do brasileiro foram bastante discutidas no início do século XX pelos sociólogos brasileiros Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Júnior. A respeito das análises de Freyre, em seu livro “Casa-Grande e Senzala”, é correto afirmar: (A) Criou uma tipologia para estudar a formação do Brasil e do brasileiro, dando ênfase explicativa ao tipo aventureiro do português em detrimento do tipo semeador. (B) Fez um estudo da colonização portuguesa, descrevendo a formação da família patriarcal brasileira, dando especial importância à miscigenação como traço cultural. (C) Observou que a cordialidade do povo brasileiro lhe dificultava o reconhecimento da moderna impessoalidade nas relações sociais. (D) Utilizou o materialismo dialético como chave explicativa dos fatos sociais que condicionavam o destino do país. (E) Tratou da decadência do patriarcado rural e do crescimento das elites urbanas no Brasil. 11) As obras Casa-grande & senzala, de Gilberto Freyre, e Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, foram importantes marcos na definição da identidade nacional brasileira durante a década de 1930. Analise as proposições a seguir e marque V para as verdadeiras e F para as falsas. ( ) Gilberto Freyre declara a existência de relações de dominação e violência que expressam as desigualdades entre negros e brancos no Brasil. ( ) Em Raízes do Brasil, o homem cordial é apresentado como característica marcante do povo brasileiro, vinculado ao envolvimento afetivo e emocional, representando um obstáculo para as relações impessoais e objetivas da esfera pública, tal como a política e a economia. ( ) Para Sérgio Buarque de Holanda, o atraso brasileiro em relação a outros países civilizados era decorrente da mestiçagem. ( ) Gilberto Freyre confere à miscigenação um caráter positivo, que teria possibilitado a formação da nação brasileira. ( ) Sérgio Buarque de Holanda e Gilberto Freyre demonstram a plasticidade do português como um dos aspectos marcantes da formação do povo brasileiro. (A) F, F, F, V, V. (B) F, V, V, F, V. (C) V, V, F, V, F. (D) V, F, V, F, F. (E) F, V, F, V, V.
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