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CURSO DE PEDAGOGIA 
PROJETOS E PRÁTICAS DE AÇÃO PEDAGÓGICA- 
GESTÃO DA EDUCAÇÃO EM AMBIENTES ESCOLARES E NÃO ESCOLARES 
PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA 
 
 
BRINQUEDOTECA HOSPITALAR: O NOSSO CANTINHO LÚDICO 
 
 
 
Laysa da Cruz dos Santos- RA- 1802803 
 
 
 
 
 
 
 
POLO: 
JARAGUÁ (GO) 
2020 
 
APRESENTAÇÃO: 
O ambiente escolhido para a elaboração e o desenvolvimento do projeto 
pedagógico em ambiente não escolar é o Hospital Geral de Jaraguá, localizado no 
centro da cidade, na avenida principal no estado de Goiás (HGJ GO), mais 
precisamente na ala infantil da instituição hospitalar. A instituição atende os 
cidadãos com os mais variados profissionais e especialistas da área médica em 
conjunto com a prefeitura municipal da cidade. 
Entre as especialidades médicas oferecidas na instituição, estão: 
Ortopedia, Ginecologia, Pediatria, Cirurgia Pediátrica e Cardiologia. O hospital, na 
especialidade pediátrica atende crianças de Jaraguá e região oferecendo diversos 
tratamentos clínicos, exames e cirurgias, algumas dessas crianças podem ficar até 
duas semanas em tratamento médico, sendo assim, o hospital oferece apoio 
substancial aos familiares de crianças que não moram na cidade. 
A infância é uma das principais fases da vida do ser humano, pois inicia 
seu desenvolvimento tanto social como físico. A existência histórica e social é o que 
impulsiona o crescimento e o desenvolvimento da criança e sua infância ao longo de 
sua vida. Isto implica considerar a criança um sujeito de direitos, um sujeito em 
pleno processo de formação (KAILER, PAULA, FILHO, 2006). O Estatuto da Criança 
e do Adolescente (BRASIL, 1990), normativa lei 8.069, versa no artigo 16, inciso IV, 
que é direito da criança brincar como também praticar esportes e divertir-se. 
Compreende-se aqui a importância das brinquedotecas, garantindo às 
crianças brincar com a seriedade que a brincadeira requer e por isso foram criadas, 
e, de tornar a estadia da criança no hospital menos dolorosa. 
E continuar a brincar mesmo estando hospitalizada é garantido por lei 
desde 2005, amparada pela Lei Federal 11.104, de 21 de março, que torna 
obrigatória a efetivação das brinquedotecas em hospitais, que ofereçam atendimento 
a crianças em regime de internação, necessitam ser cuidadosamente pensados, 
selecionados de acordo a atender às necessidades, em função da sua higienização 
e de sua função em ajudar a criança naquele período promovendo interação. 
A Lei de Diretrizes e Bases n° 9394/96 (BRASIL,1996), especialmente no 
se refere à Educação Especial, pela Política Nacional de Educação Especial na 
Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), já que a escolarização das 
crianças hospitalizadas versa nesta lei (por se tratar de necessidades educacionais 
especiais), genericamente não é pontual no que se refere às crianças em regime de 
internação, apesar de, nos Hospitais existirem as crianças com todas as 
características citadas nas diretrizes e na LDB. Na resolução n° 41 de 13 de outubro 
de 1995 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente 
(CONANDA) dispõe sobre o direito da criança e adolescente hospitalizado(a), o 
integro desenvolvimento do seu curriculum escolar durante sua hospitalização e 
alguma forma de recreação. 
Conforme a Constituição Federal de 1988, que normatiza o direito a 
educação para todos em quaisquer circunstâncias, os hospitais são instituições que 
devem proporcionar aprendizagem às crianças internadas impossibilitadas de 
frequentar a escola, dando a oportunidade a elas em continuar seus estudos durante 
a internação (BRASIL,1988). 
Assim, mesmo com todas essas legislações garantindo o direito a esse 
espaço durante a hospitalização, ainda há de se discutir sobre esse espaço que 
também é de aprendizagem. 
Os trabalhos relacionados ao presente resumo tiveram como objetivo 
central analisar a importância da brinquedoteca no espaço hospitalar, destacando os 
objetivos centrais deste espaço, observando os recursos utilizados da 
brinquedoteca, o formato e interação social da equipe que trabalha neste ambiente, 
como também a interação e desenvolvimento das crianças que frequentam a 
brinquedoteca hospitalar 
 
JUSTIFICATIVA: 
O brincar é uma atividade inerente à infância e é um direito de toda 
criança. É através do brincar que a criança se relaciona com o meio em que vive e 
com os outros, o que lhe propicia dar significado a tudo que está ao seu redor. 
Neste sentido, a atividade lúdica não pode ser considerada como algo 
sem sentido ou como um mero passa-tempo, pois é a partir do brincar que a criança 
desenvolve a sua curiosidade, sente-se instigada pelas descobertas, estabelece 
vínculos e princípios de relacionamento social e desenvolve as mais variadas 
habilidades. 
Visto que há no Hospital Geral uma ala infantil, e que há tratamentos 
clínicos prolongados realizados no hospital, e diante da necessidade de um 
profissional para intervir de forma pedagógica durante momentos tão delicados, viu-
se a necessidade de uma de uma intervenção lúdica na forma de brinquedoteca, 
para que essas crianças com necessidades médicas possam ter acesso a apoio 
pedagógico. 
Para Kishimoto: 
 
 “as conseqüências psicológicas de uma hospitalização são múltiplas: 
problemas de sono, de comportamento, de apetite e dificuldades 
escolares. A criança doente continua sendo criança e, para garantir 
seu equilíbrio emocional e intelectual, o jogo é essencial. A criança 
impossibilitada de brincar tem seu desenvolvimento comprometido e 
seu equilíbrio emocional perturbado’’(KISHIMOTO in FRIEDMANN, 
1998, p.59). 
 
Muitas crianças não podem gozar do direito de brincar quando estão 
hospitalizadas. Por isso a importância da brinquedoteca hospitalar nesse contexto. 
Diante da necessidade de trazer alegria e práticas lúdicas para crianças 
fragilizadas que necessitam de passar por algum tratamento médico ou algum 
procedimento que aconteça em ambiente hospitalar. Nesse sentido, a Brinquedoteca 
busca complementar o tratamento médico, atuando no cognitivo e na recreação da 
criança. 
 
 
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OBJETIVO GERAL: 
O objetivo geral do projeto e prover apoio pedagógico para crianças que 
se encontram em situação hospitalar. 
O projeto visa, de uma maneira geral, alegrar e entreter crianças 
enfermas ou com necessidades médicas que passem pelo hospital, trazendo o 
lúdico e práticas da pedagogia para o ambiente hospitalar e para a vida dessas 
crianças. 
Visa também, oferecer um espaço de qualidade para crianças de 0 a 12 
anos, onde o lúdico é utilizado como instrumento de educação moral, afetiva, e 
como estratégia para o desenvolvimento da cidadania e da consciência emocional. 
Dessa forma, o lúdico será trabalhado através de brinquedos, livros infantis e 
brincadeiras tradicionais resgatadas de nossa cultura 
 
OBJETIVO ESPECÍFICO:Visa atender crianças/pacientes que estão diariamente, temporariamente 
ou permanentemente em ambiente hospitalar para tratamentos ou procedimentos 
médicos. O projeto e totalmente voltado para crianças que se encontram diariamente 
no hospital e crianças que vivem nesse ambiente. Oferecera possibilidade de brincar 
livremente, profundamente, podendo a criança dirigir a atividade, criar, inventar, 
transformar, construir e se expressar. 
 
 
PÚBLICO- ALVO: 
Crianças de 0 a 12 anos em situação hospitalar permanente ou não. 
Crianças em tratamento médico prolongado e crianças que necessitem de algum 
tratamento ou atendimento médico, visando contribuir com a melhora dos mesmos. 
 
 
 
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ETAPAS DO PROJETO: 
O projeto terá a duração de um mês e contará com: 
• Implantação de brinquedos e materiais pedagógicos em uma ala 
própria do hospital destinada para esse fim; 
• Preparação e orientação de profissionais da educação para atuarem de 
forma profícua com pacientes infantis hospitalizados; 
• Uso de tecnologia na brinquedoteca como forma de entretenimento e 
aprendizado; 
• Atuação na brinquedoteca com atividades lúdicas; 
• Professores especializados. 
 
 
 
 
 
 
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METODOLOGIAS: 
A metodologia de trabalho está baseada na teoria construtivista. Busca na 
prática pedagógica, de modo sistemático e intencional, o desenvolvimento das 
crianças, garantindo a aquisição de novos conhecimentos e a realização de novas 
aprendizagens a partir da valorização do saber que elas mesmas possuem. 
Proporciona, assim, um ambiente rico em estímulos, onde elas desenvolvem suas 
potencialidades através de atividades lúdicas e educativas. 
Toda atividade que se realiza com prazer é mais assimilável. É brincando 
que a criança percebe melhor o mundo, descobre os seus mistérios, constrói suas 
hipóteses, enfim constrói o conhecimento. 
Como diz PIAGET, não existe nada que a criança precise saber que não 
possa ser ensinado brincando. Se alguma coisa não é passível de transformar-se 
em jogo (problemas, desafios), certamente não será útil para a criança nesse 
momento. 
Acreditando que a atividade lúdica é o modo através do qual a criança 
aprende, a administração da Brinquedoteca hospitalar coloca a mesma como sujeito 
que constrói o conhecimento através de sua interação com os meios físico e social 
em que vive. 
Trabalha para que o ambiente seja harmonioso, cooperativo e desafiador. 
Compreende a criança em seu processo de crescimento, nas características 
evolutivas do desenvolvimento infantil, respeitando suas curiosidades, necessidades 
e interesses de cada faixa etária. 
 
 
RECURSOS: 
• Brinquedos variados e tecnológicos; 
• Sala com espaço amplo e arejado para a implantação do brinquedoteca; 
• Pedagogos; 
• Projetor de imagem e son. 
• Livros infantis diversos 
 
FUNÇÕES DO PEDAGOGO NA BRINQUEDOTECA: 
O pedagogo tem a função de orientar, estimular e motivar a criança 
enferma e hospitalizada a prosseguir com seu aprendizado, afinal ela continua em 
crescimento e desenvolvimento e este processo não pode e não deve ser 
interrompido por ocasião de uma internação. 
O pedagogo procura oferecer, através do lúdico, condições dignas de 
internação, mesmo nos momentos difíceis no hospital. A prática do pedagogo na 
brinquedoteca se apresenta através das variadas atividades lúdicas e recreativas 
como a arte de contar histórias, brincadeiras, jogos, dramatização, desenhos e 
pinturas para a continuação dos estudos no hospital. 
O educador tem uma ação significativa na busca da compreensão da 
criança hospitalizada, sendo que as conseqüências psicológicas são inúmeras, nos 
casos de internação e tratamentos de saúde prolongados, porém a criança internada 
continua sendo criança e a atuação do pedagogo poderá garantir seu equilíbrio, seja 
por meio do lúdico ou de atividades que diminuam as tensões que a hospitalização 
acarreta 
Entendemos que a brinquedoteca hospitalar seja um espaço de promoção 
das interações entre as crianças e os adolescentes, possibilitando momentos de 
lazer, socialização e aprendizado, resgatando a auto-estima, a alegria e a vontade 
de viver. 
 
 
PRODUTO FINAL: 
• Avaliação final: a avaliação final se dará a longo prazo, na observação, 
pesquisa e registro de como a brinquedoteca contribuiu para a melhora no quadro 
clínico físico e emocional das crianças que desfrutaram desse recurso,em 
comparação com a evolução clínica de outras crianças que não desfrutaram do 
mesmo benefício. Essa pesquisa ocorrera durante o mês de funcionamento da 
brinquedoteca e seu resultado sera apresentado no final desse prazo para fins de 
comprovação da eficácia da mesma no ambiente hospitalar. 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS: 
 
Reiteramos a utilização do espaço brinquedoteca hospitalar para 
preservar a saúde emocional da criança nas oportunidades que o brincar, o 
brinquedo e o jogo podem proporcionar na sua aprendizagem valorizando o brincar 
na área da saúde reconhecendo a criança que brinca. 
O espaço oferecido pelas brinquedotecas deve ser pensado seriamente, 
com propostas que venham ao encontro das necessidades do público que se 
pretende atender. 
O brincar não pode continuar sendo interpretado de maneira errônea, 
principalmente pelos docentes, que acarretam muitas vezes a brincadeira um 
sentido muito vago, distante do ensino, não se educa um olhar sensível que 
consegue visualizar, o momento do brincar sendo único e verdadeiro. 
A brinquedoteca proporciona o espaço para o brincar da criança, pois a 
criança que brinca descobre novos lugares, se torna um sujeito autônomo, consegue 
estabelecer relações tanto individuais como em grupo, transforma as brincadeiras e 
os brinquedos no seu faz de contas, e neste momento ela está inteiramente ali, 
criando relações com o real e oimaginário, construindo conceitos, conhecimento e 
consequentemente aprendendo. 
Cunha: 
“Quando alguém chega a uma BRINQUEDOTECA deve se sentir 
tocado e atingido pela magia do local; precisa sentir que chegou a 
um lugar muito especial, pois ali se respeita o ser humano criança e 
o mistério do seu vir a ser’’. (CUNHA, 2010, p. 16). 
 
 
Sendo assim, a brinquedoteca para se manter viva precisa ter projetos 
que a sustentem, pessoas que acreditam no verdadeiro sentido do brincar e que 
sonhem junto com as crianças, que percebam o que está faltando, o que pode ser 
mudado, melhorado, que procurem recursos para que o espaço não seja apenas um 
depósito de prateleiras cheias de brinquedos e jogos. 
Pode-se dizer que a brinquedoteca hospitalar é um espaço destinado ao 
resgate da ludicidade, e o pedagogo tem papel fundamental nesse processo. A 
Brinquedoteca hospitalar tem a função de oportunizar a vivência de diversas 
situações que auxiliam na recuperação de crianças fragilizadas por um tratamento 
médico ou internação, pois a criança aprende e se desenvolve. 
REFERÊNCIAS: 
 
BRINQUEDOTECA HOSPITALAR: DA TEORIA À CONCEPÇÃO NO HOSPITAL DO 
CÂNCER DE UBERLÂNDIA-MG Fernanda Gabriela Dantas Moura1 - UEMG-Unidade 
Ituiutab- Disponível em: https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/20178_10134.pdf 
 
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