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FENÍCIOS E PERSAS (2)

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IFAL - CAMPUS PALMEIRA DOS ÍNDIOS 
 ALUNA: JÉSSICA TENÓRIO FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FENÍCIOS E PERSAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 BOM CONSELHO-PE 
 2020 
 
 
FENÍCIOS E PERSAS 
 
● Fenícios 
 
Muito se fala, sobre a importância da cultura grega e como ela serviu de base para o 
desenvolvimento do pensamento ocidental, mas os gregos receberam diversas 
influências de outros povos tão antigos e exóticos que ainda preservam seus 
mistérios até os dias de hoje. Os fenícios fazem parte dos povos mais 
desenvolvidos e influentes da antiguidade e sua cultura teria grande impacto em 
civilizações futuras, este povo habitava a região litorânea da antiga Canaã onde 
hoje fica a costa marítima do Líbano, da Síria e de Israel. Na antiguidade eles eram 
conhecidos como povo púrpura, o termo fenício tem origem na palavra grega 
“phoinikes” que pode significar carmim ou púrpura uma cor considerada bastante 
luxuosa na época. 
Por volta de 1200 a.c. o Egito perdeu alguns territórios devido a revoltas populares e 
a cultura Fenícia passou a florescer. Neste período, o vácuo de poder na região 
permitiu aos fenícios erguerem suas próprias rotas comerciais e fortalecerem seus 
exércitos, assim como os sumérios e os gregos, os fenícios possuíam muitas 
cidades-estado que se mantinham independentes e com traços culturais distintos. 
Com o desenvolvimento de uma cultura baseada no comércio marítimo, os fenícios 
entraram em contato com muitos povos diferentes como a civilização Minóica na 
Ilha de Creta, e os Micênicos na Grécia. 
Com a expansão de seus domínios, os fenícios colonizaram novos territórios onde 
fundaram cidades importantes, entre elas podemos citar as cidades de Tiro, Sídon e 
Beirute. Uma das maiores contribuições que os fenícios deixaram para a 
humanidade está relacionado a escrita, eles criaram um modelo de alfabeto que é 
considerado o ancestral de todos os alfabetos modernos, ele é chamado de alfabeto 
fonético fenícios e chegou até a Grécia por intermédio da Ilha de Creta. Os gregos, 
por sua vez, adicionaram as vogais ao alfabeto fenício, criando assim, o alfabeto 
grego. 
Os fenícios prosperaram muito com o comércio de madeira, escravos e vidro, mas 
seu produto mais valioso era a púrpura tíria, esse produto era uma tintura natural 
extraída de caramujos marinhos, era um corante que possuía a cor vermelho 
 
 
púrpura uma cor muito apreciada por toda nobreza da antiguidade, mas o valor da 
púrpura tíria estava além de sua bonita cor, já que as roupas tingidas com essa 
tintura tinha uma característica de não desbotar com o tempo, na verdade com 
passar do tempo as cores ficavam cada vez mais fortes e vívidas. Outra fonte de 
renda valiosa para os Fenícios, era o vinho de alta qualidade, devido a questões 
climáticas o vinho egípcio não podia se comparar em qualidade com o fenício e por 
isso eles pagavam em ouro pelas jarras de vinho de alta qualidade vindas da 
Fenícia. Os fenícios ainda contavam com o comércio de prata, cobre, estanho e 
bronze, além de produzirem jóias e esculturas feitas de vidro colorido. 
Com tamanha variedade de produtos circulando nos mercados os fenícios 
acumularam uma riqueza realmente espantosa, tudo isso era possível graças aos 
incríveis barcos desenvolvidos pelos fenícios os navios fenícios eram chamados de 
birremes, pois possuíam duas fileiras de remos, outros modelos com três fileiras de 
remos foram chamados de trirremes, esse era o melhor tipo de embarcação da 
antiguidade e seu estilo foi copiado pelos gregos egípcios e posteriormente pelos 
romanos. 
Os fenícios possuíam a religião politeísta, na qual cultuavam um grande número de 
deuses e seres sagrados, algo curioso é que apesar de terem uma cultura voltada 
para o mar, o panteão de deuses fenícios parecia não ter divindades marítimas 
também era costume realizar sacrifícios de animais em rituais religiosos, algo que 
era comum na maioria das religiões praticadas na época, no entanto os fenícios 
também sacrificavam seres humanos, inclusive crianças e recém-nascidos. Assim 
como os minóicos da Ilha de Creta, os fenícios possuíam essa dualidade sendo um 
povo desenvolvido, mas com estranha ligação com costumes primitivos. 
Como grandes navegadores, os fenícios percorreram a distância marítima 
espantosa para sua época eles navegaram e criaram colônias por toda a costa da 
África chegando até a península ibérica, onde fica Espanha e Portugal. Acredita-se 
que os fenícios também chegaram até a grã-bretanha e fizeram comércio com as 
tribos celtas que lá habitavam. Os fenícios fundaram a cidade de Cartago no norte 
da África, 65 anos antes da fundação de Roma, era uma cidade que se tornaria uma 
das maiores rivais de Roma. Existem algumas teorias de que os fenícios teriam 
atravessado o Oceano Atlântico, assim chegando ao nordeste brasileiro, mas a 
academia considera essa teoria fantasiosa e exagerada. 
 
 
Os fenícios são muito citados na Bíblia, talvez a mais famosa personagem bíblica 
seja a princesa Jezabel, filha do rei Etbaal da cidade de Sídon, ela ficou famosa por 
ter se casado com o rei Acabe de Israel, e ter exercido muita influência agindo como 
rainha e sacerdotisa. Mesmo com toda a sua fama e riqueza, os fenícios não 
possuíam uma força militar unificada e por conta disso não conseguiram oferecer 
muita resistência contra os ataques do emergente império persa, a cidade de 
Cartago foi um dos principais abrigos para os fenícios, com o aumento da população 
a cidade cresceu substancialmente. 
Em 332 a.c. Alexandre, o grande, conquistou a famosa cidade Fenícia de Tiro que 
estava sob o domínio persa, Alexandre foi implacável com a cidade ordenando a 
morte de dois mil cidadãos, entre eles estavam persas e fenícios. Pouco tempo 
depois a cultura Fenícia desapareceu de sua terra natal, a antiga região da Fenícia 
passou a ser dominada por outras potências como os gregos e egípcios, mas 
Cartago continua a se desenvolver e prosperar criando sua própria identidade 
cultural e seus cidadãos passaram a ser conhecidos como cartagineses, mas eles 
se consideravam herdeiros da gloriosa tradição da civilização fenícia. 
 
● Império persa 
 
Os persas são essenciais porque foram os responsáveis pela criação do conceito de 
império de alguma forma. Esse conceito de império depois vai ser usado por Roma, 
e é também o conceito de império que embasa Napoleão Bonaparte. Os persas 
surgiram na região do atual Irã e Ciro, o Grande, é o responsável pela unificação 
entre dois grupos, os medos e os persas. Para os gregos eles continuam sendo 
chamados de medos para sempre, tanto que as guerras entre persas e gregos são 
chamadas de guerras médicas, mas não que Ciro, o Grande, tivesse planejado. 
Quem veio depois de Ciro, o Grande, foi o Alexandre que vai ser o responsável pela 
derrota dos persas no século 4 a.c., isso inclui os romanos, os quais usam o termo 
tendo como referência a extensãoterritorial e as conquistas dos persas, 
particularmente a partir do Ciro. Então o Ciro conquista todo o oriente próximo, 
exceto das áreas mais produtivas e mais ricas, como por exemplo o Egito, que vai 
ser conquistado pelo filho dele, o Cambises que ficou com uma fama muito ruim de 
ser um pouco generoso perto do pai, mas essa fama se deve muito mais aos 
 
 
gregos do que propriamente a documentos históricos, então eles vão criar uma 
grande extensão territorial com uma centralização que combinava um poder central 
forte com poderes locais. 
As satrapias comandadas pelos sátrapas que eram os governadores dos persas, 
são as unidades administrativas desse império, dessa forma, originalmente o 
império que mais impactou nas histórias dos gregos e dos romanos não era um 
império com uma centralização absoluta, naquela época tinha uma dosagem 
bastante significativa entre poder central nas mãos dos persas e poderes locais nas 
mãos dos povos que eram dominados pelos persas, mas vigiados pelos sátrapas 
que ganharam apelido de “olhos e ouvidos” do imperador persa, eram os grandes 
responsáveis pela fiscalização das duas obrigações básicas que os territórios 
dominados pelos persas tinham com relação aos dominadores, que era o 
fornecimento de soldados, que faz do império persa multiétnico quanto ao seu 
exército, são soldados de várias nacionalidades, várias etnias, e o pagamento de 
impostos que acompanhava o ritmo da produção que avaliava se o pagamento, o 
repasse para o governo central persa era justo diante do que se tinha produzido. 
O império Persa não é intolerante, assim na base das conquistas e da permanência 
do domínio persa, nós temos esse jogo entre poderes centrais e poderes locais, 
uma tolerância muito grande com relação aos povos conquistados, os persas 
particularmente, Ciro, o Grande, não impunham uma religião, não proibiam os cultos 
dos povos conquistados e também não estabeleciam regras de convivência, regras 
jurídicas que fugissem muito dos costumes daquele povo. Por causa das 
habilidades militares dos exércitos persas, as quais eram numerosas e bastante 
habilidosas, principalmente na combinação entre o uso de cavalaria, de arqueiros e 
de lanceiros. Eles não eram tão tolerantes, não eram propriamente tão capazes de 
reconhecer e lidar bem com a cultura e a religião dos outros povos, não eram 
também aqueles imperialistas atrozes que teriam motivado as guerras médicas. 
Agora tem um império tão grande, com uma administração tão complexa entre os 
poderes locais e o poder central, com uma estrutura logística também importante, 
eles criam estradas, depois de um tempo começa a ter um padrão monetário único 
em todos os domínios persas, e também havia padrões de pesos e medidas para 
facilitar o comércio, já que era um império tão diversificado com uma estrutura 
econômica tão significativa, pegava os dois grandes vales mais férteis da 
antiguidade oriental, o vale do rio Tigre e Eufrates da mesopotâmia, e também, o 
 
 
vale do rio Nilo, então a quantidade de gêneros alimentícios produzida era digna do 
tamanho dos territórios que eles dominavam. 
Eles entram em declínio quando tentam avançar em direção ao ocidente e se 
deparam com os gregos. Isso entra em mais detalhes quando se fala em guerras 
médicas, quando estuda os gregos, mas os gregos vão ter duas vitórias, 
particularmente expressivas contra os persas, que afastam a ameaça de invasão 
persa no ocidente, a Batalha de Maratona e a Batalha de Salamina, mas as guerras 
médicas não assinalaram a derrota dos persas, eles vão ser derrotados, 
posteriormente, por uma coalizão entre gregos e macedônios liderados pelo 
Alexandre, o grande, mas são várias derrotas. 
Embora a Batalha de Gaugamela seja considerada modelo pelos grandes 
estudiosos militares e foi por muitos e muitos séculos na antiguidade, referência de 
estratégia, seja a batalha decisiva para derrota dos persas, antes dela Felipe II da 
Macedônia e o Alexandre impuseram outras derrotas menores aos persas a ponto 
de fragiliza-los, mas é um império multiétnico, é um império multicultural, e que em 
comparação a alguns povos, eram os que tinham mais capacidade de conviver com 
esse multiculturalismo ainda que para os gregos tenham ficado uma imagem muito 
negativa, eles são os grandes inimigos dos gregos durante as guerras médicas, 
particularmente dos atenienses.

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