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INOVAÇÃO E ECONOMIA CRIATIVA E-book 2 Sérgio Ivanchuk Neste E-Book: INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3 CONCEITOS HISTÓRICOS DA CRIATIVIDADE ���������������������������������������������4 TIPOS DE CRIATIVIDADE ������������������������10 DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE ��������������������������������������������18 DESIGN THINKING ������������������������������������ 22 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������27 SÍNTESE �������������������������������������������������������29 2 INTRODUÇÃO Nesta unidade, vamos discutir sobre a forma como a criatividade e a inovação podem ser desenvolvidas e sustentadas por meio de liderança, trabalho em equipe e colaboração, a fim de alcançar um melhor desempenho na criação de novos produtos, serviços, atendimentos, dentre outras demandas. A criatividade é distinta da inovação, pois engloba os processos que levam à geração de novas ideias para criar valor para os indivíduos, as organizações e o setor da saúde. O termo inovação é usado para descrever essas novas ideias, produtos ou métodos onde não foram usados antes. A inovação introduz intencionalmente ideias, processos, produtos ou pro- cedimentos no trabalho, na equipe ou na organização de trabalho, e são projetadas para beneficiar tanto o trabalho quanto a equipe ou a organização. Para quem trabalha na área administrativa, sempre há pressão para ser inovador e “fazer mais com menos”. Ao longo de nossa disciplina, verificaremos que cria- tividade e inovação precisam ser desenvolvidas em todas as organizações para alcançar esse desafio. A maneira como as pessoas pensam sobre inovação mudou radicalmente, nas últimas duas décadas, com o advento do compartilhamento aberto e da perso- nalização do usuário. 3 CONCEITOS HISTÓRICOS DA CRIATIVIDADE A criatividade e a inovação são consideradas univer- salmente distintas na composição de um empreen- dedor. Schumpeter (1982) considerava a inovação como um atributo ou habilidade presente no empre- endedorismo. As variáveis combinadas (criatividade e inovação) diferenciam ativamente o empreendedor do pequeno empresário, com o desenvolvimento de um “novo” produto ou serviço como prova distinta. O conceito de criatividade na literatura científica é bastante ambíguo, devido à sua complexidade e mudança de atitudes em relação a isso. Ao definir criatividade, alguns autores fornecem diversos as- pectos do conceito e atendem a diferentes critérios. A maioria aponta para o princípio da capacidade de criar algo inovador, original, inesperado, de qualida- de, e apropriado, ou seja, peças, serviços e protóti- pos úteis que atendam aos objetivos empresariais (Grakauskaitė-Karkockienė, 2006). De acordo com a abordagem holística, a criatividade inclui uma variedade de fatores que influenciam o processo criativo: habilidades, traços de personali- dade, motivação, experiências criativas, etc. Туник (2002) define criatividade como um processo, que se caracteriza pela sensibilidade ao problema, a ca- 4 pacidade de discernir as lacunas de conhecimento e itens ausentes; pesquisar e encontrar soluções; adi- vinhar, levantando questões, formulando hipóteses, avaliando, corrigindo, generalizando e apresentando. Schumpeter (1982) afirma que o empreendedor é um indivíduo de quem se espera considerar e aplicar uma nova combinação de técnicas e processos de produção. Além disso, categoriza e diferencia o em- preendedor como alguém que se esforça para o de- senvolvimento de novos produtos; o desenvolvimento de um novo método de produção; a identificação de novos mercados e oportunidades de mercado e a descoberta de novos insumos, fornecedores, reor- ganização ou reestruturação industrial. Todos os fenômenos acima mencionados são for- mulados com o “novo” que simplesmente implica “inovação” e é alimentado pela criatividade. Carland et al. (1992), enfatiza que o empreendedor é alguém reconhecido como uma pessoa que prefere o de- senvolvimento ou a criação de atividade. Essa ativi- dade ou atividades são manifestadas por meio da combinação inovadora de recursos, com o objetivo de atingir um lucro significativo ou o desempenho empresarial. 5 FIQUE ATENTO O conceito criatividade sempre formou parte im- portante de várias disciplinas, com uma raiz do- minante nas artes e na psicologia. Contudo, Ster- nberg e Lubart (1999) indicam que apenas 0,2% dos resumos discutidos em periódicos psicológi- cos são focados na criatividade. O papel que a criatividade desempenha na sociedade e também no empreendedorismo é inequivocamente significativo, mas pouco estudado como ciência. Rothenberg e Hausman (1976) fornecem um pano de fundo histórico à criatividade, envolvendo Platão, Aristóteles, Kant, Galton e Freud: todos influencia- ram imensamente a história da criatividade. Platão é descrito como inspiração (um fator catalisador no comportamento criativo); como uma maneira de gerar alternativas (dentro de um contexto “sobrena- turalista”). Aristóteles abraçou a criatividade em um contexto artístico, enquanto a criatividade é vista como parte das leis naturais e não como algo mera- mente casual. Immanuel Kant indicou pela primeira vez a diferença entre “criação” e “imitação”. Sua te- oria mostrou que as ações criativas são diretamen- te dependentes de “atividade espontânea” através da mente consciente. Francis Galton considerava a criatividade o resultado da prepotência. Ele estudou o “gênio” e a pessoa criativa e afirmou que ambos têm qualidades de talentos que fluem de geração em geração e são, portanto, herdados. A herança genética da criatividade foi, no entanto, um tópico 6 desafiado em uma série de intervenções de pesquisa, ao longo do tempo. Sigmund Freud argumentou que a natureza da criatividade é um fenômeno que contém “fatores dinâmicos” definidos na mente humana, com esforços criativos como consequência. Rickards (1999) desenvolveu os seguintes marcos da criatividade, a partir de uma perspectiva histórica: a) Köhler e a Escola de Psicologia da Gestalt Köhler explorou as questões que envolvem a percep- ção e a realidade durante a Primeira Guerra Mundial. Suas perguntas de pesquisa envolveram a observa- ção de imagens, mudando daquilo que é imóvel para o oposto. Foram também analisadas a formulação de respostas baseadas em obstáculos no pensamento. A teoria da Gestalt integra certos processos mentais para resolver o último. Sua pesquisa empírica foi re- alizada em macacos em cativeiro. Sultão, o macaco, encontrou novas maneiras de executar determinadas ações, quando em cativeiro. Esses experimentos re- presentaram algumas “características de descoberta inesperada”. Os resultados forneceram informações que servem de base para vários estudos contempo- râneos sobre a criatividade. b) Kekulé e “O Ato da Criação” Arthur Koestler (1905-1983) pesquisou a natureza do processo da criatividade. Ele analisou a utilização do insight como solução de problemas no processo de criatividade. 7 c) Os quatro estágios do pensamento criativo de Wallas Graham Wallas (1858-1932) estabeleceu o fluxo cro- nológico do processo criativo, derivado de sua teoria da descoberta. As diferentes etapas de seu processo são: preparação, incubação, iluminação e verificação. Esse processo ainda se aplica em vários ambientes de desenvolvimento da criatividade. d) Brainstorming e o paradigma CPS (Creative Problem Solving) Alex Osborn desenvolveu um processo, durante a Segunda Guerra Mundial, que se refere à geração de ideias múltiplas. Esse processo era usado para motivar colegas de trabalho a gerar novas ideias em apoio a seu país, durante a guerra. e) A metáfora do cérebro inteiro A pesquisa, baseada em evidências médicas, mos- trou que o pensamento funcional do hemisfério cere- bral existe (esquerda e direita). Essa evidência resul- tou em um trabalho que deu o Prêmio Nobel a Bogen e Sperry. Do lado direito, o pensamento cerebral im- plica criatividade; enquanto que olado esquerdo do cérebro é responsável pela lógica analítica. Outro estudo mostrou que, quando os dois hemisférios são fisicamente divididos, diminui o comportamento criativo e a realização. Isso serviu de evidência para o pensamento do “cérebro inteiro”, um paradigma que implica em uma abordagem mais integrativa da criatividade. 8 f) Testes de Torrance para o Pensamento Criativo (TTCT – Torrance’s Tests for Creative Thinking) Paul Torrance desenvolveu instrumentos que mediam o talento criativo individual. O escopo de pesquisa de Torrance aplicava testes para verificar o pensamento criativo (TTCT) e suas variações, desde a medição do talento criativo individual e suas implicações para o efeito de intervenções de treinamento, catalisando o emprego de talentos. Torrance publicou mais de mil artigos acadêmicos sobre criatividade. g) Modelo 4P de Rhodes Rhodes coletou e analisou mais de 40 definições de criatividade para desenvolver um modelo de criati- vidade. Seu modelo proposto abrange quatro vari- áveis interdependentes, constituídas por: pessoa, processo, produto e imprensa. Seu trabalho serviu de agente pioneiro na pesquisa e desenvolvimento da criatividade. Podcast 1 9 https://famonline.instructure.com/files/184257/download?download_frd=1 TIPOS DE CRIATIVIDADE Ильин (2009) define a criatividade como o proces- so de descoberta das relações inovadoras, signi- ficativas e apropriadas entre elementos originais, não relacionados ou mesmo distantes. Bem como a capacidade de discernir inúmeras oportunidades, inventar e aplicar diversos métodos para soluções, propor novas e inesperadas oportunidades, criar e selecionar alternativas. Pesquisadores acreditam que a criatividade é determinada por esses traços de per- sonalidade: imaginação, engenhosidade, curiosidade (GAGE; BERLINER, 1994), emoção, autoconfiança, diligência, pensamento crítico, ousadia, independên- cia pensamento flexível (PETRULYTĖ, 2001), recep- tividade, domínio e iniciativa (JACIKEVIČIUS, 1999). SAIBA MAIS [vídeo] Julie Burstein: 4 lições em criatividade A apresentadora de rádio Julie Burstein fala com pessoas criativas como meio de vida – e com- partilha quatro lições sobre como criar em face ao desafio, insegurança e perda. Ouça percep- ções da cineasta Mira Nair, do escritor Richard Ford, do escultor Richard Serra e do fotógrafo Joel Meyerowitz. 10 https://www.youtube.com/watch?v=sY0Pf_pfqCI&feature=emb_title Vários pesquisadores mencionam esses traços de personalidade: sensibilidade a problemas, uma ampla gama de interesses, originalidade, excentricidade e utilidade; e as seguintes habilidades: discernir e definir problemas, prevendo técnicas para suas so- luções e tolerar ambiguidade (STERNBERG, 1990). Uma ideia que foi formulada por Rogers (1954) em seu conceito de liberdade psicológica (avaliação in- terna) é tida como um pré-requisito para a criativi- dade. Hennessey e Amabile (1988) afirmam que a expectativa de avaliação ou recompensa dificulta a criatividade. Eles apontam que a criatividade é re- duzida se o tópico ou material de trabalho não pode ser escolhido livremente ou se o indivíduo criativo estiver em um ambiente competitivo. Hill e Amabile (1993) defendem a pressão do tempo como um obstáculo às realizações criativas. Além disso, descobriram que o desempenho da criativida- de está ligado à realização de testes. Os melhores resultados em testes de criatividade são alcançados em condições “semelhantes a testes” e não em si- tuações lúdicas. FIQUE ATENTO Smith, Michael e Hocevar (1990) descobriram que instruções aumentam a ansiedade dos tes- tes, em comparação às instruções para reduzir a ansiedade, prejudicando o desempenho de sua eficácia. 11 Na rotina do trabalho criativo, existem restrições, como: recursos financeiros limitados, possibilida- des técnicas e até demandas externas, em relação ao estilo do produto criativo. Caso essas restrições prejudiquem a criatividade, esses efeitos também ocorrem no âmbito da criatividade profissional. Por exemplo, um pintor pode escolher seus horários de trabalho muito mais livremente do que um designer gráfico, que está fazendo um trabalho semelhante, mas em um local determinado, dentro de uma rea- lidade financeira diferente e sob pressão de tempo. Ainda assim, quase ninguém argumentaria que o trabalho do pintor é, em princípio, mais criativo do que o trabalho de um designer. Podcast 2 Na prática, as diversas profissões criativas enfrentam várias restrições e alguns profissionais argumentam que sua criatividade se manifesta a partir das pres- sões externas. Por exemplo, a pressão do tempo, às vezes, é vista como um fator positivo porque força o artista a trabalhar (lembre-se de que muitos escrito- res têm horários fixos que exigem que eles passem certo período de tempo na frente do computador, todos os dias). Além disso, a maioria dos artistas provavelmente concorda que a ideia de ser pago (ou seja, recompensado) por seu trabalho não reduz sua motivação ou sua criatividade. Claro que todas as pessoas que trabalham no mesmo campo enfrentam semelhantes restrições; porém, 12 https://famonline.instructure.com/files/184258/download?download_frd=1 dentro desse quadro, alguns artistas têm mais pos- sibilidades do que outros de realizar suas próprias ideias. Por exemplo, um arquiteto famoso e célebre terá mais liberdade em seu trabalho do que um ini- ciante. Essa contribuição é baseada na ideia de que as definições individuais de criatividade das pessoas criativas devem ser diferentes, dependendo do tipo de trabalho criativo a que se referem. Na avaliação da criatividade do trabalho de um pintor, os critérios podem diferir dos aplicados a designers gráficos ou arquitetos. Implicitamente, isso também foi levado em consideração por pesquisadores que usam clas- sificações de especialistas na avaliação de produtos criativos (vide Hennessey e Amabile, 1988). A ideia individual a partir dessas diferenças nas con- cepções de criatividade também pode contribuir para uma melhor compreensão das diferenças entre as sobreposições e descobertas científicas a respeito da criatividade na literatura. Como argumenta Treffinger (1993), os requisitos para a produção desses produ- tos podem variar. Dependendo do tipo de problemas enfrentados em uma área ocupacional específica, uma grande variabilidade na natureza do compor- tamento criativo pode ser esperada. Levando essas diferenças em consideração, pode ser um passo importante para estruturar as definições de criati- vidade de uma maneira que explique as diferenças nos resultados. A ideia de que o significado de criatividade pode ser diferente para pessoas que fazem diferentes tipos de trabalho criativo se assemelha à teoria de Sternberg 13 (1988) sobre as diferenças de um grupo, a partir das definições implícitas de criatividade, inteligência e sabedoria. Sternberg encontrou diferenças interessantes en- tre leigos e especialistas, e entre especialistas de diferentes domínios. Por exemplo, os professores de arte enfatizavam a imaginação, originalidade e a possibilidade de assumir alguns riscos em suas concepções de criatividade. Já os professores de fí- sica defendiam aspectos de resolução de problemas como sendo o ponto mais importante do processo. Westby e Dawson (1995) descobriram que a con- cepção dos professores sobre a criatividade (em alunos) diferia da dos estudantes universitários: para os professores, a criatividade incluía aspectos de responsabilidade e confiabilidade, e não incluía im- pulsividade ou inconformismo – que receberam altos índices na concepção de criatividade dos estudantes universitários. Runco e Bahleda (1986) encontraram diferenças en- tre artistas e não artistas nas características listadas para diferentes tipos de criatividade: por exemplo, a diferença emocional foi listada por artistas, mas não por leigos, como algo típico da criatividade artística. A criatividade temsido associada a uma ampla gama de assuntos. Isso inclui o campo mais óbvio, das artes, bem como os menos óbvios – como as áreas de economia e educação. Além disso, a criatividade tem sido uma característica considerada desejável para estudantes de graduação e pós-graduação, e foi 14 eleita como o recurso econômico mais importante do século 21 (KAUFMAN; BEGHETTO, 2004). Por fim, a criatividade foi identificada como um componente importante na resolução de problemas e para outras habilidades cognitivas, além de ser um preditivo de sucesso educacional e bem-estar mental e social (PLUCKER; BEGHETTO; DOW, 2004). Quando a criatividade se tornou um assunto de inte- resse científico, nos anos 1950, o foco era apenas em algumas questões, como a personalidade criativa e as técnicas de pensamento criativo. Décadas mais tarde, o aspecto social da criatividade foi adicionado ao foco. No entanto, a partir da década de 1990, o campo começou a se tornar mais diversificado: a criatividade passou a se referir às habilidades mais específicas das pessoas. As habilidades criativas determinam se o indivíduo tem capacidade de exibir comportamentos criativos em algum grau notável. Dentro desse contexto, se possui as habilidades ne- cessárias ou não para produzir resultados de natu- reza criativa, a partir de motivação e de seus traços temperamentais (HENNESSEY; AMABILE, 2010). Há muita ambiguidade nessa definição, pois, nesse caso, a criatividade se refere à habilidade de pessoas criativas. A definição se refere, continuamente, a si mesma, tornando bastante difícil estabelecer o que a criatividade realmente significa (RUNCO; JAEGER, 2012, p. 94). Uma das críticas ao teste de Torrance é que atribuir uma única pontuação de criatividade e descrever 15 tantos resultados diferentes de testes não é uma boa indicação de quão criativo alguém é (KIM, 2006). As pontuações dos testes precisam ser divididas em vá- rios aspectos da criatividade, como o que Spearman fez, mais de um século atrás, com o conceito de QI (SPEARMAN, 1904). Como a inteligência, a criativi- dade é um conceito muito amplo para capturar em uma única pontuação e, portanto, a criatividade a partir do teste precisa se concentrar nos aspectos, e não no todo. Em 1953, Morris Stein foi um dos primeiros a per- ceber isso, e depois desenvolveu algumas ideias importantes que aprofundariam o campo da pesquisa sobre criatividade (RUNCO; JAEGER, 2012): 1. O trabalho criativo tende a ser útil para alguns grupos; assim, existe um julgamento social envolvido. 2. O insight criativo surge da reintegração de ma- teriais ou de materiais já existentes, mas quando concluído, contém novos elementos. 3. É importante separar a criatividade pessoal da histórica. REFLITA Criatividade é um termo que se tornou bastante popular nas últimas décadas. É uma das carac- terísticas essenciais que todo empregador dese- ja, ao contratar um funcionário. A criatividade é importante em quase todos os aspectos da vida, desde o processo de alimentar uma criança até 16 os aspectos de um negócio. Existem basicamen- te dois componentes da criatividade: a Originali- dade e a Funcionalidade. 1) Originalidade: o método (ou ideia) deve ser novo e exclusivo. Não deve ser a extensão de algo que já existe. No entanto, pode-se inspirar em métodos e ideias já existentes para fabricar algo novo e único. 2) Funcionalidade: outro componente importante da criatividade é a sua funcionalidade. Uma ideia criativa deve funcionar e produzir resultados, caso contrário, todo o esforço será em vão. 17 DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE A rapidez das tecnologias da informação e comuni- cação, bem como a economia do desenvolvimento, gera um novo conjunto de desafios. A crescente de- manda por criatividade está em ascensão em todas as áreas da vida. A capacidade de encontrar soluções criativas e de se adaptar às condições em constantes mudanças é um requisito fundamental em um mundo com trans- formações tão rápidas. A criatividade é considerada a base para atividades profissionais bem-sucedidas; fornece oportunidades de carreira, e ajuda a resolver problemas de forma mais eficaz; portanto, possuir uma personalidade criativa é de extrema importância. Como afirma Grakauskaitė-Karkockienė (2010), a necessidade de criatividade, inovação, engenhosi- dade, empreendedorismo em indivíduos dispostos a fornecer soluções não convencionais promovem a educação e incentivam as autoridades a buscar métodos e técnicas eficazes e materiais de ensino apropriados, para proporcionar condições favorá- veis ao desenvolvimento e autodesenvolvimento da criatividade. Grakauskaitė-Karkockienė (2010) afirma que pro- mover a criatividade estimula a autoexpressão e as realizações educacionais e econômicas, além do 18 crescimento pessoal. Além disso, a criatividade é importante não apenas para a sociedade, mas tam- bém para o indivíduo e é considerada crucial para a sobrevivência humana e para a adaptação social em uma sociedade dinâmica. FIQUE ATENTO A maioria dos pesquisadores vincula a criativida- de ao pensamento criativo, definido como a mais alta forma de pensamento produtivo (JOVAIŠA, 2007). Portanto, o desenvolvimento de habilida- des criativas e habilidades que ajudam criativa- mente respondem aos desafios globais, conside- rando-os como uma oportunidade. Jovaiša (2007) afirma que a criatividade é conside- rada um conjunto de traços de personalidade que permitem alcançar um elemento original, obtendo resultados importantes e inovadores. De acordo com o pesquisador, esse conjunto inclui habilidades de pensamento, interesse em ciência ou arte, valores pessoais (personalidade), bem-estar psicológico no trabalho e durante os estudos, autoeducação, vonta- de de trabalhar de forma independente, autoestima e percepção da própria criatividade – isso permite alcançar resultados efetivos, por meio da atividade produtiva e descobrir o que é novo e inesperado. Com base na literatura científica e análise de traba- lhos de pesquisa relacionados ao tema proposto, observamos que o desenvolvimento de habilidades 19 de criatividade na personalidade é de suma importân- cia. Vários pesquisadores consideram a criatividade como resultado de características pessoais inatas ao desenvolvimento. O desenvolvimento da criatividade influencia em grande parte nas atividades pessoais e na atualização dos conhecimentos e habilidades. A eficácia do desenvolvimento/autodesenvolvimento da criatividade foi atestada por inúmeras pesquisas; no entanto, essa questão faz com que os estudiosos investiguem repetidamente diferentes oportunida- des de desenvolvimento ou autodesenvolvimento da criatividade (Халифаева, 2006). Ильин (2009) afirma que o desenvolvimento ou auto- desenvolvimento da criatividade é crucial, pois pode estimular tanto o desenvolvimento artístico quanto o acadêmico e o pessoal. Grakauskaitė-Karkockienė (2006) apoia esta opinião e salienta que a resolução criativa de problemas não surge inesperadamente; isso deve ser desenvolvido e treinado, enquanto o pensamento original é apreciado e encorajado. Como afirma o pesquisador, o desenvolvimento da criativi- dade e o aprimoramento de habilidades potenciais fornecem condições para gerenciar esse processo. Segundo Rogers (2005), cada indivíduo possui poten- cial criativo e habilidades que podem florescer em um ambiente favorável à criatividade. O processo criativo ocorre em ambiente específico, portanto, pode ser fomentado (ou dificultado) por vários fatores am- bientais: pessoas com quem uma pessoa criativa se comunica, o ambiente físico, certos eventos da vida, o desenvolvimento da sociedade, bem como 20 tipos de sistemas técnicos, entre outros. Assim, a criatividade apenas poderia emergir em ambiente apropriado (Sternberg, 1990). Podemos relacionar como características de um am- biente favorável, os seguintes elementos: atitude positiva em relação a mudanças, relaçõesinterpesso- ais baseadas em confiança e respeito, assunção de riscos, margem de manobra, incentivo de atividades independentes, percepção das coisas sob diferentes ângulos, soluções multifacetadas, apresentação de ideias e uso de técnicas diferenciadas, interpretan- do, fornecendo argumentos, atitudes e opiniões. No entanto, o desenvolvimento da criatividade também pode ser promovido por tarefas criativas (TORRANCE, 1974); com métodos e técnicas eficazes voltados para incentivar alunos e/ou funcionários a levantar problemas e analisá-los. Pesquisadores acreditam que existem numerosos métodos para promover o pensamento criativo. De acordo com Hockey (2004), a aplicação de mé- todos de ensino não convencionais no processo de desenvolvimento/autodesenvolvimento é de grande importância. Em seu trabalho, o autor demonstra como métodos de ensino não convencionais estimu- lam a criatividade e a inovação. Pesquisas apontam que técnicas de pensamento criativo podem ser apli- cadas no treinamento de uma grande quantidade de pessoas e gera a construção de ideias mais criativas, fornecendo vários métodos de criatividade, tarefas, exercícios e programas de desenvolvimento da cria- tividade que podem incentivar a geração de ideias novas e originais. 21 DESIGN THINKING Ter sucesso na realidade altamente tecnológica e globalmente competitiva de hoje exige que uma pes- soa desenvolva e use um conjunto de habilidades diferente do que era exigido anteriormente (SHUTE; BECKER, 2010). Uma dessas habilidades é chamada de Design Thinking. Como solução de problemas, o design é uma ativida- de humana natural e onipresente. As necessidades e a insatisfação com o estado atual das coisas, combi- nada com a determinação de que alguma ação deve ser feita para resolver o problema é o início de um processo de design. Nessa visão, muitos cientistas vêm projetando e atuando como designers, ao longo de suas carreiras; embora, muitas vezes, não este- jam cientes de que estão realizando esse processo (BRAHA; MAIMON, 1997). Segundo Braha e Maimon (1997), a engenharia carece de conhecimentos científicos suficientes. Historicamente, os currículos de engenharia foram baseados em modelos dedicados à ciência básica, na qual os alunos aplicam princípios científicos a problemas tecnológicos. No entanto, essa prática produz graduados em engenharia que foram perce- bidos pela indústria e pela academia como sendo incapazes de praticar na indústria o processo criativo. Essa preocupação levou líderes de departamentos e faculdades de engenharia a reconhecer complexida- 22 des e recursos intelectuais exigidos para apoiar uma boa educação em design (TODD; MAGLEBY, 2004). Essa conscientização resultou na melhoria dos cur- sos existentes para incluir projetos patrocinados pelo setor em que as empresas fornecem problemas re- ais, juntamente com a experiência do mundo real. O design thinking também começou a receber maior atenção nas empresas. Isso porque o design de pro- dutos e serviços é um componente importante para a competitividade dos negócios, na medida em que muitas empresas conhecidas decidiram se tornar líderes também em design (DUNNE; MARTIN, 2006). Embora o design thinking tenha se tornado parte in- tegrante das áreas de design e da engenharia, além de negócios, ele também pode ter uma influência positiva na educação do século 21, porque envolve o pensamento criativo na geração de soluções para a resolução de problemas; ou seja, em ambientes acadêmicos, os estudantes precisam ler criticamente, pensar e raciocinar logicamente para resolver proble- mas complexos (ROTHERHAM; WILLINGHAM, 2009). Essas habilidades são consistentes com as tradições teóricas da cognição, do desenvolvimento e do cons- trutivismo. O que há de novo é a extensão crescente na qual os indivíduos e o sucesso coletivo são vistos como dependentes dessas habilidades. Além das configurações de negócios, o design thinking recebe muita atenção acadêmica nas áreas de engenharia, arquitetura e design, porque pode mudar a maneira como as pessoas aprendem e resolvem os proble- mas (NAGAI; NOGUCHI, 2003). Segundo Braha e Reich (2003), o processo de design é caracterizado pelo processo iterativo, exploratório 23 e, às vezes, é um processo caótico. Começa a par- tir de algumas especificações abstratas ou o que Hatchuel e Weil (2009, p. 182) chamam de “briefing” e termina com a descrição de um produto, enquanto refina gradualmente suas especificações. Os estados intermediários do processo de design podem incluir as especificações e as descrições dos produtos. As especificações podem mudar em reação a novas propostas ou problemas inesperados descobertos durante o processo. Nesse caso, o projeto segue ciclos de ajuste mútuo entre especificações e so- luções, até que uma solução final seja alcançada (HATCHUEL; WEIL, 2009). Durante o processo, os designers se envolvem em vários processos cognitivos diferentes. Kolodner e Wills (1996) especificaram três processos neces- sários no projeto: preparação, assimilação e con- trole estratégico. No processo de preparação, os designers precisam aprender o que focar e o que é relevante. Durante essa fase, as especificações e restrições do problema, reinterpretação de ideias, visualização, reformulação de problemas (incluin- do avaliação da situação e elaboração), e outros evoluem. O processo de assimilação envolve fazer sentido da solução proposta, analisar os dados; e observações provenientes do ambiente de design, como feedback de experimentos com protótipos. No controle estratégico, os designers devem tomar muitas decisões (por exemplo, qual ideia elaborar ou adaptar a seguir, quais restrições relaxar, como definir prioridades). Eles também se movem entre várias tarefas, subproblemas e processos de design de maneira flexível e altamente situacionista. 24 Em 2002, Stempfle e Badke-Schaube desenvolveram uma teoria sobre o que as equipes de design real- mente faziam enquanto criavam. Eles analisaram as teorias da criatividade e do problema de resolução das teorias cognitivas na tomada de decisão huma- na. Os elementos básicos de design thinking que os autores propuseram como operações cognitivas para lidar com qualquer tipo de problema eram: geração, exploração, comparação e seleção. Os dois primeiros elementos (geração e exploração) ampliavam o espa- ço problemático, enquanto os últimos (comparação e seleção) o restringiam. Ao ampliar o problema, as soluções eram geradas e examinadas em relação à meta. E no processo iterativo as soluções podiam ser modificadas ou novas soluções poderiam ser desenvolvidas até se encontrar a solução ideal. Estreitar um problema implica no processo de com- parar duas ou mais ideias e, em seguida, selecio- nar soluções com base em objetivos específicos e critérios relevantes. Esses elementos representam um modelo que pode ser aplicado para entender o que os designers pensam enquanto trabalham em equipe. Trabalhando em grupo, designers precisam se comunicar (comunicar o que estão pensando, mostrando, assim, seus processos de pensamento básico). Stempfle e Badke-Schaube (2002) concluem que um designer inicia uma sessão de design conceitu- al analisando os aspectos funcionais do problema. À medida que a sessão avança, ele se concentra em três aspectos – função, comportamento e es- trutura – e, depois, desenvolve um ciclo de análise, síntese e avaliação. Perto do final da sessão de de- sign, a atividade do designer é focada em sintetizar 25 e avaliar o comportamento da estrutura. Da mesma forma, em uma equipe de três designers industriais, Goldschmidt e Weil (1998) descobriram que o proces- so de pensamento do design é não linear e que cada um dos designers seguia um caminho sequencial (va- lidando) a partir da estratégia de raciocínio. Embora a pesquisa não seja consistente sobre como o tempo é gasto, durante o processo de design thinking, os resultados indicam que há um aprendizadoa partir da progressão durante esse processo que, eventu- almente, transforma um iniciante em um pensador especialista. SAIBA MAIS [vídeo] Design Thinking – Solucionando proble- mas complexos Neste vídeo, Ruffo apresenta a metodologia do design thinking e aborda o processo criativo e a resolução de problemas complexos. [vídeo] Design Thinking em Ação Neste vídeo, é apresentado o conceito de Design Thinking como um processo criativo que contex- tualiza problemas complexos para desenhar so- luções centradas em emoções humanas. 26 https://www.youtube.com/watch?v=7fcqb2a5_ok https://www.youtube.com/watch?v=7fcqb2a5_ok https://www.youtube.com/watch?v=9Qyy4UmINvM CONSIDERAÇÕES FINAIS Tanto a criatividade quanto a inovação historicamen- te foram fenômenos complexos, sujeitos a inúmeras influências contextuais e sociais. Essas variáveis merecem múltiplas visualizações para que possam ser conhecidas e entendidas nos diferentes campos de conhecimento. A busca por profissionais criativos que inovam – ou seja, indivíduos que se destacam pelo domínio de estratégias eficientes para lidar com novos problemas e resolvê-los com sucesso – é al- mejado por diferentes tipos de organizações. Ao longo desta unidade, observamos que esses da- dos indicam a necessidade da promoção de uma educação criativa, que vai do elementar ao ensino superior, motivando os estudantes a genuinamente desejarem aprender, descobrir novos assuntos e ir além do ensino oferecido na sala de aula. Essa mudança de atitude em relação à educação en- volve repensar as estratégias de ensino e um desafio para os estilos de ensino antigos, a fim de incentivar os estudantes e futuros profissionais para desenvol- ver a criatividade e habilidades inovadoras que são tão necessárias e valorizadas como essenciais no século 21. A revisão da literatura aponta para várias questões históricas e conceituais que estão sendo enfrentadas por pesquisadores interessados no relacionamento entre criatividade e inovação, conforme estudamos 27 aqui. Claro que existe a necessidade de investigar- mos outros focos; por exemplo, o processo criativo que pode ser considerado como uma expressão ino- vadora em nível pessoal em vários contextos, como social e educacional, bem como o relacionamento com outras construções que compõem a psicologia positiva, como a esperança, autoeficácia, autoestima, otimismo, resiliência e afeição. Essas limitações ain- da constituem lacunas na literatura científica brasilei- ra e pesquisas com esse foco devem ser conduzidas. Constatamos que o campo continua avançando, mas ainda temos algumas deficiências que permanecem ativas por disparidades, falta de fundamentação teórica e escassez geral de recursos integrativos. A reparação dessas limitações geraria um grande avanço no processo de criatividade e inovação. Sem inovação, poucas organizações conseguiram sobre- viver e prosperar nesse mundo globalizado em que vivemos. 28 SÍNTESE Design Thinking • Definição teórica: design thinking; • Processo iterativo, exploratório e processo caótico; • Processos cognitivos do design thinking. Desenvolvimento da criatividade • Soluções criativas; • Realizações educacionais e econômicas. Tipologia da inovação • Definição da criatividade; • Trabalho criativo; • Profissões criativas. Conceitos históricos da criatividade • O empreendedor; • O papel da criatividade; • Marcos da criatividade (a partir de uma perspectiva histórica). Inovação e Economia Criativa Introdução • A criatividade e a inovação. CRIATIVIDADE Referências Bibliográficas & Consultadas BORGES, L. O que é economia criativa e por que você precisa saber mais sobre isso? Disponível em: https://inteligencia.rockcontent.com/economia-cria- tiva. 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