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CONTESTAÇÃO E RECONVENÇÃO (1)

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Meritíssimo Juízo da 3ª Vara Cível da Comarca de Bento 
Gonçalves/RS 
 
 
Autos nº: 005/1.16.0005959 
 
Auto Posto Valdano LTDA, inscrita no CNPJ sob o nº: 000000000000, situada 
na Avenida 15 de novembro, nº 1820, Bairro Núcleo Industrial, Bento 
Gonçalves/RS, CEP: 000000, vem, respeitosamente, perante Vossa 
Excelência, por suas procuradoras infra assinado, com escritório profissional 
situado na Rua Das Hortencias, Nº: 42, Bairro Monte Belo, Canela/RS, CEP: 
0000-000, onde recebe intimações, apresentar sua 
 
CONSTETAÇÃO C/C RECONVENÇÃO 
 
Nos autos da ação Indenizatória que lhe move Giganez de Oliveira, já 
qualificado nos autos em epígrafe, o que faz com supedâneo no art. 335 e 
seguintes do Código de Processo Civil e nos argumentos fáticos e jurídicos que 
a seguir, passa a aduzir: 
I – Resumo da inicial 
GIGANEZ DE OLIVEIRA a parte autora descobriu que seu nome 
estava inscrito junto aos órgãos de proteção ao crédito, em razão de dívida 
com a parte ré, no entanto, nunca teve qualquer relação comercial com ela 
que nunca esteve em São Francisco de Paula, cidade onde se encontra 
situada a empresa ré. Informou que teve seu nome inscrito indevidamente 
nos cadastros de proteção de crédito -SERASA pela requerida, a qual 
ocorreu em dezembro de 2013. Alegou que tomou conhecimento do valor 
da dívida, sendo esta de R$300,00, e que, entrando em contato com o 
demandado, foi informado que a dívida era existente e nada poderia ser 
feito. Asseverou a falha na prestação do serviço do requerido, bem como 
seu desinteresse em solucionar os transtornos causados. Requereu, 
liminarmente, a retirada de seu nome dos cadastros de inadimplentes, sob 
pena de multa diária; a condenação do réu ao pagamento em forma de 
indenização por danos morais no valor de R$10.000,00 (dez mil reais); a 
inversão do ônus da prova; a total procedência da ação. 
 
Realizada a audiência de conciliação, restou infrutífera, motivo pelo qual mister 
se faz rebater os infundados argumentos da inicial. 
II – DA REALIDADE DOS FATOS 
Ao contrário do que tenta fazer crer o autor, o verdadeiro desencadear dos fatos 
é completamente diverso da situação por ele apresentado. 
Em dezembro de 2013 o autor adquiriu gasolina aditivada na filial da autora 
localizada no Município de Pinto Bandeira, em três ocasiões, constando sua 
assinatura em respectivas notas, que perfazem o valor total de R$232,00 
(duzentos e trinta e dois reais). Foi tentado a resolução amigável da dívida, da 
qual não foi obtido exito. 
 
Em razão do exposto, faz se necessário a presente peça a fim de contestar 
todos os argumentos apresentados pelo autor da presente ação, conforme será 
demonstrado a seguir. 
III - TEMPESTIVIDADE 
O art. 335, I do CPC prevê o prazo de 15 dias para contestar a contar da data 
da audiência de conciliação. A audiência ocorreu no dia 26/04/19, data do início 
da contagem do prazo, sendo seu prazo final o dia 17/05/2019. 
Tempestiva, pois, a presente contestação c/c reconvenção. 
IV- DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
O art. 98 do CPC prevê o direito a concessão de justiça gratuita a pessoa 
jurídica com insuficiência de recursos para arcar com os encargos processuais. 
A Súmula 481 do STJ também faz menção nesse sentido, senão vejamos: 
 
 
SUM. 481. STJ. Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica 
com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar 
com os encargos processuais. 
 
A ré não tem recursos suficientes para arcar com os encargos processuais, 
sem que prejudique, para tanto, a sua própria atividade, conforme consegue 
comprovar através de extrato bancário em anexo que comprova a utilização de 
cheque especial a fim de cumprir com suas obrigações. 
Sendo assim, a ré pleiteia os benefícios da justiça gratuita conforme preceitua 
o art. 98 e seguintes do CPC e a Súmula º: 481 do STJ. 
V – DO MÉRITO 
 
Primeiramente esclarece a ré que o contrato celebrado entre as partes era 
exclusivamente de compra e venda. 
Indubitavelmente é sabido que os valores referentes ao contrato vinham sendo 
quitados através de depósito bancário diretamente em conta do autor. 
Ressalta-se que as assinaturas contidas nas notas fiscais correspondem a 
assinatura do autor conforme apresentada na procuração. 
Além do mais, o autor logrou comprovar a contratação e seus efeitos, bem 
como – objeto da demanda – a existência do débito, nos termos do art. 373, II, 
do Código de Processo Civil/2015, razão pela qual não há falar em qualquer 
conduta ilícita a configurar a ocorrência de dano moral, tampouco em 
inexistência da dívida. 
 
 “Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo 
do direito do autor. 
 Portanto, totalmente improcedente os pedidos ventilados na inicial, razão pela 
qual conduz à sua imediata extinção. 
V- REGULARIDADE DA DIVIDA/LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ 
Conforme já explanado anteriormente comprovam que o autor adquiriu a 
gasolina, comprovado por documentos anexo, cupons fiscais com a sua 
assinatura que se assemelha a da procuração. O autor não alegou a 
falsificação da ré. 
A simples alegação de que nunca esteve no local não constitui o direito, é 
necessário comprovar o descumprimento da obrigação. 
Entretanto, ressalta-se que alegações indevidas, infrutíferas e sem nenhum 
respaldo jurídico ou embasada por documentação hábil comprobatória, apenas 
tratando-se de alegações vãs, configura a litigância de má-fé. O litigante de má-
fé é aquele que busca vantagem fácil, alterando a verdade dos fatos com ânimo 
doloso, e é o que acontece no caso em tela. 
Como consequência da ambição autor, por pleitear verba da qual sabe não ser 
merecedor, utilizando-se do processo para obter objetivo ilegal, deve receber 
punição. 
Pugna-se o art. 77 do Código de Processo Civil de 2015 o qual impõe o dever 
de probidade e lealdade processual às partes e procuradores. 
O litigante ímprobo, que vier descumprir tal dever, sofrerá as sanções previstas 
ao litigante de má fé, de que tratam os artigos 79 e 80 do CPC, podendo ser 
fixada multa até o teto de 10 (dez) salários mínimos a serem fixadas por arbítrio 
de Vossa Excelência, situação que cabe a aplicação do referido artigo ao autor. 
O artigo 80 do CPC, I, II, III assim disciplina: 
"Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que: 
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato 
incontroverso; 
II - alterar a verdade dos fatos; 
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;” 
O CPC ainda prevê a condenação do litigante de má fé ao pagamento de multa, 
senão vejamos: 
“Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-
fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez 
por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos 
prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com 
todas as despesas que efetuou.” 
Sobre o rigor que deve ser dado ao tema, o professor Luiz Padilla já 
defendia: 
Conforme comentários que inserimos na Revista de Processo 64, a 
Acórdão do TARGS que aplicava a pena de litigância de má-fé, para ser 
exemplar, como é do espírito da lei que proscreve a litigância deletéria, a 
penalização deve ocorrer com tintas fortes e carregando nas tintas 
(tomada emprestada expressão já consagrada no magistério de Araken 
de Assis, quando tratou das"astreintes"no direito do consumidor). 
Isso se justifica, em especial, quando caráter vazio da postulação, sem 
qualquer desforço de argumentação, muito menos de prova, e cuja tese 
sofre de testilha intestina, denotam mero intuito protelatório.” ( Luiz R. 
Nuñes Padilla “in” Revista de Processo, RT abril-junho de 1995, a. 20, v.78, 
p.101-107 e Revista Trabalho e Processo, Saraiva, São Paulo, junho de 
1995, v. 5, p. 26-33) 
 
As alegações do autor de inscrição indevida de dívida nos órgão de proteção 
ao crédito, não devem prosperar, pois, é evidente a regularidadeda dívida 
inscrita, já que foi comprovada a compra de gasolina do autor, que agindo de 
má fé ambiciosamente pretende receber proveitos além dos pactuados. 
 
Ora Douto Julgador, é inaceitável que se permita que tal argumento falacioso 
se prospere, pois, dessa forma o autor estaria utilizando de artifícios 
pretenciosos para obter o Enriquecimento Ilícito. 
Ademais, não há que se falar em descumprimento da regularidade da dívida 
pelo autor, visto que os cupons fiscais comprovam a obrigação. Portanto 
merece prosperar a cobrança dos valores do autor, vez que a dívida é 
existente. 
Concluindo, está claro o equívoco do autor, também a ocorrência de má fé ao 
cobrar indenização por dívida não paga. 
 
Face ao exposto, requer-se a condenação do autor ao pagamento de multa 
por litigância de má fé nos termos do art. 81 do CPC. 
VI – Reconvenção (CPC, art. 343) 
 
Reconvenção é a ação do réu contra o autor no mesmo processo em que 
aquele é demandado. Não é defesa, é demanda, ataque. Esta ação amplia 
objetivamente o processo, obtendo novo pedido na presente ação. 
Nesse sentido, o art. 343 do CPC textualiza: 
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar 
pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da 
defesa. 
Indubitavelmente, alegar reconvenção na contestação é lícito, conforme 
respalda o art. 343 do CPC. 
Como amplamente demonstrado nesta resposta, a empresa reconvinte não tem 
que indenizar o reconvindo, haja vista o a regularidade da dívida antes mesmo 
do ajuizamento da presente ação. 
O reconvindo está cobrando indenização por uma dívida que alega não existir. 
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem 
ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado 
a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no 
segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição. 
 
Assim, como o CC assegura o direito de recebimento em dobro de valor já pago 
cobrado indevidamente pelo credor, a empresa reconvinte usa da 
reconvenção para lhe garantir tal direito. 
 
A reconvinte possui cristalino direito de receber em dobro o valor da dívida já 
paga ao reconvindo, uma vez que encontra respaldo jurídico no 
art. 940 do CC conforme mencionado anteriormente e preenche os requisitos 
necessários para pleitear e garantir tal direito, quais sejam: pagamento da 
dívida cobrada e a má fé do reconvindo. 
Os comprovantes em anexo são as provas de que a dívida foi adquirida e a má 
fé do reconvindo já foi vastamente alegada em tópico anterior. Assim, resta 
comprovado o direito da reconvinte de receber em dobro do que já foi pago. 
Portanto, é imperativo que o reconvindo seja condenado a pagar à ora 
reconvinte os valor já pago, acrescido de juros e correção monetária, nos 
moldes do art. 389 do Código Civil Brasileiro. 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e 
danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais 
regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. 
Portanto, não pode ser proferido outro julgamento senão a total 
procedência da presente contestação c/c reconvenção, vez que fora 
vastamente comprovado o pagamento da dívida e a má fé do reconvindo. 
Ainda que ocorra a desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva 
que impeça o exame do seu mérito, não obsta ao prosseguimento do 
processo quanto à reconvenção, conforme preceitua o § 2º do 
art. 343 do CPC. 
 
 
 
 
VII – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS 
Ante o exposto, restando evidenciado o direito e interesse de agir da 
reconvinte, requer-se: 
a) Pretende-se o conhecimento e acolhimento 
das PRELIMINARES arguidas: 
 
b) Em face do exposto, CONTESTA todos os termos da inicial, 
requerendo que seja julgado IMPROCEDENTE os pedidos da presente 
ação sob pena de ENRIQUECIMENTO ILICITO, e ainda condenando o 
reconvindo no pagamento das custas, despesas processuais e 
honorários advocatícios. 
 
 
Em sede de Reconvenção, requer: 
a) o recebimento das razões da Reconvenção para o seu devido 
processamento, de acordo com o art. 343 do CPC; 
 
b) seja intimado o Reclamante para apresentar resposta, nos termos do 
art. 343, § 1º, do CPC; 
 
c) a total procedência desta Reconvenção para o fim de condenar o 
Reclamante ao ressarcimento da quantia de RS 232,00 (duzentos e 
trinta e dois reais) e à respectiva correção monetária. 
 
d) Seja o reconvindo condenado ao pagamento de custas e despesas 
processuais, bem como honorários advocatícios, conforme preceitua o art. 85, 
§ 1º do CPC. 
 
e) Tendo em vista que a reconvinte não tem condições em arcar com as custas 
e despesas processuais, requer os BENEFÍCIOS DA ASSISSTÊNCIA 
JUDICIÁRIA, conforme reza o art. 98 e seguintes do CPC e a Súmula º: 481 
do STJ. 
 
f) Provarão o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, 
especialmente o depoimento pessoal do representante legal da reconvinte, 
sob pena de confissão, oitiva de testemunhas oportunamente arroladas, 
juntadas de documentos, etc. Protestam por outras provas. 
 
g) Requer ainda que todas as intimações e publicações sejam feitas em nome 
de seu procurador. 
 
 
 
Dá à causa, na Reconvenção, o valor de R$232,00 reais. 
Cumpridas as necessárias formalidades legais, deve a presente ser recebida e 
juntada aos autos. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Nova Petrópolis RS, 16 de outubro de 2020. 
 
 
 
Pâmela Barros 
OAB/RS nº 222.222 
 
 
 
 
Tuâni Angeli 
OAB/ nº 483748

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