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UNIVERSIDADE NILTON LINS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL RICARDO SILVA DOS SANTOS DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE APROVEITAMENTO DE ÁGUA DA CHUVA PARA FINS NÃO POTÁVEIS EM UMA RESIDÊNCIA MULTIFAMILIAR NA CIDADE DE MANAUS/AM. Manaus 2019 RICARDO SILVA DOS SANTOS DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE APROVEITAMENTO DE ÁGUA DA CHUVA PARA FINS NÃO POTÁVEIS EM UMA RESIDÊNCIA MULTIFAMILIAR NA CIDADE DE MANAUS/AM. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil à Universidade Nilton Lins Orientador: Prof. Daniel Rocha Filho Manaus 2019 Gerada automaticamente pelo módulo ficha.online mediante dados fornecidos pelo(a) autor(a). S0d SANTOS, Ri c ar do Si l v a dos Di mens i onament o de um Si s t ema de Apr ov ei t ament o de Água da Chuv a par a f i ns não Pot áv ei s Em Uma Res i dênc i a Mul t i f ami l i ar Na Ci dade de Manaus / Am. / Ri c ar do Si l v a dos SANTOS. ---- Manaus : Uni v er s i dade Ni l t on L i ns - UNL, 2019. 78f . Tr abal ho de Conc l us ão de Cur s o ( ENGENHARI A CI VI L) ---- Uni v er s i dade Ni l t on L i ns - UNL: Manaus , 2019. Or i ent ador ( a) : Es p. Dani e l Roc ha Fi l ho 1. Água pl uv i a l . 2 . r eus o. 3. s us t ent abi l i dade na c ons t r uç ão c i v i l . I . Tí t u l o . CDU 624 RICARDO SILVA DOS SANTOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para avaliação na Universidade Nilton Lins, intitulada Dimensionamento de um Sistema de Aproveitamento de Água da Chuva para fins não Potáveis Em Uma Residência Multifamiliar Na Cidade De Manaus/Am. como parte do requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil, de autoria do aluno RICARDO SILVA DOS SANTOS, aprovado pela banca examinadora constituída pelos professores: Banca Examinadora PRESIDENTE: PROF. ANTÔNIA LUCIA FERNANDES BARROSO MEMBRO: DANIEL ROCHA FILHO Manaus, 09 de dezembro de 2019. DEDICATÓRIA À minha mãe Maria Silva, pelo apoio incondicional em todos os momentos. E ao meu pai, José Andrade (in memoriam), minha maior força e inspiração na vida. Essa conquista é nossa. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus por me dar saúde e muita força para superar todas as dificuldades ao longo do curso. Á Universidade Nílton Lins, ao corpo docente desta, e toda comunidade acadêmica, que me proporcionou as condições necessárias para que alcançasse meus objetivos. Ao meu orientador e coordenador do curso Daniel Rocha Filho, ao Professor Igor Nonato e professora Antônia Lucia Barroso por todo tempo que dedicaram a me ajudar durante o processo de realização deste trabalho. À minha mãe Maria Silva, que me deu todo amor, educação, carinho, ensinamento e suporte ao longo da vida, e todas as oportunidades que nela tive, e espero um dia poder lhe retribuir. Ao meu pai José Andrade (in Memoriam), que não está entre nós, mas sempre me encorajou e acreditou na realização desse sonho. Aos meus irmãos, Gabriel e Clenilda pela parceria desde a infância. À minha avó, Maria Conceição, mulher guerreira que nunca hesitou em ajudar quando precisei. A todos os meus familiares e amigos por todo amor, carinho e alicerce. Às minhas primas Bruna Santos e Raiza Santos e meu primo Mateus Santos, que me acolheram e apoiaram desde o inicio desta jornada. Agradeço aos amigos com quem convivi ao longo desses anos e todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente na realização deste sonho. “A menos que modifiquemos a nossa maneira de pensar, não seremos capazes de resolver os problemas causados pela forma como nos acostumamos a ver o mundo.” (Albert Einstein) RESUMO Com a redução da disponibilidade de água potável no planeta, decorrente da aplicação irregular deste recurso pelo homem ao longo dos anos, os sistemas de aproveitamento de água da chuva surgem como alternativas eficazes a fim de minimizar os desperdícios. São Sistemas simples que além de auxiliar na diminuição do consumo da água tratada, reduzem os custos com o abastecimento público de água da população atendida, e ainda promove o amortecimento do escoamento superficial, uma vez que a água será armazenada. Desta maneira, o trabalho teve como objetivo estudar a viabilidade técnica de implantação de um sistema de captação de águas pluviais para fins não potáveis em uma residência na cidade de Manaus. Para isso foi realizado levantamento bibliográfico sobre o assunto, bem como foi efetuada análise e tratamento dos dados de precipitação mensais e anuais do Município, extraídos de sites oficiais do INMET. Através de visitas locais foi calculada a demanda estimada da quantidade de água necessária para a utilização em vasos sanitários da edificação, e para o dimensionamento do reservatório foi aplicado o Método prático Inglês. Verificou-se que na edificação existiam instalados as calhas e condutores, nos quais foram feitas as verificações de conformidade com as normas brasileiras, bem como o dimensionamento de outros equipamentos componentes do sistema. Portanto, os resultados demonstram que a cidade de Manaus possui potencial para implantação de sistemas de captação de águas pluviais, devido os altos índices pluviométricos em diferentes meses do ano. O sistema estudado torna-se totalmente viável para a demanda da edificação, uma vez que este atenderá em 100% o abastecimento de água para fins não potáveis em um período de 44 dias sem chuva. Palavras-chave: Água pluvial; reuso; sustentabilidade na construção civil ABSTRACT With a reduction in the availability of drinking water on the planet, due to the irregular application of this resource by human over the years, rainwater harvesting systems appear as applied alternatives to minimize waste. They are simple systems that help reduce treated water consumption, the costs of water supply to the population, and further promote the damping of runoff once the water will be stored. Thus, the work aimed to study the technical feasibility of implementing a rainwater catchment system for non-potable purposes in a residence in the city of Manaus. For this, a bibliographic survey on the subject was performed, as well as analysis and treatment of monthly statistics data and statistics of the municipality, extracted from official websites of INMET. Through local visits, an estimated demand for the amount of water required for use in building toilets and for sizing the reservoir used by the English Practical Method was calculated. It was found that in the building were installed gutters and conductors, in which the checks were made in accordance with Brazilian standards, as well as the sizing of other system component equipment. Therefore, the results demonstrated that the city of Manaus have potential for the implementation of rainwater capture systems, due to the high rainfall rates in different months of the year. The studied system becomes totally viable for a building demand, since it will fully supply water to non-potable purposes in a period of 44 days without rain. Key-words: Rainwater; reuse; sustainability in construction LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Representação ilustrativa da Biosfera ....................................................... 20 Figura 2 - Ciclo Hidrológico ....................................................................................... 21 Figura 3 - Disponibilidade Totalda água no Mundo .................................................. 24 Figura 04 - Disponibilidade Total de água doce no Mundo ........................................ 24 Figura 5 - Disponibilidade dos Recursos na América ................................................ 26 Figura 6 - Disponibilidade dos Recursos Hídricos No Brasil e no Mundo ................. 27 Figura 7- Localização Geográfica da Bacia Amazonica. ........................................... 30 Figura 8 - Reservatório na fortaleza de Masada ....................................................... 33 Figura 9 – Localização da Edificação multifamiliar em estudo. ................................. 48 Figura 10 - Fachada da edificação ............................................................................ 48 Figura 11- Vaso Sanitário utilizado na edificação ...................................................... 51 Figura 12- Calhas e tubulaçoes verticais .................................................................. 54 Figura 13 - filtro de água de chuva D1 370 mm ....................................................... 55 LISTA DE TABELAS Tabela 1- distribuição da Disponibilidade Hídrica no Brasil. ........................................... 28 Tabela 2- Padrões de qualidade definidos pela NBR 15527:2007 ................................ 41 Tabela 3- Coeficiente de escoamento de acordo com area de localização ................. 45 Tabela 4 - Coeficiente Superficial de acorod com o tipo de telhado ............................. 46 Tabela 5 - Área em m² dos apartamentos. ........................................................................ 49 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Volume do consumo de água per capita no Brasil. ................................ 43 Quadro 2 - Estimativa de população ......................................................................... 50 Quadro 3- Dimensões do telhado .............................................................................. 53 Quadro 4– Precipitação média mensal de 1989 a 2018 ............................................ 56 LISTA DE EQUAÇÕES Equação 1 - Cálculo da Área de captação ................................................................ 53 Equação 2 - Método prático inglês ............................................................................ 56 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 16 1. OBJETIVOS ....................................................................................................... 18 1.1. OBJETIVO GERAL ...................................................................................... 18 1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................... 18 1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 18 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 20 2.1 A ÁGUA NA NATUREZA .................................................................................. 20 2.1.1 Ciclo Hidrológico ....................................................................................... 21 2.1.2 Importância da água .................................................................................. 23 2.2. DISPONIBILIDADE DE RECURSOS HÍDRICOS ........................................... 23 2.2.1 A nível Global ............................................................................................ 23 2.2.2 No Brasil .................................................................................................... 26 2.2.3 Recursos Hídricos na cidade de Manaus .................................................. 29 2.3. O DESPERDÍCIO DE ÁGUA POTÁVEL ......................................................... 31 2.3.1 A problemática da escassez de água e os Programas de uso racional de recursos hídricos. ............................................................................................... 32 2.4. APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL PARA FINS NÃO POTÁVEIS EM RESIDENCIAS ...................................................................................................... 33 2.4.1 Captação de Água da Chuva ao longo da história .................................... 33 2.4.2 Concepção do sistema de aproveitamento de água de chuva .................. 34 2.4.2.1 Área de captação ................................................................................ 34 2.4.2.2. Calhas ............................................................................................... 35 2.4.2.3 Condutores ......................................................................................... 35 2.4.2.4 Sistema de autolimpeza ..................................................................... 35 2.4.2.5 Grade e telas ...................................................................................... 36 2.4.2.5 Reservatórios...................................................................................... 36 2.4.3 Precipitação .............................................................................................. 38 2.4.3.1 Precipitação em Manaus .................................................................... 38 2.4.4 Qualidade da água captada para fins não potáveis .................................. 40 2.4.6 Cálculo de quantidade de água a ser coletada. ........................................ 41 2.4.7 Demanda do consumo de água não potável ............................................. 42 2.4.8 Coeficiente de escoamento superficial ...................................................... 44 3. MATERIAL E METODO ........................................................................................ 47 4. ESTUDO DE CASO .............................................................................................. 47 4.1 Apresentação da Edificação ............................................................................ 47 4.2 Projeto As Built da edificação ......................................................................... 48 4.3 Definição das demandas ................................................................................ 49 4.4 Estimativa da População na Edificação ........................................................... 49 4.5 Estimativa do consumo de água na edificação ............................................... 50 4.5.1 Estimativa do consumo de água gasto com descargas nos Vasos .............. 50 4.6 Áreas de captação ........................................................................................... 52 4.7 Calhas e condutores pluviais ........................................................................... 54 4.8 Sistema de Autolimpeza .................................................................................. 54 4.9 Precipitação em Manaus ................................................................................. 55 4.10 Dimensionamento dos Reservatórios ............................................................ 56 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 58 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 59 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 60 Apêndice A – Dados da estação de Manaus (82331) precipitação total por mês. .... 65 Apêndice B - Dados da estação de Manaus (82331) Temperatura Máxima e Mínima Mensal. BDMEP – INMET. ........................................................................................ 71 Apêndice C - Representação GráficaDa Edificação em plantas As built. ................. 75 16 INTRODUÇÃO É de conhecimento geral que a água é fonte de vida, e todos os seres vivos, indistintamente, dependem dela para sobreviver. Entretanto, o uso irracional deste recurso tem sido de maneira inconsciente ao longo do tempo, principalmente em regiões com grande disponibilidade deste bem natural, o que desperta a procura por alternativas para redução dos desperdícios e a urgência de elaborar alternativas de reutilização. Para Victorino (2007), a visão destorcida de abundância de água própria para consumo serviu de fomento no decorrer da historia para erros humanos cometidos defronte ao mau uso dos recursos hídricos. Estima-se que cerca de 70% da superfície do planeta terrestre é banhada por água, sendo esta encontrada nos estados líquido (oceanos, rios, lagos, aquíferos), sólido (geleiras e neve) e gasoso (umidade do ar), todavia, isso não quer dizer que a água seja um recurso inesgotável (ANA, 2018). No mundo, 97,5% da água é salgada. A água doce corresponde somente aos 2,5% restantes, sendo que 68,9% da água doce estão congeladas em calotas polares do Ártico, Antártica e nas regiões montanhosas, 29, 9% está compreendida nas águas subterrâneas, e somente 0,266% encontram-se nos lagos, rios e reservatórios. O restante da água doce está na biomassa e na atmosfera em forma de vapor (TOMAZ, 2010). De acordo com os dados da Agência Nacional de Águas (ANA, 2018), Em termos globais, o Brasil possui uma boa quantidade de água. Estima-se que o país possua cerca de 12% da disponibilidade de água doce do planeta. Mas a distribuição natural desse recurso não é equilibrada. A região Norte, por exemplo, concentra aproximadamente 80% da quantidade de água disponível, mas representa apenas 5% da população brasileira. Já as regiões próximas ao Oceano Atlântico possuem mais de 45% da população, porém, menos de 3% dos recursos hídricos do país. A água não está limitada às fronteiras políticas dos países, razão pela qual quase metade da superfície terrestre é conformada por bacias hidrográficas de rios compartilhados por dois ou mais países. O Brasil compartilha cerca de 82 rios com os países vizinhos, incluindo importantes bacias como a do Amazonas e a do Prata, 17 além de compartilhar os sistemas de aquíferos Guarani e Amazonas. Esse cenário se traduz em diferentes e oportunas possibilidades para a cooperação e o bom relacionamento entre os países (ANA, 2018). A expansão populacional consoante a um processo de crescimento desordenado das cidades no decorrer dos anos, vem acarretando uma série de consequências, principalmente em países em via de desenvolvimento, onde esse crescimento não é acompanhado com uma infraestrutura compatível com este. Entre esses problemas sociais, causados pelo ―inchamento‖ das cidades, o de abastecimento de água potável começa a aparecer como um bastante crítico, pois a água é um bem vital e a falta deste pode trazer sérios impactos, inclusive no âmbito da saúde. Graves crises no abastecimento de água em diversas cidades brasileiras e mundiais comprovam que a situação, em diversos locais, já está à beira de um colapso. Em muitos casos, a água utilizada em certas partes das cidades já são captadas a dezenas de quilômetros do local de consumo, aumentando consideravelmente o custo. Dentre as mais variadas formas de reutilização da água se destaca o aproveitamento de água pluvial que surge como uma técnica relevante para o uso racional deste recurso, por se tratar de uma das soluções mais simples e baratas para preservar a água potável reduzindo o consumo desta, além de servir, como uma drenagem urbana. Segundo Lee et al. (2000), as técnicas para coleta de água de chuva podem ser classificadas em três categorias: coleta em superfícies de telhados, coleta por meio de superfícies no solo e coleta por meio de barragens, sendo o sistema de coleta de água de chuva em superfícies de telhado considerado o mais simples. A água de chuva captada em edificações pode ser utilizada tanto para fins potáveis – após ser tratada adequadamente – como pode ser utilizada para fins não potáveis, como: em descargas de vasos sanitários, regas de jardins, lavagens de automóveis e calçadas. Aponta a solução ideal para reduzir o consumo de água potável em edificações, minimizando as despesas com o fornecimento concessionado, contribuindo para a preservação ambiental do planeta. 18 1. OBJETIVOS 1.1. OBJETIVO GERAL Analisar a viabilidade técnica de implantação de um sistema de aproveitamento de água da chuva para fins não potáveis, em uma residência multifamiliar na cidade de Manaus. 1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS – Explorar os estudos disponíveis na literatura e normas vigentes acerca da aplicação do sistema de aproveitamento de água pluvial para consumo em edificações; – Realizar o Levantamento dos dados hidrológicos e pluviométricos na região de Manaus; – Estimar a demanda dos usos finais de água no edifício em estudo; – Verificar se as calhas e tubulações de coleta e distribuição da água coletada, estão de acordo com as normas existentes; – Dimensionar um sistema de armazenamento de água pluvial, a partir dos métodos sugeridos pela NBR 1527; 1.3 JUSTIFICATIVA A Sustentabilidade na construção civil é uma forma de associar as edificações com o meio ambiente. Tem como finalidade amenizar os impactos causados à natureza, minimizando ao máximo os resíduos e utilizando com eficiência os bens naturais, ajudando assim a preservá-los para as gerações futuras. Segundo Rocheta e Farinha (2007, p.2), a indústria da construção tem uma importância significativa no desenvolvimento sustentável representando uma atividade com grande impacto sobre o meio ambiente, designadamente, nos consumos de energia e de água, na seleção dos materiais e na produção de resíduos. O sistema de captação e armazenamento da água da chuva, para fins não potáveis nas edificações, surge como uma alternativa de diminuir o consumo da 19 água tratada, e com isso contribuir com os mecanismos de sustentabilidade para o meio ambiente. Desta maneira, verifica-se a importância do tema para a sociedade em geral. A prática de redução de consumo, também, auxilia na diminuição de alagamentos nas cidades, já que a água precipitada ficará armazenada em um reservatório e assim, não será destinada às galerias, rios ou igarapés, consequentemente, diminuindo os gastos públicos com prejuízos causados por enchentes. Estreitar a demanda da água fornecida pelas companhias de saneamento é a viabilidade do uso da água de chuva em edificações, em vista disso, diminuindo o risco de enchentes em picos de chuvas e a redução significativa dos custos com a água potável (MAY, 2004). Em edificações de ensino, cerca de 65% do consumo de água diário destina- se ao uso em bacias sanitárias e limpeza do prédio. A rega de jardins, muitas vezes é restrita, em função do volume de água necessário que se reflete no valor da fatura mensal de água. Desta forma, o presente estudo visa analisar a viabilidade de implantação de um sistema de captação de água da chuva para fins não potáveis na na residência em estudo, pois tal sistema pode possibilitar a contribuição para a redução no consumo de água potável e, consequentemente no valor de pagamento da fatura mensal de consumo de água. Para os discentes do curso de engenharia civil e demais usuários, o presente estudo servirá de subsídio para fomentar outros trabalhos relacionados à área em questão ou desencadear novos projetos relacionados ao tema proposto, além de levar à reflexão quanto à necessidade da conservação da água e de que é preciso buscar medidas e soluções sustentáveis que venham contribuir com o uso racional da água. 20 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 A ÁGUA NA NATUREZA A biosfera (figura1) é essa estreita faixa de nosso planeta que reúne as condições necessárias para a vida. Com uma espessura de alguns quilômetros nos oceanos e na atmosfera, e uma profundidade de uns poucos metros abaixo do solo, a biosfera é a única parte habitável do planeta. Fora dela, não existe nenhum outro ponto conhecido do universo onde se tenha desenvolvido a vida. (PLANETA, 2008). Figura 1 - Representação ilustrativa da Biosfera Fonte: http://valdirenepassos.blogspot.com/2011/05/as-esferas-da-terra.html A superfície da crosta terrestre é recoberta por uma enorme camada de água que denominada de hidrosfera, é a porcentagem de água contida na superfície terrestre. Essa água toda se encontra nos oceanos, rios, lagos, geleiras, vapores, inclusive nos lençóis subterrâneos. Na hidrosfera, a água está em seus mais variados estados físicos, que são o líquido, o sólido e o vapor. Nela estão incluídos também o meio ambiente e até as formas de vida aquáticas, posto que a biosfera compõe a hidrosfera. O planeta Terra é constituído por aproximadamente 71% de água, sendo, portanto, apenas cerca de 29% de terras emersas. 21 Goncalves Acredita-se que o volume de água da Terra de quase 1,4 bilhão de km³ praticamente não se alterou nos últimos 500 milhões de anos. Apenas uma diminuta fração desse volume colossal é propícia ao consumo humano (GONÇALVES, 2007, p.7). 2.1.1 Ciclo Hidrológico O ciclo hidrológico, ou ciclo da água como é chamado, é o movimento contínuo da água presente nos oceanos, continentes (superfície, solo e rocha) e na atmosfera. Esse movimento é alimentado pela força da gravidade e pela energia do Sol, que provocam a evaporação das águas dos oceanos e dos continentes. Na atmosfera, forma as nuvens que, quando carregadas, provocam precipitações, na forma de chuva, granizo, orvalho e neve. De acordo com Tundisi (2003) o ciclo hidrológico é o princípio unificador fundamental de tudo o que se refere à água no planeta. O ciclo é o modelo pelo qual se representam a interdependência e o movimento contínuo da água nas fases sólidas, líquida e gasosa. Figura 2 - Ciclo Hidrológico Fonte: http://www.mma.gov.br/água/recursos-hidricos Toda água do planeta está em contínuo movimento cíclico entre as reservas sólida, líquida e gasosa. Evidentemente, a fase de maior interesse é a líquida, o que 22 é fundamental para o uso e para satisfazer as necessidades do homem e de todos os outros organismos, animais e vegetais. Os componentes do ciclo são: Precipitação: água adicionada à superfície da Terra a partir da atmosfera. Pode ser líquida (chuva) ou sólida (neve ou gelo). Evaporação: processo de transformação da água líquida para a fase gasosa (vapor d’água). A maior parte da evaporação se dá a partir dos oceanos; nos lagos, rios e represas também ocorre evaporação. Transpiração: processo de perda de vapor d’água pelas plantas, o qual entra na atmosfera. Infiltração: processo pelo qual a água é absorvida pelo solo. Ø Percolação: processo pelo qual a água entra no solo e nas formações rochosas até o lençol freático. Drenagem: movimento de deslocamento da água nas superfícies, durante a precipitação. Com o ciclo, uma pequena fração da água do planeta está sempre se transformando em água doce através de um contínuo processo de evaporação e precipitação. Segundo Mancuso e Santos (2003), aproximadamente 40.000.000 m³ de água são transferidos dos oceanos para a terra, a cada ano, renovando o suprimento de água doce mundial, quantidade muitas vezes superior à necessária para a população atual do planeta. Conforme aponta Young in May (2003), os recursos naturais podem ser classificados em duas grandes categorias: recursos exauríveis, cuja exploração pela atividade humana possa levá-lo à redução, ou mesmo extinção da disponibilidade futura, como por exemplo, os recursos minerais e florestais; e recursos de fluxo, que podem ter suas condições originais restauradas pela ação natural ou humana, como por exemplo o ar e a água. Assim, o ciclo hidrológico, que permite a classificação da água como recurso de fluxo, manteria o ―estoque‖ de água doce, tão necessária às atividades humanas. 23 2.1.2 Importância da água Água, formada por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio – H2O. Esse simples conceito da sua composição química não revela a grandeza da necessidade desta substância à existência de vida em nosso planeta. Parece tão singelo para algo que é tão vital. KOBIYAMA (2008) comenta esta conceituação e reflete sobre a água como o paradoxo da simplicidade e complexidade da vida. Parece tão simples coletá-la e utilizá-la, talvez por isso nem todos ainda se preocupem com ela. Aos imprudentes, o descuido com a água poderá comprometer nossa existência. A água é a essência para toda a vida na terra. É utilizada nas mais diferentes atividades humanas. É essencial na alimentação, na saúde e na higiene. A água é um patrimônio de todos e todos devemos reconhecer o seu valor, cada um de nós tem o dever de a economizar e de a utilizar com cuidado. Alterar a qualidade da água é prejudicar a vida do homem e dos seres vivos. Ela é um dos principais elementos da Biosfera. Portanto, segundo Ilana Wainer, a alteração climática dos oceanos implicará a completa mudança na biosfera (ISTO É, 2009). Sendo fundamental para o nosso corpo, a água tem um papel importante na nossa saúde, tendo esta, várias funções em nosso organismo. A água, portanto, elemento indispensável à vida está presente no corpo de todos os seres vivos, distribuída em todas as partes que compõem o organismo. Vital à nossa sobrevivência representa cerca de 70% da massa corporal humana, também tem importância para a produção de alimentos e outras atividades econômicas. SILVA (2011) contextualiza que a ―água potável é essencial e imprescindível para que a vida seja possível sobre a face da Terra, é muito mais que um bem, que um recurso, que uma mercadoria, a água potável é concretamente um Direito Humano de primeira ordem‖. 2.2. DISPONIBILIDADE DE RECURSOS HÍDRICOS 2.2.1 A nível Global Segundo apontam dados da Agência Nacional das Águas (ANA, 2018), estima- se que da água existente no mundo é salgada e não é adequada ao nosso consumo direto nem irrigação da plantaç es conforme demonstra a figura 3. 24 Figura 3 - Disponibilidade Total da água no Mundo Fonte: Adaptado de ANA (2018) Dos 3% de água doce, a maior parte (69%) é de difícil acesso, pois está concentrada nas geleiras, 30% são águas subterrâneas (armazenadas em aquíferos) e 1% encontra-se nos rios. Logo, o uso desse bem precisa ser pensado para que não prejudique nenhum dos diferentes usos que ela tem para a vida humana. Figura 04 - Disponibilidade Total de água doce no Mundo Fonte: Adaptado de ANA (2018) Nesta pequena porcentagem que nos é concedido o fácil acesso, a água é utilizada pelo homem com diversas finalidades que vão desde a água para beber até 25 a água empregada no desenvolvimento econômico. O problema é que as águas superficiais utilizadas para o abastecimento humano estão mal distribuídas e, atualmente, a sua escassez em vários locais tem chamado atenção, pois sua falta já atinge milhões de pessoas. A água não está limitada às fronteiras políticas dos países, razão pela qual quase metade da superfície terrestre é conformada por bacias hidrográficas de rios compartilhados por dois ou mais países. Dados da UNESCO revelam que as Américas, juntas, reúnem 46% de todos os recursos hídricos disponíveis, seguidas pela Ásia – maior e mais habitado continente – com 32%, pela África com 9%, depois a Europa com 7%, a Oceania com 6% e a Antártida que detem apenas 5%. Figura 4 - Disponibilidade dos Recursos nos continentes. Fonte: Adaptado de Unesco Falando na distribuição da água doce própria para consumoentre as diferentes partes da superfície terrestre, ou seja, entre as diversas localidades, podemos notar como essa distribuição é naturalmente desproporcional. Os países que mais concentram água doce no mundo são Rússia, Brasil, Canadá, Estados Unidos, Índia, Colômbia, República Democrática do Congo e China, correspondendo a aproximadamente 60% da água doce existente no planeta. 26 Figura 5 - Disponibilidade dos Recursos na América Fonte: Adaptado de Unesco É válido ressaltar que, no interior dessas massas continentais, também existem disparidades, de forma que algumas áreas apresentam problemas de escassez hídrica, tais como o norte da África, o Oriente Médio, o Sul da Ásia e algumas outras regiões do planeta. Tal fator agrava-se com a poluição de rios e reservas subterrâneas, além do esgotamento dos demais elementos que mantêm o equilíbrio natural do planeta. 2.2.2 No Brasil Em termos globais, o Brasil possui uma posição privilegiada em reação á disponibilidade hídrica. Estima-se que o país detém de 28% das águas nas Américas e ainda possui cerca de 12% da disponibilidade de água doce do planeta. Mas a distribuição natural desse recurso não é equilibrada. A região Norte, por exemplo, concentra aproximadamente 80% da quantidade de água disponível, mas representa apenas 5% da população brasileira. Já as regiões próximas aos Oceano Atlântico possuem mais de 45% da população, porém, menos de 3% dos recursos hídricos do país. (ANA, 2018) 27 Figura 6 - Disponibilidade dos Recursos Hídricos No Brasil e no Mundo Fonte: adaptado de ANA(2018) A vazão média anual dos rios em território brasileiro é de cerca de 180 mil metros cúbicos por segundo (m3 /s), Este valor corresponde a aproximadamente 12% da disponibilidade mundial de recursos hídricos, que é de 1,5 milhões2 de m3 /s. Se forem levadas em conta as vazões oriundas de território estrangeiro e que ingressam no país (Amazônica, 86.321 mil m3 /s; Uruguai, 878 m3 /s e Paráguai, 595 m3 /s), a vazão média total atinge valores da ordem de 267 mil m3 /s (ou seja, cerca de 18% da disponibilidade mundial). A grande questão problemática da água no Brasil está na localização geográfica da disponibilidade desse elemento. A distribuição da água no Brasil é naturalmente desigual, de modo que justamente as áreas menos povoadas do país é que concentram a maior parte dos recursos hídricos. Confira, na tabela 01, a relação entre densidade demográfica e a disponibilidade de água entre as diversas regiões do país. 28 Tabela 1- distribuição da Disponibilidade Hídrica no Brasil. Região Densidade Demográfica (hab/km²) Concentração dos recursos hídricos no Brasil (%) Norte 4,12 68,5 Nordeste 34,15 3,3 Centro-Oeste 8,75 15,7 Sudeste 86,92 6 Sul 48,58 6,5 Fonte: Adaptado de IBGE/ANA (2010) Como se pode notar, a região Norte, que possui uma densidade de apenas 4,12 habitantes para cada quilômetro quadrado, concentra quase 70% de todos os recursos hídricos disponíveis no Brasil. A maior parte desses recursos encontra-se nos rios da Bacia do Amazonas e, principalmente, no Aquífero Alter do Chão, exclusivo dessa região e com um volume de água superior ao Aquífero Guarani, que se distribui entre as demais áreas (exceto o Nordeste). A região nordestina, por outro lado, conta com uma densidade de 34,15 pessoas para cada quilômetro quadrado, ao passo em que detém apenas 3,3% de todos os recursos hídricos do país, o que seria mais do que suficiente se houvesse políticas públicas de combate à seca nessa área. Vale lembrar que apenas uma parte do Nordeste – a região do Polígono das Secas – é que eventualmente sofre com a falta d'água, e não a região nordestina como um todo. A região Centro-Oeste apresenta um melhor equilíbrio. Sua densidade demográfica apresenta uma média de 8,75 habitantes para cada quilômetro quadrado, e sua população total representa pouco mais que 6% do total da população brasileira. A região possui cerca de 15,7% dos recursos hídricos do país, relativamente bem distribuídos em seu interior, embora o Pantanal mato-grossense detenha a maior parte. 29 Já o Sudeste conta com apenas 6% dos recursos hídricos do país e uma densidade demográfica superior aos 86 habitantes para cada quilômetro quadrado, média que se acentua muito nas áreas das grandes cidades, principalmente Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. A capital paulista é a que mais vem sofrendo com a seca que se iniciou no ano de 2014, embora as raízes do problema de baixa nos reservatórios sejam anteriores. Há, inclusive, uma disputa política muito forte entre Rio e São Paulo envolvendo a transposição do Rio Paraíba do Sul. A região Sul do Brasil, por sua vez, apresenta um desequilíbrio menor, porém não menos preocupante. Com uma densidade demográfica de 48,58 habitantes por quilômetro quadrado e cerca de 15% da população brasileira, os sulistas detêm cerca de 6,5% da água potável do país. Em geral, o que pode-se observar é que, apesar da má distribuição da água no território brasileiro, mesmo as áreas com menor disponibilidade de água podem ser corretamente abastecidas se existirem planejamentos e ações públicas de interesse social. Além disso, a conservação de rios, mananciais e também das reservas florestais é de fundamental importância para a preservação desse estratégico e vital recurso natural. 2.2.3 Recursos Hídricos na cidade de Manaus De acordo com a Agência Nacional de água, a Região Hidrográfica Amazônica (RH Amazônica) ocupa 45% do total disponível no território nacional, abrangendo sete Estados (Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Amapá, Pará e Mato Grosso). Possui uma extensa rede de rios com grande abundância de água, sendo os mais conhecidos: Amazonas, Xingu, Solimões, Madeira e Negro. A densidade populacional é 10 vezes menor que a média nacional, entretanto, a região concentra 81% da disponibilidade de águas superficiais do país. Cerca de 85% da área da RH Amazônica permanece com cobertura vegetal nativa. 30 Fonte: ANA (2018) Figura 7- Localização Geográfica da Bacia Amazonica. Ocupando uma área de 5 846100 km², a bacia em questão é a maior do mundo. Nela existe um grande número de rios, a maioria deles é detentora de um grande volume de água. O rio que dá nome à bacia (Amazonas) tem sua nascente nos Andes, mais precisamente no Peru. Durante o seu percurso, o rio é denominado de maneiras distintas. No Brasil, por exemplo, seu primeiro nome é Solimões, mas passa a ser chamado de Amazonas quando converge com o Rio Negro. Em razão dos rios serem caudalosos, a Bacia Amazônica é muito rica em volume de água, aspecto que resulta em um enorme potencial de produção de energia elétrica (é a maior do país com essa característica). Outro potencial extremamente importante da bacia é a navegação. A Bacia Amazônica encontra-se estabelecida na planície Amazônica, portanto o relevo é plano, condição essa que permite que quase todos os rios que integram a bacia, inclusive o Amazonas, sejam navegáveis. O Amazonas, situado na região Norte do país, detém aproximadamente cerca de 70 a 72% dos recursos hídricos nacionais para o consumo humano, divididos em rios principais e afluentes. Manaus possui uma localização geografica, privilegiada por densas florestas e entrecortada por quatro bacias hidrográficas e várias microbacias. No entanto, essa condição privilegiada a torna suscetível a problemas de origem cultural e econômico ocasionando ações antrópicas desordenadas que diminuem a disponibilidade de seus recursos hídricos, ao mesmo tempo em que 31 prejudica de forma drástica a sobrevivência do seu principal componente biológico: o homem. Dentre as ações antrópicas, destaca-se o crescimento desordenado como um dos principais fatores de degradação dos mananciais hídricos. Os dois maiores períodosde desenvolvimento econômico, a era extrativista da borracha e a implantação do modelo da Zona Franca, principalmente este último, aliados a falta de uma estrutura legal e organizacional contribuíram para o crescimento populacional exacerbado com a proliferação de moradias nas margens dos igarapés ocasionando sérios problemas sociais e ambientais que se estendem até os nossos dias. 2.3. O DESPERDÍCIO DE ÁGUA POTÁVEL Atualmente um dos principais problemas relacionados com a disponibilidade e utilização dos recursos hídricos é o desperdício. Nesse contexto, é importante compreender o problema analisando a totalidade da questão, ou seja, a quantidade de água desperdiçada não somente pelo mau uso residencial, mas também pelos equipamentos públicos e práticas econômicas em geral. O consumo da água potável está cada vez mais aumentando no planeta enquanto as fontes estão secando. Entretanto os maiores consumidores é a indústria, o ser humano e a agricultura (NATUREZA ECOLOGICA, 2005). Uma considerável parte desse desperdício acontece também no transporte da água até o consumidor, o que é resultado de tubulações públicas velhas ou danificadas, obras mal realizadas, além dos famosos ―gatos‖ ou redirecionamentos de água clandestinos. Isso acontece em todos os países, que sempre apresentam certa taxa de desperdício de água: o Japão, por exemplo, desperdiça 10% de sua água; a Alemanha perde 9%, seguindo a média dos países europeus. O Brasil, no entanto, chega a desperdiçar 37%, conforme dados da Agência Nacional de Águas (ANA) e, se considerarmos apenas a água tratada, esse número salta para 41%. Os impactos do desperdício da água são graves e traduzem-se na redução do abastecimento de água para a população, na menor disponibilidade de água nas reservas hídricas e na ocorrência de verdadeiras crises hídricas em tempos de seca. 32 Por causa disso, é importante que todos façam a sua parte, desde o cidadão em sua casa, passando pelo Estado, até as diferentes práticas da economia. 2.3.1 A problemática da escassez de água e os Programas de uso racional de recursos hídricos. De acordo com estimativas do Instituto Internacional de Pesquisa de Política Alimentar, estima-se que até 2050 um total de 4,8 bilhões de pessoas estarão em situação de estresse hídrico (SEGALA, 2012). Essa problemática é justificada pelos fatores apresentados anteriormente, os quais tem gerado preocupação e incentivado programas de uso racional sustentável da água e também a busca por novas alternativas e soluções que visem diminuir a carência deste recurso. O Reuso Planejado da Água faz parte da Estratégia Global para a Administração da Qualidade da Água, proposta pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 2005). Ela prevê o alcance simultâneo de três importantes elementos que são a proteção da saúde pública, a manutenção da integridade dos ecossistemas e o uso sustentado da água (Reuso, 2005). Sistema de coleta e aproveitamento de água de chuva é considerado uma técnica popular, especialmente em regiões semiáridas brasileiras (SOARES et al., 2000). Esta região, por apresentar cerca de 80% da área geográfica do subsolo por formação cristalina, sem lençol freático, o armazenamento da água pluvial tem se apresentado a opção mais indicada para suprir o consumo humano (MAY, 2004). De acordo com a rede ASA (Articulação do Semi-árido Brasileiro), foi desenvolvido o programa denominado ―Programa um milhão de cisternas‖ com o intuito de auxiliar o acesso à água potável através da construção de cisternas de placas e melhorar a qualidade de vida da população, sendo que desde o ano de 2003, aproximadamente 420.000 cisternas foram construídas na região (ASA, 2013). Em 1999, no Brasil, foi fundada a Associação Brasileira de Manejo e Captação de Água de Chuva, que é responsável por divulgar estudos e pesquisas, reunir equipamentos, instrumentos e serviços sobre o assunto (ABCMAC, 2008). 33 2.4. APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL PARA FINS NÃO POTÁVEIS EM RESIDENCIAS 2.4.1 Captação de Água da Chuva ao longo da história O sistema de captação de água de chuva existe há muito tempo nas mais diversas regiões do mundo. No deserto de Nigev, por exemplo, essa técnica é usada há mais de quatro mil anos. Registros históricos indicam que a água da chuva já é utilizada pela humanidade há milhares de anos. Existem inúmeras cisternas escavadas em rochas, utilizadas para aproveitamento de água pluvial, que são anteriores a 3.000 a.C. Em Israel, encontra- se um dos exemplos mais conhecidos, a famosa fortaleza de Masada, com dez reservatórios escavados na rocha, tendo como capacidade total 40 milhões de litros. Figura 8 - Reservatório na fortaleza de Masada Fonte: TOMAZ (2003) No México, existem cisternas ainda em uso, que datam antes da chegada de Cristóvão Colombo à América (TOMAZ, 2003). Escritas antigas revelam o uso de reservatórios na época de Incas, Maias e Astecas. 34 Países como Estados Unidos, Austrália e Cingapura também estão desenvolvendo pesquisas referentes ao aproveitamento de água pluvial. Em 1992, iniciou-se sistema de uso de água de chuva no Aeroporto de Chagi, em Cingapura. A chuva captada nas pistas de decolagem e aterissagem é coletada e utilizada para descarga dos banheiros (GROUP RAINDROPS, 2002). No Brasil, as instalações mais antigas encontram-se em Fernando de Noronha, datadas de 1943, construídas pelos Norte-americanos. Atualmente, em países como Holanda, a água da chuva é coletada para evitar transbordamento dos canais que rodeiam o país, situado abaixo do nível do mar, e é usada em irrigação e fontes ornamentais. Na Alemanha, é coletada para suprir a péssima qualidade de distribuição da água na cidade. Em algumas regiões da Austrália, o abastecimento publico já se tornou bem caro, devido a escassez, e várias residências optaram pela captação proveniente das chuvas. 2.4.2 Concepção do sistema de aproveitamento de água de chuva Os sistemas de captação de água pluvial, devem seguir o disposto nas NBR 15527 ( Água de chuva — Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis — Requisitos) e NBR 10844 que trata das Instalações prediais de águas pluviais da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Para a concepção do projeto do sistema depende de vários fatores, tais como o tamanho do reservatório, padrões de chuva locais e da demanda de água. Pode-se destacar que um sistema de captação eficiente é composto por alguns elementos principais, são eles: 2.4.2.1 Área de captação Para a NBR15527 da ABNT, define-se se área de captação: ―área, em metros quadrados, projetada na horizontal da superfície impermeável da cobertura onde a água é captada‖. São os telhados das edificações. Podem ser compostos por: telhas cerâmicas, telhas de fibrocimento, telhas de zinco, telhas de ferro galvanizado, telhas de concreto armado, telhas de plásticos, telhado de plano revestido com asfalto, entre outros. O telhado pode estar inclinado, pouco inclinado ou plano. 35 2.4.2.2. Calhas A NBR 10844 que trata das Instalações prediais de águas pluviais, define calha como sendo o canal que recolhe a água de coberturas, terraços e similares e a conduz a algum ponto de destino. Esta norma, determina ainda que as calhas devem ser feitas de chapas de aço galvanizado, ,folhas-de-flandres, chapas de cobre, aço inoxidável, alumínio, fibrocimento, PVC rígido, fibra de vidro, concreto ou alvenaria. 2.4.2.3 Condutores Para a condução das águas captadas até os locais permitidos pelos dispositivos legais são necessários coletores de águas pluviais que de acordo com a NBR 10844 (1989) dividem-se em: Condutor horizontal: Canal ou tubulação horizontal destinado a recolher e conduzir águas pluviais até locais permitidos pelos dispositivos legais.NBR 10844 (1989). Condutor vertical: Tubulação vertical destinada a recolher águas de calhas, coberturas, terraços e similares e conduzi-las até a parte inferior do edifício. NBR 10844 (1989). Para o sistema de aproveitamento, podem ser empregados tubos e conexões de ferro fundido, fibrocimento, PVC rígido , aço galvanizado, cobre, chapas de aço galvanizado, folhas-de-flandres, chapas de cobre, aço inoxidável, alumínio ou fibra de vidro, cerâmica vidrada, concreto, cobre, canais de concreto ou alvenaria. A referida Norma recomenda ainda que quando houver tubulações enterradas em locais sujeitos a cargas móveis na superfície do solo ou do reaterro, observar as recomendações específicas alusivas ao assunto. 2.4.2.4 Sistema de autolimpeza A primeira chuva que contém muita sujeira dos telhados pode ser removida manualmente com uso de tubulações que podem ser desviadas do reservatório ou automaticamente através de dispositivos de autolimpeza em que o homem não precisa fazer nenhuma operação. 36 Podem ser usadas diferentes maneiras de filtrar antes ou depois dos reservatórios. Estes procedimentos são todos aplicados antes do consumo da água e pretendem remover detritos finos e organismos nocivos à saúde humana. 2.4.2.5 Grade e telas A NBR 12213/92define Grade como os dispositivos constituídos de barras paralelas, destinados a impedir a passagem de materiais grosseiros flutuantes ou em suspensão, enquanto as telas por sua vez, são os dispositivos compostos por fios que formam malhas destinados a reter materiais flutuantes não retidos nas grades. São usadas no sistema de aproveitamento de água da chuva com a finalidade de reter materiais provenientes do telhado da edificação, como folhas, galhos e resíduos em geral. 2.4.2.5 Reservatórios Define-se reservatórios como o recipiente destinado a armazenar a água da chuva captada, estes podem estar apoiado, enterrado ou elevado. Com relação ao material de confecção podem ser de concreto armado, alvenaria de tijolos comuns, alvenaria de bloco armado, plásticos, poliéster, e outros. As diretrizes para o dimensionamento de reservatórios para o aproveitamento de água de chuva em áreas urbanas para fins não potáveis, estão definidos na norma NBR 15527 (ABNT, 2007), que dispõe de alguns métodos para dimensionamento de reservatório de água pluvial, são eles: Rippl, Maior período de Estiagem, Métodos empíricos (Brasileiro, Alemão e Inglês) e Simulações. A NBR 15527:2007 da ABNT traz alguns requisitos a serem considerados no projeto como: [...extravasor, dispositivo de esgotamento, cobertura, inspeção, ventilação e segurança. Deve ser minimizado o turbilhonamento, dificultando a ressuspensão de sólidos e o arraste de materiais flutuantes. A retirada de água do reservatório deve ser feita próxima à superfície. Recomenda-se que a retirada seja feita a 15 cm da superfície. NBR (2007) 37 em seu Apêndice A alguns métodos de dimensionamento para a reservação de água da chuva, são eles: Método de Rippl; Método da simulação; Método Azevedo Neto; Método prático alemão; Método prático inglês e Método prático australiano. Os reservatórios de água de distribuição de água potável e de água de chuva devem ser separados. O volume de água de chuva aproveitável depende do coeficiente de escoamento superficial da cobertura, bem como da eficiência do sistema de descarte do escoamento inicial. 2.4.2.6 Extravasor: O extravasor de água ou ―ladrão‖ como é conhecido é uma tubulação usada para escoar um eventual excesso de água. Além de escoamento o extravasor também serve como alerta de que a boia ou outro componente do reservátorio apresenta defeitos. Importante ressaltar, que a entrada deste dispositivo deve ser protegida para evitar o acesso de pequenos animais. Figura 10 – Desenho esquemático de um Sistema de aproveitamento de água da chuva com reservatório de limpeza. Fonte: TOMAZ (1998) 38 Verifica-se na imagem 10, um desenho esquemático do adequado sistema de aproveitamento da água da chuva, na qual dispõe de área de captação, nos quais os telhados são os mais comuns, calhas, condutores verticais e horizontais que transmitem água captada até o reservatório de limpeza, este possui grades e sistema de autolimpeza, e dispõe ainda de tubulações pra transmitir a água aproveitada até o reservatório final. 2.4.3 Precipitação Originalmente, a palavra pluvial é oriunda do latim Pluvium, a qual significa chuva. E, desta forma, a denominação de água pluvial ou água da chuva é uma caracterização das águas decorrentes das precipitações. Precipitação é a liberação de água proveniente do vapor d’água da atmosfera sobre a superfície da Terra, apresentando-se sob diversas formas: orvalho, chuvisco, chuva, granizo, saraiva ou neve, diferenciando-se umas das outras através do estado físico em que a água se encontra (TUCCI, 2001; VILLIERS, 2002). A condensação do vapor d’água presente na atmosfera é resultante do seu resfriamento a ponto de saturação, podendo ocorrer devido a ação frontal de outras correntes eólicas, topografia acentuada, fenômenos de convenção térmica ou a combinação de todas essas causas (GARCEZ e ALVARES, 1988). Quando do início do evento de precipitação pode ocorrer a contaminação devido ao carregamento de partículas que estão suspensas no ar. Essas partículas são substâncias nocivas como o dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (Nox). Normalmente, essa contaminação ocorre em áreas urbanas devido a grande quantidade de circulação de veículos e indústrias (TORDO, 2004). A pluviosidade é o fator decisivo no sistema de captação. O índice anual de chuva do local onde se deseja instalar o procedimento é uma informação imprescindível. 2.4.3.1 Precipitação em Manaus Manaus, capital do estado do Amazonas (Brasil), apresentou em 2015, segundo dados do IBGE(2017), população estimada em mais de dois milhões de 39 habitantes, distribuídos em 63 bairros que estão divididos em seis zonas dentro de uma área urbana de aproximadamente 11,5 mil km² (IBGE, 2017). Localizada na Latitude: 03º 06' 07" sul e Longitude: 60º 01' 30" oeste, Altitude: 72 metros acima do nível do mar. De acordo com Barbosa (2017, apud INMET 2009) A precipitação media acumulada anual em Manaus está na faixa de 2.307,4 mm com uma sazonalidade evidente revelando precipitação mais elevada nos meses de fevereiro, março e abril, enquanto julho, agosto e setembro são meses que apresentam baixos totais pluviométricos conforme se observa na figura 10. Segundo a classificação de Köppen e Geiger a classificação do clima é ―Am‖ e a temperatura média em Manaus é de 27.4 °C. Com relação à temperatura, tem-se uma temperatura média anual em torno de 26,7 ºC (INMET, 2009). Figura 10 – Índice Pluviométrico de Manaus ao longo de 30 anos. Fonte: https://www.climatempo.com.br/climatologia/25/manaus-am A figura 10, a seguir mostra o comportamento da chuva em Manaus, os dados foram obtidos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), e apresenta as médias das precipitações calculados a partir de uma série de dados de 30 anos e observados de 1990 a 2010. Observa-se ainda, através da figura 10, que o mês mais chuvoso em Manaus é o mês de março e o menos chuvoso é o mês de agosto, os dados apresentados representam o comportamento da chuva e da temperatura ao longo do ano. 40 2.4.4 Qualidade da água captada para fins não potáveis De acordo com TOMAZ (2000) A composição da água de chuva varia de acordo com a localização geográfica do ponto de amostragem, com as condições meteorológicas (intensidade, duração e tipo de chuva, regime de ventos, estação do ano, etc.), com a presença ou não de vegetação e também com a presença de carga poluidora. A água de chuva cai das nuvens, mas acaba se contaminando com impurezas acumuladas nascoberturas, como terra, poeira, galhos, folhas, fezes de aves etc. Já Silva (2010), enfatiza que a água para ter boa qualidade deve estar sem cheiro e sem cor. O autor classifica da seguinte maneira: Água de Reuso - Classe 1 Os usos predominantes para as águas tratadas da classe 1 de reuso nas residências, são: descarga de bacias sanitárias, lavagem de pisos e fins ornamentais (chafarizes, espelhos de água etc.), lavagem de roupas e de veículos. Para isso, são exigidos alguns requisitos mínimos com relação a utilização dessa água, como: não deve apresentar mau-cheiro, não deve manchar superfícies e não pode ser abrasiva. Água de Reuso - Classe 2 Os principais usos dessa classe são relacionados às fases de construção de edifícios, como: na lavagem de agregados; Preparação de concreto; Compactação do solo e; Controle de poeira. Água de Reuso - Classe 3 Já os usos preponderantes das águas da classe 3, é na irrigação de áreas verdes e rega de jardins. Para o reuso da água não potável dessa classe, tem-se como condições mínimas : não pode apresentar mau cheiro; - não deve conter componentes que agridam as plantas ou que estimulem o crescimento de pragas. 41 Água de Reuso - Classe 4 O uso preponderante para esta classe é no resfriamento de equipamentos de ar condicionado (torres de resfriamento). Exigências mínimas da água não potável: - não deve apresentar mau cheiro; - não deve ser abrasiva; - não deve manchar superfícies. A NBR 15527:2007 define ainda os padrões de qualidade que devem ser definidos pelo projetista de acordo com a utilização prevista. Para usos mais restritivos, deve ser utilizada a Tabela 2 da dita norma. Tabela 2- Padrões de qualidade definidos pela NBR 15527:2007 Fonte: NBR 15527:2007 Para desinfecção, a critério do projetista, pode-se utilizar derivado clorado, raios ultravioleta, ozônio e outros. Em aplicações onde é necessário um residual desinfetante, deve ser usado derivado clorado. Quando utilizado o cloro residual livre, deve estar entre 0,5 mg/L e 3,0 mg/L. 2.4.6 Cálculo de quantidade de água a ser coletada. De acordo com a norma técnica NBR 5626 – Instalação Predial de Água Fria, a capacidade dos reservatórios de água de chuva deve atender ao padrão de consumo de água para o qual está destinado no edifício considerando ainda a frequência e duração das chuvas bem como as informações sobre o índice pluviométrico. Dependendo do local ou da finalidade da edificação, a capacidade de 42 reservação de água potável da rede pode variar de acordo com as necessidades do cliente, no caso de apartamentos o consumo médio considerado pela NBR 5626 é de 150 litros/dia por pessoa. 2.4.7 Demanda do consumo de água não potável A demanda total de água representa o volume de água necessário para atender as exigências fundamentais dos usuários na residência. Uma parte desta água é direcionada para fins potáveis, como higiene pessoal, consumo e preparo de alimentos, e outra parte é utilizada para fins não potáveis, no quais se destacam lavagem de roupas, carros, pisos, calçadas, na irrigação de jardins e na descarga de vasos sanitários (MORAIS, 2017, apud YOSHINO, 2012). Conforme a NP 126 de 2014 da Manaus Ambiental, a estimativa de consumo médio predial diário em um apartamento com menos de 50 m² para uma pessoa é 150 litros de água por dia. Da mesma forma a NBR 5626 estima os valores e taxas de consumo de acordo com o tipo de edificação. Tipo de Edificação Taxa de Consumo Alojamentos Provisórios 80 L/Pessoa Residências até 50 m² 200 L/Pessoa Residências acima 50 m² 250 L/Pessoa Apartamentos até 50 m² 150 L/Pessoa Apartamentos de 51 m² até 150 m² 200 L/Pessoa Apartamentos acima de 150 m² 250 L/Pessoa Hotéis (s/cozinhas e s/lavanderias) 120 L/Hóspede Hospitais 250 L/Leito Escolas (Internatos) 150 L/Pessoa Escolas (Externatos) 50 L/Pessoa Quartéis 150 L/Pessoa Edifícios Públicos ou Comerciais 50 L/Pessoa Escritórios 50 L/Pessoa Cinemas e Teatros 2 L/Lugar Templos 2 L/Lugar 43 Restaurantes e Similares 25 L/Refeição Garagens 50 L/Automóvel Lavanderias 30 L/Kg de Roupa Seca Mercados 5 L/m² Matadouros (Animais de Grande Porte) 300 L/Cabeça Abatida Matadouros (Animais de Pequeno Porte) 150 L/Cabeça Abatida Fábricas em Geral (Uso Pessoal) 70 L/Operário Postos de Serviços para Automóveis 150 L/Veículo Cavalariças 100 L/Cavalo Jardins 1,5 L/m² Fonte: NBR 5626 De acordo com os dados do Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos – 2017, desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, o amazonense gastou em media no ano de 2017, 95,7 litros de água por dia, numero esse que se apresenta 43,8 % mais baixo em relação as medias dos últimos 3 anos a 2017. Quadro 1 – Volume do consumo de água per capita no Brasil. Estado/ Macrorregião L/HAB.DIA VARIAÇÃO Media Últimos anos Ano 2016 Ano 2017 2016 A 2017 Media ultimo 3 anos a 2017 ACRE 171,1 159,7 156,4 -2,10% -8,60% AMAPÁ 159,1 178,5 183,9 3,0% 15,6% AMAZONAS 170,2 170,4 95,7 -43,8% -43,8% PARÁ 142,4 143,3 154,2 7,6% 8,3% RONDONIA 177,7 166,3 138,6 -16,7% -22,00% RORAIMA 156,1 152,4 132,7 -12,9% -15,00% TOCANTINS 135,0 140,2 128,9 -8,10% -4,6% NORTE 154,3 154,5 132,3 -14,40% -14,20% ALAGOAS 98,7 96,7 95,8 -0,90% -3,00% BAHIA 113,9 111,3 116 3,90% 1 5% CEARA 128,3 125,0 117,6 -5,90% -8,30% MARANHAO 134,1 136,5 141,3 3,5% 5,4% PARAIBA 116,4 113,6 116,3 2,4% -0,1% PERNAMBUCO 99,7 92,3 95,5 3,5% -4,2% PIAUI 135,0 125,7 132,5 5,10% -1,50% RIO GRANDE DO NORTE 114,6 113,8 112,0 -1,6% -2,30% SERGIPE 118,7 116,6 111,9 -4,00% -5,70% NORDESTE 115,8 112,5 113,6 1,0% -1,9% ESPIRITO SANTO 180,6 165,1 156,S -5,20% -13,4% MINAS GERAIS 152,7 155,2 154,i -0,70% 0,9% RIO DE JANEIRO 251,2 248,3 249,7 0,6% -0,60% 44 SÃO PAULO 168,2 166,0 167,8 1,1% -0,30% SUDESTE 181,2 179,7 180,3 0,3% -0,50% PARANA 140,4 137,8 139,7 1,4% -0,50% RIO GRANDE DO SUL 156,7 147,7 147,7 0,0% -5,80% SANTA CATARINA 150,7 149,8 151,0 0,8% 0,20% SUL 148,8 144,2 145,2 0,7% -2,40% DISTRITO FEDERAL 161,6 150,5 132,4 -12,0% -18,10% GOIAS 140,5 136,8 142,0 3,8% 1,10% MATO GROSSO 164,2 167,4 160,4 -4,20% -2,30% MATO GROSSO DO SUL 154,8 153,5 157,7 2,7% 1,90% CENTRO OESTE 152 148,5 146,1 -1,60% -3,90% BRASIL 156,7 154,1 153,6 -0,30% -2,00% Fonte: Adaptado de Ministério do Desenvolvimento Regional (2019) Observa-se no quadro 1, que a maior variação dentre as macrorregiões é no Norte, cujo consumo per capita passou de 154,3 l/hab.dia na média dos últimos três anos para 132,3 l/hab.dia em 2017, o que representa uma redução de 14,2%. Esse decréscimo no índice decorre, principalmente, da redução de 52,7% do volume de água consumido de 2016 para 2017 (de 112.534 x 1.000 m³ para 53.152 x 1.000 m³) no município de Manaus/AM, atendido pela empresa privada Manaus Ambiental. Até por isso a comparação de 2017 com 2016 no Norte se mostra bem próxima, com redução de 14,4%. Conforme aponta Moraes (2017) estima-se que os percentuais do consumo da água utilizada em descargas de bacia sanitárias está em torno de 22% do total consumido em residências. O autor aponta ainda que no Brasil, cerca de 38% da água consumida, destina-se a atividades de usos não potáveis e que este volume varia em torno de 38% a 51% em se comparando com outros países como Estados Unidos e Suíça. Pires (2012) ressalta a existência na literatura de parâmetros estimativos que podem ser utilizados de forma razoável para determinar o consumo de água. De acordo com dados do Sabesb (2019) a estimativa é de 20 descargas diárias por família de 4 pessoas ou seja, 5 descargas por pessoa ao dia. 2.4.8 Coeficiente de escoamento superficial De acordo com Villela e Mattos ( 1975), O coeficiente de escoamento superficial também conhecido como de coeficiente de ―run off‖, é definido comoa razão entre o volume de água escoado superficialmente e o volume de água 45 precipitado. Este coeficiente pode ser relativo a uma chuva isolada ou relativo a um intervalo de tempo onde várias chuvas ocorreram. A equação a seguir demonstra o coeficiente de ―run off‖. C= Equação 1. Sabe-se que conhecendo o coeficiente de ―run off‖ para uma determinada chuva intensa de uma certa duração, pode-se determinar o escoamento superficial de outras precipitações de intensidades diferentes, desde que a duração seja a mesma. Esse coeficiente é muito utilizado para se prever a vazão de uma enchente provocada por uma chuva intensa. Marques (2012) aponta que o volume de água de chuva a ser aproveitado sofre perdas oriundas da limpeza da superfície de captação, pela evaporação, perdas na autolimpeza e outros. Tomaz (2010) define o escoamento superficial, como a relação entre o volume de água que escoa superficialmente num determinado período de tempo pelo total da água precipitado, de modo que, o volume de água da chuva aproveitado é inferior que o volume precipitado. Portanto, funciona como um índice do volume de água da chuva captado. Este coeficiente é utilizado para dimensionar o volume de água pluvial aproveitável, podendo variar em função da rugosidade dos diferentes tipos de materiais por onde a água escoa, conforme Tabela. Tabela 3- Coeficiente de escoamento de acordo com area de localização Característica da Superfície C Área Comercial Central 0,70 a 0,95 Bairros 0,50 a 0,70 Área Residencial Residências isoladas 0,30 a 0,50 Unidades Múltiplas (Separadas) 0,40 a 0,60 Unidades Múltiplas (Conjugadas) 0,60 a 0,75 Subúrbio 0,25 a 0,40 Área com prédios de apartamentos 0,50 a 0,70 Área Industrial Indústrias leves 0,50 a 0,80 Indústrias pesadas 0,60 a 0,90 46 Parques, Cemitérios 0,10 a 0,25 "Playground” 0,20 a 0,35 Pátios de estradas de Ferro 0,20 a 0,40 Áreas sem melhoramentos 0,10 a 0,30 Ruas . Pavimentação asfáltica 0,70 a 0,95 Pavimentação de concreto 0,80 a 0,95 Blocos 0,70 a 0,85 Passeios 0,75 a 0,85 Telhados 0:75 a 0,95 Terrenos relvados (solos arenosos) Pequena declividade (2%) 0,05 a 0,10 Declividade media (2% a 7%) 0,10 a 0,15 Forte declividade (>7%) 0,15 a 0,20 Terrenos relvados (Solos Argilosos) Pequena declividade (2%) 0,15 a 0,20 Declividade media (2% a 7%) 0,20 a 0,25 Forte declividade (>7%) 0,25 a 0,30 Fonte: Adaptado de ASCEIWEF, criada por Chow(1962) Ainda de acordo com Tomaz ( 2012), a perda de água de chuva que irá ser considerada é devida à limpeza do telhado, perda por evaporação, perdas na autolimpeza e outras. E apresenta os seguintes Coeficientes superficiais de acordo com a classificação dos telhados. Tabela 4 - Coeficiente Superficial de acordo com o tipo de telhado MATERIAL COEFICIENTE DE RUNOFF Telhas cerâmicas 0,8 a 0,9 Telhas esmaltadas 0.9 a 0.95 Telhas de metal 0,8 a 0,9 Cimento amianto 0,8 a 0,9 Plástico 0,9 a 0,95 Fonte: Tomaz (2010) 47 3. MATERIAL E METODO Para a condução deste trabalho preliminarmente foi feito uma revisão da literatura para a fundamentação teórica do assunto, e a partir destes dados, fez-se um estudo de caso em uma residência multifamiliar situada à zona Centro-sul de Manaus, a fim de dimensionar um sistema eficiente de captação de água da chuva para fins não potáveis na referida residência. Como a edificação estudada não dispõe de projetos e/ou representações gráficas de seus ambientes, foram elaboradas plantas as built da cobertura e das elevações da edificação a fim de se obter maiores informações sobre a área de captação para uma melhor avaliação e dimensionamento do sistema. As referidas plantas encontram-se no apêndice C. Diante disso, foram calculados os modelos de dimensionamento de reservatório de armazenamento em relação ao volume de reservação de água de chuva, bem como foi realizado calculo da demanda da edificação, visando aperfeiçoar a relação entre a disponibilidade da água da chuva e a demanda estimada na edificação. Desta forma, realizou-se um estudo dos índices pluviométricos da cidade de Manaus a fim de permitir um dimensionamento mais preciso do reservatório. Após a obtenção desses dados no site do INMET, fez-se um tratamento destes, verificando anos de maior e menor precipitação, medias pluviométricas mensais e anuais bem como, o comportamento médio das chuvas ao longo dos 30 anos de dados estudados. Esses dados obtidos, foram de extrema importância para obtenção de um volume otimizado de armazenamento do reservatório. 4. ESTUDO DE CASO 4.1 Apresentação da Edificação A edificação alvo deste estudo experimental é um conjunto residencial multifamiliar com apartamentos do tipo quitinete em processo de construção, situada na Rua Venezuela, bairro Flores, Manaus, Amazonas. Na figura 9 é apresentada a Localização da edificação em estudo. 48 Figura 9 – Localização da Edificação multifamiliar em estudo. Figura 10 - Fachada da edificação 4.2 Projeto As Built da edificação A edificação em estudo não possui projeto arquitetônico. Portanto, com o auxilio de uma trena a laser realizou-se o levantamento de todas as medidas existentes, depois de coletadas todas essas informações métricas e demais observações, foram lançadas em desenhos técnicos no programa AUTOCAD, para representar a atual situação das dimensões do edifício a fim de realizar o 49 dimensionamento adequado do sistema. As referidas peças gráficas encontram-se no Apêndice C. 4.3 Definição das demandas A unidade habitacional possui uma área total construída de 210 m², composta por 2 pavimentos, com 6 apartamentos tipo no Térreo e 6 apartamentos tipo no pavimento superior, totalizando 12 apartamentos, dispostos da seguinte forma: Tabela 5 - Área em m² dos apartamentos. Ambiente Quantidade (unid) Área (m²) Quarto 01 11,16 Banheiro 01 3,30 Cozinha/Serviço 01 12,67 Sala 01 7,12 Total 06 34,25 Cada apartamento dispõe de um dormitório e um banheiro em sua composição perfazendo um total de 12 banheiros, nas quais teremos doze caixas de descargas de vasos sanitários que serão abastecidas com água de chuva em todo o edifício. Nos cálculos considerou-se o abastecimento das caixas de descargas, como prioridade, e caso exista volume excedente de água de chuva será usada para outras finalidades como: jardinagem lavagens de veículos, calcadas, e em outras finalidades desde que se enquadre dentro dos usos permitidos definidos na revisão de literatura. 4.4 Estimativa da População na Edificação Como não se sabe o numero exato de pessoas que irão morar na edificação, estimou-se utilizando os dados apresentados por Hélio Creder em seu livro Instalações Hidráulicas e Sanitárias conforme segue no quadro 4. 50 Quadro 2 - Estimativa de população AMBIENTE NUMERO DE PESSOAS QUARTO SOCIAL 2 PESSOAS QUARTO DE SERVIÇO 1 PESSOA Fonte: CREDER (1991) Considerando a estimativa do número de pessoas por dormitório relacionada quadro 2, na edificação deverá contar com uma população de aproximadamente 24 pessoas, assim distribuídas por: • Número de dormitório sociais da edificação: 12 X 2 = 24pessoas • Total estimado de pessoas na edificação = 24 pessoas 4.5 Estimativa do consumo de água na edificação Como o apartamento é menor que 50m², foi adotado o consumo de 150 L/dia por pessoa, conforme fundamentado na revisão bibliográfica. Portanto, a previsão de gasto diário com água potável da edificação ficará em torno de: • 24 pessoas x 150 litros = 3.600 litros diários• Estimativa total gasto com água potável na edificação para 24 pessoas =3600 litros/dia; 108.000 litros/mês; 129.6000 litros/ano= 1.296 m³/anuais. 4.5.1 Estimativa do consumo de água gasto com descargas nos Vasos Sanitários. A finalidade deste sistema é eliminar todo o consumo de água (potável) que será utilizado com as descargas sanitárias. Nas instalações dos apartamentos utilizar-se-ão vasos sanitários com caixa acoplada onde a vazão aproximada é de 6 litros de água por descarga, conforme a figura 11. 51 Figura 11- Vaso Sanitário utilizado na edificação No Brasil os dados relacionados à quantidade media de descargas por pessoa são estimados, portanto de acordo com a literatura esta média diária esta em torno de cinco descargas por pessoa. Desta maneira, obtém-se o consumo estimado da edificação: Média de descargas por pessoa/dia 5 vezes ao dia x 6 litros (volume da descarga) = 30 litros/dia/pessoa. Média de descargas por pessoa/mês 30 litros /dia/pessoa X 30 dias = 900 litros/mês/pessoa = 0.9 m³ mensal por pessoa. Consumo médio diário em descargas sanitárias da edificação. 24 pessoas x 5 vezes ao dia x 6 litros =720 litros /dia = 0,72 m³ por dia. 52 Consumo mensal em descargas sanitárias da edificação. 720 litros por dia X 30 dias= 21.600 litros por mês = 21,6 m³ por mês. Consumo anual em descargas sanitárias da edificação: 720 litros por dia X 365 dias= 262.800 litros por ano = 262,80 m³anuais. 4.6 Áreas de captação O telhado da edificação é de apenas uma água, de zinco industrial, é preso por diversos pontos, garantido a integridade da cobertura. A durabilidade e a resistência são uma das principais vantagens desse tipo de telhado. Figura 13– Telhado na parte interna da edificação A junção do aço com o zinco torna a telha muito resistente a todo tipo de intempérie climática, suportando ventos, chuvas fortes e altas temperaturas, também são ecológicas, a maioria delas utiliza entre 25% a 95% de material reciclável na composição e pode ser totalmente reciclada ao fim da sua vida útil. O telhado da edificação em estudo possui uma superfície inclinada com as dimensões descritas no quadro 3, essas dimensões podem ser evidenciadas no 53 apêndice C onde está representado graficamente a planta de cobertura As Built da edificação. Quadro 3- Dimensões do telhado Largura (m) 8,00 Comprimento (m) 32,00 Altura (m) 2,00 Inclinação (%) 25,00 A área de captação de água da chuva do telhado foi calculada de acordo com o disposto na NBR 10844/1989. Como mostra na figura abaixo. Para o calculo da área a referida norma dispõe da seguinte equação: A= ( ) × b Equação 1 - Cálculo da Área de captação Onde: A é a área de captação; a é largura transversal da cobertura; h é a altura do eixo central da cobertura; e b é o comprimento longitudinal da cobertura. Portanto, usando a equação 1, obteve-se os seguintes valores para o calculo da área de captação da edificação em estudo: A= ( ) × 32 = 288 m² 54 4.7 Calhas e condutores pluviais As calhas e condutores já existentes no sistema instalado estão de acordo com a NBR 10.844/89, da ABNT, que trata de instalações prediais de águas pluviais. A figura 11 mostra parte da tubulação e calhas na edificação. Figura 12- Calhas e tubulações verticais Na condição atual da edificação, toda a água captada é destinada diretamente ao solo, através dos condutores verticais e horizontais existentes, onde esta segue para as galerias publicas de drenagem. Nas instalações do sistema, toda água captada da chuva no telhado deverá ser encaminhada ao sistema de filtragem e posteriormente ao reservatório. Os canais de transporte da água do telhado são 4 (quatro) canos de PVC de 100 mm verticais que escoam o fluido ate o solo. 4.8 Sistema de Autolimpeza Para o sistema de autolimpeza e tratamento da água deverá ser utilizado o filtro de água da chuva Fibratec D1 370 mm. Esse tipo de filtro é produzido de acordo com a orientação da norma técnica NBR 15527/07, e tem a finalidade de separar a água da chuva de impurezas acumuladas no telhado ou calha como galhos, folhas, insetos, entre outros. A Figura 12 apresenta as medidas do filtro D1 370 mm: 55 Figura 13 - filtro de água de chuva D1 370 mm A escolha para este filtro se deu por possuir fácil e baixa manutenção, segundo a FIBRATEC (2019) o corpo do filtro é produzido em Polietileno de Média Densidade e o filtro interno inox. Os detritos são encaminhados para galeria pluvial e a água filtrada é direcionada para a cisterna, pronta para ser utilizada. Este tipo de filtro é autolimpante; retém partículas de até 0,5mm; com alta eficiência na filtragem; oxigena a água e pode ser instalado na parede ou enterrado. 4.9 Precipitação em Manaus Os dados pluviométricos utilizados no presente estudo referem-se à cidade de Manaus local da edificação onde fez-se o estudo para implantação do sistema de captação. Os dados foram extraídos do site do Instituto nacional de Meteorologia (INMET), no período de 01/01/1989 a 01/01/2019, estes se encontram no apêndice A e B, foram tratados em planilhas do Excel a fim de calcular as precipitações medias anuais, mensais e diárias no período estudado. Além disso, foram observadas as temperaturas medias, mínimas e máximas mensais, ao longo dos anos, bem como verificou-se os períodos mais chuvosos e mais secos da capital. 56 Quadro 4– Precipitação média mensal de 1989 a 2018 Mês Máxima (°C) Mínima (°C) Precipitação (mm) Janeiro 31,2 23,49 286,85 Fevereiro 31,0 23,48 292,40 Março 31,0 23,49 295,00 Abril 31,2 23,57 323,40 Maio 31,4 23,78 225,86 Junho 31,8 23,62 113,49 Julho 32,4 23,55 66,90 Agosto 33,6 23,96 54,75 Setembro 34,1 24,28 72,08 Outubro 34,0 24,49 108,37 Novembro 32,8 24,28 176,92 Dezembro 32,0 23,92 237,87 Precipitação Acumulada 2132,23 Fonte: Adaptado de INMET De acordo com o quadro 3 observa-se que os períodos mais chuvosos em Manaus são os meses de janeiro a abril, onde concentram-se as maiores medias pluviométricas. Enquanto isso, os meses de julho, agosto e setembro, apresentam os menores indicies pluviométricos. 4.10 Dimensionamento dos Reservatórios Nesta seção dimensionou-se o reservatório para a água de chuva considerando que: o índice pluviométrico da cidade de Manaus de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) é em média por ano é de 2.132,23 mm/m². E a área de captação da edificação é igual a 288 m². De posse desses dados, calculou-se o volume de água aproveitável (fator de captação=Va) da edificação que de acordo com a ABNT NBR 15527 de 2007, pode ser obtido pelo Método prático inglês apresentado na Equação 2. V = 0,05 x P x A Equação 2 - Método prático inglês 57 Onde: P - é a precipitação média anual, em milímetros; A - é a área de coleta, em metros quadrados; V - é o volume de água aproveitável e o volume de água do reservatório, em litros. De acordo com a equação (2) o volume de água aproveitável (fator de captação=Va) de água de chuva será de: V= 0,05 x 2132,23 mm/m² x 288 m² = 30.704 litros O consumo mensal em descargas sanitárias da edificação é de 30704 litros por mês, usar-se-á um reservatório de 20.000 litros no subsolo (cisterna) e uma caixa d’água de 2000 mil na parte superior da edificação. 58 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Com base nas estimativas calculadas, o sistema fornecerá uma economia aproximada de 20,00% de água potável anual na edificação que será substituída por água pluvial nas descargas. Isto significa que com o uso da água da chuva pode-se chegar a uma economia de 262.000 litros de água potável por ano, representando significativo racionamento deste recurso
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