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TCC_Ricardo Silva dos Santos

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE NILTON LINS 
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
RICARDO SILVA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE APROVEITAMENTO DE ÁGUA DA 
CHUVA PARA FINS NÃO POTÁVEIS EM UMA RESIDÊNCIA MULTIFAMILIAR NA 
CIDADE DE MANAUS/AM. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manaus 
2019 
RICARDO SILVA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE APROVEITAMENTO DE ÁGUA DA 
CHUVA PARA FINS NÃO POTÁVEIS EM UMA RESIDÊNCIA MULTIFAMILIAR NA 
CIDADE DE MANAUS/AM. 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como exigência parcial para 
obtenção do título de Bacharel em 
Engenharia Civil à Universidade Nilton Lins 
 
Orientador: Prof. Daniel Rocha Filho 
 
 
 
 
 
 
Manaus 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gerada automaticamente pelo módulo ficha.online 
mediante dados fornecidos pelo(a) autor(a). 
 
 
S0d SANTOS, Ri c ar do Si l v a dos 
Di mens i onament o de um Si s t ema de Apr ov ei t ament o de Água da Chuv a 
par a f i ns não Pot áv ei s Em Uma Res i dênc i a Mul t i f ami l i ar Na Ci dade de 
Manaus / Am. / Ri c ar do Si l v a dos SANTOS. ---- Manaus : Uni v er s i dade Ni l t on 
L i ns - UNL, 2019. 
78f . 
Tr abal ho de Conc l us ão de Cur s o ( ENGENHARI A CI VI L) ---- Uni v er s i dade 
Ni l t on L i ns - UNL: Manaus , 2019. 
Or i ent ador ( a) : Es p. Dani e l Roc ha Fi l ho 
1. Água pl uv i a l . 2 . r eus o. 3. s us t ent abi l i dade na c ons t r uç ão 
c i v i l . I . Tí t u l o . 
CDU 624 
RICARDO SILVA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para avaliação na Universidade Nilton 
Lins, intitulada Dimensionamento de um Sistema de Aproveitamento de Água da 
Chuva para fins não Potáveis Em Uma Residência Multifamiliar Na Cidade De 
Manaus/Am. como parte do requisito para obtenção do título de Bacharel em 
Engenharia Civil, de autoria do aluno RICARDO SILVA DOS SANTOS, aprovado 
pela banca examinadora constituída pelos professores: 
 
 
 
Banca Examinadora 
 
PRESIDENTE: 
 
 PROF. ANTÔNIA LUCIA FERNANDES BARROSO 
 
MEMBRO: 
 
 
 DANIEL ROCHA FILHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manaus, 09 de dezembro de 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
À minha mãe Maria Silva, pelo apoio incondicional 
em todos os momentos. E ao meu pai, José Andrade (in 
memoriam), minha maior força e inspiração na vida. Essa 
conquista é nossa. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente a Deus por me dar saúde e muita 
força para superar todas as dificuldades ao longo do 
curso. 
Á Universidade Nílton Lins, ao corpo docente 
desta, e toda comunidade acadêmica, que me 
proporcionou as condições necessárias para que 
alcançasse meus objetivos. 
Ao meu orientador e coordenador do curso Daniel 
Rocha Filho, ao Professor Igor Nonato e professora 
Antônia Lucia Barroso por todo tempo que dedicaram a 
me ajudar durante o processo de realização deste 
trabalho. 
À minha mãe Maria Silva, que me deu todo amor, 
educação, carinho, ensinamento e suporte ao longo da 
vida, e todas as oportunidades que nela tive, e espero um 
dia poder lhe retribuir. 
Ao meu pai José Andrade (in Memoriam), que não 
está entre nós, mas sempre me encorajou e acreditou na 
realização desse sonho. 
Aos meus irmãos, Gabriel e Clenilda pela parceria 
desde a infância. 
À minha avó, Maria Conceição, mulher guerreira 
que nunca hesitou em ajudar quando precisei. 
A todos os meus familiares e amigos por todo 
amor, carinho e alicerce. 
Às minhas primas Bruna Santos e Raiza Santos e 
meu primo Mateus Santos, que me acolheram e apoiaram 
desde o inicio desta jornada. 
Agradeço aos amigos com quem convivi ao longo 
desses anos e todas as pessoas que contribuíram direta 
ou indiretamente na realização deste sonho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A menos que modifiquemos a nossa maneira de 
pensar, não seremos capazes de resolver os problemas 
causados pela forma como nos acostumamos a ver o 
mundo.” 
 
(Albert Einstein) 
 
RESUMO 
Com a redução da disponibilidade de água potável no planeta, decorrente da aplicação irregular 
deste recurso pelo homem ao longo dos anos, os sistemas de aproveitamento de água da chuva 
surgem como alternativas eficazes a fim de minimizar os desperdícios. São Sistemas simples que 
além de auxiliar na diminuição do consumo da água tratada, reduzem os custos com o abastecimento 
público de água da população atendida, e ainda promove o amortecimento do escoamento 
superficial, uma vez que a água será armazenada. Desta maneira, o trabalho teve como objetivo 
estudar a viabilidade técnica de implantação de um sistema de captação de águas pluviais para fins 
não potáveis em uma residência na cidade de Manaus. Para isso foi realizado levantamento 
bibliográfico sobre o assunto, bem como foi efetuada análise e tratamento dos dados de precipitação 
mensais e anuais do Município, extraídos de sites oficiais do INMET. Através de visitas locais foi 
calculada a demanda estimada da quantidade de água necessária para a utilização em vasos 
sanitários da edificação, e para o dimensionamento do reservatório foi aplicado o Método prático 
Inglês. Verificou-se que na edificação existiam instalados as calhas e condutores, nos quais foram 
feitas as verificações de conformidade com as normas brasileiras, bem como o dimensionamento de 
outros equipamentos componentes do sistema. Portanto, os resultados demonstram que a cidade de 
Manaus possui potencial para implantação de sistemas de captação de águas pluviais, devido os 
altos índices pluviométricos em diferentes meses do ano. O sistema estudado torna-se totalmente 
viável para a demanda da edificação, uma vez que este atenderá em 100% o abastecimento de água 
para fins não potáveis em um período de 44 dias sem chuva. 
Palavras-chave: Água pluvial; reuso; sustentabilidade na construção civil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
With a reduction in the availability of drinking water on the planet, due to the irregular application of 
this resource by human over the years, rainwater harvesting systems appear as applied alternatives to 
minimize waste. They are simple systems that help reduce treated water consumption, the costs of 
water supply to the population, and further promote the damping of runoff once the water will be 
stored. Thus, the work aimed to study the technical feasibility of implementing a rainwater catchment 
system for non-potable purposes in a residence in the city of Manaus. For this, a bibliographic survey 
on the subject was performed, as well as analysis and treatment of monthly statistics data and 
statistics of the municipality, extracted from official websites of INMET. Through local visits, an 
estimated demand for the amount of water required for use in building toilets and for sizing the 
reservoir used by the English Practical Method was calculated. It was found that in the building were 
installed gutters and conductors, in which the checks were made in accordance with Brazilian 
standards, as well as the sizing of other system component equipment. Therefore, the results 
demonstrated that the city of Manaus have potential for the implementation of rainwater capture 
systems, due to the high rainfall rates in different months of the year. The studied system becomes 
totally viable for a building demand, since it will fully supply water to non-potable purposes in a period 
of 44 days without rain. 
Key-words: Rainwater; reuse; sustainability in construction 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 - Representação ilustrativa da Biosfera ....................................................... 20 
Figura 2 - Ciclo Hidrológico ....................................................................................... 21 
Figura 3 - Disponibilidade Totalda água no Mundo .................................................. 24 
Figura 04 - Disponibilidade Total de água doce no Mundo ........................................ 24 
Figura 5 - Disponibilidade dos Recursos na América ................................................ 26 
Figura 6 - Disponibilidade dos Recursos Hídricos No Brasil e no Mundo ................. 27 
Figura 7- Localização Geográfica da Bacia Amazonica. ........................................... 30 
Figura 8 - Reservatório na fortaleza de Masada ....................................................... 33 
Figura 9 – Localização da Edificação multifamiliar em estudo. ................................. 48 
Figura 10 - Fachada da edificação ............................................................................ 48 
Figura 11- Vaso Sanitário utilizado na edificação ...................................................... 51 
Figura 12- Calhas e tubulaçoes verticais .................................................................. 54 
Figura 13 - filtro de água de chuva D1 370 mm ....................................................... 55 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1- distribuição da Disponibilidade Hídrica no Brasil. ........................................... 28 
Tabela 2- Padrões de qualidade definidos pela NBR 15527:2007 ................................ 41 
Tabela 3- Coeficiente de escoamento de acordo com area de localização ................. 45 
Tabela 4 - Coeficiente Superficial de acorod com o tipo de telhado ............................. 46 
Tabela 5 - Área em m² dos apartamentos. ........................................................................ 49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 – Volume do consumo de água per capita no Brasil. ................................ 43 
Quadro 2 - Estimativa de população ......................................................................... 50 
Quadro 3- Dimensões do telhado .............................................................................. 53 
Quadro 4– Precipitação média mensal de 1989 a 2018 ............................................ 56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE EQUAÇÕES 
 
Equação 1 - Cálculo da Área de captação ................................................................ 53 
Equação 2 - Método prático inglês ............................................................................ 56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 16 
1. OBJETIVOS ....................................................................................................... 18 
1.1. OBJETIVO GERAL ...................................................................................... 18 
1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................... 18 
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 18 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 20 
2.1 A ÁGUA NA NATUREZA .................................................................................. 20 
2.1.1 Ciclo Hidrológico ....................................................................................... 21 
2.1.2 Importância da água .................................................................................. 23 
2.2. DISPONIBILIDADE DE RECURSOS HÍDRICOS ........................................... 23 
2.2.1 A nível Global ............................................................................................ 23 
2.2.2 No Brasil .................................................................................................... 26 
2.2.3 Recursos Hídricos na cidade de Manaus .................................................. 29 
2.3. O DESPERDÍCIO DE ÁGUA POTÁVEL ......................................................... 31 
2.3.1 A problemática da escassez de água e os Programas de uso racional de 
recursos hídricos. ............................................................................................... 32 
2.4. APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL PARA FINS NÃO POTÁVEIS EM 
RESIDENCIAS ...................................................................................................... 33 
2.4.1 Captação de Água da Chuva ao longo da história .................................... 33 
2.4.2 Concepção do sistema de aproveitamento de água de chuva .................. 34 
2.4.2.1 Área de captação ................................................................................ 34 
2.4.2.2. Calhas ............................................................................................... 35 
2.4.2.3 Condutores ......................................................................................... 35 
2.4.2.4 Sistema de autolimpeza ..................................................................... 35 
2.4.2.5 Grade e telas ...................................................................................... 36 
2.4.2.5 Reservatórios...................................................................................... 36 
2.4.3 Precipitação .............................................................................................. 38 
2.4.3.1 Precipitação em Manaus .................................................................... 38 
2.4.4 Qualidade da água captada para fins não potáveis .................................. 40 
2.4.6 Cálculo de quantidade de água a ser coletada. ........................................ 41 
2.4.7 Demanda do consumo de água não potável ............................................. 42 
2.4.8 Coeficiente de escoamento superficial ...................................................... 44 
3. MATERIAL E METODO ........................................................................................ 47 
4. ESTUDO DE CASO .............................................................................................. 47 
4.1 Apresentação da Edificação ............................................................................ 47 
4.2 Projeto As Built da edificação ......................................................................... 48 
4.3 Definição das demandas ................................................................................ 49 
4.4 Estimativa da População na Edificação ........................................................... 49 
4.5 Estimativa do consumo de água na edificação ............................................... 50 
4.5.1 Estimativa do consumo de água gasto com descargas nos Vasos .............. 50 
4.6 Áreas de captação ........................................................................................... 52 
4.7 Calhas e condutores pluviais ........................................................................... 54 
4.8 Sistema de Autolimpeza .................................................................................. 54 
4.9 Precipitação em Manaus ................................................................................. 55 
4.10 Dimensionamento dos Reservatórios ............................................................ 56 
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 58 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 59 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 60 
Apêndice A – Dados da estação de Manaus (82331) precipitação total por mês. .... 65 
Apêndice B - Dados da estação de Manaus (82331) Temperatura Máxima e Mínima 
Mensal. BDMEP – INMET. ........................................................................................ 71 
Apêndice C - Representação GráficaDa Edificação em plantas As built. ................. 75 
16 
 
INTRODUÇÃO 
 É de conhecimento geral que a água é fonte de vida, e todos os seres vivos, 
indistintamente, dependem dela para sobreviver. Entretanto, o uso irracional deste 
recurso tem sido de maneira inconsciente ao longo do tempo, principalmente em 
regiões com grande disponibilidade deste bem natural, o que desperta a procura por 
alternativas para redução dos desperdícios e a urgência de elaborar alternativas de 
reutilização. Para Victorino (2007), a visão destorcida de abundância de água própria 
para consumo serviu de fomento no decorrer da historia para erros humanos 
cometidos defronte ao mau uso dos recursos hídricos. 
 Estima-se que cerca de 70% da superfície do planeta terrestre é banhada por 
água, sendo esta encontrada nos estados líquido (oceanos, rios, lagos, aquíferos), 
sólido (geleiras e neve) e gasoso (umidade do ar), todavia, isso não quer dizer que a 
água seja um recurso inesgotável (ANA, 2018). 
 No mundo, 97,5% da água é salgada. A água doce corresponde somente aos 
2,5% restantes, sendo que 68,9% da água doce estão congeladas em calotas 
polares do Ártico, Antártica e nas regiões montanhosas, 29, 9% está compreendida 
nas águas subterrâneas, e somente 0,266% encontram-se nos lagos, rios e 
reservatórios. O restante da água doce está na biomassa e na atmosfera em forma 
de vapor (TOMAZ, 2010). 
 De acordo com os dados da Agência Nacional de Águas (ANA, 2018), Em 
termos globais, o Brasil possui uma boa quantidade de água. Estima-se que o país 
possua cerca de 12% da disponibilidade de água doce do planeta. Mas a 
distribuição natural desse recurso não é equilibrada. A região Norte, por exemplo, 
concentra aproximadamente 80% da quantidade de água disponível, mas representa 
apenas 5% da população brasileira. Já as regiões próximas ao Oceano Atlântico 
possuem mais de 45% da população, porém, menos de 3% dos recursos hídricos do 
país. 
 A água não está limitada às fronteiras políticas dos países, razão pela qual 
quase metade da superfície terrestre é conformada por bacias hidrográficas de rios 
compartilhados por dois ou mais países. O Brasil compartilha cerca de 82 rios com 
os países vizinhos, incluindo importantes bacias como a do Amazonas e a do Prata, 
17 
 
além de compartilhar os sistemas de aquíferos Guarani e Amazonas. Esse cenário 
se traduz em diferentes e oportunas possibilidades para a cooperação e o bom 
relacionamento entre os países (ANA, 2018). 
 A expansão populacional consoante a um processo de crescimento 
desordenado das cidades no decorrer dos anos, vem acarretando uma série de 
consequências, principalmente em países em via de desenvolvimento, onde esse 
crescimento não é acompanhado com uma infraestrutura compatível com este. Entre 
esses problemas sociais, causados pelo ―inchamento‖ das cidades, o de 
abastecimento de água potável começa a aparecer como um bastante crítico, pois a 
água é um bem vital e a falta deste pode trazer sérios impactos, inclusive no âmbito 
da saúde. 
 Graves crises no abastecimento de água em diversas cidades brasileiras e 
mundiais comprovam que a situação, em diversos locais, já está à beira de um 
colapso. Em muitos casos, a água utilizada em certas partes das cidades já são 
captadas a dezenas de quilômetros do local de consumo, aumentando 
consideravelmente o custo. Dentre as mais variadas formas de reutilização da água 
se destaca o aproveitamento de água pluvial que surge como uma técnica relevante 
para o uso racional deste recurso, por se tratar de uma das soluções mais simples e 
baratas para preservar a água potável reduzindo o consumo desta, além de servir, 
como uma drenagem urbana. 
 Segundo Lee et al. (2000), as técnicas para coleta de água de chuva podem 
ser classificadas em três categorias: coleta em superfícies de telhados, coleta por 
meio de superfícies no solo e coleta por meio de barragens, sendo o sistema de 
coleta de água de chuva em superfícies de telhado considerado o mais simples. 
 A água de chuva captada em edificações pode ser utilizada tanto para fins 
potáveis – após ser tratada adequadamente – como pode ser utilizada para fins não 
potáveis, como: em descargas de vasos sanitários, regas de jardins, lavagens de 
automóveis e calçadas. Aponta a solução ideal para reduzir o consumo de água 
potável em edificações, minimizando as despesas com o fornecimento 
concessionado, contribuindo para a preservação ambiental do planeta. 
 
18 
 
1. OBJETIVOS 
1.1. OBJETIVO GERAL 
 Analisar a viabilidade técnica de implantação de um sistema de 
aproveitamento de água da chuva para fins não potáveis, em uma residência 
multifamiliar na cidade de Manaus. 
1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
– Explorar os estudos disponíveis na literatura e normas vigentes acerca da 
aplicação do sistema de aproveitamento de água pluvial para consumo em 
edificações; 
– Realizar o Levantamento dos dados hidrológicos e pluviométricos na região de 
Manaus; 
– Estimar a demanda dos usos finais de água no edifício em estudo; 
– Verificar se as calhas e tubulações de coleta e distribuição da água coletada, estão 
de acordo com as normas existentes; 
– Dimensionar um sistema de armazenamento de água pluvial, a partir dos métodos 
sugeridos pela NBR 1527; 
1.3 JUSTIFICATIVA 
 A Sustentabilidade na construção civil é uma forma de associar as edificações 
com o meio ambiente. Tem como finalidade amenizar os impactos causados à 
natureza, minimizando ao máximo os resíduos e utilizando com eficiência os bens 
naturais, ajudando assim a preservá-los para as gerações futuras. Segundo Rocheta 
e Farinha (2007, p.2), a indústria da construção tem uma importância significativa no 
desenvolvimento sustentável representando uma atividade com grande impacto 
sobre o meio ambiente, designadamente, nos consumos de energia e de água, na 
seleção dos materiais e na produção de resíduos. 
 O sistema de captação e armazenamento da água da chuva, para fins não 
potáveis nas edificações, surge como uma alternativa de diminuir o consumo da 
19 
 
água tratada, e com isso contribuir com os mecanismos de sustentabilidade para o 
meio ambiente. Desta maneira, verifica-se a importância do tema para a sociedade 
em geral. 
 A prática de redução de consumo, também, auxilia na diminuição de 
alagamentos nas cidades, já que a água precipitada ficará armazenada em um 
reservatório e assim, não será destinada às galerias, rios ou igarapés, 
consequentemente, diminuindo os gastos públicos com prejuízos causados por 
enchentes. Estreitar a demanda da água fornecida pelas companhias de 
saneamento é a viabilidade do uso da água de chuva em edificações, em vista disso, 
diminuindo o risco de enchentes em picos de chuvas e a redução significativa dos 
custos com a água potável (MAY, 2004). 
 Em edificações de ensino, cerca de 65% do consumo de água diário destina-
se ao uso em bacias sanitárias e limpeza do prédio. A rega de jardins, muitas vezes 
é restrita, em função do volume de água necessário que se reflete no valor da fatura 
mensal de água. Desta forma, o presente estudo visa analisar a viabilidade de 
implantação de um sistema de captação de água da chuva para fins não potáveis na 
na residência em estudo, pois tal sistema pode possibilitar a contribuição para a 
redução no consumo de água potável e, consequentemente no valor de pagamento 
da fatura mensal de consumo de água. 
 Para os discentes do curso de engenharia civil e demais usuários, o presente 
estudo servirá de subsídio para fomentar outros trabalhos relacionados à área em 
questão ou desencadear novos projetos relacionados ao tema proposto, além de 
levar à reflexão quanto à necessidade da conservação da água e de que é preciso 
buscar medidas e soluções sustentáveis que venham contribuir com o uso racional 
da água. 
 
 
20 
 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1 A ÁGUA NA NATUREZA 
A biosfera (figura1) é essa estreita faixa de nosso planeta que reúne as 
condições necessárias para a vida. Com uma espessura de alguns quilômetros nos 
oceanos e na atmosfera, e uma profundidade de uns poucos metros abaixo do solo, 
a biosfera é a única parte habitável do planeta. Fora dela, não existe nenhum outro 
ponto conhecido do universo onde se tenha desenvolvido a vida. (PLANETA, 2008). 
 
Figura 1 - Representação ilustrativa da Biosfera 
Fonte: http://valdirenepassos.blogspot.com/2011/05/as-esferas-da-terra.html 
A superfície da crosta terrestre é recoberta por uma enorme camada de água 
que denominada de hidrosfera, é a porcentagem de água contida na superfície 
terrestre. Essa água toda se encontra nos oceanos, rios, lagos, geleiras, vapores, 
inclusive nos lençóis subterrâneos. 
Na hidrosfera, a água está em seus mais variados estados físicos, que são o 
líquido, o sólido e o vapor. Nela estão incluídos também o meio ambiente e até as 
formas de vida aquáticas, posto que a biosfera compõe a hidrosfera. O planeta Terra 
é constituído por aproximadamente 71% de água, sendo, portanto, apenas cerca de 
29% de terras emersas. 
21 
 
Goncalves Acredita-se que o volume de água da Terra de quase 1,4 bilhão de 
km³ praticamente não se alterou nos últimos 500 milhões de anos. Apenas uma 
diminuta fração desse volume colossal é propícia ao consumo humano 
(GONÇALVES, 2007, p.7). 
2.1.1 Ciclo Hidrológico 
O ciclo hidrológico, ou ciclo da água como é chamado, é o movimento 
contínuo da água presente nos oceanos, continentes (superfície, solo e rocha) e na 
atmosfera. Esse movimento é alimentado pela força da gravidade e pela energia do 
Sol, que provocam a evaporação das águas dos oceanos e dos continentes. Na 
atmosfera, forma as nuvens que, quando carregadas, provocam precipitações, na 
forma de chuva, granizo, orvalho e neve. 
De acordo com Tundisi (2003) o ciclo hidrológico é o princípio unificador 
fundamental de tudo o que se refere à água no planeta. O ciclo é o modelo pelo qual 
se representam a interdependência e o movimento contínuo da água nas fases 
sólidas, líquida e gasosa. 
 
Figura 2 - Ciclo Hidrológico 
Fonte: http://www.mma.gov.br/água/recursos-hidricos 
 Toda água do planeta está em contínuo movimento cíclico entre as reservas 
sólida, líquida e gasosa. Evidentemente, a fase de maior interesse é a líquida, o que 
22 
 
é fundamental para o uso e para satisfazer as necessidades do homem e de todos 
os outros organismos, animais e vegetais. 
Os componentes do ciclo são: 
 Precipitação: água adicionada à superfície da Terra a partir da 
atmosfera. Pode ser líquida (chuva) ou sólida (neve ou gelo). 
 Evaporação: processo de transformação da água líquida para a fase 
gasosa (vapor d’água). A maior parte da evaporação se dá a partir dos 
oceanos; nos lagos, rios e represas também ocorre evaporação. 
 Transpiração: processo de perda de vapor d’água pelas plantas, o 
qual entra na atmosfera. 
 Infiltração: processo pelo qual a água é absorvida pelo solo. Ø 
Percolação: processo pelo qual a água entra no solo e nas formações 
rochosas até o lençol freático. 
 Drenagem: movimento de deslocamento da água nas superfícies, 
durante a precipitação. 
Com o ciclo, uma pequena fração da água do planeta está sempre se 
transformando em água doce através de um contínuo processo de evaporação e 
precipitação. Segundo Mancuso e Santos (2003), aproximadamente 40.000.000 m³ 
de água são transferidos dos oceanos para a terra, a cada ano, renovando o 
suprimento de água doce mundial, quantidade muitas vezes superior à necessária 
para a população atual do planeta. 
Conforme aponta Young in May (2003), os recursos naturais podem ser 
classificados em duas grandes categorias: recursos exauríveis, cuja exploração pela 
atividade humana possa levá-lo à redução, ou mesmo extinção da disponibilidade 
futura, como por exemplo, os recursos minerais e florestais; e recursos de fluxo, que 
podem ter suas condições originais restauradas pela ação natural ou humana, como 
por exemplo o ar e a água. Assim, o ciclo hidrológico, que permite a classificação da 
água como recurso de fluxo, manteria o ―estoque‖ de água doce, tão necessária às 
atividades humanas. 
23 
 
2.1.2 Importância da água 
Água, formada por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio – H2O. Esse 
simples conceito da sua composição química não revela a grandeza da necessidade 
desta substância à existência de vida em nosso planeta. Parece tão singelo para 
algo que é tão vital. KOBIYAMA (2008) comenta esta conceituação e reflete sobre a 
água como o paradoxo da simplicidade e complexidade da vida. Parece tão simples 
coletá-la e utilizá-la, talvez por isso nem todos ainda se preocupem com ela. Aos 
imprudentes, o descuido com a água poderá comprometer nossa existência. 
A água é a essência para toda a vida na terra. É utilizada nas mais diferentes 
atividades humanas. É essencial na alimentação, na saúde e na higiene. A água é 
um patrimônio de todos e todos devemos reconhecer o seu valor, cada um de nós 
tem o dever de a economizar e de a utilizar com cuidado. Alterar a qualidade da 
água é prejudicar a vida do homem e dos seres vivos. Ela é um dos principais 
elementos da Biosfera. Portanto, segundo Ilana Wainer, a alteração climática dos 
oceanos implicará a completa mudança na biosfera (ISTO É, 2009). 
Sendo fundamental para o nosso corpo, a água tem um papel importante na 
nossa saúde, tendo esta, várias funções em nosso organismo. A água, portanto, 
elemento indispensável à vida está presente no corpo de todos os seres vivos, 
distribuída em todas as partes que compõem o organismo. Vital à nossa 
sobrevivência representa cerca de 70% da massa corporal humana, também tem 
importância para a produção de alimentos e outras atividades econômicas. SILVA 
(2011) contextualiza que a ―água potável é essencial e imprescindível para que a 
vida seja possível sobre a face da Terra, é muito mais que um bem, que um recurso, 
que uma mercadoria, a água potável é concretamente um Direito Humano de 
primeira ordem‖. 
2.2. DISPONIBILIDADE DE RECURSOS HÍDRICOS 
2.2.1 A nível Global 
 Segundo apontam dados da Agência Nacional das Águas (ANA, 2018), estima-
se que da água existente no mundo é salgada e não é adequada ao nosso 
consumo direto nem irrigação da plantaç es conforme demonstra a figura 3. 
24 
 
 
Figura 3 - Disponibilidade Total da água no Mundo 
Fonte: Adaptado de ANA (2018) 
Dos 3% de água doce, a maior parte (69%) é de difícil acesso, pois está 
concentrada nas geleiras, 30% são águas subterrâneas (armazenadas em 
aquíferos) e 1% encontra-se nos rios. Logo, o uso desse bem precisa ser pensado 
para que não prejudique nenhum dos diferentes usos que ela tem para a vida 
humana. 
 
Figura 04 - Disponibilidade Total de água doce no Mundo 
Fonte: Adaptado de ANA (2018) 
 Nesta pequena porcentagem que nos é concedido o fácil acesso, a água é 
utilizada pelo homem com diversas finalidades que vão desde a água para beber até 
25 
 
a água empregada no desenvolvimento econômico. O problema é que as águas 
superficiais utilizadas para o abastecimento humano estão mal distribuídas e, 
atualmente, a sua escassez em vários locais tem chamado atenção, pois sua falta já 
atinge milhões de pessoas. 
 A água não está limitada às fronteiras políticas dos países, razão pela qual 
quase metade da superfície terrestre é conformada por bacias hidrográficas de rios 
compartilhados por dois ou mais países. Dados da UNESCO revelam que as 
Américas, juntas, reúnem 46% de todos os recursos hídricos disponíveis, seguidas 
pela Ásia – maior e mais habitado continente – com 32%, pela África com 9%, 
depois a Europa com 7%, a Oceania com 6% e a Antártida que detem apenas 5%. 
 
Figura 4 - Disponibilidade dos Recursos nos continentes. 
Fonte: Adaptado de Unesco 
 Falando na distribuição da água doce própria para consumoentre as 
diferentes partes da superfície terrestre, ou seja, entre as diversas localidades, 
podemos notar como essa distribuição é naturalmente desproporcional. Os países 
que mais concentram água doce no mundo são Rússia, Brasil, Canadá, Estados 
Unidos, Índia, Colômbia, República Democrática do Congo e China, correspondendo 
a aproximadamente 60% da água doce existente no planeta. 
26 
 
 
Figura 5 - Disponibilidade dos Recursos na América 
Fonte: Adaptado de Unesco 
É válido ressaltar que, no interior dessas massas continentais, também 
existem disparidades, de forma que algumas áreas apresentam problemas de 
escassez hídrica, tais como o norte da África, o Oriente Médio, o Sul da Ásia e 
algumas outras regiões do planeta. Tal fator agrava-se com a poluição de rios e 
reservas subterrâneas, além do esgotamento dos demais elementos que mantêm o 
equilíbrio natural do planeta. 
2.2.2 No Brasil 
 Em termos globais, o Brasil possui uma posição privilegiada em reação á 
disponibilidade hídrica. Estima-se que o país detém de 28% das águas nas 
Américas e ainda possui cerca de 12% da disponibilidade de água doce do planeta. 
Mas a distribuição natural desse recurso não é equilibrada. A região Norte, por 
exemplo, concentra aproximadamente 80% da quantidade de água disponível, mas 
representa apenas 5% da população brasileira. Já as regiões próximas aos Oceano 
Atlântico possuem mais de 45% da população, porém, menos de 3% dos recursos 
hídricos do país. (ANA, 2018) 
27 
 
 
Figura 6 - Disponibilidade dos Recursos Hídricos No Brasil e no Mundo 
Fonte: adaptado de ANA(2018) 
 A vazão média anual dos rios em território brasileiro é de cerca de 180 mil 
metros cúbicos por segundo (m3 /s), Este valor corresponde a aproximadamente 
12% da disponibilidade mundial de recursos hídricos, que é de 1,5 milhões2 de m3 
/s. Se forem levadas em conta as vazões oriundas de território estrangeiro e que 
ingressam no país (Amazônica, 86.321 mil m3 /s; Uruguai, 878 m3 /s e Paráguai, 
595 m3 /s), a vazão média total atinge valores da ordem de 267 mil m3 /s (ou seja, 
cerca de 18% da disponibilidade mundial). 
 A grande questão problemática da água no Brasil está na localização 
geográfica da disponibilidade desse elemento. A distribuição da água no Brasil é 
naturalmente desigual, de modo que justamente as áreas menos povoadas do país 
é que concentram a maior parte dos recursos hídricos. Confira, na tabela 01, a 
relação entre densidade demográfica e a disponibilidade de água entre as diversas 
regiões do país. 
28 
 
Tabela 1- distribuição da Disponibilidade Hídrica no Brasil. 
 
Região 
Densidade Demográfica 
(hab/km²) 
Concentração dos 
recursos hídricos no 
Brasil (%) 
Norte 4,12 68,5 
Nordeste 34,15 3,3 
Centro-Oeste 8,75 15,7 
Sudeste 86,92 6 
Sul 48,58 6,5 
Fonte: Adaptado de IBGE/ANA (2010) 
Como se pode notar, a região Norte, que possui uma densidade de apenas 
4,12 habitantes para cada quilômetro quadrado, concentra quase 70% de todos os 
recursos hídricos disponíveis no Brasil. A maior parte desses recursos encontra-se 
nos rios da Bacia do Amazonas e, principalmente, no Aquífero Alter do Chão, 
exclusivo dessa região e com um volume de água superior ao Aquífero Guarani, que 
se distribui entre as demais áreas (exceto o Nordeste). 
 A região nordestina, por outro lado, conta com uma densidade de 34,15 
pessoas para cada quilômetro quadrado, ao passo em que detém apenas 3,3% de 
todos os recursos hídricos do país, o que seria mais do que suficiente se houvesse 
políticas públicas de combate à seca nessa área. Vale lembrar que apenas uma 
parte do Nordeste – a região do Polígono das Secas – é que eventualmente sofre 
com a falta d'água, e não a região nordestina como um todo. 
 A região Centro-Oeste apresenta um melhor equilíbrio. Sua densidade 
demográfica apresenta uma média de 8,75 habitantes para cada quilômetro 
quadrado, e sua população total representa pouco mais que 6% do total da 
população brasileira. A região possui cerca de 15,7% dos recursos hídricos do país, 
relativamente bem distribuídos em seu interior, embora o Pantanal mato-grossense 
detenha a maior parte. 
29 
 
 Já o Sudeste conta com apenas 6% dos recursos hídricos do país e uma 
densidade demográfica superior aos 86 habitantes para cada quilômetro quadrado, 
média que se acentua muito nas áreas das grandes cidades, principalmente Rio de 
Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. 
A capital paulista é a que mais vem sofrendo com a seca que se iniciou no 
ano de 2014, embora as raízes do problema de baixa nos reservatórios sejam 
anteriores. Há, inclusive, uma disputa política muito forte entre Rio e São Paulo 
envolvendo a transposição do Rio Paraíba do Sul. 
 A região Sul do Brasil, por sua vez, apresenta um desequilíbrio menor, porém 
não menos preocupante. Com uma densidade demográfica de 48,58 habitantes por 
quilômetro quadrado e cerca de 15% da população brasileira, os sulistas detêm 
cerca de 6,5% da água potável do país. 
 Em geral, o que pode-se observar é que, apesar da má distribuição da água 
no território brasileiro, mesmo as áreas com menor disponibilidade de água podem 
ser corretamente abastecidas se existirem planejamentos e ações públicas de 
interesse social. Além disso, a conservação de rios, mananciais e também das 
reservas florestais é de fundamental importância para a preservação desse 
estratégico e vital recurso natural. 
2.2.3 Recursos Hídricos na cidade de Manaus 
 De acordo com a Agência Nacional de água, a Região Hidrográfica 
Amazônica (RH Amazônica) ocupa 45% do total disponível no território nacional, 
abrangendo sete Estados (Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Amapá, Pará e 
Mato Grosso). 
Possui uma extensa rede de rios com grande abundância de água, sendo os 
mais conhecidos: Amazonas, Xingu, Solimões, Madeira e Negro. A densidade 
populacional é 10 vezes menor que a média nacional, entretanto, a região concentra 
81% da disponibilidade de águas superficiais do país. Cerca de 85% da área da RH 
Amazônica permanece com cobertura vegetal nativa. 
30 
 
 
Fonte: ANA (2018) 
Figura 7- Localização Geográfica da Bacia Amazonica. 
 
 Ocupando uma área de 5 846100 km², a bacia em questão é a maior do 
mundo. Nela existe um grande número de rios, a maioria deles é detentora de um 
grande volume de água. O rio que dá nome à bacia (Amazonas) tem sua nascente 
nos Andes, mais precisamente no Peru. Durante o seu percurso, o rio é denominado 
de maneiras distintas. No Brasil, por exemplo, seu primeiro nome é Solimões, mas 
passa a ser chamado de Amazonas quando converge com o Rio Negro. 
 Em razão dos rios serem caudalosos, a Bacia Amazônica é muito rica em 
volume de água, aspecto que resulta em um enorme potencial de produção de 
energia elétrica (é a maior do país com essa característica). Outro potencial 
extremamente importante da bacia é a navegação. A Bacia Amazônica encontra-se 
estabelecida na planície Amazônica, portanto o relevo é plano, condição essa que 
permite que quase todos os rios que integram a bacia, inclusive o Amazonas, sejam 
navegáveis. 
 O Amazonas, situado na região Norte do país, detém aproximadamente cerca 
de 70 a 72% dos recursos hídricos nacionais para o consumo humano, divididos em 
rios principais e afluentes. Manaus possui uma localização geografica, privilegiada 
por densas florestas e entrecortada por quatro bacias hidrográficas e várias 
microbacias. No entanto, essa condição privilegiada a torna suscetível a problemas 
de origem cultural e econômico ocasionando ações antrópicas desordenadas que 
diminuem a disponibilidade de seus recursos hídricos, ao mesmo tempo em que 
31 
 
prejudica de forma drástica a sobrevivência do seu principal componente biológico: o 
homem. 
 Dentre as ações antrópicas, destaca-se o crescimento desordenado como um 
dos principais fatores de degradação dos mananciais hídricos. Os dois maiores 
períodosde desenvolvimento econômico, a era extrativista da borracha e a 
implantação do modelo da Zona Franca, principalmente este último, aliados a falta 
de uma estrutura legal e organizacional contribuíram para o crescimento 
populacional exacerbado com a proliferação de moradias nas margens dos igarapés 
ocasionando sérios problemas sociais e ambientais que se estendem até os nossos 
dias. 
2.3. O DESPERDÍCIO DE ÁGUA POTÁVEL 
 Atualmente um dos principais problemas relacionados com a disponibilidade e 
utilização dos recursos hídricos é o desperdício. Nesse contexto, é importante 
compreender o problema analisando a totalidade da questão, ou seja, a quantidade 
de água desperdiçada não somente pelo mau uso residencial, mas também pelos 
equipamentos públicos e práticas econômicas em geral. 
O consumo da água potável está cada vez mais aumentando no planeta 
enquanto as fontes estão secando. Entretanto os maiores consumidores é a 
indústria, o ser humano e a agricultura (NATUREZA ECOLOGICA, 2005). 
Uma considerável parte desse desperdício acontece também no transporte da 
água até o consumidor, o que é resultado de tubulações públicas velhas ou 
danificadas, obras mal realizadas, além dos famosos ―gatos‖ ou redirecionamentos 
de água clandestinos. Isso acontece em todos os países, que sempre apresentam 
certa taxa de desperdício de água: o Japão, por exemplo, desperdiça 10% de sua 
água; a Alemanha perde 9%, seguindo a média dos países europeus. O Brasil, no 
entanto, chega a desperdiçar 37%, conforme dados da Agência Nacional de Águas 
(ANA) e, se considerarmos apenas a água tratada, esse número salta para 41%. 
 Os impactos do desperdício da água são graves e traduzem-se na redução 
do abastecimento de água para a população, na menor disponibilidade de água nas 
reservas hídricas e na ocorrência de verdadeiras crises hídricas em tempos de seca. 
32 
 
Por causa disso, é importante que todos façam a sua parte, desde o cidadão em sua 
casa, passando pelo Estado, até as diferentes práticas da economia. 
2.3.1 A problemática da escassez de água e os Programas de uso racional de 
recursos hídricos. 
 De acordo com estimativas do Instituto Internacional de Pesquisa de Política 
Alimentar, estima-se que até 2050 um total de 4,8 bilhões de pessoas estarão em 
situação de estresse hídrico (SEGALA, 2012). Essa problemática é justificada pelos 
fatores apresentados anteriormente, os quais tem gerado preocupação e incentivado 
programas de uso racional sustentável da água e também a busca por novas 
alternativas e soluções que visem diminuir a carência deste recurso. 
 O Reuso Planejado da Água faz parte da Estratégia Global para a 
Administração da Qualidade da Água, proposta pelo Programa das Nações Unidas 
para o Meio Ambiente e pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 2005). Ela 
prevê o alcance simultâneo de três importantes elementos que são a proteção da 
saúde pública, a manutenção da integridade dos ecossistemas e o uso sustentado 
da água (Reuso, 2005). 
 Sistema de coleta e aproveitamento de água de chuva é considerado uma 
técnica popular, especialmente em regiões semiáridas brasileiras (SOARES et al., 
2000). Esta região, por apresentar cerca de 80% da área geográfica do subsolo por 
formação cristalina, sem lençol freático, o armazenamento da água pluvial tem se 
apresentado a opção mais indicada para suprir o consumo humano (MAY, 2004). 
 De acordo com a rede ASA (Articulação do Semi-árido Brasileiro), foi 
desenvolvido o programa denominado ―Programa um milhão de cisternas‖ com o 
intuito de auxiliar o acesso à água potável através da construção de cisternas de 
placas e melhorar a qualidade de vida da população, sendo que desde o ano de 
2003, aproximadamente 420.000 cisternas foram construídas na região (ASA, 2013). 
 Em 1999, no Brasil, foi fundada a Associação Brasileira de Manejo e 
Captação de Água de Chuva, que é responsável por divulgar estudos e pesquisas, 
reunir equipamentos, instrumentos e serviços sobre o assunto (ABCMAC, 2008). 
33 
 
2.4. APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL PARA FINS NÃO POTÁVEIS EM 
RESIDENCIAS 
2.4.1 Captação de Água da Chuva ao longo da história 
 O sistema de captação de água de chuva existe há muito tempo nas mais 
diversas regiões do mundo. No deserto de Nigev, por exemplo, essa técnica é usada 
há mais de quatro mil anos. Registros históricos indicam que a água da chuva já é 
utilizada pela humanidade há milhares de anos. 
 Existem inúmeras cisternas escavadas em rochas, utilizadas para 
aproveitamento de água pluvial, que são anteriores a 3.000 a.C. Em Israel, encontra-
se um dos exemplos mais conhecidos, a famosa fortaleza de Masada, com dez 
reservatórios escavados na rocha, tendo como capacidade total 40 milhões de litros. 
 
Figura 8 - Reservatório na fortaleza de Masada 
Fonte: TOMAZ (2003) 
 No México, existem cisternas ainda em uso, que datam antes da chegada de 
Cristóvão Colombo à América (TOMAZ, 2003). Escritas antigas revelam o uso de 
reservatórios na época de Incas, Maias e Astecas. 
 
34 
 
 Países como Estados Unidos, Austrália e Cingapura também estão 
desenvolvendo pesquisas referentes ao aproveitamento de água pluvial. Em 1992, 
iniciou-se sistema de uso de água de chuva no Aeroporto de Chagi, em Cingapura. 
A chuva captada nas pistas de decolagem e aterissagem é coletada e utilizada para 
descarga dos banheiros (GROUP RAINDROPS, 2002). 
 No Brasil, as instalações mais antigas encontram-se em Fernando de 
Noronha, datadas de 1943, construídas pelos Norte-americanos. Atualmente, em 
países como Holanda, a água da chuva é coletada para evitar transbordamento dos 
canais que rodeiam o país, situado abaixo do nível do mar, e é usada em irrigação e 
fontes ornamentais. Na Alemanha, é coletada para suprir a péssima qualidade de 
distribuição da água na cidade. Em algumas regiões da Austrália, o abastecimento 
publico já se tornou bem caro, devido a escassez, e várias residências optaram pela 
captação proveniente das chuvas. 
2.4.2 Concepção do sistema de aproveitamento de água de chuva 
 Os sistemas de captação de água pluvial, devem seguir o disposto nas NBR 
15527 ( Água de chuva — Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins 
não potáveis — Requisitos) e NBR 10844 que trata das Instalações prediais de 
águas pluviais da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Para a concepção do 
projeto do sistema depende de vários fatores, tais como o tamanho do reservatório, 
padrões de chuva locais e da demanda de água. Pode-se destacar que um sistema 
de captação eficiente é composto por alguns elementos principais, são eles: 
2.4.2.1 Área de captação 
Para a NBR15527 da ABNT, define-se se área de captação: ―área, em metros 
quadrados, projetada na horizontal da superfície impermeável da cobertura onde a 
água é captada‖. 
São os telhados das edificações. Podem ser compostos por: telhas 
cerâmicas, telhas de fibrocimento, telhas de zinco, telhas de ferro galvanizado, 
telhas de concreto armado, telhas de plásticos, telhado de plano revestido com 
asfalto, entre outros. O telhado pode estar inclinado, pouco inclinado ou plano. 
35 
 
2.4.2.2. Calhas 
A NBR 10844 que trata das Instalações prediais de águas pluviais, define 
calha como sendo o canal que recolhe a água de coberturas, terraços e similares e a 
conduz a algum ponto de destino. Esta norma, determina ainda que as calhas 
devem ser feitas de chapas de aço galvanizado, ,folhas-de-flandres, chapas de 
cobre, aço inoxidável, alumínio, fibrocimento, PVC rígido, fibra de vidro, concreto ou 
alvenaria. 
2.4.2.3 Condutores 
Para a condução das águas captadas até os locais permitidos pelos 
dispositivos legais são necessários coletores de águas pluviais que de acordo com a 
NBR 10844 (1989) dividem-se em: 
Condutor horizontal: Canal ou tubulação horizontal destinado a 
recolher e conduzir águas pluviais até locais permitidos pelos 
dispositivos legais.NBR 10844 (1989). 
Condutor vertical: Tubulação vertical destinada a recolher águas 
de calhas, coberturas, terraços e similares e conduzi-las até a 
parte inferior do edifício. NBR 10844 (1989). 
Para o sistema de aproveitamento, podem ser empregados tubos e conexões 
de ferro fundido, fibrocimento, PVC rígido , aço galvanizado, cobre, chapas de aço 
galvanizado, folhas-de-flandres, chapas de cobre, aço inoxidável, alumínio ou fibra 
de vidro, cerâmica vidrada, concreto, cobre, canais de concreto ou alvenaria. 
A referida Norma recomenda ainda que quando houver tubulações enterradas 
em locais sujeitos a cargas móveis na superfície do solo ou do reaterro, observar as 
recomendações específicas alusivas ao assunto. 
2.4.2.4 Sistema de autolimpeza 
A primeira chuva que contém muita sujeira dos telhados pode ser removida 
manualmente com uso de tubulações que podem ser desviadas do reservatório ou 
automaticamente através de dispositivos de autolimpeza em que o homem não 
precisa fazer nenhuma operação. 
36 
 
Podem ser usadas diferentes maneiras de filtrar antes ou depois dos 
reservatórios. Estes procedimentos são todos aplicados antes do consumo da água 
e pretendem remover detritos finos e organismos nocivos à saúde humana. 
2.4.2.5 Grade e telas 
A NBR 12213/92define Grade como os dispositivos constituídos de barras 
paralelas, destinados a impedir a passagem de materiais grosseiros flutuantes ou 
em suspensão, enquanto as telas por sua vez, são os dispositivos compostos por 
fios que formam malhas destinados a reter materiais flutuantes não retidos nas 
grades. 
São usadas no sistema de aproveitamento de água da chuva com a finalidade 
de reter materiais provenientes do telhado da edificação, como folhas, galhos e 
resíduos em geral. 
2.4.2.5 Reservatórios 
Define-se reservatórios como o recipiente destinado a armazenar a água da 
chuva captada, estes podem estar apoiado, enterrado ou elevado. Com relação ao 
material de confecção podem ser de concreto armado, alvenaria de tijolos comuns, 
alvenaria de bloco armado, plásticos, poliéster, e outros. 
As diretrizes para o dimensionamento de reservatórios para o aproveitamento 
de água de chuva em áreas urbanas para fins não potáveis, estão definidos na 
norma NBR 15527 (ABNT, 2007), que dispõe de alguns métodos para 
dimensionamento de reservatório de água pluvial, são eles: Rippl, Maior período de 
Estiagem, Métodos empíricos (Brasileiro, Alemão e Inglês) e Simulações. 
 A NBR 15527:2007 da ABNT traz alguns requisitos a serem considerados no 
projeto como: 
[...extravasor, dispositivo de esgotamento, cobertura, inspeção, ventilação e 
segurança. Deve ser minimizado o turbilhonamento, dificultando a 
ressuspensão de sólidos e o arraste de materiais flutuantes. A retirada de 
água do reservatório deve ser feita próxima à superfície. Recomenda-se que 
a retirada seja feita a 15 cm da superfície. NBR (2007) 
37 
 
em seu Apêndice A alguns métodos de dimensionamento para a reservação 
de água da chuva, são eles: Método de Rippl; Método da simulação; Método 
Azevedo Neto; Método prático alemão; Método prático inglês e Método prático 
australiano. 
Os reservatórios de água de distribuição de água potável e de água de chuva 
devem ser separados. O volume de água de chuva aproveitável depende do 
coeficiente de escoamento superficial da cobertura, bem como da eficiência do 
sistema de descarte do escoamento inicial. 
2.4.2.6 Extravasor: 
O extravasor de água ou ―ladrão‖ como é conhecido é uma tubulação usada 
para escoar um eventual excesso de água. Além de escoamento o extravasor 
também serve como alerta de que a boia ou outro componente do reservátorio 
apresenta defeitos. Importante ressaltar, que a entrada deste dispositivo deve ser 
protegida para evitar o acesso de pequenos animais. 
 
 
Figura 10 – Desenho esquemático de um Sistema de aproveitamento de água da 
chuva com reservatório de limpeza. 
Fonte: TOMAZ (1998) 
 
 
38 
 
Verifica-se na imagem 10, um desenho esquemático do adequado sistema de 
aproveitamento da água da chuva, na qual dispõe de área de captação, nos quais 
os telhados são os mais comuns, calhas, condutores verticais e horizontais que 
transmitem água captada até o reservatório de limpeza, este possui grades e 
sistema de autolimpeza, e dispõe ainda de tubulações pra transmitir a água 
aproveitada até o reservatório final. 
2.4.3 Precipitação 
 Originalmente, a palavra pluvial é oriunda do latim Pluvium, a qual significa 
chuva. E, desta forma, a denominação de água pluvial ou água da chuva é uma 
caracterização das águas decorrentes das precipitações. 
 Precipitação é a liberação de água proveniente do vapor d’água da atmosfera 
sobre a superfície da Terra, apresentando-se sob diversas formas: orvalho, 
chuvisco, chuva, granizo, saraiva ou neve, diferenciando-se umas das outras através 
do estado físico em que a água se encontra (TUCCI, 2001; VILLIERS, 2002). 
 A condensação do vapor d’água presente na atmosfera é resultante do seu 
resfriamento a ponto de saturação, podendo ocorrer devido a ação frontal de outras 
correntes eólicas, topografia acentuada, fenômenos de convenção térmica ou a 
combinação de todas essas causas (GARCEZ e ALVARES, 1988). 
 Quando do início do evento de precipitação pode ocorrer a contaminação 
devido ao carregamento de partículas que estão suspensas no ar. Essas partículas 
são substâncias nocivas como o dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio 
(Nox). Normalmente, essa contaminação ocorre em áreas urbanas devido a grande 
quantidade de circulação de veículos e indústrias (TORDO, 2004). 
A pluviosidade é o fator decisivo no sistema de captação. O índice anual de 
chuva do local onde se deseja instalar o procedimento é uma informação 
imprescindível. 
2.4.3.1 Precipitação em Manaus 
 
Manaus, capital do estado do Amazonas (Brasil), apresentou em 2015, 
segundo dados do IBGE(2017), população estimada em mais de dois milhões de 
39 
 
habitantes, distribuídos em 63 bairros que estão divididos em seis zonas dentro de 
uma área urbana de aproximadamente 11,5 mil km² (IBGE, 2017). Localizada na 
Latitude: 03º 06' 07" sul e Longitude: 60º 01' 30" oeste, Altitude: 72 metros acima do 
nível do mar. 
De acordo com Barbosa (2017, apud INMET 2009) A precipitação media 
acumulada anual em Manaus está na faixa de 2.307,4 mm com uma sazonalidade 
evidente revelando precipitação mais elevada nos meses de fevereiro, março e abril, 
enquanto julho, agosto e setembro são meses que apresentam baixos totais 
pluviométricos conforme se observa na figura 10. Segundo a classificação de 
Köppen e Geiger a classificação do clima é ―Am‖ e a temperatura média em Manaus 
é de 27.4 °C. Com relação à temperatura, tem-se uma temperatura média anual em 
torno de 26,7 ºC (INMET, 2009). 
 
Figura 10 – Índice Pluviométrico de Manaus ao longo de 30 anos. 
Fonte: https://www.climatempo.com.br/climatologia/25/manaus-am 
A figura 10, a seguir mostra o comportamento da chuva em Manaus, os dados 
foram obtidos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), e apresenta as médias 
das precipitações calculados a partir de uma série de dados de 30 anos e 
observados de 1990 a 2010. Observa-se ainda, através da figura 10, que o mês 
mais chuvoso em Manaus é o mês de março e o menos chuvoso é o mês de agosto, 
os dados apresentados representam o comportamento da chuva e da temperatura 
ao longo do ano. 
40 
 
2.4.4 Qualidade da água captada para fins não potáveis 
 De acordo com TOMAZ (2000) A composição da água de chuva varia de 
acordo com a localização geográfica do ponto de amostragem, com as condições 
meteorológicas (intensidade, duração e tipo de chuva, regime de ventos, estação do 
ano, etc.), com a presença ou não de vegetação e também com a presença de carga 
poluidora. A água de chuva cai das nuvens, mas acaba se contaminando com 
impurezas acumuladas nascoberturas, como terra, poeira, galhos, folhas, fezes de 
aves etc. 
 Já Silva (2010), enfatiza que a água para ter boa qualidade deve estar sem 
cheiro e sem cor. O autor classifica da seguinte maneira: 
 Água de Reuso - Classe 1 
Os usos predominantes para as águas tratadas da classe 1 de reuso nas 
residências, são: descarga de bacias sanitárias, lavagem de pisos e fins 
ornamentais (chafarizes, espelhos de água etc.), lavagem de roupas e de veículos. 
Para isso, são exigidos alguns requisitos mínimos com relação a utilização dessa 
água, como: não deve apresentar mau-cheiro, não deve manchar superfícies e não 
pode ser abrasiva. 
 Água de Reuso - Classe 2 
Os principais usos dessa classe são relacionados às fases de construção de 
edifícios, como: na lavagem de agregados; Preparação de concreto; Compactação 
do solo e; Controle de poeira. 
 Água de Reuso - Classe 3 
Já os usos preponderantes das águas da classe 3, é na irrigação de áreas 
verdes e rega de jardins. Para o reuso da água não potável dessa classe, tem-se 
como condições mínimas : não pode apresentar mau cheiro; - não deve conter 
componentes que agridam as plantas ou que estimulem o crescimento de pragas. 
 
41 
 
 Água de Reuso - Classe 4 
 O uso preponderante para esta classe é no resfriamento de equipamentos de 
ar condicionado (torres de resfriamento). Exigências mínimas da água não potável: - 
não deve apresentar mau cheiro; - não deve ser abrasiva; - não deve manchar 
superfícies. 
 A NBR 15527:2007 define ainda os padrões de qualidade que devem ser 
definidos pelo projetista de acordo com a utilização prevista. Para usos mais 
restritivos, deve ser utilizada a Tabela 2 da dita norma. 
 
Tabela 2- Padrões de qualidade definidos pela NBR 15527:2007 
 
Fonte: NBR 15527:2007 
 Para desinfecção, a critério do projetista, pode-se utilizar derivado clorado, 
raios ultravioleta, ozônio e outros. Em aplicações onde é necessário um residual 
desinfetante, deve ser usado derivado clorado. Quando utilizado o cloro residual 
livre, deve estar entre 0,5 mg/L e 3,0 mg/L. 
2.4.6 Cálculo de quantidade de água a ser coletada. 
De acordo com a norma técnica NBR 5626 – Instalação Predial de Água Fria, 
a capacidade dos reservatórios de água de chuva deve atender ao padrão de 
consumo de água para o qual está destinado no edifício considerando ainda a 
frequência e duração das chuvas bem como as informações sobre o índice 
pluviométrico. Dependendo do local ou da finalidade da edificação, a capacidade de 
42 
 
reservação de água potável da rede pode variar de acordo com as necessidades do 
cliente, no caso de apartamentos o consumo médio considerado pela NBR 5626 é 
de 150 litros/dia por pessoa. 
2.4.7 Demanda do consumo de água não potável 
A demanda total de água representa o volume de água necessário para 
atender as exigências fundamentais dos usuários na residência. Uma parte desta 
água é direcionada para fins potáveis, como higiene pessoal, consumo e preparo de 
alimentos, e outra parte é utilizada para fins não potáveis, no quais se destacam 
lavagem de roupas, carros, pisos, calçadas, na irrigação de jardins e na descarga de 
vasos sanitários (MORAIS, 2017, apud YOSHINO, 2012). 
 Conforme a NP 126 de 2014 da Manaus Ambiental, a estimativa de consumo 
médio predial diário em um apartamento com menos de 50 m² para uma pessoa é 
150 litros de água por dia. Da mesma forma a NBR 5626 estima os valores e taxas 
de consumo de acordo com o tipo de edificação. 
Tipo de Edificação Taxa de Consumo 
Alojamentos Provisórios 80 L/Pessoa 
Residências até 50 m² 200 L/Pessoa 
Residências acima 50 m² 250 L/Pessoa 
Apartamentos até 50 m² 150 L/Pessoa 
Apartamentos de 51 m² até 150 m² 200 L/Pessoa 
Apartamentos acima de 150 m² 250 L/Pessoa 
Hotéis (s/cozinhas e s/lavanderias) 120 L/Hóspede 
Hospitais 250 L/Leito 
Escolas (Internatos) 150 L/Pessoa 
Escolas (Externatos) 50 L/Pessoa 
Quartéis 150 L/Pessoa 
Edifícios Públicos ou Comerciais 50 L/Pessoa 
Escritórios 50 L/Pessoa 
Cinemas e Teatros 2 L/Lugar 
Templos 2 L/Lugar 
43 
 
Restaurantes e Similares 25 L/Refeição 
Garagens 50 L/Automóvel 
Lavanderias 30 L/Kg de Roupa Seca 
Mercados 5 L/m² 
Matadouros (Animais de Grande Porte) 300 L/Cabeça Abatida 
Matadouros (Animais de Pequeno Porte) 150 L/Cabeça Abatida 
Fábricas em Geral (Uso Pessoal) 70 L/Operário 
Postos de Serviços para Automóveis 150 L/Veículo 
Cavalariças 100 L/Cavalo 
Jardins 1,5 L/m² 
Fonte: NBR 5626 
De acordo com os dados do Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos – 
2017, desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, o amazonense 
gastou em media no ano de 2017, 95,7 litros de água por dia, numero esse que se 
apresenta 43,8 % mais baixo em relação as medias dos últimos 3 anos a 2017. 
Quadro 1 – Volume do consumo de água per capita no Brasil. 
Estado/ Macrorregião 
L/HAB.DIA VARIAÇÃO 
Media 
Últimos 
anos 
Ano 
2016 
Ano 
2017 
2016 
A 
2017 
Media ultimo 3 
anos a 2017 
ACRE 171,1 159,7 156,4 -2,10% -8,60% 
AMAPÁ 159,1 178,5 183,9 3,0% 15,6% 
AMAZONAS 170,2 170,4 95,7 -43,8% -43,8% 
PARÁ 142,4 143,3 154,2 7,6% 8,3% 
RONDONIA 177,7 166,3 138,6 -16,7% -22,00% 
RORAIMA 156,1 152,4 132,7 -12,9% -15,00% 
TOCANTINS 135,0 140,2 128,9 -8,10% -4,6% 
NORTE 154,3 154,5 132,3 -14,40% -14,20% 
ALAGOAS 98,7 96,7 95,8 -0,90% -3,00% 
BAHIA 113,9 111,3 116 3,90% 1 5% 
CEARA 128,3 125,0 117,6 -5,90% -8,30% 
MARANHAO 134,1 136,5 141,3 3,5% 5,4% 
PARAIBA 116,4 113,6 116,3 2,4% -0,1% 
PERNAMBUCO 99,7 92,3 95,5 3,5% -4,2% 
PIAUI 135,0 125,7 132,5 5,10% -1,50% 
RIO GRANDE DO NORTE 114,6 113,8 112,0 -1,6% -2,30% 
SERGIPE 118,7 116,6 111,9 -4,00% -5,70% 
NORDESTE 115,8 112,5 113,6 1,0% -1,9% 
ESPIRITO SANTO 180,6 165,1 156,S -5,20% -13,4% 
MINAS GERAIS 152,7 155,2 154,i -0,70% 0,9% 
RIO DE JANEIRO 251,2 248,3 249,7 0,6% -0,60% 
44 
 
SÃO PAULO 168,2 166,0 167,8 1,1% -0,30% 
SUDESTE 181,2 179,7 180,3 0,3% -0,50% 
PARANA 140,4 137,8 139,7 1,4% -0,50% 
RIO GRANDE DO SUL 156,7 147,7 147,7 0,0% -5,80% 
SANTA CATARINA 150,7 149,8 151,0 0,8% 0,20% 
SUL 148,8 144,2 145,2 0,7% -2,40% 
DISTRITO FEDERAL 161,6 150,5 132,4 -12,0% -18,10% 
GOIAS 140,5 136,8 142,0 3,8% 1,10% 
MATO GROSSO 164,2 167,4 160,4 -4,20% -2,30% 
MATO GROSSO DO SUL 154,8 153,5 157,7 2,7% 1,90% 
CENTRO OESTE 152 148,5 146,1 -1,60% -3,90% 
BRASIL 156,7 154,1 153,6 -0,30% -2,00% 
Fonte: Adaptado de Ministério do Desenvolvimento Regional (2019) 
Observa-se no quadro 1, que a maior variação dentre as macrorregiões é no 
Norte, cujo consumo per capita passou de 154,3 l/hab.dia na média dos últimos três 
anos para 132,3 l/hab.dia em 2017, o que representa uma redução de 14,2%. Esse 
decréscimo no índice decorre, principalmente, da redução de 52,7% do volume de 
água consumido de 2016 para 2017 (de 112.534 x 1.000 m³ para 53.152 x 1.000 m³) 
no município de Manaus/AM, atendido pela empresa privada Manaus Ambiental. Até 
por isso a comparação de 2017 com 2016 no Norte se mostra bem próxima, com 
redução de 14,4%. 
Conforme aponta Moraes (2017) estima-se que os percentuais do consumo 
da água utilizada em descargas de bacia sanitárias está em torno de 22% do total 
consumido em residências. O autor aponta ainda que no Brasil, cerca de 38% da 
água consumida, destina-se a atividades de usos não potáveis e que este volume 
varia em torno de 38% a 51% em se comparando com outros países como Estados 
Unidos e Suíça. 
Pires (2012) ressalta a existência na literatura de parâmetros estimativos que 
podem ser utilizados de forma razoável para determinar o consumo de água. 
De acordo com dados do Sabesb (2019) a estimativa é de 20 descargas 
diárias por família de 4 pessoas ou seja, 5 descargas por pessoa ao dia. 
 
2.4.8 Coeficiente de escoamento superficial 
De acordo com Villela e Mattos ( 1975), O coeficiente de escoamento 
superficial também conhecido como de coeficiente de ―run off‖, é definido comoa 
razão entre o volume de água escoado superficialmente e o volume de água 
45 
 
precipitado. Este coeficiente pode ser relativo a uma chuva isolada ou relativo a um 
intervalo de tempo onde várias chuvas ocorreram. 
A equação a seguir demonstra o coeficiente de ―run off‖. 
 
 C= 
 
 
 Equação 1. 
Sabe-se que conhecendo o coeficiente de ―run off‖ para uma determinada 
chuva intensa de uma certa duração, pode-se determinar o escoamento superficial 
de outras precipitações de intensidades diferentes, desde que a duração seja a 
mesma. Esse coeficiente é muito utilizado para se prever a vazão de uma enchente 
provocada por uma chuva intensa. 
Marques (2012) aponta que o volume de água de chuva a ser aproveitado 
sofre perdas oriundas da limpeza da superfície de captação, pela evaporação, 
perdas na autolimpeza e outros. Tomaz (2010) define o escoamento superficial, 
como a relação entre o volume de água que escoa superficialmente num 
determinado período de tempo pelo total da água precipitado, de modo que, o 
volume de água da chuva aproveitado é inferior que o volume precipitado. Portanto, 
funciona como um índice do volume de água da chuva captado. 
Este coeficiente é utilizado para dimensionar o volume de água pluvial 
aproveitável, podendo variar em função da rugosidade dos diferentes tipos de 
materiais por onde a água escoa, conforme Tabela. 
Tabela 3- Coeficiente de escoamento de acordo com area de localização 
Característica da Superfície 
 
C 
Área Comercial 
Central 
 
0,70 a 0,95 
Bairros 
 
0,50 a 0,70 
Área Residencial 
Residências isoladas 
 
0,30 a 0,50 
Unidades Múltiplas (Separadas) 
 
0,40 a 0,60 
Unidades Múltiplas (Conjugadas) 
 
0,60 a 0,75 
Subúrbio 
 
0,25 a 0,40 
Área com prédios de apartamentos 
 
0,50 a 0,70 
Área Industrial 
 Indústrias leves 
 
0,50 a 0,80 
Indústrias pesadas 
 
0,60 a 0,90 
46 
 
Parques, Cemitérios 
 
0,10 a 0,25 
"Playground” 
 
0,20 a 0,35 
Pátios de estradas de Ferro 
 
0,20 a 0,40 
Áreas sem melhoramentos 
 
0,10 a 0,30 
Ruas 
 
. 
Pavimentação asfáltica 
 
0,70 a 0,95 
Pavimentação de concreto 
 
0,80 a 0,95 
Blocos 
 
0,70 a 0,85 
Passeios 
 
0,75 a 0,85 
Telhados 
 
0:75 a 0,95 
Terrenos relvados (solos arenosos) 
Pequena declividade (2%) 
 
0,05 a 0,10 
Declividade media (2% a 7%) 
 
0,10 a 0,15 
Forte declividade (>7%) 
 
0,15 a 0,20 
Terrenos relvados (Solos Argilosos) 
Pequena declividade (2%) 
 
0,15 a 0,20 
Declividade media (2% a 7%) 
 
0,20 a 0,25 
Forte declividade (>7%) 
 
0,25 a 0,30 
 
Fonte: Adaptado de ASCEIWEF, criada por Chow(1962) 
Ainda de acordo com Tomaz ( 2012), a perda de água de chuva que irá ser 
considerada é devida à limpeza do telhado, perda por evaporação, perdas na 
autolimpeza e outras. E apresenta os seguintes Coeficientes superficiais de acordo 
com a classificação dos telhados. 
 
Tabela 4 - Coeficiente Superficial de acordo com o tipo de telhado 
MATERIAL COEFICIENTE DE RUNOFF 
Telhas cerâmicas 0,8 a 0,9 
Telhas esmaltadas 0.9 a 0.95 
Telhas de metal 0,8 a 0,9 
Cimento amianto 0,8 a 0,9 
Plástico 0,9 a 0,95 
Fonte: Tomaz (2010) 
 
 
 
47 
 
 
3. MATERIAL E METODO 
Para a condução deste trabalho preliminarmente foi feito uma revisão da 
literatura para a fundamentação teórica do assunto, e a partir destes dados, fez-se 
um estudo de caso em uma residência multifamiliar situada à zona Centro-sul de 
Manaus, a fim de dimensionar um sistema eficiente de captação de água da chuva 
para fins não potáveis na referida residência. 
Como a edificação estudada não dispõe de projetos e/ou representações 
gráficas de seus ambientes, foram elaboradas plantas as built da cobertura e das 
elevações da edificação a fim de se obter maiores informações sobre a área de 
captação para uma melhor avaliação e dimensionamento do sistema. As referidas 
plantas encontram-se no apêndice C. 
Diante disso, foram calculados os modelos de dimensionamento de 
reservatório de armazenamento em relação ao volume de reservação de água de 
chuva, bem como foi realizado calculo da demanda da edificação, visando 
aperfeiçoar a relação entre a disponibilidade da água da chuva e a demanda 
estimada na edificação. 
 Desta forma, realizou-se um estudo dos índices pluviométricos da cidade de 
Manaus a fim de permitir um dimensionamento mais preciso do reservatório. Após a 
obtenção desses dados no site do INMET, fez-se um tratamento destes, verificando 
anos de maior e menor precipitação, medias pluviométricas mensais e anuais bem 
como, o comportamento médio das chuvas ao longo dos 30 anos de dados 
estudados. Esses dados obtidos, foram de extrema importância para obtenção de 
um volume otimizado de armazenamento do reservatório. 
4. ESTUDO DE CASO 
 
 4.1 Apresentação da Edificação 
 A edificação alvo deste estudo experimental é um conjunto residencial 
multifamiliar com apartamentos do tipo quitinete em processo de construção, situada 
na Rua Venezuela, bairro Flores, Manaus, Amazonas. Na figura 9 é apresentada a 
Localização da edificação em estudo. 
48 
 
 
Figura 9 – Localização da Edificação multifamiliar em estudo. 
 
 
Figura 10 - Fachada da edificação 
 
 
4.2 Projeto As Built da edificação 
 
A edificação em estudo não possui projeto arquitetônico. Portanto, com o 
auxilio de uma trena a laser realizou-se o levantamento de todas as medidas 
existentes, depois de coletadas todas essas informações métricas e demais 
observações, foram lançadas em desenhos técnicos no programa AUTOCAD, para 
representar a atual situação das dimensões do edifício a fim de realizar o 
49 
 
dimensionamento adequado do sistema. As referidas peças gráficas encontram-se 
no Apêndice C. 
4.3 Definição das demandas 
A unidade habitacional possui uma área total construída de 210 m², composta 
por 2 pavimentos, com 6 apartamentos tipo no Térreo e 6 apartamentos tipo no 
pavimento superior, totalizando 12 apartamentos, dispostos da seguinte forma: 
Tabela 5 - Área em m² dos apartamentos. 
 
Ambiente 
Quantidade 
(unid) 
Área 
(m²) 
Quarto 01 11,16 
Banheiro 01 3,30 
Cozinha/Serviço 01 12,67 
Sala 01 7,12 
Total 06 34,25 
 
Cada apartamento dispõe de um dormitório e um banheiro em sua 
composição perfazendo um total de 12 banheiros, nas quais teremos doze caixas de 
descargas de vasos sanitários que serão abastecidas com água de chuva em todo o 
edifício. 
Nos cálculos considerou-se o abastecimento das caixas de descargas, como 
prioridade, e caso exista volume excedente de água de chuva será usada para 
outras finalidades como: jardinagem lavagens de veículos, calcadas, e em outras 
finalidades desde que se enquadre dentro dos usos permitidos definidos na revisão 
de literatura. 
4.4 Estimativa da População na Edificação 
 Como não se sabe o numero exato de pessoas que irão morar na edificação, 
estimou-se utilizando os dados apresentados por Hélio Creder em seu livro 
Instalações Hidráulicas e Sanitárias conforme segue no quadro 4. 
50 
 
Quadro 2 - Estimativa de população 
 
AMBIENTE NUMERO DE PESSOAS 
QUARTO SOCIAL 2 PESSOAS 
QUARTO DE SERVIÇO 1 PESSOA 
 
Fonte: CREDER (1991) 
 Considerando a estimativa do número de pessoas por dormitório relacionada 
quadro 2, na edificação deverá contar com uma população de aproximadamente 24 
pessoas, assim distribuídas por: 
 • Número de dormitório sociais da edificação: 12 X 2 = 24pessoas 
 • Total estimado de pessoas na edificação = 24 pessoas 
4.5 Estimativa do consumo de água na edificação 
Como o apartamento é menor que 50m², foi adotado o consumo de 150 L/dia 
por pessoa, conforme fundamentado na revisão bibliográfica. Portanto, a previsão de 
gasto diário com água potável da edificação ficará em torno de: 
 • 24 pessoas x 150 litros = 3.600 litros diários• Estimativa total gasto com água potável na edificação para 24 
pessoas =3600 litros/dia; 108.000 litros/mês; 129.6000 litros/ano= 1.296 m³/anuais. 
4.5.1 Estimativa do consumo de água gasto com descargas nos Vasos Sanitários. 
A finalidade deste sistema é eliminar todo o consumo de água (potável) que 
será utilizado com as descargas sanitárias. Nas instalações dos apartamentos 
utilizar-se-ão vasos sanitários com caixa acoplada onde a vazão aproximada é de 6 
litros de água por descarga, conforme a figura 11. 
51 
 
 
Figura 11- Vaso Sanitário utilizado na edificação 
No Brasil os dados relacionados à quantidade media de descargas por 
pessoa são estimados, portanto de acordo com a literatura esta média diária esta 
em torno de cinco descargas por pessoa. 
 Desta maneira, obtém-se o consumo estimado da edificação: 
 Média de descargas por pessoa/dia 
5 vezes ao dia x 6 litros (volume da descarga) = 
30 litros/dia/pessoa. 
 Média de descargas por pessoa/mês 
30 litros /dia/pessoa X 30 dias = 900 litros/mês/pessoa = 0.9 m³ mensal por 
pessoa. 
 Consumo médio diário em descargas sanitárias da edificação. 
24 pessoas x 5 vezes ao dia x 6 litros =720 litros /dia = 0,72 m³ por dia. 
52 
 
 Consumo mensal em descargas sanitárias da edificação. 
720 litros por dia X 30 dias= 21.600 litros por mês = 21,6 m³ por mês. 
 Consumo anual em descargas sanitárias da edificação: 
720 litros por dia X 365 dias= 262.800 litros por ano = 262,80 m³anuais. 
4.6 Áreas de captação 
 O telhado da edificação é de apenas uma água, de zinco industrial, é preso 
por diversos pontos, garantido a integridade da cobertura. A durabilidade e a 
resistência são uma das principais vantagens desse tipo de telhado. 
 
Figura 13– Telhado na parte interna da edificação 
 A junção do aço com o zinco torna a telha muito resistente a todo tipo de 
intempérie climática, suportando ventos, chuvas fortes e altas temperaturas, também 
são ecológicas, a maioria delas utiliza entre 25% a 95% de material reciclável na 
composição e pode ser totalmente reciclada ao fim da sua vida útil. 
O telhado da edificação em estudo possui uma superfície inclinada com as 
dimensões descritas no quadro 3, essas dimensões podem ser evidenciadas no 
53 
 
apêndice C onde está representado graficamente a planta de cobertura As Built da 
edificação. 
Quadro 3- Dimensões do telhado 
 
Largura (m) 8,00 
Comprimento (m) 32,00 
Altura (m) 2,00 
Inclinação (%) 25,00 
 
 A área de captação de água da chuva do telhado foi calculada de acordo com 
o disposto na NBR 10844/1989. Como mostra na figura abaixo. 
 
Para o calculo da área a referida norma dispõe da seguinte equação: 
A= ( 
 
 
 ) × b Equação 1 - Cálculo da Área de captação 
Onde: 
A é a área de captação; 
a é largura transversal da cobertura; 
h é a altura do eixo central da cobertura; e 
 b é o comprimento longitudinal da cobertura. 
Portanto, usando a equação 1, obteve-se os seguintes valores para o calculo 
da área de captação da edificação em estudo: 
A= ( 
 
 
 ) × 32 = 288 m² 
54 
 
4.7 Calhas e condutores pluviais 
 As calhas e condutores já existentes no sistema instalado estão de acordo 
com a NBR 10.844/89, da ABNT, que trata de instalações prediais de águas pluviais. 
A figura 11 mostra parte da tubulação e calhas na edificação. 
 
Figura 12- Calhas e tubulações verticais 
Na condição atual da edificação, toda a água captada é destinada 
diretamente ao solo, através dos condutores verticais e horizontais existentes, onde 
esta segue para as galerias publicas de drenagem. Nas instalações do sistema, 
toda água captada da chuva no telhado deverá ser encaminhada ao sistema de 
filtragem e posteriormente ao reservatório. Os canais de transporte da água do 
telhado são 4 (quatro) canos de PVC de 100 mm verticais que escoam o fluido ate o 
solo. 
4.8 Sistema de Autolimpeza 
 Para o sistema de autolimpeza e tratamento da água deverá ser utilizado o 
filtro de água da chuva Fibratec D1 370 mm. Esse tipo de filtro é produzido de 
acordo com a orientação da norma técnica NBR 15527/07, e tem a finalidade de 
separar a água da chuva de impurezas acumuladas no telhado ou calha como 
galhos, folhas, insetos, entre outros. A Figura 12 apresenta as medidas do filtro D1 
370 mm: 
55 
 
 
 
Figura 13 - filtro de água de chuva D1 370 mm 
 
A escolha para este filtro se deu por possuir fácil e baixa manutenção, 
segundo a FIBRATEC (2019) o corpo do filtro é produzido em Polietileno de Média 
Densidade e o filtro interno inox. Os detritos são encaminhados para galeria pluvial e 
a água filtrada é direcionada para a cisterna, pronta para ser utilizada. Este tipo de 
filtro é autolimpante; retém partículas de até 0,5mm; com alta eficiência na filtragem; 
oxigena a água e pode ser instalado na parede ou enterrado. 
4.9 Precipitação em Manaus 
 Os dados pluviométricos utilizados no presente estudo referem-se à cidade 
de Manaus local da edificação onde fez-se o estudo para implantação do sistema de 
captação. Os dados foram extraídos do site do Instituto nacional de Meteorologia 
(INMET), no período de 01/01/1989 a 01/01/2019, estes se encontram no apêndice 
A e B, foram tratados em planilhas do Excel a fim de calcular as precipitações 
medias anuais, mensais e diárias no período estudado. Além disso, foram 
observadas as temperaturas medias, mínimas e máximas mensais, ao longo dos 
anos, bem como verificou-se os períodos mais chuvosos e mais secos da capital. 
 
56 
 
Quadro 4– Precipitação média mensal de 1989 a 2018 
Mês 
Máxima 
(°C) 
Mínima 
(°C) 
Precipitação 
(mm) 
Janeiro 31,2 23,49 286,85 
Fevereiro 31,0 23,48 292,40 
Março 31,0 23,49 295,00 
Abril 31,2 23,57 323,40 
Maio 31,4 23,78 225,86 
Junho 31,8 23,62 113,49 
Julho 32,4 23,55 66,90 
Agosto 33,6 23,96 54,75 
Setembro 34,1 24,28 72,08 
Outubro 34,0 24,49 108,37 
Novembro 32,8 24,28 176,92 
Dezembro 32,0 23,92 237,87 
Precipitação Acumulada 2132,23 
Fonte: Adaptado de INMET 
De acordo com o quadro 3 observa-se que os períodos mais chuvosos em 
Manaus são os meses de janeiro a abril, onde concentram-se as maiores medias 
pluviométricas. Enquanto isso, os meses de julho, agosto e setembro, apresentam 
os menores indicies pluviométricos. 
4.10 Dimensionamento dos Reservatórios 
 Nesta seção dimensionou-se o reservatório para a água de chuva 
considerando que: o índice pluviométrico da cidade de Manaus de acordo com o 
Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) é em média por ano é de 2.132,23 
mm/m². E a área de captação da edificação é igual a 288 m². 
De posse desses dados, calculou-se o volume de água aproveitável (fator de 
captação=Va) da edificação que de acordo com a ABNT NBR 15527 de 2007, pode 
ser obtido pelo Método prático inglês apresentado na Equação 2. 
 
V = 0,05 x P x A Equação 2 - Método prático inglês 
57 
 
Onde: 
P - é a precipitação média anual, em milímetros; 
A - é a área de coleta, em metros quadrados; 
V - é o volume de água aproveitável e o volume de água do reservatório, em litros. 
 De acordo com a equação (2) o volume de água aproveitável (fator de 
captação=Va) de água de chuva será de: 
 V= 0,05 x 2132,23 mm/m² x 288 m² = 30.704 litros 
 
 O consumo mensal em descargas sanitárias da edificação é de 30704 litros 
por mês, usar-se-á um reservatório de 20.000 litros no subsolo (cisterna) e uma 
caixa d’água de 2000 mil na parte superior da edificação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
58 
 
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 Com base nas estimativas calculadas, o sistema fornecerá uma economia 
aproximada de 20,00% de água potável anual na edificação que será substituída por 
água pluvial nas descargas. Isto significa que com o uso da água da chuva pode-se 
chegar a uma economia de 262.000 litros de água potável por ano, representando 
significativo racionamento deste recurso

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