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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI – UNIASSELVI PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU MAURÍCIO DE JESUS A IMPORTÂNCIA DA NEUROPSICOPEDAGOGIA NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS COM SINDROME DE DOWN FEIRA DE SANTANA 2019 MAURICIO DE JESUS A IMPORTÂNCIA DA NEUROPSICOPEDAGOGIA NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS COM SINDROME DE DOWN Relatório de Estágio apresentado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso: Relatório de Estágio do Curso de Especialização Lato Sensu em Neurosicopedagogia do Programa de Pós-Graduação Lato Sensu do Centro Universitário Leonardo da Vinci – Uniasselvi. Orientador(a): Kallena Santos de Almeida FEIRA DE SANTANA 2019 SUMÁRIO 01 INTRODUÇÃO................................................................................................................................04 02 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................................................05 03 OBSERVAÇÃO...............................................................................................................................06 3.1 Coleta e análise de dados................................................................................................................08 04 INTERVENÇÕES...........................................................................................................................09 05 Registro e análise das intervenções ...............................................................................................11 06 CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................12 REFERÊNCIAS....................................................................................................................................10 ANEXOS................................................................................................................................................. Carta de Apresentação............................................................................................................................14 Termo de Compromisso de Estágio........................................................................................................15 Termo de Consentimento e Participação do Estágio..............................................................................16 Declaração de Estágio ...........................................................................................................................17 Autorização de Pais ou Responsáveis....................................................................................................18 Relatório Médico ...................................................................................................................................19 Registros de Internvenções.....................................................................................................................20 4 1 INTRODUÇÃO Entende-se que a aprendizagem faz parte de um processo dinâmico com o meio social. Vemos que o sistema educacional nem sempre é cercada por sucessos e aprovações, são diversos os problemas encontrados no contexto escolar e nem sempre a escola consegue mediar o pleno desenvolvimento do educando. Cada dia mais notório que muito dos insucessos perpassam por problemas cognitivos e também mentais. Para tanto percebemos que a psicologia e a pedagogia têm dado as mãos no sentido em realizar um trabalho direcionado às descobertas de situações que levam determinados alunos ao “fracasso escolar”. A partir desse “dar as mãos” e concomitante a psicologia e a pedagogia está a neurociências, que se entrelaçam dando origem a uma nova ciência, considerada transdisciplinar, cujo objetivo compreender as funções do cérebro voltados ao processo de aprendizado. Buscando assim, por meio de um processo de identificação do problema, o tratamento dos insucessos em sala de aula. A neuropsicopedagogia surge visando o agrupamento e a integração os estudos do desenvolvimento das funções e disfunções cerebrais, ao mesmo que examina os procedimentos psicocognitivos e psicopedagógicos, ambos responsáveis pelo ensino e aprendizagem (FONSECA, 2014). Este relatório tem como proposta um esboço qualitativo acerca das atividades desenvolvidas dentro do aspectos neuropsicopedagógicos para um aluno atendido pela rede pública municipal de ensino, cujo o diagnóstico apresentado discrimina Síndrome de Down e Retardo mental Grave. O presente trabalho faz parte do estágio obrigatório que vem locupletar os estudos teóricos realizados em sala de aula e plataforma online. O exercício possibilita ao educando o aprendizado na prática, através do estágio, cuja a experiência adquirida possibilita a qualificação e consequentemente, uma carreira solidificada. A realidade do ambiente escolar, principalmente no que concerne o ensino público, muitas vezes deixa a desejar, embora cientes da importância do psicopedagogo, do psicólogo, e mais recentemente do neuropsicopedagogo, a presença destes não se faz “premente” in loco. São diversas as barreiras encontradas para se trabalhar com a inclusão, dessa forma temos como objetivo geral, Identificar a proposta pedagógica da unidade escolar direcionadas aos alunos que possuem necessidades especiais. Temos como objetivos específicos pontuar as propostas pedagógicas que visam o atendimento de crianças com necessidades especiais; registrar as dificuldades pedagógicas encontradas pelo docente, afim de atender o aluno com 5 necessidades especiais; indicar práticas efetivas direcionadas aos alunos com necessidades especiais voltadas à luz da Neuropsicopedagogia. O estágio possui carga horária total de 20 horas e envolve o processo de observação, interação e participação voltada a neuropsicopedagogia, a proposta é fazer com que o aluno vivencie a prática de atendimento do neuropsicopedagogo pretendo avanços em seu desenvolvimento. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Entende-se por Síndrome de Down (SD) uma desordem genética ou anomalia conhecida também como trissomia 21 ou seja, apresentam três cromossomos 21. Paiva, Melo e Frank,(2012) as características são marcantes e bem comuns aos que possui a Síndrome de Down, cita-se por exemplo: olhos puxados, boca pequena, retardo mental dentre outros. Entende-se ainda por síndrome de down, “a síndrome de Down é uma condição genética, reconhecida há mais de um século por John Langdon Down, que constitui uma das causas mais frequentes de deficiência mental (DM), compreendendo cerca de 18% do total de deficientes mentais em instituições especializadas.”( MOREIRA, El-HANI, GUSMÃO, 2006) A descoberta dessa anomalia pode se dar ainda durante a gestação na fase de pré-natal e após exames médicos. Há ainda a comprovação depois do nascimento observando as características comuns, a melhoria da qualidade de vida destes, tem se dado mediante diversos estudos ao longo dos anos. O mais importante é descobrir que o sindrômico pode alcançar um bom desenvolvimento de suas capacidades pessoais e avançar crescentes níveis de realizações e autonomia.Sendo capaz de sentir, amar, aprender, se divertir e trabalhar. Em resumo, ele poderá ocupar um lugar próprio e digno na sociedade, sendo como qualquer outra criança normal, em certos momentos. (PAIVA, MELO, FRANK, 2012 p.12) Para o portador de SD é importante receber o estimulo necessário para apresentar desenvolvimento, visto que seu ritmo de aprendizagem não é o mesmo que de uma criança “comum”, o aprendizado bem como o ritmo é mais lento, porém as crianças quando bem estimuladas, conseguem superar suaslimitações, para tanto é necessário apoio familiar e profissional. Nem todas as famílias e nem mesmo as escolas possuem o arcabouço premente. A aprendizagem escolar para as crianças com Síndrome de Down é dificultosa, principalmente que entre as diversas características destes, está a Deficiência Intelectual (DI). Conceitua-se como Deficiência Intelectual de acordo ao proposto pela Associação Americana de Retardo Mental ( AAMRM): 6 [...] limitações substanciais no funcionamento atual do indivíduo, caracterizado por um funcionamento intelectual significativamente abaixo da média, existindo concomitantemente com relativa limitação associada a duas ou mais áreas de conduta adaptativa indicadas a seguir: comunicação, cuidados pessoais, vida no lar, habilidades sociais, desempenho na comunidade, independência na locomoção, saúde e segurança, habilidades acadêmicas funcionais, lazer e trabalho. Desse modo percebe-se a grande dependência do sindrômico, principalmente no início da vida enquanto crianças, para que estes sejam incentivados, estimulados, orientados. Mais uma vez ressalta-se a importância de se haver conhecimento sobre o assunto, no que concerne a inclusão no ambiente escolar. Para a educação é necessário que se abra inúmeras possibilidades de inovação e avanço no estudo e pesquisas acerca da aprendizagem, para que a educação no cenário contemporâneo sofra modificações qualitativas. “Inúmeras ações precisam ser tomadas em relação a aprendizagem, políticas públicas, formação de professores e apoio psíquico, econômico e social aos familiares em prol dos alunos. ” (FONSECA, 2014, p.39). Mazzota e D’Antinno 2011, abordam que todo indivíduo tem o direito a uma educação de qualidade, e que lhe permita fazer com que seu potencial seja explorado ao máximo, o que independe de sua capacidade de aprendizagem. Desse modo, é importante que o âmbito escolar regular tenha toda uma estrutura e adaptação para atender as diversas especificidades, o neuropsicopedagogo nesse local tem a possibilidade de mudar o cotidiano escolar, integralizando, auxiliando e proporcionando um melhor auxílio, aos pais, alunos e professores. Ainda sobre o processo de inclusão “a educação escolar tem por fundamento atender a todos, mesmo quando há necessidade de adaptar a estrutura escolar e as práticas de ensino a cada criança, uma vez que as diferenças humanas são naturais.” (SANTOS, 2012, p. 939) A Neuropsicopedagogia tem sua base legal pautada nos mesmos referenciais da psicopedagogia, que são a Lei 3127/97 – Senado federal, certificação e registro no MEC – CNE, ainda conforme o artigo 4º do Projeto de Lei e 2008 que vem a regulamentar o profissional em neuropsicopedagogia. “A neuropsicopedagogia procura reunir e integrar os estudos do desenvolvimento, das estruturas, das funções e das disfunções do cérebro, ao mesmo tempo que estuda os processos psicocognitivos responsáveis pela aprendizagem e os processos psicopedagógicos responsáveis pelo ensino. ” (FONSECA, 2014). O trabalho do neuropsicopedagogo se assemelha e se relaciona ao escopo da psicologia escolar, no qual auxilia o pleno desenvolvimento do educando, sempre com o trabalho interdisciplinar multiprofissional, muitas das vezes individualizado, a fim de que o 7 estudante seja atendido nas suas necessidades básicas de desenvolvimento. A intervenção a ser desenvolvida deve propiciar ao aluno que apresente dificuldades, a superação do que é limitado, “é tarefa principal do neuropsicopedagogo o objetivo de promover a assessoria de uma educação de qualidade para todos, com foco no trabalho efetivo da educação inclusiva, assim como de prestar o atendimento prioritário às crianças e jovens com dificuldades de aprendizagem em geral”( FONSECA, 2014, p.6). Vale ressaltar que a metodologia e atividade profissional deve ser um processo continua de avaliação, e o trabalho do neuropsicopedagogo, é amplo e abrangente, e vai além dos conteúdos educacionais, e jamais deve se confundir o processo como um reforço escolar. 3 OBSERVAÇÃO A realização do estágio se deu numa instituição de ensino público municipal, que tem como proposta regular oferecer o atendimento a crianças de 06 aos 14 anos de idade. A escola de ensino fundamental I, situa-se numa comunidade carente, no munícipio de Feira de Santana – BA, possui 05 salas sendo uma delas improvisada ( uma área de luz, coberta por telha de zinco), funciona nesta unidade escolar turmas de 1º ao 5º ano, dividas entre os turnos matutino e vespertino, possui 01 cozinha pequena, não possui refeitório, secretaria e direção são divididos no mesmo ambiente, não há biblioteca, há ausência de sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE), 01 pátio pequeno coberto que serve como ambiente de recreação durante o intervalo, onde as crianças interagem entre si. No tocante da tecnologia existe na unidade apenas 2 computadores que estão sendo utilizados, somente pela equipe gestora, não tem Datashow, tem 01 TV que pode ser usada pelos professores mediante solicitação com antecedência, bem como 01 caixa amplificada e 01 som. Tem o apoio de 11 funcionários contando os professores, não possui coordenação pedagógica, a equipe gestora centra-se no papel da diretora e da auxiliar administrativa. O Projeto Político Pedagógico da escola foi perdido pela Secretaria de Educação (relato da direção). As salas possuem características iguais, o mobiliário também são os mesmos, quase não possui material didático os quais são divididos por ciclo. As aulas de Artes e Educação Física acontecem uma vez na semana, cuja proposta o professor deve ser distinto do professor referência (docente oficial da turma). Para os alunos com algum tipo de necessidade especial, há uma proposta advinda da Secretária de Educação que proporciona um monitor, ressalta-se que estes são estudantes do 8 curso de pedagogia e não possuem curso específico e nem formação para ofertar o atendimento especializado, ressalto que, a falta efetiva dessa proposta dificulta o desenvolvimento do aluno com necessidades especiais, bem como a sua inclusão e integração no espaço de aprendizagem. A única adaptação que podemos contemplar no que concerne a inclusão caso tenha algum aluno cadeirante, é o banheiro adaptado, porém quem faz a utilização são os professores, já que na escola não tem banheiro para os profissionais, só para os alunos. A escola tenta fazer o seu papel minimamente de acordo com o que lhe é ofertado, o ideal proposto de acordo as diretrizes e normativas, infelizmente diferem em muito do real. 4 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS OBSERVADOS O primeiro momento realizado foi estudar e organizar a documentação necessária, logo em seguida a leitura do manual do estagiário disponível também no AVA, a escolha do local do estágio que acabou sendo o mesmo onde trabalho, que é uma escola pública municipal de Ensino Fundamental I, situado na periferia da cidade de Feira de Santana – BA, logo tive que solicitar autorização da gestora da escola para a realização do estudo e intervenção. Houve a apresentação da carta de apresentação assinada pela tutora e orientadora, aplicação do questionário, diálogo com o responsável do aluno. Nesse diálogo foi discutido acerca das formas que a escola já trabalha com a avaliação, as diretrizes e as propostas no regimento interno e no Projeto Político Pedagógico - PPP (a Secretaria de Educação solicitou para fazer alterações e não havia entregue o original até a data da realização do estágio, sendo que o documento não encontra na unidade escolar), porém havia rascunhos e o regimento que norteava todo o trabalho. O sujeito da pesquisa mora com o irmão mais velho, este que possui a sua curatela, uma vez que é totalmente dependente por ser um jovem que apresenta Retardo mental Grave mais Síndrome de Down, órfão de pai e mãe, segundo relatodo próprio irmão, a mãe faleceu no parto dele, é de família humilde e apresenta dificuldade socioeconômica. Foi relatado que as atividades ocorreriam com o aluno denominado João, e assim também deu para compreender um pouco da rotina dele em casa, diante o comportamento, relações familiares e principalmente com esse irmão que se tornou referência paterna. 9 5 INTERVENÇÕES A intervenção foi realizada com um aluno, cuja idade 20 anos, possui necessidades especiais destacadas no laudo: Síndrome de Down e Retardo Mental Grave. Não tive dificuldades de adaptação com o mesmo, devido o estágio ser realizado na classe onde leciono efetivamente, o que facilitou na análise observatória inicial. Devido sua necessidade, o aluno acresce de outras dificuldades que é a fala, ou seja, apenas emite sons característicos da fala sem significado algum. Enfatizo que fez necessário solicitar ao responsável, um tempo após as aulas regulares para realizar as intervenções, sempre afirmando para o próprio estudante que era um momento de aprendizado e a importância da colaboração, pois queria aprender com ele. Apesar de ter Síndrome de Down e Retardo Mental Grave, ele sempre presta atenção e consegue quase sempre entender o que pedimos, quando demonstra que não entendeu, gesticula ou mesmo aponta para o objeto, ou para onde ele quer chamar atenção. A intervenção foi realizada ao longo de 10 momentos: 1. Entrevista com os familiares. 2. Observação do estudante. 3. Atividades de Percepção. 4. Atividades de Memória. 5. Atividades de Concentração. 6. Atividades para desenvolvimentos das funções executivas. 7. Desenvolvimento das Habilidades sociais. 8. Desenvolvimento das Habilidades emocionais/afetiva. 9. Intervenções psicomotoras. 10. Relatório do parecer da intervenção ocorrida. O planejamento de intervenções seguiu um roteiro em sessões: 1° momento de Intervenção Neuropsicopedagógica Dia 04/11/2019 - Horário: 11h45min às 12h45min. Pega varetas Objetivo: Treinar a coordenação motora fina, além de promover o exercício das funções executivas. 2° momento de Intervenção Neuropsicopedagógica Dia 05/11/2019 - Horário: 11h45min às 12h45min. Pintura de Caras, bocas e expressões faciais 10 Objetivo: Promove a habilidade de reconhecer sentimentos, nomear emoções simples. 3° momento de Intervenção Neuropsicopedagógica Dia 06/11/2019 - Horário: 11h45min às 12h45min. Desenho livre Objetivo: Excitar o sentimento livre, desenvolver coordenação manual. 4° momento de Intervenção Neuropsicopedagógica Dia 07/11/2019 - Horário: 11h45min às 12h45min. Diálogo ao telefone Objetivo: Proposta desenvolver o diálogo e a oralidade. 5° momento de Intervenção Neuropsicopedagógica Dia 08/11/2019 - Horário: 11h45min às 12h45min. Controle dos pés Objetivo: Estimular a lateralidade e a coordenação motora. 6° momento de Intervenção Neuropsicopedagógica Dia 11/11/2019 - Horário: 11h45min às 12h45min. Pulando em círculos Objetivo: Desenvolver a coordenação motora e também a lateralidade. 7° momento de Intervenção Neuropsicopedagógica Dia 12/11/2019 - Horário: 11h45min às 12h45min. Jogo do Saber Objetivo: A proposta é o estudante identificar a letra inicial e final, conhecer o alfabeto, reconhecer silabas, identificar fonemas. 8° momento de Intervenção Neuropsicopedagógica Dia 13/11/2019 - Horário: 11h45min às 12h45min. Aplausos em ritmos diferentes Objetivo: Desenvolve a capacidade de memorização, trabalha o sistema cognitivo. 9° momento de Intervenção Neuropsicopedagógica Dia 14/11/2019 - Horário: 11h45min às 12h45min. Formas geométricas Objetivo: Identificação das formas, identificação de formas no cotidiano, cores e objetos presentes no dia a dia. 10° momento de Intervenção Neuropsicopedagógica Dia 18/11/2019 - Horário: 11h45min às 12h45min. Sequência de tampas coloridas 11 Objetivo: Desenvolve o raciocino lógico. 5.1 REGISTRO E ANÁLISE DAS INTERVENÇÕES Foram diversos os instrumentos utilizados para investigação, ao qual resultaram na produção desse relatório, dentre eles cita-se: entrevista com familiares, observação em sala de aula, leitura de artigos voltados a prática da neuropsicopedagogia. João ( nome fictício) é um aluno que tenta realizar o que lhe é proposto, porém, diante da realização das sessões, o referido estudante não conseguiu atingir com êxito os objetivos designados. Ao que tudo indica isso se dá em decorrência do seu retardo mental. O desenho livre foi a única atividade que o estudante demonstrou um estímulo positivo, demonstrou ser cuidadoso, sensível aos traços, e mantém um equilíbrio considerável nos tons escolhidos por ele. “O desenho é uma forma de linguagem, representação, além de ser um ato prazeroso.” ( SANTOS, SILVEIRA 1996, p.162). É importante saber que o desenho faz parte de um processo de construção, e tem um papel significativo na vida principalmente para as crianças. Percebe-se o quão difícil é para um professor que exerce sua função em uma sala de 30 alunos, e um destes com a dificuldade como os do João. Não tem como promover a equidade num espaço onde o educador atua sozinho, há ausência até de uma coordenação pedagógica, além de recursos didáticos e também recursos paradidáticos. Todas as atividades de intervenção que foram realizadas o paciente demonstrou total quase que total desconhecimento dos instrumentos, notoriamente que a escola não exerce nenhuma atividade laborativa de efeito, e ainda com um agravante o referido paciente não possui nenhum acompanhamento de monitor, cuidador. Ao término das atividades neuropsicopedagógicas fica clarividente que João apresenta uma série de dificuldades, no qual há uma necessidade de auxílio de uma equipe multiprofissional, a exemplo de psicopedagogos, psicólogos, neurologistas, além do neuropsicopedagogo. O tempo do estágio é curto, e não foi suficiente para uma melhoria significativa no aprendizado. Faz-se importante uma formação conjunta dos profissionais da escola, cita-se de todos os profissionais do porteiro, merendeira, equipe de limpeza, professores, e inclusive os gestores escolares, para que estes venham entender o processo inclusivo dentro do âmbito escolar e atuar significativamente, além de formação continuada para todos. Manter a equipe sempre atualizada. 12 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Fazer o estágio em neuropsicopedagogia foi uma vivência de suma importância na minha formação acadêmica, no qual me ajudará daqui em diante com possíveis problemáticas que venha ocorrer em sala de aula. Foi importante reconhecer as diversas falhas na escola, bem como nos profissionais que atuam neste processo. O que tiramos de importante nessa experiência é a percepção do trabalho docente como um dos mais importantes e necessários no mundo e o trabalho conjunto faz com que os sucessos sejam garantidos. Com o João não foi difícil entender que o processo de aprendizagem para ele é algo alcançável, desde que seja acompanhada por profissionais gabaritados. Percebe-se que os maiores problemas dele perpassa por falta de formação, a família tem também uma importância enorme no que tange o crescimento deste. É importante reconhecer suas limitações, mas também seus sucessos. Pondero que a neuropsicopedagogia deveria andar concomitante ao trabalho pedagógico, e é necessário este profissional atuando cada vez mais nos espaços educativos. REFERÊNCIAS American Associationon Mental Retardation (AAMR). Mental retardation: definition, classification, and systems ofsupports Washington: AAMR, 2002. BRASIL, Ministério da Saúde. Atenção psicossocial a crianças e adolescentes no SUS:tecendo redes para garantir direitos. Ministério da Saúde, Conselho Nacional do Ministério Público. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. FONSECA, V. Papel das funções cognitivas, conativas e executivas naaprendizagem: uma abordagem neuropsicopedagógica. Rev. psicopedag., São Paulo , v. 31, n. 96, p. 236-253, 2014 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 84862014000300002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 22 nov. 2019. MAZZOTTA, M. J. S., D‘ANTINO, M. E. F. Inclusão social de pessoas com deficiências e necessidades especiais: cultura, educação e lazer. Saúde Soc. São Paulo, v.20, n.2, p.377-389, 2011. PAIVA, C.F. MELO, M; FRANK, S. P. PAES, T. Síndrome de down: etiologia, características e impacto na família. Faculdade de São Paulo-SP, p. 1-14. 2014. SANTOS, N. L. J. C. SILVEIRA, J. M. V. O desenho como construção e significação do pensamento. Disponível em: <http://faculdadeamadeus.com.br/graduacao/Web/content/content-anais/encontro- multidisciplinar/attachments/download/O%20DESENHO%20COMO%20CONSTRUCAO% 13 20E%20SIGNIFICACAO%20DO%20PENSAMENTO%20INFANTIL.pdf>. Acesso em: 16 de nov. 2019 SANTOS, D. C. O. Potenciais dificuldades e facilidades na educação de alunos com deficiência intelectual. Educação e Pesquisa (USP. Impresso), v. 38, p. 935-948, 2012. 14 ANEXOS 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29
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