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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI-UNIASSELVI PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO LATO SENSU MARIA SILVETH NEVES TAVARES EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: INCLUSÃO ESCOLAR, DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA MENTAL URUCARÁ-AM 2020 2 MARIA SILVETH NEVES TAVARES EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: INCLUSÃO ESCOLAR, DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA MENTAL URUCARÁ-AM 2020 Relatório de Estagio apresentado na disciplina de Estagio Clinico e Institucional do Curso de Especialização Lato Sensu em Psicopedagogia Clinica e Institucional do Programa de Pós-graduação Lato Sensun do Centro Universitário Leonardo da Vinci – Uniasselvi. Orientador: 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................................04 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................................................06 3 OBSERVAÇÃO.......................................................................................................................................12 3.1 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS........................................................................................20 4 INTERVENÇÕES....................................................................................................................................24 4.1 REGISTRO E ANÁLISE DAS INTERVENÇÕES....................................................................33 4.2 REGISTRO DA AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA..................................................................34 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................................41 REFERÊNCIAS................................................................................................................................43 ANEXOS...........................................................................................................................................46 4 1.INTRODUÇÃO O presente relatório tem por finalidade relatar a realização das atividades que foram vivenciadas em sala de aula durante o período do estágio supervisionado em Psicopedagogia Clinica Institucional, pois esse é um período que faz com que o professor entre em contato com suas práticas pedagógicas, refletindo assim sobre todos os acontecimentos presenciados durante sua trajetória acadêmico-profissional e intelectual, analisando cada etapa de sua experiência. Realizada com um aluno de 13 anos de idade, cursando o quarto ano do ensino fundamental no município de Urucará. Este relato tem como objetivo de analisar a inclusão escolar e as dificuldades de aprendizagem dos estudantes com necessidades especiais. Contribuindo assim para que aja uma reflexão acerca das teorias vistas nas universidades bem como as práticas realizadas em sala de aula. A escolha do tema partiu de minhas observações quanto à prática em sala de aula, ao longo do tempo em que venho desempenhando minha função dentro da educação, bem como através de pesquisas sobre o assunto, tão falado embora nem tanto discutido como mereça. Este relatório refere-se ao estágio supervisionado de 100 horas sendo que a permanência na instituição escolhida foi de 20 horas 12 horas de observação e 8 horas de intervenção em sala de aula no período da manhã exigida pelo curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia Clínica Institucional, no período de 01 a 29 de novembro de 2019. Um dos objetivos do estágio foi à observação participativa, realizado na escola municipal Tio Pedro, no Município de Urucará, fundada pelo decreto nº 02 de 02 de Abril de 1997, localizado na Rua Antenor Tiago de Melo, nº 69, bairro São Jorge. Antes de ser inaugurada como atual instituição escolar, a mesma recebeu vários nomes, sendo primeiramente Centro Social Senador João Bosco, depois Fritas Bittencourt. A escola atende em torno de 355 alunos do ensino fundamental de 1°ao 5°ano na modalidade de ensino EJA. Possuindo 15 turmas em 03 turnos manhã, tarde, noite. Também tem uma pequena quadra para educação física com cobertura, com 37 funcionários 02 administrativos, 18 professores, sendo a gestora e a supervisora. Com relação ás condições de acessibilidade, a escola é constituída de 13 dependências sendo 09 salas de aulas com capacidade para 30 alunos cada, biblioteca, secretária, diretoria, refeitório, cozinha e banheiros. 5 Participaram da pesquisa 02 professoras com 27 a 49 anos, todas com formação específica nas respectivas áreas de atuação 01 pai com idade 45 anos profissão agricultor grau de escolaridade ensino médio completo 01 estudante com Deficiência Menta com 13 anos de idade, cursando o 4º ano do ensino fundamental I-EJA. Onde tive os primeiros contatos na Instituição com a Gestora da Escola também com a equipe de supervisores. Buscou-se obter conhecimento da realidade vivenciada pelo corpo docente e discente a respeito do processo de inclusão do aluno na escola em questão, avaliando o atendimento ao estudante com necessidade especial e inclusiva. O estágio supervisionado teve por objetivo Analisar o processo inclusão escolar e dificuldades de aprendizagem do aluno com Deficiência Mental da escola município de Urucará. Possibilitando identificar os procedimentos e recursos adaptados ás necessidades dos alunos, estabelecendo uma análise crítica da realidade escolar atual, refletindo sobre a questão do professor frente ás novas demandas no ensino regular no processo de inclusão social, e ás possibilidades das novas tecnologias como a Educação à Distância ferramenta de inclusão para o deficiente Mental. Nesse sentido, foi feita a etapa de observação e em seguida, o questionário com perguntas fundamentadas com objetivo de analisar a percepção das professoras acerca do problema em questão. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se um questionário com 04 questões abertas, que contou com os seguintes procedimentos: Pesquisa básica, observação, entrevista com professoras, com o pai, através de questionários, pesquisa exploratória bibliográfica, e também operativa centrada no modelo de ensino aprendizagem; observação do aluno em sala de aula, e no recreio realização de dinâmica de grupo, pesquisa histórica com a direção da escola e. Aplicação das atividades, começando a partir da segunda sessão, sendo, a Entrevista Operativa Centrada na aprendizagem, atividades projetivas, avaliação psicomotora, atividades acadêmicas de Língua Portuguesa e Matemática, verificando as habilidades e dificuldades apresentadas pela criança. O presente relatório de estágio estrutura-se em três partes principais: a) será apresentada uma fundamentação teórica onde buscaremos expor as concepções teóricas que embasam este trabalho; b) identificação e caracterização da Instituição alvo do relatório desenvolvido; c) registro de queixas; registro descritivo dos encontros realizados, o parecer psicopedagógica, informe psicopedagógica Institucional, proposta de Intervenção Institucional e Devolutiva à Escola. 6 A relevância deste trabalho oportuniza a nós pós-graduandos o aperfeiçoamento e o entrelaçamento do conhecimento teórico com a construção de um exercício profissional no campo de atuação da Psicopedagogia de cunho institucional, oportunizando colocar em prática as atividades e o conhecimento adquirido no decorrer do curso, e na tomada de consciência da importância do trabalho do Psicopedagogo.2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1- EDUCÃO E INCLUSÃO DO DEFICIENTE MENTAL Segundo Vygotsky (1997), as leis que regem o desenvolvimento da pessoa com deficiência mental são as mesmas que regem o desenvolvimento das demais pessoas. Aspecto este também presente nos processos educacionais. Para ele, a criança cujo desenvolvimento foi comprometido por alguma deficiência, não é menos desenvolvida do que as „normais‟, porém é uma criança que se desenvolve de outra maneira, em decorrência da síntese entre os aspectos orgânicos, socioculturais e emocionais. Assim, não se pode avaliar suas ações e compará-las com as demais, pois cada uma desenvolve de forma única. Portanto os deficientes mentais não formam um grupo homogêneo entre si, sendo necessário estar atento às singularidades de cada um e conhecer as suas histórias de vida (OLIVEIRA, 2009). Para Ferreira (2003), estes aspectos podem se tornar ainda mais deficitários, na medida em que se destinam para estes alunos, experiências de aprendizagem que mobilizam basicamente as funções psicológicas elementares, com um significativo distanciamento da cultura. Sob a influência desta concepção, entende-se que a escola e o papel do professor são centrais, na medida em que pode proporcionar novas formas de construção do conhecimento, superando os conceitos meramente espontâneos ou elementares e chegando a conceitos científicos ou superiores, que se constituem na interação social e escolar. É necessário ressaltar que a inclusão escolar é um processo que envolve todos, tanto os profissionais da instituição escolar, como também, os demais pais e alunos. No âmbito macro da escola, é preciso estar atento às dinâmicas de auxiliares e outros profissionais, para que as atitudes dos mesmos não se baseassem em mera ajuda, com “piedade”. Em relação às famílias dos alunos, que convivem com alunos com necessidades educativas especiais, é 7 essencial situá-los de que a convivência de seus filhos com essas crianças não implicará em desvantagens educacionais. É preciso evidenciar que, é possível conhecer práticas pedagógicas promissoras, que proporcionam não apenas o desenvolvimento social, mas também a aprendizagem e capacitação para a inserção no mercado de trabalho, hoje, mais receptivo às pessoas com deficiência (PLEFSCH; BRAUN, 2008) Entretanto, segundo Gil (2009), ainda há muito a ser conquistado, especialmente quando se trata de pessoas portadoras de deficiência mental. Em geral, a carga de preconceitos e discriminação que recebem é maior que a recebida por portadores de deficiência física, auditiva ou visual. Aliado a isso, a família também contribui para esta situação, pois tem uma forte tendência a proteger o filho dos preconceitos sociais, tratando-o como uma "eterna criança", tentando prolongar a infância e adiando a passagem para a vida adulta. Às vezes, os profissionais das escolas e das oficinas também adotam este comportamento, que não ajuda, ao contrário, prejudica o portador de deficiência mental, pois ele não conquistará a autonomia, ficando sempre dependente dos que o rodeiam. Ao atingir a adolescência, é fundamental que a escola e a instituição busquem alternativas de propostas pedagógicas de atividades adequadas à sua idade cronológica e que possibilitem conquistar a maior autonomia possível e independência em relação ao seu meio ambiente. Há diversas modalidades de trabalho, para a pessoa com deficiência mental: em empresas, desempenhando trabalhos de cunho repetitivo, na equipe de jardinagem, limpeza, como Office boy interno; em oficinas ocupacionais, na área rural ou em iniciativas familiares. Na área do trabalho o "discurso do não" também deve ser evitado: podem-se testar possibilidades, testar recursos atuais, como a informática, antes de decidir se determinado trabalho pode ou não ser desempenhado por portadores de deficiência mental. O fundamental é que a dignidade da pessoa seja preservada, ou seja, o trabalho que ela executa deve ser remunerado, o ambiente deve ter condições adequadas de salubridade e o tratamento deve ser respeitoso. Assim, a escola deve estar atenta à modernização e à diversidade, adotando uma atitude positiva, com o compromisso de valorizar a potencialidade individual e preparando seus alunos para a vida adulta. Carvalho aponta que: As adversidades que marcam as relações do jovem e do adulto com deficiência mental, com o mundo em torno dele, as dificuldades que enfrentam para serem interpelados como jovens e adultos, os seus esforços no 8 sentido de ampliar suas possibilidades de participação social e o fato de procurarem, na escola, o espaço e os instrumentos para ampliação desta participação, têm fomentado o nosso interesse pela compreensão dos seus processos de integração às práticas sociais, mais especificamente às práticas educativas, fazendo de nosso objeto de investigação as condições de (im) possibilidade de sua ação e subjetivação nessas práticas (CARVALHO, 2004). Segundo Carvalho (2004), É nesse contexto que se volta para a investigação das condições de possibilidade de participação do sujeito com deficiência mental, que se configuram no campo das práticas de inclusão escolar, procurando elucidar as suas contribuições, para o seu desenvolvimento. A despeito da existência de uma política de educação básica, ostensivamente inclusiva, que defende e privilegia o atendimento do aluno com necessidades especiais, preferencialmente, nas classes de ensino comum e que avança no sentido de atribuir à escola a responsabilidade de adaptação à diversidade desses alunos. Ainda são lacunares e pouco explícitas, no contexto da legislação, as formulações acerca da educação de jovens e adultos com deficiência mental, assim como é rara, no âmbito dos debates, a discussão sobre as formas como o discurso e as práticas de inclusão repercute sobre as possibilidades educacionais, vividas por essas pessoas. 2.2-DEFICIÊNCIA MENTAL DIFICULDADES NA APRENDIZAGEM O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais O DSM-IV (2002), define a deficiência mental como o estado de redução notável do funcionamento intelectual, significativamente inferior à média, associado a limitações pelo menos em dois aspectos do funcionamento adaptativo: comunicação, cuidados pessoais, competência doméstica, habilidades sociais, utilização dos recursos comunitários, autonomia, saúde e segurança, aptidões escolares, lazer e trabalho. Para a American Association of Mental Retardation (AAMR, 1992) a deficiência é definida, Pelo funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento, concomitante com limitações associadas a duas ou mais áreas da conduta adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às demandas da sociedade, nos seguintes aspectos: comunicação, cuidados pessoais, habilidades sociais, desempenho na família e comunidade, independência na locomoção, saúde e segurança, desempenho escolar, lazer e trabalho (BRASIL, 2002, p.27) Esta é a conceituação e caracterização da DM adotada, no Brasil, pelo Ministério da Educação (MEC) e serve como ponto de partida para a implantação de políticas públicas, pelo governo brasileiro (BRASIL, 1994). 9 Segundo os critérios da AAMR (1982) e DSM-IV (2002), o início da Deficiência Mental deve ocorrer antes dos 18 anos, caracterizando, assim, um transtorno do desenvolvimento e não uma alteração cognitiva, como é a demência. É preciso que haja vários sinais para que se suspeite de deficiência mental. Um único aspecto não pode ser considerado como indicativo de qualquer deficiência. Entretanto, o quociente de inteligência (QI) inferior a 70, médiaapresentada pela população, conforme padronizado em testes psicrométricos ou por uma defasagem cognitiva, em relação às respostas esperadas para a idade e realidade sociocultural, segundo provas, roteiros e escalas, baseados nas teorias psicogenéticas são indicativos fundamentais para o diagnóstico da deficiência. De acordo com Gomes (2009), a deficiência mental é uma condição que envolve diversos fatores e o seu diagnóstico é estabelecido, segundo critérios e testes psicodiagnósticos específicos, que focalizam a investigação cuidadosa dos aspectos médicos, psicológicos e sociais do indivíduo, visando identificar os tipos de apoio necessários para o amplo desenvolvimento de suas potencialidades. Todo este processo é realizado numa abordagem que substitui o rótulo dos indivíduos, por uma sistemática de investigação que leva a descrições personalizadas das limitações, potencialidades e necessidades de apoio. Os mecanismos de apoio que se identificam são o que efetivamente possibilitam ao deficiente mental, a minimização de suas dificuldades. Mantoan (2005) aponta que a dificuldade do diagnóstico de deficiência mental, torna-se um impasse no ensino da escola comum e também no atendimento especializado, pois o caráter elitista, meritocrático, homogeneizador e competitivo dessas escolas oprimem o professor e o reduz a uma situação de isolamento e impotência, principalmente, diante dos alunos com deficiência mental, pois são aqueles que mais amarram o desenvolvimento do processo escolar, em todos os níveis e séries. A escola precisa valorizar as potencialidades dos alunos, na sua diferença, para não acontecer a “exclusão na inclusão”. 2.2.1-CONCEITO DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA O conceito de educação inclusiva pode ser entendido como uma demanda ampla, na qual a escola deve apresentar condições estruturais (físicas, de recursos humanos qualificados e financeiros) para acolher e promover condições democráticas de participação dos alunos, com necessidades educacionais, especiais na questão de ensino-aprendizagem. É um processo no qual a escola deve promover não só o acesso e a permanência, mas também o aproveitamento social e escolar, levando em consideração as singularidades de cada um, com 10 ou sem apoio especializado. Portanto, a defesa de uma proposta de educação inclusiva envolve não apenas o acesso e a permanência na classe comum do ensino regular, mas também o desenvolvimento social e escolar do aluno com deficiência. Na opinião de Regarty (1994, p. 125), a Educação Inclusiva pode ser definida como “o desenvolvimento de uma educação apropriada e de alta qualidade, para alunos com necessidades especiais, na escola regular.” Embora simples este conceito seja bastante complexo, pois a situa como “educação apropriada e de alta qualidade.” No seguimento dos movimentos que conduziram à sua obrigatoriedade e universalidade, já não é somente para alunos com condições de deficiência encontradas numa lógica, médico-pedagógico, mas para alunos com qualquer necessidade especial. As escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas; crianças que vivem nas ruas e que trabalham; crianças de populações distantes ou nômades; crianças de minorias lingüísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidas ou marginalizadas (Declaração de Salamanca, 1994, p. 17-18). Segundo Pereira (2006), o Brasil é signatário de documentos internacionais, que definem a inserção incondicional de pessoas com deficiência, na sociedade - a chamada inclusão. Muito mais do que uma idéia defendida com entusiasmo, por profissionais de diversas áreas, desde 1990, a construção de sociedades inclusivas, nos mais diferentes pontos do planeta, é a meta do que se poderia chamar de movimento pelos "direitos humanos de todos os humanos". No dia 14 de dezembro, foi assinada a resolução 45/ 91da ONU, que solicitou ao mundo "uma mudança no foco do programa das nações unidas, sobre deficiência, passando da conscientização para a ação, com o compromisso de se concluir com êxito, uma sociedade global para todos, por volta de 2010". Constituição Federal (1998) significou um grande salto em termos educacionais, pois respalda e propõe avanços significativos para a educação escolar, elege a cidadania e a dignidade da pessoa humana (art.1º, incisos II e III) como um dos seus objetivos fundamentais, ao eleger a promoção do bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade, e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º, inciso IV) e também garante o direito à igualdade (art.5º) e trata no artigo 205 e seguintes, do direito de todos à educação. Esse direito deve visar "ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para a cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Além disso, garante igualdade de condições, e acesso e permanência na escola “(art.206, inciso I). 11 Somente esta lei seria suficiente para que as instituições escolares passassem a repensar a educação, como um direito inegável a todos, independentemente de suas deficiências. Entretanto, em 1996, o Brasil passou a ter uma lei exclusiva para educação: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) que, não só garante o acesso e permanência na escola, mas acrescenta que é dever do Estado prover o acesso destes educando para referencialmente nas escolas públicas. A partir desta interpretação legal é possível notar perspectivas de uma nova era educacional. Com a Resolução n°.2/2001, que instituiu as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, houve um avanço no panorama da universalização e atenção à diversidade, na educação brasileira, com a seguinte recomendação: os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas se organizarem para o atendimento aos educando com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias, para a educação de qualidade. No entanto, a realidade desse processo inclusivo é bem diferente do que se propõe na legislação e requer muitas discussões relativas ao tema (BRASIL, 2007). As discussões sobre a Educação Inclusiva têm provocado polêmica, estridência e polarização no país, e um de seus maiores impactos tem incidido na Educação Especial. Num dos extremos, encontram-se aqueles que advogam a colocação de todos os estudantes, independente do grau e tipo de incapacidade, apenas e só na classe comum, além da eliminação total do atual modelo de prestação, baseada num continuum de serviço do ensino especial. No outro extremo estão aqueles que, apenas, renomeiam o que já existe como “inclusão”, ou seja: a colocação de todos os estudantes, independente do grau e tipo de incapacidade, na classe comum da escola próxima à sua residência. Assim, percebe-se que sob a bandeira da inclusão, se encontram práticas e pressupostos bastante diferentes (MENDES, 2001). Souza Pan (2001) afirma que o atual estágio do conhecimento científico que se tem sobre a educação de crianças e jovens, com necessidades educacionais especiais permitem concluir que a “inclusão total” (se entendida como a inserção de todas as crianças e jovens, independentemente do tipo e do grau de limitação; apenas e só na classe comum, por tempo integral) é uma resposta muito simplista e equivocada a um tema demasiadamente complexo e que, se caracteriza no momento, por uma confiança excessiva na retórica e pela falta de evidências científicas. É certo que a camada da população que mais cresce tem sido de fato aquela que vem desafiando a escolapública em vigor e que abarca as crianças com deficiências, com proficiência limitada, no uso da língua oficial ou na considerada língua 12 culta, que vivem na pobreza, sem lares, e de tantas outras crianças também consideradas no enorme grupo de risco de sofrerem falhas no processo de escolarização. Indubitavelmente, é necessário que as escolas mudem. E a proposta da educação inclusiva seduz, podendo fazer frente a esse desafio presente no sistema. Na visão de Pereira (2006), inclusão também depende de mudança de valores da sociedade e a vivência de um novo paradigma, que não se faz com simples recomendações técnicas, mas com reflexões dos professores, direções, pais, alunos e comunidade. Contudo, essa questão não é tão simples, pois, devem-se levar em conta as diferenças. Como colocar no mesmo espaço demandas tão diferentes e específicas, se muitas vezes, nem a escola especial consegue dar conta desse atendimento de forma adequada, já que lá também tem demandas diferentes? Enfim, um projeto de Educação Inclusiva no país, implicaria em ampliar e diversificar esta rede de serviços, e não diminuí-la, o que não significa que se deve assumir uma postura acrítica, frente aos serviços já existentes ao contrário, o equacionamento adequado de uma rede de serviços vai depender de uma redefinição de responsabilidade e de melhoria da qualidade de serviços. Em resumo, deve-se considerar, seriamente, a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, em classes comuns das escolas regulares, como uma diretriz política prioritária a ser adotada na realidade brasileira, pois em muitos municípios esta é a única oportunidade de acesso às escolas, dessas crianças (direito assegurado por lei). Entretanto, há que se considerar que a proposta deve manter a importância de se prover uma variedade de serviços, incluindo a manutenção das escolas especiais (MENDES, 2001). 3. OBSERVAÇÃO: No primeiro momento do meu estágio, utilizou-se o método qualitativo, o qual teve como principal ferramenta, o estudo de caso. Iniciou-se no dia 01 de novembro de 2019, na Escola do município de Urucará. Observou-se a estrutura física da escola, o quadro de funcionários, bem como as salas de aulas. Assim, este trabalho discorre sobre experiências vivenciadas no decorrer desse processo, fazendo a apresentação da instituição, a organização da Escola, o ambiente físico, aspecto humano e salientando o funcionamento da rotina escolar. O ponto de partida para a entrada na escola foi vivenciar de perto a realidade desta escola e compreender seus aspectos históricos e culturais levando em conta a educação inclusão do aluno com Deficiência Mental e Dificuldade de Aprendizagem que é o assunto principal do 13 meu trabalho que possibilite para um bom aproveitamento sob o olhar psicopedagogica na relação Ensino e Aprendizagem. A Escola tem como Lema o compromisso com o conhecimento e cidadania. Com a Missão de proporcionar uma educação edificada no comprometimento de todos os seus atores, visando formação integral do educando assegurando sua aprendizagem e permanência na escola, para intervir de forma crítica e transformadora na sociedade. Neste sentido, favorecendo o desenvolvimento do aprendizado de competência própria da atividade profissional e da contextualização curricular, com a ampliação do educando para desempenhar com êxito uma vida cidadã e para o trabalho, possibilitando também a observação sistemática do cotidiano na instituição escolar. Deste modo, considera-se a educação um dos setores mais importantes para o desenvolvimento de um país, pois é através dela que os cidadãos produzem conhecimentos e ajudam no crescimento pessoal e da nação em que vive, aumentando sua renda e qualidade de vida das pessoas inseridas no contexto. Assim sendo, o Estágio é um momento importante de análise metodológica, tendo como principais objetivos conhecer as regras que regem as aulas, bem como a dinâmica entre professor e aluno no processo de ensino e aprendizagem. No segundo momento me apresentei à escola para esclarecimento do Estágio em Psicopedagogia Clínica Institucional, onde fui recebida pela direção da escola. Foi analisado o laudo do aluno, buscando entender melhor sobre o caso como sua relação com a turma, e a relação da professora com I.C.O. A professora Nilza é graduada em Normal Superior, Pós- Graduada em coordenação Pedagógica, professora pela rede Municipal de ensino desde 1999. Trabalha na escola Municipal Reunido Tio Pedro, com alunos com necessidades Educacionais Especiais: Síndrome de Down, Deficiência Física, Transtorno Mental, Déficit de atenção com Hiperatividades. Figura 1: Escola Municipal Reunido Tio Pedro 14 Fonte: Escola onde ocorreu o Estágio. No primeiro momento ao entrar em sala de aula, me apresentei à professora e aos alunos, falei do meu objetivo em estar ali e me disponibilizei a ajudar no que fosse necessário, pois estaria fazendo o que estivesse no meu alcance. Observou-se que a professora trabalha com projetos Literários, relata que trabalhar com Fabulas é um gênero narrativo de composição Literária, cujos personagens são geralmente animais, força da natureza, ou objetos que representam características humanas. Essas histórias são geralmente feitas para crianças e terminam com um ensinamento moral de caráter instrutivo. O conto a lebre e a tartaruga é uma boa opção para se trabalhar com a Educação Especial, quando o assunto a ser abordado seja a diversidade e o respeito e a especificidade de cada um. Primeiramente foi realizada a acolhida com o recebimento dos alunos, depois a professora iniciou sua aula fazendo uma oração junto com a turma, em seguida cantaram duas músicas, também foi feita a chamada e posteriormente uma conversa com os alunos sobre os principais acontecimentos do dia-a-dia e sobre o tema. A professora pergunta aos alunos se já ouviram falar sobre a fábula ou se conhecem algumas. Através da resposta dos alunos, explica aos mesmos sobre o que são fábulas, então apresenta a fábula a ser trabalhada com os alunos “A Lebre e a Tartaruga, em seguida a professora lê a história em voz alta para os alunos contando de maneira bem divertida para chamar a atenção dos educandos. Nesse momento iniciará a roda de conversa para que os alunos possam conhecer melhor o texto, em seguida foram feita as perguntas sobre os personagens do texto. Os alunos demonstraram bastante interesse em ouvir. Em seguida foi distribuída para os alunos a atividade de desenho e pintura sobre o assunto. F i 15 gura 2- Texto a lebre e a Tartaruga Figura 3- Desenho e Pintura da Lebre e a Tartaruga No segundo momento os alunos assistiram ao um vídeo da fábula, À Lebre e à Tartaruga. Logo após o vídeo a professora questionou sobre o autor da fábula, o lugar onde aconteceu a história e o que mais eles gostaram na fábula. Em seguida perguntou sobre o assunto principal da história, e ainda trabalhou quantidade de animais que participaram da corrida na história, ainda trabalhou as quatros estações do ano Desenho e pintura, e sua importância. FIGURA: 5-Atividade Estação do ano FIGURA: 4-Atividade com nome No terceiro momento de aula a professora realizou a interpretação oral sobre a história perguntou aos alunos se já tinham visto uma tartaruga e uma lebre e onde cada um vive, como se movimentam do que se alimentam , com quem se parecem, também foi feita a leitura e à escrita do nome e dos objetos que havia na sala de aula como janela, quadro, mesa e armário. Foi utilizado o método do alfabetopara formação das palavras, porém apenas dois alunos conseguiram escrever os nomes corretamente, mas tiveram dificuldade. Fez a distribuição das atividades de desenhos e pintura das cenas da fábula para os alunos pudessem colorir. 16 FIGURA: 6-Atividade de desenho e Pintura em sala de aula. No quarto dia de aula foi desenvolvida a atividade lúdica montando quebra-cabeça. A professora começou sua aula apresentando aos alunos o quebra cabeça contendo as cenas da fábula para que os alunos pudessem montar, observando a cena original. Nesse momento, o professor observa a capacidade de raciocínio dos alunos montando o quebra-cabeça. Em seguida a professora perguntou aos alunos se tiveram dificuldade para montar o quebra- cabeça. FIGURA: 7-Quebra-Cabeça 17 No quinto dia de observação foi trabalhado em sala de aula através da dramatização, a professora realiza a roda de conversa com os alunos para informar da realização da dramatização da fábula trabalhada na seqüência, e deixa que os alunos manifestem quanto a suas escolhas dos personagens. Nesse momento cada criança será o personagem da fábula, que também terá participação das outras turmas com necessidades especiais educacionais, será realizado na quadra Arnon Matias, tendo como platéia, os pais, alunos e comunidade. A atividade da seqüência finalizou com a realização da dramatização da fábula “A Lebre e a Tartaruga.” FIGURA: 8- Dramatização na Quadra FIGURA: 9- Apresentação Materiais utilizados Papel Chamex, Papel madeira, E.V. A, Cola, Tesoura, T.N. T, Notebook, Data Show, Lápis de cor Pincel, Papel cartão, Máscara. Foi possível identificar avanços consideráveis no posicionamento da criança atendida, não apenas em sua aprendizagem, mas também pela superação da forma passiva como agia. Inicialmente, ele foi identificado pela professora como um aluno que não aprendia e que apenas o diagnóstico de algum transtorno poderia explicar sua inadequação em relação ao aprendizado. Após observar o aluno em diferentes ambientes e projetos da escola, verificou-se sua postura de ansiedade, dependência e ineficiência ante aos conteúdos que lhe eram apresentados. 18 Durante o estágio houve o desenvolvimento das seguintes atividades de colagem, pintura, e dessa forma, cabe relembrar o papel do professor na Educação Especial, não basta ser apenas um professor, e sim um ótimo professor que acredita na educação, que está disposto a lutar a cada dia de aula superando as dificuldades da linguagem, a acessibilidade, a falta de apoio, de recursos pedagógicos e principalmente a ter confiança e contribuir para a formação de cidadãos críticos e reflexivos que se iniciam seu desenvolvimento através da escola e do ensino para que assim esses objetivos possam ser alcançados na sociedade e não só no meio educacional, mas que a inclusão seja uma realidade na sociedade de modo geral. Deste modo destacamos as atividades escolares do projeto desenvolvidas em sala de aula, no que diz respeito ao aprendizado do aluno, assim apresentarei essas considerações em formato de tabela e ilustrações: Seqüência Didática Tema: Gênero textual Subtema: Fábula: “A Lebre e a Tartaruga” Justificativa: A fábula, como uma proposta de trabalho em uma classe inicial de alfabetização atende o educando integralmente, enriquecendo seu universo de conhecimentos e ao mesmo tempo, resgatando o lúdico, e o prazer no processo de aprendizagem. Objetivo Geral: Incentivar e estimular o prazer e o interesse pelo mundo da leitura levando a perceberem as mesmas possibilidades de um texto e tudo que nele está contido de conhecimento, sabedoria e informação. Competências: Desenvolver a leitura através da arte visual; Fazer com que o aluno desenvolva competência comunicativa, sua linguagem e a capacidade de reflexão Desperta no aluno o interesse pelos contos de fadas e as histórias fantásticas. Proporcionar práticas de valores, como o respeito ás Habilidades: -Interpretar textos orais a partir de histórias ouvidas e gravuras. - Expressar-se oralmente com clareza e objetividade. - Iniciar a discussão sobre a moral da história - Proposta de pintura e colagem. - Realizar corretamente a colagem dos animais. -Roda de conversa sobre os animais que aparecem na fábula. Conteúdo: -Gênero textual fábula, leitura, interpretação textual. -Números contagem e escrita -Animais, habitat, alimentação, como vivem e locomoção. -Estações do ano primavera, verão, outono, e inverno. -Desenhos criativos, pintura, colagem, e dobradura. 19 diferenças na convivência com os outros. Trabalhar a quantidade reconhecendo números de formas concretas, lúdica inclusiva. Definir os animais e suas principais características; Identificar as estações do ano; Desenvolver habilidades, através de desenho; -Reconhecer as características das quatro estações do ano. Disciplinas: Português, Matemática, História, Geografia, Ciências, e Artes. Tempo de duração: 5 aulas 20 3.1 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS OBSERVADOS. O processo da coleta e analise dos dados foi realizado com base em dados construídos em campo, leituras, entrevistas, questionários, documentos, observação, incluindo a observação da escola, o contato com os participantes da pesquisa e respostas aos questionários aplicados ao pai e a professora do estudante com deficiência intelectual. O foco que orientou os procedimentos de analise foi à verificação das dificuldades no processo de inclusão educacional do adolescente com necessidade especial, de acordo com a percepção de suas professoras e pais. Dessa forma, iniciei o meu trabalho fazendo um levantamento juntamente com a gestora da instituição, a respeito das possíveis crianças que pudesse ter alguma dificuldade de aprendizagem. A gestora nos informou sobre algumas crianças com esse problema e nos levou até a professora das mesmas, à qual nos apresentou uma das crianças, alegando que seria uma criança com Deficiência Mental que apresenta bastante dificuldade na aprendizagem. Segundo a professora o aluno apresenta dificuldade tanto na área de leitura quanto na escrita, na compreensão e na interpretação da área da linguagem. Além da dificuldade na fala, apresenta um ritmo lento para aprender, os quais foram constatados na entrevista pelo próprio pai da criança. Em seguida, realizamos um informe psicopedagógica da criança, ou seja, um levantamento dos dados pessoais do mesmo. Após esse primeiro momento, elaboramos algumas atividades com a ajuda do orientador do estágio e nos dirigimos novamente à escola para desenvolvermos essas atividades com a criança escolhida. Iniciamos com uma atividade dos testes projetivos, desenvolvidos através de uma sessão com produção de quatro desenhos realizados pela criança. Fizemos isso com o objetivo de identificar a modalidade de aprendizagem e proporcionar um meio concreto para que a mesma projete conteúdos que estão presente em seu inconsciente e investigar os vínculos que ela pode estabelecer na escola, na família e consigo mesma. Depois desse momento, realizamos as provas operatórias de Piaget. Foram realizadas em uma sessão com quatro atividades: primeiro a atividade de conservação de números, com o objetivo de compreender o processo de números, depois a atividade de conservação de matéria, com o objetivo de verificar se a criança 21 compreende a prova de conservação da matéria,e as transformações ocorridas perante seus olhares, como acompanharão o processo de transformação, em seguida a atividade de conservação de liquido, com o objetivo de estabelecer a equivalência entre os líquidos dos recipientes e por último, a atividade de inclusão de classe com o objetivo de avaliar o pensamento da criança, na hora das perguntas propostas. Para finalizarmos esse estudo sobre as possíveis dificuldades de aprendizagem da criança, realizamos uma entrevista com o pai do adolescente, à qual colaborou com o nosso trabalho respondendo todas as perguntas naquele momento. Em uma conversa informal com a professora, verificou-se que o aluno não tem freqüentado as aulas assiduamente, e que no ano passado teve um atraso no seu desenvolvimento, devido ao seu comportamento e falta de atenção. Em relação à instituição escolar, observou-se uma estrutura física adequada, bem conservada e pintada por dentro e por fora. O pátio da escola é bem amplo, possibilitando aos alunos movimentarem-se livremente, contém vários bancos posicionados ao longo do espaço e murais para a visualização dos trabalhos realizados pelos alunos. Há também um espaço bem amplo onde as crianças têm momentos de brincadeiras. As salas de aula são estruturadas com armários, murais, e um quadro branco e diversas carteiras. A escola conta também com: uma sala de informática equipada com computadores novos, oferecendo aos alunos momentos de aprendizagem online por meio de jogos educativos; uma sala de vídeo com várias cadeiras e uma televisão grande, e uma sala de leitura com estantes cheias de livros e mesas para estudo. A escola também possui uma sala de recursos, que disponibiliza diversos jogos e materiais pedagógicos a fim de auxiliar o professor no ensino dos conteúdos. O estudo de caso foi realizado no dia 01 a 29 Novembro de 2019, na Escola Reunida Tio Pedro. Observou-se no primeiro momento a estrutura física da escola, o quadro de funcionários, as salas de aulas, a sala de mídia. Considerando a queixa da professora da sala e as informações sobre as dificuldades de socialização e participação do aluno nas atividades, iniciou-se a coleta de dados referentes ao comportamento do aluno, dificuldades de aprendizagem e atitudes inadequadas por parte desse aluno. No segundo momento, foi analisado laudo do aluno, buscando entender melhor o caso. Em seguida, foi realizada a observação em sala de aula, bem como a relação das 22 professoras com o aluno a qual daremos o nome fictício de I. C.O e sua relação com os demais alunos. Durante as observações, notou-se que o aluno vem enfrentando dificuldade tanto na aprendizagem quanto na socialização e a falta de atenção. Notou-se que a professora tem dificuldade em incluir I. C. O nas atividades coletivas. A criança é um intenso realizador de seu próprio conhecimento, suas emoções e seu comportamento. As áreas do cérebro que possibilitam funções executivas são as últimas a amadurecer. A criança precisa estar apta a identificar e organizar os passos para completar uma tarefa independente, de modo a estar apta para o aprendizado. Os educadores devem perceber quais são os processos fundamentais para a prontidão da criança. Na infância, do nascimento aos sete anos de vida, a criança está desenvolvendo sua vida anímica, o corpo físico, os movimentos corporais, a coordenação motora, principiando sua vida de relações; e ainda o pensar e a força imaginativa e criativa. Os sistemas neurológicos e motor da criança, nessa fase, desenvolvem-se por meio da movimentação corporal, dos relacionamentos sociais, do impulso da criança no sentido de apreender o mundo e de aprender com o mundo. Por isso a importância do cuidado com os diferentes estímulos externos que afetam e formam todos os órgãos internos da criança. Segundo Piaget, no estágio das operações concretas, a criança já possui uma organização mental integrada, os sistemas de ação reúnem-se em todos integrados. É capaz de ver a totalidade de diferentes ângulos. Conclui e consolida as conservações do número, da substância e do peso. Apesar de ainda trabalhar com objetos, agora representados, sua flexibilidade de pensamento permite um sem número de aprendizagens. No caso da criança analisada, pudemos perceber que ela é capaz de interagir com objetos, criando significantes que o representam como desenhos, gestos, palavras ou outros objetos. Sabemos que a capacidade de representação da criança se manifesta de diferentes formas: a imitação, o desenho, a imagem mental e a linguagem. A linguagem escrita é evidente neste período, que além de fazer parte do sistema de representação, começa a ser objeto de interesse da criança, neste caso analisado, a criança apresenta dificuldade em fazer uso do domínio dos signos lingüísticos. 23 O desenvolvimento emocional é influenciado pelas aquisições cognitivas, neste caso, a criança deve ser encorajada a falar sobre os seus sentimentos, o que promove a empatia e a atitude solidária, sentir orgulho quando vence. A pertença a um grupo faz parte da sua identidade. A criança está preparada para socializar e comunicar mais eficazmente, pois é capaz de compreender o ponto de vista dos outros. As crianças escolhem amigos com características e interesses comuns e começam a explorar relações com crianças diferentes através da partilha, da interagir, do cumprimento e do encorajamento. As amizades envolvem o compromisso mútuo e “dar e receber”, o que promove a confiança e a reciprocidade. O suporte da família é de grande importância em todo o desenvolvimento da criança. Quando a escola oferece atividades práticas, alegres e criativas para a família e para a criança, isso promove o fortalecimento da ligação de todos e a construção da confiança. O desenvolvimento saudável da criança está diretamente ligado à participação da família nas atividades com os filhos, tanto em casa como na escola. A criança amplia muito, sua capacidade lingüística, com o uso de verbos simples, adjetivos e advérbios de tempo e de lugar. Enquanto as crianças mais novas falam para si mesmas ainda que estejam juntas com outras crianças, as mais velhas já são capazes de estabelecer trocas verbais com seus pares e os adultos. Nesse caso observado, por ser uma criança de sete anos, ainda apresenta muita dificuldade de se expressar, pois apresenta algum problema no que diz respeito a sua oralidade, também apresenta em alguns momentos dificuldade de organizar as ações através de uma seqüência lógica na realização de uma tarefa, apresenta dificuldades de aprendizagem, na leitura, na escrita e na matemática. Observando as áreas específicas que compõem o ser em sua totalidade, foi identificado que: Em relação à área cognitiva apresentou baixa atenção, baixa concentração. No nível emocional foram percebidos sentimentos de ausência da mãe, e baixa auto-estima, fato decorrente da separação dos pais. Acreditamos também que a criança necessita de um olhar diferenciado em sala de aula, cabendo aos professores, dar-lhe um suporte necessário para que o aluno possa ter oportunidade de resgatar sua auto-estima e melhorar o seu desempenho no processo de aprendizagem. Enfim, o aluno necessita de acompanhamento multidisciplinar com profissionais, a saber: psicólogo, fonoaudiólogo, assistente social e psicopedagogo; por 24 apresentar baixa capacidade de concentração, baixo alto-estima, cognitiva e conseqüentemente dificuldade de aprendizagem, fatores esses que influenciam negativamente no seu desempenho escolar. É necessário que escola e família responsabilizem-se pelo encaminhamento do aluno aos profissionais sugeridos. 4.INTERVENÇÕES A intervenção foi realizada com uma criança do sexo masculino, de 13 anos de idade, matriculadano 4º ano do Ensino Fundamental, em uma escola pública no Município de Urucará. Ele mora com o pai e mais três irmãos adolescentes, em casa própria. Iniciou sua escolarização no 1o ano na mesma escola onde estuda atualmente. Inicialmente realizou-se o contato com a diretora da escola. Foi lhe entregue uma Carta de apresentação que explicava resumidamente o trabalho para que ela pudesse autorizar a intervenção, bem como indicar um possível aluno para participar. Ela recebeu prontamente o trabalho, indicando uma criança que apresentava dificuldades em acompanhar a turma, estando atrasada em relação aos colegas. Após sua autorização, a diretora entrou em contato com a professora da turma e possibilitou uma conversa inicial. Em conversa com a professora, marcou-se o melhor dia para que ela pudesse ser entrevistada e aproveitou-se para lhe entregar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Este foi lido e assinado em duas vias, uma ficando com a professora e outra com a pesquisadora. Ela disponibilizou o Plano de Trabalho da escola, que serve como base para a construção do PPP, pois este estava em fase de atualização. A intervenção foi de 8 horas, sendo de caráter individual, a fim de conhecer o nível de aprendizagem do aluno e a outra coletiva, para mostrar que é possível introduzir os alunos com necessidades especiais de participarem de atividades juntamente com os demais alunos. É preciso que se faça adaptação à integração e a ludicidade em sala de aula, para que o aluno fique motivado a estudar. A proposta de intervenção Psicopedagógica tem como objetivo promover junto a instituição escola a transformação da realidade desejada. Para tanto se visa o despertar da necessidade de mudança no sentido de fortalecer a educação com o desenvolvimento de um espírito crítico e participativo. Para que isso se efetive propor aos docentes e demais funcionários momentos de reflexão acerca de suas possibilidades e limites. 25 Portanto, para a melhoria no desempenho escolar de I.C. O buscar aproximação com a professora, colocando o aluno sentado próximo da professora durante as aulas, a fim de que os vínculos afetivos com os elementos da aprendizagem possam ser melhorados. Realização de dinâmicas de grupo em sala de aula que visem maior aproximação de I.C. O com os demais estudantes da turma em sala de aula, para a realização de trabalhos individual e em grupo. A intervenção psicopedagógica representa um recurso importante, pois permite a aprendizagem e o desenvolvimento do sujeito, prevenindo assim possíveis dificuldades. Além disso, possibilita o desenvolvimento da aprendizagem de conteúdos escolares de forma lúdica e significativa. As observações foram planejadas intervenções voltadas para analise do nível de aprendizagem, para mostrar que através das atividades lúdicas, o estudante que apresenta Deficiência é capaz de aprender e desenvolver suas habilidades juntamente com os demais alunos. Sessão de intervenção psicopedagógica- 17/11/2019 Iniciou-se a intervenção Psicopedagogica tendo contato com o aluno, favorecendo a aproximação e sua confiança. Analisou-se através da atenção da criança em realizar as atividades e concentração através de desenho e jogo da memória. Procedimento e material utilizado: 26 FIGURA: 10- Desenho da Família FIGURA: 11- Jogo da Memória Solicitou-se que a criança fizesse o desenho de sua família, oferecendo-lhe uma folha em branco, um lápis de escrever, uma borracha e giz de cera. Terminado o desenho, perguntou-se sobre o desenho que havia desenhado e o que representava para ele. Em seguida espalhou-se o jogo da memória em cima da mesa e perguntou-se a ele se já havia brincado de jogo da memória com desenho, o aluno respondeu que sim. Após indagar se a criança conhecia a brincadeira, ela respondeu afirmativamente, ressaltando que adorava esse jogo. Em seguida, iniciou-se o jogo da memória. Ao iniciar o jogo, foram colocadas todas as imagens viradas para cima para que a criança pudesse visualizá-las em seus lugares e, depois, foram viradas para baixo. Essa sessão teve a duração de 40 minutos. O jogo teve um andamento normal, a criança errou e acertou os pares como qualquer comportamento típico de sua idade. Ao final, ela ganhou o jogo. Solicitou-se que contasse suas peças. Inicialmente contou sete, a pesquisadora pediu que contasse novamente para que o resultado fosse conferido. Após a recontagem obteve o valor oito. Ela contou também as peças, obtendo como resultado quatro. Essa foi à primeira intervenção avaliativa com a aluna. Ela demonstrou ter dificuldade na escrita, porém sua atenção e percepção aos detalhes do desenho do jogo da memória foram identificadas como normais. Além disso, ela foi receptiva, alegre e espontânea durante o atendimento. Sessão de intervenção psicopedagógica - 18/11/2019 27 Utilizaram-se as letras do alfabeto no cartaz da sala para que o aluno pudesse ler e formar o seu nome e as palavras. Ao mostrar as letras, solicitou-se a identificação e formação do seu nome com a letra do alfabeto espalhadas no chão. Para finalizar, ele escreveu as palavras e o seu nome formados em uma folha de papel A4. Inicialmente explicou-se a atividade à criança, mostrando-lhe os materiais e como deveria proceder. Em seguida, para verificar se ele conhecia as letras do alfabeto, solicitou-lhe que pegasse algumas (A, B, C e D). Sem nenhuma dificuldade ele identificou as letras. FIGURA: 12- Alfabeto Durante esse momento procurou-se parabenizar seus acertos, destacando sua capacidade em escrever corretamente as palavras. Foi possível perceber a insegurança da criança demonstrando duvidar se havia conseguido acertar. A proposta das tarefas lúdicas que seguem apresenta-se como sugestões para o trabalho direto com alunos que podem se apropriar do sistema da escrita, identificando a grafia das sílabas e palavras. Porem, os jogos e brincadeiras podem ser modificados/adaptados de acordo com a necessidade do aluno. Sessão de intervenção psicopedagógica - 19/11/2019 28 FIGURA: 13-Jogo das Silabas e palavra Conteúdo: Sílabas e Palavras Objetivos: Compor palavras a partir da junção de sílabas/figuras; Ordenar sílabas para formar palavras; Relacionar sílaba/som inicial e final. Metodologia: A tarefa consiste em pedaços de papel cartão com figuras e, abaixo das mesmas, a palavra correspondente. As cartelas são cortadas em tiras verticais de forma que cada sílaba corresponda a um pedaço da figura. Possibilidade de Exploração: Entregar para o aluno o conjunto de tiras que formam cada figura e palavra; Propor que com a junção das tiras descubra que palavra pode ser formada; Pedir que dissesse qual é sílaba inicial e final; Fazer relação com outras palavras com a mesma sílaba inicial. Sessão de intervenção psicopedagógica - 20/11/2019 As tarefas lúdicas aqui propostas serão trabalhadas com o intuito de possibilitar que alunos com DI, mesmo com suas limitações, tenham condições de ampliar sua aprendizagem, desenvolvendo seu potencial cognitivo. Sabendo que todos podem ser beneficiados com a educação escolar, ou seja, com práticas pedagógicas que proporcionem avanços, não importa o nível que cada um alcançará, é preciso investir no 29 aluno, no seu processo de aprendizagem, encontrando maneiras significativas de ensinar. TAREFAS LÚDICAS Figura 14: Jogo Construído - SILABOL Conteúdo: Sílabas e Palavras Objetivos:Identificar sílabas; Relacionar as sílabas com o som inicial de palavras; Formar palavras tendo como parâmetro a sílaba inicial. Metodologia: O jogo envolve a formação de palavras através das sílabas com a vogal “A” (A, BA, CA, DA, FA, GA, JA, LA, MA, NA, PA, QUA, RA, SA, TA, VA, XA, ZA). Os alunos lançam a bola dentro de uma caixa com diversas sílabas e em seguida tentam formar palavras com as sílabas sorteadas. São diversas as possibilidades e estratégias: O aluno fala à sílaba que a bola caiu; O aluno diz uma palavra que inicia com a sílaba sorteada; O aluno joga mais de uma bola e tenta formar palavras com as sílabas sorteadas ( 2 bolas: palavras dissílabas; 3 bolas: palavras trissílabas, ...) O professor pode estipular prêmios ou vantagens para quem acertar, de acordo com a regra estipulada. O aluno que começa a partida lança a bola dentro da caixa. A sílaba sorteada será parâmetro para o jogador formar as palavras. As palavras formadas serão escritas em fichas e guardadas em envelopes individuais de cada aluno. Ganha o jogo 30 quem tiver mais palavras Sessão de intervenção psicopedagógica - 21/11/2019 Juntando Pedacinhos ás figuras Figura 15: Atividade construída - JUNTANDO OS PEDACINHOS ÀS FIGURAS Conteúdo: Sílabas e Palavras Objetivos: Identificar sílabas; Relacionar as sílabas com o som inicial de palavras; Perceber que precisamos das sílabas para formar palavras. Metodologia: A tarefa é composta com fichas com figuras cujos nomes são compostos pelas sílabas com a vogal “A” (A, BA, CA, DA, FA, GA, JA, LA, MA, NA, PA, QUA, RA, SA, TA, VA, XA, ZA) e tampinhas de garrafas com as sílabas correspondentes de cada uma. O aluno deverá relacionar as sílabas com a figura correspondente. Obs: no início são utilizadas palavras que tenham apenas sílabas com a vogal “A” (bala, pata, gata, mala, vaca, banana, macaca ...Sessão de intervenção psicopedagógica - 22/11/2019 31 CAÇA PALAVRAS Figura 16: Jogo Construído - CAÇA PALAVRAS Conteúdo: Sílabas e Palavras Objetivos: Identificar sílabas; Faz leitura de sílabas; Formar palavras. Metodologia: O jogo é composto por um tabuleiro formado por diversas sílabas com a vogal “A” em tampinhas de garrafas (A, BA, CA, DA, FA, GA, JA, LA, MA, NA, PA, QUA, RA, SA, TA, VA, XA, ZA). O aluno com a ajuda de um elástico deverá formar nome de animais, frutas (gata, pata, macaca, banana, jaca, vaca,...) São diversas as possibilidades e estratégias: O aluno pode jogar sozinho ou em duplas (cada aluno seleciona uma palavra); ganha o que formar mais palavras. O aluno poderá também apenas identificar as sílabas. Sessão de intervenção psicopedagógica - 25/11/2019 Objetivo: Auxiliar a criança no desenvolvimento da leitura e da escrita. 32 -Procedimento e material utilizado: Figura 17: Jogo Construído - ROLO SILÁBICO Conteúdo: Sílabas e Palavras Objetivos: Identificar e ler sílabas; Associar à figura a escrita da palavra; Formar palavras. Metodologia: O jogo é composto por um rolo construído com: canos de papelão e tiras de cartolina com figuras e sílabas. O aluno gira as tiras podendo escolher uma figura e as sílabas correspondentes para formar a palavra. O brinquedo estimula a criança a formar palavras através das imagens e das sílabas que a criança deverá selecionar para a construção de cada palavra. Obs: No início as palavras devem ser compostas apenas por sílabas com a vogal “A” e o professor pode trabalhar com palavras de acordo com a capacidade dos alunos (monossílabas, dissílabas, trissílabas) Sessão de intervenção psicopedagógica - 26/11/2019 33 SILABANDO Figura 18: Jogo Construído – SILABANDO Conteúdo: Sílabas e Palavras Objetivos: Identifica sílabas; Identificar sílabas que formam as palavras; Formar os nomes das figuras; Metodologia: O jogo é formado por cartelas com figuras e quadrinhos vazios correspondentes a quantidade de sílabas e várias fichas com as sílabas (quantidade de acordo com as figuras/palavras escolhidas): A, BA, CA, DA, FA, GA, JA, LA, MA, NA, PA, QUA, RA, SA, TA, VA, XA, ZA. O professor distribui as cartelas para os alunos e, cada um deverá preencher os quadrinhos formando o nome da figura, pedindo ajuda dos colegas do grupo quando for necessário; O aluno que completar a cartela primeira será o vencedor. 4.1 REGRISTRO E ANÁLISE DAS INTERVENÇÕES. 34 As intervenções foram planejadas na escola Tio Pedro no município de Urucará referente à inclusão e dificuldade de aprendizagem do aluno com Retardo Mental moderado no ensino e aprendizagem. Para a realização do diagnóstico institucional foi utilizada a observação do aluno em sala de aula e no recreio entrevista com a professora a diretora, a coordenadora, com o pai, estrutura física da instituição, análise do projeto Político Pedagógico, levantamento do perfil do aluno e de sua família, aplicação de questionário para as professora do aluno. Inicialmente realizou-se o contato com a diretora da escola. Foi lhe entregue uma Carta de Apresentação que explicava resumidamente o trabalho, para que ela pudesse autorizar a intervenção, bem como indicar um possível aluno para participar. Ela recebeu prontamente o trabalho, indicando uma criança que apresentava dificuldades em acompanhar a turma, estando atrasada em relação aos outros colegas. Após sua autorização, a diretora entrou em contato com a professora da turma e possibilitou uma conversa inicial. Em conversa com a professora, marcou-se o melhor dia para que ela pudesse ser entrevistada e aproveitou-se para lhe entregar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Este foi lido e assinado em duas vias, uma ficando com a professora e outra com a pesquisadora. Realizou-se a análise do Plano de Trabalho da escola, documento que serve como base para a produção e/ou atualização do Projeto Político Pedagógico, no mesmo dia em que o trabalho foi apresentado para a diretora. Ela autorizou a leitura cuidadosa do projeto, disponibilizando cópias do documento. Esse contato inicial deixou ótimas expectativas para a pesquisadora, que foi muito bem recebida tanto pela diretora quanto pela professora. 4.2 REGISTRO DA AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA BASEADA EM LAUDO DE NEUROPEDIATRA 35 LAUDO O adolescente I.C.O 13 anos é portador de Retardo Mental Moderado,qual dificulta o seu aprendizado e socialização pela falta de atenção. O quadro é decorrente do parto de uma gravidez dificil. Deve frequentar o ensino regular, com acompanhamento de monitora durante as aulas. CID= F.83 + F.71 AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA O aluno I.C.O vem apresentando dificuldades em seu aprendizado, referente ao comportamento e a falta de atenção que dificulta a sua aprendizagem em sala de aula. Atualmente o aluno não participa das aulas em relação ao círculo de amizade consegue se relacionar bem com seus amigos dentro e fora da escola. O aluno é bem participativo, com relação o fazeres de casa. A professora me disse que I.C. O não consegue acompanhar a turma. A atividade que ela passa para o aluno fica tudo incompleto, não zela pelo seu material, tem dificuldade para copiar do quadro é um aluno esperto, mas não consegue se comportar na sala de aula. O pai relatou que I.C. O tem dificuldade para se expressar oralmente, vem fazendo tratamento com omédico neuropediatra foi comprovado que I.C. O apresenta Deficiência mental. Essas informações foram elaboradas após entrevista com a professora. A professora Mary, tem 33 anos de idade atuou como professora do AEE atendimento educacional especializado formada em Letras pela Universidade Luterana do Brasil- 36 ULBRA, com especialização em: Docência do ensino Fundamental, médio e Superior, Educação Especial Inclusiva Alta Habilidades e Letramento Digital pela UEA, atualmente cursando o 2º período de Pedagogia pela Universidade Federal do Amazonas- UFAM e cursando o 4° período do mestrado, Ciência da Educação pela Universidade Absolute Christian na Florida-USA. Embasa-se no PPP, amparado por lei, os direitos do aluno com Necessidades Especiais Educacionais. A Escola reunidos Tio Pedro de forma acolhedora e pedagógica recebe os portadores de Necessidades Especiais oportunizando uma aprendizagem eficiente, trabalhando também os professores que atuam na área, oferecendo-lhes capacitações para um melhor atendimento, essa capacitação é feita através da tecnologia, cursos online. O processo de ensino aprendizagem dar-se de acordo com as especialidades de cada aluno, pois a escola oferece uma sala própria para o atendimento Educacional Especializado, onde recebe os alunos com Especialidade diferentes. As estratégias são diversificadas de acordo com a deficiência de cada aluno, mas no primeiro momento a escola recebe e acolhe esse aluno igualando a todos. Os alunos são inseridos na sala de aula normal, pois é preciso que eles socializem com os demais alunos, e duas vezes por semana esse aluno é levado para a sala, para ter todo o ensino que sua deficiência exige, tendo como suporte os profissionais Fisioterapeutas, Fonoaudiólogos, Dentistas, psicólogos, que são parceiros nesse processo, pois apesar de serem atendidos com esses profissionais, precisam de apoio familiar. Igualando respeitando principalmente fazendo com que demais alunos se coloquem no lugar do outro das desenvolvendo assim trabalho em equipe, pois é escencial para o desenvolvimento de todos. Assim o aluno se sente valorizado, o grupo não vê como alguém indiferente, mas sabe que tal aluno precisa de cuidados especiais principalmente quando se trata de um cadeirante ou deficiente visual. È trabalhado a motivação, pois são professores especializados na área, é feito todo um trabalho psicológico com o aluno. As atividades são diversificadas de acordo com suas especialidades, tendo autonomia para realizar seus trabalhos sozinhos sem depender muito da ajuda da professora. 37 Para lidar com as dificuldades, dentro da sala de aula, o aluno especial é desafiado, nesse contexto cabe o professor oportunizar possibilidade para que o aluno consiga assimilar o conteúdo abordado. A professora relata que o tempo para o aluno realizar o seu trabalho em sala de aula dura em média 4 horas uma aula toda. É notório o esforço de cada aluno especial, respeitando sempre o seu ritmo e limite. O aluno de imediato é desafiado nas atividades propostas, mas através das orientações consegue assimilar e realizar com eficiência. O aluno consegue associar de forma positiva, participando com autonomia relatando suas experiências e compartilhando na sala de aula. Conhece suas potencialidades e segurança e com muita autonomia no espaço escolar e na sala de aula. Lidando com coragem e determinação, pois sabe que precisa superar suas dificuldades cada vez mais. Quando pode organizar faz isso, mas existem alunos que precisam de ajuda do colega no caso dos deficientes visuais e auditivos, neste caso quando as atividades são feitas no chão. Sobre o assunto deficiência de alunos com necessidades especiais é desafiador para o professor também, é preciso que esta seja engajada no assunto a ser avaliado, é preciso um olhar mais humano e uma estrutura psíquica, para orientar os alunos se não forem bem na avaliação. Os meio que são utilizados para avaliar o aluno são por meio da freqüência participação e interesse na aula. Com relação à família diz que sempre esteve presente na vida do filho dando apoio à professora ajudando o jovem a ter um bom comportamento e avançar na escola por meio de conversa e reforço positivos. Essa parceria entre a professora e a família permite que o adolescente construa o seu espaço no grupo em que convive. O pai tem sido muito presente na vida do seu filho, ajudando nas atividades escolares e lazer. Participando ativamente de reuniões e eventos realizado na escola. Acompanha sempre o desempenho de seu filho, verificando as notas de trabalhos e atividades realizadas na escola, para saber como esta o seu desenvolvimento se esta avançando no processo de ensino e aprendizagem no contexto escolar. 38 Essas informações foram elaboradas após entrevista com os pais. O pai O. P. O, com 45 anos, profissão agricultor, grau de escolaridade ensino médio completo, a mãe cursou até o 4° ano do ensino fundamental. Os pais são separados, os filhos ficaram sobre os cuidados do pai, o qual cuida com muita dedicação e empenho, sua religião é Evangélica. O pai trabalha na agricultura e trabalhos autônomos no horário da manhã e da tarde, a mãe e domestica e faz trabalhos autônomos, mas não convivem juntos. O pai e os filhos moram em casa própria, cada um tem seu próprio quarto, o aluno tem o acompanhamento diariamente pelo pai. Na casa moram quatro filhos, um genro, um neto. A convivência entre o pai e mãe era normal antes da separação. A educação é fundamental no desenvolvimento e aprendizagem da criança. O filho tem um bom relacionamento e respeito com o pai. Possui uma alimentação saudável por recomendação médica não há problema de alimentação o pai sempre oferece frutas e verduras, tendo como preferência em comer carne, frango com arroz, feijão e macarrão raramente come peixe. A higiene é ensinada pelo pai como jogar lixo na rua, não pode jogar sacolas no chão, usar roupas limpas, andar calçados, lavar as mãos antes da das refeições, as frutas e verduras antes de comer. O pai relata que o filho não apresenta problema no sono, dorme tranqüilo, somente quando vai à escola que acorda cedo. Tendo horário para tomar banho e dormir. Gosta de vestir roupas diferenciadas como calças, camisas e bermudas e sapatos. O pai diz que é ele quem escolhe as roupas para o filho. As atividades Física a preferência é jogar bola, brincar de correr, pular, saltar, e se locomover. Enquanto a saúde de I.C. O, tem acompanhamento médico, à vacinação esta tudo em dias, só quando é necessário fazer uma consulta o pai leva ao médico e ao dentista. Quando o pai trabalhava a criança ficava em casa com a filha mais velha. Atualmente não trabalha mais fica sobre os seus cuidados. O pai diz que o filho tem segurança, amor, tem muita proteção, carinho e cuidado por parte dele como dos irmãos mais velhos. No convívio social, tem vários amigos, relaciona-se bem com seus amigos dentro e fora da escola, mas porem ele é nervoso e agitado diz o pai. Ele participa dos afazeres de casa sempre disposto em ajudar o pai e os irmãos. 39 O pai procura explicar para a criança tudo sobre o desenvolvimento sexual, o que é certo e errado tem que se prevenir. Quanto ao abuso sexual que vem ocorrendo nos dias de hoje, o pai orienta o filho na questão das amizades tem que saber escolher suas amizades, tomar muito cuidado, pois muita criança vem sofrendo abusos sexuais. O aluno não apresenta medos, pois o pai esta sempre acompanhando,conversando com o filho incentivo sempre a fazer atividades de lazer, procurando mante-lo ocupado em alguma atividade física que ele gosta. Na questão da saúde da criança, não apresenta nenhum problema de saúde. Foi diagnosticado outro tipo de deficiênciao Autismo na família e a deficiência intelectual o Retardo Mental moderado. Na família existe somente a dependência da bebida alcoólica. O pai diz que é fundamental a escola na vida de uma criança principalmente no processo de ensino e aprendizagem, pois é na escola que a criança desenvolve o seu potencial. A professora foi capacitada para trabalhar com aluno deficiente nas dificuldades de aprendizagem, porém os recursos utilizados não são suficientes para suprir as necessidades do aluno. Na aprendizagem do deficiente, não é fácil lidar com a situação, é complicado exige uma atenção e preocupação muito grande por parte do pai. Ele apresenta uma lentidão muito grande em avançar no seu aprendizado. A criança se sente motivada pra ir á escola fica alegre feliz, mas muitas das vezes não tem ânimo para estudar. Mas é próprio da criança quando se tem deficiência intelectual, reagir dessa forma. A convivência com as outras crianças é de suma importância no desenvolvimento cognitivo do aluno. Tem um relacionamento muito bom com a professora, pois a mesma interage e tem um carinho muito grande pelo aluno. O pai tem acompanhado seu filho, ajudando a fazer as atividades escolares. Tem sido um pai muito presente na vida de seu filho, participando ativamente de reuniões e eventos realizado na escola, verificando as notas de trabalhos e atividades realizadas na escola para saber como esta o seu desenvolvimento durante o processo de ensino e aprendizagem no contexto escolar. I. C.O é um menino de 13 anos de idade que estuda atualmente na escola Tio Pedro no município de Urucará-Am, reside no bairro do Paraíso com quatro filhos, um genro, um neto, e seu pai de 45 anos, profissão agricultor, grau de escolaridade, ensino médio completo. Iniciou a vida escolar sem maiores problemas de adaptação. Já na aprendizagem está enfrentando dificuldade, com baixo rendimento escolar, faz parte de 40 uma família que esta sempre preocupada com sua aprendizagem. As dificuldades de I.C. O estão concentradas nos traçados das letras e números, na pronúncia das palavras, no agrupamento de quantidades e na aceitação de opiniões alheias ou situações que divergem daquelas de seu interesse. Necessita de incentivo à iniciativa e atenção focada no trabalho com mais tempo e dedicação enquanto os desenvolve. O traçado das letras pode ser estimulado através de atividades de aumento e diminuição dessas, por exemplo, escrevendo e desenhando em papéis de diferentes tamanhos e formatos. As dificuldades no traçado das letras e números podem ser superadas por meio de situações de aprendizagem que incentivem a motricidade fina e cria uma atmosfera lúdica, por meio da linguagem oral e escrita de desenho, pintura, colagem, dobradura, vídeo, jogos de dominó, quebra-cabeça, jogo da memória, baralho, músicas, histórias e conversa na rodinha com os alunos, incentivando assim a compreensão dos limites de espaço. Sugere-se que em relação à fala haja acompanhamento fonoaudiólogico, visto que poderá interferir no processo de alfabetização quanto à consciência fonológica. A avaliação mencionada acima se refere ao parecer elaborado por observação e intervenção psicopedagógica individual e coletiva, entrevista entre pais e professor e laudo médico. Essa conclusão foi elaborada após análise de todas as informações do laudo. _________________________________________________________________ (Nome Completo) Psicopedagogo (a) Clínico (a) e Institucional em formação pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI 41 5 .CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho foi de suma importância na ampliação dos nossos conhecimentos sobre o papel da psicopedagogia institucional no processo de ensino e aprendizagem. Portanto a realização deste me forneceu uma base para perceber o funcionamento da instituição escolar a fim de compreender os processos de desenvolvimentos e da aprendizagem humana recorrendo a várias estratégias de trabalhos objetivando intervir na problemática que esteja impedindo o processo de ensino e aprendizagem do aluno com retardo mental moderado, que venha facilitar ao aluno deficiente no seu desenvolvimento escolar. Consideramos que o objetivo da Psicopedagogia é a intervenção, é fazer a mediação entre o aprendiz e seus objetos de conhecimentos, utilizando um método mais preciso e eficiente. Para se entender o problema de aprendizagem, fez-se necessário realizar diagnósticos e intervenções psicopedagogica, considerando os fatores tanto internos quanto externos com relação o sujeito. Concluímos enfim, que a intervenção psicopedagógica é imprescindível para a busca de superação, visando o desempenho dos alunos no processo de aprendizagem escolar, de forma que possa encontrar meios para ajudá-los nas suas dificuldades. Este estágio supervisionado foi de grande valia para ampliar os nossos conhecimentos sobre o papel da psicopedagogia no processo de aprendizagem infantil, principalmente no que diz respeito à dificuldade de aprendizagem, pois não tem como ver a aprendizagem apenas no sentido apreensão, mas em sua totalidade incluindo as suas dificuldades. Possibilitou-nos também conhecer e vivenciar a atuação de um psicopedagogo em uma instituição escolar, bem como compreender a sua importância nesse meio social, frente a uma sociedade repleta de fatores que interfere na aprendizagem do indivíduo. Pudemos perceber que a atuação psicopedagógica é bastante abrangente, pois interfere de forma direta ou indireta em todos os espaços que influenciam a aprendizagem do aluno: família, escola, social, individual, etc. Consideramos que um dos objetivos da Psicopedagogia é a intervenção, a fim de "colocar-se no meio", de fazer a mediação entre o aprendiz e seus objetos de conhecimentos, utilizando alguns meios para auxiliar o método. Por conta disso, para entender os problemas de aprendizagem fez-se necessário realizar diagnósticos e intervenções, considerando os fatores tanto internos quanto 42 externos ao sujeito, para assim levantarmos um possível diagnóstico e procurarmos reivindicar a intervenção cabível. Concluímos enfim, que a intervenção psicopedagógica é imprescindível para a busca de superação, visando o desempenho dos alunos no processo de aprendizagem escolar, de forma que possa encontrar meios para ajudá-los nas suas dificuldades. Através da realização do trabalho que se pautou em pesquisa bibliográfica e estudo de caso, foi possível alcançar os objetivos propostos de analisar a política de inclusão e os seus reflexos nos processos de socialização e de aprendizagem de alunos com necessidades especiais, observando sistematicamente o interesse e o comportamento dos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem, decorrentes das suas necessidades educacionais especiais. Através das observações também realizamos uma análise sobre o cotidiano da escola, verificando até que ponto a escola está realmente sendo um espaço inclusivo. A legislação e os textos pesquisados para a elaboração desse trabalho sobre educação inclusiva deixam bem claro que renovação pedagógica exige, em primeiro lugar, que a sociedade e a escola adaptem-se ao aluno com necessidades especiais, e não o contrário. Em segundo, que o professor, que é considerado o agente determinante da transformação da escola, deve ser preparado adequadamente para gerenciar o acesso às informações e conhecimentos por parte dos alunos. Percebe-se que as professoras estão preparadas para exercer o seu papel na educação inclusiva, isso tem uma grande importância diante das inovações educacionais, podendo garantir uma educação de qualidade para todos, levando em conta o número de alunos e as circunstâncias em
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