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Cuidados de Enfermagem no Pós-Morte Prof. Ms. Allan Batista Morte O humano é o único ser vivente que tem plena consciência da própria finitude, por isso os rituais funerários o acompanha desde seus primórdios, como atitude reverencial diante do mistério da morte. Morte • Negação e isolamento • Raiva, ira ou revolta • Barganha • Depressão • Aceitação Negação e isolamento “Não, eu não, não pode ser verdade!” Configura a fase de não aceitação, caracterizada como defesa à dor psíquica frente à possibilidade de morte. Nesta etapa a pessoa não quer aceitar o que está acontecendo e acha que foi um engano. Raiva, ira ou revolta “Por que eu? Por que está acontecendo comigo? O que fiz para merecer?” Os relacionamentos nessa fase tornam-se conflituosos, todo ambiente é atingido pela revolta de quem sofre (indivíduo e família). A dor psíquica pela necessidade de enfrentamento da morte aparece em atitudes agressivas. Sente-se injustiçada! O alvo da cólera é Deus, a equipe de saúde e algumas vezes a família. Barganha “Sim, eu, mas... faço qualquer acordo para adiar o desfecho inevitável!” Trata-se de uma fase de negociação consigo mesma, mas geralmente são promessas feitas a Deus e mantidas em segredo. As promessas incluem uma vida dedicada, mudança de comportamento, em troca de um maior tempo de vida ou mesmo de cura. Nessa fase pode haver a participação da família nas promessas feitas. Depressão “Sim, eu... não há como negar!” Na existência de debilidade física e quando não há mais como negar a sua condição, quando já passou pela fase de revolta, percebe que a barganha não irá resolver, surgindo um sentimento de grande perda. Sente-se impotente, desesperançada! É uma fase caracterizada por sentimentos profundos de tristeza e angústia e geralmente a pessoa não deseja ser cuidada e quer ficar sozinha. Aceitação “Estou pronto!” Experimentar essa fase significa que o processo até a morte pode ser acompanhado num clima de paz, compreensão, dignidade e colaboração com outras pessoas, familiares e a equipe de saúde. Já não há desespero, nem negação da realidade, sem barganhas, raiva ou depressão. FORMAÇÃO PROFISSIONAL PARA LIDAR COM A MORTE UM NOVO OLHAR PARA O CUIDAR DIANTE DO PROCESSO INICIAL DA FINITUDE Alterações no organismo após a morte Esfriamento do corpo (algor mortis): ocorre rapidamente devido à ausência do metabolismo, atingindo a temperatura ambiente em 24 horas. Rigidez cadavérica (rigor mortis): os músculos entram em estado de contração, pela falta da adenosina trifosfato (ATP), processo que se inicia entre 2 e 4 horas após a morte, manifestando-se primeiro na face, mandíbula, pescoço, tronco, MMSS e MMII, desaparecendo geralmente após 96 horas após o óbito. Alterações no organism após a morte Hipostase post mortem (livor mortis): caracterizada pela deposição (estagnação) de sangue em partes inferiores, resultando em manchas vermelhas ou azuladas no corpo. Putrefação: ocorre devido à desintegração do organismo (autólise), devido à ação normal das bactérias, processo acelerado pelo calor ambiente. Cuidados Pós-morte Material: Material para higiene corporal; Algodão; Pinça longa ou abaixador de língua; Ataduras, gazes e éter; Maca sem coxin; Lençóis e capa para óbito; Etiquetas de identificação. PROCEDIMENTO: Preparo do corpo após a morte Cuidados Pós-morte Procedimento: Confirmar o registro do óbito em prontuário ou outro documento legal; Permitir que a família tenha alguns momentos com o ente querido antes do preparo; Garantir a privacidade; Iniciar a limpeza do corpo retirando as extensões (drenos, punções venosas, tubos); Realizar a higiene no sentido céfalo-caudal; Renovar curativos se necessário; Proceder o tamponamento das cavidades naturais (ouvidos, nariz, boca, ânus e vagina) utilizando algodão em boa quantidade e pinças; PROCEDIMENTO: Preparo do corpo após a morte Cuidados Pós-morte Procedimento: Manter os olhos fechados fxando-os com esparadrapo, se necessário. Retirar após enrijecimento do corpo; Fixar o queixo e mãos; Identificar o corpo com etiqueta que deve conter: nome completo, data e hora do óbito, nº de registro e profissional que preparou o corpo; Proteger o corpo com lençol ou capa mortuária; Encaminhar ao necrotério e entregar o corpo e pertences ao familiar responsável PROCEDIMENTO: Preparo do corpo após a morte Referências POTTER, P. A.; PERRY, A. G. Fundamentos da Enfermagem. 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015 GOMES, C. O. et al. Semiotécnica em Enfermagem. Natal, RN: EDUFRN, 2018.
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