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Fundação CECIERJ – Vice Presidência de Educação Superior a Distância CEDERJ - CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DISCIPLINA BIOFÍSICA SEGUNDA AVALIAÇÃO PRESENCIAL – AP2 2006_2 1. Observou-se a emissão radioativa de um dado elemento, em dois momentos diferentes. No primeiro momento, observou-se que após a emissão, o elemento filho tinha diminuído seu número de massa. Num momento posterior, verificou-se que o elemento filho mantinha o mesmo número de massa que o elemento pai. Qual o nome do processo em questão? É possível, somente com estas informações, identificar os tipos de emissão que ocorreram? (Sua resposta deve ser baseada em argumentos e justificativas. Não serão aceitas respostas “sim” ou “não”) RESPOSTA O nome do processo em questão é decaimento radioativo, que se caracteriza pela emissão de radiações a partir do núcleo de átomos de certos elementos químicos, levando à transmutação desses átomos em átomos de outro elemento. Sim, as informações são suficientes para a identificação do tipo da radiação ocorrida em cada etapa descrita. Na primeira, se o número de massa do elemento diminuiu então a emissão foi αααα, ou seja, os átomos do elemento pai perderam um núcleo de He (dois prótons e dois nêutrons), resultando num elemento filho de número de massa menor. Na segunda, se não houve alteração do número de massa, é porque foi uma emissão ββββ, equivalente à transformação de um nêutron em um próton, ou de um próton em um nêutron. 2. As interações das radiações ionizantes com a matéria dependem fortemente do tipo da radiação. Considerando este fato, discuta a(s) diferença(s) das interações provocadas pelas radiações α e β, com a matéria. Discuta ainda a diferença fundamental entre a interação provocada por radiações corpusculares e aquela provocada por ondas eletromagnéticas, como o raios-X via o efeito foto-elétrico. RESPOSTA A interação de radiações corpusculares, tais como αααα e ββββ, com a matéria, é fundamentalmente coulombiana uma vez que se trata de radiações constituídas por partículas carregadas. Isto é, as partículas (radiações) interagem através de forças elétricas atrativas/repulsivas com as cargas eletrônicas e dos núcleos dos átomos do meio sobre o qual incidem. As radiações αααα (um núcleo de He) são partículas maiores que as ββββ (elétron ou pósitron), tendo massa e carga mais altas. Em razão dessas características, as radiações αααα têm comportamento distinto daquelas ββββ: por terem maior massa, as αααα têm maior probabilidade de choque com os átomos da matéria irradiada e, em conseqüência, tem um alcance menor, pois perdem sucessivamente a sua energia e assim sua capacidade de produzir ionizações é bem menor; ainda em razão da massa maior, radiações αααα de mesma energia que uma ββββ apresentam menor velocidade que esta ultima. As partículas ββββ têm alcance cerca de 600 vezes maior que as αααα; além disso essas radiações podem provocar excitação dos núcleos dos átomos e também raios – X, pelas colisões com os elétrons do meio. Fundação CECIERJ – Vice Presidência de Educação Superior a Distância A interação de radiações eletromagnéticas, tais como os raios X e os γγγγ, com a matéria dá-se por processos outros que não são coulombianos, como o efeito fotoelétrico, efeito Compton e formação de pares, a depender da faixa de energia em que se encontre a radiação. No efeito fotoelétrico (energias menores que 200keV), toda a energia do fóton da radiação incidente é transferida para o elétron, o qual é ejetado do material com uma energia igual à diferença entre a energia do fóton incidente e a energia de ionização do elétron. No efeito Compton (energias entre 200 keV e 1,5MeV), o fóton incidente é espalhado pelo elétron do meio e desviado de sua trajetória original, com sua energia cinética reduzida. Na formação de pares (energias superiores a 1,5MeV) o fóton incidente desaparece dando lugar ao par pósitron-elétron. 3. Radiografias são feitas de duas amostras de materiais biológicos (A e B) supostamente diferentes. Como resultados da análise das radiografias têm-se as seguintes informações: consegue-se detectar a mesma intensidade do raio X na chapa, para ambas as amostras de A e de B, quando se ajusta a intensidade do raio X incidente sobre B para a metade da intensidade do raio incidente sobre A, e a espessura da amostra B é ajustada para duas vezes a espessura da amostra A. O que se pode dizer sobre os coeficientes de absorção dos materiais A e B? (Sua resposta deve ser respaldada por cálculos). RESPOSTA A intensidade do raio absorvido pelas amostras A e B é, de acordo com a lei de absorcao, dada, respectivamente por: XB XA B A eII eII µ µ − − = = 0 0 Temos que a intensidade será a mesma para AB A B xxe I I 2 2 0 0 == . Então, igualando as intensidades das duas amostras para estas conduções temos: Fundação CECIERJ – Vice Presidência de Educação Superior a Distância A BA ABAA c b XX X X XX X A XA x XX cbqueLembrando ee e e ee e I eI ABAA AB AA ABAA ABAA 2ln2 22ln log 2lnlnln 2 lnln 2 1 2 2 2 2 20 0 −= −=− = −= = = = −− − − −− −− µµ µµ µµ µ µ µµ µµ 4. Quais são os principais efeitos das radiações não ionizantes com a matéria em geral? Para sistemas biológicos tais efeitos são sempre danosos? Dê exemplos para as situações que você considerar. RESPOSTA Os principais efeitos das radiações não ionizantes sobre os organismos vivos podem ser térmicos (aumento da temperatura nos tecidos) ou não-térmicos. O visível e o infravermelho, por exemplo, provocam efeitos térmicos, e o ultravioleta, efeitos térmicos e fotoquímicos. Os efeitos fotoquímicos provocam reações químicas, quebra ou mudanças conformacionais nas moléculas biológicas. Os raios ultravioletas B provocam queimaduras na pele e nos olhos, mas também são necessários à síntese da vitamina D. Os ultravioletas C são tão danosos que podem danificar as moléculas de DNA comprometendo a replicação celular. Os efeitos contundo não são apenas danosos, mas também benéficos. As aplicações de radiações não ionizantes em medicina e na pesquisa fundamental das biociências devem ser computadas como benefícios para os sistemas biológicos (Maiores detalhes na aula 11). 5. O que é o empuxo? Explique, usando o comportamento da pressão em um líquido e um diagrama de forças, o principio de Arquimedes. RESPOSTA Fundação CECIERJ – Vice Presidência de Educação Superior a Distância O empuxo é a força vertical dirigida para cima que todos os corpos em um meio líquido experimentam; ela surge em decorrência da diferença de pressão do liquido entre pontos situados acima e abaixo do corpo. De acordo com o principio de Arquimedes o módulo desta força é igual ao peso do volume do liquido deslocado pelo corpo. (Ver a atividade na Aula 12 para fazer o diagrama de forças) 6. Qual a expressão da equação da continuidade para um líquido em escoamento estacionário? Explique o seu significado. Dê exemplo de uma situação real, na qual esta equação se aplica para um sistema biológico. RESPOSTA A equação da continuidade para escoamento estacionário de um fluido é dada por v1A1 = v2 A2. Em palavras, isso quer dizer que o produto da velocidade do fluido pela área da secção transversal do tubo é uma constante num escoamento estacionário; significa que a velocidade do fluido é inversamente proporcional à área do tubo, num escoamento estacionário onde não há fontes ou sorvedouros. Assim, se a área diminui em um dadotrecho de uma tubulação, a velocidade ai deve aumentar e vice-versa. A equação da continuidade é uma conseqüência do principio de conservação da massa. Um exemplo bastante importante da aplicação desta equação em sistemas biológicos está na circulação sanguínea através dos vasos (artérias e capilares, por exemplo).
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