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História do Pensamento Econômico / Stanley L. Brue Capítulo 6 – A Escola Clássica – Thomas Malthus Thomas Robert Malthus (1766-1834) é uma figura importante, embora controversa, no pensamento da economia clássica. Ele abordava tópicos como o crescimento da população, a metodologia de contabilidade do PIB, a teoria do valor, os retornos decrescentes, a renda da terra e a demanda agregada. Cenário histórico e cultural Cenário histórico Segundo o autor, duas grandes controvérsias na Inglaterra atraíram a atenção de Malthus durante o período em que ele escreveu. A primeira foi um aumento na pobreza e a controvérsia sobre o que fazer com isso. Em 1798, alguns dos efeitos negativos da Revolução Industrial, bem como a urbanização crescente, estavam começando a aparecer. A segunda controvérsia digna de nota era sobre as leis dos cereais. Essas leis impunham tarifas aos grãos importados e estabeleciam, efetivamente, um preço mínimo aos grãos importados do exterior para a Inglaterra. Cenário intectual Conforme abordado no texto, o pai de Malthus, Daniel, apoiava a crença otimista da suscetibilidade de aperfeiçoamento das pessoas na sociedade. Essa fé no progresso era baseada, em parte, nos trabalhos de Godwin e Condorcet. Em certo sentido, esses pensadores eram influencias importantes ao jovem Malthus, uma vez que ele propositadamente começou a desafiar suas teorias. Portanto, uma discussão um pouco minuciosa das ideias desses pensadores será útil. William Godwin (1756-1836), sogro do poeta Shelley, era um sacerdote, romancista e filosofo político que se tornou anarquista e ateu e cujas doutrinas se assemelhavam as dos revolucionários franceses. Posteriormente, Godwin lamentou que esse otimismo tivesse ajudado a evocar o que ele pensou ser o gênio mau do pessimismo malthusiano sobre o excesso de população e a desesperança da condição humana. Por outro lado, o Marques de Condorcet (1743-1794), escreveu seu trabalho mais importante, Sketch of the intellectual progress ofmankind. Apesar de ter sido perseguido pela revolução que ele havia recebido tão bem, seu tema era a ideia do progresso social baseado em três princípios fundamentais: (1) a igualdade entre as nac6es, (2) a igualdade dos indivíduos dentro das nac6es e (3) a possibilidade de aperfeiçoamento da humanidade. A teoria da população de Malthus Segundo Stanley, na primeira edição de An essay on the principle of population, Malthus decidiu "demonstrar a causa de muita daquela pobreza e miséria observável entre as classes mais baixas de cada nação". Malthus apresentou sua lei da população: quando tido controlada, a população aumenta geometricamente; os meios de subsistência aumentam, na melhor das hipóteses, apenas aritmeticamente. Logo, Malthus identificou dois tipos de controle do crescimento da populacao: os que ele chamava de "controles preventivos" e os que ele chamava de "controles positivos". Controles preventivos da população Os controles preventivos do crescimento da população são aqueles que reduzem a taxa de natalidade. O controle preventivo que Malthus aprovava era denominado restrição moral. As pessoas que não pudessem sustentar filhos deveriam adiar o casamento ou nunca casar. A conduta perante o casamento deveria ser estritamente moral. O controle preventivo que Malthus não aprovava era chamado por ele de vicio. Isso incluía a prostituição e o controle de natalidade, e os dois reduziam a taxa de natalidade. Essa referência a preguiça da raça humana levou alguns acadêmicos a se perguntarem se Malthus estava mais interessado em manter uma população grande, trabalhadora e mal paga do que em estabelecer medidas realmente eficazes para limitar a reprodução humana. Controles positivos da população Malthus também reconhecia certos controles positivos da população — aqueles que aumentam a taxa de mortalidade. Eles eram a fome, a miséria, a praga e a guerra. Malthus elevou esses controles à posição de fenômenos ou leis naturais. Eles eram males necessários para limitar a população. Esses controles positivos representavam punições para as pessoas que não tinham praticado restrição moral. Se os controles positivos pudessem, de alguma maneira, ser superados, as pessoas enfrentariam a fome, pois uma população em rápido crescimento faria pressão sobre a oferta de alimentos que, na melhor das hipóteses, cresceria lentamente. Implicações políticas: as leis dos pobres De acordo com Malthus, então, a pobreza e a miséria são o castigo natural para o fracasso das "classes inferiores" na tentativa de restringir sua reprodução. Desse ponto de vista seguiu-se uma conclusão política altamente significativa: não deve haver ajuda do governo para o pobre. Fornecer ajuda a eles poderia fazer com que mais crianças sobrevivessem, piorando, em última análise, o problema da fome.
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