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Produção Animal | Avicultura 3 Sumário Ponto final Para pesquisadora, a água é o mais importante nutriente NILCE MARIA SOARES 74 Eventos Painel do Leitor Classificados 06 08 72 Notícias Curtas WPC 2012: Interessados já podem enviar trabalhos para premiação 10 Associações MS terá levantamento de custos da produção 54 Estatísticas e Preços Produção e mercado resumo Produção de pintos de corte Produção de carne de frango Exportação de carne de frango Disponibilidade interna de carne de frango Alojamento de matrizes de postura Alojamento de pintainhas comerciais de postura Desempenho do frango vivo no mês de agosto Desempenho do ovo no mês de agosto Matérias-primas 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 Portfólio AviGuia 73 Artigo técnico Pegada Hídrica e a produção de aves de corte ....................................30 Água para beber Como manter a qualidade? Especialistas respondem a questão ........34 Caderno de Postura Notícias Curtas Consumo de ovos ajuda a prevenir o câncer ......................... 22 Esterilização da casca Pesquisadores investem no tratamento por plasma ....................28 Caderno de Ambiência e Incubação Artigo técnico Influência da etapa pré-porteira sobre desempenho inicial de frangos de corte .................................................44 Vitrine de produtos .........................................41 Capa Tecnologia As técnicas para melhorar a ambiência e o bem-estar das aves ....................50 Notícias Curtas MAPA institui comissão permanente ........................................42 AviGuia Ceva lança vacina contra LTI 56 eDITORIAL O elemento de maior importância para a vida Agradecimentos Depois do ar que respiramos, a água é o mais importante elemento para a nossa vida. Composta de hidrogênio e oxigênio, a água é essencial para todos os seres vivos por ser um composto fun- damental para o funcionamento de seus organismos e de seu meio de sobrevi- vência. Ela age como reguladora de temperatura, diluidora de sólidos e transportadora de nutrientes e resíduos entre os vários órgãos. Na avicultura, a água também é vital. As aves de produ- ção industrial precisam de muita água, e água de boa qualidade, para atingir os níveis desejáveis de produtividade. Nes- ta edição, na página 34, trazemos uma reportagem especial sobre a importân- cia da qualidade da água oferecida aos frangos de corte e às poedeiras comer- ciais. Por que essa qualidade é tão im- portante? Por que as aves consomem tanta água? O que o produtor deve fa- zer para garantir sempre uma água de boa qualidade às suas aves? Estes e ou- tros questionamentos são esclarecidos na reportagem “Água para beber”, com explicações e dicas de respeitáveis espe- cialistas no assunto e que, além das ca- racterísticas físicas, químicas e biológi- cas da água de bebida das aves ainda apontam quais são os melhores siste- mas e os melhores bebedouros para a manutenção da sua qualidade e distribuição. Também nesta edição, a Revista do AviSite apresenta um dos mais recentes estudos em termos de ambiência avícola: ambiência pré-porteira – o tempo de es- pera no incubatório e sua influência so- bre o desempenho inicial de frangos de corte. Um trabalho desenvolvido por Ju- liano Rangel de Camargo e orientado pelo professor Iran José Oliveira da Silva, do Nupea/Esalq/USP. O objetivo desta pesquisa, segundo o autor, foi o de ava- liar as condições microclimáticas da sala de pintos de corte de um incubatório co- mercial e suas interações com os diferen- tes tempos de espera e influência da eta- pa pré-porteira sobre o desempenho inicial de frangos de corte. “Quando as aves são submetidas a diferentes níveis de estresse ou desconforto em qualquer etapa da produção, do incubatório ao abatedouro, poderão ficar debilitadas ou até mesmo doentes. Isto acarretará em uma diminuição dos índices de produtivi- dade e, consequentemente, na diminui- ção dos lucros de avicultores e empresas do ramo”, destaca Camargo. Confira a partir da página 30 os argumentos e os resultados que o pesquisador do Nupea alcançou com este estudo. Não deixe de conferir também as demais reportagens, artigos, notícias sobre o mercado, postu- ra, empresas e o Ponto Final especial so- bre qualidade da água de bebida na avicultura. Registramos aqui o nosso muito obrigado a todos os cola- boradores das matérias desta edição: Nilce Maria Soares, Julio Cesar Pascale Palhares, Juliano Rangel de Camargo, Iran José Oliveira da Silva, Danilo Pereira, Levino Bassi, Antonio Piantino Ferreira, José Silveira Neto, Ivo Oltramari Junior, Irineu Pinto Fi- lho, Andrey Gava Citadin e Ever- ton Carlos Gardezan. 4 Avicultura | Produção Animal Coordenador Editorial José Carlos Godoy (MTB 9782) jcgodoy@avisite.com.br Publisher Paulo Godoy paulogodoy@avisite.com.br Redação Andrea Quevedo (MTB 27.007) Érica Barros (MTB 49.030) Mariana Almeida (MTB 62.855) imprensa@avisite.com.br Comercial Christiane Galusni publicidade@avisite.com.br Joyce Zanes comercial@avisite.com.br Diagramação e arte Mundo Agro e WL Publicidade luciano.senise@grupowl.com.br Internet Jessica Sousa Vinicius Morello webmaster@avisite.com.br Circulação e assinatura Carla Fracalossi (19) 3241-9292 assinatura@avisite.com.br Fale com a redação! imprensa@avisite.com.br Tel: (19) 3241 9292 expeDIenTe Produção Animal - Avicultura ISSN 1983-0017 Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP Aves de produção industrial precisam de muita água e de boa qualidade para atingir os níveis desejáveis de produtividade C ré d it o: G SI Eventos 6 Produção Animal | Avicultura6 Produção Animal | Avicultura Novembro 17 a 18 de novembro I Simpósio de Patologia e Produção Avícola Local: Hotel Holiday Inn, Porto Alegre, RS Realização: Centro de Diagnóstico e Pesquisa em Patologia Aviária - CDPA/UFRGS Contato: (51) 3308-6138 Informações: www.cdpa.ufrgs.br E-mail: cdpa@ufrgs.br 2012 Janeiro 24 a 26 de janeiro International Poultry Expo Local: Georgia World Congress Center, Atlanta, Gergia, EUA Realização: U.S. Poultry & Egg Association Contato: (770) 493-9401 Informações: www.ipe11.org Agosto 5 a 9 de agosto XXIV Congresso Mundial de Avicultura (WPC 2012) Local: Centro de Convenções de Salvador, Salvador, BA Realização: FACTA Contato: (19) 3243-6565 E-mail: facta@facta.org,br Informações: www.wpc2012.com 2011 Setembro 13 a 14 de setembro VIII Encontro Técnico de Ciência e Tecnologia Avícolas Local: Center Convention,Uberlândia, MG Realização: Faculdade de Medicina Veterinária da UFU Contato: (34) 3218-2228 Informações: www.famev.ufu.br E-mail: pauloufu@hotmail.com 15 a 16 de setembro 8° Curso de Atualização em Avicultura de Postura Comercial Local: Centro de Convenções da Fcav/Unesp, Jaboticabal,SP Realização: Fcav/Unesp Contato: (16) 3209-1300 Informações: www.funep.org.br 21 a 23 de setembro 9° Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição Local: HotelSibara, Balneário Camboriú, SC Realização: Acav (Associação Catarinense de Avicultura) Contato: (48) 3222.8734 Informações: www.acavsc.org.br/simposio E-mail: contato@acavsc.org.br ou acav-chapeco@hotmail.com Outubro 24 a 27 de outubro VI Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Carnes Local: Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro, SP Realização: ITAL Contato: (19) 3743-1757 Informações: www.ital.sp.gov.br/ctc/eventos/vi-congresso/ programa.php E-mail: imprensa@ital.sp.gov.br 25 a 27 de outubro 22º Congresso Brasileiro de Avicultura Local: Centro de Eventos Imigrantes, em São Paulo, SP Realização: União Brasileira de Avicultura (UBABEF) Contato: (11) 3815-5964 Informações: www.ubabef.com.br 8 Produção Animal | Avicultura Painel do Leitor Nota da redação: A produção de frangos de corte da Colômbia saiu com um dígito a mais na edição 52 da Revista do AviSite. O volume de produção é de 1 milhão de toneladas e não de 10,020,30 mil toneladas conforme noticiado. Na matéria sobre a América Latina, onde consta- vam várias informações sobre a produção de ovos e de frangos em 28 países, a produção de carne de frango da Colômbia está errada. Conforme publicação no site da FAOS- TAT, a produção correta de carne de frango do país é de 1.020.300 mil toneladas. Tais Myan da Silva, São Paulo, SP. América Latina: Avicultura unida trabalha melhor Em artigo, Paulo Lourenço da Universi- dade Federal de Uberlândia, cita que para atender as exigências do consumi- dor nacional e do mercado internacional, há a necessidade contínua de implementação de pro- gramas que garantam elevado padrão de qualida- de sanitária. O Ministério da Agricultura divulgou uma redução na lista dos frigoríficos aptos a exportar para a Rússia. Em comunicado disse que cada um precisa cumprir a sua obrigação e que os técnicos devem atender todas as exigências da Rússia sem opini- ões ou reclamações. Excelente revisão conseguida pelo Prof. Paulo Lou- renço em tão pouco espaço. Parabéns. Entretanto, na América Latina temos ainda um longo caminho a trilhar no segmento de ovos comerciais. Estamos apenas iniciando a aplicação de métodos de vigilân- cia sanitária ativa, sistemas de controle, prevenção e imunização para Salmonella, adotados na UE, exa- tamente onde a redução deste patógeno se fez sentir em maior porcentagem. Temos esperança que as entidades de classe deste segmento, de todos os países latino-americanos, participem ativamente das ações para colocar nosso continente também como um importante exportador de ovos comerciais e sub-produtos. Paulo Martins, São Paulo, SP Ponto Final: O controle da salmonela e as mudanças que devem surgir Apesar de não serem somente esses os motivos do embargo, o Ministério tem razão em dizer que cada um deve assumir o que lhe cabe. O Brasil está cheio de profissionais que só sabem dar desculpas, fazem as coisas de qualquer jeito, a qualidade está sempre em segundo plano, chega a ser ridículo. Márcio, Chapecó, RS Ainda as exportações russas A partir do acordo firmado em 13 de julho último com o Conselho Administrativo de Defesa Econô- mica (Cade) do Ministério da Justiça, a BRF – Brasil Foods consolida-se de vez como empresa. No termo firmado com o Cade, a BRF se compromete a vender ativos como fábricas e abatedouros e a suspender a venda de diversos produtos Perdigão e Batavo por um prazo de até cinco anos. No meu entendimento a fusão sem restrições po- derá fatalmente trazer resultados negativos para o consumidor, principalmente os de classes B e C. Tirar a Perdigão do mercado poderia ser uma solu- ção viável. Rogerio Machado de Liz, Lages, SC Cade aprova fusão, mas Perdigão e Batavo terão restrições A edição de Agosto da Revista do AviSite preparou um verdadeiro dossiê so- bre a avicultura da América Latina. Uma série especial, escrita em espanhol e em português, redigida à base de muita pesquisa, entrevistas internacionais, participação de colunistas e dedicação contínua da Redação. Participe e envie seu comentário para imprensa@avisite.com.br Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br 9 Produção Animal | Avicultura Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br As cinco mais lidas no AviSite em agosto O Ministério da Agricultura dia 11 de agosto no Diário Oficial da União, Instrução Normativa (nº 24, de 9 de agosto de 2011) em que divulga seu pro- grama de monitoramento de controle de resíduos e contaminantes em alimentos de origem animal (carnes bovina, de aves, suína e equina), leite, mel, ovos e pescado) para o corrente exercício. O programa de controle de resíduos e contaminan- tes em carne de aves prevê a avaliação dos níveis de resíduos de, entre outros, antimicrobianos, pesticidas, organoclorados e PCBs, antiparasitários, piretróides, betagonistas, contaminantes inorgânicos e anticocci- dianos. Nos ovos serão avaliados os níveis de antimi- crobianos e anticoccidianos. Cargill oferece €1,5 bi pela Provimi1 O produto foi comercializado com novo reajuste de cinco centavos nos primeiros onze dias de agosto. Como o processo abrangeu, simultaneamente, o fran- go paulista e o mineiro, nas duas praças o produto alcançou cotação que é recorde histórico – R$2,15/kg em São Paulo; R$2,30/kg em Minas Gerais.O principal fator determinante da atual escalada de mercado é o esgotamento da capacidade produtiva do setor ocorri- da cerca de 60 ou mais dias atrás. Assim, o frango vivo tende, tanto em São Paulo como em Minas Gerais, encerrar agosto corrente com a melhor média nominal de preços de todos os tempos. Novas altas fazem frango vivo superar recorde histórico 4 3 A Agência de Segu-rança Alimentar do Reino Unido (FSA, na sigla em inglês), acaba de designar uma comissão de pesquisa- dores cujo objetivo é avaliar a possibilidade de uso de um novo aditivo alimentar pro- duzido a partir do extrato de crista de galo. A finalidade do aditivo é mantida em segredo. Mas sabe-se que o extrato de crista de galo é rico em hialu- ronato de sódio, subs- tância utilizada no tratamento de várias doenças humanas e animais. Novo aditivo alimentar: extrato de crista de galo 2 A Cargill abriu o jogo e ofereceu €1,5 bilhão (R$3,4 bilhões) pela Provimi. De sua parte, a Permira, fundo de investimentos que adquiriu a empresa holandesa em 2007, concordou em dar início ao necessário processo de aprovação. Com a concretização da compra da Provimi – operação que deve passar pelo crivo das autoridades de defesa econômica da União Europeia – a Cargill, pelo menos em território brasileiro, retorna às ori- gens, isto é, à industrialização de rações e concentra- dos. É que a Provimi está presente no Brasil através da Nutron. Leia mais na página 18. Aautoridade de segurança alimentar da União Europeia (identificada, em inglês, pela sigla EFSA) emitiu parecer técnico-científico do interesse de empresas processadoras de resíduos de incuba- tórios e de indústrias de ração para pequenos animais. UE emite parecer sobre uso de resíduos de incubatório em ração pet MAPA divulga programa de controle de resíduos para 2011 5 10 Produção Animal | Avicultura Notícias Interessados já podem enviar trabalhos para premiação WPC 2012 O XXIV Congresso Mundial de Avicultura (WPC 2012) abre as submissões de resumos científicos para participação no evento. Os resumos devem ser submetidos até dia 13 de janeiro de 2012 em três categorias distin- tas para passarem pela avaliação de uma comissão responsável por cada uma das áreas. As categorias são Student Program, para estudantes de graduação e pós-graduação com até 30 anos de idade, Young Scientist, para recém-for- mados com menos de 35 anos de idade e Geral (Scientist Program) para pesquisa- dores que não se encaixam em nenhuma das categorias acima. Após a pré-seleção, haverá a indica- ção dos resumos que serão apresentados oralmente e os que ficarão expostos em pôsteres no Centro de Convençõesde Salvador, BA. Os trabalhos serão vistos por público estimado em 9 mil visitantes. Universitários, pesquisadores, professores e estudantes interessados em enviar seus resumos ao WPC 2012 já podem subme- tê-los pelo site indicado abaixo. XXIV Congresso Mundial de Avicultura (WPC 2012) Data: 5 a 9 de agosto de 2012 Local: Salvador, Bahia Organização: WPSA e FACTA Mais informações: www.wpc2012.com.br 9° Simpósio da Acav reúne grandes parceiros Evento Caracterizado como um dos maiores eventos nacionais da avicultura promo- vidos em Santa Catarina, o 9º Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição contará com grandes parceiros. O evento, promovido pela Associação Catarinense de Avicultura (Acav), está programado para o período de 21 a 23 de setembro, no centro de convenções do Hotel Sibara, em Balneário Camboriú, SC, e reunirá aproximadamente 500 pessoas entre empresários, técnicos, autoridades, imprensa e demais convidados. 9° Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição Data: 21, 22 e 23 de setembro Local: Hotel Sibara, em Balneário Camboriú, SC Organização: Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) Mais informações: www.acavsc.org.br/simposio Congresso Brasileiro tem programação diversificada Em Outubro 22º Congresso Brasileiro de Avicultura Data: 25 a 27 de outubro Local: Centro de Eventos Imigrantes, em São Paulo, SP Organização: UBABEF Mais informações: www.ubabef.com. br, congresso@ubabef.com.br Os participantes do 22°Congresso Brasileiro de Avicultura Brasileira, que será realizado entre 25 e 27 de outubro de 2011, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo (SP) contarão com um painel especifica- mente voltado para os cuidados rela- cionados à prevenção da salmonelose. Com o tema “Controle de Salmonella em Aves e Produtos Avícolas”, o encontro trará especialistas nacionais e internacionais para tratar tópicos como tendências e limitações de ferramentas de diagnóstico, preven- ção e controle no campo, intervenções no abate e processamento, entre ou- tros. Entre os nomes confirmados para o painel estão os dos especialistas Alberto Back e Wladimir Pinheiro. Além disso, os produtores de ovos também terão uma série de atrações. Uma delas será um curso do Projeto Produtor que será especialmente dedi- cado aos produtores de ovos. Em deba- te, estarão princípios da produção e perspectivas de mercados. Produtores de Bastos (SP), Itanhandu (MG) e de pólos do Espírito Santo já confirmaram presença como expectadores. Produção Animal | Avicultura 11 Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br Mudança na Agricultura é oportunidade para rever procedimentos e corrigir falhas Serviço de controle veterinário Diante de todas as ocorrências que culminaram com a substituição do Ministro da Agricultura do Brasil, pas- sou despercebida a divulgação de uma nota na qual o governo russo denuncia a deterioração do serviço de controle veterinário brasileiro. Poderia ter sido apenas mais uma das inúmeras matérias vindas das agên- cias internacionais desde que a Rússia passou a contestar os padrões sanitá- rios brasileiros. Mas não: a fonte da notícia foi um órgão do próprio gover- no federal, a Agência Brasil, integrante da Radiobras. Que baseou seus comen- tários em outro órgão oficial, este externo: o Rosselkhoznadzor, Serviço Federal de Fiscalização Veterinária e Fitossanitária da Rússia. A grande surpresa da nota, entre- tanto, está no balanço que a autorida- de sanitária russa (no caso, Yevgeny Nepoklonov, vice-diretor do Rosselkhoznadzor) faz da evolução dos controles sanitários brasileiros. Pois, conforme escreveu a Agência Brasil, Nepoklonov observou “com pesar” que a qualidade dos serviços veteriná- rios brasileiros já foi “muito melhor”, tendo atingido seu nível mais elevado em 2007. Dois ex-Ministros da Agricultura também gaúchos e ora diretamente ligados à exportação de carnes (Francisco Turra e Marcus Vinicius Pratini de Moraes) estiveram presentes à posse do novo Ministro da Agricultura, o gaúcho Mendes Ribeiro Filho. É preciso demonstrar ao novo titular da Pasta que algo não caminha bem no maior exportador mundial das carnes de frango e bovina. A tal ponto que nossas falhas internas chegam a ser mencionadas pelos próprios importadores. Por enquanto, tais falhas são vistas “com pesar”. Mas em um mercado cada vez mais protecionista, podem se transformar em instrumento de retalia- ção sem qualquer possibilidade de retorno. Para acessar o documento russo: www.fsvps.u/svps/news/3439.html ?_language=en. Mendes Ribeiro Filho assume pasta O ex-deputado federal Mendes Ribeiro Filho (PMDB) assumiu o Ministério da Agricultura em cerimô- nia realizada na terça-feira, dia 23 de agosto. Na ocasião, o novo ministro afirmou que a busca de recursos para o seguro rural, a defesa agropecuária e a Embrapa são metas da sua gestão. “Serei parceiro da agricultura e acho a Embrapa fundamental. As prioridades da Embrapa serão minhas priorida- des”, declarou. Em relação ao embar- go da Rússia, o ministro disse que já tem conhecimento do impasse e que se for necessário, visitará o país situa- do no leste europeu. Mendes Ribeiro Filho salientou que o mercado russo tem características próprias que preci- sam ser trabalhadas, como a questão de acesso e o controle de mercado. Formado em direito, Mendes Ribeiro Filho começou a carreira políti- ca em 1974, como militante do MDB. Foi deputado estadual nas legislaturas de 1986 a 1990 e de 1991 a 1994. Antes de ser indicado para o Ministério da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, de 56 anos, era líder do governo no Congresso. Na Câmara, estava no quinto mandato consecutivo como deputado federal. A indicação ao cargo foi feita pelo PMDB e levada à presidenta Dilma Rousseff depois que o ex-ministro Wagner Rossi (PMDB) pediu demissão após denúncias publicadas pela im- prensa com acusações de irregularida- des na pasta. As informações partem da assessoria do Mapa. É preciso demonstrar ao novo titular da Pasta que algo não caminha bem no maior exportador de carne de frango Turra e Mendes Ribeiro na cerimônia de posse 12 Produção Animal | Avicultura Notícias Justiça derruba resolução 947 Granjas comerciais Granjas avícolas de produção co-mercial em todo o País estão dispensadas de cumprir a resolução 947, de 2010, que altera normas de registro e responsabilidade técnica. A decisão em primeira instância da Justiça Federal de Brasília favorece indústrias integradoras associadas à Ubabef. As empresas discordam do artigo que determina que cada veteri- nário seja responsável técnico (RT) de, no máximo, 80 propriedades, desde que não ultrapasse 100 quilômetros do seu domicílio e a capacidade de alojamento não exceda 4 milhões de aves. Entretanto, a queda de braço judicial está longe do fim. O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) entrou com recurso contes- tando a decisão judicial. Acesse a resolução 947 na seção de legislação no AviSite: www.avisite. com.br/legislacao/anexos/resolu- cao_947.pdf MTE coloca norma em consulta pública normatizacao.sit@mte.gov.br Para abatedouros O Diário Oficial da União do dia 17 de agosto publicou a Portaria nº 273/2011, da Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, através da qual é disponi- bilizado para consulta pública texto básico para criação da “Norma Regulamentadora sobre Abate e Processamento de Carnes e Derivados”. A Portaria também fixou o prazo de sessenta dias a partir data da publi- cação no DOU, para a apresentação de sugestões ao texto proposto. As su- gestões devem ser encaminhadas por via eletrônica ou pelo correio. Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho, Coordenação-Geral de Normatização e Programas - Esplanada dos Ministérios - Bloco”F” - Anexo “B” - 1º Andar - Sala 107 - CEP 70059-900 - Brasília/DF. Acesse a íntegrado texto do MTE colocado sob consulta pública: portal.mte.gov.br/legislacao/normas- regulamentadoras-1.htm. Laboratório no RS recebe credenciamento IA e Newcastle No final de julho, o Laboratório de Virologia do Instituto de Pesquisa Veterinária Desidério Finamor (IPVDF) recebeu o credenciamento junto ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a aplica- ção da técnica ELISA para Influenza Aviária e Doença de Newcastle. O IPVDF é um órgão vinculado ao Estado do Rio Grande do Sul, especializado no fomento e execução de pesquisas. Após a publicação do credenciamento no Diário Oficial da União, o IPVDF poderá apoiar as ações de vigilân- cia ativa para Influenza Aviária e Doença de Newcastle. Com este credenciamento a avicultura do Rio Grande do Sul cumpre uma importante etapa preconizada na Instrução Normativa n°17 do Mapa, que trata do Plano de Regionalização e definição de status sanitário dos Estados. As informações foram divulgadas pela Associação Gaúcha de Avicultura do Rio Grande do Sul (Asgav). IPVDF é um órgão vinculado ao Estado do Rio Grande do Sul, especializado no fomento e execução de pesquisas Produção Animal | Avicultura 13 Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br 14 Produção Animal | Avicultura Notícias Em 2020, produção mundial vai alcançar 125 milhões de toneladas Carne avícola Partindo do princípio de que em 2010 o mundo produziu 99,3 milhões de toneladas de carnes aví- colas (preponderantemente, de fran- go), trabalho conjunto desenvolvido pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que dez anos depois – ou seja, no final desta década, em 2020 – a produção mundial terá crescido 26,3%, o que significa chegar a algo próximo dos 125,5 milhões de toneladas. Em valores relativos, a maior contribuição para esse aumento – ex- pansão de 67,5% - virá dos países menos desenvolvidos. Mas isso não terá maior significado na produção, visto que a participação desses paí- ses no total mundial permanecerá em torno dos 2%. Assim, os países em desenvolvi- mento é que serão os principais im- pulsionadores do incremento previs- to. O projetado é um aumento de 31,4% sobre o total estimado para 2010, o que significa que serão res- ponsáveis por quase 70% do adicio- nal de 26 milhões de toneladas esti- mado para 2020. O Brasil integra esse grupo. Mas, como mostra a tabela acima, seus índices de expansão tendem a ser menores que o previsto para os de- mais países em desenvolvimento. Aliás, no caso brasileiro, chama a atenção o fato de a projeção prever evolução apenas 0,1 ponto percentu- al maior que a dos países desenvolvi- dos, cujo aumento é previsto em 17,2%. Nesse passo, a participação do Brasil na produção mundial irá recuar cerca de 7% e ficar próxima, mas abaixo, dos 12%. Maior contribuição para esse aumento – expansão de 67,5% – virá dos países menos desenvolvidos Produção Animal | Avicultura 15 Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br Estimativa de alojamento para matrizes de corte no Brasil Triênio 2009-2011 Sem os dados exatos sobre o aloja-mento para matrizes de corte, levanta-se a hipótese de que o setor tenha tido, de 2008 para cá, a mesma reação observada em duas ocasiões anteriores quando, a exemplo do que ocorreu três anos atrás, o volume de matrizes alojadas excedeu todas as possibilidades de consumo interno e externo. Em 1987, o setor foi artificialmente estimulado a ampliar seu plantel repro- dutor e, então, aumentou em 27% (sobre o ano anterior) o alojamento de matrizes de corte. O mercado, óbvio, recebeu mal esse exagero e forçou o setor a retornar “aos eixos”. Resultado principal: só no terceiro ano após o excesso (1990) é que o volume alojado voltou a superar o recorde de 1987. Situação similar se repetiria cerca de uma década depois, em decorrên- cia de problema sanitário que reduziu drasticamente a produção do setor. Na tentativa de superá-lo, houve um alo- jamento indiscriminado de matrizes, com efeito similar ao da ocorrência de 1987-1990: só em 2002 o volume alojado voltou a superar o de 1999. A hipótese atual é a de que tudo tenha se repetido nesta última crise. Assim, os alojamentos de 2009 e 2010 ficaram aquém do registrado em 2008 (aumento de quase 15% sobre 2007) e só agora, em 2011, voltam a superar aquele alto alojamento. Neste caso, as matrizes de corte tendem a alcançar, pela primeira vez, a marca dos 50 milhões de cabeças anuais, o equivalente a um acréscimo de cerca de 3% sobre 2008. O volume apontado também corresponde a um incremento médio de pouco mais de 5,5% ao ano em relação ao que foi alojado em 1979 – menos de 10 mi- lhões de matrizes de corte. Aguarde fatec.com.br SAC 0800 979 7161 Nada como uma boa novidade para começar bem os próximos 45 anos. Fatec. 45 anos pensando inovação em nutrição e saúde animal. AF_teaser_1/3pag.indd 1 24/08/11 18:42 Matrizes de corte tendem a alcançar, pela primeira vez, a marca dos 50 milhões de cabeças anuais 16 Produção Animal | Avicultura Notícias USDA investe US$ 40 milhões em produtos avícolas Salvando a pátria A indústria norte-americana do frango – representada pelo Conselho Nacional do Frango (NCC, na sigla em inglês) – recebeu de bom grado a iniciativa do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) de investir em torno de US$ 40 milhões (algo perto de R$ 64 milhões) na aquisição de produtos avícolas para a merenda escolar do país. Segundo o Secretário (Ministro) da Agricultura, Tom Vilsack, a iniciativa apoia a in- dústria e os pequenos produtores que tiveram que reduzir seus plantéis. “Esse investimento vai ajudar no au- mento da linha de produção para suprir a demanda”, afirmou. De acor- do com o Wall Street Journal, o NCC vem pressionando o USDA contra os subsídios para a produção de etanol a partir do milho e faz lobby por uma ajuda às indústrias na aquisição do insumo. Para Mike Brown, presidente do NCC, a ajuda do USDA é muito bem vinda. “Com a iniciativa, o governo está oferecendo à população uma proteína de qualidade enquanto ajuda a indústria a se livrar de estoques excessivos”, afirma. Os estoques de carne de frango estão 13,1% maiores do que no mes- mo período do ano passado segundo dados do USDA. Asas e peito de fran- go apresentaram queda de preço de mais de 20% em relação ao que va- liam no ano passado, conforme o Livestock Marketing Information Center. As quotas de importação para 2012 Rússia Resolução assinada pelo governo russo no final de julho e divulga- da por Moscou estabelece – ainda não definitivamente – o volume das carnes bovina, suína, de frango e de peru a serem importadas pela Rússia em 2012 através do sistema de quo- tas implantado há quase uma década. Carne bovina fresca ou refrigera- da e carne bovina congelada ficaram em, respectivamente, 30 mil e 530 mil toneladas, o que significa que permaneceram com o mesmo volume definido em resolução de dezembro de 2009. Para a carne suína fresca, refrige- rada ou congelada e os cortes de carne suína foi estabelecida uma quota total de 350 mil toneladas, o que representou redução de 150 mil toneladas em relação à quota estabe- lecida para 2011. A quota definida para as carnes avícolas inovou ao estabelecer que 80 mil toneladas serão, exclusivamente, de carne congelada de frango ou de peru desossada. A quota se completa com 250 mil toneladas de cortes. O total previsto representa redução de 20 mil toneladas sobre 2011. De toda forma, ao contrário das vezes anterio- res, desta vez não foram dadas quo- tas específicas a este ou aquele país. Ou seja: volta a haver concorrência. O texto integral (em russo) da resolução governamental (nº 616) que trata das quotas de importação de carne para 2012 está disponível em www.tks.ru/ news/law/2011/07/29/0006. RÚSSIA Cotas paraimportação de carnes em 2012 MIL TONELADAS Carne bovina fresca ou refrigerada 30 Carne bovina congelada 530 Carne Suína fresca, refrigerada ou congelada e cortes de carne suína 350 Cortes de carnes avícolas 250 Carne desossada de frango ou perú, congelada 80 Produção Animal | Avicultura 17 Tailândia entre os maiores exportadores Carne de frango enlatada Depois de colocar-se, no início deste século, entre os grandes players do mercado internacional de carne de frango e exportar volume equivalente a um terço das exportações brasileiras (2001), a Tailândia foi pratica- mente alijada desse mercado com o registro (2003/2004) da Influenza Aviária do tipo H5N1. A partir de então, suas exportações de carne de frango ficaram praticamente reduzidas ao produto processado (carne cozida). Isso levou o setor a realizar fortes investimentos no processamento e, hoje, a Tailândia se coloca entre os maiores exportadores mun- diais de carne de frango enlatada. Dados levantados pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) apontam que em 2008 o país exportou mais de 400 mil toneladas do produto. Pelas projeções do USDA, em 2011 a Tailândia deve exportar cerca de 475 mil toneladas de carne de frango, o que corresponde a mais de 100% de aumento em relação a 2004 (no mesmo período as exportações brasileiras aumentaram pouco mais de 50%). Além de investir no processamento do produto final, a avicultura tailandesa também vem investindo – e pesadamente – na biossegurança do setor. Inclusive na implantação da compartimentação sanitária, o que deve dar novo status à atividade. Em decorrência o país pode, em curtíssimo prazo, reabrir mercados ora fechados ao seu frango in natura. O Japão – que continua a importar da Tailândia apenas o frango processado – é a grande meta da avicultura tailandesa. O que coloca em risco a manutenção de um dos principais mercados da carne de frango brasileira. Japão é a grande meta da avicultura tailandesa. O que coloca em risco um dos principais mercados brasileiros 18 Produção Animal | Avicultura Notícias / Agroindústrias BR Frango inaugura sua fábrica de ração No PR A inauguração da fábrica de rações da BR Frango, indústria avícola de Santo Inácio, no PR, aconteceu no dia 17 de agosto. Este foi o primeiro setor a entrar em operação no complexo industrial, que também é composto por um abatedouro e uma fábrica de graxarias. A previsão é que até outubro deste ano o complexo todo já esteja em atividade. A BR Frango foi projeta- da para atender com capacidade plena em dois anos, ao custo total de implan- tação superior a R$ 100 milhões. Com uma área total de 890 m², a fábrica de ração da BR Frango terá capacidade de produção de 30 tonela- das por hora de ração peletizada, o que confere uma produção mensal de cerca de 18 mil toneladas por mês. “Além de oferecer um produto de alta performance, o fato da fábrica ser totalmente automatizada oferece maior precisão nas dosagens, otimiza- ção do tempo de expedição e redução do custo com mão de obra”, comenta o presidente da BR Frango, Reinaldo Morais. A fábrica foi projetada para aten- der às demandas da indústria, que até 2013 deve abater 420.000 aves por dia e manter cerca de 100 aviários pró- prios, além de outros 140 no sistema de integração. Enquanto o abatedouro da empresa não inicia sua produção, a BR Frango firmou uma parceria com o grupo paranaense Big Frango, na qual ficará responsável por produzir 500 toneladas de ração por dia para o grupo, enquanto sua unidade fabril em Rolândia estiver em manutenção. As informações são da assessoria de im- prensa da BR Frango. Cargill oferece €1,5 bilhão pela Provimi Em processo de aprovação Ao contrário de outros interessados na empresa, a Cargill abriu o jogo e ofereceu €1,5 bilhão (R$3,4 bilhões) pela empresa holandesa Provimi. De sua parte, a Permira, fundo de investi- mentos que adquiriu a Provimi em 2007, concordou em dar início ao necessário processo de aprovação. Conforme dirigentes da Cargill, a aquisição permite a expansão das operações da companhia e faz da empresa uma líder mundial no campo da nutrição animal. Presente no Brasil desde 1965, a Cargill foi uma das primeiras indústrias de ração norte-americanas a se instalar no País, onde chegou a produzir e processar carne de frango em duas ocasiões (a última, através da Seara, adquirida em 2004 e vendida poste- riormente à Marfrig). Atualmente, sua atuação na área de nutrição animal está resumida, principalmente, à fabri- cação de farelos. Com a concretização da compra da Provimi – operação que deve passar pelo crivo das autoridades de defesa econômica da União Europeia – a Cargill, pelo menos em território brasi- leiro, retorna às origens, isto é, à indus- trialização de rações e concentrados. É que a Provimi está presente no Brasil através da Nutron. Fábrica foi projetada para atender às demandas da indústria Produção Animal | Avicultura 19 C.Vale reconstruirá planta incendiada Até fevereiro Adireção da C.Vale, de Palotina, oeste do Paraná, planeja começar em meados de agosto a recons- trução de sua unidade avícola que foi atingida por incêndio em maio, segundo a assessoria de imprensa da empresa. Na ocasião, ela perdeu 20 mil dos 45 mil metros quadrados do abatedouro. Agora, está termi- nando a retirada de entulhos e a conclusão da obra está prevista para fevereiro. Segunda maior cooperativa do Paraná, atrás da Coamo, a C.Vale faturou R$ 2,4 bilhões em 2010. O Presidente da cooperativa, Alfredo Lang, conta que suspendeu alguns projetos, como o da unidade de esmagamento de soja, cuja inauguração estava pre- vista para 2013. O executivo afirma que em setembro serão revisados investimentos, uma vez que a priori- dade desde o incêndio foi evitar que produtores e empregados - cerca de 3,5 mil - fossem prejudicados. relação a 2004 (no mesmo período as exportações brasileiras aumentaram pouco mais de 50%). Conclusão da obra está prevista para fevereiro 20 Produção Animal | Avicultura Brasil Foods anuncia fábrica no Oriente Médio Depois da fusão A Brasil Foods vai construir uma fábrica de processados no Oriente Médio, nos Emirados Árabes Unidos. O projeto representa investi- mento da ordem de US$ 120 mi- lhões, a serem aplicados em duas etapas: US$ 95 milhões na primeira fase e os restantes US$ 25 milhões na segunda. A planta terá capacidade de pro- dução de cerca de 80 mil toneladas/ ano, quando estiver operando a ple- na carga. O início das operações está previsto para o final de 2012. Atualmente, o Oriente Médio representa 31,8% das exportações da BRF. As informações partem da assessoria da empresa. O anúncio aconteceu no momen- to em que a empresa se prepara para vender parte de seus ativos em bloco, após acordo fechado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), no início do próximo ano. Notícias / Agroindústrias Vendas da Tyson batem recordes, mas lucro cai Balanço trimestral As vendas da Tyson Foods, uma das maiores companhias de carnes do mundo, cresceram 10,9% e somaram US$ 8,2 bilhões no terceiro trimestre fiscal, um recorde. Apesar do crescimento, o retorno dos acionistas foi menor. O lucro líquido da companhia caiu 21%, para US$ 196 milhões ou US$ 0,51 por ação, enquanto o resulta- do operacional registrou uma que- da de 38,4%, para US$ 312 milhões. De acordo com a companhia, o aumento das vendas foi mais do que compensado pela expansão dos custos, que cresceram 15,4%, a US$ 7,7 bilhões. Os preços de matérias-primas como soja e milho registraram aumentos expressivos nos últimos 12 meses, ao mesmo tempo em que os preços do frango operam em níveis historicamente baixos. Neste segmento, a margem operacional da companhia caiu quase 85%, apesar de um cresci- mento de 10,8% na receita, que somou US$ 2,8 bilhões. As informações são do Valor Econômico. Minerva admite estudar ativos da BRF Processamentoe distribuição Terceiro maior frigorífico do país, o Minerva assume que estuda a aquisição de ativos da BRF Brasil Foods, mas descarta entrar na área de abate de frangos e suínos. Em encontro com jornalistas nesta ma- nhã, em Barretos, o CEO da compa- nhia, Fernando Galletti de Queiroz, disse que apenas a parte de proces- samento e distribuição, em que já atua, interessa à empresa. “Se os ativos puderem ser fatia- dos, estamos em condição de fazer uma oferta. Mas se for um pacote fechado, estamos fora”, afirma o executivo. Segundo ele, o Minerva faz ques- tão de manter seu foco no abate de bovinos. Queiroz disse que ainda aguarda informações mais claras sobre os negócios da BR Foods que serão colocados à venda. As informa- ções foram divulgadas pelo Valor Econômico. Oriente Médio representa 31,8% das exportações da BRF Produção Animal | Avicultura 21 Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br M K T- M A I/ 2 0 1 1 MAI$ CARNE POR M COM O MENOR CU$TO. 2 Caderno Postura 22 Produção Animal | Avicultura Notícias Curtas ......................... 22 Caderno Postura As principais notícias do setor produtor de ovos Antioxidantes: duas gemas cruas têm quase o dobro de uma maçã Consumo de ovos ajuda a prevenir o câncer Além do coração Pesquisadores da Universidade de Alberta, no Canadá, cons-tataram recentemente que além de ser excelente fonte de pro- teínas, lipídios, vitaminas e minerais, o ovo também contém propriedades antioxidantes que ajudam não só na prevenção de doenças cardiovascu- lares, mas também do câncer. Avaliando ovos produzidos por poedeiras alimentadas com rações convencionais, à base de trigo ou milho, os professores Jianping Wu e Andreas Schieber constataram a presença, na gema, de dois aminoá- cidos – triptofano e tirosina – com elevada propriedade antioxidante. Depois de analisar tais proprie- dades, os pesquisadores constata- ram que duas gemas cruas têm quase o dobro do valor antioxidante de uma maçã. A descoberta desses dois aminoácidos é importante, mas significa apenas o princípio de novas pesquisas voltadas à detecção de outras propriedades antioxidantes da gema do ovo, afirma o professor de Alberta. Acesse o sumário do traba- lho publicado na revista científica Food Chemistry: www.sciencedirect. com/science/article/pii/ S0308814611006248. Poedeiras alimentadas com rações à base de trigo ou milho, apresentam, na gema – triptofano e tirosina – com elevada propriedade antioxidante Brasileiro come mal, diz IBGE ................................. 28 23 Produção Animal | Avicultura Ovos com ômega 3: Anvisa liberou rotulagem 23 Produção Animal | Avicultura Anvisa prepara normativa que libera ovos enriquecidos Rotulagem Alimentos enriquecidos com vitaminas, proteínas e mine-rais estão fazendo a cabeça de muitos consumidores. Diante disso, algumas empresas lançaram os ovos enriquecidos com Ômega 3. O mais conhecido benefício do Ômega 3 é a sua capacidade de auxiliar na redução dos níveis de colesterol e triglicérides, assim como da pressão arterial. O Ômega 3 já está natural- mente presente no ovo, mas este alimento pode ser ainda mais enriquecido com o nutriente, atra- vés da suplementação às aves do precursor dos ácidos graxos Ôme- ga-3: o ALA (ácido alfa linolênico), contido na semente de linhaça. Dessa forma, a ave consegue pro- duzir os ácidos Ômega-3 mais nobres – o EPA ( ácido eicosapen- taenóico) e o DHA ( ácido doco- sahexaenóico), o que o organismo humano não consegue ou tem extrema dificuldade. Atenta, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), soli- citou no início de 2011 que o Mi- nistério da Agricultura suspendes- se a autorização para a rotulagem “ovos enriquecidos com Ômega 3”. A petição ocorreu porque a Anvisa ainda não tinha entre suas normativas nada específico sobre o ovo enriquecido. Mas, através de reuniões com a Anvisa, o setor de postura comercial brasileiro, representado pela Ovos Brasil e pela Associação Paulista de Avicul- tura (APA), conseguiu, no prazo de seis meses, apresentar explica- ções e justificativas. A normativa entrou em consulta pública e, após esse período, a Anvisa acei- tou as justificativas do setor e já avisou que vai liberar a rotulagem para o ovo enriquecido. Agora, o produto está novamente legaliza- do. Falta apenas a publicação da normativa, que, inclusive, vai har- monizar a liberação com os de- mais países do Mercosul. Setor norte-americano se prepara para o fim Gaiola convencional A União dos Produtores de Ovos dos EUA (UEP, na sigla em inglês) adotou uma atitu- de inusitada: firmou acordo com a Sociedade Humanitária dos EUA, uma entidade protetora dos animais, para, em conjunto, elaborarem regu- lamentação a ser transformada em lei federal aplicável a todas as poedeiras criadas no país, hoje estimadas em 280 milhões de cabeças. Porém, o mais destacável nesse acordo é a aceitação, pela UEP, do fim das gaio- las convencionais. Nesse sentido, a entidade só faz uma exigência: tem- po suficiente para a substituição. No entender das duas entidades, a legislação federal deverá, entre outras exigências, determinar a subs- tituição das gaiolas convencionais (hoje adotadas por mais de 90% do setor de postura norte-americano) pelas gaiolas enriquecidas, proporcio- nando à poedeira o dobro do espaço disponível. Mas isso requer tempo (uma década e meia é o previsto no documento) e investimentos (estima- dos por ora em US$4 bilhões). É prevista, também, a proibição da muda forçada. Caderno Postura 24 Produção Animal | Avicultura Organizadores do Dia Mundial do Ovo definem ações e estratégias Campanha Membros da organização do Dia Mundial do Ovo no Brasil reuniram-se para delinear e dar os ajustes finais a algumas das principais ações desenvolvidas para promover o consumo do ovo e para marcar as celebrações da data. O Dia Mundial do Ovo pretende movimentar 10 Estados brasileiros (RS, PR, SC, SP, RJ, ES, MG, GO, CE e RN) no próxi- mo dia 14 de outubro com ativida- des e degustação do produto em escolas, universidades, restauran- tes, pontos de venda e programas de televisão. A campanha também contará com a realização de um Festival Gastronômico do Ovo - com a participação de um famoso chef de cozinha, além de envolver uma grande campanha de divulga- ção em diversos canais de comuni- cação e em redes sociais. O Instituto Ovos Brasil, que gerencia a campanha, está organi- zando ações coletivas e simultâne- as de promoção do ovo nestes 10 Estados durante a data. Serão atividades padronizadas e com apoio de profissionais especializa- dos (nutricionistas, médicos, técni- cos da avicultura), que têm como objetivo apresentar os benefícios do ovo a consumidores finais, jo- vens, profissionais da saúde e for- madores de opinião. “Nossa meta é aumentar o consumo de 145 ovos por pessoa em 2011 para 208 ovos per capita nos próximos anos. Isto significa quatro ovos por sema- na, em um futuro próximo. Este aumento contribui não só com a cadeia produtiva, como também melhora a nutrição do brasileiro. Por isso, convidamos os profissio- nais da cadeia produtiva para parti- cipar desta celebração conosco”, explica José Roberto Bottura, dire- tor executivo do Ovos Brasil. A equipe de organização do Dia Mundial do Ovo no Brasil, formada por membros do Instituto Ovos Brasil, Novus, Uniquímica e RN Comunicação Total ainda finali- zaria todas as estratégias da cam- panha e anunciar o site oficial do Dia do Ovo. Segundo Bottura, todo este trabalho tem o apoio de empresas parceiras, associações regionais de avicultura e de profis- sionais voluntários, que estão se engajando na promoção do ovo. “Nós vamos precisar de muito mais apoio para fazer uma grande celebração do Dia Mundial do Ovo, e no site oficial do evento, que será lançado nos próximos dias, as pessoas ficarão sabendo como é que elas podem nos ajudar comesta campanha e como se tornar um ‘Embaixador do Ovo’, revela Bottura. Dia Mundial do Ovo Criado em 1996 pelo Interna- tional Egg Commission (IEC), com sede em Londres, na Inglaterra, o Dia Mundial do Ovo (World Egg Day) tem como finalidade destacar e celebrar o produto como um dos mais nutritivos e versáteis alimen- tos à dieta humana, além de inte- grar pessoas de todas as partes do mundo para um intercâmbio de informações nutricionais e receitas sobre o ovo. Países como México, Austrália, Argentina, Reino Unido, Dinamarca, Holanda, Hungria, Nigéria e Estados Unidos (só para citar alguns exemplos) costumam organizar grandes eventos para comemorar o Dia do Ovo. Entre as atividades realizadas estão pales- tras, lançamento de livros de recei- tas, competições esportivas, corri- da de balões e degustações coletivas de receitas com ovos. De acordo com o IEC, o ovo pode ser descrito da seguinte for- ma: “O ovo é um alimento único – compacto, economicamente acessível, que mantém a sua fres- cura durante muito tempo e é convenientemente embalado pela própria natureza. Pessoas de todos os cantos do mundo apreciam o ovo, que é um dos principais ingre- dientes de uma dieta nutritiva e saudável”. O Dia Mundial do Ovo é come- morado sempre na segunda sexta- -feira do mês de outubro, sendo a data celebrada em 2011 no dia 14. O objetivo do evento, agendado para o próximo dia 14 de outubro, é divulgar os benefícios do ovo e promover o seu consumo no Brasil 25 Produção Animal | Avicultura Caderno Postura 26 Produção Animal | Avicultura Brasileiro come mal IBGE Ao divulgar os resultados da “Análise do Consumo Ali-mentar Pessoal no Brasil”, estudo realizado em parceria com o Ministério da Saúde, o Instituto Brasi- leiro de Geografia e Estatística (IBGE) observou que a população brasileira se alimenta inadequadamente, pois combina a tradicional dieta à base de arroz e feijão com alimentos alta- mente calóricos e pouco nutritivos. Conforme o IBGE, a ingestão diária de frutas, legumes e verduras está abaixo dos níveis recomendados pelo Ministério da Saúde (400 gra- mas/dia) para mais de 90% da popu- lação. Já as bebidas com adição de açúcar (sucos, refrescos e refrigeran- tes) têm consumo elevado, especial- mente entre os adolescentes, que ingerem o dobro da quantidade registrada para adultos e idosos, além de apresentarem alta frequên- cia de consumo de biscoitos, lingui- ças, salsichas, mortadelas, sanduí- ches e salgados e uma ingestão menor de feijão, saladas e verduras. E onde entram frangos e ovos nessa historia? Na relação que elabo- rou apontando os 20 alimentos mais consumidos, o IBGE mostra que as aves (isto é, não só o frango, mas também pato, peru, marreco, ganso, angola, etc.) estão na nona posição, com um consumo médio diário da ordem de 36,5 gramas. Já os ovos surgem na vigésima posição, isto é, no último posto da relação, com um consumo diário de 11,7 gramas. Para acessar o texto integral da “Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil”: www.ibge.gov.br/ home/estatistica/populacao/condica- odevida/pof/2008_2009_analise_ consumo/default.shtm. O estudo divulgado, por sinal, é bem mais amplo e traz uma série de outras informações, todas disponíveis na internet, como as “Tabelas de Composição Nutricional dos Alimen- tos Consumidos no Brasil” e a “Ta- bela de Medidas Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil”. A partir das informações da pesquisa também é possível gerar gráficos dinâmicos. Eles permitem elaborar gráficos e tabelas com a composição e o teor nutricional dos alimentos, conforme as diferentes formas de preparo. ALIMENTOS Consumo médio dos brasileiros - Consumo diário e percentual fora do domicílio - 2008-2009 ALIMENTO GRAMAS DIÁRIAS % FORA 1º Café 215,1 10,1% 2º Feijão 182,9 12,2% 3º Arroz 160,3 12,5% 4º Sucos/refrescos 145,0 18,5% 5º Refrigerantes 94,7 39,9% 6º Carne bovina 63,2 16,6% 7º Pão de sal 53,0 9,1% 8º Sopas e caldos 50,3 11,5% 9º Aves 36,5 17,0% 10º Macarrão 36,3 15,5% 11º Leite integral 34,7 5,8% 12º Chá 31,3 8,9% 13º Cerveja 31,1 63,6% 14º Peixes 23,4 10,8% 15º Laranja 20,6 16,3% 16º Milho e preparações 20,4 7,6% 17º Bebidas lácteas 19,9 8,7% 18º Banana 18,6 11,6% 19º Sanduíches 11,8 41,4% 20º Ovos 11,7 6,7% Fonte dos dados básicos: IBGE / Elaboração e análises: AVISITE E onde entram frangos e ovos nessa história? Frango aparece na nona posição e o ovo na vigésima, o último posto da relação 27 Produção Animal | Avicultura Nordeste lidera consumo per capita de ovos Mais do IBGE Pelos resultados do estudo “Análise do Consumo Ali-mentar Pessoal no Brasil”, do IBGE, a Região Nordeste registra o maior consumo per capita de ovos do País, com uma quantidade qua- se 25% maior que a da segunda colocada, a Região Norte. Sudeste e Sul, as duas principais Regiões econômicas do País têm um consumo per capita que as coloca, respectivamente, na terceira e quarta posições. O menor consu- mo ocorre na Região Centro-Oeste. Aceitos esses padrões e consi- derada a população regional levan- tada pelo censo de 2010, o maior consumo total ocorre na Região Nordeste, vindo a seguir a Região Sudeste. Deve-se considerar, nos presen- tes resultados, que eles se referem, especificamente, ao consumo de ovos in natura, independente de suas diferentes formas de preparo (cru, cozido, frito, etc.). Ou seja: grande parcela do produto é consu- mida indiretamente, através de alimentos industrializados ou do- mésticos, como massas e doces. Sob esse aspecto, é praticamente certo que o maior consumo per capita está na Região Sudeste. Caderno Postura 28 Produção Animal | Avicultura Disponibilidade de ovos nos 10 maiores produtores mundiais aumentou 25% em 10 anos Per capita O s números da Organiza-ção das Nações Unidas para Agricultura e Alimen- tação revelam que em 10 anos – de 1999 para 2009 – a produção mundial de ovos de galinha au- mentou pouco mais de 25%. Entre os 10 maiores produtores a expansão foi de 26,5%, regis- trando-se expansão acima da mé- dia na Indonésia (que subiu da 16ª posição para o 8º lugar), Ucrânia (do 18º para o 10º), Índia, México, Brasil e China. Já dois países – Ja- pão e França – registraram redu- ção em sua produção de ovos. Apenas para simples compara- ção, o AviSite contrapôs a produ- ção apontada pela FAO (transfor- mada em ovos de 65 gramas) à população desses países (ressalve- -se: os dados de produção são de 2009; a população é a prevista para 2011). O resultado obtido revela que o Brasil tem a terceira pior oferta per capita aparente entre os 10 maiores produtores mundiais. Ou seja: nesse quesito está à frente, somente, da Índia e da Indonésia. Os outros sete inte- grantes dos rol dos “dez mais” têm uma oferta per capita aparen- te superior a 200 e até 300 unida- des/ano. OVOS DE GALINHA - 10 maiores produtores mundiais em 2009. Volume produzido, variação em uma década e oferta per capita aparente PAÍS PRODUTOR VOLUME PRODUZIDO EM 2009 TONELADAS VARIAÇÃO EM 10 ANOS (2009/1999) VARIAÇÃO EM 10 ANOS (2009/1999) 1. China (1) 23.633.659 27,7% 272,0 2. EUA (2) 5.349.100 8,9% 262,7 3. Índia (5) 3.200.000 74,3% 41,4 4. Japão (3) 2.505.000 -1,4% 304,7 5. México (6) 2.360.300 44,4% 319,3 6. Rússia (4) 2.194.500 18,9% 243,3 7. BRASIL (7) 1.921.890 31,0% 145,3 8. Indonésia (16) 1.059.270 101,9% 66,4 9. França (8) 918.300 -12,9% 216,3 10. Ucrânia (18) 913.400 85,9% 311,3 Subtotal 10 países 44.055.419 26,5% 179,4 Demais 194 países 18.784.095 23,5% 91,7 Total FAO 204 países 62.839.514 25,6% 139,5 Fonte dos dados básicos: FAO / Elaboração e análises: AVISITE O número entre parênteses indica a posição do país em 1999 Brasil tem a terceira pior oferta per capita aparente entre os 10 maiores produtores mundiais de ovos 29 Produção Animal | Avicultura 30 Produção Animal | Avicultura Sustentabilidade Pegada Hídrica e a produção de aves de corteA produção mundial de carne deve dobrar no período 2000-2050 (Steinfeld et al., 2006). Paralelo a esse crescimento, obser- va-se o reduzido conhecimento dos consumido- res sobre a necessidade de recursos naturais e os impactos ambientais associados aos alimentos que consomem (Naylor et al, 2005;. Hoekstra, 2010). O conceito da pegada hídrica proporciona aos consumidores o conhecimento de como as produções pecuárias se relacionam com a água e como os atores das cadeias produtivas podem promover a gestão e conservação do recurso na- tural. Ultimamente, tem-se divulgado valores da pegada hídrica das atividades pecuárias (Vide Tabela 1). Os valores não estão sendo entendidos pelas cadeias produtivas e pela sociedade devido ao reduzido conhecimento que esses têm do mé- todo, além de gerarem conflitos entre as cadeias produtivas e segmentos da sociedade que defen- Pegada hídrica proporciona aos consumidores o conhecimento de como as produções pecuárias se relacionam com a água e como os atores das cadeias produtivas podem promover a gestão e conservação do recurso natural. Saiba como o conceito pode ser aplicado na cadeia avícola Autor: Julio Cesar P. Palhares, pesquisador da Área de Impacto Ambiental e Manejo de Recursos Hídricos da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos, SP. Um dos objetivos do cálculo da pegada é a íntima relação entre produção de proteína animal e recursos hídricos Produção Animal | Avicultura 31 Conceito de produtividade de água, relação entre a quantidade de produtos produzidos pela quantidade de água utilizada para gerar esses produtos, é o de maior importância no momento e entendido como um indicador de desempenho hídrico de uma atividade dem a redução do consumo, ou o não consumo, dos produtos animais devido à necessidade hídrica de se produzi-los. Os valores da Tabela 1 são médias mundiais, portanto para calculá-los fazem-se muitas inferências e determinam-se médias nacionais. Certamente, para países com dimensões con- tinentais e diversos sistemas de produção como o Brasil, o me- lhor valor será aquele calculado, considerando as realidades pro- dutivas brasileiras. Isso não in- valida as médias globais, pois um dos objetivos do cálculo da pegada explicita a íntima rela- ção entre produção de proteína animal e recursos hídricos. Se- gundo Chapagain & Hoekstra (2003; 2004), a pegada hídrica das atividades pecuárias variam muito entre países e sistemas de produção. O sistema de produ- ção é altamente relevante para o valor da pegada, composição e distribuição geográfica desta. Da mesma forma, o país em que o produto é produzido influencia o valor. O método entende consumo como a extração de águas super- ficiais e subterrâneas em deter- minada unidade hidrográfica, quando a água é evaporada na produção das culturas vegetais (processo de evapotranspiração), quando a água retorna para ou- tra unidade hidrográfica que não a sua unidade de origem ou para o mar e quando está incorporada a um produto. A pegada pode ser expressa em: m³/ano/animal, m³/animal e m³/kg de produto. É possível que a pegada seja calculada sem considerar todos esses consumos, podendo ter como “fronteira” a unidade pro- dutiva, região, estado ou país. Portanto, na interpretação do valor deve estar claro o que foi considerado no cálculo e qual a “fronteira”. Sem esses esclareci- mentos a interpretação do valor conduz a erros. O cálculo também determina o consumo de água verde; água azul; água cinza (vide quadro). Portanto, a pegada hídrica é composta por componentes in- diretos (água utilizada na produ- ção dos alimentos) e diretos (água consumida na dessedenta- ção e serviços) (Chapagain e Ho- ekstra, 2003, 2004). Tabela 1- Valor da pegada por categoria animal e sistema de produção (Gm³/ano). Catego- ria Sistema de Produção a Pasto Sistema de Produção Misto1 Sistema Industrial Total Mundial ÁGUAS Verde2 Azul3 Cinza4 Verde Azul Cinza Verde Azul Cinza Verde Azul Cinza Bovino de Corte 185 4,5 2,1 443 20 12 112 10 9,0 740 35 23 Bovino de Leite 83 3,6 3,7 269 27 26 48 4,1 3,8 400 35 34 Suíno 27 1,5 2,2 237 19 27 111 14 19 376 34 48 Ave de Corte 37 3,4 3,3 100 8,3 14 73 6,3 10 210 18 28 Ave de Postura 4,5 0,3 0,3 52 5,4 9,4 77 6,5 12 133 12 22 Total 461 17,8 13,2 1210 90 90 442 43 55 2.112 151 159 (1) Sistema de produção que envolve pastejo e confinamento dos animais. Fonte: Mekonnen & Hoekstra (2010) (2) (3) (4) 32 Produção Animal | Avicultura Sustentabilidade O uso do método traz à dis- cussão outros conceitos que cada vez mais estarão presentes no dia a dia das produções e serão ques- tionados pela sociedade. O con- ceito de produtividade de água, relação entre a quantidade de produtos produzidos pela quan- tidade de água utilizada para ge- rar esses produtos, é o de maior importância no momento e en- tendido como um indicador de desempenho hídrico de uma ati- vidade. Pegada Hídrica das aves de corte Apresenta-se o cálculo da pe- gada hídrica das aves abatidas nos Estados da Região Centro-Sul do Brasil no ano de 2010 (vide Tabela 2). O trabalho não apre- senta informações para o Distrito Federal e Mato Grosso do Sul, de- vido à falta de dados na base da Pesquisa Trimestral de Abate de Animais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Neste estudo se utilizou a me- todologia proposta por Chapa- gain & Hoekstra (2003), que con- sidera para o cálculo: água consumida na produção de grãos (milho e soja), água de desseden- tação e a água utilizada no res- friamento e limpeza das instala- ções. Sabe-se que há diferenças construtivas e de uso de equipa- mentos entre as regiões devido às condições climáticas e caracterís- ticas produtivas. Nos Estados das regiões Sul e Sudeste, adotou-se como padrão produtivo: aviá- -rios semiclimatizados, ventila- ção com pressão positiva, mas sem nebulização; com 1.200 m²; densidade de 11,8 cabeças/m² ao final do lote. Nos Estados da re- gião Centro-Oeste, adotou-se como padrão produtivo: aviários climatizados com pressão positi- va, ventilação e nebulização; com 1.500 m²; densidade de 11,3 cabeças/m² ao final do lote. Nes- ses Estados, utilizou-se o consu- mo de 2,0 L/cabeça para o res- friamento da instalação (Miele et al., 2010). Os dados demonstram que a maior parte do consumo de água para produção de aves de corte se dá no cultivo dos grãos, ou seja, no consumo de água verde. A mesma realidade será observada no cálculo de qualquer outra ati- vidade pecuária, conforme de- O cálculo da pegada de uma atividade pecuária considera os seguintes consumos 1) água para produção dos alimentos que serão fornecidos aos animais; 2) dessedentação e serviços (limpeza e resfriamento das instalações); 3) água necessária para diluir os efluentes da produção; água consumida no processamento e abate dos animais. No Brasil há um fluxo hídrico entre os Estados na forma de commodities agropecuárias. O cálculo da pegada proporciona o conhecimento desse fluxo, possibilitando a melhor tomada de decisão quanto à gestão dos recursos hídricos brasileiros O sistema de produção é altamente relevante para o valor da pegada, composição e distribuição geográfica desta Produção Animal | Avicultura 33 monstram os estudos. Portanto, a gestão hídrica da atividade pe- cuária está intimamente relacio- nada com a gestão hídrica da atividade agrícola. Quanto mais eficiente for a agricultura no uso da água, menor será a pegada das proteínas animais. Políticas, pro- gramas e leis ambientais terão maior eficiência e eficácia se fo- rem elaboradas e implantadas tendo uma visão sistêmica, pois o meio ambiente insere conexões complexas. O cálculo da pegada das aves demonstra essas cone- xões e complexidades, ou seja, a grande dependência de água ver- de e de práticas agrícolas efica- zes. O baixo impacto no valor da pegada do consumo de água azul não significaque manejos hídri- cos não devam ser internalizados nas unidades produtivas a fim de melhorar a eficiência de uso do recurso natural. Toda proprieda- de está inserida em uma bacia hidrográfica, espaço físico no qual se dará a extração das águas superficiais e subterrâneas. A ba- cia pode apresentar problemas de escassez e a atividade deve ter a outorga de uso e pode ter que pa- gar pelo volume de água que cap- ta, consome e pela qualidade em que essa é devolvida para nature- za. Portanto, ser eficiente no uso da água trará benefícios econô- micos, sociais e ambientais, além de impactar no valor da pegada. Os Estados do RJ e ES apresen- taram baixos valores para a pega- da devido aos seus rebanhos re- duzidos, mas tiveram as piores eficiências hídricas, resultado das baixas produtividades nos cultivos de milho e soja. As melhores eficiências foram verificadas para os Estados do PR, SC e GO, pois esses têm tradição produtiva no cultivo de grãos e apresentaram as mais altas pro- dutividades para o ano de estu- do. Deve-se destacar que o Esta- do de SC não produz toda soja e milho que necessita para alimen- tar seus rebanhos, importando grandes quantidades do PR, MS e MT. Essa realidade insere outro conceito que permeia o cálculo da pegada que é o de água virtu- al. No Brasil, há um fluxo hídrico entre os Estados na forma de commodities agropecuárias. O cálculo da pegada proporciona o conhecimento desse fluxo, possi- bilitando a melhor tomada de decisão quanto à gestão dos re- cursos hídricos brasileiros. O Brasil também é um dos maiores exportadores de água virtual do mundo. Ferramentas que propiciam o estabelecimento dos fluxos hí- dricos de uma atividade produti- va, visando a eficiência no uso do recurso natural devem ser avaliadas, pois auxiliarão na sustentabilidade da atividade. A pegada hídrica é uma metodolo- gia em construção e ainda de baixo entendimento, mas diver- sos estudos estão sendo gerados a fim de aprimorar o método e internalizá-lo na sociedade. Com isso, os conflitos relaciona- dos aos valores da pegada serão minimizados. O Brasil, como grande produtor de aves de cor- te, não pode deixar de utilizar métodos que atestem a qualida- de ambiental de sua produção. Se a cadeia não fizer isso, outros farão, pois consumidores e com- petidores estão ávidos por esse tipo de informação. Acesse a ín- tegra do texto com as referências bibliográficas em www.avisite. com.br/cet. Tabela 2- Pegada hídrica das aves abatidas por Estado no ano de 2010 Estado Valor da Pegada Hídrica (km3) Soma das porcentagens da água consumida na produção do milho e do farelo de soja (%)* Soma da porcentagem da água consumida na dessedentação, resfriamento e limpeza (%)* Eficiência hídrica (m3/kg de ave) MG 1,655 99,71 0,26 1,7 ES 0,197 99,82 0,17 2,6 RJ 0,276 99,82 0,16 2,7 SP 2,903 99,70 0,26 1,6 PR 4,802 99,65 0,32 1,4 SC 3,520 99,67 0,29 1,5 RS 3,782 99,75 0,21 1,9 MT 1,902 99,69 0,28 1,7 GO 1,176 99,63 0,32 1,5 *Em relação ao total do valor da pegada hídrica 34 Produção Animal | Avicultura Recurso hídrico A água na produção de aves industriais não é simples-mente um recurso natural. Ela é muito mais do que isso. Ela é o principal alimento destas cria- ções. E sendo um alimento, deve ser oferecido em quantidade e qualidade. A água de má qualidade representa riscos à saúde dos ani- mais e prejuízos à produção, cau- sando desde reduções no ganho de peso, até a perda de animais. Se- gundo o supervisor dos Campos Experimentais da Embrapa Suínos e Aves, sediada em Concórdia, SC, Levino Bassi, a água fornecida às aves de produção deve ser abun- dante, limpa, fresca e isenta de pa- tógenos (ver tabela 1). “Este é o mais importante nutriente na avi- cultura e deve ser fornecido às aves em todas as idades, em quantidade Tão importante quanto a ração, só a falta de oxigênio é mais crítico que a falta de água para manter a vida das aves. Mas como garantir a qualidade? A Revista do AviSite ouviu especialistas sobre o assunto para buscar esta resposta C ré di to : G SI Água para beber Produção Animal | Avicultura 35 A água, assim como a ração, atinge 100% do plantel. Se ambas não forem de boa qualidade, 100% do plantel estará comprometido suficiente. E é de fundamental im- portância, e essencial, o uso racio- nal e o suprimento seguro e ade- quado de água de boa qualidade, para uma maior eficiência da pro- dução avícola”, ressalta. Para Antônio Piantino Ferreira, professor do Departamento de Pa- tologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Univer- sidade de São Paulo (FMVZ/USP) a qualidade da água deve ser consi- derada parte da alimentação das aves, já que pode veicular patóge- nos de diferentes categorias, como vírus, bactérias, fungos, algas e parasitas. “Estes agentes podem infectar as aves e causar diferentes doenças, que podem ser transmiti- das ao homem através do consumo de carnes e ovos. A presença de coliformes fecais na água de bebi- da, por exemplo, pode comprome- ter o desenvolvimento de pinti- nhos na primeira semana de vida e causar problemas entéricos, como o emplastramento de cloaca e ou- tros distúrbios entéricos. A água, assim como a ração, atinge 100% do plantel. Se ambas não forem de boa qualidade, 100% do plantel estará comprometido”, alerta o professor. Mas qual a qualidade que a água deve ter para ser considerada boa para frangos e poedeiras? Pes- quisas indicam, por exemplo, que a água destinada ao consumo das aves deve ter as mesmas caracterís- ticas da água potável consumida pelos seres humanos. A sua função, nos humanos e nas aves, é a mes- ma. “A mais importante é promo- ver o movimento de nutrientes entre as células dos tecidos dos animais. Também é responsável pela retirada de substâncias tóxicas das células que deverão ser excreta- das”, lembra Levino Bassi. As características físico-quími- cas da água fornecida às aves en- contram-se descritas na Portaria 518 da Anvisa, que estabelece pa- drões máximos e mínimos permi- tidos para o consumo sem que a saúde do consumidor seja afetada (ver tabela 2). A temperatura para humanos depende do critério de cada pessoa, mas em média dever ser em torno de 20º C a 25º C. Para as aves a temperatura deve está em torno de 20º C. Cuidados para garantir a qualidade da água Além disso, os especialistas ou- vidos pela Revista do AviSite lem- bram que o recurso hídrico deve passar por um programa de moni- toramento, quantitativo e qualita- tivo, considerando as condições químicas, físicas e microbiológicas. Já as fontes de água podem ser as mais diversas, desde que ofere- çam qualidade e quantidade sufi- ciente para atender a necessidade do lote. Levino Bassi ressalta, no entan- to, que, em geral, é mais difícil manter a qualidade da água de su- perfície do que daquela originária dos poços artesianos. “Outro deta- lhe, é que muitas vezes a fonte de água é boa, mas a qualidade é per- dida pelo mau armazenamento, onde são empregados reservatórios sujos, não cobertos, passíveis de ATENÇÃO Água cristalina e transparente não é garantia de qualidade, pois podem existir minerais e outras substâncias invisíveis ao olho humano 36 Produção Animal | Avicultura Sustentabilidade serem alcançados por pássaros, ra- tos e outros animais ou, mais facil- mente, contaminados pelo ar”, completa ele, prosseguindo: “Tam- bém é possível perder a qualidade da água em decorrência do sistema de encanamento empregado. As- sim, proteger os reservatórios e os encanamentos é um procedimento indispensável”. De toda forma, Andrey Gava Citadin, engenheiro mecânico e Gerente Técnico da Plasson, lem- bra que água cristalina e transpa- rente não é garantia de boa quali- dade de água. Minerais e outras substâncias invisíveis ao olho hu- mano podem ocasionar algum tipo de prejuízo à ave. O produtor pode alcançar a qualidade da água através de dife- rentes formas.E também é preciso trabalhar para mantê-la. Antônio Piantino, da USP, resume: “É ne- cessário, antes de tudo, certificar-se da origem da água. Depois, deve-se realizar análises periódicas da fon- te de água da granja, instalar clora- dores suplementares, examinar o encanamento, limpar os canos e caixas d’água, evitar a contamina- ção com matéria orgânica e manter bem fechada a fonte de água ou os reservatórios para evitar a entrada de animais, insetos e pequenos répteis. O uso de produtos clora- dos, como os à base de cloro orgâ- nico, proporciona excelentes resul- tados em termos de eliminação de patógenos”. A influência dos bebedouros O bebedouro utili- zado também tem pa- pel fundamental na manutenção da quali- dade da água. Segun- do o professor Pianti- no, os bebedouros do tipo “Nipple” são os mais indicados, pois a água fornecida às aves não fica exposta à grande quantidade de matéria orgânica e patógenos distribuí- dos no meio ambiente avícola ambiente (ver vitrine de produtos na página 41). Levino Bassi con- corda e afirma que, nas gaiolas, as aves devem ter acesso a bebedouros do tipo nipple ou calha, que recebam ma- nutenção e limpeza regulares; quando no piso, bebedouros nipple ou pendulares (infantis e adultos) devem ser adequadamente higieni- zados e periodicamente aferidos quanto à altura, funcionamento e verificados quanto à presença de vazamentos. Andrey Gava Citadin, da Plas- son, explica que o bebedouro deve permitir que a ave adquira a quan- tidade de água necessária ao longo de todo o lote, independente da si- tuação climática da região. Ele res- salta que, durante o verão ou perío- dos de maior calor, o consumo de água aumenta e o bebedouro deve ser escolhido para atender essa ne- cessidade. “O dimensionamento e a escolha do equipamento devem ser feitos com o critério adequado. Devemos levar em conta diversos fatores como a densidade das aves alojadas, peso médio de abate, o clima da região e os sistemas de controle do ambiente, entre outros fatores”, afirma, completando que “o bebedouro tipo nipple é o que melhor atende essas necessidades. Existem ainda outros bebedouros, como os pendulares, porém sua aplicação no campo está cada vez menor”. Ivo Oltramari Junior, Diretor de Vendas e Marketing da área de Proteína Animal da GSI, ressalta ainda que “são muitos os modelos para atender os mais diversos siste- VITAL Estudos indicam que um grau de desidratação de 10% já propicia grandes perdas de peso nas aves Tabela 1. Estimativa de consumo diário de água em ml por frango. Semana ml / dia / frango I / dia / 12.000 frangos 1 32 384 2 69 828 3 104 1248 4 143 1716 5 179 2149 6 214 2568 7 250 3000 8 286 3432 Fonte: Levino Bassi, Embrapa Suínos e Aves C ré di to : C as p Produção Animal | Avicultura 37 mas de produção de aves (seja ma- trizes de postura ou de corte). A sua vazão pode ser controlada de acor- do com a fase de crescimento das aves e do clima”. Irineu Pinto Filho, engenheiro industrial mecânico e Gerente Executivo da Engenharia da Uni- dade de Frango de Corte e Suínos da Casp, destaca as vantagens que podem ser alcançadas com os be- bedouros do tipo nipple: garantia de água limpa, cama seca, otimiza- ção da mão de obra, menor inci- dência de contaminação, redução da mortalidade e melhoria na con- versão alimentar. Segundo ele, atualmente, há um número grande de fabricantes de bebedouro deste tipo. Em geral, os modelos têm al- gumas similaridades, com diferen- ças maiores no processo de fabrica- ção. Ele explica: “As principais diferenças entre os diversos mode- los disponíveis estão naqueles que necessitam de um suporte para fi- xar as válvulas do bebedouro nos tubos e outros em que os bicos são aplicados diretamente nos tubos, através de rosca no próprio corpo, sendo que nesses casos, há modelo totalmente metálico ou revestido com material plástico”. Irineu prossegue: “Basicamen- te, todos os fabricantes têm uma gama variada na disponibilidade com distintas de vazões (baixa, média ou alta), nos bicos específi- cos para frango de corte ou matri- zes de recria e de produção e ainda modelos para aves de postura co- mercial e para aves pesadas como o peru. Dentro de todas essas varia- ções, existe ainda a possibilidade Bebedouros do tipo nipple são os mais indicados, pois a água não fica exposta à grande quantidade de matéria orgânica distribuída no meio ambiente avícola TM PARA INFORMAÇÕES E ORÇAMENTOS, ENTRE EM CONTATO COM NOSSOS REPRESENTANTES. COMEDOUROS Oferecem as vantagens da automação aliadas a grande oferta de alimento sem desperdício, propiciando excelente ganho de peso e conversão alimentar. BEBEDOUROS Sistema de Bebedouro VAL-CO possui alta durabilidade, pois é composto de peças em aço inoxidável e plástico de alta resistência com anti UV. SILOS Silos VAL-CO são produzidos em chapa de aço galvanizada G-90 com corrugação profunda (70mm x 13mm) que propicia alta resistência. CONTROLE DE AMBIENTE O máximo de conforto para as aves, minimizando seus custos de energia, aumentando a lucratividade. BALANÇAS Sistemas de pesagem ajudam a capturar volumes maiores de dados. COM VAL-CO NO AVIÁRIO A SUA RENTABILIDADE AUMENTA VAL-CO. LÍDER MUNDIAL NA FABRICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA AVIÁRIOS. Rua Francisco Alves de Lima, 11 São José dos Pinhais - PR - Brasil 55 (41) 3383-3799 www.valcobrasil.com.br d ire to m ar ke tin g .c o m .b r 38 Produção Animal | Avicultura Sustentabilidade de aplicar ou não a taça aparadora de gotas. As taças são elementos utilizados abaixo dos bicos, no caso dos modelos de alta vazão. Dessa forma, é possível evitar res- pingos dos bicos ao serem aciona- dos e manter a cama sempre seca”. Ele conta também que, outro item importante, que pode fazer diferença na qualidade da instala- ção de um bebedouro nipple, é o tipo de tubulação, que não deve permitir a passagem de luz. “Tubu- lações de má qualidade podem permitir a passagem de luz, o que certamente compromete a boa qualidade da água”. Já Andrey Citadin diz que a primeira característica do bebe- douro de extrema importância é garantir que em períodos mais quentes e nos picos de consumo (início da manhã e final de tarde) não falte água ao longo do aviário e também que essa água seja distri- buída de forma uniforme por toda a linha do bebedouro. EM QUANTIDADE SUFICIENTE Água é o mais importante nutriente na avicultura e deve ser fornecido às aves em todas as idades C ré di to : P la ss on Tabela 2. Padrões brasileiros de qualidade da água estipulados para a água de bebida de animais de acordo com a Resolução CONAMA 357/052 Parâmetro Valor Máximo Demanda Bioquímica de Oxigênio (5 dias a 200C) 10,0 mg/L Oxigênio Dissolvido Não inferior a 4,0 mg/L Turbidez Até 100 UNT pH 6,0 a 9,0 Clorofila a 60 μg/L Sólidos Dissolvidos Totais 500 mg/L Cobre dissolvido 0,013 mg/L de Cu Ferro dissolvido 5,0 mg/L de Fe Fósforo total (ambiente intermediário, com tempo de residência entre 2 e 40 dias, e tributários diretos de ambiente lêntico) 0,075 mg/L de P Fósforo total (ambiente lótico e tributários de ambientes intermediários) 0,15 mg/L P Nitrato 10 mg/L de N Nitrogênio Amoniacal Total 13,3 mg/L N, para pH 7,5 5,6 mg/L N, para 7,5 < pH 8,0 2,2 mg/L N, para 8,0 < pH 8,5 1,0 mg/L N, para pH > 8,5 Zinco total 5,0 mg/L de Zn Coliformes Termotolerantes Não deverá ser excedido o limite de 1.000 por 100 ml em 80% ou mais de pelo menos seis amostras coletadas durante o período de um ano, com periodicidade bimestral Fonte: Levino Bassi, Embrapa Suínos e Aves Produção Animal | Avicultura 39 No que diz respeito aos mate- riais, Andrey afirma que os bebe- douros devem ser fabricados em plástico e aço inox. Segundo ele, a durabilidade de um bebedouro depende muito da qualidade da água utilizada e do manejo e lim- peza realizados. “Existem aviários com bebedouros instalados há mais
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