Atividade Suinocultura

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Atividade Suinocultura 
Seu Bruno Mezenga, grande produtor de bovinos de corte, decidiu diversificar os investimentos e produzir também suínos para crescimento e terminação. Ele dispõe de recursos financeiros e deseja fazer parcerias com grandes frigoríficos. Desta forma, descreva o que um médico veterinário, consultor de suinocultores, orientaria para seu Bruno Mezenga fazer. OBS: considere todo o sistema produtivo, desde os locais de implantação da granja até a terminação dos suínos. 
Escolha do lugar: 
O local escolhido para a produção dos suínos será a região Centro-Oeste do Brasil especificamente o estado de Goiás, pois atualmente esta região está crescendo e investindo na suinocultura. Outros fatores levados em consideração são a quantidade frigoríficos, num total de 38 empresas diferentes (algumas com mais de uma filial) no estado e a oferta abundante de matéria prima, além de ser considerada uma região de destaque para os arranjos produtivos de integração.
Escolha da raça 
Para escolha da raça, alguns fatores devem ser levados em consideração, como por exemplo: o ambiente onde a granja será instalada, em regiões mais quentes ou mais frias; o objetivo da produção, se será destinado para produção de carne ou para reprodução; o tipo de sistema adotado; o mercado consumidor; a resistência e adaptabilidade de algumas raças com relação à doenças regionais.
Como a granja do Sr. Bruno ficará situada no estado de Goiás, na região centro norte do estado, que tem climas bem definidos com verões úmidos e invernos secos, raças mais adaptadas a estes climas são ideais, como as linhagens.
Levando também em consideração que o Sr. Bruno quer animais para crescimento e terminação, ele deverá escolher raças que além de se adaptar ao clima, vão converter o alimento em carne de forma mais rápida, podendo ser da seguinte maneira: obter animais que descendam de reprodutores terminais da Embrapa, o MS115, e das fêmeas F1 híbridas (LWxLD ou LDxLW), obtendo assim, animais ideais para crescimento e terminação. 
Sistema de Produção
Visando a maior produtividade, a utilização de raças específicas, a implementação de tecnologias e técnicas avançadas de nutrição, biosseguridade, gestão e o bem estar destes animais, é recomendada a utilização dos Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre (SISCAL).
Escolha do Tipo de Granja: 
Visando o atendimento das especificações determinadas para a produção com enfoque no crescimento e terminação dos suínos, é recomendado que o tipo de granja adotada seja a Unidade Produtora de Leitões (UPL). Este formato atenderá os objetivos do produtor, pois os leitões desmamados passarão pela Unidade de Crescimento (Crechário), podendo atingir cerca de 22 a 26 kg, em seguida serão destinados para a Unidade de Terminação (UT). 
Escolha do Arranjo Produtivo 
O sistema de criação recomendado ao produtor Sr. Bruno Mezenga, será o sistema integrado, pois permitirá que seja realizada a especialização das atividades de crescimento e terminação. Além disso, permitirá que o produtor realize parcerias com os grandes frigoríficos do país, atendendo as demandas da agroindústria.
Identificação dos animais
Recomendamos como identificação dos suínos o sistema de identificação eletrônica. Este é considerado o primeiro passo para um sistema de certificação considerando a rastreabilidade da informação e monitoramento. Os chips Eletrônicos (identificação por radiofrequência - RFID) implantados no corpo do suíno, é uma ótima opção e possuem dados específicos do animal, como: número de identificação único, origem e data de nascimento, dados nutricionais, informações de saúde, informações de abates, entre outras. 
A leitura do chip pode ser feita por dispositivos eletrônicos, como os leitores RFID, que são dispositivos eletrônicos que emitem ondas de radiofrequência. Quando o leitor recebe os dados, como o número de identificação único do chip, esse número de identificação é então registrado no sistema de gerenciamento, permitindo que as informações específicas associadas a esse suíno sejam armazenadas, agilizando assim o processo de coleta de informações e permitindo uma gestão mais eficiente.
Instalações: 
As instalações devem atender as necessidades fundamentais da saúde dos animais: alimentação, descanso e o conforto térmico. Portanto, as instalações devem ter o espaço adequado para que os suínos consigam expressar o comportamento natural: ficarem deitados, possam levantar e se movimentar de forma tranquila. A disponibilização do espaço evita que ocorram as disputas por alimentos e água, problemas sanitários, distúrbios no metabolismo, brigas e o surgimento de lesões.
O piso escolhido para a construção das granjas deve ter como prioridade máxima a redução dos acidentes, escorregões e a queda dos animais, pois estes eventos podem resultar no surgimento de hematomas, fraturas, lesões de casco devido ao desgaste irregular ou acelerado. 
De forma geral, os ambientes da granja devem ser projetados para proporcionar a qualidade do ar, a qual deve ser renovada com frequência, tanto gases produzidos, como a poeira devem ser removidos das instalações. Cada categoria do sistema produtivo deve oferecer conforto térmico aos animais, estes não devem ser expostos ao frio, ou calor extremo. Os animais devem ter acesso à exposição da luz por um período de pelo menos oito horas contínuas, sem causar incômodo visual.
A localização da granja deve ser preferencialmente em um local silencioso, para que os animais não fiquem expostos aos sons e ruídos de forma intensa e contínua, logo deve ser evitada a proximidade a trechos com estradas com muito trânsito, proximidade a determinadas máquinas agrícolas. Deve haver um espaço para que os animais possam ter contato visual e tátil em grupo, pois os suínos são animais que tendem a socializar. Eles possuem os sentidos da visão e audição bem desenvolvidos, tendem a ficar muito estressados e reativos quando são isolados. 
Desmame dos leitões 
O desmame dos leitões deve ser feito em cerca de até 30 dias de idade. Para o desmame, as porcas e os leitões devem ser fechados dentro da baia a noite e, pela manhã, a porca deve ser liberada. No momento da alimentação, os leitões são transferidos para outros piquetes até ir para a creche. Após o desmame é necessário um manejo mais atento.
Creche 
O período em que o animal passa pela creche, é considerado bem delicado porque ocorre a mudança de ambiente, a mistura das leitegadas, o animal é separado da mãe e a nutrição do animal é modificada.
O primeiro aspecto levado em consideração é o controle sanitário através de um sistema de ventilação que permita a qualidade do ar. Assim será evitado o acúmulo de gases, poeira, alta umidade e a presença dos micro-organismos causadores de doenças respiratórias.
O segundo aspecto são as mudanças térmicas, os animais não podem ser expostos ao frio ou calor em excesso, portanto a ventilação do ambiente deve ser equilibrada de modo que não cause desconforto térmico aos animais. A adoção de cortinas na creche é fundamental, porém deve ser manejada da forma correta pelos funcionários.
A preocupação com a manutenção da temperatura adequada nestes ambientes ocorre porque o animal está se adaptando a alimentação diferente da amamentação e quando os leitões são expostos a oscilações bruscas de temperatura, podem aumentar, ou diminuir o consumo dos alimentos.
O alojamento das baias na creche deve ter a capacidade máxima de duas a três leitegadas, aproximadamente entre 25 a 35 leitões. O piso deve ser do tipo ripado, ou parcialmente ripado. Quando o piso for parcialmente ripado, é importante separar uma parte da área total com o piso ripado e destinar um espaço para os animais beberem água e um segundo espaço para que os leitões possam defecar e urinar. A adoção das ripas é uma medida preventiva para problemas sanitários, evitando o acúmulo de dejetos na baia, reduzindo a disseminação de patologias e mantendo o ambiente higiênico e saudável para os leitões. 
Crescimento e Terminação 
As instalaçõesde crescimento e terminação devem possuir um espaço e ventilação adequados e condições ambientais que forneçam o bem-estar dos suínos. Nessa etapa é de extrema importância monitorar a saúde dos animais, é uma fase delicada de transição, sendo crucial garantir uma boa nutrição e adaptação para promover o crescimento saudável.
 A etapa de crescimento se inicia após a etapa de creche e antecede a fase de terminação. No crescimento a dieta é ajustada para promover o ganho de peso final, por isso a eficiência alimentar é muito importante nesta fase.
Portanto, os leitões desmamados devem continuar se desenvolvendo e ganhando peso até chegarem ao estágio adequado para a fase de terminação.
Na etapa de terminação deve-se separar os leitões em suas diversas idades e irá abrigar os leitões até a comercialização. Essa fase baseia-se em atingir o peso desejado para o abate, fornecendo assim uma boa condição corporal e qualidade da carne.
O peso corporal é monitorado regularmente para garantir que os porcos atinjam as taxas de crescimento desejadas. Isso inclui ajustar sua dieta conforme necessário. A fase de crescimento é essencial para o desenvolvimento saudável dos suínos e tem impacto direto no sucesso da fase de terminação, afetando a eficiência da produção e a qualidade da carne resultante. A monitorização cuidadosa e práticas de gestão adequadas são essenciais para maximizar o desempenho durante esta fase do ciclo de produção suína. O ambiente deve ser controlado para minimizar o estresse térmico e proporcionar um ambiente confortável. Isto pode incluir sistemas de ventilação, aquecimento ou refrigeração, dependendo das condições meteorológicas. A fase de crescimento é essencial para o desenvolvimento saudável dos suínos e tem impacto direto no sucesso da fase de terminação, afetando a eficiência da produção e a qualidade da carne resultante. A monitorização cuidadosa e práticas de gestão adequadas são essenciais para maximizar o desempenho durante esta fase do ciclo de produção suína.
Equipamentos: 
Bebedouros e Comedouros
Nutrição do Animal 
É de fundamental relevância afirmar que um dos países que têm o potencial elevado em agropecuária é o Brasil, vale ressaltar que ocupamos o 4° lugar na produção e exportação de carne suína. É trivial que os custos com a nutrição animal sejam mais representadores, tendo um custo nutricional de 0,96% de aumento e com um peso de 79,59% na composição do custo total, afirmado pelo índice de custos de produção de suínos (ICPsuíno).
É necessário um plano nutricional acordante, pois cada classe contém exigências nutricionais distintas e devem ser feitas de acordo com as demandas. Para os suínos é necessário uma alimentação equilibrada, incluindo ingredientes que sejam confirmados para a alimentação animal, tendo o controle de qualidade e da composição destes alimentos e que possam suprir todas as necessidades nutricionais do suíno em cada fase de sua vida.
Água 
De modo inegável, o nutriente mais importante para a fabricação desses cerdos é a água, ela traz a manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e a temperatura corporal do animal, mas esses nutrientes podem ser violados se houver a falta de cuidados como: Captação da água, significa que é preciso a identificação e a viabilização da retirada desta água de fontes acessíveis e a disposição; o armazenamento, é guardar a água em um local adequado ou podem ter o uso consecutivo e consumos extensos; o tratamento, pois a água deve ser potável e para que isso aconteça é preferencial o uso de cloro; e a qualidade , deve adaptar as recomendações e imposições exigidas pelos suínos relacionada a parâmetros físicos e microbiológicos, por isso é necessário constantes limpezas e esterilização de reservatórios e tubulações.
Nutrição adequada a todas as fases de vida do animal 
Os suínos passam por três fases produtivas de desenvolvimento: creche, crescimento e a terminação, sendo cada uma delas com um plano nutricional acordante e diferente pela idade e potencial genético do animal.
Creche
Primeiramente ocorre a fase do aleitamento até o desmame, o leitão passa por um dos momentos mais difíceis de seu processo, pois é separado de sua mãe, acontecendo a sua entrada na creche. É preocupante a primeira semana após o desmame, pois o animal pode ter dificuldade na ingestão dos alimentos e água, podendo também demorar até dois dias até ele achar o bebedouro para que possa fazer essa ingestão, não consumindo a quantidade suficiente de água, que nessa fase varia de 1 a 5 litros. Com a dificuldade de adaptação do animal com a sua alimentação será essencial o uso de rações com facilidade de ingestão e de boa qualidade.
Os leitões podem consumir 2,6% até o seu abate, mas essas é uma das melhores fases pois influencia 30% de ganho de peso até o seu abate, deixando claro a importância de investir em nutrição. 
Investir em rações complexas, que traga facilidade para a digestão e com ingredientes de alta qualidades tais como: leite em pó;concentrado protéico de soja; lactose cristalina; soro de leite; farinha de peixe; plasma sanguíneo; nucleotídeos; minerais orgânicos; palatabilizantes acidificante e aromatizantes
Crescimento
Essa fase tem como objetivo o ganho de peso desse cerdo, determinando a qualidade da carne suína que é produzida. A sua alimentação pode variar de alimentos úmidos ou líquidos para que possam comer de forma rápida ou a rações trituradas e fareladas.
Terminação 
Está fase é caracterizada pelo maior custo com a alimentação suína tendo 60kg até o seu abate, essas diferenças nutricionais é de acordo com sexo, peso, idade, potêncial genético e fase produtiva do animal. É necessário suprir as necessidades minerais (macro e microminerais) e vitaminas (lipossolúveis e hidrossolúveis) essenciais para a manutenção da saúde deste animal e apostar em rações balanceadas, para melhor qualidade como: milho, soja e cereais alternativos como sorgo, DDGS, milhetos, triguilho e triticale, assim como resíduos agroindustriais. 
Nutrição e Alimentação da Fêmea Gestante
Para a produção de suínos é necessário uma administração em todas as fases da cadeia produtiva. A gestação suína requer um cuidado maior do seu produtor, pois elas precisam se manter sadias e leitegadas para que os leitões nasçam saudáveis, uniformes e com vigor. Cuidado, erros como o estresse e má nutrição trazem perdas embrionárias e a morte fetal de leitões, além de prejudicarem a saúde das matrizes para os próximos ciclos, trazendo consequências na produção, causando perdas na suinocultura.
Nutrição de qualidade para a gestação de suínos, é uma fase crítica desse ciclo produtivo, uma vez que uma condução é inadequada, resulta em baixo desempenho reprodutivo das fêmeas e, trazem leitegadas menos numerosas e com menas vitalidade, além disso os 30 primeiros dias são complicados pois pode ocorrer com mais frequência as perdas embrionárias.
As gestantes recebem uma alimentação mais restrita neste processo, é necessário a inclusão de alto teor da fibra na dieta das fêmeas, este fato está ligado com o bem estar dos suínos pois esta é uma alimentação fibrosa e tende a suprir a necessidade de mastigar dos animais. A restrição traz consigo benefícios como: crescimento dos fetos e das mamas das fêmeas, evitando também o ganho excessivo de peso e o balanço energético negativo grave na fase de lactação. Quando uma dieta é rica em fibras ocorre um melhor preenchimento do trato gastrointestinal, dilatando as paredes do estômago, fazendo com que a nutrição desses alimentos se tornem mais lentas melhorando o metabolismo de energia e fibras. 
Para as rações, é necessário ter fontes de proteína de boa qualidade e quantidade adequada de aminoácidos, garantindo o bom desenvolvimento dos fetos. Também é favorável fornecer macro e microminerais e vitaminas para suínos, assegurando o funcionamento de todas as reações metabólicas dos animais.
Nos primeiros dias do pós-parto, os benefícios da ingestão do volumoso são ainda maiores, já que o fluxo regular do intestino estimula o consumo idealde água, o que é extremamente importante para a produção de colostro e de leite.
As matrizes suínas não serão produzidas na granja do Sr. Bruno, porém faz-se necessário todos os cuidados na nutrição a fim de que a leitegada nasça saudável. as matrizes serão híbridas das raças Large White e Landrace ou Landrace e Large White.
Nutrição e Alimentação dos Machos Reprodutores Suínos
O desenvolvimento da zootécnica dos suínos está ligado à genética; sanidade; manejo; instalações e nutrição.
A genética é importante porque é necessário que a escolha da linhagem seja baseada nos objetivos produtivos, como a adaptação às condições da região onde está propriedade é localizada. Para a sanidade, a todo momento é importante adquirir machos e fêmeas saudáveis, sendo necessário à vacinação e aos demais protocolos sanitários. Com relação às instalações é necessário que o produtor priorize o bem estar desses animais e tenha os equipamentos que facilitem o manejo e a manutenção de sanitário dos galpões, mas do que adianta tudo isso se as necessidades nutricionais do animal não forem atendidas?
Como o número de machos é menor que o número de fêmeas, pode haver normalidade de encontrar produtores que fornecem a ração de fêmeas em gestação aos machos reprodutores, buscando uma economia de ração ou de processo fabril. Porém, esta prática claramente não faz sentido, pois essas categorias têm necessidades totalmente diferentes.
Um bom suíno reprodutor é aquele que tem o sistema reprodutivo bem desenvolvido; uma produção de espermatozoides viáveis elevada; libido para efetuar os saltos para coletas e boa condição corporal para que ele passe por esse processo de produção. Para isso as exigências nutricionais precisam ser atendidas de forma eficiente maximizando o potencial reprodutivo do varrão.
Alguns nutrientes incluídos na dieta do animal estão ligados diretamente com o desenvolvimento do aparelho reprodutivo, com a espermatogênese ou com a melhoria da condição corporal do macho. Temos também ,proteínas e aminoácidos, energia, ácidos graxos, vitaminas C, E e selênio,zinco, cromo + zinco, Cálcio, fósforo, zinco e biotina e fibra dietética.
Assim como as matrizes, os reprodutores também não serão produzidos na granja do Sr. Bruno e também necessitam ter essa nutrição adequada. A linhagem utilizada será a MS115 da Embrapa.
Nutrição e Alimentação da Fêmea Suína Lactante e Desmamada 
Durante a lactação, a porca necessita de uma dieta rica em nutrientes para produzir leite de qualidade para os leitões. Incluindo também rações com alto teor de energia, proteína e minerais, como cálcio e fósforo. Após o desmame, é importante mudar o planejamento da dieta, para atender às necessidades nutricionais específicas das porcas desmamadas, focando em uma transição gradual para dietas de manutenção, com alimentação sólida, mas com nutrientes e redução da ingestão de energia e adaptação ao novo estágio reprodutivo.
Nutrição do Leitão na fase pré-desmame
A prática do desmame ocorre entre 21 e 28 dias sendo uma prática comum para o melhor desenvolvimento das matrizes e para isso requer uma série de manejos, nutrição, sanidade e de ambiente que sejam atendidas. Para suprir todos os nutrientes necessários, o leitão consome o leite da porca, além disso é introduzido rações ou suplementos para que incentive a transição da alimentação, garantindo que recebam nutrientes como proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais necessários para um crescimento adequado antes do desmame, vale ressaltar que alimentos de fácil digestão e alta qualidade é fundamental para essa fase. 
Transporte
O momento do transporte implica em uma série de acontecimentos estressantes para os animais, o contato com o homem, mudança de ambiente, ruídos, dentre outros. Para o produtor, o manejo inadequado durante o transporte, pode acarretar perda na produtividade, devido a lesões que podem ocorrer durante o manejo, além de cansaço, estresse ou até mesmo morte.
Antes do transporte é indispensável o jejum na granja que é caracterizado pela retirada de alimentos sólidos (ração), mantendo os suínos com livre acesso à água.
Vários fatores devem ser levados em consideração no momento da construção das instalações a fim de minimizar possíveis perdas e estresse antes e durante o embarque dos animais. Os embarcadouros devem ser construídos de maneira que os animais sejam embarcados sem dificuldades e esforço, diminuindo risco de lesões e acidentes tanto nos animais quanto nos manejadores. Podem ser construídos de madeira, alvenaria ou metal, a edificação não pode apresentar pontas, pregos ou algo que cause lesões, a distância que o animal vai percorrer não deve ser longa, recomenda-se que possua largura de 1m entre as paredes do corredor, as paredes devem ser lisas, sem buracos para evitar distração e altura que evite saltos, deve-se evitar curvas, a rampa não deve ultrapassar 25 graus de inclinação, piso antiderrapante.
A instrução Normativa nº 113 estabelece pontos importantes: é vedado o uso de bastões elétricos; são proibidas condutas agressivas, os suínos devem ser manejados por pessoas capacitadas, a capacitação deve incluir: compreensão do comportamento dos animais e habilidade no manejo, biossegurança, impactos ambientais, sinais de doença e indicadores de bem-estar animal (estresse, dor, desconforto e outros).
Equipamentos considerados adequados: Lona ou cortina; tábua de manejo; chocalhos; remo; bandeira; ar comprimido; vassoura de condução
Durante o transporte é indispensável um bom planejamento da viagem, evitar paradas desnecessárias e reduzir atrasos. Evitar os horários entre às 10 e às 17 horas. A molhação deve ser feita apenas em dias muito quentes, pois o excesso de umidade no interior é prejudicial. O motorista, além de ser responsável pela carga que transporta, também deverá saber inspecionar os animais, verificando regularmente suas condições durante o transporte.
Seleção de animais inaptos ao transporte: animais lesionados, enfermos, caquéticos, com febre, feridas abertas, hérnias e em condições de maior suscetibilidade à dor não devem ser embarcados. Suínos que ficarem cansados, ofegantes ou não conseguirem caminhar devem ser colocados em local de descanso e embarcar por último.
Planejamento das atividades de embarque: contagem e estimativa de peso; identificação e separação de animais inaptos; planejamento de densidade; planejamento do embarque; jejum dos animais antes do transporte; limpeza das instalações; equipe de embarque.
Durante o manejo de transporte pode haver brigas, a fim de evitar é importante levar em consideração que os suínos são animais gregários, por tanto deve-se ter cuidado com a mistura de lotes. Com relação ao conforto térmico durante o transporte, deve-se adotar as seguintes medidas: manter os veículos em movimento, não superlotar, priorizar horários mais frescos e reduzir o tempo de viagem.
O veículo de transporte deve seguir a resolução n° 791, de 18 de junho de 2020, do Contran que estabelece de forma geral os requisitos que os veículos devem atender: ser construído e adaptado a fim de evitar sofrimento, ferimento e minimizar a agitação; altura e largura que permitam que o animal fique em pé; resistente e compatível com o peso e movimento que os animais façam; número de emergência e identificação informados no fundo; não possuir proeminências ou objetos pontiagudos que possam gerar lesões; permitir circulação de ar; dispor de meio de visualização parcial dos animais; dispor meios que evitem derramamento de dejetos; deve ter piso antiderrapante; possibilitar meio de fornecimento de água; possuir laterais e tetos que proteja contra condições climáticas.
Ao final do transporte, é importante que os suínos sejam desembarcados o quanto antes em ambiente preparado para que eles se deitem, descansem, recuperem a energia e tenham acesso à água limpa e fresca. Suínos com problemas de locomoção devem ser transportados com o auxílio de carrinhos/pranchas de emergência.
Enriquecimento Ambiental 
O enriquecimento ambiental é a utilização de objetosanimados ou inanimados para a criação de um ambiente estimulante e interativo, visando melhorar a qualidade de vida de animais confinados. Esse artifício pode influenciar no desenvolvimento físico e psicológico dos suínos.
A legislação europeia preconiza que os suínos devem ter acesso permanente a materiais como palha, madeira, feno e serragem para permitir adequada manipulação e comportamento investigativo. Há diversos métodos de enriquecimento ambiental disponíveis. Como exemplos: corda, corrente, brinquedos comestíveis rígidos e deformantes.
Medidas de enriquecimento ambiental melhoram a produtividade da criação, diminui a agressividade, há estudos que mostram melhora na qualidade da carne.
Tratamento e controle dos dejetos 
Aconselhamos a utilização de biodigestores pois a sua utilização nas granjas de suínos possibilita agregar valores como o crédito de carbono, melhorar o processo de tratamento dos dejetos e usar o biogás para a geração de energia térmica e elétrica, além de ter uma visão ampla do ponto de vista ambiental e sustentável da suinocultura brasileira. Para não pôr em descrédito as tecnologias do biodigestor e crédito de carbono, é necessário desenvolver bons projetos, buscando parcerias de empresas idôneas, transparentes, com tecnologias compatíveis, eficientes, projeto do qual o suinocultor esteja ciente.
Perspectiva futuras
A perspectiva futura é uma granja comprometida com o bem-estar animal e a sustentabilidade, alta qualidade da carne e ótimo rendimento