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1ª Apostila de Ética

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Ética Geral e Profissional 
Prof. Gilberto José Rodrigues 
8º Termo – Ciências Contábeis 
 1 
1 – Ética e Moral 
 
 
 A palavra Ética é originada do grego ethos, (modo de ser, caráter) através do latim mos (ou no plural 
mores) (costumes, de onde se derivou a palavra moral.). Em Filosofia, Ética significa o que é bom para o 
indivíduo e para a sociedade, e seu estudo contribui para estabelecer a natureza de deveres no relacionamento 
indivíduo - sociedade. 
 Define-se Moral como um conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes, valores que norteiam 
o comportamento do indivíduo no seu grupo social. Moral e ética não devem ser confundidos: enquanto a 
moral é normativa, a ética é teórica, e buscando explicar e justificar os costumes de uma determinada 
sociedade, bem como fornecer subsídios para a solução de seus dilemas mais comuns. Porém, deve-se deixar 
claro que etimologicamente "ética" e "moral" são expressões sinônimas, sendo a primeira de origem grega, 
enquanto a segunda é sua tradução para o latim. 
 
 
2 – Disciplina ou área de estudo 
 
 Modernamente, a maioria das profissões têm o seu próprio código de ética profissional, que é um 
conjunto de normas de cumprimento obrigatório, derivadas da ética, freqüentemente incorporados à lei 
pública. Nesses casos, os princípios éticos passam a ter força de lei; note-se que, mesmo nos casos em que 
esses códigos não estão incorporados à lei, seu estudo tem alta probabilidade de exercer influência, por 
exemplo, em julgamentos nos quais se discutam fatos relativos à conduta profissional. Ademais, o seu não 
cumprimento pode resultar em sanções executadas pela sociedade profissional, como censura pública e 
suspensão temporária ou definitiva do direito de exercer a profissão. 
 
 
3 – Ética profissional 
 
 
 Ética: Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do 
ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto. A ética 
enfatiza a conformidade com padrões idealísticos do bem e mal, como aquelas aplicadas a médicos e 
advogados. Outras definições: 
a) um conjunto de princípios da conduta correta. 
b) teoria ou sistema de valores morais. 
c) estudo da natureza geral da moral e das escolhas específicas feitas por uma pessoa. 
d) as regras ou padrões governando a conduta pessoal ou de membros de uma profissão. 
e) estudo da avaliação da conduta humana à luz dos princípios morais, o que pode ser visto como a conduta 
padrão do indivíduo ou como o conjunto de suas obrigações sociais. 
 O profissional da contabilidade deve obedecer às normas técnicas bem como as normas legais sem, 
no entanto se deixar ser engolido por elas. Deve sim, ter sendo apurado para trabalhar o equilíbrio do que é 
melhor para o seu cliente, para que o peso do Estado não inviabilize a sustentabilidade do negócio. 
 O Contador bem informado é consciente da carga de responsabilidade de seus atos. 
 A Ciência Contábil é importante para a sociedade como um todo. Hoje, além da mensuração do 
patrimônio e das escritas fiscais, a Contabilidade é reconhecida como a principal ferramenta para 
transformação de fatos do dia a dia das empresas em informações que auxiliam nas tomadas de decisões para 
o desenvolvimento das entidades. 
 As novas tecnologias de informação influenciaram muito o entendimento e a eficiência que a 
Contabilidade atingiu nos dias de hoje. O contador passou a ser imprescindível e absoluto no controle das 
informações que auxiliam a tomada de decisão. 
 Como ciência, a Contabilidade depende de profissionais e estudiosos que interagem sobre todo o 
processo tecnológico, filtrando as informações de acordo com a necessidade de cada momento da gestão 
empresarial, pois a partir de informações atuais e do passado de uma empresa, é que se determina todo o 
planejamento e estratégias das futuras ações que determinam o sucesso da tomada de decisão. 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Grego
http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim
Ética Geral e Profissional 
Prof. Gilberto José Rodrigues 
8º Termo – Ciências Contábeis 
 2 
4 - Os Grandes Problemas Éticos da Sociedade Atual 
 
 
 
 Hoje em dia, os grandes problemas éticos se encontram nestes três momentos da eticidade: família, 
sociedade civil e Estado. 
1) Em relação à família: hoje se colocam de maneira muito aguda as questões das existências éticas do 
amor. O amor não tem de ser livre? O que dizer então da noção tradicional doa amor livre? E como 
definir, hoje, o que seja a verdadeira fidelidade, sem identificá-la com formas criticáveis de 
possessividade masculina ou feminina? Como fundamentar, a partir dos progressos das ciências 
humanas, os compromissos do amor, como se expressam na resolução (sim) matrimonial? E como 
desenvolver uma nova ética para as formas de relacionamentos heterossexuais? E como fundamentar 
hoje as preferências por formas de vidas celibatária, casta ou homossexual? 
 As transformações do mundo atual exigem reformulações sobre o relacionamento dos pais com os 
filhos, exigindo nova reflexão sobre os direitos e dos deveres dos pais e filhos. Em especial, a reflexão sobre 
a dominação das chamadas minorias sociais. 
 
2) Em relação à sociedade civil: os problemas urgentes atuais continuam sendo referentes ao trabalho e 
à propriedade. Como falar de ética num país onde a propriedade é privilégio de alguns? Além disso, 
é um problema ético a falta de trabalho, o desemprego, para não falar do trabalho escravo, com 
salários de fome, nem da dificuldade de uma autorrealização no trabalho, quando a maioria não 
recebe as condições mínimas de preparação para ele, nem mesmo um gratificante? Num país de 
analfabetos, falar de ética é sempre pensar em revolucionar toda a situação vigente. 
 
 A ética contemporânea aprendeu a preocupar-se com o julgamento do sistema econômico como um 
todo. O bem e o mal não existem apenas nas consciências individuais, mas também nas próprias estruturas 
institucionalizadas de um sistema. 
 
 
3) Em relação ao Estado: os problemas éticos são muito ricos e complexos. A liberdade de um 
indivíduo só é completa como liberdade do cidadão de um Estado livre e de direito. As leis, a 
Constituição, as declarações de direitos, a definição dos poderes, a divisão destes poderes para evitar 
abusos e a própria prática das eleições periódicas aparecem hoje como questões éticas fundamentais. 
 
 
 
 
5 - Ética Profissional 
 
 
 Definição: Conjunto de normas morais pelas quais o indivíduo deve orientar seu comportamento na 
profissão que exerce. A Ética é de fundamental importância em todas as profissões, e para todo ser humano, 
para que possamos viver relativamente bem em sociedade. Com o crescimento desenfreado do mundo 
globalizado, muitas das vezes deixamos nos levar pela pressão exercida em busca de produção, pois o 
mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e exigente, e as vezes não nos deixa tempo para refletir 
sobre nossas atitudes. Temos que ter a consciência de que nossos atos podem influenciar na vida dos outros e 
que nossa liberdade acarreta em responsabilidade. De forma ampla a Ética é definida como a explicitação 
teórica do fundamento último do agir humano na busca do bem comum e da realização individual. Convido a 
todos discutir o que é ética profissional? Será que isso preocupa a todos? O que esta acontecendo? Esta é 
uma forma de contribuirmos, discutindo e explicitando nossas ideias. 
 
 
6 - O papel da Contabilidade na sociedade 
 
 Atualmente, expande-se o interesse na cobrança de posturas éticas em todos os campos sociais. 
Entende-se com isso o valor dessa virtude e o seu significado para uma sociedade mais justa e, somente com 
http://www.monografias.com/trabajos14/nuevmicro/nuevmicro.shtml
Ética Geral e Profissional 
Prof. Gilberto José Rodrigues 
8º Termo – Ciências Contábeis 
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sua aplicação, não somente no campo dosnegócios, mas, sobretudo na prestação de contas do serviço à 
sociedade como fim, podem ser atingidos os ideais de justiça e equidade na distribuição de riquezas. 
 A conscientização pela responsabilidade social tem despertado a atenção também dos profissionais 
da área contábil que já não se satisfazem mais em apresentar apenas informações financeiras através da 
tradicional estrutura contábil, demonstrando a sua preocupação no sentido de fornecer mecanismos 
adequados para responder a esse novo desafio. 
 O contador deve admitir que de certa forma os valores sempre estão presentes num ambiente onde se 
juntam pessoas; então, nada melhor do que compartilhar esses valores, pois esse compartilhamento gera um 
estímulo, entre as pessoas, ao autoconhecimento e ao conhecimento do outro, fortalecendo o espírito de 
equipe, o respeito às diferenças e a solidariedade aos demais. 
 Os contabilistas podem fazer campanhas junto aos clientes para mudar a situação, estando mais 
informado das possibilidades das pessoas com deficiências e não de suas limitações. Serão multiplicadores 
desta realidade, o que viabilizará novas oportunidades. Participar de algo que é bom, dá certo, é promissor, 
todos querem. Ninguém, nem os deficientes, querem participar de coisas que impossibilitam, impedem, 
invalidam. Oportunidades como o ingresso na escola, nos cursos de capacitação, no emprego, tudo isto 
viabiliza o exercício de cidadania de ambos os lados. 
 A Contabilidade não pode mais simplesmente ignorar os problemas sociais que ocorrem, como se 
nenhuma responsabilidade tivesse. As questões sociais impõem que a Contabilidade assuma, além das 
informações contábil-financeiras das pessoas jurídicas, por meio de suas demonstrações, um elo entre as 
empresas e a comunidade, fazendo com que um dos requisitos básicos – a necessária transparência que deve 
existir entre a pessoa jurídica e a sociedade – seja verdadeiramente cumprido. 
 Para exercer essa atividade, além do conhecimento técnico específico, o profissional desta área deve 
buscar a atualização constante nos novos sistemas de gestão e de responsabilidade social. 
 Como diz Raupp (2001), nós, profissionais da Contabilidade, precisamos repensar a nossa função. 
Precisamos, com urgência, retirar a Contabilidade do ostracismo em que se encontra e repensá-la, sem perder 
de vista que a Ciência Contábil, sob pena de cometermos um dos maiores equívocos da história, não pode ser 
tratada meramente como simples demonstrativos financeiros ou peças decorativas em jornais que visem a 
atender simplesmente aos capitalistas da sociedade, cujo objetivo maior seja a mensuração do lucro. 
 A função da Contabilidade não é só voltada para registrar e demonstrar, além dos aspectos 
financeiros, outras obrigações das empresas para com a sociedade, dentre elas a responsabilidade social. É 
papel do contador também aderir à responsabilidade social e não só as empresas em si e à comunidade em 
geral, pois nesse novo contexto em que a Contabilidade se encontra é necessária a união de todos para que a 
responsabilidade social alcance o seu êxito. 
 A Contabilidade faz parte do conjunto das ciências sociais, possuindo um grande número de 
informações, tanto de natureza financeira como de cunho social, portanto, cabe aos profissionais da 
Contabilidade se motivarem para essa nova realidade. 
A Contabilidade não pára de evoluir. Os usuários da Contabilidade, envolvidos com os efeitos da 
globalização, as inovações tecnológicas e da responsabilidade social exigem cada vez mais instrumentos que 
permitam avaliar as ações da empresa no campo social, provocando mudanças de mentalidade e de atitudes 
nos indivíduos. 
 
 
 
7 - Sustentabilidade 
 
 
 Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, 
sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. 
 Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e atividades humanas, de tal forma que a 
sociedade, os seus membros e as suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu 
maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, 
planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção indefinida desses ideais. 
 A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a vizinhança local até o planeta 
inteiro. 
 Sustentabilidade nos dicionários estará definida como a capacidade de ser sustentável. Mesmo 
parecendo uma redundância; esse conceito quando aplicado em relação à atuação humana frente ao meio 
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8º Termo – Ciências Contábeis 
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ambiente em que vive é plenamente compreendido e se assenta como uma luva. Nesse contexto, entendemos 
que sustentabilidade é a capacidade de um indivíduo, grupo de indivíduos ou empresas e aglomerados 
produtivos em geral; têm de manterem-se inseridos num determinado ambiente sem, contudo, impactar 
violentamente esse maio. Assim, pode-se entender como a capacidade de usar os recursos naturais e, de 
alguma forma, devolvê-los ao planeta através de práticas ou técnicas desenvolvidas para este fim. 
 Desta forma, pode-se dizer que um empreendimento sustentável, ele devolve ao meio ambiente todo 
ou parte dos recursos que processou e garante uma boa qualidade de vida as populações que nele atuam ou 
que vivam nas imediações ou na área afetada pelo projeto. Garantindo assim, uma longa vitalidade e um 
baixo impacto naquela região durante gerações. Muito além das definições, o ideal de sustentabilidade total, 
onde toda a influência provocada, por um agrupamento humano ou em empreendimentos; é anulado através 
dos procedimentos adotados ainda é muito difícil. Mesmo assim, é importante ter em mente que adotar as 
práticas que transformem nossa presença em determinado lugar o mais sustentável possível é a única saída 
para determos a degradação ambiental que estamos experimentando nos últimos anos e as graves alterações 
climáticas que vemos causar grandes desastres em diversas partes do planeta. 
 É necessário entender o que é sustentabilidade é muito mais conhecer seu significado bonito e 
orientado para empresas e organizações ligadas ao meio ambiente. É muito importante entender e saber que a 
adoção de práticas sustentáveis na vida de cada indivíduo é um fator decisivo para possibilitar a 
sobrevivência da raça humana e a continuidade da disponibilidade dos recursos naturais. 
 Ao atuarmos de forma irresponsável e queimarmos indiscriminadamente nossos recursos naturais, 
sem dar tempo ao planeta para se recuperar, estamos provocando a escassez de recursos necessários a nossa 
sobrevivência e dificultando a vida de milhões de pessoas. Um exemplo clássico disso é a falta de água 
potável que muitas comunidades vem enfrentando em alguns países e que, se uma forma mais grave de 
escassez se manifestar, acabará causando guerras pela posse e conquista das fontes de água potável 
remanescentes. 
 Se todos entendessem a importância da adoção de práticas de sustentabilidade desde muito cedo; 
todas essas alterações climáticas poderiam ser evitadas ou retardadas ao máximo e os recursos naturais 
estariam disponíveis e fartos por muito mais tempo. O que daria tempo para a humanidade buscar formas 
mais eficientes para resolver esses problemas em longo prazo. 
Ações aparentemente simples e de pouco impacto, quando tomadas por um grande número de pessoas, 
tornará a sustentabilidade uma realidade palpável e real em qualquer parte onde haja a presença humana e 
garantirá a sobrevivência de nossa espécie por muito mais tempo. 
 
 
8 - Prática ética nas organizações 
 
 A Ética é um produto das relações humanas. De forma pragmática, a ética se apresenta como o 
assunto cujo estudo tem tornado possível maximizar a eficácia das relações humanas nas organizações. Em 
seu sentido mais abrangente, a ética significa o conjuntode valores e da moral que conduzem um indivíduo a 
tomar decisões, no que se refere principalmente às suas relações com o mundo. Não se pode estudar a ética 
de forma isolada, mas com foco no ambiente e nas relações humanas ali existentes. 
 Na busca de facilitar o convívio em sociedade são criadas normas formais, que podem estar escritas 
ou normas morais, que são simbólicas e se manifestam por comportamentos fortalecidos nas teias sociais ao 
longo dos anos. O objetivo das normas é o de se tentar prever, racionalizar e evitar que conflitos éticos 
ocorram. 
 A questão ética nas organizações passa pela compreensão da sua cultura organização. Quais os 
valores e crenças desta organização e como suas questões do cotidiano são resolvidas? 
 Edgar Schein (1982) define cultura organizacional como sendo um padrão de suposições básicas 
inventadas, descobertas ou desenvolvidas pelos membros de uma empresa para lidar com problemas de 
adaptação externa e integração interna. Estes padrões funcionam com eficácia suficiente para serem 
considerados válidos e, em seguida, ensinados aos novos membros como a maneira correta de perceber, 
pensar e sentir esses problemas. 
 Observa-se que a prática da ética nas organizações, por caminhos formais ou informais, instala-se 
por referências ideais de comportamentos e procedimentos que servem de guia, modelo e exemplo de ações 
ou atitudes tidas como aceitas ou recomendadas. 
 A formalização de um Código de Ética enfrenta um difícil caminho de construção, implementação e 
manutenção nas organizações. 
Ética Geral e Profissional 
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8º Termo – Ciências Contábeis 
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 Na construção, o desafio está em tornar perceptível o que, de fato, se constitui como valor a serviço 
da visão e da missão da Empresa. A fronteira entre o código de ética de uma empresa e o ideal de 
comportamento humano pode levar à construção de um produto incompatível com a gestão corporativa. 
Assim, o produto (código de ética) pode surgir fadado a ser um mero instrumento ilustrativo ou, no máximo, 
uma ferramenta a serviço da divulgação de imagem da corporação. 
 Na implementação, o risco consiste em ter um código de ética elaborado, bem redigido, inserido em 
manuais, mas que não seja do conhecimento das pessoas ou ainda, não seja aceito como padrão efetivo de 
diretrizes da ação profissional. A implementação de um Código de Ética pressupõe a elaboração de um 
projeto específico, com ações de treinamento e endomarketing para divulgação e fixação de seu conteúdo 
como valor para a organização. 
 Na manutenção de um código de ética é necessário que se tenham os guardiões que, em geral, 
compõem o Conselho de Ética e têm por objetivo: analisar os casos discrepantes ou não descritos e auxiliar 
na identificação das necessidades de revisão dos itens existentes, sugerindo acréscimos ou mudanças. 
 Mesmo quando uma organização não tem um código de ética formal, sempre existe um conjunto de 
princípios e normas que sustentam as suas práticas. 
 A maneira como a organização opera, a partir da experiência em diferentes situações, reflete a crença 
de cada instituição. Essa crença é detalhada no Modelo de Gestão (Fornari, 2004) que tem como ponto de 
partida a visão e a missão da organização. 
 Na manutenção, o risco é não manter este código atual e aderente à cultura organizacional da 
empresa. 
 Os Valores são afirmações sobre as crenças fundamentais, princípios que podem ser compartilhados, 
aprendidos e formam a base a partir da qual as ações e decisões organizacionais serão tomadas. O conjunto 
de valores orienta a definição de políticas e diretrizes, que se consolidam nos hábitos e costumes. Os valores 
servem de guia para definição de prioridades e de como todos devem se conduzir na busca dos objetivos da 
organização. Embora tenham caráter permanente, os valores devem ser periodicamente revisitados, para 
evoluir com a sociedade e com as necessidades da empresa, formando um conjunto vivo de crenças. 
 Em torno dos valores, as pessoas, constroem modelos de referência para atuar de forma independente 
e delegada, respeitando seus interesses, crenças e as variações culturais. Além da declaração de valores, 
outros artefatos culturais contribuem para disseminar os princípios éticos de uma organização (exemplo dos 
líderes; código de ética e o conselho de ética). 
 A ética numa organização, seja ela empresarial ou governamental, deve ser pautada pelos mesmos 
princípios. Qualquer ação ou decisão, coletiva ou pessoal, não pode prescindir de um comportamento ético, 
já que os códigos de conduta devem ser uma ferramenta de gestão para estabelecer e articular os valores 
corporativos, as responsabilidades sociais, e as obrigações da organização que, em última análise, vão definir 
a forma como atua para atingir os fins coletivos a que se propõe. 
 
 
 
8 - Código de ética ou guia de conduta 
 
 O código de ética é um instrumento de realização da filosofia da empresa, de sua visão, missão e 
valores e deve ser concebido pela própria empresa, expressando sua cultura. Serve para orientar as ações de 
seus colaboradores e explicitar a postura da empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage. 
É um instrumento que serve de inspiração para as pessoas que aderem a ele e se comprometem com seu 
conteúdo. É imperioso que haja consistência e coerência entre o que está disposto no código de ética e o que 
se vive na organização. Se o código de conduta de fato cumprir o seu papel, sem dúvida significará um 
diferencial que agregará valor à empresa. 
 
 Por que as empresas estão implantando códigos de ética? 
 
 As empresas estão implantando códigos de ética porque esse documento tem a faculdade de: 
a)Fornecer critérios ou diretrizes para que as pessoas se sintam seguras ao adotarem formas éticas de se 
conduzir; 
b)Garantir homogeneidade na forma de encaminhar questões específicas. 
c) Aumentar a integração entre os funcionários da empresa. 
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d) Favorecer ótimo ambiente de trabalho que desencadeia a boa qualidade da produção, alto rendimento e, 
por via de conseqüência, ampliação dos negócios e maior lucro. 
e) Criar nos colaboradores maior sensibilidade que lhes permita procurar o bem-estar dos clientes e 
fornecedores e, em conseqüência, sua satisfação. 
f) Estimular o comprometimento de todos os envolvidos na elaboração do documento. 
g) Proteger interesses públicos e de profissionais que contribuem para a organização. 
h) Facilitar o desenvolvimento da competitividade saudável entre concorrentes. 
i) Consolidar a lealdade e a fidelidade do cliente. 
j) Atrair clientes, fornecedores, colaboradores e parceiros que se conduzem dentro de elevados padrões 
éticos. 
k) Agregar valor e fortalecer a imagem da empresa. 
l) Garantir a sustentabilidade da empresa. 
 
 Eis as razões que respondem à pergunta formulada no título. Elas levam as pessoas a acreditarem na 
possibilidade de explorar um caminho que abre espaço para que percorram juntos, sem antagonismo, os 
valores intangíveis e os resultados econômicos. As pessoas que se dedicam à consultoria podem facilmente 
identificar, senão todos, ao menos alguns dos efeitos gerados nas empresas e nos seus colaboradores, durante 
e após o processo de implantação do código de ética ou do guia de conduta. 
 A crescente preocupação dos empresários - Os líderes empresariais perceberam que a ética passou a 
ser um fator de competitividade. Por isso é crescente a preocupação, entre os empresários brasileiros, com a 
adoção de padrões éticos para suas organizações. Sem dúvida, os integrantes dessas organizações serão 
analisados através do comportamento e das ações por eles praticadas, tendo como base um conjunto de 
princípios e valores. 
 Da mesma forma que o indivíduo é analisadopelos seus atos, as empresas (que são formadas por 
indivíduos) passaram a ter sua conduta mais controlada e analisada, sobretudo após a edição de leis que 
visam à defesa de interesses coletivos. 
 Todas as pessoas querem ser éticas . E a empresa? De modo muito simples e resumido pode-se 
afirmar que é ético aquele que, livremente, com a consciência bem formada, responsabilidade e reta intenção, 
aplica a inteligência na procura da verdade e a vontade na busca do bem, em todas as circunstâncias. Nessa 
definição está a referência, o parâmetro da pessoa ética e pode-se afirmar com toda segurança, que existem 
muitas pessoas que se esforçam por atingir essa meta. 
 A fonte da Ética é a própria realidade humana, o ambiente em que se vive. Desta forma, o ambiente 
de trabalho, no qual se convive grande parte do dia, se desenvolve em uma sucessão de escolhas para 
tomadas de decisões e de práticas de virtudes, que nada mais são do que os valores transformados em ação. 
 A credibilidade de uma instituição é o reflexo da prática efetiva de valores como a integridade, 
honestidade, transparência, qualidade do produto, eficiência do serviço, respeito ao consumidor, entre outros. 
Conclui-se, portanto, que quando se fala em empresa ética, quer-se dizer que as pessoas que nela trabalham 
são éticas e buscam a excelência. Que os princípios e valores eleitos pelos seus fundadores e que impregnam 
a cultura da organização são éticos. Que os seus colaboradores, desde a alta administração até o último 
contratado, zelam pela conduta ética, e procuram exercer a liberdade com responsabilidade, tanto no seu 
relacionamento interno, como com o público externo. 
Em suma, as pessoas são éticas; a empresa é uma pessoa jurídica, uma ficção de direito que, como se disse, 
refletirá a conduta daqueles que a representam. 
 
 Vulnerabilidade das empresas - Em conseqüência, se a ética é questão de conduta das pessoas não 
cabe a indagação sobre que tipo de empresas são mais vulneráveis às fraudes e problemas éticos, se as 
pequenas ou as grandes. Cada ser humano desenvolve um papel na sociedade. São as convicções e 
comprometimentos das pessoas, que conduzidas pela sua consciência, bem ou mal formada, praticarão 
condutas éticas ou antiéticas. Qualquer um de nós está sujeito às fraquezas humanas e, portanto, torna-se um 
imperativo a manutenção de um esforço diário para a prática do bem. Assim, o problema não é das pequenas 
ou grandes empresas, mas das pessoas que integram as grandes e pequenas empresas. 
 
 Dois grandes desafios - Nessa dimensão ética distinguem-se dois grandes planos de ação que são 
propostos como desafios às organizações: de um lado, em termos de projeção de seus valores para o exterior, 
fala-se em empresa cidadã, no sentido de respeito ao meio ambiente, incentivo ao trabalho voluntário, 
realização de algum benefício para a comunidade, responsabilidade social, sustentabilidade, etc. 
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 De outro lado, sob a perspectiva de seu público mais próximo, como executivos, acionistas, 
empregados, colaboradores, fornecedores, envidam-se esforços para a criação de um sistema que assegure 
um modo ético de operar, sempre respeitando os princípios gerais da organização e os princípios do direito e 
da moral. 
 São muito pesados os ônus impostos às empresas que, despreocupadas com a ética, enfrentam 
situações que muitas vezes, em apenas um dia, destroem uma imagem que consumiu anos para ser 
conquistada. Multas elevadas, quebra da rotina, empregados desmotivados, fraude interna, perda da 
confiança na reputação da empresa, são exemplos desses ônus. 
Daí o motivo de muitas empresas terem adotado elevados padrões pessoais de conduta para seleção 
de seus empregados, cientes de que, atualmente, a integridade nos negócios exige profissionais altamente 
capazes de conciliar princípios pessoais e valores empresariais. 
 
 
 Gestão da ética 
 
 Ao lidar com pessoas, é imprescindível considerar a dignidade da pessoa, facilitando e promovendo 
o seu crescimento integral. Não se pode considerar as pessoas como simples elementos de produção e 
geração de lucros, que estão a serviço da empresa. Ao contrário, a empresa ética torna-se um instrumento do 
desenvolvimento econômico, a serviço da mulher e do homem integral, um campo riquíssimo de 
aperfeiçoamento da pessoa. 
 O empresário ético, que tem visão de futuro, investe na formação de seus colaboradores e conquista 
o comprometimento deles; lança desafios para que cresçam e se superem. 
 Por essa razão, muitas empresas de respeito empreendem um esforço organizado, a fim de encorajar 
a conduta ética entre seus empregados. Para tanto, implantam códigos de ética, reciclam o aprendizado de 
seus executivos e colaboradores, idealizam programas (hoje em dia programas virtuais) de treinamento, 
criam comitês de ética, capacitam líderes que percorrem os estabelecimentos da organização incentivando o 
desenvolvimento de um clima ético. Nessa perspectiva, servem-se de consultores externos que os assessoram 
na elaboração de códigos de conduta e no desenvolvimento do clima ético, sensibilizando seus integrantes, 
mediante cursos e palestras, e participando ativamente de treinamentos, procurando adequar tudo à legislação 
e aos critérios oferecidos por instituições internacionais de renome. 
 
 O empresário ético no seu dia-a-dia - Após inúmeras conversas e entrevistas com empresários que 
privilegiam a ética foi possível identificar os seguintes itens em suas condutas: 
a) Certificam-se de que sua consciência foi bem formada. 
b) Seguem a voz de sua consciência. 
c) Não transigem com seus princípios. 
d) Agem com liberdade e responsabilidade. 
e) Cercam-se de bons assessores. 
f) Desenvolvem suas próprias competências e estabelecem planos estratégicos. 
g) Aglutinam e mobilizam pessoas, estimulam iniciativas e novas idéias. 
h) Conquistam a confiança de seus colaboradores e investem no seu treinamento. 
i) Respeitam as pessoas, valorizando a dignidade de cada colaborador, cliente, fornecedor, concorrente, e 
todas as demais pessoas de seu círculo de relacionamento. 
 
 Aliar resultados econômicos aos valores intangíveis - Pode-se concluir, portanto, que o código de 
ética é um facilitador para se aliar lucros, resultados, produtividade, qualidade e eficiência de produtos e 
serviços, além de outros valores típicos de empresa, com valores intangíveis que advém das pessoas que a 
integram, tais como: honestidade, justiça, cooperação, tenacidade, compreensão, exigência, prudência, 
determinação, entre outros.

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