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Didatiaca planejamento e qualidade

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Didática: Planejamento e Qualidade
W
BA
01
61
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1.
1
2/180
Didática: Planejamento e Qualidade
Autora: Silvia Cristina Herculano
Como citar este documento: HERCULANO, Silvia Cristina. Didática: Planejamento e Qualidade. 
Valinhos, 2016.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: O Pedagogo e os Desafios da Educação Infantil na Atualidade 05
Unidade 2: A Importância da Didática na Educação Infantil 28
Unidade 3: A Organização da Prática Pedagógica na Educação Infantil: Materiais, Espaços, 
Brinquedos e Brincadeiras
48
Unidade 4: Competências e Habilidades Necessárias aos Professores para a Prática Pedagógica 
na Educação Infantil
69
2/180
Unidade 5: Pressupostos Teórico-Metodológicos e os Diferentes Fazeres na Educação Infantil: 
Emmi Pikler e Loris Malaguzzi
92
Unidade 6: O Planejamento e o Plano de Aula na Educação Infantil: A Importância do Registro 115
Unidade 7: A Organização do Espaço e da Aula na Educação Infantil: Revisitando Freinet 138
Unidade 8: Os Indicadores de Qualidade da Educação Infantil 157
3/180
Apresentação da Disciplina
A disciplina “Didática: planejamento e 
qualidade” pretende fomentar contextos 
reflexivos diante das diversas questões, 
desafios e problemáticas em relação à 
prática docente, favorecendo assim, a 
formação do professor.
A Didática, como um dos encadeamentos 
mais antigos das construções pedagógicas, 
é atribuída ao educador tcheco Comênio 
que, no século XVII, interessa-se pelo 
estudo das práticas, metodologias e 
relações presentes no contexto educativo.
No Brasil, este ramo do conhecimento 
passa por um momento de 
problematização a respeito das práticas 
existentes, bem como a condução destas 
para garantir que o processo de ensino-
aprendizagem seja realizado de forma a 
atender as necessidades e potencialidades 
da criança. Sendo assim, as discussões 
fomentadas versam sobre: a discussão e 
possíveis soluções quanto aos processos 
formativos e atuação pedagógica do 
professor; as questões estruturais e de 
manutenção da escola; a valorização do 
professor, entre outros.
Das muitas questões relacionadas, a 
autoria de bebês e crianças se destaca na 
proposta de uma didática voltada para a 
infância, permeando múltiplos aspectos 
como interações, ludicidade, tempos e 
espaços, integralidade. 
Esta disciplina convida o educador a 
refletir sobre o contexto histórico no 
qual a Didática se constituiu, bem como 
vem sendo conduzido até os dias atuais. 
4/180
Fomenta-se em cada um dos capítulos 
a multiplicidade das contribuições da 
Didática.
Os temas apresentados são muito caros 
na constituição de uma Didática voltada 
para a educação infantil, pois possuem em 
seu contexto a possibilidade de um pensar 
e agir coletivo, em que bebês e crianças 
possam vivenciar toda sua potência a 
partir de uma prática transformadora, 
que articula e não inibe as múltiplas 
experiências que o sujeito é capaz de 
realizar de forma autônoma, sendo 
individual, em parceria com o adulto ou 
com outras crianças e num processo de 
investigação dos fenômenos existentes.
Consideramos que as temáticas tratadas 
ao longo deste curso poderão contribuir 
para aperfeiçoar a compreensão conceitual 
e prática pedagógica, constituindo uma 
relação produtiva para as crianças e para 
os educadores, num contexto de excelência 
e qualidade.
5/180
Unidade 1
O Pedagogo e os Desafios da Educação Infantil na Atualidade
Objetivos
1. Identificar os desafios da 
profissionalidade docente na 
educação infantil.
2. Fomentar possibilidades de 
construção de práticas pedagógicas 
a partir de um olhar atento para as 
dinâmicas sociais.
3. Refletir sobre a responsabilidade 
social do pedagogo diante do 
contexto educacional na atualidade.
Unidade 1 • O Pedagogo e os Desafios da Educação Infantil na Atualidade6/180
Introdução 
A educação infantil, atualmente, vem 
apresentando maior destaque no cenário 
brasileiro, constituindo um momento 
bastante peculiar e de consideráveis 
modificações. O aumento na quantidade 
de pesquisas, a incorporação da educação 
infantil na educação básica, a oferta e o 
acesso, a exigência das famílias, bem como 
a problematização referente à formação 
inicial e continuada de professores da 
infância são exemplos de um processo de 
elaboração e reconhecimento de uma nova 
identidade da educação infantil, numa 
perspectiva de prática social.
As transformações que vêm ocorrendo 
na educação infantil nas últimas décadas 
proporcionaram grandes saltos no que 
se refere à consolidação de um estado 
de direito. Por exemplo, não se pode 
negar que o processo democrático, cujo 
início se deu na década de 80, favoreceu 
a luta pela cidadania de adultos e 
crianças. Nesse contexto, uma das mais 
significativas conquistas foi o direito à 
educação da criança pequena, sendo uma 
responsabilidade compartilhada entre 
a família e o Estado. O poder público 
deve garantir a oferta e permanência das 
crianças, sendo esta condição consolidada 
na Constituição Federal de 1988 e na Lei 
9.394/96, que estabelece as Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional.
É importante afirmar que a consolidação 
de legislações que fundamentam o 
direito à educação não se estabelecera 
de forma espontânea, mas sim a partir da 
Unidade 1 • O Pedagogo e os Desafios da Educação Infantil na Atualidade7/180
militância de famílias, além de estudiosos, 
pesquisadores e educadores das mais 
diversas instâncias, reivindicando um novo 
paradigma de atendimento às crianças, 
que envolvia, sobretudo, a qualidade na 
educação infantil.
Nesse panorama, a Psicologia do 
Desenvolvimento apresenta-se como 
um importante meio de reflexão, cujo 
discurso se envereda pelas possibilidades 
de desenvolvimento a partir das múltiplas 
interações. Nas décadas de 1980 e 
1990, os conceitos construtivistas e 
interacionistas formulados por Piaget, 
Vigotsky e Wallon são retomados, 
considerando a peculiaridade do indivíduo 
e suas diferentes formas de organização 
em sociedade, contrapondo, assim, as 
Link
<http://pepsic.bvsalud.
org/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1414-69752012000100005>. 
Acesso em: 7 out. 2016.
teorias de uma Psicologia hegemônica 
que entendia o desenvolvimento válido e 
saudável como aquele realizado a partir 
do cuidado da mãe, sendo considerada 
inadequada ou prejudicial qualquer outra 
forma de acolhimento. 
No entanto, ainda que os avanços 
sejam significativos na composição da 
educação infantil contemporânea, o 
que se apresenta, de forma geral, é um 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-69752012000100005
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-69752012000100005
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-69752012000100005
Unidade 1 • O Pedagogo e os Desafios da Educação Infantil na Atualidade8/180
afastamento entre as conquistas realizadas 
e as práticas reais estabelecidas no 
cotidiano das instituições de educação 
infantil.
Parece-nos que os discursos dos 
educadores são muito bem apresentados, 
numa composição de fala “viciada”, 
ou seja, certos jargões pedagógicos 
se manifestam de forma muito intensa 
no cotidiano da escola, porém, tais 
manifestações não são vivenciadas da 
forma como são anunciadas. 
Para saber mais
 Jargões pedagógicos referem-se aos conceitos, 
frases feitas, expressões que indicam 
elementos e fenômenos específicos do contexto 
pedagógico – educacional – escolar. A crítica 
aqui apresentada é a utilização constante de 
tais elementos linguísticos sem compreender 
ou agir em consonância com cada um deles. 
Por exemplo: “A criança deverá ser um sujeito 
autônomo” – e a escola ou professor não propicia 
possibilidades de ação autônoma da criança, ao 
contrário, sempre está no controle das vivências.
Assim, para que possamos problematizar 
tais questões, este capítulo propõe 
refletirmos sobre:
Unidade 1 • O Pedagogo e os Desafios da Educação Infantil na Atualidade9/180
1. Qualidade da educação infantil e 
educação integral.2. Identidade docente, formação e 
qualificação profissional.
3. Descolonização do currículo da 
educação infantil.
Tais temas estão inseridos num contexto 
maior de desafios a serem superados 
pela escola e, de maneira especial, 
pelo professor da educação infantil. 
Entendemos que a condução destas 
reflexões poderá auxiliar na composição 
de concepções e práticas a serem 
problematizadas, tratando os desafios 
docentes como um processo de elaboração, 
construção, enfrentamento e superação 
das mais diversas possibilidades, uma 
vez que, a educação infantil percorre um 
grande caminho, com obstáculos a serem 
enfrentados e posteriormente, superados.
1. Qualidade da educação 
infantil e educação integral
A Constituição Federal de 1988, 
juntamente com a Lei 9.394/96 – LDB 
apresenta a educação como direito 
de todos, caracterizando o pleno 
desenvolvimento do indivíduo e igualdade 
de condições para o acesso e permanência 
na escola, assegurando a obrigatoriedade 
e gratuidade da educação básica dos 4 aos 
17 anos, organizada a partir da educação 
infantil, sendo a pré-escola a primeira 
etapa da educação básica e tendo por 
Unidade 1 • O Pedagogo e os Desafios da Educação Infantil na Atualidade10/180
finalidade o desenvolvimento integral 
das crianças em seus aspectos físico, 
psicológico, intelectual e social. 
Para saber mais
Segundo carta da Secretaria Municipal de 
Educação, publicada no DOC de 20/04/2016, 
o objetivo da autoavaliação é “tornar público o 
trabalho desenvolvido nas Unidades de Educação 
Infantil da cidade, considerando a realidade 
concreta das unidades na busca da cooperação 
entre famílias/responsáveis, comunidade, rede 
de apoio e escola para o aprimoramento e 
transformação dos contextos educativos visando 
à qualidade social da Educação Infantil.” (SÃO 
PAULO, 2016).
Link
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 
7 out. 2016.
Ainda há um importante movimento em 
relação ao atendimento de crianças de 0-3 
anos de idade, constituindo uma didática 
da infância que considere bebês e crianças 
pequenas em toda sua integralidade.
Ao poder público cabe vencer o desafio 
na oferta de atendimento e de qualidade 
na educação infantil, sendo necessária a 
constante autoavaliação institucional 
diante dos serviços oferecidos. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
Unidade 1 • O Pedagogo e os Desafios da Educação Infantil na Atualidade11/180
Neste contexto, o educador/pedagogo, 
juntamente com as crianças, famílias 
e demais membros da comunidade 
escolar, são elementos extremamente 
importantes na constituição de indicadores 
das problemáticas e potencialidades 
das escolas numa dinâmica de gestão 
democrática, participativa e mediada pelo 
diálogo.
Entre as contribuições para a qualidade na 
educação infantil, a educação integral, 
numa perspectiva de constituição 
do sujeito a partir das aprendizagens 
cognitivas, afetivas e motoras, bem como 
a integração com os diversos elementos 
que compõem a vida da criança (família, 
saúde, segurança, alimentação, cultura, 
brincadeiras e as mais diversas interações) 
também perfazem grande desafio na 
atuação do professor de educação infantil. 
Link
<http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/
cadfinal_educ_integral.pdf>. Acesso em: 7 
out. 2016.
2. Identidade docente, 
formação e qualificação 
profissional
A partir da progressiva mudança de 
olhar diante dos contextos da infância 
e da criança, também é necessário 
que o professor de educação infantil 
acompanhe, compreenda e atue diante 
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cadfinal_educ_integral.pdf
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cadfinal_educ_integral.pdf
Unidade 1 • O Pedagogo e os Desafios da Educação Infantil na Atualidade12/180
de uma perspectiva social que valorize a 
potencialidade infantil.
Essa mudança de paradigma transporta 
o professor instituído a partir dos moldes 
de uma educação tradicional em que este 
detinha o saber e todo o controle da aula 
para a mediação e acompanhamento dos 
processos de aprendizagem da criança por 
meio de vivências significativas.
A complexidade apresentada requisita a 
reflexão através de contextos formativos, 
possibilitando a retomada de conceitos 
e concepções na área da infância. O 
professor de educação infantil, diferente 
de outras épocas, precisa deter uma série 
de competências para o trabalho com a 
criança pequena, sendo a formação inicial 
e continuada aspectos fundamentais na 
constituição de um bom trabalho.
O ensino superior, por meio de seus cursos 
de formação de professores, tem ou 
deveria ter como pressuposto a ampliação 
do conhecimento a partir da realidade a 
ser vivenciada pelos futuros professores, 
possibilitando acesso aos conteúdos e 
práticas reflexivas sobre crianças de todas 
as idades, desde o nascimento. 
Unidade 1 • O Pedagogo e os Desafios da Educação Infantil na Atualidade13/180
Para Kishimoto,
a prática reflexiva quer compreender para regular, otimizar, ordenar, fazer, 
evoluir a prática do professor, tendo como ponto de partida seu interior. 
(...) A universidade não pode pretender formar profissionais práticos 
reflexivos apenas porque desenvolve pesquisa. Para fazê-lo, deve ampliar 
o “locus” de seu trabalho, conjugando o espaço da academia com o local 
em que ocorre a prática pedagógica. (KISHIMOTO, 2000, p. 11)
Tanto o futuro pedagogo como o professor atuante precisam angariar na formação o alicerce 
para a constituição de uma prática inclusiva de todas as crianças como protagonistas de suas 
aprendizagens, agregando suas experiências, saberes e cotidiano e sendo ela o centro da 
atenção no PPP. Esta centralidade envolve a indissociabilidade entre cuidar e educar, bem como 
a integração entre os diversos contextos infantis: diversidade cultural e familiar, ludicidade e 
experiências.
Unidade 1 • O Pedagogo e os Desafios da Educação Infantil na Atualidade14/180
3. Descolonização do currículo 
da educação infantil
A descolonização do currículo intenta a 
problematização e desconstrução de uma 
única perspectiva que, imposta, trata de 
apenas uma cultura: europeia, masculina, 
cristã, elitista e adulta; desconsiderando 
outros modos de viver e de adquirir 
conhecimento.
A concepção de “descolonização” na 
educação infantil implica o desafio de 
problematizar o currículo fomentando a 
reflexão e rompimento com as relações 
de poder, bem como a fragmentação 
e hierarquização de saberes. Trata da 
integração dos contextos escolares 
com a educação do cotidiano, da vida 
em comunidade, dando visibilidade 
aos sujeitos e suas culturas: migrantes, 
indígenas, africanas, mulheres e crianças.
Numa abordagem voltada para a 
valorização do humano, a descolonização 
do currículo permite desnaturalizar 
as posições hierarquizadas através da 
condição corporal, econômica, cultural, 
de gênero, raça e idade construindo 
possibilidades de transformação 
diante das desigualdades presentes na 
organização escolar. 
Unidade 1 • O Pedagogo e os Desafios da Educação Infantil na Atualidade15/180
Dessa forma, a descolonização do currículo 
engendra a construção de uma política 
para a educação infantil envolvida com a 
qualidade social e com a construção de 
conhecimentos significativos e socialmente 
relevantes, articulada à transformação 
das realidades sociais marcadas pelas 
desigualdades e processos opressores 
presentes na vida, desde a mais tenra 
infância. 
Para saber mais
Segundo Joan Scott (1995), gênero é um 
elemento constitutivo das relações sociais 
fundadas sobre as diferenças percebidas entre 
os sexos, que fornece um meio de decodificar 
o significado e de compreender as complexas 
conexões entre as várias formas de interação 
humana. É a construção social que uma dada 
cultura estabelece ou elege em relação a homens 
e mulheres (SCOTT, 1995, p. 71-79).
Unidade 1 • O Pedagogo e os Desafios daEducação Infantil na Atualidade16/180
Glossário
Paradigma: modelo/padrão num determinado contexto social e época, retratando concepções 
e dogmas de uma cultura.
Descolonização do currículo: rompimento com elementos e fenômenos hegemônicos na 
escola e que não permitem outras formas de interação com o contexto, com a aprendizagem e 
com o conhecimento.
Unidade 1 • O Pedagogo e os Desafios da Educação Infantil na Atualidade17/180
Glossário
Relações de poder: segundo Foucault, 
nas relações humanas, qualquer que sejam – que trate de comunicar 
verbalmente, como fazemo-lo agora, ou que trate-se de relações 
amorosas, institucionais ou econômicas –, o poder continua presente: eu 
quero dizer a relação na qual um quer tentar dirigir a conduta do outro. 
Estas são, por conseguinte, relações que pode se encontrar em diversos 
níveis, sob diferentes formas; estas relações de poder são relações 
móveis, ou seja, elas podem alterar-se, elas não são dadas de uma vez 
para sempre. (FOUCAULT, 2001, p. 1538 apud MARINHO, 2008, p.14)
Questão
reflexão
?
para
18/180
Após a leitura da Unidade 1, apresente outros desafios 
que considera pertinentes na prática pedagógica e 
elabore um texto dissertativo sobre eles.
19/180
Considerações Finais
• Para além dos discursos e legislações instituídas em relação aos desafios 
educacionais, a busca é por um contexto de reflexões e práticas que 
viabilizem uma educação de qualidade.
• Tanto a formação inicial quanto a continuada são termômetros na 
constituição de uma prática reveladora de vivências significativas, por isso 
precisam ser problematizadas a partir da realidade das escolas.
• A descolonização do currículo tem no professor/pedagogo um grande 
aliado, já que este é um dos mediadores das relações da criança com o 
conhecimento acumulado pela sociedade.
Unidade 1 • O Pedagogo e os Desafios da Educação Infantil na Atualidade20/180
Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 
1998. 
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 de dezembro de 
1996.
KISHIMOTO, T. M. Formação de profissionais de educação infantil: prática reflexiva e perfil 
profissional. Anais da XXIII Reunião anual da ANPED. Caxambu: Minas Gerais, 2000.
MARINHO, E. R. As relações de poder segundo Michel Foucault. E-Revista Facitec, v. 2, n. 2, art. 
2, dez. 2008. 
SCOTT, J. W. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, Porto 
Alegre, v. 20, n. 2, p. 71-99, jul./dez. 1995.
21/180
1. A educação integral se constitui a partir de duas vertentes: tempo 
integral e integralidade. Sobre a segunda vertente, podemos dizer que se 
trata de:
a) Tempo e local de educação integrado.
b) Integração do sujeito a partir das múltiplas possibilidades: motora, cognitiva, afetiva, 
cultural, social, espacial, etc.
c) Integração entre as vivências da educação infantil e do ensino fundamental.
d) Integração entre família e escola.
e) Período integral de convivência da criança na escola.
Questão 1
22/180
2. Os jargões pedagógicos referem-se a:
a) Conjunto de expressões específicas da prática pedagógica.
b) Conjunto de expressões específicas do curso de Pedagogia.
c) Expressões utilizadas na avaliação de crianças da educação infantil.
d) Atividades realizadas exclusivamente na educação infantil.
e) Elementos comunicacionais anteriores à leitura e escrita convencional.
Questão 2
23/180
3. Piaget, Vigotsky e Wallon são representantes de uma Psicologia:
a) Behaviorista, tratando de elementos condicionantes.
b) Sócio-educativa, valorizando a relação das crianças com seus pares.
c) Universitária, voltada para a formação de professores.
d) Construtivista, voltada para o processo de aquisição da linguagem.
e) Interacionista e social, que leva em consideração os processos de aprendizagem do sujeito 
na interlocução com seus pares.
Questão 3
24/180
4. As reflexões e ações capazes de subverter um currículo hegemônico 
unilateral são intituladas como:
a) Práticas pedagógicas subversivas.
b) Currículo prescrito.
c) Descolonização do currículo.
d) Educação ideológica.
e) Consciência de classe.
Questão 4
25/180
5. Um dos desafios do pedagogo na atualidade é constituir outros tipos 
de relações, para além daquelas que representam as relações de poder 
adulto/criança. São exemplos desse tipo de relação:
a) Condicionamento para que o horário do sono seja realizado em casa, possibilitando que a 
criança brinque na escola.
b) Organização de filas pelo professor para a utilização dos banheiros.
c) Horário de alimentação unificado.
d) Possibilidades de troca de experiências entre bebês por meio das sensações e expressões 
corporais e assembleias infantis.
e) Acolhimento das crianças, com horário reduzido na primeira semana.
Questão 5
26/180
Gabarito
1. Resposta: C.
A integralidade do sujeito refere-se às 
possibilidades de integração através de 
múltiplas experiências e contextos que 
envolvam competências, lugares e pessoas.
2. Resposta: A.
O jargão pedagógico refere-se a 
algumas expressões específicas da 
prática pedagógica, sendo que é de 
melhor entendimento para aqueles que 
estão inseridos na escola e no processo 
educativo.
3. Resposta: E.
Sob um olhar interacionista e social, Piaget, 
Vigotsky e Wallon, embora em contextos 
de pesquisa e aprofundamento teórico 
diferentes, levam em consideração os 
processos de aprendizagem do sujeito na 
interlocução com seus pares.
4. Resposta: C.
A descolonização do currículo é um termo 
que tem sido utilizado para o rompimento 
com um currículo unilateral e hegemônico.
27/180
Gabarito
5. Resposta: D.
A troca de experiências entre bebês é um 
exemplo de interação para além daquelas 
em que o adulto é a única referência.
28/180
Unidade 2
A Importância da Didática na Educação Infantil
Objetivos
1. Compreender a importância da 
Didática como um meio de ligação 
entre os posicionamentos teóricos e 
as práticas educacionais.
2. Entender como as intervenções no 
espaço e tempo do ambiente escolar 
interferem no processo ensino-
aprendizagem.
3. Compreender as práticas docentes 
como promotoras do projeto 
educacional de uma escola.
Unidade 2 • A Importância da Didática na Educação Infantil29/180
Introdução
Este módulo trata da Didática no contexto 
da educação infantil e nos convida a refletir 
sobre a condição da prática pedagógica 
diante da multiplicidade de experiências 
possíveis presentes numa etapa que visa 
a aprendizagem do sujeito levando em 
consideração sua história, seus interesses, 
sua linguagem e todo o arsenal cultural 
trazido por cada criança.
Diversas pesquisas e discussões que 
possuem como foco a prática pedagógica 
na educação infantil foram realizadas e 
partilhadas nos últimos anos (KISHIMOTO, 
2002, AZANHA, 2004). Contudo, apesar 
do movimento no campo teórico-
científico, os mesmos estudiosos indicam 
o distanciamento entre as teorias 
difundidas e as práticas realizadas no 
contexto escolar.
Link
 Disponível em: <http://www.anped.
org.br/grupos-de-trabalho/gt07-
educa%C3%A7%C3%A3o-de-crian%C3%A7-
de-0-6-anos>. Acesso em: 8 out. 2016.
 Tal constatação é motivo de apreensão 
e conduz para reflexões acerca das 
ações formativas e práticas docentes, 
numa perspectiva potencializadora de 
processos de aprendizagem do professor, 
na constante retomada das ações 
pedagógicas. Este contexto se manifesta 
no enfrentamento da dicotomia entre 
sujeitos que se ocupam da reflexão 
pedagógica e daqueles que executam 
http://www.anped.org.br/grupos-de-trabalho/gt07-educa%C3%A7%C3%A3o-de-crian%C3%A7-de-0-6-anos
http://www.anped.org.br/grupos-de-trabalho/gt07-educa%C3%A7%C3%A3o-de-crian%C3%A7-de-0-6-anos
http://www.anped.org.br/grupos-de-trabalho/gt07-educa%C3%A7%C3%A3o-de-crian%C3%A7-de-0-6-anos
http://www.anped.org.br/grupos-de-trabalho/gt07-educa%C3%A7%C3%A3o-de-crian%C3%A7-de-0-6-anos
Unidade 2 • A Importância da Didática na Educação Infantil30/180o trabalho docente, na busca para que 
cada professor se concretize como sujeito 
do seu ofício, como indivíduo que atua 
e transforma a si e ao outro através das 
interações de cunho educacional.
Para isso, trataremos da importância da 
didática nesse processo e, ao invés de 
indicar um “modelo de como dar aulas na 
educação infantil”, propomos uma reflexão 
sobre os fundamentos relevantes para 
uma prática pedagógica que carregue 
intencionalidade em contextos infantis. 
O foco deste módulo é a educação na 
infância, bem como sua importância na 
formação sociocultural das crianças, 
levando em consideração o papel do 
ensino e da aprendizagem nesse processo, 
ou seja, a relevância da ação pedagógica 
no desenvolvimento da criança. Dessa 
forma, entendemos ser essencial o 
aprofundamento teórico que visa à busca 
por sentidos que justificam a necessidade 
de um contexto ação-reflexão-ação das 
vivências educacionais. 
Para saber mais
Segundo Paulo Freire (1996, p. 78), “Não é no 
silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, 
no trabalho, na ação-reflexão-ação”. O papel 
de sujeito reflexivo do professor comporta a 
dialogicidade de sua prática, ou seja, a constante 
retomada dos processos reflexivos a partir da 
prática pedagógica estabelecida. 
Unidade 2 • A Importância da Didática na Educação Infantil31/180
Explicitaremos como a Didática se 
apresenta em sua multidimensionalidade, 
indicando a condição abrangente de sua 
atuação, em contextos que se alternam 
de acordo com o tempo histórico vivido. 
Esta situação relacional indica a vivacidade 
da Didática que se estabelece a partir 
daqueles(as) que se apropriam dela. 
Trataremos ainda da relação entre a 
didática e as práticas realizadas nas 
instituições de educação infantil em que 
a oferta de condições (sociais, espaciais, 
afetivas, motoras) de aprendizagem é 
constituída a partir das brincadeiras e 
interações. Tal condição se apresenta 
sob duas vertentes: o papel de sujeito da 
experiência, vivenciado pela criança; e o 
papel do professor como co-responsável 
pelo planejamento, organização, avaliação 
das práticas e articulador das diversas 
potencialidades e necessidades dos bebês 
e das crianças pequenas.
Assim, a participação do professor no 
processo educativo se estabelece a partir 
das situações de cuidado, interações, 
brincadeiras e aprendizagens em 
condições ora orientadas, ora totalmente 
articuladas pela criança, sendo o professor 
um sujeito pronto a realizar as intervenções 
necessárias, percebendo o momento 
de maior significado para que tais 
intervenções ocorram. 
Esperamos que estas reflexões possam 
contribuir para a prática pedagógica 
na educação infantil, que tem como 
característica estar sempre em construção 
Unidade 2 • A Importância da Didática na Educação Infantil32/180
a partir da realidade que a cerca, portanto, 
esta não se finda nos aspectos conceituais, 
mas sim na constante relação com as 
vivências, com a dinâmica da escola e 
com a realidade de cada criança, de cada 
educador e da comunidade.
1. A multidimensionalidade da 
Didática
Numa concepção de educação infantil 
como espaço de interações, brincadeiras 
e aprendizagens, a Didática se apresenta 
como uma ciência multidimensional, ou 
seja, que abrange múltiplas possibilidades 
de reflexão e atuação. 
• Dimensão humana: A dimensão 
humana é um dos maiores desafios 
da prática pedagógica, pois é neste 
âmbito que são instituídos os 
comportamentos. Tanto professores 
como as crianças possuem 
características multifacetadas, 
sendo a inteligência, a afetividade, as 
relações sociais, a comunicação e os 
conflitos, elementos que permeiam a 
dimensão humana da Didática.
• Dimensão político-social: Esta 
dimensão trata de aspectos 
envolvendo o contexto histórico, 
grupo a qual o sujeito pertence, 
experiências anteriores, cultura, 
moral, política, etc. É uma dimensão 
tipicamente relacional, envolvendo 
os contextos da interação e do 
diálogo.
Unidade 2 • A Importância da Didática na Educação Infantil33/180
• Dimensão técnica: Nesta dimensão, 
o foco de atuação diz respeito às 
práticas, metodologias e técnicas, 
tais como o planejamento, tempo, 
espaços e materiais, instrumentos de 
aprendizagem, avaliação, técnicas 
pedagógicas, etc. 
Portanto, a Didática, para além das 
técnicas e metodologias, se apresenta 
como um projeto de ação pedagógica 
global, acolhendo a diversidade de 
fenômenos sociais, culturais e técnicos. 
2. Didática e os contextos da 
educação infantil
As instituições de educação infantil 
desempenham um papel relevante na 
formação da identidade e autonomia 
das crianças ao organizar situações, 
espaços, vivências, tempos, materiais e 
metodologias que possam potencializar as 
aprendizagens para o seu desenvolvimento 
cognitivo, afetivo, motor e social.
Do ponto de vista histórico-cultural, essas 
aprendizagens ocorrem em contextos 
constituídos e angariados para o acesso 
aos saberes culturalmente elaborados, 
provocando a apropriação e a utilização 
de outras maneiras de pensar, de 
comportamento e das interações com o 
mundo. Nesse espaço, o educador possui o 
Link
<http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/
DetalheObraForm.do?select_action=&co_
obra=27932>. Acesso em: 8 out. 2016.
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=27932
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=27932
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=27932
Unidade 2 • A Importância da Didática na Educação Infantil34/180
papel de sujeito mais experiente, criando 
situações relacionais das crianças com 
objetos da cultura, com pessoas, com os 
ambientes e com os materiais. 
Para saber mais
Os Referenciais Curriculares Nacionais para 
a Educação Infantil (RCNEI) tratam do papel 
do professor como o adulto que possui mais 
experiência na relação com a criança, portanto, 
que deve providenciar meios para que diferentes 
vivências ocorram: “Na instituição de educação 
infantil o professor constitui-se, portanto, no 
parceiro mais experiente, por excelência, cuja 
função é propiciar e garantir um ambiente rico, 
prazeroso, saudável e não discriminatório de 
experiências educativas e sociais variadas” 
(BRASIL, 1998, p. 30). 
Nas mediações com o outro, a criança se 
constitui como sujeito capaz de estabelecer 
relações, expor seus desejos e interesses, 
apresentar ideias e opiniões, de inventar, 
criar e imaginar. Para isso, as ações 
pedagógicas devem estar voltadas para 
a constituição de processos de interação 
através das mais diversas possibilidades, 
favorecendo a subjetividade de cada 
criança. A Didática se faz presente na 
educação infantil na relação cuidar/educar, 
em que os conteúdos são relacionados 
à vida da criança. Portanto, as vivências 
de alimentação, higiene, afetividade, 
interações, brincadeiras, investigação, 
manipulação são conteúdos da educação 
infantil. 
Unidade 2 • A Importância da Didática na Educação Infantil35/180
Dada a principal função docente na 
dinâmica de acesso e apropriação de 
cultura na pequena infância, as vivências 
educativas exigem planejamento 
demonstrado em intervenções educativas 
a partir das relações das crianças com 
outras pessoas mais experientes (adultos e 
outras crianças) com acesso aos contextos 
culturais, lembrando o que Rubem Alves 
nos ensina: É preciso propor um novo tipo de 
professor... um professor de espantos!
Para saber mais
Para González Rey (2004, p. 137), 
[...] a subjetividade é um 
macroconceito que integra os 
complexos processos e formas de 
organização psíquicas envolvidos 
na produção de sentidos 
subjetivos. A subjetividade se 
produz sobre sistemas simbólicos 
e emoções que expressam de 
forma diferenciada o encontro de 
histórias singulares de instâncias 
sociais e sujeitos individuais, 
com contextos sociais e culturais 
multidimensionais. 
Link
<https://www.youtube.com/
watch?v=qjyNv42g2XU>.Acesso em: 8 out. 
2016. 
https://www.youtube.com/watch?v=qjyNv42g2XU
https://www.youtube.com/watch?v=qjyNv42g2XU
Unidade 2 • A Importância da Didática na Educação Infantil36/180
Glossário
Intencionalidade: sobre a intencionalidade docente, refere-se à ação consciente, proveniente 
de um planejamento, e executada pelo professor, dentro do contexto pedagógico e para atingir 
determinado objetivo.
Identidade: segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p.13) 
“a identidade é um conceito do qual faz parte a ideia de distinção, de uma marca de diferença 
entre as pessoas, a começar pelo nome, seguido de todas as características físicas, de modos 
de agir e de pensar e da história pessoal. Sua construção é gradativa e se dá por meio de 
interações sociais estabelecidas pela criança, nas quais ela, alternadamente, imita e se funde 
com o outro para diferenciar-se dele em seguida, muitas vezes utilizando-se da oposição”.
Multifacetado: que apresenta diversas faces, a partir dos contextos e articulações realizadas.
Questão
reflexão
?
para
37/180
Após a leitura da Unidade 2, elabore uma carta, cujo 
remetente seja um coordenador e o destinatário um 
professor. Nela, deve conter a justificativa para o 
trabalho didático em contextos infantis, levando em 
consideração a potencialidade das crianças.
38/180
Considerações Finais
• A didática se estabelece como um elemento importante na 
educação infantil, já que, considerando esta etapa como um 
processo de intenso aprendizado e em que a intencionalidade 
docente se faz presente, o planejamento das vivências deve ser 
organizado de forma a atender as necessidades e potencialidades 
das crianças.
• A didática apresenta-se sob uma constituição multidimensional, 
levando em consideração as seguintes dimensões: humana, político-
social e técnica. Portanto, sua atuação se expande para além de 
metodologias e práticas de ensino, sendo um processo reflexivo e 
dinâmico das condições sociais existentes no contexto escolar.
• O professor, como interlocutor mais experiente, deve proporcionar 
a bebês e crianças meios interacionais, materiais e espaciais que 
possibilitem a constituição do processo de ensino e aprendizagem, 
levando em consideração tempos e espaços.
Unidade 2 • A Importância da Didática na Educação Infantil39/180
Referências 
AZANHA, J. M. P. Uma reflexão sobre a formação do professor da escola básica. Educação e 
Pesquisa, São Paulo, v. 30, n. 2, p. 369-378, 2004. 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular 
nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. Volumes: 1, 2 e 3.
_________. (Ministério da Educação/SEF/DPEF/COEDI). Proposta pedagógica e currículo em 
educação infantil: um diagnóstico e a construção de uma metodologia de análise/Ministério 
da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Departamento da Política 
de Educação Fundamental. Coordenação-Geral de Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF/DPEF/
COEDI, 1996. 114 p. 
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra. Pp.77-95. 1996.
GONZÁLEZ REY, F. L. O social na psicologia e a psicologia social: a emergência do sujeito. 
Petrópolis: Vozes, 2004.
KISHIMOTO, T. M. Depoimento para o GT: educação da criança de 0 a 6 anos. In: Reunião ANPED, 
25., Caxambu, 2002. Disponível em: <http://www.anped.org.br>. Acesso em: 20 jul. 2016.
http://www.anped.org.br
Unidade 2 • A Importância da Didática na Educação Infantil40/180
__________ O sentido da profissionalidade para o educador da infância. In: BARBOSA, R. L. L. 
(Org.). Trajetórias e perspectivas da formação de educadores. São Paulo: Ed. UNESP, 2004. p. 
329-345.
KISHIMOTO, T. M.; OLIVEIRA-FORMOSINHO, J. (Orgs.) Formação em contexto: uma estratégia 
de integração. São Paulo: Pioneira, 2002.
41/180
1. “O caminho do objeto até a criança e desta até o objeto passa através de 
outra pessoa” (L. S. Vygotsky-1896-1934). Com base nessa concepção, é 
correto afirmar que o papel do professor é (...)
a) Disponibilizar materiais para que as crianças vivenciem processos investigativos, 
descobertas e hipóteses.
b) Fazer o elo entre os conhecimentos da criança e o objeto de aprendizagem. 
c) Observar o desenvolvimento da criança, aguardando o momento em que as competências 
se manifestarão.
d) Não realizar qualquer tipo de intervenção, pois as crianças precisam se desenvolver 
sozinhas. 
e) Agir sobre as demandas infantis, pois é a criança que indicará quando estará pronta para 
aprender.
Questão 1
42/180
2. Uma didática multidimensional é aquela que entende a educação 
como um processo emancipatório, favorecendo que a construção do 
conhecimento se dê por meio de um trabalho:
Questão 2
a) especializado. 
b) coletivo. 
c) individualizado. 
d) com pares da mesma área do conhecimento. 
e) aceito nos processos acadêmicos.
43/180
3. O professor é o corresponsável pela aprendizagem da criança. Com base 
nesta afirmação e considerando o papel do professor, assinale a alternativa 
correta.
Questão 3
a) A prática do professor deve ser coerente para que tempos e espaços escolares se adaptem 
às suas necessidades pessoais. 
b) É de sua exclusiva responsabilidade todo o processo de aprendizagem das crianças. 
c) Ele é a pessoa que põe em diálogo o conhecimento em sua relação histórica, sempre 
levando em consideração o sujeito da aprendizagem. 
d) Ele é superior hierarquicamente às crianças, sendo uma autoridade inquestionável. 
e) É de sua competência desvelar a estrutura do objeto (conteúdo), organizando-o para fins 
da relação ensino aprendizagem.
44/180
4. Na prática docente ancorada pela didática, encontra-se uma dimensão 
humana, uma dimensão político-social e uma dimensão técnica. Quando 
mobilizadas, essas dimensões favorecem uma educação de melhor qualidade. 
Nesse contexto, a dimensão político-social é compreendida como:
Questão 4
a) a arte de ensinar, que enriquece a imaginação e os processos de criação do sujeito.
b) o elemento mediador, que angaria as possibilidades de discussão, compartilhamento de 
ideias, diálogo e interação.
c) proveniente de uma concepção política do professor.
d) domínio dos conteúdos direcionados à educação infantil.
e) práticas que possibilitem a competência discursiva de cada criança.
45/180
5. A didática possui grande relevância no processo formativo de 
professores, porém, ao longo de seu percurso, tem suscitado muitas 
discussões. Por vezes negada ou exaltada, ela foi assumindo, ao longo 
do tempo, diferentes entendimentos. Podemos inferir que, atualmente, a 
Didática pode ser entendida como:
Questão 5
a) arte de ensinar tudo a todos, já que intensifica a valorização dos direitos das crianças. 
b) ciência que prima pela prática pedagógica, responsabilizando-se por determinar 
significado ao trabalho de professores. 
c) Construção coletiva de práticas pedagógicas.
d) Técnica de ensinar, identificar e interrogar os contextos de aprendizagem desenvolvidos 
por cada criança.
e) Processo de reflexão e execução de práticas de ensino e aprendizagem em articulação com 
as dimensões humana, político-social e técnica que devem nortear os princípios e práticas 
educativas.
46/180
Gabarito
1. Resposta: A.
As crianças são sujeitos que possuem 
grandes potencialidades, sendo que o 
contato com materiais é favorecedor de 
um processo investigativo, de construção 
de hipóteses e aprendizagens. O elo entre 
os conhecimentos e os objetos é realizado 
pela criança quando é dada a ela condições 
para as interações.
2. Resposta: B.
A Didática multidimensional favorece a 
construção de saberes de forma coletiva, 
ou seja, com as diversas interações entre 
adulto/criança, criança/criança, etc.
3. Resposta: C.
O professor é um mediador das relações, 
devendo considerar os aspectos históricos 
e culturais das crianças.
4. Resposta: B.
A dimensão político-social da Didática 
trata dos contextos envolvendo as 
relações sociais presentes na escola comoexperiências, história de cada sujeito, 
conflitos, diálogo, etc.
5. Resposta: E.
A Didática, numa perspectiva social, se 
estabelece como um processo de reflexão e 
47/180
Gabarito
ação a partir de suas múltiplas dimensões: 
humana, político-social e técnica.
48/180
Unidade 3
A Organização da Prática Pedagógica na Educação Infantil: Materiais, Espaços, Brinquedos e 
Brincadeiras
Objetivos
1. Problematizar a importância dos 
diferentes espaços de aprendizagem.
2. Salientar a importância do acesso aos 
materiais pelas crianças.
3. Identificar a potencialidade 
social e cultural dos brinquedos e 
brincadeiras.
Unidade 3 • A Organização da Prática Pedagógica na Educação Infantil: Materiais, Espaços, Brinquedos e Brincadeiras49/180
Introdução
Esta reflexão inicia-se com uma 
perspectiva que, desde o início, deve ser 
considerada: a aceitação da brincadeira 
como um direito da criança. É preciso 
compreender que, para a criança, o brincar 
é extremamente importante e condição 
para o seu entendimento sobre o mundo.
infantil. Esta qualidade também se 
relaciona com a postura da professora 
ou do professor que, ao se aproximar dos 
contextos infantis de forma significativa 
também desenvolve sua dimensão 
brincante, sendo um educador da infância 
que compartilha as vivências de bebês e 
crianças pequenas.
Para saber mais
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) 
prevê no artigo 16, parágrafo IV, o direito à 
liberdade, que compreende “brincar, praticar 
esportes e divertir-se”. 
Para tanto, o planejamento e a organização 
de espaços e materiais devem oferecer 
meios para brincadeiras e interações, 
proporcionando a qualidade da educação 
Para saber mais
A dimensão brincante se aproxima à 
predisposição do adulto em assumir e retomar 
a sua condição lúdica. Quando o adulto brinca, 
pode se distanciar do cotidiano e experimentar 
vivências divertidas e lúdicas. Nesta retomada, as 
lembranças das brincadeiras de infância povoam 
a imaginação, favorecendo a aproximação dos 
contextos vivenciados pelas crianças. 
Unidade 3 • A Organização da Prática Pedagógica na Educação Infantil: Materiais, Espaços, Brinquedos e Brincadeiras50/180
A importância da brincadeira se concretiza 
por ser uma atividade livre, realizada pela 
criança, favorecendo a tomada de decisões, 
a expressão de sentimentos, conhecendo a 
si mesma e as pessoas ao seu redor. Brincar 
é retomar ações prazerosas, estimular a 
imaginação, trabalhar a individualidade 
e os contextos coletivos; é o contato com 
a natureza e os elementos pertencentes 
a ela, além do constante exercício de 
comunicação (linguagem oral, expressões, 
emoções e sentimentos).
Embora a brincadeira seja, em muitos 
lugares, considerada como uma ação 
inerente à criança, ela é um processo 
que exige concentração, saberes, 
um repertório cultural apreendido e 
outros tantos a serem internalizados. O 
brinquedo, entendido como suporte da 
brincadeira, pode ser industrializado ou 
não estruturado (a partir de materiais que 
podem se tornar qualquer brinquedo ou 
brincadeira, de acordo com a imaginação 
da criança), bem como ser confeccionado 
pelas próprias crianças ou pela professora. 
Porém, para que as brincadeiras ocorram 
nos espaços de educação infantil, não 
basta somente apresentar brinquedos 
e materiais, mas sim planejar de forma 
atenta, levando em consideração os 
espaços, o tempo e a qualidade das ofertas 
feitas às crianças.
Tudo isso porque a criança não nasce já 
sabendo brincar. A brincadeira é uma 
construção cultural e social, sendo 
aprendida. Assim, a escolha de brinquedos, 
Unidade 3 • A Organização da Prática Pedagógica na Educação Infantil: Materiais, Espaços, Brinquedos e Brincadeiras51/180
as interações realizadas, a imitação e 
as expressões precisam ser apoiadas 
por um ambiente organizado, materiais 
de qualidade e seguros, bem como a 
mediação do adulto em momentos 
oportunos.
A brincadeira de alta qualidade 
promove o diferencial nas experiências, 
favorecendo o desenvolvimento integral 
da criança. Os pequenos e as pequenas 
brincam em qualquer ambiente e com 
os mais variados materiais. Porém, 
existe diferença entre uma vivência 
espontânea, sem planejamento e a que 
possui intencionalidade do professor 
que, considerando os eixos do currículo 
da educação infantil – brincadeiras e 
interações, indicados nas Diretrizes 
Curriculares Nacionais para a Educação 
Infantil – intensifica a autonomia das 
crianças a partir da exploração dos 
brinquedos e a reelaboração da ludicidade. 
Link
<http://portal.mec.gov.br/
index.php?option=com_
docman&view=download&alias=9769-
diretrizescurriculares-2012&category_
slug=janeiro-2012-pdf&Itemid=30192.> 
Acesso em: 8 out. 2016.
Para que isso ocorra, é preciso 
que a observação das crianças, a 
intencionalidade pedagógica, o 
planejamento de tempos e espaços, a 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=9769-diretrizescurriculares-2012&category_slug=janeiro-2012-pdf&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=9769-diretrizescurriculares-2012&category_slug=janeiro-2012-pdf&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=9769-diretrizescurriculares-2012&category_slug=janeiro-2012-pdf&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=9769-diretrizescurriculares-2012&category_slug=janeiro-2012-pdf&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=9769-diretrizescurriculares-2012&category_slug=janeiro-2012-pdf&Itemid=30192
Unidade 3 • A Organização da Prática Pedagógica na Educação Infantil: Materiais, Espaços, Brinquedos e Brincadeiras52/180
interação entre as crianças, as famílias e a 
comunidade sejam elementos articulados 
na ação educativa.
Tal articulação se assenta nos contextos 
didáticos da educação infantil, conduzindo 
o professor e os demais educadores a uma 
proposta que vislumbre a educação de 
qualidade da primeira infância. Em relação 
à primeira infância e suas especificidades, 
vale a pena assistir ao filme “O começo da 
vida”, produzido por Maria Farinha Filmes. 
Diante dessas reflexões, propomos 
o aprofundamento das discussões 
sobre tempos, espaços, materiais, 
brinquedos e brincadeiras com o intuito 
de problematizar práticas reveladoras 
de um currículo rico e dinâmico diante 
da multiplicidade de experiências que as 
crianças buscam com primazia.
1. O espaço como segundo 
educador
No contexto ora apresentado, o espaço 
toma parte sob duas dimensões: espaço 
físico e espaço social. Na constituição 
das duas vertentes, o espaço é entendido 
como um todo indissociável de materiais, 
impressões, formas, pessoas, aromas, 
Link
Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=CXYAjoUhTgg>. Acesso em: 8 out. 
2016.
https://www.youtube.com/watch?v=CXYAjoUhTgg
https://www.youtube.com/watch?v=CXYAjoUhTgg
Unidade 3 • A Organização da Prática Pedagógica na Educação Infantil: Materiais, Espaços, Brinquedos e Brincadeiras53/180
sons. Todas as percepções que o espaço 
proporciona remetem às memórias, à 
afetividade, aos estímulos, à sensação de 
segurança e ao acolhimento.
Nestas condições, o espaço fala, transmite 
sensações, evoca lembranças... sempre nos 
apresentando alguma possibilidade, sem 
nos deixar indiferentes a ele. É necessária 
a oferta de espaços que propiciem o 
desenvolvimento da criança por meio de 
múltiplas vivências interacionais.
Segundo o RCNEI (1998), a brincadeira é 
uma das mais fundamentais atividades 
da criança, sendo o espaço lúdico um 
elemento de interlocução de suas 
ações. As crianças, na educação infantil, 
aprendem a dividir os espaços, os materiais 
e os brinquedos, sendo um contexto de 
exploração e intervenção.
Desta forma, os professores são 
organizadores dos espaços: planejam 
as interações, tratam de equipar os 
ambientes, articulam, disponibilizam 
materiais para que a estadia no espaço se 
torne instigantee seja colaborador de um 
projeto formativo.
Os espaços escolares devem estar 
preparados de forma que possam 
ser modificados de acordo com os 
objetivos pleiteados e as necessidades e 
potencialidades das crianças. 
Os armários devem ser baixos de forma 
que as crianças possam ter acesso aos 
materiais com segurança.
Unidade 3 • A Organização da Prática Pedagógica na Educação Infantil: Materiais, Espaços, Brinquedos e Brincadeiras54/180
Os espaços externos como jardins, 
parques, quadras, solário e outros devem 
ser incluídos na rotina da criança, sendo 
a manutenção, a segurança e a limpeza 
alguns itens a terem grande atenção por 
parte da escola. Devem ser apropriados 
para as diferentes faixas etárias presentes 
na educação infantil. 
2. Brinquedos e brincadeiras: 
a utilização de materiais 
estruturados e não estruturados
Na vida das crianças, os primeiros anos são 
primordiais na compreensão do mundo 
em que vivem, sendo os brinquedos 
e as brincadeiras formas de angariar 
respostas, hipóteses e visões sobre o que 
tenta descobrir e compreender, ou seja, 
são meios de aprendizagem a partir das 
relações que as crianças estabelecem. 
As crianças brincam com brinquedos 
industrializados ou caseiros, feitos por 
elas ou pelo adulto, a partir de sucatas, 
materiais não estruturados, de largo 
alcance. Tais brincadeiras podem suscitar 
contextos de imaginação, musicais, 
caracterização, coletivos sociais. Por isso, 
são entendidas como uma produção 
cultural e pessoal. Por exemplo, a criança 
que possui pais cantores pode utilizar um 
pedaço de cano (material não estruturado) 
e a partir das suas experiências e 
observações no convívio familiar, brincar 
de microfone. Logo a seguir o cano (que 
era um microfone) se transforma em um 
celular ou em uma espada.
Unidade 3 • A Organização da Prática Pedagógica na Educação Infantil: Materiais, Espaços, Brinquedos e Brincadeiras55/180
Outra proposta interessante de utilização 
de materiais não estruturados e de largo 
alcance são os parques sonoros. Vale a 
pena pesquisar sobre esta prática em: 
Para saber mais
 Os materiais considerados de “largo alcance” 
são aqueles que proporcionam à criança 
diversas maneiras de brincar. São brinquedos 
não convencionais elaborados a partir de 
materiais caracterizados por sua versatilidade, 
possibilitando a diversidade de vivências. Podem 
ser materiais de largo alcance: tecidos, caixas, 
tampas, elementos da natureza, rolos, etc.
Link
<http://www.anppom.com.br/congressos/
index.php/25anppom/Vitoria2015/paper/
viewFile/3743/987>. Acesso em: 8 out. 2016.
http://www.anppom.com.br/congressos/index.php/25anppom/Vitoria2015/paper/viewFile/3743/987
http://www.anppom.com.br/congressos/index.php/25anppom/Vitoria2015/paper/viewFile/3743/987
http://www.anppom.com.br/congressos/index.php/25anppom/Vitoria2015/paper/viewFile/3743/987
Unidade 3 • A Organização da Prática Pedagógica na Educação Infantil: Materiais, Espaços, Brinquedos e Brincadeiras56/180
Segundo Kishimoto, 
ao assumir a função lúdica e educativa, o brinquedo educativo merece 
algumas considerações: função lúdica: o brinquedo traz diversão, 
prazer e também desprazer, quando escolhido voluntariamente; 
função educativa: o brinquedo ensina qualquer coisa que complete o 
indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo. 
(KISHIMOTO, 2005, p. 37)
Sob qualquer uma das funções, é preciso um olhar atento para as condições de segurança dos 
materiais e brinquedos.
O grande perigo está em materiais e brinquedos com partes que são removidas facilmente, 
principalmente para bebês e crianças pequenas. Peças com dois centímetros já podem 
ocasionar obstrução da garganta, do ouvido ou das narinas, por isso, é preciso muito cuidado. 
A partir do livro Brinquedos e brincadeiras nas creches: manual de orientação pedagógica (BRASIL, 
2012), selecionamos alguns brinquedos e a indicação das idades/períodos em que estes devem 
ser disponibilizados à criança:
Unidade 3 • A Organização da Prática Pedagógica na Educação Infantil: Materiais, Espaços, Brinquedos e Brincadeiras57/180
• 0 a 1 ano e meio: contato com o 
outro, móbiles, brincadeiras de seguir 
o objeto; produzir sons; obstáculos 
com almofadas; mordedores; brincar 
na hora do banho; deixar cair para ver 
o que acontece; brincar com água; 
cesta do tesouro; descobrir o que 
tem dentro; brinquedos estruturados 
de espuma; túnel com caixas; 
brinquedos de empilhar; brinquedos 
de empurrar; brinquedos de encaixar; 
brinquedos de afeto, etc. 
• 1 ano e meio a 3 anos e 11 meses: 
além das anteriores - escorregador; 
rolar em colchões; fantasias; 
imitação; tanque de areia; brincar 
com água; misturar tintas ou 
ingredientes; jogo simbólico.
• 4 a 6 anos: além das anteriores - 
bolinhas de sabão; parque de areia; 
triciclos ou bicicletas; bolas; pipas; 
sombras; coleções; jogos com regras; 
parlendas; álbum de figurinhas; etc. 
Link
http://avisala.org.br/index.php/
assunto/<tempo-didadico/entre-as-
sombras-e-as-luzesum-contraste-que-
diverte-e-ensina/>. Acesso em: 8 out. 2016.
http://avisala.org.br/index.php/assunto/tempo-didadico/entre-as-sombras-e-as-luzesum-contraste-que-diverte-e-ensina/
http://avisala.org.br/index.php/assunto/tempo-didadico/entre-as-sombras-e-as-luzesum-contraste-que-diverte-e-ensina/
http://avisala.org.br/index.php/assunto/tempo-didadico/entre-as-sombras-e-as-luzesum-contraste-que-diverte-e-ensina/
http://avisala.org.br/index.php/assunto/tempo-didadico/entre-as-sombras-e-as-luzesum-contraste-que-diverte-e-ensina/
Unidade 3 • A Organização da Prática Pedagógica na Educação Infantil: Materiais, Espaços, Brinquedos e Brincadeiras58/180
Estas são apenas algumas sugestões diante 
da complexidade e da intensidade com 
que as crianças se fazem no mundo. Cabe 
às instituições e professores de educação 
infantil potencializar as vivências culturais 
e de interação, já que sob este mote se 
configura os objetivos da educação infantil. 
Unidade 3 • A Organização da Prática Pedagógica na Educação Infantil: Materiais, Espaços, Brinquedos e Brincadeiras59/180
Glossário
Inerente: segundo o dicionário Aurélio, inerente refere-se ao “que faz parte de pessoa ou 
coisa”.
Indissociável: que não se dissocia, não há separação.
Jogo simbólico: vivência lúdica em que a criança, por meio da brincadeira, explora a 
imaginação e a criatividade a fim de compreender, criar e recriar o que está a sua volta, bem 
como a sua identidade.
Questão
reflexão
?
para
60/180
Refletindo sobre as relações estabelecidas por você 
quando criança, retome suas lembranças e escreva 
um pequeno memorial (duas laudas), relatando sobre 
um espaço que costumava frequentar e que considera 
relevante para a construção de sua identidade. O 
que costumava fazer? Quem estava com você? Quais 
eram seus sentimentos? De que forma essas vivências 
influenciaram você a ser a pessoa de hoje? O que você 
sentiu ao relembrar este espaço?
61/180
Considerações Finais
• O espaço é entendido como um todo indissociável de materiais, 
impressões, formas, pessoas, aromas, sons.
• A importância da brincadeira se concretiza por ser uma atividade livre, 
realizada pela criança, favorecendo a tomada de decisões, a expressão de 
sentimentos, conhecendo a si mesma e as pessoas ao seu redor. 
• Um dos caminhos para a constituição de qualidade na educação infantil 
aborda elementos como a observação das crianças, intencionalidade 
pedagógica, planejamento de tempos e espaços, interação entre as 
crianças, as famílias e a comunidade, sendo estes elementos condições 
articuladas na ação educativa.
Unidade 3 • A Organização da Prática Pedagógica na Educação Infantil: Materiais, Espaços, Brinquedos e Brincadeiras62/180
Referências 
BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente: Lei federal nº 8069, de 13 de julho de 1990. Rio 
de Janeiro: Imprensa Oficial, 2002. 
___________. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil. Brasília: Câmara de 
Educação Básica do Conselho Nacionalde Educação, 1998.
___________. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial curricular nacional para a 
educação infantil. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental, 1998.
___________. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Brinquedos e 
brincadeiras de creches: manual de orientação pedagógica. Brasília: MEC/SEB, 2012.
KISHIMOTO, T. M. (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2005.
63/180
1. Na brincadeira de “Faz de conta” numa creche, a professora organiza um 
jogo de esconder e aparecer. O desenvolvimento dessa vivência ajuda a 
criança a:
a) trabalhar sua autoestima a partir dos brinquedos que a professora esconde. A cada 
aparecimento do objeto a criança entende ser um novo brinquedo e experimenta a 
sensação de acúmulo de pertences.
b) exercitar sua autonomia, pois a brincadeira ajuda a escolher o que quer ou não quer 
esconder.
c) construir sua identidade.
d) vivenciar situações de presença e ausência de objetos ou pessoas, realizando exercício 
de controle de suas emoções, a percepção visual e o estado de permanência dos objetos/
pessoas.
e) constituir a imagem mental de um objeto ou pessoa.
Questão 1
64/180
2. A brincadeira é uma linguagem da criança, a ação de imitar 
transformando o que já foi observado. As instituições de educação infantil 
devem organizar e favorecer as condições para que a brincadeira seja um 
contexto periódico em sua rotina. Dessa maneira, cabe ao professor:
a) permitir que as crianças brinquem, mas não como uma ação espontânea e que se ancora 
na imaginação.
b) Disponibilizar material adequado e espaço estruturado, favorecendo situações diversas de 
brincadeiras.
c) Somente observar as crianças brincarem, sem elaborar condições para que as brincadeiras 
ocorram.
d) Direcionar a brincadeira, sempre visando a internalização de um novo conceito pela 
criança.
e) Nunca estabelecer espaços e tempos para a brincadeira.
Questão 2
65/180
3. Os brinquedos e as brincadeiras são considerados como elementos 
fundamentais na constituição da identidade e desenvolvimento infantil, 
pois:
a) por meio das brincadeiras as crianças podem construir e reconstruir contextos do mundo 
em que vivem, construindo novos significados, tecendo outras relações, retomando os 
conhecimentos sobre si mesmos e os outros. 
b) embora não possam ser consideradas como aprendizagem, fazem parte da rotina infantil.
c) as brincadeiras e os jogos são a única forma de aquisição de conhecimentos no espaço da 
Educação Infantil. 
d) a criança não consegue distinguir entre o que vive na brincadeira e o que vive no mundo 
real, sendo que quando brinca age inconscientemente.
e) apesar de não ser considerada como uma linguagem infantil, a brincadeira favorece a 
manifestação das emoções das crianças.
Questão 3
66/180
4. Os materiais são a base da elaboração criativa. Sendo assim, a garantia 
de acesso à diversidade de materiais e suportes é um importante elemento 
para uma educação de qualidade. Dessa forma, os materiais de largo 
alcance assumem um papel singular na proposta educativa de cada 
unidade educacional, desde que:
a) as famílias participem da organização dos materiais, auxiliando também na coleta dos 
recursos e objetos. 
b) não custem nada para a instituição, de forma a favorecer a articulação com a comunidade 
e o entorno da escola. 
c) tenham origem na natureza, já que cada território, cada bairro ou cada cidade pode 
oferecer diferentes materiais.
d) seja feita uma triagem, sendo selecionados somente os que não ofereçam perigo à saúde 
das crianças e que estejam em boas condições de uso. 
e) não excluam os demais materiais de uso corrente, como lápis, pincéis, giz, etc., que já 
fazem parte do universo da educação infantil.
Questão 4
67/180
5. A organização do espaço educativo das instituições de educação infantil 
deve, prioritariamente, ancorar-se em maneiras e soluções que favoreçam 
o maior desenvolvimento da criança. Nesse sentido,
a) a aprendizagem deve transcender o espaço da sala de aula e ocupar os diferentes espaços 
de instituição e fora dela.
b) de forma alguma, por razões de segurança, as crianças devem deixar a instituição para 
realizar aprendizagens em ambientes externos.
c) o mobiliário que as crianças utilizam nas escolas deve ser fixo permanentemente, para 
evitar possíveis acidentes.
d) o espaço das salas de aula deve ser padronizado pela instituição sem possibilitar ao 
professor particularizá-lo segundo sua proposta pedagógica.
e) a concentração e o silêncio devem ser critérios para boa aprendizagem, desta forma a 
organização da sala se condiciona ao controle.
Questão 5
68/180
Gabarito
1. Resposta: D.
A atividade proposta permite vivenciar 
situações de presença e ausência de 
objetos ou pessoas, favorecendo a 
compreensão gradativa da criança.
2. Resposta: B. 
O professor, para além da observação, 
deve disponibilizar material adequado e 
espaço estruturado, favorecendo situações 
diversas de brincadeiras.
3. Resposta: A.
Por meio das brincadeiras as crianças 
podem construir e reconstruir contextos do 
mundo em que vivem construindo novos 
significados.
4. Resposta: D.
Os materiais de largo alcance devem 
ser verificados cuidadosamente sendo 
selecionados somente os que não ofereçam 
perigo à saúde das crianças.
5. Resposta: A.
A aprendizagem deve transcender o espaço 
da sala de aula e ocupar os diferentes 
espaços de instituição e fora dela, 
fomentando um contexto educacional 
integrador.
69/180
Unidade 4
Competências e Habilidades Necessárias aos Professores para a Prática Pedagógica na 
Educação Infantil
Objetivos
1. Diferenciar habilidades e 
competências docentes.
2. Identificar as habilidades e 
competências necessárias para a 
prática pedagógica na educação 
infantil.
3. Vislumbrar possibilidades de 
reflexões formativas, que possam 
reverberar na prática do professor.
Unidade 4 • Competências e Habilidades Necessárias aos Professores para a Prática Pedagógica na Educação Infantil70/180
Introdução
O saber docente vem sendo tema de muitas discussões no contexto educacional. Os 
estudos apontam para o docente/professor como aquele que mobiliza, constrói e reconstrói 
conhecimentos e saberes em sua prática. 
A partir dos anos 90, novos direcionamentos e paradigmas em relação aos saberes docente 
foram sendo formulados, com ênfase na valorização da formação inicial e continuada, bem 
como os conhecimentos oriundos deste percurso. 
Os saberes docentes são heterogêneos e diversificados, conforme indica Tardif (2002), levando 
em consideração os saberes advindos da experiência. O estudioso faz uma diferenciação entre 
os saberes internalizados na prática pedagógica (saberes experienciais) e aqueles adquiridos 
no contexto da formação (saberes profissionais).
Pode-se chamar de saberes profissionais o conjunto de saberes 
transmitidos pelas instituições de formação de professores (escolas 
normais ou faculdades de ciências da educação). O professor e o ensino 
constituem objetos de saber para as ciências humanas e para as ciências 
da educação. (TARDIF, 2002, p. 36) 
Unidade 4 • Competências e Habilidades Necessárias aos Professores para a Prática Pedagógica na Educação Infantil71/180
Os saberes profissionais são relacionados à formação acadêmica e científica dos professores 
sendo incorporados à prática. 
Já os saberes experienciais são:
[...] o conjunto de saberes atualizados, adquiridos e necessários no 
âmbito da prática da profissão docente e que não provêm das instituições 
de formação nem dos currículos. Estes saberes não se encontram 
sistematizados em doutrinas ou teorias. São saberes práticos (e não da 
prática: eles não se superpõe à prática para melhor conhecê-la, mas se 
integram a ela e dela são partes constituintes enquanto prática docente) e 
formam um conjunto de representações a partir das quais os professores 
interpretam, compreendem e orientam sua profissão e sua prática 
cotidiana em todas as suasdimensões. Eles constituem, por assim dizer, a 
cultura docente em ação. (TARDIF, 2002, p. 49)
É sobre esses saberes que trataremos neste módulo, problematizando as questões envolvendo 
a prática pedagógica, num contexto de processos reflexivos da ação do professor, imbuindo a 
Unidade 4 • Competências e Habilidades Necessárias aos Professores para a Prática Pedagógica na Educação Infantil72/180
possibilidade de melhoria e manutenção 
da qualidade na educação infantil.
A sociologia da infância, campo de 
conhecimento emergente, apresenta 
como um dos seus pressupostos as 
maneiras de organização e constituição 
das crianças, como atores sociais. As 
pesquisas nesse meio se aproximam da 
Sociologia, Psicologia, Antropologia e 
outros campos de conhecimento que 
favorecem a organização da educação 
e seus propósitos. A compreensão da 
criança como um sujeito participante 
da construção de sua história e de uma 
cultura infantil fomenta contextos 
desafiadores aos educadores e demais 
estudiosos, sendo um elemento importante 
na organização de competências que 
levem em consideração a potencialidade 
da criança.
O professor de educação infantil, em sua 
dinâmica de interação com as crianças, 
precisa pensar e repensar sua postura, 
buscando lidar com todo o aparato social 
e cultural que as crianças carregam, tanto 
em situações do cotidiano como aquelas 
que podem ser consideradas diferenciadas.
A criança possui um jeito próprio de 
encarar as novidades e os desafios que 
surgem em sua vida. Muitas vezes a família 
e os professores encaram esses momentos 
com maior dificuldade que a própria 
criança. O ideal é que o professor detenha 
atitudes, habilidades e competências que 
favoreçam o desenvolvimento integral da 
criança nos espaços de interação.
Unidade 4 • Competências e Habilidades Necessárias aos Professores para a Prática Pedagógica na Educação Infantil73/180
1. Habilidades e competências 
docentes
Para a compreensão dos saberes docentes 
no âmbito conceitual e prático é preciso 
elaborar o conceito de habilidade e 
competência.
O termo habilidade é definido por diversos 
autores, mas em sua essência, a habilidade 
está relacionada ao domínio cognitivo, 
afetivo e/ou motor de alguma atividade.
A competência possui uma abrangência 
mais ampla do que a habilidade e diz 
respeito à articulação de diversas 
habilidades necessárias para a 
consolidação de um determinado contexto. 
Por exemplo, para o professor de educação 
infantil elaborar/adquirir a competência de 
avaliar o processo de aprendizagem de uma 
criança, precisará possuir habilidades para 
compreender os objetivos e procedimentos 
de avaliação na educação infantil; 
entender a criança em sua integralidade; 
observar as interações; realizar 
intervenções; registrar os processos, 
hipóteses e comportamentos de forma 
satisfatória, saber interpretar os registros, 
etc. Como podem perceber, a competência 
envolve múltiplas habilidades, sendo 
Para saber mais
Habilidades são funções relacionadas com 
o saber fazer: indica a capacidade física ou 
mental que o sujeito detém para a resolução de 
determinada situação-problema. 
Unidade 4 • Competências e Habilidades Necessárias aos Professores para a Prática Pedagógica na Educação Infantil74/180
ambas (habilidades e competências) 
resultado de processos de aprendizagem. 
Para saber mais
As Diretrizes Curriculares Nacionais para 
a Educação Infantil (DCNEI) determinam 
que as instituições de educação infantil 
elaborem procedimentos para a avaliação do 
desenvolvimento das crianças. Tal processo não 
deve ter como objetivo a seleção, a promoção 
ou a classificação e precisa levar em conta “a 
observação crítica e criativa das atividades, 
das brincadeiras e interações das crianças no 
cotidiano” (BRASIL, 2010, p. 29) 
Perrenoud (2000), em seus estudos, nos 
indica dez competências que considera 
primordiais na formação e na prática 
docente. Para além do enunciado 
da quantidade de competências, o 
aprofundamento teórico de Perrenoud 
nos leva a refletir sobre as múltiplas 
articulações que o professor realiza ou 
deveria realizar. 
Unidade 4 • Competências e Habilidades Necessárias aos Professores para a Prática Pedagógica na Educação Infantil75/180
Os saberes da docência segundo Tardif 
(2002) apresentam a base para a prática 
pedagógica e estão relacionados não só 
com a formação inicial, mas também com a 
experiência profissional. 
O trecho do filme “O sorriso de Monaliza”, 
nos convida a refletir sobre uma situação 
de competência docente, apresentando 
uma professora que a partir de uma 
dificuldade, mobiliza uma série de 
conhecimentos para atingir determinado 
objetivo. Para tanto, sugerimos a 
apreciação dos dois trechos indicados.
Para saber mais
Perrenoud (2000), apresenta dez competências 
que devem fazer parte da formação e prática 
do professor. São elas: 1. Organizar e estimular 
situações de aprendizagem; 2. Gerar a 
progressão das aprendizagens; 3. Conceber e 
fazer com que os dispositivos de diferenciação 
evoluam; 4. Envolver os alunos em suas 
aprendizagens e no trabalho; 5. Trabalhar em 
equipe; 6. Participar da gestão da escola; 7. 
Informar e envolver os pais; 8. Utilizar as novas 
tecnologias; 9. Enfrentar os deveres e os dilemas 
éticos da profissão; 10. Gerar sua própria 
formação contínua. 
Link
<https://www.youtube.com/watch?v=_
p01d_mr5nE>. Acesso em: 10 out. 2016.
https://www.youtube.com/watch?v=_p01d_mr5nE
https://www.youtube.com/watch?v=_p01d_mr5nE
Unidade 4 • Competências e Habilidades Necessárias aos Professores para a Prática Pedagógica na Educação Infantil76/180
Assim, os saberes docentes envolvem tanto 
a teoria como a prática, sendo as duas 
vertentes necessárias para uma formação 
e atuação crítica-reflexiva, tratando das 
relações mais complexas em que para além 
das habilidades, as articulações de tais 
conhecimentos possibilitem a constituição 
de competências docentes. 
2. Os saberes docentes na 
Educação Infantil
O professor de educação infantil, nas 
interações que proporciona, acompanha 
e realiza com as crianças, utiliza os 
conhecimentos oriundos da formação 
inicial e que compõe saberes relacionados 
à Psicologia, Didática, Sociologia da 
Infância e demais conhecimentos, 
perfazendo os saberes profissionais.
Link
<https://www.youtube.com/
watch?v=FCVbuWk7NwY>. Acesso em: 10 
out. 2016.
Link
<http://siaiap32.univali.br/seer/index.php/
rc/article/view/5034>. Acesso em: 10 out. 
2016.
https://www.youtube.com/watch?v=FCVbuWk7NwY
https://www.youtube.com/watch?v=FCVbuWk7NwY
http://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rc/article/view/5034
http://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rc/article/view/5034
Unidade 4 • Competências e Habilidades Necessárias aos Professores para a Prática Pedagógica na Educação Infantil77/180
O contexto da sociologia da infância 
constitui espaço relevante nas pesquisas 
relacionadas à infância/criança no Brasil, 
sendo os aprofundamentos realizados com 
mais intensidade nas últimas décadas, 
o que se justifica pela busca de uma 
perspectiva teórico-metodológica que 
potencialize a concepção de infância 
e criança como sujeitos potentes, 
que constroem sua aprendizagem e 
influenciam e são influenciados por seu 
grupo, ou seja, são atores sociais. Com 
este olhar para a sociologia da infância, 
entende-se a criança, como sujeito de seu 
processo de construção social de forma 
integral, sendo a criança um emaranhado 
de articulações: aceitação, resistência e 
transgressão.
Para além dos saberes profissionais, os 
saberes e experienciais são constituídos 
como saberes da prática, ou seja, 
experiências realizadas no cotidiano e que 
permitem angariar possibilidades de novas 
formas de reflexão e organização.
Na educação infantil, os educadores 
precisam conhecer como se constitui 
o desenvolvimento infantil, numa 
perspectiva pessoal, ou seja, embora 
estudos proporcionem a condição 
conceitual do desenvolvimento da 
criança, é preciso compreendê-la emsua 
especificidade, em suas experiências e 
construções realizadas durante a vida. 
A organização de tempos e espaços 
também é uma competência almejada 
Unidade 4 • Competências e Habilidades Necessárias aos Professores para a Prática Pedagógica na Educação Infantil78/180
para o professor que trabalha com crianças 
pequenas, valorizando todos os conteúdos 
inerentes à educação infantil: alimentação, 
sono, higiene, conforto, interações, 
brincadeiras, múltiplas linguagens, etc. 
Unidade 4 • Competências e Habilidades Necessárias aos Professores para a Prática Pedagógica na Educação Infantil79/180
Glossário
Paradigmas: refere-se a um modelo ou padrão instituído a partir de determinados contextos, 
concepções e costumes.
Formação acadêmica: formação acadêmica diz respeito ao grau de ensino na educação básica 
e no ensino superior, conforme indica a Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Nesse contexto, 
tratamos dos cursos de formação de professores: Pedagogia e Licenciaturas, além do curso de 
magistério que pode habilitar também para lecionar, conforme os editais de concurso vigentes.
Transgressão: no dicionário Aurélio, a palavra transgressão se apresenta associada à infração, 
violação, desobediência, ou seja, com um significado adverso à ordem social estabelecida.
Questão
reflexão
?
para
80/180
Procure descrições sobre a prática de professores na 
literatura, em revistas, jornais, filmes e comerciais. 
Estabeleça as diversas imagens e representações que 
são formuladas em relação ao professor e identifique o 
que o qualifica como competente. Exponha suas ideias 
em um texto de duas laudas.
81/180
Considerações Finais
• O papel do professor da infância é propiciar acesso às aquisições 
científico-histórico-culturais angariadas pela sociedade, levando em 
consideração os conhecimentos já internalizados pela criança.
• Habilidade e competência se relacionam, sendo a habilidade a capacidade 
do sujeito de realizar determinada atividade. Já a competência diz respeito 
à articulação e mobilização de tais habilidades para atender um objetivo.
• No rol das competências pedagógicas está a organização de tempos na 
educação infantil, valorizando todos os conteúdos inerentes à infância: 
alimentação, sono, higiene, conforto, interações, brincadeiras, múltiplas 
linguagens, etc.
Unidade 4 • Competências e Habilidades Necessárias aos Professores para a Prática Pedagógica na Educação Infantil82/180
Referências
BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares 
nacionais para a educação infantil / Secretaria de Educação Básica. – Brasília : MEC, SEB, 2010.
FRIEDMANN, A. História do percurso da sociologia e da antropologia na área da infância. 
Revista Acadêmica de Educação do ISE Vera Cruz, v. 1, n. 2, p. 214-235, 2011. Disponível em: 
<http://territoriodobrincar.com.br/wp-content/uploads/2015/06/Adriana_Friedmann_Historia_
percurso_sociologia_e_antropologia_na_area_da_infancia.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2016.
LIMA, J. M.; MOREIRA, T. A.; LIMA, M. R. C. A sociologia da infância e a educação infantil: outro 
olhar para as crianças e suas culturas. Revista Contrapontos, v. 1, n. 14, p. 96-110, 2014. 
Disponível em: <http://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rc/article/view/5034>. Acesso em: 1 
ago. 2016.
OSTETTO, L. Educação infantil: saberes e fazeres da formação de professores. Campinas: 
Papirus, 2008. 
PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000.
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002.
http://territoriodobrincar.com.br/wp-content/uploads/2015/06/Adriana_Friedmann_Historia_percurso_sociologia_e_antropologia_na_area_da_infancia.pdf
http://territoriodobrincar.com.br/wp-content/uploads/2015/06/Adriana_Friedmann_Historia_percurso_sociologia_e_antropologia_na_area_da_infancia.pdf
http://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rc/article/view/5034
83/180
1. Segundo Ostetto (2008), é no planejamento, assumido como um 
processo reflexivo, que o educador vai aprendendo e exercitando sua 
capacidade de perceber as necessidades do grupo de crianças, localizando 
manifestações de problemas, de desejos, de interesses [...]. Dessa forma, o 
professor de Educação Infantil deve:
a) possuir uma identidade que não seja mutável para sustentar os desafios da educação para 
bebês e crianças pequenas. 
b) possuir competências que se constituem a partir de um processo de construção do sujeito 
a-historicamente situado que surge dos anseios da sociedade, independentemente do 
contexto histórico.
c) deter um perfil dinâmico, com habilidades reflexivas, transdisciplinares que articula 
os saberes de forma significativa, valorizando a “inteireza” do sujeito e não sua 
fragmentação, tanto na formação continuada como na prática pedagógica.
Questão 1
84/180
Questão 1
d) apresentar um perfil único, promovendo o trabalho com conteúdos disciplinares que 
abrangem desde cuidados básicos essenciais até conhecimentos específicos provenientes 
das diversas áreas do conhecimento. 
e) expor um perfil conservador, em que as principais competências estão relacionadas à 
disciplina e a rigidez.
85/180
2. Um bom relacionamento com as famílias caracteriza-se como uma 
competência do professor. Sobre essa competência, o professor precisa 
angariar as seguintes habilidades:
a) Voz de comando e autoridade.
b) Direcionamento, liberdade de escolha e maturidade
c) Comunicação, empatia e clareza.
d) Organização, rigidez e cobranças.
e) Permissividade, falar baixo e pausadamente.
Questão 2
86/180
3. Realizar o registro das descobertas, bem como dos processos de 
construção do saber pelas crianças, é uma competência docente 
importante. Quanto à realização de registros, é correto afirmar:
a) É impossível registrar diariamente, já que a rotina das escolas de educação infantil é muito 
dinâmica. Os registros devem ser realizados a partir das lembranças do professor em 
reuniões e momentos próprios.
b) Existem modelos de roteiros em documentos oficiais que o professor deve seguir.
c) Documentar significa registrar, por meio de anotações, o percurso conceitual de um grupo 
ou de determinada criança. Na Educação Infantil esse registro é assistemático, uma vez que 
as avaliações não angariam o mesmo nível de formalização que as demais etapas. 
d) O registro é de competência do professor regente e sintetiza os avanços e dificuldades 
encontradas pelas crianças, no decorrer de um período letivo, por meio de notas ou 
menções. 
e) Por meio de registros, relatórios, fotos, mini-histórias, portfólios, narrativas é possível 
sistematizar uma forma de avaliação que não é voltada para resultados mas sim para o 
processo de aprendizagem da criança ou de seu grupo.
Questão 3
87/180
4. A organização da prática docente na educação infantil se elabora 
a partir de múltiplos significados, em que situações do cotidiano se 
manifestam e possibilitam as vivências e experiências das crianças. Tais 
vivências necessitam de planejamento, que pressupõe:
a) Uma forma de prever necessidades futuras das crianças, relacionando-as às intervenções 
que a escola deve viabilizar para saná-las. 
b) Um contexto que prima pela racionalização de materiais e recursos, a partir dos objetivos 
que se queira atingir. 
c) Listar conteúdos a serem ensinados, sistematizando os procedimentos a serem realizados. 
d) Interpretação a partir de alguns modelos das vivências das crianças, constituindo 
estratégias e processo avaliativo. 
e) Esperar a proposta das crianças em relação aos temas e atividades.
Questão 4
88/180
5. O professor possui um papel primordial, porque, mesmo não sendo 
o único interlocutor das experiências infantis, é um “par avançado”. 
Reflita sobre os itens a seguir, relacionados aos fazeres dos professores, 
indicando quais são verdadeiros (V) ou falsos (F). Depois assinale a 
alternativa correta:
( ) É um sujeito mediador das relações entre as crianças e delas com os objetos de 
conhecimento.

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