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Autoimunidade Doenças Autoimunes Profª Drª Rosimara Gonçalves Leite Vieira ❖Estado de sensibilidade do sistema imune adaptativo aos próprios antígenos Ocorre quando os mecanismos da autotolerância falham ❖Resulta de uma falha ou interrupção dos mecanismos normalmente responsáveis para manter a autotolerância em linfócitos B, linfócitos T ou ambos Autoimunidade Eventos-chave no desenvolvimento da autoimunidade ▪ Reconhecimento de antígenos próprios por linfócitos auto- reativos ▪ Ativação destas células para proliferarem e se diferenciarem em células efetoras ▪ Dano tecidual causado pelas células efetoras e os seus produtos Doença Autoimune Resposta deletéria e sustentada, implicando a existência de manifestações clínicas É a expressão clínica do tecido ou órgão atingido que apresenta o autoantígeno na sua estrutura Uma vez desenvolvida uma doença autoimune tende a ser crônica e progressiva As causas da autorreatividade são multifatoriais ✓Fatores genéticos (HLA) ✓Fatores ambientais ✓Hormonais ✓Sistema imunológico ▪ 1 bilhão de cel B são produzidos diariamente. ▪ Grande diversidade dos receptores de célula B (BCR) e anticorpos asseguradas pelo rearranjo de segmentos gênicos: V D J e C (Recombinação somática) ▪ Potencial para produzir um anticorpo para qualquer antígeno do universo ▪ Células T também apresentam receptores geneticamente diversos (TCR) formados após rearranjo dos segmentos gênicos Potencial para o desenvolvimento de autoimunidade No diagnóstico laboratorial, a detecção dos autoanticorpos é útil para: ❖Diagnóstico ❖Prognóstico ❖Definição das formas clínicas ❖Monitoração de atividade da doença Doença Autoimune Na pesquisa, os autoanticorpos constituem uma valiosa ferramenta para o estudo da biologia celular, marcando a localização dos antígenos nas diferentes fases do ciclo celular, sua natureza e suas funções biológicas. ABBAS,A.K.; LICHTMAN,A.H.; PILLAI,S. Imunologia Celular e Molecular. 8ed., 2015 Doenças mediadas por anticorpos - Mecanismos efetores ex: Doença hemolítica auto-imune ex: GN mediada por anticorpos; Diabetes Mellitus do Tipo I Deficiência de insulina decorrente da destruição das células β pancreáticas por um mecanismo imunomediado Observa-se, nas ilhotas de Langerhans, infiltrado linfocitário, na maioria CD8+, também CD4+ e macrófagos Doenças autoimunes órgão-específicas -Doença de Graves (Hipertireoidismo) ➢ Caracteriza-se por um estado hipermetabólico da tireóide com níveis elevados de T3 e T4 livres, por um mecanismo imunomediado. Anticorpos contra os receptores de TSH. ➢ Anticorpos que podem ser detectados no plasma: • Antitireoperoxidase (anti-TPO) em 75% dos casos • Antitireoglobulina (anti-Tg) • Anti-receptor de TSH (anti-TSH-R) em 90% dos casos. -Doenças autoimunes da Tireóide Anti-TSH-R ao se ligar ao TSH-R, mimetiza a ação do TSH, estimulando a liberação dos hormônios da tireoide -Doença de Hashimoto (Hipotireoidismo) ▪ Caracteriza-se por uma insuficiência gradativa da glândula tireoide decorrente da destruição da arquitetura folicular normal da tireoide • Intensa infiltração linfocitária e fibrose • Resposta imune contra vários antígenos tireoidianos (células T auto-reativas e células B) • Com a destruição contínua da glândula, desenvolve-se o hipotireoidismo • Diminuição dos níveis de T3 e T4, com aumento de TSH como mecanismo de compensação. Destruição das células tireoidianas decorre: - Células T citotóxicas CD8+ - Células T CD4+ -Doença de Hashimoto (Hipotireoidismo) Produzem uma resposta inflamatória com recrutamento e ativação de macrófagos ABBAS,A.K.; LICHTMAN,A.H.; PILLAI,S. Imunologia Celular e Molecular. 8ed., 2015 As mais prevalentes • Artrite reumatóide • Lupus eritematoso sistêmico • Esclerose sistêmica • Polimiosite • Dermatomiosite • Síndrome de Sjogren Doenças Reumáticas autoimunes O diagnóstico baseia-se em critérios diagnósticos que incluem manifestações clínicas e exames laboratoriais. A determinação das especificidades dos autoanticorpos envolvidos com doenças autoimunes é muito útil para o clínico reumatologista no estabelecimento do diagnóstico correto. Diagnóstico laboratorial Testes sorológicos Existem testes para rastreamento de autoanticorpos e testes para a identificação de cada tipo de autoanticorpo. Um dos principais testes utilizados para rastreamento de autoanticorpo é o FAN Testes para identificação da especificidade do autoanticorpo são empregadas outras técnicas: imunodifusão dupla; contra- imunoeletroforese; hemaglutinação passiva e Elisa ▪ Um dos mais antigos métodos para a detecção de autoanticorpos, a imunofluorescência indireta (IFI), permanece ainda hoje como dos mais importantes, sendo o método de escolha para a pesquisa de anticorpos antinucleares (FAN), utilizando células HEp-2 como substrato. Diagnóstico laboratorial Testes sorológicos Linhagem celular derivada de um carcinoma laríngeo humano, e a sua padronização como substrato para a pesquisa do FAN proporcionou um aumento da sensibilidade do exame. O teste de Fator anti-núcleo (FAN) fornece três tipos básicos de informação: O FAN em HEp-2, na maioria das situações, não consegue definir com certeza qual anticorpo específico está presente no soro, sendo mais frequentemente utilizado como teste inicial de triagem para o diagnóstico de doenças autoimunes. • Presença ou ausência de autoanticorpos que reagem com componentes presentes: no núcleo das células, no nucléolo, na membrana nuclear, nas organelas citoplasmáticas e no aparelho mitótico; • Concentração do autoanticorpo no soro; • Padrão de fluorescência. Diagnóstico laboratorial Testes sorológicos São reconhecidos seis padrões principais de fluorescência, que demonstram a presença de diferentes autoanticorpos: • Nuclear Homogêneo • Nuclear Periférico • Nuclear Pontilhado • Nucleolar • Centromérico • Citoplasmático Diagnóstico laboratorial Testes sorológicos Pontilhado NucleolarNucleolar Centromérico A presença ou não de placa metafásica corada é fundamental na interpretação do padrão de fluorescência, uma vez que nela estão situados apenas os cromossomos, constituídos de cromatina (DNA e histona) e proteínas agregadas à cromatina. Anticorpos contra antígenos que se associam ao RNA não deverão corar a placa metafásica. Anticorpos contra antígenos que se associam ao DNA deverão corar a placa metafásica, cada um com seu padrão específico. Diagnóstico laboratorial - Testes sorológicos Lúpus Eritrematoso Sistêmico (LES) • É a doença mais comum causada por complexos imunes. • Caracterizada pela formação de anticorpos anti-DNA • A lesão tecidual é mediada por complexos imunes DNA - anti- DNA Anticorpos antinucleares ocorrem em mais de 98% dos indivíduos com LES, quando pesquisados por IFI utilizando-se células HEp-2 como substrato. Interpretação dos testes laboratoriais em situações clínicas específicas O soro de pacientes com Lúpus, contêm diversos anticorpos contra: ▪ DNA ▪ Nucleoproteína ▪ Histona ▪ Outros antígenos nucleares Pesquisa de anticorpos contra antígenos celulares
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