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ED 13 - Autoimunidade e hipersensibilidade II a IV

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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO.
Departamento de Microbiologia e Parasitologia – DMP.
Disciplina de Imunologia – 2018.1
Profª: Dra. Rosa Haido
Monitores: Thaynan Lopes, Hugo Oyamada
Aluno: Pedro Rasch
ED 13: Autoimunidade e hipersensibilidade II a IV
1. Explique o que é tolerância imunológica descrevendo algumas de suas características. Como se relaciona com a autoimunidade?
Tolerância imunológica é a não responsividade a um antígeno ao qual o indivíduo foi previamente exposto. Os antígenos indutores de tolerância são chamados de tolerógenos, e são diferentes dos imunógenos (esses geram resposta imune). Em um indivíduo saudável, os linfócitos reativos com os antígenos próprios são eliminados ou inativados. Falhas nos mecanismos de autotolerância resultam em reações imunes contra antígenos próprios, causando a autoimunidade.
	
2. Sobre os mecanismos de autoimunidade responda:
	a) Explique três defeitos genéticos que estejam associados a doenças autoimune, citando a doença.
Alguns alelos de alguns genes podem deixar os indivíduos que os possuem mais propensos a desenvolver uma doença autoimune. Esse é o caso dos indivíduos que possuem o alelo HLA-B27, que são até 100x mais suscetíveis a desenvolver espondilite anquilosante do que os indivíduos que não possuem esse alelo. Alguns alelos do gene do IL-23R estão associados a suscetibilidade aumentada para doença inflamatória intestinal e para psoríase. A IL-23 é uma das citocinas cruciais para o desenvolvimento das TH17. Polimorfismos do gene do CD25, que é a cadeia alfa do receptor de IL-2, estão associados a esclerose múltipla, diabetes tipo 1 e outras doenças autoimunes.
	b) Discuta a associação entre MHC e doenças autoimunes.
A genotipagem de pacientes com doenças autoimunes revelou que alguns alelos do MHC são mais frequentes neles do que na população geral. Essas moléculas de MHC podem em alguns casos, apresentar um autopeptídeo e ativar células T patogênicas.
	c) Explique os mecanismos envolvidos no desenvolvimento de autoimunidade induzida por infecções e antígenos sequestrados.
As infecções promovem doenças autoimunes de duas maneiras: a bystander activation, que é quando ocorre em uma infecção em um tecido específico, e nesse tecido específico as APCs passam a expressar coestimuladores e secretar citocinas ativadoras de células T, o que pode ativar células T não específicas para o patógeno que iniciou a resposta imune. A outra maneira é um fenômeno conhecido como mimetismo molecular, que é quando o antígeno gerador da resposta imune possui reatividade cruzada com um autoantígeno, sendo assim, ao gerar resposta imune ao antígeno do patógeno o indivíduo passa a ter um linfócito ativado autorreativo também.
	
4. Cite 2 estratégias empregadas no tratamento de doenças autoimunes.
O uso de anti-inflamatórios e imunossupressores é bastante comum, sendo que esse tratamento não é específico para a doença e terá que ser feito continuamente. Uma outra forma é a administração de antígenos pela via gástrica, pois os linfócitos poderiam criar uma tolerância para esses antígenos.
	
5. Complete a tabela abaixo, no que se refere as reações de Hipersensibilidade II, III e IV:
	Características
	Tipo II
	Tipo III
	Tipo IV
	Nomenclatura
	Anticorpo dependente/ citotóxica
	Imunocomplexos/ complexos imunes
	Hipersensibilidade tardia/ celular
	Reagente imune
	Anticorpos IgM e IgG.
	Anticorpos IgM e IgG.
	Células (principalmente linfócito T)
	Antígeno (s)
	Matriz celular
	Solúveis
	Tecidos ou órgãos
	Tempo de resposta
	Minutos a horas
	2 a 8 horas
	24 a 72 horas
	Mecanismo efetor
	Lise e necrose
	Eritema e edema; necrose
	Dermatite de contato e granuloma.
	Exemplos
	Eritroblastose fetal e transfusões sanguíneas.
	Artrite reumatoide, febre reumática, lúpus
	Doenças granulomatosas (tuberculose)
6. Explique os mecanismos pelos quais os auto-anticorpos causam danos aos tecidos/células do indivíduo acometido de doença autoimune.
Existem 3 mecanismos principais: Podem opsonizar células e ativar o complemento pela via clássica, causando a lise dessas células. Os anticorpos podem ativar os macrófagos e neutrófilos nos tecidos, pois essas células possuem receptores para a porção Fc dos anticorpos, o que gera uma inflamação aguda e lesão tecidual. Os anticorpos podem se ligar a receptores e moléculas com funções importantes para a homeostasia do tecido, interrompendo essa função e causando doença sem dano ao tecido causado por inflamação.
 
7. Quais as semelhanças e diferenças entre a hipersensibilidade tuberculínica e a granulomatosa? Como essa reação de hipersensibilidade se relaciona com a defesa contra microorganismos intracelulares
Na tuberculínica o antígeno será processado pelas APCs e apresentado aos linfócitos TCD4, que irão secretar citocinas e haverá um recrutamento de células T, fagócitos, fluidos e proteínas para o sítio de inflamação.
Na granulomatosa as APCs apresentam antígenos para linfócitos Th1, levando a conversão de fibrinogênio a fibrina. O granuloma é então formado com as células Th1, as células infectadas, células epiteliais envolvidas por fibrina.
	
8. Correlacione a resposta pelo linfócito TH17 com autoimunidade.
Essas células reconhecem microrganismos extracelulares e quando são autorreativas podem causar uma inflamação tecidual precoce, produzindo citocitas pró-inflamatórias e quimiocinas responsáveis pelo recrutamento de células Th1 aos sítios inflamatórios, causando uma inflamação exarcebada.
	
9. Diferencie Hipersensibilidades imediatas da Tardia.
R: As hipersensibilidades imediatas são as do tipo I, II e III. Essas hipersensibilidades são causadas por anticorpos enquanto a hipersensibilidade tardia, ou do tipo IV, é causada devido a indução de inflamação pelos linfócitos T ou diretamente pela morte das células alvo.

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