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Questões resolvidas

Julgue os itens com base na Teoria Geral dos Direitos Humanos, sua evolução e características:
Os conceitos de direitos humanos e direitos fundamentais são praticamente idênticos, distinguindo-se no plano de positivação, e não em razão do conteúdo.

Julgue os itens com base na Teoria Geral dos Direitos Humanos, sua evolução e características:
A Teoria dos Status de Jellinek classifica os direitos humanos em direitos-pretensão, direitos-liberdade, direitos-poder e direitos-imunidade.

Julgue os itens com base na Teoria Geral dos Direitos Humanos, sua evolução e características:
Os direitos humanos, em razão da influência positivista, manifestam-se principalmente por meio de regras.

Renan Araújo
Situação hipotética: José foi denunciado pelo Ministério Público pela suposta prática do crime de estelionato (pena: reclusão de 01 a 05 anos e multa). Recebida a denúncia, o Juiz ordenou a citação de José para apresentar resposta à acusação, no prazo de 10 dias. José apresentou resposta à acusação e o Juízo designou audiência de instrução e julgamento. Uma semana antes da audiência, sobreveio nova lei processual alterando o prazo para resposta à acusação, que passou a ser de apenas 05 dias. Na véspera da audiência o MP aditou a denúncia, para incluir Pedro, por ter restado comprovada sua participação no crime. O Juízo recebeu a denúncia contra Pedro, cancelou a audiência designada e determinou a citação de Pedro para apresentar resposta à acusação. Assertiva: nesse caso, Pedro deverá apresentar resposta à acusação no prazo de 10 dias, previsto na lei anterior, por ser mais benéfica.

Sobrevindo nova lei processual penal que altere o prazo para interposição de determinado recurso, esta nova lei não será aplicável aos prazos recursais já iniciados sob a vigência da lei anterior.
Gabarito: Correta

O princípio da inércia veda ao Juiz, ex officio, dar início ao processo, exigindo-se que o titular da ação penal ofereça denúncia ou queixa-crime, exceto na hipótese de crimes hediondos ou equiparados.
Gabarito: Errada

Uma das vertentes da ampla defesa é a autodefesa, aquela realizada direta e pessoalmente pelo réu, notadamente quando tem a oportunidade de, durante o interrogatório, dar sua versão dos fatos.
Gabarito: Correta

O princípio da presunção de inocência, nos moldes estabelecidos na Constituição Federal, é incompatível com a existência de prisões cautelares, ou seja, prisões processuais antes do trânsito em julgado.
Gabarito: Errada

O princípio do Juiz natural, que, dentre outras coisas, impede a criação de Juízo ou Tribunal de exceção, está previsto expressamente na Constituição Federal.
Gabarito: Correta

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Questões resolvidas

Julgue os itens com base na Teoria Geral dos Direitos Humanos, sua evolução e características:
Os conceitos de direitos humanos e direitos fundamentais são praticamente idênticos, distinguindo-se no plano de positivação, e não em razão do conteúdo.

Julgue os itens com base na Teoria Geral dos Direitos Humanos, sua evolução e características:
A Teoria dos Status de Jellinek classifica os direitos humanos em direitos-pretensão, direitos-liberdade, direitos-poder e direitos-imunidade.

Julgue os itens com base na Teoria Geral dos Direitos Humanos, sua evolução e características:
Os direitos humanos, em razão da influência positivista, manifestam-se principalmente por meio de regras.

Renan Araújo
Situação hipotética: José foi denunciado pelo Ministério Público pela suposta prática do crime de estelionato (pena: reclusão de 01 a 05 anos e multa). Recebida a denúncia, o Juiz ordenou a citação de José para apresentar resposta à acusação, no prazo de 10 dias. José apresentou resposta à acusação e o Juízo designou audiência de instrução e julgamento. Uma semana antes da audiência, sobreveio nova lei processual alterando o prazo para resposta à acusação, que passou a ser de apenas 05 dias. Na véspera da audiência o MP aditou a denúncia, para incluir Pedro, por ter restado comprovada sua participação no crime. O Juízo recebeu a denúncia contra Pedro, cancelou a audiência designada e determinou a citação de Pedro para apresentar resposta à acusação. Assertiva: nesse caso, Pedro deverá apresentar resposta à acusação no prazo de 10 dias, previsto na lei anterior, por ser mais benéfica.

Sobrevindo nova lei processual penal que altere o prazo para interposição de determinado recurso, esta nova lei não será aplicável aos prazos recursais já iniciados sob a vigência da lei anterior.
Gabarito: Correta

O princípio da inércia veda ao Juiz, ex officio, dar início ao processo, exigindo-se que o titular da ação penal ofereça denúncia ou queixa-crime, exceto na hipótese de crimes hediondos ou equiparados.
Gabarito: Errada

Uma das vertentes da ampla defesa é a autodefesa, aquela realizada direta e pessoalmente pelo réu, notadamente quando tem a oportunidade de, durante o interrogatório, dar sua versão dos fatos.
Gabarito: Correta

O princípio da presunção de inocência, nos moldes estabelecidos na Constituição Federal, é incompatível com a existência de prisões cautelares, ou seja, prisões processuais antes do trânsito em julgado.
Gabarito: Errada

O princípio do Juiz natural, que, dentre outras coisas, impede a criação de Juízo ou Tribunal de exceção, está previsto expressamente na Constituição Federal.
Gabarito: Correta

Prévia do material em texto

Rodada 03 (Direitos
Humanos, Direito
Processual Penal e
Estatística)
 Rodadas Avançadas Agente PC-DF
Autor:
Rodada 03 (Direitos Humanos,
Direito Processual Penal e
Estatística)
9 de Julho de 2020
05183440107 - Wagter Douglas Bezerra Calixto
 
 
[Nome da empresa] 
[Título do 
documento] 
[Subtítulo do documento] 
Ricardo Torques 
[Data] 
 
Rodada 03 (Direitos Humanos, Direito Processual Penal e Estatística)
 Rodadas Avançadas Agente PC-DF
www.estrategiaconcursos.com.br
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05183440107 - Wagter Douglas Bezerra Calixto
 
 
 
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Sumário 
LISTA DE QUESTÕES ........................................................................................................................................................... 3 
DIREITOS HUMANOS ..................................................................................................................................................... 3 
DIREITO PROCESSUAL PENAL ............................................................................................................................... 6 
ESTATÍSTICA.......................................................................................................................................................................... 9 
QUESTÕES COMENTADAS ........................................................................................................................................... 13 
DIREITOS HUMANOS ................................................................................................................................................... 13 
DIREITO PROCESSUAL PENAL ............................................................................................................................ 23 
ESTATÍSTICA...................................................................................................................................................................... 40 
 
 
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APRESENTAÇÃO DO CURSO 
Olá, pessoal! Tudo bem? 
Essa é a 3ª Rodada do “Projeto Rodadas Avançadas PCDF”. São 45 questões inéditas das disciplinas 
Direitos Humanos, Direito Processual Penal e Estatística. 
Esse curso destina-se a você aluno intermediário ou avançado e que pretende fazer uma preparação de 
alto nível nessa reta final da PCDF. 
Os cadernos de questões serão disponibilizados todos os dias em nosso Sistema de Questões, às 08:00h 
da manhã. Gostaríamos de sugerir que faça as questões em nosso SQ e que participe do nosso Ranking. 
Iremos sempre disponibilizar aqui na área do aluno um arquivo em PDF com as questões comentadas, 
bem como a correção em vídeo pelos professores. 
Nas videoaulas, além de corrigir as questões, os professores também irão aproveitar para abordar 
pontos relevantes de suas disciplinas. 
Esse arquivo em PDF é dividido em 2 (duas) partes: 
• Lista de Questões: nessa parte, vocês encontrarão as questões sem os comentários. 
• Questões comentadas: nessa parte, vocês encontrarão os comentários feitos pelos professores a 
cada uma das questões. 
Esperamos que esse projeto “Rodadas Avançadas PCDF” seja o grande divisor de águas na sua 
aprovação!!! 
Conte conosco nessa jornada!!! 
Abraços e bons estudos, 
Ricardo Vale 
 
 
Acesse a Rodada 3 no Estratégia Questões: 
https://bit.ly/Rodada-PCDF-03 
 
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LISTA DE QUESTÕES 
DIREITOS HUMANOS 
Ricardo Torques 
Julgue os itens com base na Teoria Geral dos Direitos Humanos, sua evolução e características: 
1. Os direitos humanos podem ser corretamente conceituados como o conjunto de faculdades e 
instituições que, em cada momento histórico, concretizam as exigências de dignidade, 
liberdade e igualdade humanas, que devem ser reconhecidas positivamente pelos 
ordenamentos jurídicos em nível nacional e internacional. 
 
2. Os conceitos de direitos humanos e direitos fundamentais são praticamente idênticos, 
distinguindo-se no plano de positivação, e não em razão do conteúdo. 
 
3. A Teoria dos Status de Jellinek classifica os direitos humanos em direitos-pretensão, direitos-
liberdade, direitos-poder e direitos-imunidade. 
 
4. O Caso Lüth, julgado pelo Tribunal Constitucional Alemão, classifica os direitos humanos, 
como Jellinek, de forma subjetiva, considerando a relação do sujeito com o Estado. 
 
5. Conforme a doutrina de André de Carvalho Ramos, os direitos-liberdade impedem que uma 
pessoa ou Estado ajam no sentido de interferir o exercício de tal direito, enquanto os direitos-
imunidade impõem a abstenção ao Estado ou a terceiros, de modo que estes não atuem como 
agentes limitadores. 
 
6. Quanto à fundamentação dos direitos humanos, pode-se dividir, inicialmente, a corrente 
negativista que nega a possibilidade de ser definido um fundamento para os Direitos 
Humanos e a corrente que estabelece que tais direitos apresentam fundamentos diversos, a 
exemplo do jusnaturalismo e positivismo. 
 
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7. O fundamento jusnaturalista dos direitos humanos compreende que os direitos humanos se 
baseiam em normas anteriores e superiores ao direito estatal positivado, podendo advir de 
origem divina ou como fruto da natureza humana. 
 
8. O fundamento racional dos direitos humanos, ainda influenciado pela natureza, busca 
vincular tais direitos à razão humana, elemento que distingue o homem dos demais seres 
vivos. 
 
9. O fundamento positivista contrapõe-se fortemente ao fundamento jusnaturalista pois nega a 
pré-existência de direitos humanos, seja por origem divina ou natural, e prevê que estes são 
decorrentes das normas estatais. 
 
10. Pela fundamentação moral dos direitos humanos entende-se que tais direitos consistem num 
conjunto de direitos subjetivos originados diretamente dos princípios, embora dependam de 
regras prévias para que possam ser reconhecidos. 
 
11. Contemporaneamente, entende-se que o fundamento dos direitos humanos é a dignidade, 
como qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano, inerente à sua condição humana. 
 
12. Os direitos humanos, em razão da influência positivista, manifestam-se principalmente por 
meio de regras. 
 
No que diz respeito às características dos Direitos Humanos, julgue os itens subsecutivos. 
13. Os direitos humanos decorrem de m processo de formação histórica, de modo que, com o 
tempo, os direitos humanos surgem e se solidificam em razão das lutas da sociedade em 
defesa da dignidade. Justamente em face dessa característica, aceitamos avanços e 
retrocessos na evolução dos direitos humanos. 
 
14. A atual doutrina de Direitos Humanos é dividida em duas grandes correntes: a dos 
universalistas e a dos relativistas, não havendo possibilidade de serem conciliadas ambas as 
concepções. 
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15. Não obstante os direitos humanos tenham surgido como mecanismo de proteção da pessoas 
privadas frente a possíveis arbitrariedades do Estado, atualmente concebemos a aplicação 
dessas normas nas relações entre pessoas privadas (eficácia horizontal) e, até mesmo, nas 
relações de emprego (eficácia diagonal). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL PENAL 
Renan Araújo 
16. O Código de Processo Penal se aplica como regra a todos os processos que tramitam em 
território nacional, com exceções, dentre as quais se encontra a hipótese de crimes de 
competência da Justiça Militar. 
 
17. A lei processual penal tem aplicação imediata, inclusive aos processos em curso, mas 
somente se aplica aos atos processuais futuros, não prejudicando, portanto, a validade dos 
atos processuais já realizados sob a vigência da lei anterior. 
 
18. Situação hipotética: José foi denunciado pelo Ministério Público pela suposta prática do 
crime de estelionato (pena: reclusão de 01 a 05 anos e multa). Recebida a denúncia, o Juiz 
ordenou a citação de José para apresentar resposta à acusação, no prazo de 10 dias. José 
apresentou resposta à acusação e o Juízo designou audiência de instrução e julgamento. Uma 
semana antes da audiência, sobreveio nova lei processual alterando o prazo para resposta à 
acusação, que passou a ser de apenas 05 dias. Na véspera da audiência o MP aditou a 
denúncia, para incluir Pedro, por ter restado comprovada sua participação no crime. O Juízo 
recebeu a denúncia contra Pedro, cancelou a audiência designada e determinou a citação de 
Pedro para apresentar resposta à acusação. 
Assertiva: nesse caso, Pedro deverá apresentar resposta à acusação no prazo de 10 dias, 
previsto na lei anterior, por ser mais benéfica. 
 
19. Sobrevindo nova lei processual penal que altere o prazo para interposição de determinado 
recurso, esta nova lei não será aplicável aos prazos recursais já iniciados sob a vigência da lei 
anterior. 
 
20. O princípio do efeito imediato da lei processual penal, ou tempus regit actum, aplica-se às 
normas puramente processuais e às normas híbridas (ou mistas). 
 
21. A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o 
suplemento dos princípios gerais de direito, desde que favoráveis ao réu. 
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22. A Lei 13.964/19 incluiu no Código de Processo Penal a figura do juiz das garantias, 
responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos 
direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder 
Judiciário. Tal previsão, contudo, encontra-se suspensa por força de decisão do STF em Ação 
Direta de Inconstitucionalidade. 
 
23. O princípio da inércia veda ao Juiz, ex officio, dar início ao processo, exigindo-se que o titular 
da ação penal ofereça denúncia ou queixa-crime, exceto na hipótese de crimes hediondos ou 
equiparados. 
 
24. Uma das vertentes da ampla defesa é a autodefesa, aquela realizada direta e pessoalmente 
pelo réu, notadamente quando tem a oportunidade de, durante o interrogatório, dar sua 
versão dos fatos. 
 
25. O princípio da presunção de inocência estabelece que ninguém será considerado culpado até 
o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, motivo pelo qual o STF, revendo 
posicionamento anterior, voltou a não admitir execução provisória de pena criminal. 
 
26. O princípio da presunção de inocência, nos moldes estabelecidos na Constituição Federal, é 
incompatível com a existência de prisões cautelares, ou seja, prisões processuais antes do 
trânsito em julgado. 
 
27. O princípio do Juiz natural, que, dentre outras coisas, impede a criação de Juízo ou Tribunal 
de exceção, está previsto expressamente na Constituição Federal. 
 
28. A Constituição Federal estabelece expressamente a vedação à utilização de provas ilícitas no 
processo penal, mas tal vedação não pode ser considerada uma mitigação à busca pela 
verdade. 
 
29. O direito ao silêncio é manifestação mais evidente do princípio da vedação à 
autoincriminação, ou nemo tenetur se detegere, e engloba não só o direito de ficar calado, 
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mas também o direito de ser informado, antes do interrogatório, quanto à existência desse 
direito, bem como o direito de não ser prejudicado pelo exercício do silêncio. 
 
30. Diferentemente do inquérito, no qual predomina o sigilo, no curso do processo deve haver 
publicidade, de forma que a Constituição Federal estabelece que todos os julgamentos dos 
órgãos do Poder Judiciário serão públicos, vedada a restrição de publicidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ESTATÍSTICA 
Guilherme Neves 
O gráfico apresenta a distribuição dos salários dos funcionários de uma empresa. 
 
O valor da média aritmética dos salários dos funcionários foi obtido considerando-se que todos 
os valores incluídos em um intervalo de classe são coincidentes com o ponto médio deste 
intervalo. Os quartis foram obtidos por meio do método da interpolação linear. Com base no 
gráfico acima e nas informações, julgue os itens a seguir. 
31. A mediana supera a média em mais de 220 reais. 
 
Um estudo foi realizado com uma amostra do número de acidentes em um determinado trecho de uma 
rodovia no ano de 2019, conforme tabela a seguir. 
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 
Número 
de 
acidentes 
36 28 12 5 3 2 2 4 9 11 22 38 
 
Com base na tabela e nas informações acima, julgue os itens a seguir. 
 
 
 
 
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32. A média mensal dos acidentes registrados em 2019 é inferior a 15. 
 
Nota (X) Frequência 
Relativa 
0 0,1 
1 0,2 
2 0,5 
3 0,0 
4 0,2 
Total 1,0 
 
Uma empresa realizou uma pesquisa de satisfação com todos os clientes que compraram um 
de seus produtos. Cada entrevistado dá uma nota de 0 a 4 ao produto. Com base nos dados da 
tabela apresentada, julgue os itens subsequentes. 
 
33. A distribuição de X é assimétrica, apesar de a média e a mediana serem iguais. 
 
34. A amplitude total da distribuição é igual a 5, pois há cinco valores possíveis para a variável X. 
 
35. A moda da distribuição de X é igual a 4, pois essa é a maior nota que um cliente pode dar ao 
produto. 
 
36. A mediana da distribuição das notas registradas é igual a 2. 
 
37. O desvio quartílico é igual a 0,5. 
 
 
 
 
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No registro das quantidades de animais de estimação de 400 famílias, verificaram-se os valores 
mostrados na tabela a seguir. 
Quantidade de 
animais de 
estimação 
0 1 2 3 4 
Quantidade de 
famílias 
75 150 100 50 25 
 
Com base nas informações acima, julgue os itens a seguir. 
38. O número médio de animais de estimação por família é inferior a 2. 
 
39. O número mediano de animais de estimação por família é superior a 2. 
 
Com relação à definição das medidas de tendência central e de variabilidade dos dados em uma 
estatística, julgue os itens a seguir. 
40. A moda representa o centro da distribuição, é o valor que divide a amostra ao meio. 
 
41. A amplitude total, ou range, é uma medida de tendência central pouco afetada pelos valores 
extremos. 
Como o objetivo de analisar o rendimento dos alunos de um curso, um exame foi realizado e 
uma amostraaleatória com as notas de seis alunos apresentou os seguintes resultados: 8,10; 
8,32; 8,12; 8,22; 7,99; 8,31, 
Julgue o item a seguir, relativo a esses dados. 
42. O valor médio das notas dos alunos presentes na amostra foi superior a 8. 
 
 
 
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Ao terminar um atendimento com um colaborador do Estratégia, o aluno faz uma avaliação 
sobre o desempenho do colaborador com uma nota que varia de 0 a 5. O indicador de 
desempenho X permite avaliar a qualidade do atendimento. A tabela a seguir mostra a sua 
distribuição mediante estudo amostral feito por uma agência de pesquisa. A tabela apresenta 
estatísticas descritivas referentes a essa distribuição. 
Média amostral 3,98 
Desvio padrão amostral 0,74 
Primeiro quartil 3,6 
Segundo quartil 4,35 
Terceiro quartil 4,5 
Mínimo 2 
Máximo 5 
 
Com base nessas informações, julgue os itens a seguir. 
43. O coeficiente de variação é superior a 20%. 
 
44. O intervalo interquartílico é inferior a 1. 
 
45. X representa uma variável qualitativa ordinal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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==18bd6c==
 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
DIREITOS HUMANOS 
Ricardo Torques 
Julgue os itens com base na Teoria Geral dos Direitos Humanos, sua evolução e características: 
1. Os direitos humanos podem ser corretamente conceituados como o conjunto de faculdades e 
instituições que, em cada momento histórico, concretizam as exigências de dignidade, 
liberdade e igualdade humanas, que devem ser reconhecidas positivamente pelos 
ordenamentos jurídicos em nível nacional e internacional. 
Gabarito: Certo 
Comentários: A assertiva está correta. A assertiva apresenta um conceito doutrinário sobre os 
direitos humanos e gostaríamos de destacar alguns elementos: 
 tais direitos estão intrinsecamente relacionados ao momento histórico vivido (percebemos 
mais claramente quando do estudo das dimensões), sofrendo influências diretas e indiretas da 
realidade social, cultural, econômica do momento vivenciado; 
 o fundamento primordial dos direitos humanos é a dignidade da pessoa humana e todos eles 
são derivações desse fundamento; 
 prima-se pela positivação nos ordenamentos jurídicos, seja na ordem interna dos países 
(direitos fundamentais) ou na ordem internacional, por meio de tratados e convenções (direitos 
humanos); e 
 os direitos humanos buscam, também, a limitação do arbítrio do Estado (recorde-se que tais 
direitos se originam face ao Estado Absolutista) e do estabelecimento da igualdade como o 
aspecto central das relações. 
2. Os conceitos de direitos humanos e direitos fundamentais são praticamente idênticos, 
distinguindo-se no plano de positivação, e não em razão do conteúdo. 
Gabarito: Certo 
Comentários: A assertiva está correta. É pacífico o entendimento doutrinário que não há, em 
verdade, diferença de conteúdo entre os direitos humanos e os direitos fundamentais, mas os 
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primeiros referem-se aos direitos consagrados no plano internacional e os demais são direitos 
positivados na ordem interna dos Estados. 
Para fins de prova, você os considerará como sinônimos. Assim, se na questão vier: "de acordo com os 
direitos fundamentais" e cobrarem assunto de direitos humanos, não há problema. Também não 
haverá problema se mencionar: "de acordo com os direitos humanos" e cobrar algum artigo da CF. 
Você somente ficará atento à distinção se o examinador questionar a respeito da distinção entre um e 
outro. Nesse caso, você lembrará do esquema abaixo: 
 
3. A Teoria dos Status de Jellinek classifica os direitos humanos em direitos-pretensão, direitos-
liberdade, direitos-poder e direitos-imunidade. 
Gabarito: Errado 
Comentários: A assertiva está incorreta. Questão difícil! Misturamos as classificações decorrentes 
do pensamento de Jellinek com a classificação de André de Carvalho Ramos. 
A Teoria dos Status de Jellinek classifica os direitos humanos a partir da relação do homem com o 
Estado. Assim, existem quatro enquadramentos possíveis: 
(1) status subjectionis (status passivo): o indivíduo encontra-se em estado de sujeição em relação ao 
Estado; 
(2) status libertatis (status negativo): o sujeito detém tão somente a prerrogativa de exigir uma 
abstenção do Estado, um não-fazer estatal (ex. respeito às liberdades individuais); 
(3) status civitatis (status positivo): o cidadão tem a possibilidade de exigir prestações do Estado, um 
fazer estatal (ex. direito à saúde); 
(4) status activus (status ativo): a pessoa poderá participar na formação da vontade do Estado (ex. 
sufrágio). 
 
DIREITOS HUMANOS
conjunto de valores e direitos na ordem 
internacional para a proteção da dignidade da 
pessoa
DIREITOS 
FUNDAMENTAIS
conjunto de valores e direitos positivados na 
ordem interna de determinado país para a 
proteção da dignidade da pessoa.
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De acordo com a doutrina de André Ramos de Carvalho a estrutura dos Direitos Humanos é variada, 
podendo se caracterizar em: 
 
Cada um desses consectários impõe obrigações ao Estado. Confira: 
  direito-pretensão: confere-se ao titular o direito a ter alguma coisa que é devido pelo 
Estado ou até mesmo por outro particular. Assim, o Estado (ou esse outro particular) devem 
agir no sentido de realizar uma conduta para conferir o direito. 
Por exemplo, o direito à educação, que deve ser prestado pelo Estado. 
 direito-liberdade: impõe a abstenção ao Estado ou a terceiros, no sentido de se 
ausentarem, de não atuarem como agentes limitadores. 
Cita-se como exemplo a liberdade de credo. 
 direito-poder: possibilita à pessoa exigir a sujeição do Estado ou de outra pessoa para que 
esses direitos sejam observados. 
O exemplo aqui é o direito à assistência jurídica. 
 direito-imunidade: impede que uma pessoa ou o Estado haja no sentido de interferir nesse 
direito. 
Cita-se como exemplo vedação à prisão, salvo na hipótese de flagrante delito ou de decisão 
judicial transitada em julgado. 
4. O Caso Lüth, julgado pelo Tribunal Constitucional Alemão, classifica os direitos humanos, 
como Jellinek, de forma subjetiva, considerando a relação do sujeito com o Estado. 
Gabarito: Errado 
ESTRUTURA DOS DIREITOS HUMANOS
direito-pretensão direito-liberdade direito-poder direito-imunidade
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Comentários: A assertiva está incorreta. O Caso Lüth oferece uma classificação objetiva dos direitos 
humanos, viabilizando a sua aplicação nas relações entre particulares, não em razão dos sujeitos que 
estão na relação, mas em face dos direitos abordados. Busca-se, portanto, apresentar os direitos 
humanos sempre com um viés negativo (abstencionista) e positivo (prestacional), porém com cargas 
diferentes de modo que os direitos prestacionais, por exemplo, seriam dotados de um viés positivo 
preponderante e negativo menos proeminente. 
5. Conforme a doutrina de André de Carvalho Ramos, os direitos-liberdade impedem que uma 
pessoa ou Estado ajam no sentido de interferir o exercício de tal direito, enquanto os direitos-
imunidade impõem a abstenção aoEstado ou a terceiros, de modo que estes não atuem como 
agentes limitadores. 
Gabarito: Errado 
Comentários: A assertiva está incorreta. Os conceitos apresentados foram invertidos. Se for o caso, 
retorne à questão na qual comentamos a classificação de André de Carvalho Ramos. 
Lembre-se: o direito-liberdade é aquele que impõe uma abstenção ao Estado ou a terceiros, fazendo 
com que não atuem como limitadores ao exercício dos direitos, a exemplo da liberdade de crença. O 
direito-imunidade, por sua vez, impede que uma pessoa ou o próprio Estado ajam interferindo nesse 
direito, como a vedação à prisão, salvo na hipótese de flagrante delito ou de decisão judicial com 
trânsito em julgado. 
6. Quanto à fundamentação dos direitos humanos, pode-se dividir, inicialmente, a corrente 
negativista que nega a possibilidade de ser definido um fundamento para os Direitos 
Humanos e a corrente que estabelece que tais direitos apresentam fundamentos diversos, a 
exemplo do jusnaturalismo e positivismo. 
Gabarito: Certo 
Comentários: A assertiva está correta. A corrente negativista, que contam com nomes como 
Norberto Bobbio e Peres Luño, sustenta que não é possível estabelecer um fundamento para os 
direitos humanos, pois estes seriam consagrados a partir de juízos de valor e, por isso, não podem ser 
comprovados ou justificados, devem ser aceitos por convicção pessoal. Para Nobbio, por exemplo, há 
divergências quanto à definição de qual seria o conjunto de direitos abrangidos, a constante evolução 
da disciplina e a heterogeneidade de tais direitos. 
Basicamente são três as razões indicadas para a impossibilidade de definir fundamento dos direitos 
humanos: 
1. Existem divergências quanto à definição de qual seria o conjunto de direitos abrangidos. 
Assim, não seria possível definir o fundamento, pois nem se sabe ao certo quais são os direitos 
compreendidos em nossa disciplina; 
2. Em razão de sua historicidade, os Direitos Humanos constituem disciplina que está em 
constante evolução; e 
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3. Direitos Humanos constituem uma categoria de direitos heterogênea, por vezes conflituosa, 
exigindo do aplicador a técnica da ponderação de interesses. 
Por outro lado, existem doutrinadores que defendem que os direitos humanos podem ser 
fundamentados no jusnaturalismo, no positivismo, no racionalismo, na moral e da dignidade da pessoa 
humana. 
Lembre-se que prevalece a corrente segundo a qual o fundamento dos direitos humanos está na 
dignidade da pessoa, que constitui a reunião dos aspectos positivos das demais correntes. 
7. O fundamento jusnaturalista dos direitos humanos compreende que os direitos humanos se 
baseiam em normas anteriores e superiores ao direito estatal positivado, podendo advir de 
origem divina ou como fruto da natureza humana. 
Gabarito: Certo 
Comentários: A assertiva está correta. Para a corrente jusnaturalista, os Direitos Humanos 
equivalem aos direitos naturais, ou seja, apresentam um cunho metafísico, fundamentado em Deus 
(Escola do Direito Natural de Razão Divina) ou na natureza inerente do ser humano (Escola do Direito 
Natural Moderna). 
Esse fundamento é criticado, mas recebe adesões. 
Em crítica a esse fundamento, argui-se que os direitos humanos são históricos, ou seja, conquistados 
pela sociedade em razão das confluências sociais e culturais, de forma que os Direitos Humanos não 
são pré-existentes a tudo que existe de normativo. 
Por outro lado, há precedentes do STJ que sugerem adotar a concepção jusnatural dos direitso 
humanos. É o que você encontra, por exemplo, na ADI 595/ES, de relatoria do Min. Celso de Mello, ao 
tratar do bloco de constitucionalidade, entre os quais estão os princípios de direitos natural que 
fundamentam os direitos humanos. 
8. O fundamento racional dos direitos humanos, ainda influenciado pela natureza, busca 
vincular tais direitos à razão humana, elemento que distingue o homem dos demais seres 
vivos. 
Gabarito: Errado 
Comentários: A assertiva está incorreta. O fundamento racional constitui uma visão laica dos 
direitos humanos, ou seja, desvinculada da religião e também da natureza. Busca-se, nesse caso, 
vincular os direitos à razão humana. Tal fundamento ganha força com o Iluminismo, que centrou o 
foco da reflexão filosófica no homem (antropocentrismo). 
O fundamento racional constitui, em grande medida, uma reação à concepção jusnatural dos direitos 
humanos. Justamente com a pretensão de se afirmar que os direitos de dignidade decorrem daquilo 
que o homem elege como tal e não como algo determinado pela natureza ou divindades. 
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9. O fundamento positivista contrapõe-se fortemente ao fundamento jusnaturalista pois nega a 
pré-existência de direitos humanos, seja por origem divina ou natural, e prevê que estes são 
decorrentes das normas estatais. 
Gabarito: Certo 
Comentários: A assertiva está correta. O fundamento positivista estabelece que os direitos humanos 
são aqueles escritos em textos legais, principalmente constitucionais. Até a sua efetiva positivação, tais 
direitos não passam de valores e juízos morais. 
Aqui também há críticas e defesa. 
A normatização dos direitos humanos confere segurança jurídica as relações sociais, tendo finalidade 
pedagógica perante a comunidade na medida em que faz prevalecer valores éticos que estão 
positivados nas normas jurídicas. 
Por outro lado, essa corrente não pode ser considerada unilateralmente, pois a necessidade de 
positivação do direito enfraquece-o. Não é possível aceitar que somente os direitos humanos 
positivados no âmbito internacional ou internamente possam ser assegurados. Adotando-se 
unilateralmente a tese positivista, se a lei for omissa ou mesmo contrária à dignidade humana, 
estaremos diante de uma precarização dos Direitos Humanos, o que é inaceitável. 
10. Pela fundamentação moral dos direitos humanos entende-se que tais direitos consistem num 
conjunto de direitos subjetivos originados diretamente dos princípios, embora dependam de 
regras prévias para que possam ser reconhecidos. 
Gabarito: Errado 
Comentários: A assertiva está incorreta. A fundamentação moral independe da existência de regras 
prévias, posto que os direitos humanos não aferem sua validade por normas positivadas, mas dos 
valores morais da coletividade. Nesse caso, os direitos estão fundamentados nas exigências de justiça, 
equidade ou outra dimensão da moral que represente um conteúdo ético que assegure dignidade às 
pessoas. 
11. Contemporaneamente, entende-se que o fundamento dos direitos humanos é a dignidade, 
como qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano, inerente à sua condição humana. 
Gabarito: Certo 
Comentários: A assertiva está correta. Todos os fundamentos apresentados anteriormente 
(jusnaturalista, positivista, racional e moral) têm a dignidade da pessoa humana como ponto em 
comum. A dignidade, conceito multidimensional, constitui um valor ético, pelo qual a pessoa é 
considerada sujeito de direitos e obrigações, que devem ser assegurados para garantir a 
personalidade. 
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A dignidade manifesta-se pela vedação à imposição de tratamento discriminatório, ofensivo ou 
degradante (recorde-se da isonomia) e pela busca por condições mínimas de sobrevivência, da qual 
decorre a ideia de mínimo existencial. Em síntese, podemos identificar dois elementos da dignidade: 
 
1º à elemento negativo: vedação à imposição detratamento discriminatório, ofensivo ou 
degradante; e 
2º à elemento positivo: busca por condições mínimas de sobrevivência, da qual decorre a ideia 
de mínimo existencial. 
12. Os direitos humanos, em razão da influência positivista, manifestam-se principalmente por 
meio de regras. 
Gabarito: Errado 
Comentários: A assertiva está incorreta. A estrutura normativa dos Direitos Humanos é formada 
principalmente por um conjunto de princípios, ou seja, de mandados de otimização que devem ser 
observados na maior medida do possível, aplicados com ponderação de interesses. 
Aproveitamos para distinguir regra de princípios, de forma direta e objetiva. 
As regras, por sua vez, são aplicadas a partir da técnica da subsunção, ou seja, se ocorrer a situação 
de fato haverá a incidência da consequência jurídica prevista. Ou a regra aplica-se àquela situação ou 
não se aplica (técnica do “tudo ou nada”). Para os princípios, ao contrário, a aplicação pressupõe o 
uso da técnica de ponderação de interesses, pois a depender da situação fática assegura-se com 
maior, ou menor, amplitude o princípio (técnica do “mais ou menos”). Retornando ao exemplo, para o 
processo do trabalho, o decurso de 2 anos poderá implicar violação ao princípio da celeridade; para o 
processo crime o decurso de 5 anos não implicará, necessariamente, violação do mesmo princípio. 
 
No que diz respeito às características dos Direitos Humanos, julgue os itens subsecutivos. 
13. Os direitos humanos decorrem de m processo de formação histórica, de modo que, com o 
tempo, os direitos humanos surgem e se solidificam em razão das lutas da sociedade em 
REGRAS
mandados de determinação
aplicado por subsunção
técnica do "tudo ou nada"
PRINCÍPIOS
mandados de otimização
aplicado por ponderação de interesses
técnica do "mais ou menos"
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defesa da dignidade. Justamente em face dessa característica, aceitamos avanços e 
retrocessos na evolução dos direitos humanos. 
Gabarito: Errado 
Comentários: A assertiva está incorreta. Começou bem, concluiu mal. 
Na primeira parte da assertiva temos destacada a característica da historicidade. Eventos como a 
Revolução Francesa e as grandes Guerras Mundiais foram marcantes para o surgimento gradual e para 
a expansão de direitos humanos. É justamente em razão dessa característica que estudamos as 
dimensões dos direitos humanos. 
A segunda parte, entretanto, está incorreta. Entende-se que a proteção aos direitos da dignidade da 
pessoa é expansiva, ou seja, está sempre em progresso. 
Por exemplo, a vedação à tortura constitui um direito humano decorrente dos graves acontecimentos 
nas Guerras Mundiais e dos movimentos ditatoriais, inclusive no Brasil. Em razão desses eventos, a 
comunidade internacional voltou-se contra a prática militar e, atualmente, defende que a vedação à 
tortura é absoluta e universal. Assim, qualquer ato ou norma de Estado que viole a dignidade da pessoa 
consistente em impingir sofrimento em alguém de forma deliberada para o fim de obter informações 
políticas ou militares, constitui violação aos Direitos Humanos e não poderá ser permitido, sob pena 
de retrocesso. 
Por vedação ao retrocesso devemos compreender a proibição à supressão de direitos já 
reconhecidos em detrimento das conquistas históricas da humanidade. Não é possível, assim, que 
a tortura volte a ser aceita como mecanismo de obtenção de informação por militares em guerra, em 
nenhuma hipótese! 
14. A atual doutrina de Direitos Humanos é dividida em duas grandes correntes: a dos 
universalistas e a dos relativistas, não havendo possibilidade de serem conciliadas ambas as 
concepções. 
Gabarito: Errado 
Comentários: A assertiva está incorreta. Não obstante se trate de visões opostas, a doutrina se 
manifesta no sentido de que é possível sim conciliá-las. 
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Antes, uma rápida revisão de ambas as correntes: 
 
A compreensão mais correta de universalidade dos direitos humanos remete à ideia de que devem 
ser levadas em consideração as particularidades locais, bem como os contextos históricos, 
culturais e religiosos de cada povo. Compete, contudo, a todos os Estados, sem exceção, 
independentemente de seu sistema político, econômico ou cultural, o respeito aos direitos 
humanos. 
A celeuma deve ser resolvida com equilíbrio, não é possível excluir um em total detrimento do outro. 
É necessário que haja uma convivência harmônica, desde que, evidentemente, seja assegurado aquilo 
que alguns doutrinadores denominam de “núcleo duro” dos direitos humanos, vale dizer, o conjunto 
de direitos humanos de suma importância e necessário, independentemente das 
particularidades dos diversos povos. 
15. Não obstante os direitos humanos tenham surgido como mecanismo de proteção da pessoas 
privadas frente a possíveis arbitrariedades do Estado, atualmente concebemos a aplicação 
dessas normas nas relações entre pessoas privadas (eficácia horizontal) e, até mesmo, nas 
relações de emprego (eficácia diagonal). 
Gabarito: Certo 
Comentários: Está correta a assertiva. 
Os direitos humanos são compreendidos como um conjunto de regras ou garantias que envolvem 
relações com o Estado, para o fim de proteger tais direitos. Pela primeira dimensão diz-se que os 
direitos humanos imputam abstenção do Estado, que não poderá violar a liberdade das pessoas. Pela 
segunda dimensão estudaremos que o Estado deve atuar positivamente na consecução dos direitos 
humanos. E, por fim, pela terceira dimensão objetiva-se que o Estado atue na promoção coletiva dos 
UNIVERSALISMO
Os direitos humanos destinam-se a todas as
pessoas e abrangem todos os territórios.
Não se deve desconsiderar as diferenças,
mas com respeito às particularidades,
objetiva-se encontrar um modo de
proteger a condição humana,
independentemente do sexo, da cor, da
religião ou das condições econômicas e
sociais.
RELATIVISMO
As concepções morais variam de acordo
com as diversas sociedades.
As diferenças não residem apenas na
pessoa em si, ou seja, na condição humana,
mas no contexto social perante o qual estão
inseridos.
Não existe como justificar a concepção
moral da pessoal desprendido do contexto
no qual ela está inserida.
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direitos humanos. Portanto, em todas as três dimensões, percebe-se claramente que a aplicação dos 
direitos humanos foi pensada inicialmente para serem aplicadas às relações entre o Estado e a 
sociedade. 
Essa relação é dita vertical, pois o Estado assume posição hierarquicamente privilegiada em relação 
aos governados. 
A doutrina de direitos humanos, contudo, passou a vislumbrar outra relação que não apenas essa 
vertical, entre estado e sociedade, mas uma relação horizontal, envolvendo, também, a aplicação dos 
direitos humanos às relações entre privados. 
Além disso, segundo alguns autores de Direito do Trabalho com formação humanista, a eficácia 
diagonal é a que determina a aplicação dos direitos humanos nas relações entre empregado e 
empregador. 
Argumenta-se que a relação entre empregado e empregador, embora de natureza privada, não é 
horizontal como as demais relações entre privados. Na relação de emprego está presente a 
subordinação jurídica – requisito da relação de emprego – e o empregado encontra-se 
presumidamente em condição inferior ao empregado, razão pela qual não podemos afirmar que a 
relação de emprego implica uma relação horizontal, mas também não podemos afirmar que essa 
relaçãoé totalmente vertical, tal como a relação entre o cidadão e o Estado. 
Por isso se fala em eficácia diagonal dos direitos humanos quando se refere à aplicação da teoria 
às relações de emprego. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL PENAL 
Renan Araújo 
16. O Código de Processo Penal se aplica como regra a todos os processos que tramitam em 
território nacional, com exceções, dentre as quais se encontra a hipótese de crimes de 
competência da Justiça Militar. 
Gabarito: Correta 
Comentários: Item correto. 
A norma processual penal (como qualquer outra) vigora em determinado lugar e em determinado 
momento. Nesse sentido, devemos analisar onde e quando a lei processual penal brasileira se aplica. 
O art. 1° do CPP diz o seguinte: 
Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: 
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes 
conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes 
de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100); 
III - os processos da competência da Justiça Militar; 
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17); 
V - os processos por crimes de imprensa. Vide ADPF nº 130 
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando 
as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso. 
Como se percebe, o CPP é a lei aplicável ao processo e julgamento das infrações penais no Brasil. 
Como disse a vocês, esta é a regra! Mas há exceções: 
 Tratados, convenções e regras de Direito Internacional – A aplicação do CPP pode ser 
afastada em razão de alguma norma prevista em tratado ou convenção internacional. 
 Jurisdição política – É o caso das prerrogativas constitucionais do Presidente da 
República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e 
dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade. Estes agentes são 
julgados de acordo com procedimentos próprios, previstos na Constituição Federal. 
 Processos de competência da Justiça Eleitoral – Tais processos seguirão, como regra, 
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o Código Eleitoral, e apenas subsidiariamente, o CPP. 
 Processos de competência da Justiça Militar - Tais processos seguirão, como regra, o 
Código de Processo Penal Militar, e apenas subsidiariamente, o CPP. 
 Legislação especial – No caso de haver rito específico para o processo e julgamento de 
determinado crime, como ocorre na Lei de Drogas, deverá ser utilizado, primordialmente, o rito 
específico, cabendo ao CPP atuar de forma subsidiária. 
Desta forma se percebe, sem grande esforço, que os crimes de competência da Justiça Militar são uma 
exceção à regra de aplicação primária do CPP. Em casos tais, o CPP não é norma primária, atuando 
apenas de forma subsidiária, ou seja, quando as disposições contidas no CPPM (Código de Processo 
Penal Militar) forem insuficientes para regular determinada situação. 
Vale frisar, ainda, que o CPP só é aplicável aos atos processuais praticados no território nacional. Assim, 
ainda que se trate de processo que tramita no Brasil, caso seja necessário realizar ato processual no 
exterior, este ato processual será realizado de acordo com as leis locais, ou seja, do país em que forem 
praticados (ex.: oitiva de uma testemunha que reside no estrangeiro). 
17. A lei processual penal tem aplicação imediata, inclusive aos processos em curso, mas 
somente se aplica aos atos processuais futuros, não prejudicando, portanto, a validade dos 
atos processuais já realizados sob a vigência da lei anterior. 
Gabarito: Correta 
Comentários: Item correto. 
Existem basicamente três teorias para resolver o aparente conflito de leis processuais penais no tempo: 
 Teoria da unidade processual – A lei processual penal nova não poderia ser 
aplicada a processos criminais já em curso, somente sendo aplicável aos processos que 
viessem a ser instaurados no futuro. 
 Teoria das fases processuais – A lei processual penal nova pode ser aplicada a 
um processo em curso, mas só seria aplicável na fase processual seguinte (fase postulatória, 
fase instrutória, fase decisória, etc.). 
 Teoria do isolamento dos atos processuais – A lei processual penal nova pode 
ser aplicada imediatamente aos processos em curso, mas somente será aplicável aos atos 
processuais futuros, ou seja, não irá interferir nos atos processuais que já foram 
validamente praticados sob a vigência da lei antiga. 
Nos termos do art. 2° do CPP: 
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos 
realizados sob a vigência da lei anterior. 
Como se vê, o CPP adota a teoria do isolamento dos atos processuais. 
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Por este artigo podemos extrair o princípio do tempus regit actum, também conhecido como princípio 
do efeito imediato ou aplicação imediata da lei processual. Este princípio significa que a lei 
processual regulará os atos processuais praticados a partir de sua vigência, não se aplicando aos atos já 
praticados. 
Desta forma, mesmo que o processo tenha se iniciado sob a vigência de uma lei, sobrevindo outra norma 
processual, ainda que mais gravosa ao réu, esta será aplicada aos atos processuais futuros. Ou seja, 
a lei nova não pode retroagir para alcançar atos processuais já praticados, mas se aplica aos atos 
futuros dos processos em curso. 
EXEMPLO: Imagine que José responda a processo criminal pelo crime de furto. No curso do processo, 
sobrevém norma processual alterando o prazo do recurso de apelação de 05 dias para apenas 03 dias. 
Quando José for condenado, caso deseje recorrer, deverá interpor o recurso de apelação no prazo de 03 
dias, previsto na lei nova, pois é a norma vigente no momento em que o prazo recursal começou a fluir. 
Logo, assertiva correta. 
18. Situação hipotética: José foi denunciado pelo Ministério Público pela suposta prática do 
crime de estelionato (pena: reclusão de 01 a 05 anos e multa). Recebida a denúncia, o Juiz 
ordenou a citação de José para apresentar resposta à acusação, no prazo de 10 dias. José 
apresentou resposta à acusação e o Juízo designou audiência de instrução e julgamento. Uma 
semana antes da audiência, sobreveio nova lei processual alterando o prazo para resposta à 
acusação, que passou a ser de apenas 05 dias. Na véspera da audiência o MP aditou a 
denúncia, para incluir Pedro, por ter restado comprovada sua participação no crime. O Juízo 
recebeu a denúncia contra Pedro, cancelou a audiência designada e determinou a citação de 
Pedro para apresentar resposta à acusação. 
Assertiva: nesse caso, Pedro deverá apresentar resposta à acusação no prazo de 10 dias, 
previsto na lei anterior, por ser mais benéfica. 
Gabarito: Errada 
Comentários: Item errado. 
Pelo princípio do tempus regit actum, a lei processual penal tem aplicação imediata aos processos em 
curso, mas só se aplica aos ATOS PROCESSUAIS FUTUROS, ou seja, não se aplica àqueles que já foram 
realizados. 
Nos termos do art. 2° do CPP: 
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos 
realizados sob a vigência da lei anterior. 
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Assim, pouco importa se a nova lei processual é benéfica ou prejudicial ao agente. Ela será aplicada 
aos processos em curso, mas somente aos atos processuais futuros. 
Logo, a nova norma processual penal não se aplica aos processuais já finalizados e não se aplica 
também àqueles que já se iniciaram antes de sua vigência, mas ainda estão sendo realizados. 
No caso em tela, José validamente apresentou resposta à acusação quando o prazo para tanto ainda 
era estabelecido em 10 dias, motivo pelo qual não terá que reapresentar sua defesa, ainda que o prazo 
atualmente (de acordo com a situação hipotética) seja de 05 dias. 
Pedro, todavia, não terá mesma sorte. Como a citação de Pedro se deu após a entrada em vigor da nova 
Lei, o prazo para apresentação de sua resposta à acusação começou a fluir já sob a vigência da nova 
lei, motivo pelo qual deverá ser respeitado o novo prazo, ou seja, apenas 05 dias. 
Pouco importa, aqui, que a nova lei tenha reduzido o prazo anterior. 
Logo, errada a assertiva. 
19. Sobrevindo nova lei processual penal que altere o prazo para interposição de determinado 
recurso, esta nova lei não será aplicável aos prazos recursais já iniciados sob a vigência da lei 
anterior. 
Gabarito: Correta 
Comentários: Item correto. 
Pelo princípio do tempus regit actum, a lei processual penal tem aplicação imediata aos processos em 
curso, mas só se aplica aos ATOS PROCESSUAIS FUTUROS, ou seja, não se aplica àqueles que já foram 
realizados. 
Nos termos do art. 2° do CPP: 
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos 
realizados sob a vigência da lei anterior. 
No caso de alteração de um prazo processual, a nova lei somente será aplicável aos prazos que se 
iniciarem após sua entrada em vigor. 
Caso o prazo recursal já tenha se iniciado antes da entrada em vigor da lei nova, esse prazo será regido 
pela lei antiga (que vigorava quando o prazo começou a fluir), não importando aqui se a nova lei 
aumenta ou diminui o prazo recursal. 
Assim, a lei processual nova só se aplica aos prazos recursais FUTUROS, não àqueles que já se iniciaram 
antes de sua vigência, mesmo que estes prazos ainda estejam em curso. 
Logo, correta. 
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20. O princípio do efeito imediato da lei processual penal, ou tempus regit actum, aplica-se às 
normas puramente processuais e às normas híbridas (ou mistas). 
Gabarito: Errada 
Comentários: Item errado. 
Pelo princípio do tempus regit actum, a lei processual penal tem aplicação imediata aos processos em 
curso, mas só se aplica aos ATOS PROCESSUAIS FUTUROS, ou seja, não se aplica àqueles que já foram 
realizados. 
Nos termos do art. 2° do CPP: 
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos 
realizados sob a vigência da lei anterior. 
Todavia, tais disposições se aplicam apenas às leis puramente processuais. 
O que são normas puramente processuais? 
Normas puramente processuais são aquelas que se referem a questões meramente relativas ao 
processo, ao procedimento em geral, como as normas relativas à comunicação dos atos processuais 
(citações e intimações), aos prazos para manifestação das partes, aos recursos, etc. 
Todavia, dentro de uma lei processual pode haver normas de natureza material. Uma lei processual 
pode estabelecer normas que, na verdade, são de Direito Penal, pois criam ou extinguem direito do 
indivíduo, relativos à sua liberdade, etc., como é o caso das normas relativas à prescrição, à extinção 
da punibilidade em geral, e outras. Nesses casos de leis materiais, inseridas em normas 
processuais (e vice-versa), ocorre o fenômeno da heterotopia. 
Em casos como este, o difícil é saber identificar qual regra é de direito processual e qual é de direito 
material (penal). Porém, uma vez identificada a norma como sendo uma regra de direito material, sua 
aplicação será regulada pelas normas atinentes à aplicação da lei penal no tempo, inclusive no que se 
refere à possibilidade de eficácia retroativa para benefício do réu. 
EXEMPLO: Imagine que uma alteração legislativa inclua no CPP uma nova hipótese de extinção da 
punibilidade. Nesse caso, apesar de estar inserida em uma lei processual (CPP), a norma em questão 
(extinção da punibilidade) é uma norma PENAL, pois afeta diretamente a punibilidade do fato 
criminoso. Desta forma, temos aqui uma norma heterotópica, pois possui conteúdo PENAL, ainda que 
esteja inserida em uma lei processual (CPP). Nesse caso, deverão ser aplicadas as disposições relativas 
à lei PENAL no tempo, e não as disposições relativas à lei processual no tempo. Assim, como a alteração 
é benéfica (pois facilita a ocorrência de extinção da punibilidade), será aplicável aos crimes já 
praticados; se fosse gravosa, não poderia ser aplicada. 
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Além das chamadas normas heterotópicas, existem normas mistas, ou híbridas, que são aquelas que 
possuem, ao mesmo tempo, conteúdo de direito processual e de direito material. 
No caso das normas mistas (ou híbridas) prevalece o entendimento de que, por haver disposições 
de direito material, devem ser utilizadas as regras de aplicação da lei penal no tempo, ou seja: se o 
conteúdo penal for benéfico, retroagirá para alcançar fatos criminosos já praticados; se o seu conteúdo 
penal for mais gravoso, não será aplicável a nova norma aos fatos criminosos já ocorridos. 
Frise-se que, no que se refere às normas relativas à execução penal (cumprimento de pena, saídas 
temporárias, etc.), a Doutrina diverge quanto à sua natureza. Há quem entenda tratar-se de normas de 
direito material, há quem as considere como normas de direito processual. O STJ e o STF entendem 
que são normas de direito material. 
21. A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o 
suplemento dos princípios gerais de direito, desde que favoráveis ao réu. 
Gabarito: Errada 
Comentários: Item errado. 
O art. 3° do CPP estabelece: 
Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem 
como o suplemento dos princípios gerais de direito. 
A interpretação extensiva é uma atividade na qual o intérprete estende o alcance do que diz a lei, 
em razão de sua vontade (vontade da lei) ser esta. No crime de extorsão mediante sequestro, por 
exemplo, é lógico que a lei quis incluir, também, extorsão mediante cárcere privado. Assim, faz-se uma 
interpretação extensiva, que pode ser aplicada sem que haja violação ao princípio da legalidade, pois, 
na verdade, a lei diz isso, só que não está expresso em seu texto. A Doutrina processualista diverge um 
pouco com relação a isso. 
A aplicação analógica, ou analogia, por sua vez, é bem diferente. Como o nome diz, decorre da 
analogia, que é o mesmo que comparação. Assim, essa forma de integração da lei penal somente 
será utilizada quando não houver norma disciplinando determinando caso. Nesta situação, 
utiliza-se uma norma aplicável a outro caso, considerado semelhante. 
Na aplicação analógica (analogia), o Juiz aplica a um caso uma norma que não foi originariamente 
prevista para tal, e sim para um caso semelhante. 
A grande questão é saber o que se enquadra como “caso semelhante”. Para isso, a Doutrina elenca três 
fatores que devem ser respeitados: 
• Semelhança essencial entre os casos (previsto e não previsto pela norma). Desprezam-se as 
diferenças não essenciais. 
• Igualdade de valoração jurídicadas hipóteses 
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• Igualdade de circunstâncias ou igualdade de razão jurídica de ambos os institutos 
A Doutrina entende, ainda, que no caso de aplicação analógica (analogia) in malam partem, não pode 
haver lesão a conteúdos de natureza material (penal), pois não se admite analogia in malam partem 
no Direito Penal. 
Já os princípios gerais do Direito são regras de integração da lei, ou seja, de complementação de 
lacunas. Assim, quando não se vislumbrar uma lei que possa reger adequadamente o caso concreto, o 
CPP admite a aplicação dos princípios gerais do Direito. Esses princípios gerais do Direito são 
inúmeros, e são aqueles que norteiam a atividade de aplicação do Direito. 
EXEMPLO: Imagine que uma lei estabeleça a participação das partes em determinado ato processual, 
sem nada dizer em relação à ordem de participação das partes no ato processual. Nesse caso, deve-se 
permitir que a defesa atue por último, pelo princípio da ampla defesa. 
Todavia, como se vê pela redação do art. 3º do CPP, em se tratando de normas puramente processuais, 
é possível a analogia, a interpretação extensiva e a aplicação dos princípios gerais do direito, 
independentemente de a solução ser benéfica ou prejudicial ao agente. 
22. A Lei 13.964/19 incluiu no Código de Processo Penal a figura do juiz das garantias, 
responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos 
direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder 
Judiciário. Tal previsão, contudo, encontra-se suspensa por força de decisão do STF em Ação 
Direta de Inconstitucionalidade. 
Gabarito: Correta 
Comentários: Item correto. 
A figura do Juiz das Garantias está prevista nos arts. 3º-A a 3º-F do CPP (todos estes artigos incluídos 
pela Lei 13.964/19). Vejamos o art. 3º-B do CPP: 
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação 
criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à 
autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente: 
Em linhas gerais, a criação do Juiz das Garantias atende a um anseio antigo de boa parte da comunidade 
jurídica, que já enxergava a necessidade de um Juiz que atuasse exclusivamente na fase de 
investigação. 
Mas por qual razão seria necessário um Juiz apenas para a fase de investigação e outro para a 
efetiva instrução e julgamento do processo futuramente? A lógica é bastante simples. Durante a 
investigação, existem diversas situações nas quais é necessária a atuação de um Magistrado (autorizar 
busca e apreensão, interceptação telefônica, decretar prisão preventiva, etc.). Este Juiz que atua 
durante a investigação acaba se envolvendo demais com a atividade investigatória, acaba por atuar 
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durante meses (às vezes anos) “ao lado” dos órgãos da persecução penal (autoridade policial e 
membro do MP), ouvindo suas teses, suas conjecturas, etc. Isso faz com que este Magistrado muitas 
vezes se sinta “parte” da atividade persecutória (e não é), de maneira que a futura denúncia contra o 
réu seria, em grande parte, fruto também do seu trabalho durante a investigação. 
Assim, a criação do Juiz das Garantias acaba por distanciar o julgador (aquele Juiz que 
efetivamente irá julgar o caso) da investigação, o que o deixa ainda mais equidistante das 
partes (o Juiz deve ser imparcial, não pendendo nem para a acusação nem para a defesa). 
Mas quais são efetivamente as competências do Juiz das Garantias? O Juiz das Garantias tem 
competência para: 
 Receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da 
Constituição Federal 
 Receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão 
 Zelar pela observância dos direitos do preso 
 Ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal 
 Decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar 
 Prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las 
 Decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e 
não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral 
 Prorrogar o prazo de duração do inquérito (por até 15 dias, como regra), estando o 
investigado preso 
 Determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável 
para sua instauração ou prosseguimento 
 Requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da 
investigação 
 Decidir sobre os requerimentos de: 
▪ interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática ou 
de outras formas de comunicação; 
▪ afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; 
▪ busca e apreensão domiciliar; 
▪ acesso a informações sigilosas; 
▪ outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado; 
 Julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia (desde que, naturalmente, 
a autoridade coatora não seja de igual ou superior hierarquia) 
 Determinar a instauração de incidente de insanidade mental 
 Decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código 
 Assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investigado e ao seu 
defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da investigação 
criminal, salvo no que concerne, estritamente, às diligências em andamento 
 Deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia 
 Decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração 
premiada, quando formalizados durante a investigação 
 Outras matérias inerentes às atribuições relativas à supervisão da investigação criminal 
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Como se vê, o Juiz das Garantias deverá atuar desde o início da investigação criminal até o recebimento 
da ação penal (denúncia ou queixa), e sua competência se estende a todas as infrações penais (exceto 
as de menor potencial ofensivo, de competência dos Juizados Especiais Criminais). 
É bom ressaltar que, uma vez recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas 
pelo juiz da instrução e julgamento. Ademais, as decisões proferidas pelo juiz de garantias não 
vinculam o juiz da instrução e julgamento, que deverá reexaminar a necessidade das medidas 
cautelares em curso (prisão preventiva, medida cautelar diversa da prisão, etc.), no prazo máximo de 
10 dias. 
Porém, tal previsão se encontra SUSPENSA pelo STF. 
A Lei 13.964/19, publicada em 24.12.2019, estabeleceu um prazo de 30 dias de vacatio legis, ou seja, 
período de vacância, ao final do qual a lei entraria em vigor. Ou seja, a lei foi publicada em 24.12.2019, 
mas com vigência a partir de 23.01.2020. 
Todavia, alguns dispositivos da Lei demandam uma reestruturação profunda por parte do Judiciário, 
como é o caso da figura do Juiz das Garantias. Por isto, alguns legitimados ajuizaram AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE (ADI 6298/DF) perante o STF, questionando essa possível 
inexequibilidade em tão pouco tempo, bem como a possível inconstitucionalidade de alguns outros 
dispositivos da lei. 
Em 15.01.2020, o Ministro Dias Toffoli, em decisão monocrática proferida durante o recesso Judiciário 
(o relator da ADI é o Ministro Luiz Fux),entendeu por bem suspender a eficácia de alguns dispositivos 
da Lei, notadamente no que tange ao Juiz das Garantias. 
Em 22.01.2020, o Relator da adi 6298, Min. Luiz Fux, revogou a decisão liminar proferida 
anteriormente pelo Presidente do STF (decisão proferida durante o recesso Judiciário), proferindo 
NOVA decisão liminar, para suspender alguns dispositivos da Lei 13964/19. Especificamente no que 
tange ao Juiz das Garantias, o Relator decidiu por suspender a eficácia (até julgamento do mérito da 
ADI pelo Plenário) dos arts. 3º-A a 3º-F do CPP. 
Assim, o Min. Fux, relator da ADI 6298, entendeu por suspender sine die (sem prazo) a eficácia dos 
artigos relativos ao Juiz das Garantias. Frise-se, por oportuno, que se trata de decisão proferida 
liminarmente, ou seja, não se trata de decisão definitiva de mérito da ADI. 
Logo, a questão está CORRETA. 
23. O princípio da inércia veda ao Juiz, ex officio, dar início ao processo, exigindo-se que o titular 
da ação penal ofereça denúncia ou queixa-crime, exceto na hipótese de crimes hediondos ou 
equiparados. 
Gabarito: Errada 
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Comentários: Item errado. 
O princípio da inércia estabelece que o Juiz não pode dar início ao processo penal, pois isto implicaria 
em violação da sua imparcialidade, já que, ao dar início ao processo. Trata-se de uma das 
materializações da adoção do sistema acusatório, ou seja, a clara separação entre as funções de 
acusar e julgar. 
Um dos dispositivos constitucionais que dá base a esse entendimento é o art. 129, I da Constituição 
Federal: 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
Percebam que a Constituição estabelece como sendo privativa do MP a promoção da ação penal 
pública. Assim, diz-se que o MP é o “titular da ação penal pública”. 
Na ação penal de iniciativa privada a legitimidade é conferida ao ofendido. Assim, o Juiz já não poderia 
a ela dar início por sua própria natureza, já que a lei considera que, nesses casos, o interesse do 
ofendido em processar ou não o infrator se sobrepõe ao interesse do Estado na persecução penal. 
Este princípio é o alicerce máximo daquilo que se chama de sistema acusatório, que é o sistema 
adotado pelo nosso processo penal. No sistema acusatório existe uma figura que acusa e outra figura 
que julga, diferentemente do sistema inquisitivo, no qual acusador e julgador se confundem na 
mesma pessoa, o que gera parcialidade do julgador, ofendendo inúmeros outros princípios. 
Além disso, este princípio irá embasar diversas outras disposições do sistema processual penal 
brasileiro, como aquela que impede que o Juiz julgue um fato não contido na denúncia (seria uma 
violação indireta ao princípio da inércia), que caracteriza o princípio da congruência entre a sentença 
e a inicial acusatória. 
A título de complemento, friso que este princípio não impede que o Juiz determine a realização de 
diligências que entender necessárias para elucidar questão relevante para o deslinde do processo, 
conforme previsão do art. 156, II do CPP: 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de 
ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
(...) 
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de 
diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. (Incluído pela Lei nº 11.690, 
de 2008) 
 
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Não há, porém, qualquer ressalva que autorize o Juiz a dar início ao processo caso se trate de 
crime hediondo ou equiparado. 
Portanto, errada a assertiva. 
24. Uma das vertentes da ampla defesa é a autodefesa, aquela realizada direta e pessoalmente 
pelo réu, notadamente quando tem a oportunidade de, durante o interrogatório, dar sua 
versão dos fatos. 
Gabarito: Correta 
Comentários: Item correto. 
O princípio do Devido Processo Legal tem como corolários os postulados da Ampla Defesa e do 
Contraditório, ambos previstos na Constituição Federal, em seu art. 5°, LV: 
Art. 5 (...) 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
 
O princípio do Contraditório estabelece que os litigantes em geral e, no nosso caso, os acusados, tem 
assegurado o direito de contradizer os argumentos trazidos pela parte contrária e as provas por ela 
produzidas. 
Já o postulado da ampla defesa prevê que não basta dar ao acusado ciência das manifestações da 
acusação e facultar-lhe se manifestar, se não lhe forem dados instrumentos para isso. 
A ampla defesa se divide em: 
 Defesa técnica – Aquela realizada por um profissional habilitado; e 
 Autodefesa – Aquela realizada direta e pessoalmente pelo próprio réu, quando ele próprio, 
apenas na condição de réu, contribui para sua defesa no processo. 
A defesa técnica é absolutamente indispensável no processo, tanto que o art. 261 do CPP assim prevê: 
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem 
defensor. 
Caso o acusado não constitua um defensor, caberá ao Juiz nomear um para o réu. Aliás, cabe ao Estado 
fornecer assistência jurídica integral e gratuita, primordialmente através da Defensoria Pública. 
Vejamos: 
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Art. 5º (...) LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que 
comprovarem insuficiência de recursos; 
Portanto, ao acusado que não possuir meios de pagar um advogado, deve ser garantida a defesa por 
um Defensor Público, ou, em não havendo sede da Defensoria Pública na comarca, ser nomeado um 
defensor dativo (advogado particular pago pelos cofres públicos), a fim de que lhe seja prestada defesa 
técnica. 
Além da defesa técnica, realizada por profissional habilitado (advogado particular ou Defensor 
Público), há também a autodefesa, que é realizada pelo próprio réu, especialmente quando do seu 
interrogatório, oportunidade na qual pode, ele mesmo, defender-se pessoalmente, dando ao Juiz sua 
versão dos fatos. Assim, se o Juiz se recusar a interrogar o réu, por exemplo, estará violando o 
princípio da ampla defesa, por estar impedindo o réu de exercer sua autodefesa. 
A autodefesa se desdobra, basicamente, em três vertentes: 
 Direito de audiência – Direito de ser ouvido. Tal direito se materializa durante o interrogatório, 
oportunidade na qual o acusado pode apresentar ao Juiz, pessoalmente, a sua defesa, ou seja, sua 
versão acerca dos fatos. 
 Direito de presença – Direito de estar presente. É assegurado ao acusado o direito de 
acompanhar os atos processuais. 
 Capacidade postulatória autônoma excepcional – Ao acusado é conferido o direito de 
postular diretamente ao Juízo em determinados casos. 
 
Ao contrário da defesa técnica, que não pode faltar no processo criminal, sob pena de nulidade 
absoluta, o réu pode se recusar a exercer a autodefesa, ficando em silêncio, por exemplo, pois o 
direito ao silêncio é um direito expressamente previsto ao réu. 
Logo, correta a questão. 
25. O princípio da presunção de inocência estabelece que ninguém será considerado culpado até 
o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, motivo pelo qual o STF, revendo 
posicionamento anterior, voltou a não admitir execução provisória de pena criminal. 
Gabarito: Correta 
Comentários: Item correto. 
A Presunçãode inocência é o maior pilar de um Estado Democrático de Direito, pois, segundo este 
princípio, nenhuma pessoa pode ser considerada culpada (e sofrer as consequências disto) antes do 
trânsito em julgado se sentença penal condenatória. Nos termos do art. 5°, LVII da CRFB/88: 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória; 
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O trânsito em julgado da sentença penal condenatória é a situação na qual a sentença proferida no 
processo criminal, condenando o réu, não pode mais ser modificada através de recurso. Assim, 
enquanto não houver uma sentença criminal condenatória irrecorrível, o acusado não pode ser 
considerado culpado e, portanto, não pode sofrer as consequências da condenação. 
O STF, porém, havia decidido (a partir do HC 126.292) pela admissibilidade da execução provisória de 
pena criminal a partir da existência de decisão condenatória proferida por órgão colegiado de segundo 
grau de jurisdição. Assim, o STF havia relativizado o princípio da presunção de inocência. 
Porém, este entendimento (que se iniciou quando do julgamento do HC 12.292) foi posteriormente 
abandonado pelo STF, quando do julgamento definitivo das ADCs 43, 44 e 54, tendo o STF retomado 
seu entendimento clássico: a presunção de inocência deve ser compreendida nos exatos termos da 
CF/88, ou seja, até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, de forma que é vedada a 
execução provisória de pena criminal. 
Assim, atualmente o STF possui entendimento no sentido de que não é possível a execução provisória 
de pena criminal. 
26. O princípio da presunção de inocência, nos moldes estabelecidos na Constituição Federal, é 
incompatível com a existência de prisões cautelares, ou seja, prisões processuais antes do 
trânsito em julgado. 
Gabarito: Errada 
Comentários: Item errado. 
O princípio da presunção de inocência ou presunção de não culpabilidade está previsto expressamente 
no art. 5°, LVII da CRFB/88: 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória; 
Desta forma, enquanto não houver uma sentença criminal condenatória irrecorrível, o acusado 
não pode ser considerado culpado e, portanto, não pode sofrer as consequências da condenação. 
Este princípio pode ser considerado: 
 Uma regra probatória (regra de julgamento) - Deste princípio decorre que o ônus 
(obrigação) da prova cabe ao acusador (MP ou ofendido, conforme o caso). O réu é, desde o 
começo, inocente, até que o acusador prove sua culpa. 
 
 Uma regra de tratamento - Deste princípio decorre, ainda, que o réu deve ser, a todo momento, 
tratado como inocente. E isso tem uma dimensão interna e uma dimensão externa: 
a) Dimensão interna – O agente deve ser tratado, dentro do processo, como inocente. Ex.: O Juiz não 
pode decretar a prisão preventiva do acusado pelo simples fato de o réu estar sendo processado, caso 
contrário, estaria presumindo a culpa do acusado. 
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b) Dimensão externa – O agente deve ser tratado como inocente FORA do processo, ou seja, o fato de 
estar sendo processado não pode gerar reflexos negativos na vida do réu. Ex.: O réu não pode ser 
eliminado de um concurso público porque está respondendo a um processo criminal (pois isso seria 
presumir a culpa do réu) 
Porém, e aqui está a resposta mais precisa da questão, a existência de prisões provisórias (prisões 
decretadas no curso do processo) não ofende a presunção de inocência, pois nesse caso não se 
trata de uma prisão como cumprimento de pena, mas sim de uma prisão cautelar, ou seja, para garantir 
que o processo penal seja devidamente instruído ou eventual sentença condenatória seja cumprida. 
Ou seja, a prisão cautelar, quando devidamente fundamentada na necessidade de evitar a 
ocorrência de algum prejuízo (risco para a instrução ou para o processo, por exemplo), é válida. O que 
não se pode admitir é a utilização da prisão cautelar como “antecipação de pena”. Tanto que o próprio 
art. 313, §2º do CPP: 
Art. 313 (...) § 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de 
antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal 
ou da apresentação ou recebimento de denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Assim, o simples fato de existirem prisões cautelares não gera ofensa ao princípio da presunção de 
inocência, eis que as prisões cautelares não se configuram como antecipação de pena, motivo pelo qual 
não se fundamentam numa suposta culpabilidade antecipada do indiciado/acusado. 
Logo, errada. 
27. O princípio do Juiz natural, que, dentre outras coisas, impede a criação de Juízo ou Tribunal 
de exceção, está previsto expressamente na Constituição Federal. 
Gabarito: Correta 
Comentários: Item correto. 
A Constituição Federal de 1988 estabelece em seu art. 5°, LIII que: 
Art. 5º (...) LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente; 
 
Desse dispositivo constitucional se pode extrair o princípio do Juiz Natural. 
Tal princípio estabelece que toda pessoa tem direito de ser julgada por um órgão do Poder Judiciário 
brasileiro, devidamente investido na função jurisdicional, cuja competência fora previamente definida. 
Assim, está vedada a formação de Tribunal ou Juízo de exceção, que são aqueles criados 
especificamente para o julgamento de um determinado caso. Exige-se, ainda, que as regras de definição 
da competência (limites dentro dos quais cada Juiz pode atuar) sejam prévia e abstratamente 
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definidas. Tudo com um único propósito: evitar-se o casuísmo, ou seja, o estabelecimento a posteriori 
de um Juízo específico para um crime já ocorrido, para beneficiar ou prejudicar o réu. 
Logo, correta a questão. 
A título de complemento, vale ressaltar que a criação de varas especializadas, para otimizar o 
trabalho do Judiciário, não ofende tal princípio, pois a competência destes Juízos é definida 
abstratamente, para todos os casos que possuam as mesmas características. O que este princípio busca 
impedir é a manipulação das “regras do jogo” para se “escolher” o Juiz que irá julgar a causa. 
Boa parte da Doutrina sustenta, ainda, a existência do princípio do Promotor Natural. Tal princípio 
estabelece que toda pessoa tem direito de ser acusada pela autoridade competente. Assim, é vedada, 
exemplificativamente, a designação pelo Procurador-Geral de Justiça de um Promotor para atuar 
especificamente num determinado caso. 
28. A Constituição Federal estabelece expressamente a vedação à utilização de provas ilícitas no 
processo penal, mas tal vedação não pode ser considerada uma mitigação à busca pela 
verdade. 
Gabarito: Errada 
Comentários: Item errado. 
Em nosso sistema processual penal vige o princípio do livre convencimento motivado do Juiz, ou seja, 
o Juiz não está obrigado a decidir conforme determinada prova (confissão, por exemplo), podendo 
decidir da forma que entender, desde que fundamente sua decisão em alguma das provas produzidas 
nos autos do processo. 
Em razão disso, às partes é conferido o direito de produzir as provas que entendam necessárias para 
convencer o Juiz a acatar sua tese. Inclusive, ao Juiz são conferidos meios para a obtenção da chamada 
VERDADE REAL (aquilo que de fato ocorreu no mundo real), não devendo o Juiz se contentar com a 
verdade formal (aquilo que está provado nos autos). 
Entretanto,esse direito probatório não é ilimitado, encontrando limites nos direitos fundamentais 
previstos na Constituição. Essa limitação encontra-se no art. 5°, LVI da Constituição. Vejamos: 
Art. 5º (...) LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
Assim, a vedação à utilização de provas ilícitas constitui-se como uma limitação à busca pela 
verdade, na medida em que se passa a estabelecer que nem tudo é admitido sob o argumento de 
“buscar-se a verdade dos fatos”. 
Frise-se, por fim, que a Doutrina dominante admite a utilização de provas ilícitas quando esta for 
a única forma de se obter a absolvição do réu, pois a condenação de um inocente deve ser evitada 
a todo custo. 
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Por fim, veda-se ainda a utilização de provas ilícitas por derivação, que são aquelas provas obtidas 
licitamente, mas que derivam de uma prova ilícita, adotando-se aqui a teoria dos frutos da árvore 
envenenada. 
29. O direito ao silêncio é manifestação mais evidente do princípio da vedação à 
autoincriminação, ou nemo tenetur se detegere, e engloba não só o direito de ficar calado, 
mas também o direito de ser informado, antes do interrogatório, quanto à existência desse 
direito, bem como o direito de não ser prejudicado pelo exercício do silêncio. 
Gabarito: Correta 
Comentários: Item correto. 
O princípio da vedação à autoincriminação é conhecido também como nemo tenetur se detegere, e tem 
por finalidade impedir que o Estado, de alguma forma, imponha ao réu (ou ao indiciado) alguma 
obrigação que possa colocar em risco o seu direito de não produzir provas prejudiciais a si próprio. O 
ônus da prova incumbe à acusação, não ao réu. 
Este princípio pode ser extraído da conjugação de três dispositivos constitucionais: 
• Direito ao silêncio 
• Direito à ampla defesa 
• Presunção de inocência 
Assim, em razão deste princípio, o indiciado/acusado não é obrigado a praticar qualquer ato que possa 
ser prejudicial à sua defesa, como realizar o teste do bafômetro, fornecer padrões gráficos para 
realização de exame grafotécnico, etc. 
Como dito, o direito ao silêncio é manifestação clara de tal princípio. 
Essa garantia deve ser informada ao acusado antes do seu interrogatório, bem como o exercício do 
direito ao silêncio não poderá ser interpretado em prejuízo à defesa: 
Art. 186 (...) 
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em 
prejuízo da defesa. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 
Tal previsão é bastante lógica: se o silêncio pudesse ser interpretado em prejuízo da defesa, isso 
esvaziaria por completo o direito ao silêncio, já que o réu ficaria com medo de não falar em Juízo e ser 
considerado culpado apenas por não ter falado. 
Logo, correta. 
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30. Diferentemente do inquérito, no qual predomina o sigilo, no curso do processo deve haver 
publicidade, de forma que a Constituição Federal estabelece que todos os julgamentos dos 
órgãos do Poder Judiciário serão públicos, vedada a restrição de publicidade. 
Gabarito: Errada 
Comentários: Item errado. 
A publicidade dos atos processuais está prevista no art. 93, IX da CF/88: 
Art. 93 (...) IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em 
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos 
quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o 
interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
Todavia, como se vê, essa publicidade NÃO é absoluta, podendo sofrer restrição. A isso se chama de 
publicidade restrita. 
Essa possibilidade de restrição está prevista, ainda, no art. 5°, LX da CRFB/88: 
Art. 5º (...) LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa 
da intimidade ou o interesse social o exigirem; 
Logo, errada a questão. 
Frise-se que que essa publicidade pode ser restringida apenas às partes e seus procuradores, ou 
somente a estes. Ou seja, alguns atos podem não ser públicos nem mesmo para as partes. Aos 
procuradores (advogados das partes e membros do MP), porém, nunca se poderá negar publicidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ESTATÍSTICA 
Guilherme Neves 
O gráfico apresenta a distribuição dos salários dos funcionários de uma empresa. 
 
O valor da média aritmética dos salários dos funcionários foi obtido considerando-se que todos 
os valores incluídos em um intervalo de classe são coincidentes com o ponto médio deste 
intervalo. Os quartis foram obtidos por meio do método da interpolação linear. Com base no 
gráfico acima e nas informações, julgue os itens a seguir. 
31. A mediana supera a média em mais de 220 reais. 
Gabarito: Errado 
Comentários: Para calcular a média, devemos utilizar os pontos médios de cada intervalo. 
�̅� = 1.200 × 0,14 + 1.600 × 0,21 + 2.000 × 0,28 + 2.400 × 0,26 + 2.800 × 0,11 
 
�̅� = 1.996 
Vamos agora calcular a mediana. Os dois primeiros intervalos comportam 14% + 21% = 35% das 
observações. Precisamos de mais 15% para chegar à mediana. Vamos interpolar o terceiro intervalo. 
Amplitude Frequência 
400 28% 
h 15% 
 
28ℎ = 400 ∙ 15 
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ℎ ≅ 214,28 
Assim, a mediana é: 
𝑀𝑑 = 1.800 + 214,28 
 
𝑀𝑑 = 2.014,28 
A diferença entre a mediana e a média é inferior a 220 reais. 
 
Um estudo foi realizado com uma amostra do número de acidentes em um determinado trecho 
de uma rodovia no ano de 2019, conforme tabela a seguir. 
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 
Número 
de 
acidentes 
36 28 12 5 3 2 2 4 9 11 22 38 
 
Com base na tabela e nas informações acima, julgue os itens a seguir. 
32. A média mensal dos acidentes registrados em 2019 é inferior a 15. 
Gabarito: Certo 
Comentário: Para calcular a média aritmética simples, basta somar os dados e dividir pela quantidade 
de termos. 
𝑋 =
36 + 28 + 12 + 5 + 3+ 2 + 2 + 4 + 9 + 11 + 22 + 38
12
=
172
12
=
43
3
 
Como 43/3 é aproximadamente 14,33, o item está certo. 
 
 
 
Nota (X) Frequência 
Relativa 
0 0,1 
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1 0,2 
2 0,5 
3 0,0 
4 0,2 
Total 1,0 
 
Uma empresa realizou uma pesquisa de satisfação com todos os clientes que compraram um 
de seus produtos. Cada entrevistado dá uma nota de 0 a 4 ao produto. Com base nos dados da 
tabela apresentada, julgue os itens subsequentes. 
33. A distribuição de X é assimétrica, apesar de a média e a mediana serem iguais. 
Gabarito: Certo 
Comentários: Claramente a distribuição não é simétrica em torno da média. Basta observar que o 
número 3 tem frequência 0 enquanto o número 1 tem frequência 0,2. 
Vamos agora verificar se a média e a mediana são iguais. 
Para calcular a média, devemos multiplicar cada valor pela respectiva frequência. Como as frequências 
são relativas, basta somar os valores obtidos (não precisamos dividir pela soma das frequências, pois 
a soma das frequências relativasé sempre igual a 1). 
𝑥 = 0 × 0,1 + 1 × 0,2 + 2 × 0,5 + 3 × 0,0 + 4 × 0,2 
 
𝑥 = 2 
Vamos agora calcular a mediana. 
Observe que 10% dos valores são iguais a 0 e 20% dos valores são iguais a 1. Precisamos de mais 20% 
de observações para chegar na mediana. 
Como 50% dos valores são iguais a 2, é no número 2 que atingiremos o patamar de 50%. Logo, a 
mediana é 2. 
Temos uma distribuição que possui 𝑀é𝑑𝑖𝑎 = 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑎𝑛𝑎 = 𝑀𝑜𝑑𝑎, mas a distribuição não é simétrica. 
34. A amplitude total da distribuição é igual a 5, pois há cinco valores possíveis para a variável X. 
Gabarito: Errado 
Comentários: A amplitude total é a diferença entre o maior elemento e o menor elemento. 
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𝐴𝑡 = 4− 0 = 4 
O valor da amplitude total está errado e a justificativa também. 
35. A moda da distribuição de X é igual a 4, pois essa é a maior nota que um cliente pode dar ao 
produto. 
Gabarito: Errado 
Comentários: A moda é o termo que possui a maior frequência. A moda é 2 porque possui a maior 
frequência (0,5). O 
36. A mediana da distribuição das notas registradas é igual a 2. 
Gabarito: Certo 
Comentários: Já calculamos a mediana, que é igual a 2. 
37. O desvio quartílico é igual a 0,5. 
Gabarito: Certo 
Comentários: O desvio quartílico é dado por 
𝑄3−𝑄1
2
, em que 𝑄3 e 𝑄1 são os quartis (terceiro e primeiro). 
Observe a tabela com a frequência acumulada. 
Nota (X) Frequência Relativa Frequência 
Acumulada 
0 0,1 = 10% 10% 
1 0,2 = 20% 30% 
2 0,5 = 50% 80% 
3 0,0 = 0% 80% 
4 0,2 = 20% 100% 
Total 1,0 = 100% 
 
Observe que o patamar de 25% foi ultrapassado em X = 1. Logo, o primeiro quartil é igual a 1. 
O patamar de 75% foi ultrapassado em X = 2. Logo, o terceiro quartil é igual a 2. 
Portanto, o desvio quartílico é igual a 
 
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𝐷𝑞 =
2− 1
2
=
1
2
= 0,5 
 
No registro das quantidades de animais de estimação de 400 famílias, verificaram-se os valores 
mostrados na tabela a seguir. 
Quantidade de 
animais de 
estimação 
0 1 2 3 4 
Quantidade de 
famílias 
75 150 100 50 25 
 
Com base nas informações acima, julgue os itens a seguir. 
38. O número médio de animais de estimação por família é inferior a 2. 
Gabarito: Certo 
Comentário: 
�̅� =
0 × 75 + 1× 150 + 2 × 100 + 3 × 50 + 4× 25
400
=
600
400
= 1,5 
 
39. O número mediano de animais de estimação por família é superior a 2. 
Gabarito: Errado 
Comentário: Como são 400 famílias, devemos buscar os dois termos centrais, que são os termos de 
posição 200 e 201. 
Observe que há 75 famílias com nenhum animal de estimação e 150 famílias com 1 animal de 
estimação. Assim, 
𝑥200 = 𝑥201 = 1 
Logo, 
𝑀𝑑 =
𝑥200 + 𝑥201
2
=
1 + 1
2
= 1 
 
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Com relação à definição das medidas de tendência central e de variabilidade dos dados em uma 
estatística, julgue os itens a seguir. 
40. A moda representa o centro da distribuição, é o valor que divide a amostra ao meio. 
Gabarito: Errado 
Comentários: Está errada, pois é a mediana que divide a amostra ao meio. 
41. A amplitude total, ou range, é uma medida de tendência central pouco afetada pelos valores 
extremos. 
Gabarito: Errado 
Comentários: A amplitude total é uma medida de dispersão e não uma medida de tendência central. 
Além disso, ela é totalmente influenciada por valores extremos, já que ela é calculada como a diferença 
entre o maior elemento e o menor elemento. 
Como o objetivo de analisar o rendimento dos alunos de um curso, um exame foi realizado e 
uma amostra aleatória com as notas de seis alunos apresentou os seguintes resultados: 8,10; 
8,32; 8,12; 8,22; 7,99; 8,31, 
Julgue o item a seguir, relativo a esses dados. 
42. O valor médio das notas dos alunos presentes na amostra foi superior a 8. 
Gabarito: Certo 
Comentário: Observe que todos os números são maiores do que 8 e apenas um termo é um pouquinho 
abaixo de 8. A média certamente será superior a 8. O primeiro item está certo. Se quiser o cálculo: 
𝑋 =
8,10 + 8,32 + 8,12 + 8,22 + 7,99 + 8,31
6
≅ 8,17 
 
 
 
 
 
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Ao terminar um atendimento com um colaborador do Estratégia, o aluno faz uma avaliação 
sobre o desempenho do colaborador com uma nota que varia de 0 a 5. O indicador de 
desempenho X permite avaliar a qualidade do atendimento. A tabela a seguir mostra a sua 
distribuição mediante estudo amostral feito por uma agência de pesquisa. A tabela apresenta 
estatísticas descritivas referentes a essa distribuição. 
Média amostral 3,98 
Desvio padrão amostral 0,74 
Primeiro quartil 3,6 
Segundo quartil 4,35 
Terceiro quartil 4,5 
Mínimo 2 
Máximo 5 
 
Com base nessas informações, julgue os itens a seguir. 
43. O coeficiente de variação é superior a 20%. 
Gabarito: Errado 
Comentários: O coeficiente de variação é o quociente do desvio padrão pela média. 
0,74
3,98
≅ 0,1859 ≅ 18,6% 
 
44. O intervalo interquartílico é inferior a 1. 
Gabarito: Certo 
Comentários: O intervalo interquartílico é a diferença entre o terceiro quartil e o primeiro quartil. 
𝑄3 −𝑄1 = 4,5 − 3,6 = 0,9 
 
45. X representa uma variável qualitativa ordinal. 
Gabarito: Errado 
Comentários: A variável X é quantitativa e não qualitativa. 
 
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