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REGULAÇÃO DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE

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REGULAÇÃO DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE 
EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE 
O gás carbônico é o componente mais importante na 
regulação do equilíbrio ácido-base do organismo, isso 
torna o pulmão um órgão fundamental para regulação 
dos parâmetros de PH do corpo. 
O pulmão elimina por dia cerca de 10.000 mEq de ácido 
carbônico do organismo, a fim de manter o equilíbrio e 
homeostase corporal. Os rins também contribuem 
para eliminação de compostos ácidos, ainda que em 
menores proporções que o pulmão e o mecanismo 
ventilatório. 
O CO2 age de maneira indireta no equilíbrio ácido-base 
ainda que seja o composto inicial para a formação de 
um íon H+ fundamental na determinação do PH do 
organismo. O PH matematicamente falando é uma 
expressão logarítmica inversa da concentração do íon 
H+. Ou seja, quanto menor a concentração de H+ no 
corpo humano, maior é o PH, quanto maior for essa 
concentração, menor será o PH e mais ácido o meio. 
O PH sanguíneo é classificado como neutro, mais ou 
menos entre 7,35-7,45. Para manutenção desse PH nos 
valores neutros é essencial que a concentração do íon 
H+ seja mantida com o máximo de constância possível 
e o organismo é suprido de uma série de mecanismos, 
principalmente pulmonares, que evitam variações na 
concentração desse íon. 
PH E SOLUÇÃO DE CO2 
O CO2 ao entrar em contato com a H20 sofre uma 
hidratação que dará como produto principal o ácido 
carbônico (H2CO3). Esse ácido é extremamente solúvel 
e instável, logo, sofre rapidamente um processo de 
ionização gerando H+ e HCO3- a partir da reação: 
H2CO3 = H+ + HCO3-. 
O H+ como já dito será responsável por alterar o PH do 
sangue, gerado a partir da reação inicial do CO2 com a 
água e posteriormente da ionização do ácido carbônico 
formado da hidratação do gás carbônico. Já o HCO3- 
ou bicarbonato é responsável pelo caráter básico e 
antagônico do H+, aumentando o PH em maiores 
concentrações que o íon H+. 
 
Segundo o princípio químico de Le Chantelier quando 
o nível de CO2 diminui, a reação se desloca para a 
esquerda, diminuindo os níveis de H+. Ou seja, a 
diminuição da pressão parcial de CO2 faz com que o 
nível de H+ diminuía, e consequentemente o PH se 
eleve, tornando o meio menos ácido. O caminho 
inverso também é verdadeiro. O HCO3- exerce os 
mesmos efeitos do que o H+, segundo Le Chantelier. 
A equação de Henderson-Hasselbach é responsável 
por calcular o PH sanguíneo baseado na pressão de 
CO2 e na concentração de HCO3-. O CO2 como já dito 
atua de maneira inversamente proporcional ao PH, já 
os níveis de HCO3- são diretamente proporcionais aos 
valores de PH sanguíneo. 
 
SISTEMA TAMPÃO 
O sistema tampão, ou melhor, os sistemas tampão são 
mecanismos regulatórios desenvolvidos pelo corpo na 
tentativa de manter os valores de PH dentro da faixa 
normal de variação, evitando tanto casos de acidose 
como casos de alcalose. 
O primeiro sistema tampão são os líquidos corporais 
principalmente a hemoglobina responsável por se ligar 
ao H+ formando o complexo HHb e diminuindo os 
quadros de acidose. Assim como o íon bicarbonato que 
é o principal componente sanguíneo básico que se liga 
ao H+, neutralizando esse íon e formando o H2CO3. 
Os pulmões são o principal mecanismos regulatório 
dos valores de PH sanguíneo, a partir da mecânica 
ventilatória elimina o CO2 do sangue, dependendo da 
necessidade, de maneira mais rápida ou de maneira 
mais lenta (hiperventilaçao/hipoventilação). 
O último mecanismo regulatório tampão são os rins, 
essenciais na eliminação dos componentes em excesso 
no sangue. Por exemplo, em casos de acidose os rins 
eliminam maior quantidade de H+ produzindo uma 
urina mais ácida. Em casos de alcalose sanguínea os 
rins eliminam maior quantidade de HCO3- formando 
uma urina mais alcalina. 
 
Portanto, o organismo possui assim como no sistema 
cardiovascular, mecanismos regulatórios dos valores 
de PH. Os líquidos corporais como a Hb e o HCO3- são 
fundamentais, os pulmões e os rins atuam na 
eliminação dos compostos em excesso. 
GASOMETRIA ARTERIAL 
Como o próprio nome já diz, o exame de gasometria 
arterial avalia clinicamente os volumes de gases no 
sangue arterial. Os principais parâmetros medidos pela 
gasometria arterial são: pressão parcial de O2, pressão 
parcial de CO2, o PH do sangue e a concentração do íon 
bicarbonato (HCO3-). 
Atualmente, muitos outros parâmetros também são 
identificados pela gasometria arterial como os níveis 
de glicose no sangue, as concentrações iônica de cálcio 
cloro, sódio e potássio no sangue. 
É um tipo de exame que pode indicar vários problemas 
relacionados ao sistema tampão, problemas pulmonar 
e de eliminação renal. Além de indicar quadros de 
alcalose e acidose sanguínea. 
DISTÚRBIOS NO PH SANGUÍNEO 
O PH sanguíneo é uma medida relacionada aos valores 
de concentração do íon H+, com valores normais de 
7,35 – 7,45. Valores abaixo de 7,35 determinamos um 
meio ácido, valores acima de 7,45 determinamos um 
meio básico ou alcalino. 
Os distúrbios do PH podem resultar em dois quadros 
específicos já citados: quando o PH diminui temos um 
quadro de acidose. Quando o PH aumenta seu valor 
temos um quadro conhecido como alcalose. 
Existem duas possíveis causas de mudanças no PH, 
tanto responsável por gerar quadros de alcalose como 
quadros de acidose. Essas duas causas podem ser ou 
metabólicas relacionadas ao metabolismo renal ou 
causa respiratória relacionada ao mecanismo dos 
pulmões ou podem ocorrer simultaneamente. 
 
MACETE: os valores de normalidade do PH são 7,35 – 
7,45, os valores da pressão parcial de CO2 são as casas 
decimais dos valores de PH: 35 – 45 mmHg. 
Outros valores como a concentração do íon HCO3- 
varia de 22 – 26 mEq/L. Outro valor de referência é o 
BE que indica quando existe o excesso ou a falta de 
base, podendo variar de +2 (muita base) até -2 que 
indica pouca base. 
ACIDOSE RESPIRATÓRIA 
A acidose respiratória como o próprio nome já diz é 
uma queda nos valores de PH em virtude de problemas 
relacionados ao metabolismo pulmonar ventilatório 
que leva ao acumulo de CO2 no sangue. 
A hipoventilação é a principal causa de acidose 
respiratória e pode ser fruto de inúmeros fatores como 
depressões dos centros de controle respiratório, 
restrição pulmonar, restrição da parede torácica, 
pneumopatias e obstrução das vias aéreas (DPOC). 
Em quadros de hipoventilação, ocorre o acumulo de 
CO2 no sangue já que esse gás está sendo expirado em 
uma velocidade menor do que a normal. O acumulo de 
CO2 leva ao aumento da pressão parcial desse gás no 
sangue. 
O CO2 se liga com a H20 e forma o ácido carbônico ou 
H2CO3 que irá facilmente se ionizar e produzir dois 
compostos iônicos: H+ e HCO3-. O H+ é responsável 
por diminuir o PH sanguíneo conforme aumenta sua 
concentração, gerando quadro de acidose respiratória. 
Na tentativa de controlar a acidose respiratória, os rins 
atuam eliminando os compostos mais ácidos como 
amônia e derivados de ácido fosfórico. Além disso, 
atua reabsorvendo mais HCO3- nos túbulos renais a 
fim de tentar neutralizar o excesso de H+ no sangue. 
 
ALCALOSE RESPIRATÓRIA 
O próprio nome já diz é processo antagônico a acidose 
respiratória, ou seja, envolve necessariamente algum 
distúrbio respiratório que vem acarretar na diminuição 
dos níveis de CO2 no organismo, assim como quedas 
na pressão parcial desse gás. 
Por ser uma alcalose de causa respiratória, alterações 
na dinâmica da ventilação são encontradas. Da mesma 
maneira que a acidose ocorria devido a hipoventilação, 
a alcalose ocorre devido a hiperventilaçao em que o 
CO2 é eliminado excessivamente, diminuindo os níveis 
de H+ pelo mesmo mecanismo de Le Chantelier e logo 
promovendo o aumento do PH sanguíneo. 
Como causas da hiperventilaçao temos altitudes mais 
elevadas (devido a menor disponibilidade de oxigênio 
o organismo tenta compensar esse déficit aumentando 
a ventilação e FR. Outras causas como psiconeurose, 
febre e ventilação excessiva causam hiperventilaçao.Na tentativa de controlar a alcalose provocada pelo 
sistema pulmonar, os rins começam a eliminar uma 
urina básica, secretando mais bicarbonato na urina e 
logo, diminuindo a alcalose. 
 
ACIDOSE METABÓLICA 
Quando se fala em acidose metabólica, a causa está 
diretamente relacionado aos rins e não mais aos 
pulmões. Assim como, o principal parametro de 
medição é a concentração de bicarbonato (HCO3-) e 
não mais as pressões parciais de CO2. 
Partindo da fórmula química: H2CO3 = H+ + HCO3- e se 
baseando no principio de Le Chantelier, quando os 
niveis de HCO3- diminuem, a reação se desloca para a 
direita, produzindo mais HCO3- e mais ainda H+. Esse 
aumento dos valores de H+ fazem com que o PH do 
sangue diminua, caracterizando um quadro de acidose 
metabólica. 
As causas principais para alteração das concentrações 
de HCO3- são: vomito de conteudo intestinal, acidose 
lática, cetoacidose diabética e disfunção renal (menos 
HCO3- é reabsorvido nos túbulos). 
Na tentativa de controlar o quadro de acidose causada 
principalmente por disturbios renais, os pulmões tenta 
adotar mecanismos como aumento da FR a fim de 
eliminar mais CO2 (hiperventilação). Pelo próprio 
mecanismo de Le Chantelier, a diminuição dos niveis 
de CO2 fazem com que a reação se desloque para o 
lado esquerdo, aumentando a produção de CO2 e logo 
consumindo mais H+ e HCO3-, reduzindo os valores de 
concentração de H+ e aumentando o PH a partir de 
uma alcalose respiratória. 
 
ALCALOSE METABÓLICA 
A alcalose metabólica é exatemente oposto da acidose 
metabólica. Nessas situações ocorre o aumento dos 
niveis da concentração do HCO3- no sangue. Seguindo 
a mesma lógica, pelo princípio de Le Chantelier citado 
a reação: H2CO3 = H+ + HCO3- se desloca para o lado 
esquerdo, devido ao aumento de HCO3-, consumindo 
o excesso como também o H+. 
A diminuição dos níveis de H+ fazem com que o PH do 
sangue aumente, levando posteriormente um quadro 
de alcalose metabólica. As principais causas para o 
aumento da concentração de HCO3- são: ingestão de 
álcalis excessivamente (tratamento de gastrite), êmese 
que provoca diminuição do conteúdo gástrico (HCl) e 
diuréticos que provocam reabsorção distal de sódio 
pois eliminam o H+. 
Os pulmões liberam mecanismos regulatórios a fim de 
diminuir o quadro de alcalose, para isso a FR diminui 
para que ocorra um acúmulo maior de CO2 no sangue 
que irá gerar um aumento da concentração de H+ a 
partir da reação de hidratatação e consequentemente 
na ionização do H2CO3 que irá produzir o H+. 
O aumento nos níveis de H+ fazem com que o PH do 
sangue diminua, devido a acidose respiratória que irá 
tentar compensar o quadro de alcalose metabólica.

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