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Repristinação Constitucional

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Constitucional II 
@piluladc 
Repristinação 
Constitucional 
 
 
 
Recepção Constitucional 
4º e último fenômeno 
Derivado da nova constituição, sempre 
olhando de agora pra trás, comparo 
versus a lei anterior. 
 
Definição 
É o fenômeno pelo qual a nova consti-
tuição revalida o ordenamento jurídico 
infraconstitucional anterior revogado 
pela constituição pretérita. 
 
É a mesma lógica da repristinação das 
leis. A Lei A é revogada pela lei B, que 
é a revogadora, e aí vem a Lei C que 
revoga a Lei B, portanto tornando a Lei 
A válida novamente. 
 
Sendo que A veio antes de B que veio 
antes de C e todas tratam da mesma 
matéria. 
 
Como REGRA, a lei A não volta a vigo-
rar, mas pode voltar se tiver expresso 
quanto a isso. 
 
A diferença é que são duas constitui-
ções e uma lei. Lei A revogada pela 
Constituição A, que por sua vez foi re-
vogada pela Constituição B. 
 
Exemplo: Lei A de pena de morte de 66 
vedava a pena de morte, aí veio a 
Constituição de 67 que revogou essa lei 
de 66 e permitiu a pena de morte (su-
pondo). 
 
Resolvo esse fenômeno pela teoria da 
recepção constitucional, se a lei for 
compatível é recepcionada, e se não for 
não é recepcionada, então ela é revo-
gada nesse exemplo. 
 
Constituição de 88 veio, e entre as 
constituições temos o fenômeno da ab 
rogação, que faz com que a constitui-
ção pretérita desapareça. 
 
Mas, no exemplo, se a de 88 faz com 
que a de 67 desapareça, isso significa 
que a Lei A de 66 pode voltar a valer, se 
ela for compatível com a constituição 
de 88, e for recepcionada, se for ex-
pressamente dito isso. 
 
Não é automático, PODE determinar a 
repristinação. Exige determinação ex-
pressa da nova constituição. 
 
Exemplo: Art 75 do ADCT 
“Art. 75. É prorrogada, por trinta e seis 
meses, a cobrança da contribuição 
provisória sobre movimentação ou 
transmissão de valores e de créditos e 
direitos de natureza financeira de que 
trata o art. 74, instituída pela Lei nº 
9.311, de 24 de outubro de 1996 , mo-
dificada pela Lei nº 9.539, de 12 de de-
zembro de 1997 , cuja vigência é tam-
bém prorrogada por idêntico prazo.” 
 
Decisão do STF, ADI 2031 
"Repristinação das leis ns 9311/96 e 
9539/97, sendo irrelevante o desajuste 
gramatical representado pela utilização 
Constitucional II 
@piluladc 
do vocábulo "prorrogada" no caput do 
Art 75 do ADCT, a revelar objetivo de 
repristinação de leis temporárias, não 
vedada pela Constituição." 
 
Na prorrogação, a norma estava produ-
zindo efeitos ainda. Então isso não era 
prorrogação, porque ela estava revo-
gada. Foi um ajuste técnico na lingua-
gem. 
 
Evitar a confusão entre repristinação 
constitucional e efeito repristinatório. 
 
Quem revalida a norma é a Constituição 
Federal, de modo expresso, e que não 
é a mesma coisa que efeito repristina-
tório, que deriva de decisão judicial. 
 
Lei 9868/99 - Lei de controle de cons-
titucionalidade. Art 11 par 2o 
“Art. 11. Concedida a medida 
cautelar, o Supremo Tribunal Federal 
fará publicar em seção especial do Di-
ário Oficial da União e do Diário da Jus-
tiça da União a parte dispositiva da de-
cisão, no prazo de dez dias, devendo 
solicitar as informações à autoridade da 
qual tiver emanado o ato, observando-
se, no que couber, o procedimento es-
tabelecido na Seção I deste Capítulo. 
§ 1o A medida cautelar, dotada de 
eficácia contra todos, será concedida 
com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal 
entender que deva conceder-lhe eficá-
cia retroativa. 
§ 2o A concessão da medida 
cautelar torna aplicável a legislação an-
terior acaso existente, salvo expressa 
manifestação em sentido contrário.” 
 
Uma lei posterior à 88, que seja incom-
patível com a nova constituição -> 
controle de constitucionalidade, a lei é 
inconstitucional. 
 
Ajuizamento de uma ADI, questionando 
a compatibilidade entre a lei posterior e 
a CF. 
 
Se o Supremo declara a inconstitucio-
nalidade dessa lei, ela passa a não pro-
duzir efeitos, mas, se essa é a Lei B e 
existia uma Lei A que a Lei B tinha re-
vogado, a lei A volta a vigorar, por força 
de decisão judicial. I 
 
Isso é efeito repristinatório/repristinador 
também. 
 
Autor que trata dessa distinção: Pedro 
Lenza

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