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Fratura de órbita

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Fratura de órbita 
 
Homem, 36 anos, deu entrada no serviço de emergência vítima de acidente automobilístico. 
Relatava "dor intensa no rosto. O exame físico evidenciou equimose periorbital e perda do 
contorno da face à esquerda (Figuras abaixo). Foi realizada TC com reconstrução, 
evidenciando fratura da órbita esquerda, confirmando diagnóstico de fratura de face. 
Posteriormente, foi realizada cirurgia com redução interna da fratura. Evoluiu 
satisfatoriamente após 6 meses de acompanhamento ambulatorial. 
 
lmagem com aparente perda do contorno da face, à esquerda (linha tracejada). Observa-se 
olho esquerdo menor que o direito, devido ao afundamento da órbita ipsilateral. Imagem de 
equimose periorbital com perda do contorno facial associada a fratura de órbita esquerda 
(linha tracejada). 
 
Imagem de TC com reconstrução em 3·0 identificando o padrão da fratura (linhas). 
1. Cite os ossos que compõem o esqueleto facial e suas relações com a estrutura da órbita. 
Descreva o conteúdo da órbita. 
Os ossos que compõem o esqueleto facial são 15 e podem ser divididos em ossos pares 
- maxilar, zigomático, palatino, nasal, lacrimal, concha nasal inferior - e ossos ímpares - 
vômer, mandíbula, etmóide. 
Relação dos ossos da face com a órbita: a parede superior é formada pelos ossos 
frontal e esfenóide; a parede medial pelo etmóide, esfenóide, lacrimal e frontal; a parede 
inferior ou assoalho pela maxila, zigomático e palatino; a parede lateral pelo processo frontal 
do zigomático e asa maior do esfenóide. O ápice da órbita fica no canal óptico, formado pela 
asa menor do esfenóide. 
Conteúdo da órbita: Na órbita estão inseridos o bulbo do olho e as estruturas acessórias da 
visão como: pálpebras, músculos extraoculares, nervo óptico, vasos e o aparelho lacrimal. 
 
2. As fraturas do esqueleto facial são classificadas por Le Fort como tipos I, II e III, 
considerando os ossos acometidos. Descreva sucintamente o trajeto ósseo de cada uma 
dessas fraturas faciais. A fratura relatada no caso se encaixa em alguma dessas 
classificações? 
 Fratura Le Fort I: uma grande variedade de fraturas horizontais da maxila, que seguem 
superiormente ao processo alveolar maxilar, cruza o septo nasal ósseo e possivelmente 
as lâminas do processo pterigoide do esfenoide. 
 Fratura Le Fort II: segue das partes posterolaterais dos seios maxilares (cavidades nas 
maxilas) em sentido superomedial através dos forames infraorbitais, lacrimais e 
etmoides até a ponte do nariz. Assim, toda a parte central da face, inclusive o palato 
duro e os processos alveolares, é separada do restante do crânio. 
 Fratura Le Fort III: fratura horizontal que atravessa as fissuras orbitais superiores, o 
etmoide e os ossos nasais, e segue em direção lateral através das asas maiores do 
esfenoide e das suturas frontozigomáticas. A fratura concomitante dos arcos zigomáticos 
separa a maxila e os zigomáticos do restante do crânio. 
Se considerarmos a possibilidade de uma fratura Le Fort, poderia ser a tipo II. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Osso_frontal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Osso_esfen%C3%B3ide
https://pt.wikipedia.org/wiki/Osso_etm%C3%B3ide
https://pt.wikipedia.org/wiki/Osso_lacrimal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maxila
https://pt.wikipedia.org/wiki/Osso_zigom%C3%A1tico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Osso_palatino
Contudo, a fratura relatada no caso não se encaixa nessa classificação, pois todas as Le 
Fort são bilaterais, atravessando a face, ao passo que a do caso é unilateral, podendo ser uma 
fratura órbito zigomática. 
 
3. Quais as cavidades e outras estruturas da face/crânio podem ser acometidas em 
fraturas da órbita. Explique do ponto de vista anatômico este envolvimento. 
Fraturas envolvendo a cavidade orbitária podem ter comunicação com a cavidade 
média da base do crânio, seio frontal, cavidade nasal ou seio maxilar. 
 Fraturas da órbita resultam em hemorragia intraorbital, que exerce pressão sobre o bulbo do 
olho, causando exoftalmia (protrusão do bulbo do olho). Qualquer traumatismo do olho pode 
afetar estruturas adjacentes — por exemplo, sangramento para o seio maxilar, deslocamento 
dos dentes maxilares e fratura dos ossos nasais resultando em hemorragia, obstrução das vias 
respiratórias e infecção que poderia se disseminar para o seio cavernoso através da veia 
oftálmica. 
FRATURAS INTRA-SINUSAIS (BLOWOUT): Estas fraturas ocorrem basicamente 
após grandes traumas sobre a região da órbita ou zigomático. Os fragmentos ósseos e tecidos 
moles invaginam-se para o seio maxilar, ficando suspensos pela mucosa sinusal ou pelo 
próprio periósteo, de uma forma desordenada. FRATURAS INTRA-ORBITÁRIAS (BLOW-
IN) : São fraturas pouco comuns e surgem basicamente após grandes impactos sobre o 
zigomático no sentido caudo-cranial ou de verdadeiras implosões sinusais (ex: um pneu que 
estoura próximo à face, onde o ar vai penetrar sob pressão os seios maxilares, através das 
narinas). 
 
 
No casos acima, após estabilização do paciente foi percebido que o paciente apresentava 
dificuldade para abrir a boca e (figura ao lado) a radiografia com incidência PA de crânio 
(zoom da região mandibular), observou-se com solução de continuidade em região de ramo 
mandibular direito (linha tracejada). A radiografia evidenciou fratura sem desvio do ramo 
mandibular direito. Foi encaminhado para avaliação e tratamento pela cirurgia 
bucomaxilofacial. 
 
4. A fratura local levou à incapacidade de mexer com a boca, afetando a função da 
musculatura da mastigação. Descreva a musculatura envolvida com a mastigação (ações). 
Músculos da mastigação: Masseter participa dos movimentos de elevação e retrusão 
da mandíbula (fecha a boca e retrai o mento); Temporal participa dos movimentos de 
elevação e retrusão da mandíbula; Pterigoideo lateral atua na protrusão e depressão da 
mandíbula (abre a boca) contra a resistência ou em um movimento súbito; Pterigoideo medial 
atua na elevação e na protrusão. Os movimentos laterais (de rangido de dente) são realizados 
pela contração unilateral dos músculos, sendo que Temporal e Masseter atuam em movimento 
ipsilateral à contração, enquanto os Pterigoideos atuam em movimentos contralaterais à sua 
contração. 
 
 
5. Pela inserção dessa musculatura na mandíbula, justifique a ausência de desvio da 
fratura neste caso. 
A fratura não apresentou desvio por sua localização no ramo da mandíbula, que recebe 
inserção lateralmente do músculo masseter e medialmente do músculo pterigoideo medial. 
 
6. Qual nervo poderia ser anestesiado para proporcionar alívio da dor na área da 
mandíbula. Descreva a anatomia deste nervo e como pode ser localizado para que se aplique 
o anestésico? 
O nervo mandibular se forma no gânglio trigeminal (do nervo trigêmeo, originado na 
face lateral da ponte do mesencéfalo) próximo ao forame oval, por onde emerge do 
crânio na fossa infratemporal, dando origem aos seus ramos, os nervos bucal (que 
transita entre o músculo pterigoideo lateral), o nervo auriculo-temporal (que segue 
posterior e emerge posteriormente à ATM) e o nervo alveolar inferior (que segue 
posterior ao ramo da mandíbula e penetra no forame mandibular). O bloqueio do N. 
mandibular é feito na fossa infratemporal por injeção na incisura mandibular do 
ramo da mandíbula, que geralmente anestesia os ramos sensitivos (bucal, auriculo-
temporal e o nervo alveolar inferior).

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