Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
0 POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DA PARAÍBA CENTRO DE EDUCAÇÃO ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO CABO BRANCO CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO DE BUSCA E SALVAMENTO COM CÃES NO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DA PARAÍBA. GÊNESSON JOSÉ DA SILVA. MÁRIO GERMANO ESTELITA LINS. JOÃO PESSOA / PB 2012 1 GÊNESSON JOSÉ DA SILVA. MÁRIO GERMANO ESTELITA LINS. IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO DE BUSCA E SALVAMENTO COM CÃES NO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DA PARAÍBA. Trabalho apresentado no Curso de Formação de Oficiais da Academia de Policia Militar do Cabo Branco, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Engenheiro de Combate a Incêndio e Pânico. JOÃO PESSOA / PB 2012 2 Dedico este trabalho aos Oficiais Superiores do CBMPB TC Vilmar e Maj. Almir por serem os pioneiros da idealização deste projeto no Corpo de Bombeiros da Paraíba nos dando inspiração para prosseguir na busca deste ideal. 3 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por ter me capacitado ao longo desses três anos, ter me surpreendido e me dado vitórias, foram anos de experiência e amadurecimento. Agradeço aos meus pais Genildo e Jaidete,minha namorada, família e amigos por acreditar no meu potencial,acreditar que esse momento seria possível,às igrejas Assembléias de Deus e ao meu pastor por orarem por mim.A família CFO,com vocês aprendi,me alegrei,compartilhei momentos de extrema alegria,descontração e momentos também de tristeza e pesar.Aos eternos amigos do Grupo Operacional de Trabalhos de Ultima Hora: Kunze, Matias, Germano e Reis,conseguimos pagar nossa etapa e a missão saiu a contento.A todos os “cachorreiros” espalhados pelo Brasil,que cumprem a missão de Vidas alheias e riquezas salvar. Gênesson José da Silva. Agradeço primeiramente a Deus que me deu coragem para continuar quando por vezes tudo parecia não dar certo. Aquele que me deu pessoas para cuidarem de mim, pois sem eles eu não conseguiria. Agradeço aos meus pais Sarah e Germano pelo dom da vida, pelos valores repassados, direto ou indiretamente. Com seu coração enorme nunca me negou nenhum pedido. Ao meu irmão querido, por estar sempre ao meu lado nos momentos de solidão, mesmo estando tão longe de mim. Aos meus amigos que entenderam minha ausência sempre me apoiando: Leonardo, Débora, Eduardo, Carol, Gueibson, Silva Neto, Eduardo Silva, Ranulfo, Luciana, Dona Lourdes e Seu Geraldo que me acolheram como se um filho deles eu fosse. Sinceros agradecimentos! A minha amada mãe que mesmo ao meio das dificuldades me apoiou na construção deste sonho, de ser um Oficial do Corpo de Bombeiros da Paraíba. Agradeço a todos meus amigos conquistados aqui no CFO, já que sem eles cada dia vivido seria mais triste e solitário, em especial: Gênesson, Reis, Kunze, Matias e Campello que juntos tornaram o melhor grupo de trabalho que já existiu nesta Academia de Policia, todos ficarão para sempre em meu coração e em minhas lembranças. Mário Germano Estelita Lins. 4 “De todos os animais que conhecemos, o cão é o que mais uniu a nós. Para o cão o tempo parou. A sua alma, incólume ao século nervoso das bombas atômicas e viagens interplanetárias, não conhece nem malícia nem falsidade. Com a mesma alegria natural, ele nos acompanha na chuva torrencial e no forte calor: sempre o amigo mais fiel do homem.” Théo Gygas 5 RESUMO Este trabalho monográfico tem por finalidade reforçar a viabilidade de implantação do serviço de busca e resgate com cães, mostrando como esse tem sido feito em outras corporações. Essa pesquisa foi de natureza exploratória tendo em vista o escasso material disponível sobre o tema e esse tipo de serviço ser ainda recente nas corporações bombeiro militares do Brasil. Foram pesquisas bibliográficas referentes à história e origem do salvamento com cães, suas raças e tipos de trabalho prestado às corporações militares. Foi destacado com maior relevância a possibilidade de implantação do serviço de resgate com cães, tomando por base o sucesso de outras corporações na implementação desse tipo de emprego, as principais raças, o treinamento das equipes, os cursos operacionais voltados para a área. Finalmente, foi levantado subsídio bastante sólido para servir de base na possível implantação do serviço de resgate e salvamento com cães no Estado da Paraíba. PALAVRAS-CHAVE: Resgate; Salvamento; Implantação; Treinamento. 6 ABSTRACT This monograph is intended to enhance the feasibility of deploying the service search and rescue dogs, showing how this has been done in other corporations. This research was exploratory in nature in view of the scarce material available on the subject and this type of service is still recent in Brazil's military firefighter corporations. Literature searches was related to the history and origin with rescue dogs, their breeds and types of work performed at military corporations. It was highlighted with the possibility of greater relevance deployment of service-rescue dogs, based on the success of other corporations in implementing this type of employment, major races, team training, operational courses aimed at the area. Finally, allowance was raised pretty solid to base the possible deployment of the rescue service and rescue dogs in the state of Paraiba. KEYWORDS: Redemption;Rescue; Deployment; Training. 7 LISTA DE FIGURAS FIGURA 01: Prometeu leva fogo para a humanidade, tela de 1817 ........................ 15 FIGURA 02: Guarnição de busca e salvamento trabalhando durante enchente em João Pessoa, 2011 ................................................................................................... 17 FIGURA 03: Modelo de Garateia usada no Corpo de Bombeiros ........................... 20 FIGURA 04: Representação do Ancestral mais antigo dos canídeos ...................... 23 FIGURA 05: Representação da Anatomia Canina ................................................... 24 FIGURA 06: Representação da Anatomia externa de um Labrador ........................ 25 FIGURA 07: Representação de Aprumos e Jarretes de um Cão ............................. 26 FIGURA 08: Esquema do Olho de um Canídeo ....................................................... 28 FIGURA 09: Descrição do Pavilhão Auditivo de um Cão ......................................... 29 FIGURA 10: Nariz de um Labrador .......................................................................... 31 FIGURA 11: Red, Labrador que atuou em buscas no 11 de setembro de 2001 ..... 37 FIGURA 12: Zandor, cão de resgate do CBMRJ ..................................................... 38 FIGURA 13: Imagem de um Border Collie....... ........................................................ 42 8 LISTA DE QUADROS QUADRO 01: Demonstrativo da Classificação Científica e Genealogia do Cão.......22 QUADRO 02: Demonstrativo dos Órgãos Internos do Cão.......................................26 QUADRO 03: Classificação das raças de acordo com a FCI e CBKC..................... 34 9 LISTA DE SIGLAS CBKC – Confederação Brasileira de Cinofília. CBMPB – Corpo de Bombeiros Militar do Estado da Paraíba CIOP– Centro Integrado De Operações Policiais ECOS - Emprego de Cães em Operações de Salvamento FCI – Federation Cynologique Internationale – Federação Internacional de Cinofília. KCPB – Kennel Clube do Estado da Paraíba. MTB – Manual Técnico de Bombeiros. WTC –World Trade Center. 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12 1.1 OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 14 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................................... 14 1.2 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS .................................................... 14 2 PRNCIPAIS OCORRÊNCIAS DO CBMPB ............................................................ 15 2.1 HISTÓRIA DO BOMBEIRO ......................................................................... 15 2.1.1 Missão constitucional do Bombeiro Militar ................................. 17 2.2 Enchentes e inundações .......................................................................... 18 2.2.1 Problemas gerados pelas enchentes ............................................... 19 2.2.2 Locais prejudicados ...................................................................... 20 2.3 Vítimas perdidas em matas ..................................................................... 20 2.4 Busca em escombros .............................................................................. 20 2.5 Busca em cadáver .................................................................................... 20 3 OS CÃES E SUA UTILIDADE PARA OS HOMENS ........................... ..................22 3.1 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DOS CÃES DE RESGATE ................................ 22 3.2 ANATOMA E FISIOLOGIA CANINA ..........................................................24 3.2.1 Anatomia ......................................................................................... 24 3.2.2 Fisiologia......................................................................................... 27 3.2.2.1 Visão ..................................................................................... 27 3.2.2.2 Audição................................................................................29 3.2.2.3 Tato.......................................................................................30 3.2.2.4 Paladar.................................................................................31 3.2.2.5 Olfato....................................................................................31 3.3 OS CÃES DE RESGATE ............................................................................ 33 3.3.1 Raças de cães ................................................................................. 33 3.3.2 Principais raças usadas no serviço de resgate ........................... 37 3.3.2.1 Labrador Retriever ................................................................ 37 3.3.2.2 Pastor Alemão......................................................................38 3.3.2.3 Golden Retriever..................................................................40 3.3.2.4 Border Collie…...................................................................40 11 4 IMPLANTAÇÃO DO CANIL NO CBMPB .............................................................. 41 4.1 ESTRUTURA FÍSICA .................................................................................. 41 4.2 Curso de capacitação profissional .......................................................... 41 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 42 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 43 12 1 INTRODUÇÃO O crescimento populacional, as catástrofes naturais, os acidentes de transito têm a cada dia desafiado mais e mais as corporações envolvidas com o resgate e o salvamento, por conta disso tem crescido o investimento em tecnologia, equipamentos, viaturas e pessoal especializado para melhor atender à população. O emprego de cães no auxílio dos trabalhos de resgate de vítimas de soterramento já é prática comum em países como Japão, Estados Unidos e nações européias, a utilização de cães por Equipes de Socorro em ocorrências rotineiras, como pessoas perdidas em matas, ou em catástrofes, como: terremotos, soterramentos, furacões, entre outras tem se tornado bastante freqüente. No México, por exemplo, foi de grande eficácia na retirada de vítimas sob os escombros do terremoto ocorrido na década de 80. Os animais foram imprescindíveis no salvamento de muitas vidas naquela ocasião. O fato mais impactante da ultima década, onde foi empregado um efetivo de cães, foi o fatídico desastre ocorrido em 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos da America, com a queda das torres gêmeas do World Trade Center (WTC) em Nova Iorque. Hoje, para detectar se há alguém com vida sob um desmoronamento de terra ou sob um amontoado de concreto, os bombeiros brasileiros dispõem de recursos tais como o de ouvir eventuais ruídos, naturalmente, ou de tentar falar com os sobreviventes, além dos equipamentos denominados de localizadores de vítimas. São sensores acústicos que mapeiam a área do sinistro e são capazes de identificar ruídos (gemidos, fala e até batimentos cardíacos). Existem dois tipos de localizadores, um de origem israelense e outro alemão. Este último tem a vantagem de permitir a comunicação chamada duplex, ou seja, além de localizar a vítima, possibilita que ela se comunique por meio de um microfone e um receptor de áudio acoplado ao aparelho, que é guiado até o mais próximo possível da pessoa que muitas vezes orienta a melhor forma de procedimento em seu salvamento. O emprego de cães nesses tipos de ocorrência tem se mostrado de grande valia, além do olfato 40 vezes mais sensível do que o humano, uma excelente visão noturna e audição, por sua mobilidade destreza e disposição para o serviço, ele executa um trabalho de busca equivalente ao de 20 homens na mesma função.Enquanto o homem possui 5 milhões de células em sua cavidade nasal,os 13 cães são dotados de 250 milhões.Por isso,facilmente identificam suor,odor de sangue,adrenalina entre outros. A exploração desses atributos não é recente. Durante a Segunda Grande Guerra, o exército alemão valeu-se de cães para a vigilância de bases nazistas. Eles alertavam as sentinelas sobre qualquer aproximação de tropas inimigas. O 1º Grupamento de Bombeiros de São Paulo, localizado no bairro do Ipiranga, vem obtendo excelentes resultados nas ocorrências de busca e salvamento, por meio do Ecos (Emprego de Cães em Operações de Salvamento), que, além de garantir economia de tempo durante as ocorrências, pode salvar muitas vidas.O Ecos conta, inclusive, com viatura especial para transportar os cães do batalhão até o local da ocorrência. É árdua e honrosa a responsabilidade do Corpo De Bombeiro Militar do Estado da Paraíba (CBMPB) distribuído em seus 5 batalhões,ao longo dos 223 municípios paraibanos de atender diariamente ocorrências de afogamentos, vitima soterrada devido a enchentes, resgate de pessoas perdidas em mata, busca de cadáver. O emprego de cães nesses tipos de sinistros significa a diferença entre a vida e a morte. O nosso trabalho se restringe a pesquisa de fontes confiáveis e entrevista a profissionais envolvidos com a atuação de cães no serviço policial e bombeiro militar, essa dissertação está dividida em cinco capítulos que se distribuem da seguinte forma: No primeiro capítulo apresentamos uma breve justificativa para o uso de cães de resgate no serviço de busca e salvamento no Estado da Paraíba. O segundo capítulo analisa brevemente algumas das ocorrências mais comuns na nossa instituição. Em seguida, no terceiro capítulo, abordamos mais especificamente o cão, sua evolução, domesticação e inserção no cenário de busca e salvamento. No quarto capítulo defendemosa idéia de implantação do canil no CBMPB, estrutura física e cursos de especialização. E finalmente, no quinto capítulo concluímos com nossas considerações finais. 14 1.1 OBJETIVO GERAL Mostrar a importância e a eficiência do uso de cães no serviço de busca e salvamento do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba. 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Demonstrar a real necessidade da implantação de uma unidade de operações com cães no Estado. Selecionar as melhores raças para o serviço de busca e salvamento em várias situações. Indicar cursos para especialização e aperfeiçoamento de militares para trabalhar na área. 1.3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS Trata-se de uma pesquisa sistemática,de campo,documental,de natureza qualitativa. O publico alvo da pesquisa é a população paraibana que necessita de uma ação mais rápida por parte do Corpo de Bombeiros, em ocorrências de deslizamentos,enchentes,afogamentos,pessoas perdidas,busca de cadáver,entre outras.Constatam-se dificuldades de acesso e a prejudicial perca de tempo,influenciando no resultado de se resgatar pessoas ainda com vida. Serão utilizadas reportagens de ocorrências anteriores,pesquisas bibliográficas e entrevistas em quartéis com pessoas especializadas na área. 15 2 PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS DO CBMPB: 2.1 HISTÓRIA DO BOMBEIRO O Manual Técnico de Bombeiro 23 (MTB 23) do Estado de São Paulo ano 2006, informa que os primeiros bombeiros de que se tem noticia foram os chineses e, posteriormente, de uma forma mais organizada, os romanos. Eles criaram as primeiras brigadas de incêndio com grupos de legionários e escravos. Estabeleceram o primeiro código de prevenção, instituindo a obrigatoriedade da construção de cisternas e obrigando sua construção defronte as casas. O pioneirismo dessa centenária instituição no Brasil remonta dos tempos do Império. As eclosões de inúmeros incêndios levaram o então Imperador Dom Pedro II a organizar o serviço de extinção e combate a incêndios. De acordo com o Manual Básico do Corpo de Bombeiro Militar do Rio de Janeiro: O Imperador, através do Decreto Imperial n°1.775 de 02 de julho de 1856, organizou o serviço de extinção de incêndio, sendo significativo o artigo 3° da seção II, cujo resumo determina que essa corporação seria composta por operários ágeis, robustos, moralizados e preferencialmente, os mais habilitados e detentores de ofícios, tributos essenciais ao bombeiro até os dias atuais. Em 26 de junho de 1856 foi nomeado o Major João Batista de Castro Moraes Antas para comandar o Corpo Provisório de Bombeiros da Corte, o primeiro núcleo do que seria o Corpo de Bombeiro Militar. O alarme de fogo era dado por tiros de peça de artilharia, disparados no morro do Castelo e pelo toque de sino da igreja de São Francisco de Paula ou Matriz da freguesia. O corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro só foi ter a forma que observamos nos dias de hoje em 19 de julho de 1880 pelo Decreto 7.766 onde a instituição foi estruturada como uma organização militar e foram concedidos postos e graduações aos militares, bem como o uso das insígnias. No Brasil os primeiros bombeiros militares surgiram na marinha, prevenindo os riscos de incêndio nos antigos navios de madeira; porém, eles existiam apenas como uma especialidade, e não como Corporação. O nome bombeiros deveu-se ao 16 fato de operarem principalmente bombas d’água, dispositivos rudimentares em madeira, ferro e couro. O Corpo de Bombeiros Militar do Estado da Paraíba foi criado em 09 de junho de 1916, com a denominação de Seção de Bombeiros da Força Pública do Estado. Atualmente suas atividades estão definidas pela Lei Estadual de n° 8.444, de 28 de dezembro de 2007. A história de formação do Corpo de Bombeiros porém é muito mais antiga,envereda pela história e se perde pelas lendas gregas.Ortiz (2012,p.1)relata em seu artigo A pré-história dos Corpos de Bombeiros que: Conforme a mitologia grega, o herói e semideus Prometeus, um dos Titãs, irmão de Atlas, roubou o fogo do domínio dos deuses e entregou-o aos homens, sendo por isto punido pelo deus maior Zeus, que o condenou a ser atado a uma rocha, onde ficaria exposto aos ataques diários de um abutre que lhe devoraria eternamente o fígado, único órgão do corpo humano que, como todos sabemos, se regenera continuamente, tendo, em conseqüência disso, tal herói recebido um castigo teoricamente interminável. Como conseqüência para os mortais, conforme a lenda, hoje em dia, ainda por castigo, o fogo escapa ao domínio humano e, transformando-se no monstro dos incêndios, ceifa centenas de vidas e causa prejuízos imensos. FIGURA 01: Prometeu leva o fogo à humanidade, tela de Heinrich Friedrich Füger de 1817 Fonte: http://www.deolhonasorigens.com.br/inspiracao/naturezaviva/2k21003.asp O domínio do fogo pelo homem constituiu-se um grande avanço e um divisor de águas para a evolução das civilizações pré-históricas. O controle do fogo permitiu 17 ao homo erectus afastar os animais ferozes, cozer os alimentos, aquecer e iluminar o interior das cavernas, fabricar ferramentas e armas. A primeira forma de energia dominada pelo homem foi o fogo, mas quando esse foge do nosso controle deixa pra trás conseqüências irreversíveis. Por isso uma instituição comprometida com a missão de salvar vidas e bens é ovacionada pela sociedade tomando os primeiros lugares nas profissões de maior confiabilidade mundial. 2.1.1 Missão constitucional do Bombeiro Militar Está exarada na Constituição Federal de 1988 no artigo 144 a competência do Corpo de Bombeiro Militar: Art. 144 A segurança publica dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem publica e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - policia federal; II - policia rodoviária federal; III-policias civis; IV-policias militares e corpos de bombeiros militares. A parte b do §5° da citada constituição versa “... aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil”. De acordo com a lei Nº 8.443, de 28 de dezembro de 2007, temos: Art. 2º São atribuições institucionais do Corpo de Bombeiros Militar: I – prevenir e combater incêndios urbanos, rurais e florestais, assim como realizar busca, resgate e salvamento; [...] [...]V – estudar, analisar, planejar, exigir e fiscalizar todos os serviços de segurança contra incêndio e pânico; VI – notificar, isolar, embargar e interditar, obedecida sua competência, as obras, serviços, habitações e locais de diversão públicos e privados que não ofereçam condições de segurança e de funcionamento; [...] Como vimos o serviço bombeiro militar não se restringe apenas ao combate a incêndios, mas abrange também o estudo preventivo desse evento desastroso e o atendimento a outros tipos de ocorrências como as que já foram citadas acima. 18 2.2 ENCHENTES E INUNDAÇÕES O Estado da Paraíba sofre anualmente com desastres relacionados com sua geodinâmica terrestres externa, nos meses de janeiro a julho surge os problemas relacionados à chuva: enchentes,inundações,alagamentos,enxurradas.Já nos meses de Agosto a Dezembro ocorre o inverso,os desastres são relacionados à falta de chuvas:estiagens,secas,incêndios florestais. As enchentes e inundações são problemas que atingem a população com a chegada das chuvas acarretando uma série de acidentes e desastres em decorrência da falta de preparação e prevenção. FIGURA 02: Guarnição de busca e salvamento trabalhando durante enchente em João Pessoa, 2011 Fonte: http://www.paraiba.com.br/2011/06/22/70233-governo-federal-reconhece-situacao-de- emergencia-em-joao-pessoa-cg-e-mais-11-municipios-da-pb Diante desse contexto sãodesenvolvidos projetos que visam evitar ou minimizar os danos causados pelas chuvas, de forma preventiva bem como a conscientização da população para os cuidados que se deve tomar nesse período chuvoso. Um exemplo disto é o projeto Arca de Noé realizado pelo Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba que teve como objetivo identificar as principais áreas de risco do estado vulneráveis a fortes precipitações pluviométricas, a partir desse estudo equipes de bombeiros, em parceria com a Defesa Civil, foram enviadas a 19 estas comunidades onde realizaram um trabalho preventivo de conscientização da população. De acordo com o projeto os elementos que trazem maior risco para as comunidades são construções sem infra-estrutura e em encostas, construção as margens dos rios, barreiras desmatadas sujeitas a deslizamento, construções irregulares e ausência de ações públicas de infra-estrutura nestas comunidades. Em conseqüência desta situação somada ao excesso de volume pluviométrico, temos os eventuais desastres que geram uma série e danos como vítimas fatais, feridas, desabrigados, soterrados, danos materiais e morais, destruição de vias de acesso entre outros. De acordo com a Defesa Civil do Estado da Paraíba (2012,p.25) a enxurrada é a Elevação do nível da calha de um rio acima de sua vazão normal causando inundação de ruas por causa de deficiência na drenagem em áreas que não são habitualmente submersas, podendo implicar em perdas humanas ou outros impactos à saúde, danos ao meio ambiente, à propriedade, interrupção dos serviços e distúrbios sociais e econômicos. É um desastre de evolução súbita ou aguda que se caracteriza pela velocidade com que o processo evolui e pela violência de seus resultados, que embora previsto, pode ocorrer de forma surpreendente devido as características cíclicas e sazonais do Estado, estações do ano e fenômenos associados. Para se evitar danos como estes e minimizar o efeito dos desastres as orientações do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil devem ser seguidas. Projetos como o Arca de Noé são de suma importância para a população, melhorando assim a qualidade de vida e diminuindo os transtornos causados pelas enchentes. 2.2.1 Problemas gerados pelas enchentes Alagamento das vias públicas e residências; Doenças transmitidas pelas águas; Desabamento de barreiras deixando os cidadãos em desespero; Vítimas fatais, feridas, desabrigados, soterrados, danos materiais e morais, destruição de vias de acesso entre outros. 20 2.2.2 Locais prejudicados Os bairros abaixo relacionados são historicamente os mais afetados nos períodos de chuvas: Bairro do Bessa (Bessamar, Jardim Aeroclube e Oceania); Centro da Capital; Bairro São José; Bairro de Miramar (Rua Carlos de Pessoa); Bairro dos Bancários (Rua Francisco Mendes). 2.3 VÍTIMAS PERDIDAS EM MATAS De acordo com dados do CIOP (Centro Integrado De Operações Policiais) no ano de 2011 houve 21 ocorrências de busca terrestre só na cidade de João pessoa. A capital do nosso estado e região metropolitana por ter uma grande área de vegetação (só a mata do buraquinho possui cerca de 515 hectares) está sujeita a diversas eventualidades de vitimas perdidas em mata. Esse é um mostruário de ocorrência que a primeira vista parece simples,mas se torna complexo devido à grande área para ser procurada a vitima,a falta de helicóptero no Corpo de Bombeiros da Paraíba,o reduzido número de militares e a necessidade de atender outras ocorrências.Sendo assim essa é uma proposta de sinistro onde a utilização de cães iria facilitar a solução do problema em menor tempo. Nesses sinistros o cão pode agir de duas formas: por venteio ou rastreio, Siqueira e Nicácio (citado por SHIROMA,2012,p.23) descrevem os dois métodos adotados pelos canídeos de resgate: a) Rastreio: o cão trabalha com o focinho colado ao solo, analisando os dados olfativos presente nas diversas substâncias que compõem aquele local. O cão se atém aos dados circunstanciais e adicionais; b) Venteio: o cão trabalha com o focinho suspenso colhendo dados olfativos no ar. Neste caso, o cão utiliza a memória de odores que possui para procurar e identificar cheiros familiares no ambiente misturados a outros ali presentes. Quando faz uso desta técnica, movimenta-se de maneira desconexa em todos os sentidos, cheios de curvas e retornos. Esses métodos se valem do pressuposto que os seres humanos vivem constantemente liberando células, essas partículas formam um cone de odor que é 21 utilizado pelo cão para a localização da vítima. Shiroma(2012,p.27) confirma isso logo abaixo O corpo humano libera a todo o momento no ambiente células mortas, em média, 150 mil dessas células por hora. Essas células muitas vezes se depositam sobre os locais em que passamos, ou então ficam suspensas no ar e deslocam de acordo com a direção do vento. Essas células são as responsáveis pela formação do cone de odor. No cone de odor as células se concentram em maior concentração próxima das vítimas. 2.4 BUSCA EM ESCOMBROS A cidade de João Pessoa está cada dia mais se verticalizando, seguido a tendência nacional de elevação do número de edificações, quando uma estrutura dessas sofre colapso (seja por causa mecânica ou falha humana) geralmente acabam caindo sobre seu próprio eixo vitimando as pessoas que residem ou que trabalham nela. Parizoto (citado por SHIROMA, 2012, p.26) destaca alguns exemplos de queda de edificações no Brasil Desabamentos de edifícios no Brasil tem sido, freqüente, muitos deles com presença de vítimas. Nessas ocorrências o desempenho dos cães tem sido mundialmente conhecido. Destacam-se os seguintes fatos no Brasil: Praia do Gonzaga (89) Volta Redonda (91) Osasco Plaza Shopping (96) Edifício Itália (97) Palace II (98) Igreja Universal do Reino de Deus (98) Edifício Érika (99) Enseada do Serrambi (99), Aquarela (97) Ijui (2001), Hotel Rosário (2002) Areia Branca (2004) Casarão Recife (2005). As pessoas residentes em locais com perfil citado no ponto 2.2 também são vitimas em potencial desse tipo de sinistro, pois as enchente e inundações causam deslizamentos. O emprego de cães de resgate em casos de vítimas de escombros supera até mesmo recursos de última geração, pois enquanto muito equipamentos se valem do calor ou dos gemidos da vítima o cão usa seu olfato 40 vezes superior ao do homem para encontrar a pessoa sob o escombro, como já citamos na introdução desse trabalho. 2.5 BUSCA DE CADÁVER A busca de cadáver em águas no Estado da Paraíba é uma ocorrência bastante comum tendo em vista o número de rios e mares que o nosso Estado possui. Nessas ocorrências fazemos uso de mergulhadores ou, como é mais comum, garatéias. 22 FIGURA 03: Modelo de Garateia usada no Corpo de Bombeiros Fonte: http://antoniogoncalvesnoticias.blogspot.com.br/2012/05/bombeiros-de-bonfim- conseguiram.html A garatéia é um equipamento bastante rústico, parecido com um anzol de três pontas que é lançado na água para fazer a varredura do local, quando o equipamento fica preso em alguma coisa o bombeiro puxa para verificar se é o corpo da pessoa submergida. Esse tipo de procedimento por vezes é bastante constrangedor, pois transparece uma falta de respeito para com o ente querido do solicitante da ocorrência. Em alguns estados antes de usar esse equipamento deve- se pedir autorização a policia cientifica, pois o instrumento causa perfurações na vitima dificultando assim a autópsia. A busca de cadáver na maioria das vezes é um tiro no escuro, o militar joga a garatéia enquanto outro mergulha para procurar o corpo, isso demanda muito tempo e esforço, na maioria das vezes a área de busca “é de grande proporção e o trabalho de mergulhadores consegue cobrir apenas pequena extensão em períodos de tempo longos” (PIVA, 2011, p.24). Para esse tipode serviço o cão é uma ferramenta de grande auxilio, pois ele poupa efetivo e tempo, sabemos que no serviço bombeiro militar o tempo é um fator essencial para o sucesso de uma ocorrência. A aplicação do animal se dá da seguinte forma, o cão percebe o odor da vítima e sinaliza de alguma forma (latidos, forma corporal), os mergulhadores descem e procuram o corpo. A utilização de canídeos poderá reduzir exponencialmente a área de busca, diminuindo assim os riscos para os mergulhadores. Enquanto nós usamos mais o tato para localização de pessoas na água os cães utilizam o seu precioso olfato, segundo estudos eles conseguem sentir com facilidade o odor de vitimas a 15 metros de profundidades. 23 A polícia militar se vale também desses animais em caso de ocultação de cadáver nos locais conhecidos como “pontos de desova” (lugares que são lançadas vitimas de homicídio) de acordo com Shiroma (2012, p.31): Comumente o cadáver humano dentro da água, numa situação de afogamento, tende a vir à superfície. Entretanto, em um crime de ocultação de cadáver, o corpo, provavelmente, não retornará a superfície, devido os meios utilizados pelo criminoso a fim de que o corpo permaneça no fundo da água para que não seja descoberto por ninguém. Para esse tipo de serviço o cão deve ter um treinamento especifico para que eles sejam capazes de detectar odores humanos exalados mesmo com um curto período de putrefação. 24 3 OS CÃES E SUA UTILIDADE PARA OS HOMENS É inúmera a utilidade de cães na sociedade atual, eles podem ser usados para apontar vazamentos subterrâneos em tubos de gás, localização de trufas (uma espécie de cogumelo subterrâneo usado como alimento), encontrar cupins por trás das paredes, detectar substâncias proibidas e explosivos na bagagem e todos os tipos de objetos, gás e armas químicas em campos de batalha (Katz, 1994), detecção de tecidos cancerosos em pacientes humanos (Animal Planet, 1997) de notas escondidas, esmeraldas imperfeitas injetado polímeros para esconder a sua imperfeições, manejo de gado, guia para pessoas cegas, policiamento, busca e resgate de vitimas,perícias de incêndio,cinoterapia. 3.1 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DOS CÃES DE RESGATE De acordo com Santos (2004, p.9) os cães foram os primeiros animais a serem domesticados pelo homem, supondo-se que tal tenha sucedido há mais de 12.000 anos. QUADRO 01: Demonstrativo da Classificação Científica e Genealogia do Cão Classificação Científica do Cão (Lineu, 1758) Árvore genealógica dos cães Reino Animal Filo Cordado Classe Mamífero Ordem Carnívoro Família Canídeo Gênero Canis Espécie Canis Familiaris Nome trinominal: Canis Lupus Familiaris Fonte:Biologia em foco,p.266 (adaptado) Fonte:http://www.deolhonasorigens.com.br/inspiracao/naturezaviv a/2k21003.asp Segundo estudos o cão e o homem estão juntos desde o final da era do gelo. Antes concorrentes, lobos e homens formaram uma aliança. A composição social de uma comunidade de lobos é mais parecida com a sociedade humana do que a de qualquer outro animal, ela submissos, onde cada um sabe exatamente seu papel em relação aos outros membros da comunidade. a diferença genética entre lobos e cães é menor que da comunidade científica de que o lobo e o cão são do mesmo gênero e da mesma espécie Canis lúpus. Júnior (2010, p.16 afirmando que No principio da relação entre homem e cão inseridos em grupos de caçadores humanos, em algumas ocasiões alguns filhotes de lobos de temperamento tranqüilo e submisso chegavam à idade adulta aceitando os humanos como parte de sua matilha. Difícil, porém, é precisar uma da consenso entre muitos autores de que o seu ancestral mais antigo seja o existiu há cerca de 40 milhões de anos derivando desse o região onde atualmente é a Ásia e sucessivamente o no Transliterando Alcarria (2000, citado por Paleontologistas e arqueologistas determinaram que a 60 milhões de anos um pequeno mamífero, maior que uma doninha, viveu em lugares que são agora partes da Ásia. A espécie, ch animais conhecidos hoje como canídeos: cães, lobos, chacais e raposas. Miacis não deixou descendentes diretos, mas os tipos canídeos evoluíram a partir dele. FIGURA 04: Representação do Fonte: http://shihtzusocialparque.blogspot.com.br/2011/08/origem Segundo estudos o cão e o homem estão juntos desde o final da era do gelo. Antes concorrentes, lobos e homens formaram uma aliança. A composição social de uma comunidade de lobos é mais parecida com a sociedade humana do que a de qualquer outro animal, ela é firmada em uma hierarquia de indivíduos dominantes e submissos, onde cada um sabe exatamente seu papel em relação aos outros membros da comunidade. Para Wilson e Reeder (2008, citado por a diferença genética entre lobos e cães é menor que 0,2% confirmando o consenso da comunidade científica de que o lobo e o cão são do mesmo gênero e da mesma 16) explica o inicio da relação entre o cão e o homem o principio da relação entre homem e cão os filhotes de lobos eram inseridos em grupos de caçadores humanos, em algumas ocasiões alguns filhotes de lobos de temperamento tranqüilo e submisso chegavam à idade adulta aceitando os humanos como parte de sua matilha. Difícil, porém, é precisar uma data de origem e domesticação do cão. É consenso entre muitos autores de que o seu ancestral mais antigo seja o existiu há cerca de 40 milhões de anos derivando desse o Cynodicatis região onde atualmente é a Ásia e sucessivamente o nosso cão doméstico. Transliterando Alcarria (2000, citado por PIVA, 2011,p.16) Paleontologistas e arqueologistas determinaram que a 60 milhões de anos um pequeno mamífero, maior que uma doninha, viveu em lugares que são agora partes da Ásia. A espécie, chamada Miacis, tornou animais conhecidos hoje como canídeos: cães, lobos, chacais e raposas. Miacis não deixou descendentes diretos, mas os tipos canídeos evoluíram a partir dele. Representação do Ancestral mais antigo dos caníd http://shihtzusocialparque.blogspot.com.br/2011/08/origem-dos-caes.html 25 Segundo estudos o cão e o homem estão juntos desde o final da era do gelo. Antes concorrentes, lobos e homens formaram uma aliança. A composição social de uma comunidade de lobos é mais parecida com a sociedade humana do que a de é firmada em uma hierarquia de indivíduos dominantes e submissos, onde cada um sabe exatamente seu papel em relação aos outros Para Wilson e Reeder (2008, citado por MOREIRA, 2012) 0,2% confirmando o consenso da comunidade científica de que o lobo e o cão são do mesmo gênero e da mesma explica o inicio da relação entre o cão e o homem os filhotes de lobos eram inseridos em grupos de caçadores humanos, em algumas ocasiões alguns filhotes de lobos de temperamento tranqüilo e submisso chegavam à idade adulta aceitando os humanos como parte de sua matilha. ta de origem e domesticação do cão. É consenso entre muitos autores de que o seu ancestral mais antigo seja o Miacis,que Cynodicatis que viveu na sso cão doméstico. Paleontologistas e arqueologistas determinaram que a 60 milhões de anos um pequeno mamífero, maior que uma doninha, viveu em lugares que são amada Miacis, tornou-se ancestral dos animais conhecidos hoje como canídeos: cães, lobos, chacais e raposas. Miacis não deixou descendentes diretos, mas os tipos canídeos evoluíram a estral mais antigo dos canídeos caes.html 26 3.2 ANATOMIA E FISIOLOGIA CANINA Esse trabalho não visa aprofundar o tema acima descrito, apenas se limita a fornecer um breve subsídio teórico para fundamentar o estudo da busca e do resgate utilizando canídeos. É de vital importância para o resgatista ter pelo menos uma base da anatomia, fisiologia e psicologia caninaa fim de compreender eventuais problemas que possam ocorrer com o animal. 3.2.1 Anatomia A anatomia é o ramo da ciência que visa estudar de forma micro e macroscópica a morfofisiologia dos seres vivos. A etimologia da palavra nos traz uma conotação de dissecar, cortar, separar, por isso geralmente o estudo da anatomia se dá com cadáveres. Nosso estudo se deterá à análise macroscópica (aquela que pode ser percebia a olho nu) dos canídeos, que são nosso objeto de estudo. FIGURA 05: Representação da Anatomia Canina Fonte: http://www.biosphera.com.br/veterinaria-anatomia-canina.asp 27 De acordo a American Association of Anatomists (1981, citada por Rubinstein, 2012) Anatomia é a análise da estrutura biológica, sua correlação com a função e com as modulações de estrutura em resposta a fatores temporais, genéticos e ambientais. Tem como metas principais a compreensão dos princípios arquitetônicos da construção dos organismos vivos, a descoberta da base estrutural do funcionamento das várias partes e a compreensão dos mecanismos formativos envolvidos no desenvolvimento destas. A amplitude da anatomia compreende, em termos temporais, desde o estudo das mudanças a longo prazo da estrutura, no curso de evolução, passando pelas das mudanças de duração intermediária em desenvolvimento, crescimento e envelhecimento; até as mudanças de curto prazo, associadas com fases diferentes de atividade funcional normal. Em termos do tamanho da estrutura estudada vai desde todo um sistema biológico, passando por organismos inteiros e/ou seus órgãos até as organelas celulares e macromoléculas. Sistematicamente a anatomia está dividida da seguinte forma: Osteologia: estuda os ossos que compõe o esqueleto distinguindo-os entre substância óssea esponjosa e substância óssea compacta Sindesmologia ou Artrologia: estuda as articulações e os ligamentos Miologia: estuda os músculos e seus anexos Neurologia: estuda o sistema nervoso, central e periférico. Angiologia: estuda o coração, os vasos sanguíneos (artérias, veias) e linfáticos. Esplancnologia: estuda as vísceras que compõem os sistemas localizados dentro do corpo. Estesiologia:estuda os órgãos sensoriais que compõem o corpo dos animais como olho,orelha 28 FIGURA 06: Representação da Anatomia externa de um Labrador Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/caes/caes-1.php O esquema acima de anatomia externa é comum a todas as raças de cães, essas características externas para melhor elucidação podem ser divididas em três áreas: Zona anterior: que compreende cabeça, pescoço, peitoral e os membros frontais. Zona posterior: onde encontramos os membros posteriores, e a cauda. Aprumos: onde nota-se a posição dos membros em comparação a uma superfície horizontal, que refletem sob os elementos principais da locomoção do cão e suas aptidões. Está relacionada à posição assumida pelos membros para dar equilíbrio ao cão. FIGURA 07: Representação de Aprumos e Jarretes de um cão Fonte: http://mejoramigoperro.blogspot.com.br/2010/10/anatomia-externa-de-um-cao.html QUADRO 02: 3.2.2 Fisiologia Enquanto a Anatomia estuda a morfologia dos órgãos e sistemas que compõem o corpo dos seres vivos, a Fisiologia tem como objetivo analisar o funcionamento desses órgãos e sistemas. Anatomia e fisiologia são áreas da biologia estritamente relacionadas, send conhecimento do resgatista bombeiro estudo detalhado da fisiologia órgãos essenciais para a atividade de busca e resgate com os outros mamíferos os cães possuem cinco paladar. Descreveremos 3.2.2.1 Visão A sensibilidade do olho humano à luz deve denominadas cones e bastonetes. Os bastonetes têm a função de formar a imagem com precisão e trabalhar com diferentes intensidades de luz. Os cones são as células cromáticas, que p comprimentos de onda da luz. São essas células as responsáveis pela nossa distinção de cor. A visão dos humanos é tricromática,ou seja,possui três tipos de cones,de acordo com a teoria de James Clerk Maxwell Descrição dos Órgãos Internos 1 Cavidade Oral 2 Traqueia 3 Coração 4 Fígado 5 Estômago 6 Pênis 7 Testículo 8 Intestino 9 Baço 10 Pulmão 11 Artéria Fonte:http://www.saudeanimal.com.br/conheca5.htm QUADRO 02: Demonstrativo dos Órgãos Internos do Cão Enquanto a Anatomia estuda a morfologia dos órgãos e sistemas que compõem o corpo dos seres vivos, a Fisiologia tem como objetivo analisar o funcionamento desses órgãos e sistemas. Anatomia e fisiologia são áreas da biologia estritamente relacionadas, sendo, portanto, de vital importância do conhecimento do resgatista bombeiro militar. Não é nosso objetivo, porém, estudo detalhado da fisiologia animal, mas destacar o funcionamento de alguns órgãos essenciais para a atividade de busca e resgate com canídeos. os outros mamíferos os cães possuem cinco sentidos: visão, audição, olfato, Descreveremos a seguir, com mais detalhes cada um desses sentidos. A sensibilidade do olho humano à luz deve-se a duas células fotorreceptoras denominadas cones e bastonetes. Os bastonetes têm a função de formar a imagem com precisão e trabalhar com diferentes intensidades de luz. Os cones são as células cromáticas, que possuem sensibilidades diferentes para diversos comprimentos de onda da luz. São essas células as responsáveis pela nossa distinção de cor. A visão dos humanos é tricromática,ou seja,possui três tipos de cones,de acordo com a teoria de James Clerk Maxwell e Herman von Helmholtz Descrição dos Órgãos Internos Órgãos Internos do Cão http://www.saudeanimal.com.br/conheca5.htm Fonte: http://www.saudeanimal.com.br/conheca5.htm 29 Demonstrativo dos Órgãos Internos do Cão Enquanto a Anatomia estuda a morfologia dos órgãos e sistemas que compõem o corpo dos seres vivos, a Fisiologia tem como objetivo analisar o funcionamento desses órgãos e sistemas. Anatomia e fisiologia são áreas da o, portanto, de vital importância do objetivo, porém, fazer um mas destacar o funcionamento de alguns canídeos. Assim como sentidos: visão, audição, olfato, tato e etalhes cada um desses sentidos. se a duas células fotorreceptoras denominadas cones e bastonetes. Os bastonetes têm a função de formar a imagem com precisão e trabalhar com diferentes intensidades de luz. Os cones são as ossuem sensibilidades diferentes para diversos comprimentos de onda da luz. São essas células as responsáveis pela nossa distinção de cor. A visão dos humanos é tricromática,ou seja,possui três tipos de e Herman von Helmholtz ess es três con es exis tent es na retin a Órgãos Internos do Cão Fonte: http://www.saudeanimal.com.br/conheca5.htm 30 são sensíveis respectivamente ao vermelho , ao verde e ao azul , estas são as chamadas cores primárias de luz,com a mistura desses tons podemos enxergar uma variedade de cores diferentes. A visão dos cães é do tipo bicromática (só possuem dois tipos de cones sensíveis as cores vermelho e azul), por isso, eles só distinguem bem o amarelo e o azul, além do branco e o preto, as demais cores não são distinguidas por eles, que as vê em preto e branco. À noite, porém, os canídeos levam vantagem sobre os seres humanos pela sua capacidade de enxergarem perfeitamente na escuridão, distinguindo diversos tons de cinza. A explicação para este fato é que os canídeos antigos, antepassados de nossos cães, eram caçadores noturnos e a diferenciação dos tons de cinza era muito mais importante que a visão das cores.Estudos através de refração ocular revelam que a maioria dos cães são hipermetropes (enxergam melhor de longe) exceção para pastores alemães e rottweiler que,em sua maioria (cerca de 60%), são míopes (enxergam melhor de perto) . FIGURA 08: Esquema doolho de um canídeo Fonte: http://labellealana.blogspot.com.br/2011/07/ulcera-de-cornea-ou-ceratite-ulcerativa.html O campo de visão dos cães é mais amplo que o do homem devido a posição dos seus olhos, ao lado da cabeça. Enquanto o ser humano tem um campo de visão na ordem dos 180°, o campo de visão dos cães varia entre 220° e 270°. Essa variação no campo de visão está relacionada à raça do animal, de acordo com Santos (2004, p.23) Os cães de pastor, que precisam controlar um grande espaço circundante, têm os olhos situados nos lados da cabeça, enquanto os cães de toca, por exemplo, dado que necessitam de concentrar sua visão num campo restrito, os têm colocados na parte anterior. 31 Os cães captam com mais facilidade alvos em movimento, eles são capazes de distinguir presas a mais de trezentos metros desde que estas estejam se movimentando. Isso é uma evolução adaptativa devido ao seu instinto de caçador. 3.2.2.2 Audição A audição é um dos órgãos sensitivos do cão mais explorados no serviço de busca e resgate dado a sua sensibilidade muito superior a do ser humano. Os cães são capazes de localizar com precisão a direção e a origem do som em seis centésimos de segundo. Ouvem a uma distância quatro vezes maior que o ser humano. Eis alguns dos motivos que levaram o cão a desenvolver tão bem a audição: Necessidade de ouvir predadores: para se manterem vivos os cães tiveram que desenvolver sobremaneira o sentido da audição para fugir de predadores, a natureza privilegiou aqueles que foram capazes de aguçar esse senso, estes conseguiram sobreviver e geraram descendentes adaptados. Formato e tamanho das orelhas: devido ao seu grande tamanho e ao formato côncavo das orelhas que permite captar as ondas sonoras e canalizá- las diretamente ao tímpano. Movimento das orelhas: as orelhas dos cães se movem semelhante a uma antena, inclusive uma para cada lado, mostrando-se uma máquina desenhada para ouvir maravilhosamente bem. FIGURA 09: Descrição do pavilhão auditivo de um cão Fonte: http://fisicamamiferos.blogspot.com.br/2009/11/audicao-do-cao.html 32 Possivelmente não existe distinção na capacidade auditiva nas diversas raças de cães, cães com orelhas caídas ouvem tão bem quanto cães com orelhas pontiagudas, estando com as orelhas relaxadas ou quando deitam, deixando descoberto o canal auditivo. Mas, de acordo com o site Lordcãonews Embora todas as raças possuam o mesmo potencial genético para ativar seus sentidos, a seleção feita pelos homens ao longo de vários séculos, faz com que determinadas raças tenham determinado sentido mais apurado do que outras, por exemplo, os Terriers têm uma audição muito favorecida, enquanto que os Hounds possuem uma maior capacidade para identificar cheiros, ou possuem uma visão mais aguçada. 3.2.2.3 Tato O tato é o sentido responsável por manter o cão em contato com o meio externo, bastante necessário nos primeiros dias de vida do animal, já que os canídeos nascem com os olhos fechados, para conduzir o recém-nascido aos mamilos da mãe possibilitando a alimentação do filhote. É o sentido responsável pela sensibilidade do animal sentir frio, calor, dor. É o primeiro sentido a funcionar em um cachorro, porém é um dos menos desenvolvidos. Os cães são bastante resistentes ao frio, por não possuírem glândulas sudoríparas quando sentem calor regulam a temperatura do corpo arquejando, assim evaporam água dos pulmões, garganta, boca e língua (SANTOS, 2004, p.28). Se possuíssem glândulas de suor, esse mecanismo diminuiria a temperatura do seu corpo, sem esse recurso, os animais ficam de boca aberta no calor, ofegando, isto é, fazendo com que o ar frio entre e resfrie seu corpo. Destaque maior para as raças mais peludas, adaptadas a invernos rigorosos, que alem da pelagem ainda possuem uma camada de gordura debaixo da pele que a auxiliam como isolante térmico durante as baixas temperaturas. 3.2.2.4 Paladar O paladar dos cães não é tão desenvolvido como o do ser humano pelo fato dos canídeos possuírem menos papilas gustativas, enquanto possuímos cerca de 9.000 células dessas, os cães possuem mais ou menos 1.700. É através dessas 33 células que somos capazes de reconhecer a substância e enviar a informação para o cérebro. Acredita-se que assim como o homem os cães são capazes de diferenciar cinco espécies de sabores: salgado, ácido, amargo, acre e doce, a seleção alimentar desses animais é mais olfativa que gustativa, eles recorrem ao olfato para aceitar ou recusar o alimento. Como afirma Barbieri (2012) A percepção do gosto varia conforme o sexo e a idade do animal. As cadelas são mais receptivas do que os cães ao gosto doce, e a sensibilidade gustativa é menor no início e no final da vida do animal, com uma eficiência máxima na idade adulta. A língua dos cães além de ser utilizada para o paladar é também um dissipador de calor conforme comentamos no item anterior. 3.2.2.5 Olfato O olfato é para os cães o que os olhos são para o ser humano, sentido extremamente desenvolvido, é o seu grande diferencial da espécie humana, é este o sentido, aliado com a audição, mais explorado no serviço de busca e resgate. Tauz (2011) destaca a importância do olfato canino quando informa que é esse o primeiro sentido despertado quando os filhotes nascem, três ou quatro minutos após o nascimento, com os olhos e os ouvidos ainda fechados, os novos cães conseguem instintivamente pelo faro, encontrar as tetas da mãe sem necessariamente alguém ter ensinado. Consequentemente os ouvidos abrem-se após alguns dias e o cão passa a se familiarizar com os sons. Logo depois, dez para doze dias, abrem-se os olhos. 34 FIGURA 10: Nariz de um Labrador Fonte: http://olhares.uol.com.br/nariz-canino-foto1504310.html Mundo dos Caninos (2012, citado por FILHO, 2012, p.18) justifica a superioridade do olfato canino sobre a espécie humana informando que “tal característica marcante advém das ramificações dos nervos olfativos na cavidade nasal, que ocupam 160 cm², enquanto no homem a área chega a 5 cm².” O olfato canino é cerca de 40 vezes mais sensível que o humano pelo fato dos cães possuírem cerca de 250 milhões de células olfativas enquanto nós possuímos apenas 5 milhões,numero bastante pequeno se comparado aos canídeos. De acordo com Absolute k9 Training (2012, traduzido e citado por FILHO, 2012, p.19) O olfato supera todos os outros sentidos dos cães, os cães podem detectar cheiros 100 a um milhão de vezes menos concentradas do que os humanos, por exemplo, alguns cães podem detectar um cheiro humano numa lâmina de vidro que foi levemente tocada e deixada no tempo durante duas semanas. Podem sentir o cheiro de bombas e explosivos com maior precisão do que detectores como os espectrômetros de massa. Estudos mostram que cães treinados podem detectar doenças como diabetes, epilepsia e alguns tipos de câncer com precisão de 80 a 100%. Lourenço e Furlan (2007, citado por SHIROMA, 2012, p.17) destacam alguns fatores que justificam a eficiência olfativa dos cães sobre os seres humanos, são eles: 35 Mucosa olfativa maior; Maior número de receptores olfativos; Bulbo olfatório de maior tamanho; e Grande quantidade de células para processar as informações olfatórias. Do exposto foi possível entender o quão é importante o olfato para os cães e, também, para o homem que deles fazem uso, de acordo com (VILMAR, 2006, p.21) É através deste sentido que os cães identificam seus alimentos ou presas, no caso das caças, reconhecem seus donos através do odor, desperta o estímulo sexual quando as fêmeas estão no cio, demarcam seus territórios pelo odor da urina e até mesmo quando localizam pessoas perdidas em matas, escombros, etc. 3.3 OS CÃESDE RESGATE Este tópico busca descrever algumas características essenciais que um cão deve possuir para ser usado no serviço de busca e resgate. Lembrando que a utilização desses animais no serviço bombeiro militar pode ser a diferença entre a vida e a morte, pois no serviço de resgate cada segundo é essencial. Quando falamos de uso de cães para o serviço militar a grande pergunta que vem à tona é: qual a melhor raça para ser usada nesse tipo de oficio? 3.3.1 Raças de cães Para Greif (2012) o conceito de raça está relacionado a um “grupo de animais cruzados seguidamente entre si para expressar determinadas características que lhes confere visível semelhança, e algumas vezes a propensão a determinada índole”. Salles (2012) afirma que para um cão ser considerado de uma determinada raça é exigido alguns critérios como: Ter as características morfológicas e temperamentais padronizadas para a raça; Possuir seu nome e os nomes de seus ancestrais registrados num controle genealógico público; 36 Ter a capacidade de reproduzir as características uniformizadas para a raça quando acasalado com outro exemplar da mesma variedade. Existem atualmente cerca de 500 raças “puras” de cães conhecidas no mundo, se levássemos em conta as raças cruzadas e os cães sem raça definida o número desses exemplares aumentaria sobremaneira. Vilmar (2006, p.27) divide as raças da seguinte forma: Cão considerado de “raça pura”: quando ele é resultante do cruzamento entre cães da mesma raça, geralmente estes cães possuem o registro ou pedigree emitido por uma entidade de criadores de cães (Kennel Clube); Cão considerado de “raça cruzada”: quando ele é resultante do cruzamento entre cães de diferentes raças (raça pura), estes cães não possuem o registro ou pedigree, porém, o cruzamento seqüencial ou contínuo entre cães de uma mesma raça cruzada, pode estabelecer padrões para o surgimento de uma nova raça, que poderá ser reconhecida futuramente como raça por alguma entidade de criadores de cães. Um exemplo desse tipo de caso que se tornou raça é o labernese, que inicialmente foi resultante do cruzamento entre as raças labrador e bernese mountain, que é reconhecido no Canadá; Cão considerado “sem raça definida”: quando ele é resultante do cruzamento entre cães de diferentes raças cruzadas, ou do cruzamento entre uma raça pura e uma raça cruzada, estes cães também não possuem o registro ou pedigree, e são popularmente conhecidos no Brasil como “vira- latas”. A Federação Internacional de Cinofilia (FCI) e, consequentemente a Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) dividiram as raças de cães em onze categorias levando em consideração o porte, a utilização, as habilidades específicas, o país de origem da raça, entre outras (Id Ibdem), cada grupo tem algumas seções que lhe são correspondentes: QUADRO 03: Classificação das raças de acordo com a FCI e CBKC GRUPO 1 Cães de Pastor e Boieiros (excepto Boieiros Suíços) Seção 1 Cães de pastor Seção 2 - Boieiros (excepto Boieiros Suíços) GRUPO 2 Cães de tipo pinscher e schnauzer, molossoides, cães montanheses e boieiros suíços Seção 1 Tipo Pinscher e Schnauzer Seção 2 Molossóides Seção 3 Boieiros Suiços GRUPO 3 Terriers 37 Seção 1 Terriers de médio e grande porte Seção 2 Terriers de pequeno porte Seção 3 Terriers de tipo Bull Seção 4 Terriers de Companhia GRUPO 4 Dachshunds GRUPO 5 Cães de tipo Spitz e de tipo Primitivo Seção 1 Cães Nórdicos de Trenó Seção 2 Cães Nórdicos de Caça Seção 3 Cães Nórdicos de Guarda e Pastoreio Seção 4 Spitzs europeus Seção 5 Spitzs asiáticos e raças semelhantes Seção 6 Cães de tipo Primitivo Seção 7 Cães de Caça de tipo Primitivo Seção 8 Cães de Caça de tipo Primitivo com uma Crista Dorsal GRUPO 6 Sabujos Farejadores e Raças Assemelhadas Seção 1 Farejadores Seção 2 Farejadores de Rastro de Sangue Seção 3 Raças semelhantes GRUPO 7 Cães de Parar ou Cães Apontadores Seção 1 Cães de Parar Continentais Seção 2 Cães de Parar Britânicos GRUPO 8 Cães Levantadores e Cobradores de Caça e Cães de Água Seção 1 Cães Cobradores de Caça (Retrievers) Seção 2 Cães Levantadores de Caça Seção 3 Cães de Água GRUPO 9 Cães de Companhia Seção 1 Bichons e raças semelhantes Seção 2 Caniche (Poodle) Seção 3 Cães Belgas de pequeno porte Seção 4 Cães nús Seção 5 Cães do Tibete Seção 6 Spaniels ingleses de companhia Seção 7 Eagneul Japonês e Pequinês 38 Seção 8 Epagneul Anão Continental e Pequeno Cão Russo Seção 9 Kromfohrländer Seção 10 Molossóides de pequeno porte GRUPO 10 Galgos (Lébreis) Seção 1 Galgos de pêlo comprido e franjeado Seção 2 Galgos de pêlo cerdoso (duro) Seção 3 Galgos de pêlo curto GRUPO 11 Raças não reconhecidas pela FCI Fonte:De Torgui,p.109 De acordo com o artigo 1° do estatuto da CBKC a entidade é A Confederação Brasileira de Cinofilia, antes denominada Confederação do Brasil Kennel Clube, sucessora dos Convênios nacionais e internacionais e direitos adquiridos do Brasil Kennel Clube, é uma Associação Civil sem fins lucrativos, constituída pelas Federações Estaduais, Entidades Ecléticas Assemelhadas, com sede e foro na cidade do Rio de Janeiro (RJ), duração por prazo indeterminado, utilizando a sigla CBKC. E a Federação Internacional de Cinofilia (FCI) de acordo com a definição de VILMAR (2006, p.28): É uma organização canina mundial, com sede na Bélgica, composta por 82 (oitenta e dois) associações, sendo que em cada país existe apenas uma associação filiada a FCI, sua finalidade é garantir o reconhecimento mutuo dos pedigrees e regras entre os países membros, sendo estabelecidos padrões internacionais para as diversas raças reconhecidas pela organização, cabendo aos países membros o controle e a expedição dos seus próprios pedigrees; Temos no Estado da Paraíba uma entidade filiada à CBKC denominada Kennel Clube do Estado da Paraíba (KCPB), sediada na cidade de João Pessoa. Essa associação visa “desenvolver e fiscalizar a emissão dos pedigrees junto aos seus associados, que são os canis registrados, e organizar as exposições e demais atividades cinófilas no âmbito estadual” ((Id Ibdem). 39 3.3.2 Principais raças usadas no serviço de resgate Como vimos no quadro acima existem diversos grupos de raças caninas, cães para os mais diversos serviços e necessidades. Através de estudos e pesquisas encontramos vários exemplares de raças que é usado no serviço de busca e resgate nas instituições de bombeiro militar pelo Brasil, para nossa realidade selecionamos seis raças, por acreditarmos que corresponde melhor à realidade do nosso Estado, características operacionais, geográfica e climática. Lembrando que o clima é um fator externo que muito influencia no sucesso de uma ocorrência, analisando brevemente os efeitos fisiológicos do calor vamos perceber que este é capaz de causar exaustão fazendo com que o combatente perca grande quantidade de eletrólitos por transpiração e consequentemente levando-o ao desmaio. A exposição ao calor causa também desidratação, como os cães não têm a capacidade de suar como o ser humano e sua transpiração de dá através da língua, a grande exposição ao calor deixaria o animal bastante ofegando comprometendo o desempenho desde no desenvolvimento do serviço. 3.3.2.1 Labrador Retriever O Labrador é um cão de porte médio, seu tamanho varia de 56 a 57 cm nos machos e de 54 a 56 cm nas fêmeas, seu peso se diversifica entre 25 e 30 kg, o perfil psicológico desse animal é bastante aproveitável para o serviço de resgate, pois é um cão de característica sólida e fortemente estruturado, tem um bom temperamento e é bastante amigável. Uma das características que pesou na escolha desse exemplar é sua paixão pela água, seja no período do inverno ou verão. Sua cauda, bastante parecida com a da lontra ajuda no desenvolvimentodessa aptidão. É um animal apto ao treinamento se destacando por sua precocidade, pode ser ensinado a partir dos 6 ou 8 meses de vida sem dificuldade alguma.Seu pelo é curto(ideal para o clima do Estado da Paraíba),áspero ao tato e tem subpelagem resistente à água (LAROUSSE 2010,p.162).Essa é a raça adotada pelo Corpo de Bombeiros do Estado de Santa Catarina,um dos estados referencia no uso de cães para o serviço de resgate,Junior (2010) destaca que: 40 Labradores podem latir como aviso, quando notarem algo que lhes pareça estranho, mas não agirão de modo agressivo, a característica de ser retriever, que é o mesmo que recuperador. Além de ser um cão com temperamento fantástico, possui um faro apurado, excelente nadador, muito inteligente e capacitado a desempenhar tarefas complexas. A cor de sua pelagem pode ser preta, marrom,amarelo ou creme-claro. FIGURA 11: Red, Labrador que atuou em buscas no 11 de setembro de 2001 Fonte: http://xlabrador.blogspot.com.br/2011_09_01_archive.html. Estudando a origem dessa raça percebemos que sua adaptação à água está no seu DNA por conta de sua genealogia, de acordo com Larousse (2010, p.162) o labrador é: Descendente do “Cão de Saint-Jones, que vivia no século XVIII na ilha de Terra Nova, a oeste da foz do rio Saint-Laurent, no Canadá, o Labrador Retriever era utilizado pelos pescadores de bacalhau para recuperar os peixes escapados da rede. Por volta de 1820 ele foi levado para a Grã- Bretanha. 3.3.2.2 Pastor Alemão O pastor alemão é um cão de médio porte, seu tamanho varia de 60 a 65 cm nos machos e de 55 a 60 cm nas fêmeas, seu peso se diversifica na faixa de 30 a 40 kg nos machos e 22 a 32 kg nas fêmeas, apresenta uma pelagem de comprimento mediano variando entre 4 e 6 cm no dorso. 41 FIGURA 12: Zandor, cão de resgate do CBMRJ Fonte: http://www.veterinariosnaestrada.com.br/samba/blog/7-expedicoes/176- zandor.html Essa raça caracteriza um animal robusto, corajoso, inteligente (está figurado na terceira posição do ranking de inteligência do pesquisador Stanely Coren), musculoso, harmonioso, de agressividade controlada e de fácil adestramento. Bastante usado nos serviços de policia devido ao seu olfato bastante apurado, essa característica justifica a sua inclusão no rol dos cães de resgate, o pastor é tido como mestre na arte do rastreamento, tanto na localização de um bandido ou uma criança perdida como para encontrar pequenas ou grandes quantidades de drogas no fundo de uma mochila. “Hoje é a única raça de cães que está entre os três primeiros lugares em registros de filhotes em quase todos os países com cinofilia adiantada” (PEREIRA, 2012). Essa premissa é confirmada por Correa (2010) do blog as melhores raças: Extremamente adaptável, o Pastor Alemão pode suportar mudanças de temperaturas, vivendo bem em países de clima muito quente ou muito frio. Também é capaz de andar por diversos tipos de terrenos e geografias, horas seguidas, sem se cansar ou se machucar. Aliás, essa facilidade de se adaptar a todo tipo de desafio é um dos motivos pelo qual os Pastores Alemães são tão empregados no serviço policial de todo o mundo. Atuou nas duas grandes guerras mundiais para transportar kits, localizar feridos, detonar minas e bombas, encontrar esconderijos de soldados inimigos, servir de sentinela avisando a chegada de intrusos. 42 Sobre a origem do pastor, existem algumas controvérsias Zucco (2012), do site Cachorro Bom ratifica que Existem diferentes teorias sobre as origens do Pastor Alemão: alguns dizem que a raça foi resultado do cruzamento entre diversas raças de cães pastores na Alemanha; outros dizem que foi o resultado espontâneo do cruzamento de cadelas pastoras e lobos. De qualquer modo, sabe-se que o primeiro registro de um cachorro "Pastor Alemão" data de 1882, em Hanover. Outra corrente acredita que o pastor alemão tenha surgido no período da idade dos metais, há cerca de 8000 anos. Essa teoria é confirmada pela semelhança entre os exemplares atuais e os fósseis encontrados na Alemanha que datam do século XII e XIII. “Desenvolvendo a agricultura extensiva, sem cercas, os alemães necessitavam de cães que evitassem a invasão das culturas pelas ovelhas. Para essa atividade foram criados todas as famílias de cães pastores” (PEREIRA, 2012). 3.3.2.3 Golden Retriever O Golden é um cão de médio porte, seu tamanho varia de 56 a 61 cm nos machos e de 51 a 56 cm nas fêmeas, o macho varia seu peso entre 29 e 31 kg, enquanto as fêmeas variam entre 25 e 27 kg, ocupa a seção 1 do grupo 8 da classificação de raças da FCI, sua aparência lembra um Labrador, só que nesse caso de pelos mais compridos. A origem desse animal está envolta em lendas Torgui (2004, p.181) testifica que segundo relatos “em 1858, o Sr.Dudley Marjoribank,que se tornou depois lord Tweedmouth,encontrou num circo em Brighton um lote de cães muito fortes de pelo amarelo e longo.A inteligência e a alegria dos cães entusiasmaram o lorde que comprou todo o lote.” Esse animal no CBMPB seria bastante indicado para o serviço de busca de cadáver e afogamentos, devido ao seu excelente faro aliado à sua grande aptidão para água. O site cachorro ideal testifica que: O Golden Retriever foi desenvolvido para a caça de aves aquáticas, fato esse que explica a razão de serem loucos por água, independente do frio que faça. Trabalhavam na caça de busca, e atualmente ainda são os preferidos destes caçadores, além de ser o perfeito cão de companhia. 3.3.2.4 Border Collie Cão de médio porte medindo cerca de 53 cm e pesando entre 15 e 20 kg,se destacam por pela sua agilidade, inteligência, resistência e uma firme vontade de 43 trabalhar.Essa raça é originária da região montanhosa da Grã-Bretanha (entre a Escócia e a Inglaterra), ela descende de antigos cães pastores que foram trazidos para a Escócia durante as invasões vikings. A palavra Border significa “fronteira” em inglês e Collie pode ter tido origem na palavra “Colley” uma raça de ovelhas. Uma boa opção para o serviço de resgate, de acordo com pesquisas “começam a mostrar sinais de compreensão de comandos simples após 5 repetições, e não precisam de muita prática para manter estes comandos, sendo que possuem características que facilitam muito o adestramento” Manhanini (2011) FIGURA 13: Imagem de um Border Collie. Fonte: http://racasdecachorro.com/2011/03/saiba-tudo-sobre-a-raca-de-cachorros-border-collie/ Essas raças citadas acima são as mais utilizadas pelos Corpos De Bombeiros espalhados pelo Brasil no serviço operacional, existem outros exemplares como o TERRA NOVA, o BLOODHOUND, o PASTOR BELGA MALINOIS, só para citar alguns exemplos, mas acreditamos que pelo perfil psicológico das raças que detalhamos,vigor físico,disposição para o trabalho e capacidade de se adaptar ao nosso clima e relevos elas são as mais indicadas para o perfil de serviço do nosso estado.É certo, porém, que a raça não é um fator preponderante na escolha de um animal,podendo ser usado até mesmo os cães sem raça definida (comumente chamados de “vira-latas”),desde que esses gostem de brincar,tenha prazer na busca,seja dócil,sociável,adaptável ao barulho. 4 IMPLANTAÇÃO DO CANIL NO CBMPB: Chegamos agora no ponto essencial do nosso trabalho, já destacamos a importância do serviço de cães e destacamos a necessidade de implantação de 44 uma equipe cinotécnica no CBMPB. Partiremos agora para o passo a passo de todo o processo burocrático e operacional de estabelecimento da estrutura física, escolha do local, aquisição e especificação de viaturas, treinamento e seleção do pessoal especializado, manutenção do canil. Para tanto foi feita uma visita ao Canil do CBMPE e entrevistado o tenente Barbalho, responsável pelo serviço com cães naquele Estado.4.1 CURSO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL Antes de falarmos sobre a estrutura física se faz necessário descrever as características necessárias ao militar para que ele esteja habilitado ao serviço de busca e resgate com cães. Como em toda atividade no corpo de bombeiros, os militares que almejam trabalhar no serviço de busca e resgate com cães devem gozar de resistência física e boa saúde, possuir controle emocional e paciência, pois nesse tipo de treinamento o desenvolvimento do canídeo nem sempre evolui do modo que esperamos, estar preparado para trabalhar em meio a situações adversas e estar apto a realizar atividades em possíveis situações de risco e alto impacto emocional, ter profundo conhecimento de técnicas de APH (atendimento pré-hospitalar) e resgate de feridos e gostar de cães. De acordo com Vilmar (2006,p.51) O tempo médio de treinamento varia entre dois e três anos; É realizado primeiro um treinamento em adestramento básico, para depois ser introduzido o treinamento específico de busca e salvamento; O Homem é treinado juntamente com um cão, sendo assim, por exemplo, em um curso de adestramento o animal já vai sendo adestrado, servindo como comprovação, no final do treinamento, da capacitação do adestrador. No Estado de Santa Catarina já existe uma tradição de treinamento de equipes cinófilas, mas temos este treinamento também na Bahia. No mês de Novembro de 2012 iniciou-se o curso para uma nova turma de busca, resgate e salvamento com cães, com 18 militares e carga horária de 195 h/aula. O curso aborda disciplinas como Operações helitransportadas, Busca e resgate em estruturas colapsadas, Operação em áreas deslizadas, Busca urbana com cães, entre outras. 45 4.2 ESTRUTURA FÍSICA O corpo de bombeiros militar do Estado de Pernambuco inaugurou esse mês no GBSAT (Grupamento de Busca,Salvamento e Ações Taticas) o canil para atuação de busca e resgate com cães,a unidade tem como comandante o 2°ten Barbalho e conta com mais 11 militares especialistas na área que atuam como adestradores e guias.O canil possui: Sala administrativa; Sala de enfermaria veterinária; Alojamento; Sala de ração e 5 box igura n°14: Vista Geral do Canil do CBMPE. Fonte: Mário Germano O canil possui uma área total de 18x25 metros, área verde para que o cão possa se locomover livremente e uma área de brita para que ao adentrar no Box o adestrador não leve bactérias para os animais, é recomendado também uma área de cal por esse mesmo motivo. Abaixo teremos mais uma imagem do canil que conseguimos na visita que fizemos ao grupamento em novembro de 2012. 46 Figura n° 15: Área verde e caixa de brita. Fonte: Mário Germano Ao redor do Box temos uma cerca de metal com espaçamentos para evitar que se alojem pulgas ou carrapatos.O chão é de cimento para evitar que o cão deslize ou que ele contraia algum problema de coluna. Figura n°16: Box. Fonte: Mário Germano Abaixo apresentaremos a planta baixa de um Box,apresentada pelo cinólogo Bruno Tausz do site www.saudeanimal.com.br. 47 Figura n°17: Planta Baixa de um Box. Fonte: http://www.saudeanimal.com.br/2mil_005.htm De acordo com Bruno Tausz (2012) as paredes devem ser contruidas da seguinte forma: As paredes deverão ser confeccionadas com tijolos de barro, chapiscadas e revestidas com uma massa de cimento e areia ou azulejos, para evitar que os cães, ao arranharem as paredes, façam buracos. Os tijolos mantêm um colchão de ar entre as suas superfícies, conservando a temperatura ideal. Caso o canil não tenha convenio com algum hospital veterinário, é importante haver também uma sala de tosa, banho e cuidados veterinários. É necessário haver, também, uma sala de isolamento ou quarentena para que se por acaso algum animal ficar doente preservar os demais. Uma piscina também é ideal para o treinamento do cão, além de ser o exercício mais completo por trabalhar todos os músculos. 4.3 EQUIPAMENTOS E VIATURAS A relação de equipamentos para iniciar o serviço com cães no Corpo de bombeiros do nosso Estado,com 11 militares,de acordo com o que ocorre em Pernambuco está inserida no anexo A desse trabalho. A corporação deve também se preocupar com a escolha dos melhores exemplares de raças que já descrevemos em tópicos anteriores, abaixo relacionamos o valor médio de um cão: 48 RAÇA PREÇO Labrador R$ 900,00 Pastor Alemão R$ 1000,00 Golden Retriever R$ 2000,00 Border Collie R$ 1800,00 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O uso de cães já é rotina em alguns Estados da federação, em muitas catástrofes a inclusão desses animais na equipe de resgate foi o ponto crucial para a efetivação de um melhor desfecho da ocorrência. Esse trabalho monográfico busca evidenciar a viabilidade e necessidade de implantação do serviço no Estado da Paraíba. Foi feita uma breve análise de estatística de ocorrências do ano de 2011 junto ao CIOP para fundamentar o nosso tema, foi feita também uma visita ao CANIL do Corpo de Bombeiros de Pernambuco a fim de recebermos orientação quanto à implantação da estrutura física e o treinamento e seleção do pessoal. Foi exaustivamente analisado a superioridade dos sentidos dos cães em relação ao do homem e destacado a eficiência desses para o serviço de busca e resgate. Ao final foi detalhado o processo de implantação do canil, tanto quanto a estrutura física, treinamento de pessoal, processo licitatório para aquisição de viaturas especializadas e cães para o serviço. 49 REFERÊNCIAS BARBIERI, Valéria. O Paladar. 2012. Disponível em: < http://www.amicinet.com.br/noticias/?acao=lm&tp=2&id=251>.Acesso em 20.out. às 19h40min BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Senado Federal, 1988, 168 p. CACHORRO IDEAL. Golden Retriever.2012.Disponível em: <http://www.cachorroideal.com/2010/07/golden-retriever.html>. Acesso em 19.nov.às 22h:34min. CORREA, Hector. Pastor alemão Origem da raça. 2012. Disponível em: http://asmelhoresracas.blogspot.com.br/2010/06/pastor-alemao-origem- daraca.html>.Acesso em 27. out.00h34min. FILHO, Artur Roberto Voguel. Um estudo sobre as possibilidades de uso de cães nas atividades de salvamento aquático pelo corpo de bombeiros militar de Santa Catarina. Florianópolis, 2012. GREIF,Sérgio. O que são cães de raça?2012. Disponivel em: <http://www.floraisecia.com.br/detalhe_artigo.php?id_artigo=625>.Acesso em 27.out. às 00h43min. JUNIOR, Sílvio Mendonça Lima. A importância do uso de cães de resgate pelo corpo de bombeiros. Itajaí, 2010. MANHANINI, Vinicius. Saiba tudo sobre a raça de cachorros Border Collie.2011.Disponível em: <http://racasdecachorro.com/2011/03/saiba-tudo-sobre-a-raca-de-cachorros-border- collie/ >. Acesso em 21. nov.às 23h18min. 50 OLIVEIRA, Vilmar Dias de. Viabilidade de implantação do serviço de busca e salvamento com cães no corpo de bombeiros do Estado da Paraíba. Fortaleza, 2006. ORTIZ, Asdrúbal da Silva. A Pré-História dos Corpos de Bombeiros. Rio de janeiro, 2012. PEREIRA, José Carlos. O Pastor Alemão. 2012. Disponível em: < http://www.saudeanimal.com.br/pastor.htm>.Acesso em 27. out. às 00h43min PIVA, Ismael Mateus. A certificação dos cães de busca e resgate do corpo de bombeiros militar de Santa Catarina. Florianópolis, 2011. SANTOS, Antonio Miranda pinheiro dos. Manual do curso de cinotecnia para busca e salvamento. Amadora, 2004. SHIROMA, Victor Heidy. A importância do uso de cães como ferramenta na busca de cadáveres humanos em água doce no estado de Santa Catarina. Florianópolis, 2012. SALLES, Heber. Origens das raças modernas. 2012. Disponível em: <http://www.dogtimes.com.br/origem_mod.htm>.
Compartilhar