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Interpretação Constitucional: Princípios e Métodos

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DIREITO CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
Aula 3- Interpretação Constitucional 
Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 1 
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Olá pessoal, tudo certo? A aula de hoje traz um assunto que 
poderá fazer a diferença em sua prova, muita gente não gosta de 
aprender, mas você vai ver o quanto o assunto é interessante. 
 
Interpretação Constitucional: 
Interpretação constitucional é o processo de se descobrir o 
verdadeiro teor da norma constitucional. É um tema que sempre foi 
alvo de muitas discussões e posicionamentos. 
A teoria que iremos expor pode parecer um pouco complexa, mas eu 
afirmo: É MUITO SIMPLES DE ENTENDER E FIXAR! Basta ler 
atentamente cada um dos conceitos que iremos expor e resolver as 
dezenas de questões comentadas que colocaremos em seguida. 
Tenho certeza que nunca mais esquecerão essa matéria! 
Vamos lá então. Antes de qualquer coisa, temos que saber que, em 
regra, é o Poder Judiciário que interpreta a Constituição. Não apenas 
o STF, mas qualquer juiz pode interpretar a Constituição. Não se 
pode falar, porém, que essa atividade é exclusiva do Judiciário, já 
que existem exceções como, por exemplo, a chamada interpretação 
autêntica (que veremos à frente) que é proferida pelo Poder 
Legislativo, editando as chamadas "leis interpretativas". 
Para se interpretar a Constituição, fazemos uso de 2 instrumentos, os 
princípios de interpretação e os métodos de interpretação. 
Os princípios são aqueles direcionamentos iniciais, pontos de partida. 
São pressupostos, que devem ser observados para posteriormente 
usar os métodos. Os princípios devem ser observados em conjunto. 
Os métodos, por sua vez, são a forma como se irá promover a 
interpretação. Os métodos também podem ser empregados 
conjuntamente. 
As questões de prova cobram basicamente a literalidade dos 
conceitos, que são com muita propriedade expostos pelo professor 
Canotilho. Baseados neste autor, e em outras doutrinas, podemos 
coligir os princípios e os métodos da forma que faremos a seguir. 
 
São princípios de interpretação constitucional: 
a) Princípio da unidade da Constituição: Este princípio é a base 
da qual deriva a maioria dos demais. Segundo ele, as normas 
constitucionais formam um corpo único, indivisível para fins de 
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interpretação. Uma norma só faz sentido se entendida dentro de todo 
o contexto do sistema constitucional. Assim, ao interpretar a 
Constituição, o hermeneuta deve buscar dissipar quaisquer 
contradições ou antinomias aparentes, já que formando este corpo 
único, não há o que se falar em normas contraditórias, devendo-se 
analisá-las em conjunto e buscar o verdadeiro fim pensado. Assim, 
podemos organizar as consequências deste princípio do seguinte 
modo: 
x Não podemos vislumbrar em uma Constituição formal a 
hierarquia entre as normas (seja parte permanente ou dos 
ADCT, sejam normas originárias ou derivadas, tudo é uma coisa 
só); 
x Não existem normas constitucionais originárias 
inconstitucionais; 
x Não existem contradições entre os dispositivos constitucionais. 
Pode haver apenas uma "aparência" de contradição. 
 
b) Princípio da concordância prática ou da harmonização: Sem 
que se negue o princípio da unidade da Constituição, ao se usar o 
princípio da harmonização, deverá o intérprete ponderar os valores 
dos princípios e normas de modo a otimizar o resultado da 
interpretação. Assim, um princípio pode limitar ou condicionar outro, 
não o nega totalmente, mas, ocorre uma verdadeira “harmonização” 
entre eles, para que se decida qual irá prevalecer no caso concreto. 
c) Princípio da correição funcional (ou conformidade 
funcional): Embora o intérprete tenha certa liberdade ao buscar o 
sentido das normas, ele de forma alguma, segundo este princípio, 
poderá chegar a um resultado que perturbe a repartição de 
competências que a Constituição estabeleceu em sua estrutura. 
d) Princípio da eficácia integradora: Orientado por este princípio, 
o intérprete deverá, ao se deparar com problemas jurídico-
constitucionais, ponderar as normas e estabelecer a interpretação 
mais favorável a uma integração política, social ou que reforce a 
unidade política. 
e) Princípio da força normativa da Constituição: Segundo este 
princípio, não se pode ignorar a eficácia das normas constitucionais, 
se elas estão positivadas existe um motivo para tal, assim o 
intérprete deverá adotar interpretação que garanta maior eficácia e 
permanência destas normas. 
f) Princípio da máxima efetividade: Este princípio é considerado 
por muitos um subprincípio do anterior. Ele orienta o intérprete a 
fazer uma interpretação, notadamente dos direitos fundamentais, de 
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forma a conferir uma maior eficácia a estas normas, torná-las mais 
densas e fortalecidas. 
g) Princípio da interpretação conforme a Constituição e da 
presunção de constitucionalidade das leis: É um princípio usado 
tanto para interpretação constitucional quanto no controle de 
constitucionalidade. Por este princípio, o intérprete deve presumir 
que a lei é constitucional e quando restar dúvida em relação ao 
significado da norma, escolherá aquele que a tornará constitucional, 
declarando-se inconstitucional que se tome interpretação diversa. 
Assim, este princípio traz as seguintes decorrências: 
x Não se declara inconstitucional uma norma a qual possa ser 
atribuída uma interpretação constitucional (princípio da 
conservação das normas); 
x A constituição sempre deve prevalecer - Sempre se interpretam 
as leis conforme a Constituição, nunca se interpreta a 
Constituição conforme as leis (Princípio da prevalência da 
Constituição). 
x Somente é aplicável a normas que admitirem interpretações 
diversas, não pode ser aplicável a normas que contenham 
sentido unívoco, já que o intérprete deve analisar a finalidade 
do legislador, não podendo dar à lei uma interpretação que 
subverta o seu sentido (Princípio da vedação da interpretação 
conforme a Constituição mas contra legem). 
h) Princípio da proporcionalidade e da razoabilidade: Ambos 
são empregados, principalmente, de forma suplementar ao princípio 
da concordância prática ou harmonização, de forma que, ao se 
ponderar os valores (notadamente os direitos fundamentais) se tenha 
uma ação que busque o melhor resultado possível, e que os 
benefícios da ponderação sejam efetivamente superiores aos 
malefícios causados. 
Tais princípios são muitas vezes tratados como sinônimos, mas já 
existe bastante material doutrinário pregando a diferenciação entre 
os termos. Assim, a razoabilidade seria um princípio mais subjetivo, 
abstrato, que refere-se ao "senso comum", a vedação ao excesso, e 
teria sua origem no direito anglo-saxão1. Já o princípio da 
proporcionalidade, de origem germânica, seria mais racional, objetivo 
e informado por 3 sub-princípios que sugerem uma lógica no seu 
exercício: 
 
1 GUERRA FILHO, Willis Santiago. O Princípio da proporcionalidade em direito 
constitucional e em direito privado no Brasil. Mundo Jurídico, mai. 2003. 
Disponível em: <http://www.mundojuridico.adv.br/cgi-bin/upload/texto347.rtf>. 
Acesso em: 02 Março de 2010. 
 
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1. Adequação (ou pertinência) - a medida imposta tem que ser 
uma medida adequada para se conseguir a finalidade esperada. 
2. Necessidade - analisa-se se realmente a medida é necessária, 
se não existe outra solução menos gravosa. 
3. Proporcionalidade em sentido estrito – seria a efetiva 
ponderação entre os benefícios e malefícios que serão causados 
com o ato. 
É importante frisar que tais princípios não foram positivados 
expressamente na Constituição, mas costuma-se elencá-los como 
implícitos no art. 5º LIV que dispõe sobre o “devido processo legal”. 
 
São métodos de interpretação da Constituição: 
a) Método Jurídico (ou método hermenêutico clássico): 
Proposto por Ernest Forsthoff. Por este método temos a premissa de 
que "a Constituição é uma lei". Se a Constituição é uma lei, usam-se 
os métodos clássicos de interpretação de leis propostos por Savigny 
para interpretar as normas constitucionais. Destacamos: 
ƒ Interpretação autêntica – Ocorre quando o próprio órgão 
que editou a norma edita uma outra norma, com o fim de 
esclarecer pontos duvidosos e que, sendo meramente 
interpretativa, poderá ter eficácia retroativa já que não cria 
nem extingue direitos; 
ƒ Interpretação teleológica – Interpreta-se a norma 
tentando buscar a finalidade para qual foi criada; 
ƒ Interpretação gramatical ou literal – Usa-se o a 
literalidade da lei; 
ƒ Interpretação histórica – Busca-se os precedentes 
históricos para tentar alcançar a interpretação a ser dada à 
norma; 
ƒ Interpretação sistemática – Tenta-se harmonizar as 
normas dando uma unidade ao ordenamento jurídico; 
A maior crítica a este método é que Savigny ao estabelecer a sua 
teoria, estava pensando no Direito Privado. A Constituição é dotada 
de uma complexidade de normas que torna o tal método insuficiente. 
b) Método tópico-problemático: Tendo um problema concreto nas 
mãos, os intérpretes debatem abertamente tentando adequar a 
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norma a este problema, daí diz-se que há uma “primazia do problema 
sobre a norma”. 
c) Método hermenêutico-concretizador: É o contrario do 
anterior. Aqui parte-se da pré-compreensão da norma abstrata 
e tenta-se imaginar a situação concreta. Agora temos a 
“primazia da norma sobre o problema”. 
d) Método científico-espiritual: Analisa-se os valores sociais, 
integrando o texto constitucional com a realidade a qual a sociedade 
está vivendo. 
e) Método normativo-estruturante: Analisa-se a norma tentado 
analisar a sua função como estruturadora do Estado. Assim, o 
intérprete deve observar em suas mãos dois elementos: 
1- A norma constitucional, em si. 
2- Os elementos de concretização desta norma na sociedade, em 
todos os níveis. Ou seja, como a norma está sendo aplicada na 
sociedade, como está ocorrendo a atividade jurisdicional e 
administrativa em cima do texto, e etc. 
 
Correntes interpretativistas e não-interpretativistas: 
(Assunto que tem sido cobrado apenas pelo CESPE) 
Essas correntes debatem sobre a liberdade de atuação dos juízes ao 
se interpretar as normas constitucionais, debate este muito forte nos 
Estados Unidos. 
a) Corrente interpretativista: 
Canotilho ensina que a corrente interpretativista considera que os 
juízes devem se limitar a captar o sentido dos preceitos expressos na 
Constituição, ou que pelo menos, estejam claramente implícitos. Ou 
seja, embora o nome possa induzir o contrário, nesta corrente a 
atividade do juiz é bem restrita, limitada. Não estamos querendo 
dizer que se confundirá com o “literailismo”, mas que deve ser 
comedido ao usar conceitos implícitos no texto constitucional e seus 
valores substantivos. 
 
b) Não-interpretativismo: 
Diferentemente dos interpretativistas, os não-interpretativistas 
defendem uma maior autonomia do juiz ao se interpretar a norma, 
prevendo uma possibilidade e até mesmo a necessidade de que os 
juízes apliquem “valores e princípios substantivos”. Assim, importa 
mais os valores, como a igualdade, a justiça e a liberdade 
demandados pela sociedade, do que a estrita vontade do legislador. 
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x Questões da FCC: 
1. (FCC/Procurador do MP junto ao TCE-MG /2007) No 
entendimento de doutrinadores, NÃO é considerado, dentre outros, 
como princípio e regra interpretativa das normas constitucionais, 
a) a unidade da constituição -interpretação de maneira a evitar 
contradições entre as normas constitucionais. 
b) o efeito integrador -primazia aos critérios favorecedores da 
integração política e social. 
c) a concordância prática ou a harmonização -coordenação e 
combinação dos bens jurídicos em conflito. 
d) a força normativa da constituição -adoção de interpretação que 
garanta maior eficácia e permanência das normas constitucionais. 
e) a adoção da contradição dos princípios -os preceitos exigem uma 
interpretação explícita, excluindo-se a implícita. 
Comentários: 
Letra A - Correto. Vimos que por este princípio a constituição se 
manifesta em um corpo único. Sendo um corpo único, não existe 
possibilidade de contradição de normas. Assim, segundo este 
princípio, a Constituição deve ser interpretada buscando a dissipação 
das aparentes antinomias e contradições. Importante é dizer que 
pelo princípio da unidade da Constituição, não há qualquer hierarquia 
entre normas presentes no corpo da Lei Maior, já que ela se 
manifesta como única. 
Letra B - Correto. Segundo a doutrina, o efeito integrador pressupõe 
a busca pelo sentido que fortaleça a unidade política e a integração 
social do país. 
Letra C - Correto. Por este princípio, mesmo que, num caso concreto, 
se verifique a colisão entre princípios constitucionais, um princípio 
não invalida o outro, já que podem e devem ser aplicados na medida 
do possível e com diferentes graus de efetivação. Assim, interpreta-
se de forma a evitar o sacrifício total de uns em relação a outros, eles 
são harmonizados. 
Letra D - Correto. O princípio da força normativa da constituição foi 
defendido por Konrad Hesse. Segundo este princípio, a constituição 
tem a sua força impositiva e deve ser aplicada efetivamente e não ser 
ignorada pelos aplicadores. 
Letra E - Errado. A doutrina não faz qualquer menção a um princípio 
chamada "contradição dos princípios" até por que, princípios não 
podem entrar em contradição. Quando se fala de princípios, não se 
fala em exclusão ou contradição, já que eles podem ser ponderados 
no caso concreto e assim ser concretizados em graus diferentes. Isto 
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faz com que os chamem de "mandados de otimização". Quando 
estamos diante de regras constitucionais, ou seja, normas que 
estabelecem uma conduta específica sem margem para abstrações, 
pode acontecer de uma excluir a outra, pois não existe cumprimento 
parcial de regras, ou são cumpridas integralmente ou não são 
cumpridas. 
Gabarito: Letra E. 
 
2. (FCC/AJAJ - TRE-AM/2010) Com relação aos princípios 
interpretativos das normas constitucionais, aquele segundo o qual a 
interpretação deve ser realizada de maneira a evitar contradições 
entre suas normas é denominado de: 
a) conformidade funcional. 
b) máxima efetividade. 
c) unidadeda constituição. 
d) harmonização. 
e) força normativa da constituição. 
Comentários: 
Letra A - Errado. Este seria o princípio segundo o qual o intérprete 
não poderá chegar a um resultado que perturbe a repartição de 
competências que a Constituição estabeleceu em sua estrutura. 
Letra B - Errado. Este seria o princípio que orienta o intérprete a 
fazer uma interpretação de forma a conferir uma maior eficácia às 
normas constitucionais, torná-las mais densas e fortalecidas. 
Letra C - Correto. Se a constituição é una, não pode haver 
contradições em seu texto, devendo as normas serem interpretadas 
em conjunto. 
Letra D - Errado. Este seria o princípio que orienta o intérprete a 
ponderar, diante de um caso concreto, dois ou mais princípios 
constitucionais, para decidir qual irá prevalecer para aquele caso. 
Letra E - Errado. Este seria o princípio que orienta o intérprete a 
adotar uma interpretação que garanta maior eficácia e permanência 
das normas constitucionais, para evitar que se tornem uma “letra 
morta”. 
Gabarito: Letra C. 
 
3. (FCC/Defensor Público - DPE-SP/2010) Após grave crise 
energética, o Governo aprova lei que disciplina o racionamento de 
energia elétrica, estabelecendo metas de consumo e sanções pelo 
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descumprimento, que podem culminar, inclusive, na suspensão do 
fornecimento. Questionado judicialmente, se vê o Supremo Tribunal 
Federal - STF com a missão de resolver a questão, tendo, de um 
lado, a possibilidade de interrupções no suprimento de energia 
elétrica, se não houver economia, e, de outro, as restrições a serviço 
público de primeira necessidade, restrição que atinge a igualdade, 
porque baseada em dados de consumo pretérito, bem como 
limitações à livre iniciativa, ao direito ao trabalho, à vida digna etc. 
O controle judicial neste caso envolve 
a) a apreciação de colisão de direitos fundamentais, que, em sua 
maior parte, assumem a estrutura normativa de “regras”, o que 
implica anulação de uns em detrimento de outros. 
b) a aplicação da regra da proporcionalidade, que, segundo a 
jurisprudência constitucional alemã, tem estrutura racionalmente 
definida – análise da adequação, da necessidade e da 
proporcionalidade em sentido estrito. 
c) a utilização do princípio da razoabilidade, já consagrado no Brasil, 
e que determina tratar os direitos colidentes como “mandamentos de 
otimização”. 
d) a eliminação da falsa dicotomia entre direitos constitucionais, já 
que a melhor solução é a que os harmoniza, sem retirar eficácia e 
aplicabilidade de nenhum deles. 
e) juízo de constitucionalidade clássico, pois nem emenda à 
Constituição pode tender a abolir direitos fundamentais. 
Comentários: 
A questão apresenta um caso concreto, onde o intérprete (STF) tem 
nas mãos a missão de ponderar valores e decidir sobre a necessidade 
do governo em forçar uma economia energética e o direito da 
população de fazer uso da sua energia de forma livre. 
A questão trata então da averiguação da proporcionalidade da 
medida, onde deverá ser observado os seguintes critérios (sub-
princípios da proporcionalidade): 
a) A adequação da medida imposta, se ela realmente está apta a 
conseguir a finalidade esperada. 
b) A necessidade da medida, para averiguar se não existe outra 
solução menos gravosa. 
c) A proporcionalidade em sentido estrito, onde irá se ponderar os 
benefícios e malefícios que serão causados com o ato. 
Desta forma, o gabarito seria a letra B. Vamos comentar as demais 
assertivas: 
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Letra A - Errado. Os direitos fundamentais são essencialmente 
"princípios" e não "regras". Regras são relatos objetivos que não 
admitem cumprimento parcial. Já os princípios são mandados de 
otimização, onde poderá ser alcançado um cumprimento parcial em 
busca de um resultado ótimo. 
Letra C - Errado. Razoabilidade não significa tratar os direitos 
colidentes como “mandamentos de otimização”, mas sim usar o bom 
senso na hora de aplicar uma medida, ou seja, não aplicar medidas 
que extrapolem do que seria adequado ao fato, segundo o senso 
comum. 
Letra D - Errado. Realmente terá que se resolver a falsa dicotomia 
("aparente contradição) entre direitos constitucionais, porém, o caso 
concreto e o intérprete é que definirá, baseado nos princípios 
interpretativos qual a melhor solução, podendo haver sacrifício da 
eficácia e aplicabilidade de um em razão do outro. Lembrando que 
este sacrifício nunca poderá ser total devido à proteção do núcleo 
essencial. 
Letra E - Errado. Nem precisa comentar essa, né?! 
Gabarito: Letra B. 
 
4. (FCC/AFRE-PB/2006 - Adaptada) O método de 
interpretação das normas constitucionais segundo o qual se procura 
identificar a finalidade da norma, levando-se em consideração o seu 
fundamento racional, é o método teleológico (Certo/Errado). 
Comentários: 
Entre os métodos de interpretação das normas constitucionais, temos 
o método jurídico ou hermenêutico clássico. Segundo este método, 
deve-se usar as formas propostas por Savigny para interpretar leis. 
Entre estas formas, temos a interpretação teleológica que busca a 
finalidade para qual a norma foi criada. 
Gabarito: Correto. 
 
5. (FCC/PGE-PE/2004 - Adaptada) Em ocorrendo colisão de 
direitos fundamentais consagrados por normas constitucionais de 
eficácia plena, não sujeitos, portanto, a restrições legais, o intérprete 
constitucional poderá adotar, para solução de caso concreto, o 
princípio da interpretação conforme a Constituição (Certo/Errado). 
Comentários: 
O correto seria o princípio da concordância prática, harmonização ou 
ponderação de interesses (esses nomes são sinônimos). 
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Gabarito: Errado. 
 
6. (FCC/Auditor - TCE-SP/2008 - Adaptada) Por força da 
Emenda Constitucional no 52, de 8 de março de 2006, foi dada nova 
redação ao § 1o do artigo 17 da Constituição da República, 
estabelecendo-se inexistir obrigatoriedade de vinculação entre as 
candidaturas dos partidos políticos em âmbito nacional, estadual, 
distrital ou municipal. Referido dispositivo foi objeto de impugnação 
por meio de ação direta de inconstitucionalidade, ao final julgada 
procedente, pelo Supremo Tribunal Federal, para o fim de declarar 
que a alteração promovida pela referida emenda constitucional 
somente fosse aplicada após decorrido um ano da data de sua 
vigência (ADI 3685-DF, Rel. Min. Ellen Gracie, publ. DJU de 10 ago. 
2006). Na hipótese relatada, o Supremo Tribunal Federal procedeu à 
interpretação, conforme a Constituição, sem redução de texto 
normativo (Certo/Errado). 
Comentários: 
A interpretação conforme a Constituição, ou simplesmente 
"interpretação conforme" é uma maneira de salvar uma lei 
aparentemente inconstitucional. Ou seja, fixa-se uma interpretação à 
norma para que o sentido esteja de acordo com o texto 
constitucional, e impede-se também que a norma seja aplicada de 
uma forma inconstitucional. Foi isso que aconteceu no caso em tela, 
fixou-se a interpretação de que se devia esperar um ano para ser 
aplicável, para que a lei se adequasse ao art. 16 da Constituição. 
Gabarito: Correto. 
 
7. (FCC/AFRE-PB/2006) O método de interpretação das normas 
constitucionais segundo o qual se procuraidentificar a finalidade da 
norma, levando-se em consideração o seu fundamento racional, é o 
método: 
a) literal. 
b) gramatical. 
c) histórico. 
d) sistemático. 
e) teleológico. 
Comentários: 
Questão direta. Identificar a finalidade da norma é fazer uso da 
interpretação teleológica. 
Gabarito: Letra E. 
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8. (FCC/PGE-PE/2004) Em ocorrendo colisão de direitos 
fundamentais consagrados por normas constitucionais de eficácia 
plena, não sujeitos, portanto, a restrições legais, o intérprete 
constitucional poderá adotar, para solução de caso concreto, o 
princípio da 
a) ponderação de interesses. 
b) interpretação adequadora. 
c) congruência. 
d) relativização dos direitos fundamentais. 
e) interpretação conforme a Constituição. 
Comentários: 
Ponderação de interesses, ponderação de valores, concordância 
prática, harmonização... Tudo isso é sinônimo para uma mesma 
coisa: colocar em uma balança dois princípios colidentes no caso 
concreto e decidir qual irá prevalecer! 
Gabarito: Letra A. 
 
x Questões do CESPE: 
 
9. (CESPE/Assessor-TCE-RN/2009) O princípio da 
razoabilidade-proporcionalidade permite ao Poder Judiciário invalidar 
atos legislativos ou administrativos quando, entre outras situações, a 
medida adotada não for exigível ou necessária, havendo meio 
alternativo menos gravoso para se chegar ao mesmo resultado, o que 
se convencionou denominar necessidade ou vedação do excesso. 
Comentários: 
A distinção entre "proporcionalidade" e "razoabilidade" ainda não é 
pacífica. Neste concurso, o CESPE seguiu a linha doutrinária de tratá-
los como um princípio único - "princípio da razoabilidade-
proporcionalidade". 
A assertiva está correta, já que, em que pese as diferenças 
doutrinárias, tais princípios tem em comum o fato de prezar pela 
justiça, bom senso, repúdio aos excessos. 
Gabarito: Correto. 
10. (CESPE/Anatel/2009) O princípio da proporcionalidade acha-
se vocacionado a inibir e a neutralizar os abusos do poder público no 
exercício de suas funções, qualificando-se como parâmetro de 
aferição da própria constitucionalidade material dos atos estatais. 
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Comentários: 
É isso aí... dispensa maiores comentários. 
Gabarito: Correto. 
 
11. (CESPE/ANATEL/2009) O princípio da unidade da 
Constituição considera essa Carta em sua totalidade, buscando 
harmonizá-la para uma visão de normas não isoladas, mas como 
preceitos integrados em um sistema unitário de regras e princípios. 
Comentários: 
Por tal princípio, não há contradições no texto constitucional, já que 
ele forma um corpo único, assim, o que ocorre são apenas 
"aparentes" contradições, que devem ser dissipadas pelo intérprete 
ao analisar o texto em conjunto. 
Gabarito: Correto. 
 
12. (CESPE/TRT-17ª/2009) Segundo o princípio da unidade da 
constituição, cada país só pode ter uma constituição em vigor, de 
modo que a aprovação de nova constituição implica a automática 
revogação da anterior. 
Comentários: 
O princípio da unidade da Constituição, a Constituição deve ser 
entendida como uma norma única, não existindo assim contradições 
em seu texto. Assim, não há nenhuma relação com o descrito no 
enunciado. 
Gabarito: Errado. 
 
13. (CESPE/ANATEL/2009) O princípio da máxima efetividade 
visa interpretar a CF no sentido de atribuir à norma constitucional a 
maior efetividade possível, ou seja, deve-se atribuir a uma norma 
constitucional o sentido que lhe dê maior eficácia. 
Comentários: 
O princípio da máxima efetividade deriva do princípio da força 
normativa da Constituição, considerado por alguns até mesmo como 
um sub-princípio. Este princípio orienta o intérprete a tornar a norma 
constitucional mais densa, alcançando ao máximo sua efetiva 
aplicação. 
Gabarito: Correto. 
 
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14. (CESPE/TRE-MA/2009) De acordo com o princípio 
interpretativo da máxima efetividade ou da eficiência das normas 
constitucionais, devem ter prioridade, quando da resolução de 
problemas jurídico-constitucionais, critérios que favoreçam a 
integração política e social. 
Comentários: 
Este seria o princípio do efeito integrador. O princípio da máxima 
efetividade visa interpretar a CF no sentido de atribuir à norma 
constitucional a maior efetividade possível, ou seja, deve-se atribuir a 
uma norma constitucional o sentido que lhe dê maior eficácia. 
Gabarito: Errado. 
 
15. (CESPE/TRT-17ª/2009) O princípio do efeito integrador 
estabelece que, havendo lacuna na CF, o juiz deve recorrer a outras 
normas do ordenamento jurídico para integrar o vácuo normativo. 
Comentários: 
Isso que está descrito no enunciado é o uso da técnica da integração 
e não interpretação. Integração constitucional (técnica usada para 
preencher as lacunas deixadas pela norma constitucional, 
notadamente através de leis) é diferente de interpretação 
constitucional (técnica usada para extrair o verdadeiro significado da 
norma). Usar o princípio de interpretação do efeito integrador é 
interpretar a norma de modo que favoreça a integração política e 
social e reforce a unidade política, logo não tem correlação alguma 
com "integração constitucional" (uso de leis para preencher lacunas 
da constituição). 
Gabarito: Errado. 
 
16. (CESPE/TRT-17ª/2009) O princípio da conformidade 
funcional visa impedir, na concretização da CF, a alteração da 
repartição das funções constitucionalmente estabelecidas. 
Comentários: 
O princípio da conformidade ou correição funcional está estritamente 
ligado à repartição das competências feita pela Constituição. Assim, 
a sua observância impede que haja uma deturpação do que foi 
constitucionalmente estabelecido. 
Gabarito: Correto. 
 
17. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) Entre os 
métodos compreendidos na hermenêutica constitucional inclui-se o 
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tópico problemático, que consiste na busca da solução partindo-se do 
problema para a norma. 
Comentários: 
Entre os diversos métodos usados para se interpretar a norma 
constitucional, temos o chamado "método tópico-problemático". 
Segundo este método, tendo um problema (caso concreto) em mãos, 
tenta-se aplicar a norma abstrata a este problema e, assim, chegar a 
uma interpretação. Este método se opõe ao "hermenêutico-
concretizador" onde tem-se somente a norma abstrata e esta é o 
ponto de partida para a interpretação. 
Gabarito: Correto. 
 
18. (CESPE/Procurador-AGU/2010) O método hermenêutico-
concretizador caracteriza-se pela praticidade na busca da solução dos 
problemas, já que parte de um problema concreto para a norma. 
Comentários: 
Erra a questão ao colocar o hermenêutico-concretizador com o 
conceito do tópico-problemático: 
x Hermenêutico-concretizador - como o nome sugere, o intérprete 
deve "concretizar", ou seja, partir da norma abstrata e chegar ao 
problema. 
x Tópico-problemático - Este é o contrário, ele já tem o problema 
em mãos, e vai adequar a norma pensando neste problema.Gabarito: Errado. 
 
19. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) Pelo método de 
interpretação hermenêutico-concretizador, a análise da norma 
constitucional não se fixa na sua literalidade, mas decorre da 
realidade social e dos valores insertos no texto constitucional, de 
modo que a constituição deve ser interpretada considerando-se seu 
dinamismo e constante renovação, no compasso das modificações da 
vida da sociedade. 
Comentários: 
A questão tenta induzir o candidato ao erro, colocando um excesso de 
informações que nada tem haver com o referido princípio. As 
informações estão associadas ao chamado método científico-
espiritual. Usar o método hermenêutico-concretizador significa partir 
de uma pré-compreensão da norma em abstrato, e depois desta pré-
compreensão buscar concretizá-la para se alcançar o caso concreto 
da realidade. 
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Gabarito: Errado. 
 
20. (CESPE/DPE-ES/2009) A interpretação conforme a 
Constituição determina que, quando o aplicador de determinado texto 
legal se encontrar frente a normas de caráter polissêmico ou, até 
mesmo, plurissignificativo, deve priorizar a interpretação que possua 
um sentido em conformidade com a Constituição. Por conseguinte, 
uma lei não pode ser declarada inconstitucional,quando puder ser 
interpretada em consonância com o texto constitucional. 
Comentários: 
A interpretação conforme a Constituição, ou simplesmente 
"interpretação conforme" é uma maneira de salvar uma lei 
aparentemente inconstitucional. Ou seja, fixa-se um interpretação à 
norma para que o sentido esteja de acordo com o texto 
constitucional, e impede-se também que a norma seja aplicada de 
uma forma inconstitucional. A interpretação conforme só pode ser 
aplicada quando estivermos diante de uma norma polissêmica, ou 
seja, que admite vários significados. Não se pode dar interpretação 
conforme a normas de sentido unívoco. 
Gabarito: Correto. 
21. (CESPE/Advogado-BRB/2010) A técnica da interpretação 
conforme a constituição permite a manutenção, no ordenamento 
jurídico, de leis e atos normativos que possuam valor interpretativo 
compatível com o texto constitucional. 
Comentários: 
A interpretação conforme a Constituição, ou simplesmente 
"interpretação conforme" é uma maneira de salvar uma lei 
aparentemente inconstitucional. Ou seja, fixa-se um interpretação à 
norma para que o sentido esteja de acordo com o texto 
constitucional, e impede-se também que a norma seja aplicada de 
uma forma inconstitucional. A interpretação conforme só pode ser 
aplicada quando estivermos diante de uma norma polissêmica, ou 
seja, que admite vários significados. Não se pode dar interpretação 
conforme a normas de sentido unívoco. 
Gabarito: Correto. 
 
22. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) Pelo princípio da 
concordância prática ou harmonização, os órgãos encarregados de 
promover a interpretação da norma constitucional não podem chegar 
a resultado que altere o esquema organizatório-funcional 
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constitucionalmente estabelecido pelo legislador constituinte 
originário. 
Comentários: 
Este seria o princípio da conformidade funcional. Concordância prática 
ou harmonização seria a situação em que, ocorrendo colisão entre 
princípios, eles deverão ser ponderados, assim, um deverá sobressair 
sobre o outro no caso concreto, sem que, porém, se anulem. 
Gabarito: Errado. 
 
23. (CESPE/Auditor-TCU/2009) O princípio da concordância 
prática ou da harmonização, derivado do princípio da unidade da CF, 
orienta o aplicador ou intérprete das normas constitucionais no 
sentido de que, ao se deparar com um possível conflito ou 
concorrência entre os bens constitucionais, busque uma solução que 
evite o sacrifício ou a negação de um deles. 
Comentários: 
Este é o princípio que deve ser observado ao nos depararmos com 
uma colisão entre normas. Deve-se, no caso concreto, harmonizar os 
"bens jurídicos em conflito" e assim aplicá-los da forma mais 
condizente. 
Gabarito: Correto. 
 
24. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) De acordo 
com o princípio da força normativa da constituição, defendida por 
Konrad Hesse, as normas jurídicas e a realidade devem ser 
consideradas em seu condicionamento recíproco. A norma 
constitucional não tem existência autônoma em face da realidade. 
Para ser aplicável, a CF deve ser conexa à realidade jurídica, social e 
política, não sendo apenas determinada pela realidade social, mas 
determinante em relação a ela. 
Comentários: 
Diz-se que Konrad Hesse reviu as teorias de Lassale e apontou uma 
flexibilização a elas. Segundo Hesse a Constituição não poderia ser 
ignorada, ela tem a sua força normativa e embora fosse condicionada 
pela sociedade, também se deveria se impor sobre ela. 
Gabarito: Correto. 
 
25. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Segundo entendimento 
do STF, não afronta a força normativa da Constituição nem o 
princípio da máxima efetividade da norma constitucional a 
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manutenção de decisões divergentes da interpretação adotada pelo 
STF, proferidas no âmbito das instâncias ordinárias. 
Comentários: 
A Constituição se materializa como uma norma única impositiva. Se a 
jurisprudência deixar que interpretações divergentes se mantenham 
em vigor, estamos fracionando a Constituição. Por isso, as instâncias 
superiores têm o dever de uniformizar as interpretações. 
Gabarito: Errado. 
 
26. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) De acordo com o 
princípio do efeito integrador, os bens jurídicos constitucionalizados 
devem coexistir harmonicamente na hipótese de eventual conflito ou 
concorrência entre eles, evitando-se, desse modo, o sacrifício total de 
um princípio em relação a outro em contraposição, considerando a 
ausência de hierarquia entre os princípios. 
Comentários: 
Este é o princípio da concordância prática ou harmonização. 
Gabarito: Errado. 
 
27. (CESPE/TRT-17ª/2009) A corrente que nega a possibilidade 
de o juiz, na interpretação constitucional, criar o direito e, valendo-se 
de valores substantivos, ir além do que o texto lhe permitir é 
chamada pela doutrina de não-interpretativista. 
Comentários: 
Embora o nome possa induzir ao contrário, na corrente 
interpretativista é onde o juiz possui menor autonomia para exercer a 
atividade interpretativa, ele não pode transcender os limites do texto 
legal. Já na corrente não-interpretativista, é onde o juiz possui uma 
maior autonomia para ir além texto e empregar valores pessoais, 
substantivos, na atividade interpretativa. 
Gabarito: Errado. 
 
28. (CESPE/Advogado - Petrobrás/2007) Entre as correntes de 
interpretação constitucional, pode-se apontar uma bipolaridade que 
se concentra entre as correntes interpretativistas e não 
interpretativistas das constituições. As correntes interpretativistas se 
confundem com o literalismo e permitem ao juiz que este invoque e 
aplique valores e princípios substantivos, como a liberdade e a justiça 
contra atos da responsabilidade do Poder Legislativo em 
desconformidade com a constituição. 
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Comentários: 
A questão então possui dois erros: as correntes interpretativistas não 
se confundem com o literalismo e o outro é pelo fato de que os 
interpretativista repudiam o uso de vlores e princípios substantivos. 
Gabarito: Errado. 
 
29. (CESPE/Advogado - Petrobrás/2007) Segundo o método 
jurídico de Forsthoff, a interpretação da constituição não se distingue 
da interpretação de uma lei e, por isso, para se interpretar o sentido 
da lei constitucional, devem-se utilizar as regras tradicionais da 
interpretação. 
Comentários: 
O Método Jurídico ou Método Hermenêutico Clássico era defendido 
por Ernest Forsthoff, daí o nome "método jurídico de Forsthoff". 
Segundo o autor, há uma identidade entre Constituição e lei. Assim, 
segundo o referido método, deve-se interpretar a Constituição 
usando-se dos mesmo métodos clássicos propostos por Savigny para 
interpretar as leis. A crítica maior a este método é o fato de que a 
Constituição é uma norma especial de direito público enquanto os 
métodos de Savigny foram desenvolvidos para o direito privado, 
portanto, insuficientes para atender à realidade do ordenamento 
constitucional. 
Gabarito: Correto. 
 
30. (CESPE/PGE-AL/2008) A análise da colisão entre a 
inviolabilidade da intimidade e do domicílio dos cidadãos e o poder-
dever de punir do Estado prescinde da verificação da 
proporcionalidade e da aplicação do princípio da concordância prática, 
uma vez que o primeiro sempre prepondera sobre o segundo. 
Comentários: 
Somente no caso concreto é que poderemos saber qual direito irá 
preponderar sobre o outro, sempre usando de proporcionalidade. A 
questão fala do princípio da concordância prática, que também é 
chamado de princípio da "harmonização", justamente por prever que 
deve-se ponderar os valores no caso concreto. 
Gabarito: Errado. 
 
31. (CESPE/TCM-GO/2007) Com relação à aplicação das normas 
constitucionais, assinale a opção incorreta. 
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a) O intérprete deve considerar que a interpretação constitucional se 
assenta no pressuposto da superioridade jurídica da CF sobre os 
demais atos normativos no âmbito do estado, o que significa dizer 
que não se deve fazer uma interpretação da CF conforme a lei. 
b) Havendo colisão de direitos fundamentais, deve o intérprete 
aplicar o princípio da concordância fática, segundo o qual normas 
constitucionais que tutelam os direitos à vida e à liberdade têm 
precedência sobre as demais. 
c) Ao dar a determinado dispositivo legal uma interpretação conforme 
a CF, o intérprete está reconhecendo que, segundo uma interpretação 
textual do dispositivo, ele é parcialmente inconstitucional ou que 
determinada interpretação do dispositivo legal revela-se incompatível 
com a CF. 
d) O intérprete deve ter ciência de que os princípios da razoabilidade 
e da proporcionalidade não estão explícitos na CF, sendo extraídos do 
dispositivo que garante o devido processo legal, entendido na sua 
dimensão substantiva. 
Comentários: 
Letra A – Correto. Interpreta-se leis conforme a CF. Nunca a CF 
conforme a lei. 
Letra B - Errado. O certo seria “concordância prática ou 
harmonização”, assim, deve-se analisar o caso concreto para decidir 
qual irá prevalecer, não podemos falar em precedência pré-definida. 
Letra C – Correto. O objetivo da interpretação conforme a 
Constituição é expurgar do mundo jurídico uma eventual forma de 
interpretar uma lei que seja incompatível com a Constituição. 
Letra D – Correto. Tais princípios não foram positivados 
expressamente na Constituição. Costuma-se elencá-los como 
implícitos no art. 5º LIV que dispõe sobre o “devido processo legal”. 
Gabarito: Letra B. 
 
x Questões da ESAF: 
 
32. (ESAF/AFT/2010) Praticamente toda a doutrina 
constitucionalista cita os princípios e regras de interpretações 
enumeradas por Canotilho. Entre os princípios e as regras de 
interpretação abaixo, assinale aquele(a) que não foi elencado por 
Canotilho. 
a) Unidade da constituição. 
b) Da máxima efetividade ou da eficiência. 
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c) Da supremacia eficaz. 
d) Do efeito integrador. 
e) Da concordância prática ou da harmonização. 
Comentários: 
O tema interpretação constitucional trata basicamente de um estudo 
doutrinário pautado nas lições do Prof. Canotilho. Em nenhum 
momento falamos de princípio da supremacia eficaz. 
Gabarito: letra C 
 
33. (ESAF/AFRF/2003) Somente o Supremo Tribunal Federal - 
STF está juridicamente autorizado para interpretar a Constituição.
Comentários 
Qualquer juiz pode interpretar a constitução e até mesmo outros 
órgãos, como a interpretação autêntica feita pelo Legislativo. 
Gabarito: Errado. 
 
34. (ESAF/TCU/2006) Quando o intérprete, na resolução dos 
problemas jurídico-constitucionais, dá primazia aos critérios que 
favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade 
política, pode-se afirmar que, no trabalho hermenêutico, ele fez uso 
do princípio da conformidade funcional. 
Comentários: 
Este seria o princípio da “eficácia integradora”. O princípio da 
conformidade funcional ocorre limitando a atividade do intérprete, 
impedindo-o de chegar a um resultado que perturbe a repartição de 
competências que a Constituição estabeleceu em sua estrutura. 
Gabarito: Errado. 
 
35. (ESAF/AFTE-RN/2005) O método de interpretação 
constitucional, denominado hermenêutico-concretizador, pressupõe a 
pré-compreensão do conteúdo da norma a concretizar e a 
compreensão do problema concreto a resolver. 
Comentários: 
Perfeita literalidade da doutrina de Canotilho, tal como vimos 
anteriormente. 
Gabarito: correto. 
 
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36. (ESAF/AFC-CGU/2006) No método de interpretação 
constitucional tópico-problemático, há prevalência da norma sobre o 
problema concreto a ser resolvido. 
Comentários: 
No método tópico-problemático, tendo um problema concreto nas 
mãos, os intérpretes debatem abertamente tentando adequar a 
norma a este problema, daí diz-se que há uma “primazia do problema 
sobre a norma”. 
Gabarito: Errado. 
 
37. (ESAF/AFC-CGU/2006) O método de interpretação 
hermenêutico-concretizador prescinde de uma pré-compreensão da 
norma a ser interpretada. 
Comentários: 
Aqui parte-se da pré-compreensão da norma abstrata e tenta-se 
imaginar a situação concreta. Agora temos a “primazia da norma 
sobre o problema”. Desta forma, ele pressupõe uma pré-
compreensão da norma abstrata a se concretizar, logo, é errado dizer 
que prescinde (= dispensa). 
Gabarito: Errado. 
 
38. (ESAF/AFC-CGU/2006) O princípio de interpretação 
conforme a constituição comporta o princípio da prevalência da 
constituição, o princípio da conservação de normas e o princípio da 
exclusão da interpretação conforme a constituição mas contra legem. 
Comentários: 
A interpretação da norma legal em face à Constituição é o princípio 
pelo qual tenta-se adequar o alcance da norma legal em relação aos 
limites constitucionais. Assim, pressupõe a supremacia da 
Constituição em relação à lei, além de comportar o princípio da 
conservação das normas, já que evita-se a sua declaração de 
inconstitucionalidade, promovendo apenas uma interpretação deacordo com o texto da constitucional. 
O princípio da "vedação da interpretação conforme a Constituição, 
mas contra legem" é o princípio impede que se alterem a 
interpretação das lei de modo que subverta o sentido literal delas. 
Ou seja, pode interpretar, mas não pode "forçar a barra". 
Gabarito: Correto. 
 
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39. (ESAF/AFRFB/2009) A técnica denominada interpretação 
conforme não é utilizável quando a norma impugnada admite sentido 
unívoco. 
Comentários: 
Só se aplica interpretação conforme quando podemos ter uma 
duplicidade de interpretações. Já que se aplica o princípio da 
"vedação da interpretação conforme a Constituição, mas contra 
legem" que impede que se alterem a interpretação das lei que não 
dão margem a duplas interpretações. 
Gabarito: Correto. 
 
40. (ESAF/PFN/2006) A interpretação conforme a Constituição 
consiste em procurar extrair o significado de uma norma da Lei Maior 
a partir do que dispõem as leis ordinárias que preexistiam a ela. 
Comentários: 
É justamente ao contrário, da-se à lei o sentido conforme dispõe a 
Constituição. Nunca se interpeta a Constituição conforme as leis, a 
interpretação é sempre das leis conforme a Constituição. 
Gabarito: Errado. 
 
41. (ESAF/Advogado-IRB/2004 - Adaptada) Assinale a opção 
correta. 
a) O princípio da unidade da Constituição postula que, na 
interpretação das normas constitucionais, seja-lhes atribuído o 
sentido que lhes empreste maior eficácia ou efetividade. 
b) O princípio de interpretação constitucional do "efeito integrador" 
estabelece uma nítida hierarquia entre as normas da parte dogmática 
da Constituição e as normas da parte meramente organizatória. 
c) Mesmo que, num caso concreto, se verifique a colisão entre 
princípios constitucionais, um princípio não invalida o outro, já que 
podem e devem ser aplicados na medida do possível e com diferentes 
graus de efetivação. 
d) No sistema jurídico brasileiro, cabe, com exclusividade, ao Poder 
Judiciário a prerrogativa de interpretar a Constituição, sendo do 
Supremo Tribunal Federal a palavra decisiva a esse respeito. 
Comentários: 
Letra A - Errado. Segundo a doutrina, o princípio da unidade da 
Constituição pressupõe a dissipação das antinomias e contradições. 
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Este princípio acima deveria ser descrito como o princípio da máxima 
efetividade. 
Letra B - Errado. Segundo a doutrina, o efeito integrador pressupõe a 
busca pelo sentido que fortaleça a unidade política e a integração 
social. Importante é dizer que pelo princípio da unidade da 
Constituição, não há qualquer hierarquia entre normas presentes no 
corpo da Lei Maior, já que ela se manifesta como única. 
Letra C - Correto. É o princípio da harmonização ou da concordância 
prática. Veja que quando se fala de princípios, não se fala em 
exclusão , já que eles podem ser ponderados no caso concreto e 
assim ser concretizados em graus diferentes. Isto faz com que os 
chamem de "mandados de otimização". Quando estamos diante de 
regras constitucionais, ou seja, normas que estabelecem uma 
conduta específica sem margem para abstrações, pode acontecer de 
uma excluir a outra, pois não existe cumprimento parcial de regras, 
ou são cumpridas integralmente ou não são cumpridas. 
Letra D - Errado. Podemos citar, por exemplo, a interpretação 
autêntica que é proferida geralmente pelo poder legislativo, editando 
leis interpretativas. 
Gabarito: Letra C. 
 
42. (ESAF/PGFN/2007) O fenômeno da colisão dos direitos 
fundamentais não é admitido como possível no ordenamento jurídico 
brasileiro, já que a Constituição não pode abrigar normas que 
conduzam a soluções contraditórias na sua aplicação prática. 
Comentários: 
Eles podem colidir, quando então usaremos o princípio da 
concordância prática ou harmonização para sabe qual irá 
preponderar. Importante é dizer que não há contradição entre 
direitos fundamentais, já que eles não se excluem, há apenas uma 
colisão no caso concreto. 
Gabarito: Errado. 
 
x Questões da FGV: 
 
43. (FGV/ OAB/ 2013) A hermenêutica aplicada ao direito 
formula diversos modos de interpretação das leis. A interpretação 
que leva em consideração principalmente os objetivos para os quais 
um diploma legal foi criado é chamada de 
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interpretação autêntica, pois apenas as finalidades da lei podem dar 
autenticidade à interpretação. 
Comentários: 
Errado. A interpretação autêntica é aquela que o próprio legislador 
estabelece para o alcance da norma. 
Gabarito: Errado. 
 
44. (FGV/ OAB/ 2013) A hermenêutica aplicada ao direito 
formula diversos modos de interpretação das leis. A interpretação 
que leva em consideração principalmente os objetivos para os quais 
um diploma legal foi criado é chamada de interpretação teleológica, 
pois o sentido da lei deve ser considerado à luz de seus objetivos. 
Comentários: 
Correto, é isso aí, a interpretação teleológica busca a finalidade, os 
objetivos da lei. 
Gabarito: Correto. 
 
x Questões da CESGRANRIO: 
 
45. (CESGRANRIO/Profissional Básico - Direito - 
BNDES/2010) O princípio da proporcionalidade, acolhido pelo direito 
constitucional brasileiro, compreende os seguintes subprincípios: 
a) legalidade, moralidade e necessidade. 
b) legalidade, moralidade e impessoalidade. 
c) legalidade, impessoalidade e proporcionalidade em sentido estrito. 
d) adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito. 
e) adequação, necessidade e moralidade. 
Comentários: 
Segundo a doutrina, a proporcionalidade teria 3 sub-princípios: 
a) Adequação (ou pertinência) - a medida imposta tem que ser uma 
medida adequada para se conseguir a finalidade esperada. 
b) Necessidade - analisa-se se realmente a medida é necessária, se 
não existe outra solução menos gravosa. 
c) Proporcionalidade em sentido estrito – seria a efetiva ponderação 
entre os benefícios e malefícios que serão causados com o ato. 
Gabarito: Letra D. 
46. (CESGRANRIO/Advogado-EPE/2010) Dentre os princípios 
de interpretação constitucional, tanto a doutrina como a 
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jurisprudência reconhecem o princípio da unidade da Constituição. 
Esse princípio tem relevância na medida em que 
(A) atribui à Constituição o caráter de Norma Fundamental do 
ordenamento jurídico. 
(B) impõe ao intérprete o dever de harmonização das tensões e 
contradições existentes, in abstrato, entre as normas de uma 
Constituição. 
(C) estabelece uma hierarquia normativa entre os dispositivos da 
Constituição, favorecendo a declaração de inconstitucionalidade de 
uma norma constitucional originária. 
(D) recomenda que os aplicadores da Constituição, em face de 
normas infraconstitucionais de múltiplos significados, escolham o 
sentido que as torne constitucionais e não aquele que resulte na sua 
declaração de inconstitucionalidade. 
(E) torna possível a declaração de inconstitucionalidade de uma 
emenda constitucional. 
Comentários: 
O princípio da unidade da Constituiçãoao qual o enunciado se refere, 
traz consigo 3 importantes desdobramentos: 
x Não podemos vislumbrar em uma Constituição formal a 
hierarquia entre as normas (seja parte permanente ou dos 
ADCT, sejam normas originárias ou derivadas, tudo é uma coisa 
só); 
x Não existem normas constitucionais originárias 
inconstitucionais; 
x Não existem contradições entre os dispositivos constitucionais. 
Pode haver apenas uma "aparência" de contradição. 
Assim, na observância deste princípio, o intérprete deve as aparentes 
contradições, em abstrato, causadas pela norma constitucional e 
aplicá-la ao caso concreto. 
Gabarito: Letra B. 
 
x Questões da Consulplan: 
 
47. (Consulplan/TJAA – TRE-RS/2008) O método de 
interpretação da Constituição segundo o qual o intérprete aplicador 
deve considerar e trabalhar com dois tipos de elementos de 
concretização: um formado pelos elementos resultantes da 
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interpretação do texto da norma e o outro, resultante da investigação 
do referente normativo, é chamado de: 
A) Método normativo-estruturante. 
B) Método tópico-problemático. 
C) Método científico-espiritual. 
D) Método hermenêutico-concretizador. 
E) Método jurídico. 
Comentários: 
Vamos fazer uma revisão dos métodos cobrados pela questão: 
a) Método normativo-estruturante: Analisa-se a norma tentado 
analisar a sua função como estruturadora do Estado. Assim, o 
intérprete deve observar em suas mãos dois elementos: 
1- A norma constitucional, em si. 
2- Os elementos de concretização desta norma na sociedade, em 
todos os níveis. Ou seja, como a norma está sendo aplicada na 
sociedade, como está ocorrendo a atividade jurisdicional e 
administrativa em cima do texto, e etc. 
b) Método tópico-problemático: Tendo um problema concreto nas 
mãos, os intérpretes debatem abertamente tentando adequar a 
norma a este problema, daí diz-se que há uma “primazia do problema 
sobre a norma”. 
c) Método científico-espiritual: Analisa-se os valores sociais, 
integrando o texto constitucional com a realidade a qual a sociedade 
está vivendo. 
d) Método hermenêutico-concretizador: Aqui parte-se da pré-
compreensão da norma abstrata e tenta-se imaginar a situação 
concreta. Agora temos a “primazia da norma sobre o problema”. 
e) Método Jurídico (ou método hermenêutico clássico): Por 
este método temos a premissa de que "a Constituição é uma lei". Se 
a Constituição é uma lei, usam-se os métodos clássicos de 
interpretação de leis para interpretar as normas constitucionais. 
Então?! Qual é a resposta da questão?! É a letra A! método 
normativo-estruturante. 
Gabarito: Letra A. 
 
x Questões da FJG: 
48. (FJG/Estágio Forense - PM - RJ/2009) NÃO constitui 
princípio próprio à interpretação constitucional o da: 
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A) interpretação conforme a Constituição 
B) interpretação pela inconstitucionalidade sem redução do texto 
C) hierarquia máxima do direito constitucional 
D) máxima efetividade dos direitos fundamentados 
Comentários: 
Questão simples e direta. Vimos acima os princípios de interpretação. 
Daquela extensa lista que vimos, não há a interpretação pela 
inconstitucionalidade sem redução do texto. 
Gabarito: Letra B. 
 
x Questões de outras bancas: 
 
49. (TRT 24ª/Juiz do trabalho substituto/2007) Dados os 
seguintes enunciados: 
I.A interpretação constitucional deve ser realizada de maneira a 
evitar contradições entre suas normas. 
II. Os órgãos encarregados da interpretação da norma constitucional 
não poderão chegar a uma posição que subverta, altere ou perturbe o 
esquema organizatório-funcional estabelecido pelo legislador 
constituinte originário. 
III. Os bens jurídicos em conflito deverão estar coordenados e 
combinados de forma a evitar o sacrifício total de um (uns) em 
relação a outro(s). 
IV. Entre as interpretações possíveis, deve ser adotada aquela que 
garanta maior eficácia, aplicabilidade e permanência das normas 
constitucionais. 
V. A uma norma constitucional deve ser atribuído o sentido que maior 
eficácia se lhe conceda. 
VI. Na resolução dos problemas jurídico-constitucionais, deverá ser 
dada maior primazia aos critérios favorecedores da integração política 
e social, bem como ao reforço da unidade política. Relacione-os com 
o princípio/regra interpretativa de norma constitucional: 
Assinale a alternativa CORRETA: 
a) Unidade da Constituição; Efeito Integrador; Máxima Efetividade ou 
Eficiência; Justeza ou Conformidade Funcional; Concordância Prática 
ou Harmonização; Força Normativa da Constituição. 
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b) Força Normativa da Constituição; Unidade da Constituição; 
Concordância Prática ou Harmonização; Justeza ou Conformidade 
Funcional; Máxima Efetividade ou Eficiência; Efeito Integrador. 
c) Unidade da Constituição; Justeza ou Conformidade Funcional; 
Concordância Prática ou Harmonização; Força Normativa da 
Constituição; Máxima Efetividade ou Eficiência; Efeito Integrador. 
d) Concordância Prática ou Harmonização; Justeza ou Conformidade 
Funcional; Máxima Efetividade ou Eficiência; Unidade da Constituição; 
Força Normativa da Constituição; Efeito Integrador. 
e) Justeza ou Conformidade Funcional; Efeito Integrador; Força 
Normativa da Constituição; Concordância Prática ou Harmonização; 
Unidade da Constituição; Máxima Efetividade ou Eficiência. 
Comentários: 
Essa é uma questão excelente, pois faz um resumo de todo o tema 
de uma vez só. É aquela onde se pode falar assim: deixa eu ver se eu 
realmente fixei o assunto! 
Terá “realmente fixado o assunto” aquele que tiver escolhido a letra C 
como resposta. 
Gabarito: Letra C. 
 
Pronto pessoal!!! Por hoje é só... 
Excelente estudo a todos. 
Grande abraço. 
Vítor Cruz E Rodrigo Duarte 
 
Pontos importantes a serem fixados: 
Interpretação Constitucional: 
x Não só o STF, mas qualquer juiz pode interpretar a 
Constituição. 
x Interpretação não é atividade exclusiva do Judiciário (existe a 
interpretação autêntica). 
 
Princípios de interpretação: 
a) Princípio da unidade da Constituição: 
x Constituição é um corpo único; 
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x Não existem contradições entre os dispositivos constitucionais. 
Pode haver apenas uma "aparência" de contradição. 
x Não há hierarquia entre as normas constitucionais; 
x Não existem normas constitucionais originárias 
inconstitucionais; 
b) Princípio da concordância prática ou da harmonização: 
harmonização de princípios que estejam colidindo no caso concreto. 
c) Princípio da correição funcional (ou conformidade 
funcional): não se pode perturbar a repartição de competências 
estabelecidas pela Constituição. 
d) Princípio da eficácia integradora: favorecer a integração 
política, social ou reforçar a unidade política. 
e) Princípio da força normativa da Constituição: interpretação 
deve garantir maior eficácia e permanência das normas. 
f) Princípio da máxima efetividade: interpretação, notadamente 
dos direitos fundamentais, de forma a tornartais normas mais 
densas e fortalecidas. 
g) Princípio da interpretação conforme a Constituição e da 
presunção de constitucionalidade das leis: 
x Não se declara inconstitucional uma norma a qual possa ser 
atribuída uma interpretação constitucional; 
x A constituição sempre deve prevalecer – a interpretação é 
sempre das leis conforme a Constituição, nunca se interpreta a 
Constituição conforme as leis; 
x Aplicável a normas que admitirem interpretações diversas. 
h) Razoabilidade - origem anglo-saxã. Uso subjetivo e abstrato do 
"senso comum", vedação ao excesso; 
i) Proporcionalidade - origem germânica, princípio racional e 
objetivo, informado por 3 sub-princípios: Adequação (ou pertinência), 
Necessidade e Proporcionalidade em sentido estrito. 
 
Métodos de interpretação: 
a) Método Jurídico (ou método hermenêutico clássico): 
Interpreta-se a Constituição como se fosse uma lei. 
b) Método tópico-problemático: parte-se do problema para a 
norma, “primazia do problema sobre a norma”. 
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c) Método hermenêutico-concretizador: parte-se da pré-
compreensão da norma abstrata para chegar ao problema, “primazia 
da norma sobre o problema”. 
d) Método científico-espiritual: análise de valores sociais para 
integrar a constituição com a realidade social. 
e) Método normativo-estruturante: análise da norma com a sua 
função estruturadora do Estado. 
 
Correntes interpretativistas e não-interpretativistas: 
a) Corrente interpretativista: Menor autonomia. Deve-se evitar o 
uso de princípios implícitos e valores substantivos. 
b) Não-interpretativismo: Maior autonomia. Liberdade para que o 
juiz aplique valores e princípios substantivos. 
 
LISTA DAS QUESTÕES DA AULA: 
 
1. (FCC/Procurador do MP junto ao TCE-MG /2007) No 
entendimento de doutrinadores, NÃO é considerado, dentre outros, 
como princípio e regra interpretativa das normas constitucionais, 
a) a unidade da constituição -interpretação de maneira a evitar 
contradições entre as normas constitucionais. 
b) o efeito integrador -primazia aos critérios favorecedores da 
integração política e social. 
c) a concordância prática ou a harmonização -coordenação e 
combinação dos bens jurídicos em conflito. 
d) a força normativa da constituição -adoção de interpretação que 
garanta maior eficácia e permanência das normas constitucionais. 
e) a adoção da contradição dos princípios -os preceitos exigem uma 
interpretação explícita, excluindo-se a implícita. 
2. (FCC/AJAJ - TRE-AM/2010) Com relação aos princípios 
interpretativos das normas constitucionais, aquele segundo o qual a 
interpretação deve ser realizada de maneira a evitar contradições 
entre suas normas é denominado de: 
a) conformidade funcional. 
b) máxima efetividade. 
c) unidade da constituição. 
d) harmonização. 
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e) força normativa da constituição. 
3. (FCC/Defensor Público - DPE-SP/2010) Após grave crise 
energética, o Governo aprova lei que disciplina o racionamento de 
energia elétrica, estabelecendo metas de consumo e sanções pelo 
descumprimento, que podem culminar, inclusive, na suspensão do 
fornecimento. Questionado judicialmente, se vê o Supremo Tribunal 
Federal - STF com a missão de resolver a questão, tendo, de um 
lado, a possibilidade de interrupções no suprimento de energia 
elétrica, se não houver economia, e, de outro, as restrições a serviço 
público de primeira necessidade, restrição que atinge a igualdade, 
porque baseada em dados de consumo pretérito, bem como 
limitações à livre iniciativa, ao direito ao trabalho, à vida digna etc. 
O controle judicial neste caso envolve 
a) a apreciação de colisão de direitos fundamentais, que, em sua 
maior parte, assumem a estrutura normativa de “regras”, o que 
implica anulação de uns em detrimento de outros. 
b) a aplicação da regra da proporcionalidade, que, segundo a 
jurisprudência constitucional alemã, tem estrutura racionalmente 
definida – análise da adequação, da necessidade e da 
proporcionalidade em sentido estrito. 
c) a utilização do princípio da razoabilidade, já consagrado no Brasil, 
e que determina tratar os direitos colidentes como “mandamentos de 
otimização”. 
d) a eliminação da falsa dicotomia entre direitos constitucionais, já 
que a melhor solução é a que os harmoniza, sem retirar eficácia e 
aplicabilidade de nenhum deles. 
e) juízo de constitucionalidade clássico, pois nem emenda à 
Constituição pode tender a abolir direitos fundamentais. 
4. (FCC/AFRE-PB/2006 - Adaptada) O método de 
interpretação das normas constitucionais segundo o qual se procura 
identificar a finalidade da norma, levando-se em consideração o seu 
fundamento racional, é o método teleológico (Certo/Errado). 
5. (FCC/PGE-PE/2004 - Adaptada) Em ocorrendo colisão de 
direitos fundamentais consagrados por normas constitucionais de 
eficácia plena, não sujeitos, portanto, a restrições legais, o intérprete 
constitucional poderá adotar, para solução de caso concreto, o 
princípio da interpretação conforme a Constituição (Certo/Errado). 
6. (FCC/Auditor - TCE-SP/2008 - Adaptada) Por força da 
Emenda Constitucional no 52, de 8 de março de 2006, foi dada nova 
redação ao § 1o do artigo 17 da Constituição da República, 
estabelecendo-se inexistir obrigatoriedade de vinculação entre as 
candidaturas dos partidos políticos em âmbito nacional, estadual, 
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distrital ou municipal. Referido dispositivo foi objeto de impugnação 
por meio de ação direta de inconstitucionalidade, ao final julgada 
procedente, pelo Supremo Tribunal Federal, para o fim de declarar 
que a alteração promovida pela referida emenda constitucional 
somente fosse aplicada após decorrido um ano da data de sua 
vigência (ADI 3685-DF, Rel. Min. Ellen Gracie, publ. DJU de 10 ago. 
2006). Na hipótese relatada, o Supremo Tribunal Federal procedeu à 
interpretação, conforme a Constituição, sem redução de texto 
normativo (Certo/Errado). 
7. (FCC/AFRE-PB/2006) O método de interpretação das normas 
constitucionais segundo o qual se procura identificar a finalidade da 
norma, levando-se em consideração o seu fundamento racional, é o 
método: 
a) literal. 
b) gramatical. 
c) histórico. 
d) sistemático. 
e) teleológico. 
8. (FCC/PGE-PE/2004) Em ocorrendo colisão de direitos 
fundamentais consagrados por normas constitucionais de eficácia 
plena, não sujeitos, portanto, a restrições legais, o intérprete 
constitucional poderá adotar, para solução de caso concreto, o 
princípio da 
a) ponderação de interesses. 
b) interpretação adequadora. 
c) congruência. 
d) relativização dos direitos fundamentais. 
e) interpretação conforme a Constituição. 
9. (CESPE/Assessor-TCE-RN/2009) O princípio da 
razoabilidade-proporcionalidade permite ao Poder Judiciário invalidar 
atos legislativos ou administrativos quando, entre outras situações, a 
medida adotada não for exigível ou necessária, havendo meio 
alternativo menos gravoso para se chegar ao mesmo resultado, o que 
se convencionou denominar necessidade ou vedação do excesso. 
10. (CESPE/Anatel/2009) O princípio da proporcionalidade acha-
se vocacionado a inibir e a neutralizar os abusos do poder públicono 
exercício de suas funções, qualificando-se como parâmetro de 
aferição da própria constitucionalidade material dos atos estatais. 
11. (CESPE/ANATEL/2009) O princípio da unidade da 
Constituição considera essa Carta em sua totalidade, buscando 
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harmonizá-la para uma visão de normas não isoladas, mas como 
preceitos integrados em um sistema unitário de regras e princípios. 
12. (CESPE/TRT-17ª/2009) Segundo o princípio da unidade da 
constituição, cada país só pode ter uma constituição em vigor, de 
modo que a aprovação de nova constituição implica a automática 
revogação da anterior. 
13. (CESPE/ANATEL/2009) O princípio da máxima efetividade 
visa interpretar a CF no sentido de atribuir à norma constitucional a 
maior efetividade possível, ou seja, deve-se atribuir a uma norma 
constitucional o sentido que lhe dê maior eficácia. 
14. (CESPE/TRE-MA/2009) De acordo com o princípio 
interpretativo da máxima efetividade ou da eficiência das normas 
constitucionais, devem ter prioridade, quando da resolução de 
problemas jurídico-constitucionais, critérios que favoreçam a 
integração política e social. 
15. (CESPE/TRT-17ª/2009) O princípio do efeito integrador 
estabelece que, havendo lacuna na CF, o juiz deve recorrer a outras 
normas do ordenamento jurídico para integrar o vácuo normativo. 
16. (CESPE/TRT-17ª/2009) O princípio da conformidade 
funcional visa impedir, na concretização da CF, a alteração da 
repartição das funções constitucionalmente estabelecidas. 
17. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) Entre os 
métodos compreendidos na hermenêutica constitucional inclui-se o 
tópico problemático, que consiste na busca da solução partindo-se do 
problema para a norma. 
18. (CESPE/Procurador-AGU/2010) O método hermenêutico-
concretizador caracteriza-se pela praticidade na busca da solução dos 
problemas, já que parte de um problema concreto para a norma. 
19. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) Pelo método de 
interpretação hermenêutico-concretizador, a análise da norma 
constitucional não se fixa na sua literalidade, mas decorre da 
realidade social e dos valores insertos no texto constitucional, de 
modo que a constituição deve ser interpretada considerando-se seu 
dinamismo e constante renovação, no compasso das modificações da 
vida da sociedade. 
20. (CESPE/DPE-ES/2009) A interpretação conforme a 
Constituição determina que, quando o aplicador de determinado texto 
legal se encontrar frente a normas de caráter polissêmico ou, até 
mesmo, plurissignificativo, deve priorizar a interpretação que possua 
um sentido em conformidade com a Constituição. Por conseguinte, 
uma lei não pode ser declarada inconstitucional,quando puder ser 
interpretada em consonância com o texto constitucional. 
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21. (CESPE/Advogado-BRB/2010) A técnica da interpretação 
conforme a constituição permite a manutenção, no ordenamento 
jurídico, de leis e atos normativos que possuam valor interpretativo 
compatível com o texto constitucional. 
22. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) Pelo princípio da 
concordância prática ou harmonização, os órgãos encarregados de 
promover a interpretação da norma constitucional não podem chegar 
a resultado que altere o esquema organizatório-funcional 
constitucionalmente estabelecido pelo legislador constituinte 
originário. 
23. (CESPE/Auditor-TCU/2009) O princípio da concordância 
prática ou da harmonização, derivado do princípio da unidade da CF, 
orienta o aplicador ou intérprete das normas constitucionais no 
sentido de que, ao se deparar com um possível conflito ou 
concorrência entre os bens constitucionais, busque uma solução que 
evite o sacrifício ou a negação de um deles. 
24. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) De 
acordo com o princípio da força normativa da constituição, defendida 
por Konrad Hesse, as normas jurídicas e a realidade devem ser 
consideradas em seu condicionamento recíproco. A norma 
constitucional não tem existência autônoma em face da realidade. 
Para ser aplicável, a CF deve ser conexa à realidade jurídica, social e 
política, não sendo apenas determinada pela realidade social, mas 
determinante em relação a ela. 
25. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Segundo entendimento 
do STF, não afronta a força normativa da Constituição nem o 
princípio da máxima efetividade da norma constitucional a 
manutenção de decisões divergentes da interpretação adotada pelo 
STF, proferidas no âmbito das instâncias ordinárias. 
26. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) De acordo com o 
princípio do efeito integrador, os bens jurídicos constitucionalizados 
devem coexistir harmonicamente na hipótese de eventual conflito ou 
concorrência entre eles, evitando-se, desse modo, o sacrifício total de 
um princípio em relação a outro em contraposição, considerando a 
ausência de hierarquia entre os princípios. 
27. (CESPE/TRT-17ª/2009) A corrente que nega a possibilidade 
de o juiz, na interpretação constitucional, criar o direito e, valendo-se 
de valores substantivos, ir além do que o texto lhe permitir é 
chamada pela doutrina de não-interpretativista. 
28. (CESPE/Advogado - Petrobrás/2007) Entre as correntes de 
interpretação constitucional, pode-se apontar uma bipolaridade que 
se concentra entre as correntes interpretativistas e não 
interpretativistas das constituições. As correntes interpretativistas se 
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confundem com o literalismo e permitem ao juiz que este invoque e 
aplique valores e princípios substantivos, como a liberdade e a justiça 
contra atos da responsabilidade do Poder Legislativo em 
desconformidade com a constituição. 
29. (CESPE/Advogado - Petrobrás/2007) Segundo o método 
jurídico de Forsthoff, a interpretação da constituição não se distingue 
da interpretação de uma lei e, por isso, para se interpretar o sentido 
da lei constitucional, devem-se utilizar as regras tradicionais da 
interpretação. 
30. (CESPE/PGE-AL/2008) A análise da colisão entre a 
inviolabilidade da intimidade e do domicílio dos cidadãos e o poder-
dever de punir do Estado prescinde da verificação da 
proporcionalidade e da aplicação do princípio da concordância prática, 
uma vez que o primeiro sempre prepondera sobre o segundo. 
31. (CESPE/TCM-GO/2007) Com relação à aplicação das normas 
constitucionais, assinale a opção incorreta. 
a) O intérprete deve considerar que a interpretação constitucional se 
assenta no pressuposto da superioridade jurídica da CF sobre os 
demais atos normativos no âmbito do estado, o que significa dizer 
que não se deve fazer uma interpretação da CF conforme a lei. 
b) Havendo colisão de direitos fundamentais, deve o intérprete 
aplicar o princípio da concordância fática, segundo o qual normas 
constitucionais que tutelam os direitos à vida e à liberdade têm 
precedência sobre as demais. 
c) Ao dar a determinado dispositivo legal uma interpretação conforme 
a CF, o intérprete está reconhecendo que, segundo uma interpretação 
textual do dispositivo, ele é parcialmente inconstitucional ou que 
determinada interpretação do dispositivo legal revela-se incompatível 
com a CF. 
d) O intérprete deve ter ciência de que os princípios da razoabilidade 
e da proporcionalidade não estão explícitos na CF, sendo extraídos

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