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responsabilidades civil e criminal

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23/12/2020 Versão para impressão
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Segurança do Trabalho
Definição de responsabilidades civil e criminal
aplicadas à saúde e à segurança do trabalho
Responsabilidade civil na segurança do trabalho
Para existir responsabilidade, antes é necessária uma conduta. Sendo assim,
primeiramente, cabe definir o que é responsabilidade civil. Conceitualmente, ela está
prevista no Código Civil brasileiro, nos artigos 186 e 187 combinados com o artigo 927:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela
boa-fé ou pelos bons costumes.
[...]
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
23/12/2020 Versão para impressão
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Como tradução da terminologia dos artigos mencionados, ato ilícito é a infração,
o descumprimento, a prática contrária que um agente comete ou deixa de fazer. Ainda,
o ato ilícito pode ser dividido em:
(#modal-1)
(#modal-2)
(#modal-3)
Negligência
É quando não são tomados os devidos cuidados para realizar determinada
atividade (por exemplo, deixar um produto químico em local acessível a crianças).
Imprudência
É quando determinada ação não é planejada, mas, mesmo assim, é
praticada, independentemente dos riscos que a envolvam (por exemplo,
ultrapassar, mesmo que em local permitido, sem avaliar o número de veículos a
serem ultrapassados).
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Imperícia
É quando determinada função exige habilidade específica para desempenhar
uma atividade técnica ou científica, mas não é cobrada (por exemplo, não exigir
certificado em curso técnico para exercer a atividade de técnico em segurança do
trabalho).
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O conceito mencionado refere apenas à reparação do dano, independentemente
da responsabilidade penal.
Agora, para chegar à consequência (no caso, a responsabilidade que decorre
das práticas cometidas que causam dano a outro), cabe mencionar que a
responsabilidade civil, por ocorrer entre as partes envolvidas, determina o causador do
dano e aquele que deve ser indenizado.
Para haver reparação do dano, são necessários conduta e ato ilícito. Inclusive, o
ato ilícito precisa estar relacionado à conduta, chegando-se então ao terceiro requisito
essencial para buscar o dever de indenizar: o nexo de causalidade, ou nexo entre
causa e efeito.
Portanto, pode-se entender que a consequência nem sempre estará diretamente
relacionada à conduta. Por exemplo, imagine uma criança de dez anos que, ao
arremessar uma pedra em direção a uma residência, quebra uma vidraça. Os pais, na
qualidade de representantes dela, terão o dever de indenizar os custos da vidraça,
mesmo que não tenham praticado o ato.
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Para entender melhor a responsabilidade civil e a sua aplicação no acidente de
trabalho, você precisa conhecer duas teorias de responsabilidade civil: a
responsabilidade civil objetiva e a responsabilidade civil subjetiva.
A responsabilidade civil subjetiva é um pouco mais complexa. A regra geral
adotada nessa modalidade depende de prova de culpa para que o causador do dano
seja obrigado a reparar (culpa aqui compreendida como prova de que aquele dano
decorreu por negligência, imprudência ou imperícia, para que haja condenação e
obrigação de reparar).
Há ainda situações que não constituem ato ilícito, conforme artigo 188 do Código
Civil:
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I – os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito
reconhecido;
II – a deterioração ou a destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de
remover perigo iminente.
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Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do
indispensável para a remoção do perigo.
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Por outro lado, a responsabilidade objetiva é mais restritiva, não havendo a
necessidade de comprovação de culpa, conforme parágrafo único do artigo 927 do
Código Civil:
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de
outrem.
Enquanto na responsabilidade subjetiva é preciso provar a culpa, ou seja,
demonstrar o risco da atividade ou a previsão legal, na responsabilidade objetiva a
questão de prova é mais objetiva, dispensando, muitas vezes, provas testemunhais e
outros meios mais complexos no direito.
Para exemplificar, é mais fácil juntar o contrato social de uma empresa que
trabalha com fabricação de explosivos para pedir a reparação de danos da residência
que incendiou após ter ocorrido o incêndio na fábrica ao lado (responsabilidade civil
objetiva devido ao fato de a empresa desenvolver atividade que, por sua natureza,
implica risco para os direitos de outrem) do que provar que a casa incendiou por culpa
de uma empresa de fabricação de móveis, tendo que ser provado que a empresa foi
negligente ou imprudente (responsabilidade subjetiva).
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Conclui-se assim que, na responsabilidade civil, deve-se indenizar em valores
quem faz ou deixa de fazer algo quando comprovada a existência de nexo de
causalidade entre o ato ilícito e a conduta do agente causador do dano.
Nesse sentido, há posicionamento do Poder Judiciário aplicando ambas as
teorias de responsabilidade civil (objetiva e subjetiva) para o acidente de trabalho,
sendo predominante a subjetiva, uma vez que esta depende da prova de culpa do
empregador. Veja o artigo 932, inciso III, do Código Civil:
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
[...]
III – o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
Em 2018, o Tribunal Superior do Trabalho fundamentou seu posicionamento na
responsabilidade civil objetiva, quando da causa de acidente de um empregado de
uma empresa de vigilância e segurança. O tribunal estipulou o pagamento de
indenização aos herdeiros, devido ao óbito do funcionário, o qual foi atingido por um
tiro após um acidente de veículo em que um dos envolvidos, por desespero, acabou
disparando contra o vigilante. Além disso, o fato de a empresa exercer atividade de
risco dispensava culpa, chegando-se ao valor condenatório de 210 mil reais.
Em outra decisão também de 2018, o mesmo tribunal afastou a aplicação da
responsabilidade civil objetiva na condenação por acidente de trabalho sofrido por um
empregado de uma empresa petroleira, devendo retornar para novo julgamento para
ser comprovada a negligência, a imprudência ou a imperícia (portanto,
responsabilidade subjetiva). No caso, o empregado caiu de uma torre, na qual ele
subiu para prender uma mangueira. O empregado deveria conter treinamento para
desempenhar a atividade, bem como equipamentos necessários e condições de
avaliar os riscos.
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Responsabilidade criminal na segurança do
trabalho
A responsabilidade penal independe da responsabilidade civil, ou seja, a
condenação em uma delas não significa necessariamente a condenação na outra.
O artigo 935 do Código Civil disciplina a independência entre a responsabilidade
civil e a responsabilidade penal:
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando
estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
Na responsabilidade criminal, é dever do Estado aplicar uma penalidade pelo
cometimentode uma infração penal, e, nesse caso, o autor da ação não é, na maior
parte das ações, um indivíduo, mas a Justiça pública.
Para haver responsabilidade criminal ou penal, é preciso existir infração criminal,
conforme artigo 1.º da Lei de Introdução ao Código Penal:
Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou
de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de
multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão
simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.
Portanto, o Código Penal é claro: não há crime sem lei anterior que o defina e
não há pena sem prévia cominação legal. As hipóteses de responsabilização são
restritivas, e todas elas devem estar previstas em lei.
As penas são, na maioria das vezes, privativas de liberdade ou restritivas de
direitos e substitutivas ou cumulativamente indenizatórias, o que também as diferencia
da responsabilidade civil.
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Então, se a responsabilidade criminal cabe ao Estado e os crimes estão previstos
no Código Penal (homicídio, lesão corporal e exposição da vida e da saúde – artigos
121, 129 e 132), de que forma tal código se relaciona com o acidente de trabalho?
O empregador e o técnico em segurança podem ser responsabilizados
criminalmente por crimes de homicídio, lesão corporal e exposição da vida e da saúde
do trabalhador quando ocorrer acidente com vítimas no exercício da atividade ou
decorrente dela.
O descumprimento das regras de segurança, higiene e medicina do trabalho que
levar a acidentes de trabalho e, por consequência, estiver enquadrado nas condutas
criminais, por conduta dolosa ou culposa do empregador ou dos responsáveis pela
segurança dos trabalhadores, gera responsabilidade penal, que é pessoal do
empregador, do tomador de serviços, do preposto, do membro da CIPA (Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes), do engenheiro de segurança, do técnico em
segurança ou de outros responsáveis.
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No Direito Penal, a responsabilidade recai sobre a cadeia de responsabilidade,
sendo corresponsáveis o empregador e o responsável técnico em caso de não adoção
das normas de saúde e segurança do trabalhador e consequente exposição da vida do
funcionário.
Veja um case real de uma sentença sobre um acidente fatal:
O acidente no âmbito de trabalho, decorrente de descarga elétrica, quer
pelo manuseio inapropriado (falta de treinamento), quer pela ausência de
equipamento de segurança, é fato típico, e responde por ele o responsável pela
empresa. Trata-se de homicídio decorrente de descarga elétrica em face da
locomoção descuidada de equipamento elétrico (esteira para transporte de cebolas).
Por outro lado, a instrução revelou que a vítima não foi instruída, de forma alguma,
sobre o uso da máquina, tampouco sobre eventuais equipamentos de proteção. Além
disso, o fato ocorreu sem que houvesse supervisão no momento. Revelou-se, ainda,
segundo o próprio apelado, a falta de manutenção do equipamento, sendo suficiente
para caracterizar o fato típico. É devida a causa de aumento de pena, prevista no
artigo 121, parágrafo 4.º, do Código Penal, pelo fato de o apelante ser o proprietário da
empresa e o responsável pelo trabalho dos funcionários, merecendo, dessa forma,
maior censurabilidade acerca de seu comportamento negligente.
23/12/2020 Versão para impressão
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Na responsabilidade criminal, assim como na responsabilidade civil, há crimes
dolosos e culposos, sendo fundamental saber a diferença entre eles.
O dolo é uma conduta voluntária, na qual o sujeito tem intenção de atingir um
objetivo ilícito, por ação ou omissão (por exemplo, provocar um acidente de trânsito
com vítima e não prestar socorro).
A culpa decorre da negligência, da imprudência ou da imperícia (por exemplo,
entregar o equipamento de segurança e não treinar o trabalhador para utilizar a
máquina, caracterizando o empregador negligente e, dessa falta de treinamento,
resultando lesão corporal ao trabalhador).
A responsabilidade criminal depende de uma infração penal, cometida por dolo
ou culpa do empregador em relação ao seu empregado, resultando em uma pena
preponderantemente privativa de liberdade (reclusão – cumprida em regime fechado;
ou detenção – cumprida em regime semiaberto ou aberto, salvo necessidade de
transferência a regime fechado) e restritiva de direitos (indenizações mensais, perda
de bens e valores, limitação de fim de semana e prestação de serviços à comunidade).

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