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DIREITO DO CONSUMIDOR RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO E DO SERVIÇO. DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA Livro Eletrônico FABRÍCIO MISSORINO É especialista em Defesa da Concorrência pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-EDESP), possui graduação em Ciências Sociais pela Universi- dade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) e graduação em Direito pelo Centro Universitário de Araraquara (UNIARA). Atua na advocacia privada consultiva e contenciosa com foco nas relações de consumo. Atua como Consultor junto à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), prestando serviços à Câma- ra de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão responsável pela regulação do mercado de medicamentos. Atua como Consul- tor Associado junto à ATIVACIDADE - Diálogo e implementação de políticas públicas, coletivo de profissionais que tem por objetivo atuar na ges- tão de políticas, programas e projetos junto ao setor público. Tem experiência na área de edu- cação à distância, educação superior em Direito e capacitação de profissionais do Sistema Na- cional de Defesa do Consumidor, com atuação em iniciativas de formação de profissionais de atendimento que atuam em Procons, Ministé- rios Públicos, Defensorias Públicas e Entidades Civis de Defesa do Consumidor, no ensino à dis- tância de servidores públicos federais em par- ceria com a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) e Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU), bem como no ensino universitário e projetos de extensão nas disci- plinas Direito do Consumidor, Direito Agrário e Urbano, Direito Constitucional, Direitos Huma- nos e Sociologia Jurídica. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 3 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica. ..................................................... 4 1. Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço .....................................4 1.1. Solidariedade entre Fornecedores ...........................................................8 2. O Vício de Qualidade do Produto no CDC ..................................................14 2.1. Vício Aparente e Vício Oculto ...............................................................21 2.2. Saneamento do Vício de Qualidade do Produto (a Tríplice Opção do Consumidor) ............................................................................................23 3. Vício de Quantidade do Produto ..............................................................37 4. O Vício do Serviço no CDC .....................................................................45 5. Serviços Públicos no CDC .......................................................................54 6. Decadência e Prescrição ........................................................................64 6.1 Da Relação entre os Prazos de Garantia Legal e Garantia Contratual ..........81 7. Desconsideração da Personalidade Jurídica no CDC ....................................85 Resumo ...................................................................................................92 Questões Comentadas em Aula ................................................................ 104 Questões de Concurso ............................................................................. 135 Gabarito ................................................................................................ 139 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO E DO SERVIÇO. DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. 1. Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço Na mesma linha de importância e caráter estratégico do direito à informação, da proteção contratual, da inversão do ônus da prova, dentre outros direitos de extrema relevância previstos no CDC, uma das maiores preocupações do legislador foi inserir regras claras sobre a proteção à incolumidade econômica do consumidor, materializadas por meio da regra de responsabilidade por vício dos produtos e dos serviços colocados no mercado de consumo. Seguindo o mesmo grau de importância da regra de responsabilidade dos forne- cedores em relação aos acidentes de consumo, também podemos dizer que o Códi- go de Defesa do Consumidor é um divisor de águas em relação à responsabilização dos agentes que provocam lesões à incolumidade econômica dos consumidores, eis que antes do CDC tínhamos uma legislação frágil e ineficiente para enfrentar a problemática da adequação dos produtos e serviços aos fins a que se destinam, ou seja, do bom funcionamento, da qualidade verificada em produtos e serviços, do atendimento às justas expectativas do consumidor. Na análise dessa temática à luz dos princípios da Política Nacional das Relações de Consumo, nos termos dos incisos I, II “d”, III, V, VI do art. 4º do CDC, reforçam-se: • as linhas norteadoras que garantem a proteção de seus interesses econômicos; • a transparência das relações de consumo; • a melhoria da qualidade de vida dos consumidores; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino • a ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor por meio da garantia de produtos e serviços inseridos no mercado de consumo com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho; • a boa-fé e o equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; • o incentivo à criação de meios eficientes de controle de qualidade de produtos e serviços; • a coibição e repressão de todos os abusos praticados no mercado de consumo; • bem como a racionalização e melhoria dos serviços públicos. Sob a luz dos direitos básicos dos consumidores, nos termos dos incisos III, IV, VI, VII e VIII do art. 4º do CDC, a temática da responsabilidade por vício tem como base: • a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços; • a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais co- ercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou im- postas no fornecimento de produtos e serviços; • a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; • o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos; • bem como a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova. Ganha importância, também com mais ênfase,o reconhecimento da vulnerabili- dade do consumidor (inclusive como premissa de interpretação das regras do Códi- go); além de se transferir imediatamente os riscos da atividade ao fornecedor, que passa a ser responsável por eventual disparidade de informações constantes do re- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino cipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária. Nessa lógica, assim como nos acidentes de consumo, prevalece a regra da responsabilidade objetiva e solidária entre os participantes da cadeia de fornecimento de produtos e serviços. Com base nisso, ao lado da exigência de que os produtos e serviços oferecidos no mercado devem ser seguros, o CDC também se preocupa com a adequada fun- cionalidade dos bens e serviços, ou seja, o aparelho celular deve receber e efetuar chamadas, a velocidade do pacote de serviços de internet deve ser condizente com a oferecida, a colocação de telhas deve impedir a entrada de chuva etc. Antes de adentrarmos à regra de responsabilidade por vício, cabe, aqui, ressal- tarmos a distinção entre vício e fato do produto, pois essa diferenciação pautará a utilização das regras do CDC pelo operador do Direito. Pois bem, podemos entender como vício aquela inadequação do produto que por si só não causa um acidente de consumo, mesmo que se trate de um item de segurança, mesmo que traga potencial de ofender a integridade física do consumidor e seu patrimônio, sendo a questão tratada à luz dos artigos 18 e seguintes do CDC. Já a disciplina do fato do produto, como vimos na aula 2, só deve ser invocada após a ocorrência de acidente de consumo, sendo a questão tratada à luz dos artigos 12 e seguintes do CDC. Um bom exemplo para tratarmos dessa diferenciação seria um defeito no sistema de freios de um automóvel. Mesmo que esse defeito importe em potencial risco à integridade física do consumidor, a simples verificação do defeito direciona o operador da lei à aplicação da regra de responsabilidade por vício, remetendo-o à recuperação do dano patrimonial causado pelo fornecedor. Somente a ocorrência do acidente de consumo direciona o operador à aplicação da regra de responsabi- lidade pelo fato, remetendo-o à reparação de todos os danos causados em virtude do acidente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino Vejamos a seguir como a banca abordou esse tema: Questão 1 (PROMOTOR DE JUSTIÇA VESPERTINA/MPE-SC/2014) De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, as imperfeições dos produtos dividem-se em duas categorias: defeitos e vícios. Os primeiros possuem natureza mais grave, pois são capazes de causar danos à saúde ou à segurança do consumidor, enquanto os segundos têm como consequência apenas a inservibilidade ou a diminuição do valor do produto. Certo. Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para a diferen- ça de conceito entre as responsabilidades pelo fato e pelo vício do produto e do serviço. O próprio legislador do CDC procurou estabelecer o conceito de produtos e ser- viços impróprios ao consumo, vinculando essa definição aos aspectos da apresen- tação do produto (deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos), da adequação ao prazo de validade, da adequação aos fins que razoavelmente deles se esperam e do atendimento às normas regulamentares de prestabilidade, conforme disposto nos artigos 18, § 6º e 20, § 2º). Assim, a responsabilidade por vício deve se pautar em três vetores de análise: a impropriedade ou a inadequação de produtos e serviços, a diminuição de valor de produtos e serviços, bem como a disparidade de informações constantes do reci- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino piente, rótulo ou fôlder. Do ponto de vista didático, seguindo a ordem estabelecida pelo legislador do CDC, vamos analisar primeiramente a regra de responsabilidade por vício do produto para, em seguida, analisarmos a regra referente ao vício do serviço. Antes, porém, reforçaremos o conceito de solidariedade entre fornecedo- res, em especial quando envolvidos em condutas referentes ao vício de produtos e serviços. 1.1. Solidariedade entre Fornecedores Um aspecto de extrema relevância no estudo da responsabilidade por vício é a aplicação direta da regra geral de responsabilidade objetiva e solidária prevista no CDC. Isso quer dizer que tanto o fabricante quanto o comerciante ou qualquer outro integrante do ciclo de produção do bem estão igualmente obrigados perante o consumidor a efetuar os reparos nos produtos, proceder à devolução do dinheiro, substituir o produto ou efetuar o respectivo abatimento proporcional do preço. Um dos pontos que confirma essa intenção do legislador é a expressão utiliza- da na redação dos artigos 18, 19 e 20 do CDC (“Os fornecedores…” ou “O forne- cedor…”), deixando bem clara a intenção de vincular, ao mesmo tempo, todos da cadeia de fornecimento de produtos e serviços. Portanto, eventual reclamação nos Procons ou ações judiciais podem ser dirigidas ao comerciante, ao fabricante, ao produtor, ao distribuidor, ao importador, ou qualquer outro fornecedor da cadeia ou contra ambos. Como exemplo, podemos citar a aplicação direta dos artigos 18, § 1º e 20 do CDC, ou seja, a pretensão do consumidor em relação à substituição do produto, à reexecução do serviço, à restituição da quantia paga ou do abatimento proporcio- nal do preço pode ser dirigida tanto ao comerciante (fornecedor imediato) como ao O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino fabricante ou a qualquer outro fornecedor intermediário que integre o ciclo produ- tivo-distributivo. Em suma, a responsabilidade solidária se mostra como um relevante instru- mento de defesa dos interesses do consumidor; pois, em diversas situações, a satisfação do direito do consumidor só é possível em virtude da existência de uma regra que garanta a pluralidade de responsáveis, principalmente, p. ex., quandoum comerciante encerra suas atividades e desaparece da noite para o dia sem dei- xar qualquer patrimônio para responder pelas suas dívidas. Vejamos a seguir como as bancas abordaram esse tema: Questão 2 (EXAME DE ORDEM UNIFICADO – X – 1ª FASE/OAB/FGV/2013) Eli- sabeth e Marcos, desejando passar a lua de mel em Paris, adquiriram junto à Ope- radora de Viagens e Turismo “X” um pacote de viagem, composto de passagens aéreas de ida e volta, hospedagem por sete noites, e seguro saúde e acidentes pessoais, este último prestado pela seguradora “Y”. Após chegar à cidade, Elisabeth sofreu os efeitos de uma gastrite severa e Marcos entrou em contato com a ope- radora de viagens a fim de que o seguro fosse acionado, sendo informado que não havia médico credenciado naquela localidade. O casal procurou um hospital, que manteve Elisabeth internada por 24 horas, e retornou ao Brasil no terceiro dia de estada em Paris, tudo às suas expensas. Partindo da hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. a) O casal poderá acionar judicialmente a operadora de turismo, mesmo que a falha do serviço tenha sido da seguradora, em razão da responsabilidade solidária aplicável ao caso. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino b) O casal somente poderá acionar judicialmente a seguradora Y, já que a operado- ra de turismo responderia por falhas na organização da viagem, e não pelo seguro porque esse foi realizado por outra empresa. c) O casal terá que acionar judicialmente a operadora de turismo e a seguradora simultaneamente por se tratar da hipótese de litisconsórcio necessário e unitário, sob pena de insurgir em carência da ação. d) O casal não poderá acionar judicialmente a operadora de turismo já que havia liberdade de contratar o seguro saúde viagem com outra seguradora e, portanto, não se tratando de venda casada, não há responsabilidade solidária na hipótese. Letra a. Na análise dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar que na regra de responsabilidade por vício do produto e do serviço a responsabilidade é solidária, envolvendo, de uma só vez, todos da cadeia de fornecimento, conforme artigos 18 a 20 do CDC. Questão 3 (DIREITO NA ÁREA DA SAÚDE PÚBLICA/HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO/CFMUSP/VU- NESP/2015) De conformidade com as regras do Código de Defesa do Consumidor, é correto afirmar que a) Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do pro- duto apresentado. Assim sendo, o consumidor prejudicado poderá exigir, alternati- vamente e à sua escolha, a complementação do peso ou medida ou ainda o abati- mento proporcional do preço. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino b) a reexecução dos serviços poderá ser exigida pelo consumidor, porém acarreta- rá custo adicional quando cabível. c) no fornecimento de serviços que tenham por objetivo a reparação de qualquer produto, não estará implícita a obrigação de empregar componentes de reposição originais e novos. d) a ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços o eximirá de responsabilidade. e) aquele que efetivar o pagamento ao consumidor prejudicado não poderá exer- cer o direito do regresso dos demais responsáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso. Letra a. Na análise dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para dois pontos fundamentais da regra geral de responsabilidade por vício do produto e do serviço: responsabilidade objetiva e solidariedade, eis que envolve, de uma só vez, todos da cadeia de fornecimento. Questão 4 (PROCURADOR DO MUNICÍPIO/PREFEITURA DE ROSANA-SP/VU- NESP/2016) Um consumidor adquiriu um pacote de macarrão da marca “Adriana”, no supermercado “Rumba”. Quando chegou em casa, abriu o pacote do alimento e percebeu que estava repleto de carunchos, sendo impossível consumir tal produto. Diante dessa situação hipotética, é correto afirmar que o caso revela um a) defeito no produto, pelo qual o consumidor terá prazo de cinco anos para recla- mar perante o supermercado e o fabricante do produto, respondendo o supermer- cado subsidiariamente pelos fatos. 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Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino b) vício de qualidade e, portanto, o consumidor poderá reclamar em até 90 dias apenas contra o fabricante do produto. c) vício de quantidade e, assim, o consumidor poderá reclamar tanto para o super- mercado como para o fabricante num prazo de 30 dias, tendo ambos responsabili- dade solidária. d) defeito no produto, a respeito do qual o consumidor terá prazo de 30 dias para reclamar perante o supermercado e o fabricante, que responderão solidariamente pelos fatos. e) vício de qualidade, sobre o qual o supermercado e o fabricante respondem soli- dariamente, tendo o consumidor até 30 dias para fazer a reclamação. Letra e. Na análise dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para a solidariedade presente na regra geral de responsabilidade por vício do produto e do serviço, com atenção ainda em relação ao prazo decadencial para o consumidor apresentar sua reclamação. Questão 5 (JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJDFT/CESPE/2014) João adquiriu, na Casa dos Eletroeletrônicos Ltda., um aparelho de televisão fabricado por Televi- sores S.A. Passados quarenta dias da aquisição, o produto não mais ligava, tendo João, então, contatado a assistência técnica e enviado o produto para reparo. Sem obter resposta acerca do conserto no prazo de trinta dias, João ajuizou ação conde- natória contra o fabricante e o comerciante do aparelho de televisão. Em contradita, o comerciante argumentou que, para esse caso, não há, no CDC, previsão de sua responsabilidade. 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Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta. a) No caso, a responsabilidade do comerciante é subsidiária. b) O comerciante e o fornecedor são solidariamente responsáveis, pois se trata de “víciodo produto”. c) A responsabilidade do comerciante terá de ser apurada mediante a verificação de culpa. d) O comerciante não será responsabilizado se provar não ter colocado o produto no mercado ou, ainda que o tenha colocado, a inexistência do defeito, além da cul- pa exclusiva da vítima ou de terceiro. e) A hipótese é de “fato do produto” e, de acordo com o CDC, o comerciante, em regra, não pode ser responsabilizado pelo ocorrido. Letra b. Trata-se de questão fácil, exigindo do(a) candidato(a) atenção quanto à solidarie- dade presente na regra geral de responsabilidade por vício do produto e do serviço. Obviamente, após a efetiva satisfação do direito do consumidor, poderão os forne- cedores, entre si, pelas vias consensuais ou judiciais, discutir quem arcará com os prejuízos daquela demanda, de modo individual ou de maneira concorrente. Meu(minha) caro(a), muita atenção para esse ponto discutido acima. É importante fixar a informação de que, na regra de responsabilidade PELO FATO do produto e do serviço, a responsabilidade é identificada em várias situações (fabricante, construtor, produtor, importador, comerciante), nos termos dos artigos 12 a 14 do CDC, enquanto que, na regra de responsabilidade POR VÍCIO do produto e do ser- viço, a responsabilidade é solidária, envolvendo, de uma só vez, todos da cadeia O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino de fornecimento, conforme artigos 18 a 20 do CDC. Atenção, pois o legislador previu uma ordem de preferência na responsabilização do fornecedor de produtos in natura (aqueles que não sofrem nenhum processo industrial), estabelecendo que primeiramente será responsável perante o consumi- dor o produtor, quando este puder ser claramente identificado. Não sendo possível, a responsabilidade pela reparação recairá sobre o fornecedor imediato (comercian- te, p. ex.), nos termos do § 5º do art. 18 do CDC. Ainda sobre a ordem de preferência, na regra de responsabilidade por vício de quantidade do produto, o § 2º do art. 19 prevê que o fornecedor imediato (comer- ciante) será responsável quando fizer a pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais. É importante frisar que a maioria da doutrina consumerista, assim como a jurispru- dência dominante, entende não ser possível o uso de alguns institutos processuais em demandas de consumidores, como a intervenção de terceiros e a denunciação da lide, pelo fato de que tais mecanismos tendem a atrasar a conclusão do proces- so enquanto se discutem os níveis e montantes de responsabilidade da cadeia de fornecedores, trazendo prejuízos ao consumidor, parte mais fraca da relação, que aguarda a indenização pelos danos sofridos. 2. O Vício de Qualidade do Produto no CDC A regra geral de responsabilidade por vício do produto no CDC encontra-se pre- vista nos artigos 18 e 19, com abordagens específicas acerca, respectivamente, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino dos vícios de qualidade e de quantidade verificados em produtos inseridos no mer- cado de consumo. O conceito de vício do produto no CDC se mostra bem mais amplo, por exemplo, do que o conceito de vícios redibitórios previsto no Código Civil. O legislador do CDC preocupou-se em definir praticamente três espécies de vícios: • i) o vício que torne o produto impróprio ao consumo; • (ii) o vício que diminua o valor do produto; e • (iii) o vício decorrente da disparidade das características dos produtos com aquelas veiculadas na oferta e publicidade. Vejamos a seguir como as bancas abordaram os vetores de análise da respon- sabilidade por vício de qualidade do produto: Questão 6 (EXAME DE ORDEM UNIFICADO – XI – 1ª FASE/OAB/FGV/2013) O Mercado A comercializa o produto desinfetante W, fabricado por “W. Industrial”. O proprietário do Mercado B, que adquiriu tal produto para uso na higienização das partes comuns das suas instalações, verifica que o volume contido no frasco está em desacordo com as informações do rótulo do produto. Em razão disso, o Mer- cado B propõe ação judicial em face do Mercado A, invocando a Lei n. 8.078/1990 (CDC), arguindo vícios decorrentes de tal disparidade. O Mercado A, em defesa, apontou que se tratava de responsabilidade do fabricante e requereu a extinção do processo. A respeito do caso sugerido, assinale a alternativa correta. a) O processo merece ser extinto por ilegitimidade passiva. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino b) O caso versa sobre fato do produto, logo a responsabilidade do réu é subsidiária. c) O processo deve ser extinto, pois o autor não se enquadra na condição de con- sumidor. d) Trata-se de vício do produto, logo o réu e o fabricante são solidariamente res- ponsáveis. Letra d. Trata-se mais uma vez de questão fácil, devendo o(a) candidato(a) se atentar para a solidariedade presente na regra geral de responsabilidade por vício do produto e do serviço. Questão 7 (PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE-RR/CESPE/2017) Antô- nio adquiriu um televisor em um estabelecimento comercial e entrou em contato com a assistência técnica para instalação. Contudo, o técnico, ao concluir de modo correto o procedimento de instalação do aparelho, constatou que este não emitia som. Nessa situação hipotética, a responsabilidade civil prevista no CDC está fundada no a) vício do serviço. b) fato do produto. c) fato do serviço. d) vício do produto. Letra d. Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá observar que o legislador do CDC definiu praticamente três espécies de vício do produto, nos termos do caput do art. 18 do CDC: vício de qualidade, de quantidade e de informação. No caso em análise, trata-se de vício de qualidade. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino Questão 8 (PROMOTOR/MPE-PR/2014) Analise as assertivas a seguir e responda: I – Não se considera impróprio ao consumo o produto, cujo prazo de validade estiver vencido, se não vier a acarretar danos à saúde do consumidor;II – O fabricante, o produtor, o construtor, o profissional liberal e o importador respondem pessoal e independentemente da existência de culpa, pela re- paração dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projetos, serviços, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipula- ção, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e risco; III – A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços o exime de responsabilidade. a) Apenas as assertivas I e II são corretas; b) Apenas as assertivas I e III são corretas; c) Apenas as assertivas II e III são corretas; d) Todas as assertivas são corretas; e) Nenhuma assertiva é correta. Letra e. Na análise dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para os aspectos gerais da regra de responsabilidade por vício do produto e do serviço, bem como o aspecto da solidariedade, que envolve, de uma só vez, todos da cadeia de forneci- mento, conforme artigos 18 a 20 do CDC. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino Questão 9 (AGENTE FISCAL/PREFEITURA DE OSASCO-SP/FGV/2014) Se uma geladeira adquirida recentemente apresentar um problema que impeça seu funcio- namento, temos uma hipótese de: a) cláusula abusiva; b) vício do produto; c) prática abusiva; d) fato do produto; e) fato do serviço. Letra b. Trata-se de questão bem fácil, na qual o(a) candidato(a) deverá se atentar para os aspectos gerais da regra de responsabilidade por vício do produto e do serviço. Sobre o vício de qualidade do produto, utilizamos como vetores de análise a impropriedade ou a inadequação de produtos e serviços, a diminuição de valor de produtos e serviços, bem como a disparidade de informações constantes do reci- piente ou rótulo, nos termos do caput do art. 18 do CDC: Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis res- pondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem im- próprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações cons- tantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. (grifo nosso) A questão do vício de qualidade pode apresentar novos contornos ao longo da evolução do mercado de consumo, colocando à prova a rigidez das normas jurídicas. É o caso, por exemplo, de um veículo importado da Alemanha que apresenta in- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino compatibilidade – não informada ao consumidor – com os combustíveis disponíveis nos postos de abastecimento do Brasil, não estando esse preparado para funcionar adequadamente com o tipo de diesel aqui comercializado (REsp. n. 1.443.268). Vejamos a seguir como a banca abordou a questão da disparidade de infor- mações: Questão 10 (PROCURADOR DA REPÚBLICA/PGR/2013) Com relação aos produ- tos colocados à disposição dos consumidores no mercado, o Código de Proteção e Defesa do Consumidor, CDC – Lei n. 8.078/1990, prevê que: a) O pacote de arroz que anuncia em seu rótulo conter o conteúdo líquido de um quilo, ensacado pela empresa XYZ, mas que contenha apenas 800 gramas tem um vício de produto e o prazo para reclamar contra qualquer dos fornecedores que in- tegram a cadeia de fornecimento solidariamente caduca em 30 dias; b) O pacote de arroz que anuncia em seu rótulo conter o conteúdo líquido de um quilo, ensacado pela empresa XYZ, que contenha excesso de pesticida nocivo à saúde humana tem um defeito de segurança, fato do produto, e o prazo para que seja efetuada a reclamação solidária contra o fabricante ou o comerciante é deca- dencial de 120 dias, a partir da data da compra; c) O arroz vendido a granel, pesado em frente ao consumidor, que contenha soda cáustica nociva à saúde humana tem um defeito de segurança, fato do produto, e o prazo para o consumidor que passou mal ao ingerir o cereal efetuar reclamação contra o comerciante ou o produtor é prescricional de 2 anos; d) O consumidor que sofrer dano irreparável ao consumir arroz ensacado pela empresa XYZ tem prazo decadencial de 2 anos para propor ação contra o fabri- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino cante. A responsabilidade por fato do produto que colocou em risco a saúde e a segurança do consumidor da empresa XYZ é objetiva não havendo excludentes de responsabilidade. Letra a. Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá observar que o legislador do CDC definiu praticamente três espécies de vício do produto, nos termos do caput do art. 18 do CDC: vício de qualidade, de quantidade e de informação. No caso em análise, trata-se de vício de quantidade. O legislador do CDC estabeleceu a regra da responsabilidade por vício, direcionan- do-a para produtos ou serviços duráveis ou não duráveis, nos termos do caput do art. 18. Essa diferenciação tem implicação diretamente na aplicação das garantias referentes ao direito de reclamar pelos prejuízos sofridos, na inteligência do artigo 26 do Código, que prevê o prazo de 30 dias para reclamar dos vícios aparentes (de fácil constatação) verificados em produtos não duráveis e de 90 dias para reclamar dos vícios aparentes (de fácil constatação) verificados em produtos duráveis. Mas, enfim, o que são produtos ou serviços duráveis e não duráveis? Produtos ou serviços duráveis são aqueles que apresentam uma vida útil não efê- mera, embora não muito prolongada (ex.: imóveis, automóveis, computadores, móveis, serviços de assistência técnica, de oficinas mecânicas, de reforma em ha- bitações etc.). Produtos ou serviços não duráveis são aqueles que se exaurem ao primeiro uso ou O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino em pouco tempo após a aquisição ou início de utilização (ex.: alimentos, medica-mentos, cosméticos, serviços de transporte, de lazer etc.). A análise acerca da durabilidade ou não do serviço não necessariamente está vin- culada ao tempo decorrido em sua prestação, ou seja, a sua viagem efetivada por meio do serviço de transporte de ônibus pode demorar a tarde toda para ser con- cretizada, porém o serviço continuará a ser não durável, pois se exauriu ao primei- ro uso. Por outro lado, o serviço de dedetização, mesmo sendo realizado em no máximo trinta minutos, será considerado serviço durável, pois os efeitos do veneno utili- zado devem fazer efeito por vários meses, sendo esta a legítima expectativa do consumidor. 2.1. Vício Aparente e Vício Oculto Antes de adentrarmos aos efeitos da aplicação da regra de responsabilidade por vício de qualidade do produto, convém ressaltar uma diferenciação de suma impor- tância, qual seja, a compreensão do que se configura como vício aparente e como vício oculto, bem como os efeitos práticos daí decorrentes. Para os efeitos do CDC, vício aparente pode ser compreendido como aquela inadequação de fácil constatação, que se mostra plenamente perceptível ao con- sumidor, a exemplo dos riscos ou amassados existentes em produtos entregues em domicílio numa compra on-line, da televisão que não funciona no momento do teste realizado na loja, ou seja, aquelas desconformidades que se mostram visíveis de pronto ao consumidor, que são de fácil constatação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino Os vícios ocultos, como a própria nomenclatura indica, são aquelas descon- formidades que no momento da compra não se mostram visíveis ao consumidor, não se mostram de fácil constatação, aqueles defeitos que demoram a aparecer, a exemplo dos aparelhos de televisão que apresentam defeito após seis meses de uso. Nesses casos, a obrigação de reparar por parte fornecedor aparece a partir da constatação do vício. Entretanto, se ela está oculta, até quando o fornecedor fica obrigado a reparar tal desconformidade? Essa obrigação é eterna? Obviamente que não, eis que os bens de consumo possuem uma durabilidade determinada, comumente chamada de “vida útil”. Portanto, o fornecedor fica obrigado a reparar os danos causados por vícios ocultos que se tornem aparentes ou de fácil constatação dentro do período de vida útil do produto. A adoção desse critério confere coerência ao ordenamento jurídico, reite- rando as garantias constitucionais de defesa dos direitos dos consumidores, considerando sua vulnerabilidade no mercado de consumo e revelando a im- portância do caso concreto em que o fator tempo é apenas um dos elementos a ser apreciado. O(a) candidato(a) deve se atentar para o fato de que a contagem do prazo de vida útil do produto não deve se confundir com o prazo da garantia contratual even- tualmente fornecida pelo comerciante ou fabricante, referindo-se tão somente ao tempo em que aquele produto ou seu determinado componente apresenta de vida útil, para a partir daí se definir o tempo em que o fornecedor estará vinculado com O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino aquela obrigação de reparação. O Superior Tribunal de Justiça, inclusive, já se manifestou a respeito quando da votação do REsp. n. 984.106, vejamos: Com efeito, em se tratando de vício oculto não decorrente do desgaste natural gerado pela fruição ordinária do produto, mas da própria fabricação, e relativo a projeto, cálculo estrutural, resistência de materiais, entre outros, o prazo para reclamar pela repara- ção se inicia no momento em que ficar evidenciado o defeito, não obstante tenha isso ocorrido depois de expirado o prazo contratual de garantia, devendo ter-se sempre em vista o critério da vida útil do bem. (…) a venda de um bem tido por durável com vida útil inferior àquela que legitimamente se esperava, além de configurar um defeito de adequação (art. 18, CDC), evidencia uma quebra da boa-fé objetiva… Voltaremos a analisar esses pontos quando discutirmos a decadência e a pres- crição no CDC, mais especificamente no item 6 desta aula. 2.2. Saneamento do Vício de Qualidade do Produto (a Tríplice Opção do Consumidor) O legislador do CDC, ao estabelecer a aplicação da regra prevista no caput do artigo 18, concedeu ao fornecedor um prazo para tentativa de saneamento do vício, deixando expressas no § 1º do mesmo artigo três opções ao consumidor em caso de não saneamento do vício, vejamos: Art. 18. (…) § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I – a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III – o abatimento proporcional do preço. Dessa forma, a partir da reclamação apresentada pelo consumidor dentro dos prazos previstos no art. 26 do CDC, o fornecedor tem até 30 (trinta) dias O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino para tentar sanar o vício do produto. Isso mesmo, apesar de o Código ser uma lei extremamente protetiva aos consumidores, nesse caso os fornecedores ga- nharam do legislador um voto de confiança para que, dentro desse prazo, pu- dessem tomar medidas resolutivas a respeito do vício de qualidade verificado no produto. Vejamos a seguir como a banca abordou essa matéria: Questão 11 (JUIZ/TJ-BA/CESPE/2012) A respeito das relações de consumo, as- sinale a opção correta. a) A concessão do prazo de 30 dias para sanar o vício do produto é um direito as- segurado ao fornecedor e que obriga o consumidor. b) A responsabilidade de uma fábrica pelos ferimentos sofridos por um empregado em decorrência da explosão de um produto nas suas dependências será dirimida pelas regras aplicáveis ao fornecedor de produtos. c) Para que determinada relação seja considerada de consumo, não é necessária a habitualidade quanto ao fornecedor do produto. d) Conforme entendimento do STJ, as entidades beneficentes não se enquadram no conceito de fornecimento, porquanto lhes falta a finalidade lucrativa. e) Por disposição legal, a responsabilidade do comerciante pelo fato do produto é solidária com a do fabricante. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.brhttps://www.grancursosonline.com.br 25 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino Letra a. Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para as regras gerais do saneamento do vício de qualidade do produto, nos termos do § 1º do art. 18 do CDC. Não sendo o vício sanado dentro desse prazo, em uma única oportunidade, o con- sumidor, alternativamente ou à sua escolha, poderá: • exigir a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; • a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem pre- juízo de eventuais perdas e danos; • bem como o abatimento proporcional do preço, nos termos do § 1º do art. 18 do CDC. Vejamos a seguir como as bancas abordaram esse tema: Questão 12 (EXAME DE ORDEM – 1ª FASE/OAB/CESPE/2009) Acerca da respon- sabilidade no Código de Defesa do Consumidor, assinale a opção correta. a) É permitida a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar. b) Caso o vício do produto ou do serviço não seja sanado no prazo legal, pode o consumidor exigir o abatimento proporcional do preço. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino c) No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, mesmo se identificado claramente o produtor. d) A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços o exime de responsabilidade. Letra b. Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para a regra constante do § 1º do art. 18 do CDC, pela qual não sendo o vício sanado pelo for- necedor dentro do prazo de 30 (trinta) dias, em uma única oportunidade, o consu- midor poderá fazer uso de uma tríplice opção: • (i) a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas con- dições de uso; • (ii) a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; e • (iii) o abatimento proporcional do preço. Questão 13 (EXAME DE ORDEM UNIFICADO – V – 1ª FASE/OAB/FGV/2011) Ao instalar um novo aparelho de televisão no quarto de seu filho, o consumidor verifica que a tecla de volume do controle remoto não está funcionando bem. Em contato com a loja onde adquiriu o produto, é encaminhado à autorizada. O que esse consumidor pode exigir com base na lei, nesse momento, do comerciante? a) A imediata substituição do produto por outro novo. b) O dinheiro de volta. c) O conserto do produto no prazo máximo de 30 dias. d) Um produto idêntico emprestado enquanto durar o conserto. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino Letra c. Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para a obri- gação constante do § 1º do art. 18 do CDC, pela qual o fornecedor deve sanar o vício verificado no produto dentro do prazo de 30 (trinta) dias, em uma única oportunidade. Questão 14 (ADVOGADO/COMPANHIA DE SERVIÇO DE ÁGUA, ESGOTO E RESÍDUOS DE GUARATINGUETÁ-SAEG/VUNESP/2015) Um consumidor adqui- re na loja Y um videogame, da marca X, para dar de presente ao seu filho. Ao instalar o produto em sua casa, percebe que um dos controles de acesso ao jogo não está funcionando, mas que o restante está em perfeito estado. O que pode esse consumidor exigir? a) Só poderá exigir do fabricante a imediata troca do produto. b) Poderá reclamar na loja ou com o fabricante do produto, que terão 30 dias para sanar o vício apresentado. c) Só poderá reclamar com a loja, requerendo a imediata devolução do dinheiro empregado na compra do bem. d) Poderá reclamar apenas com o fabricante que tem como única alternativa con- ceder o abatimento no preço do produto. e) Poderá reclamar na loja, em 7 dias após a compra do produto, sendo que, pas- sado esse prazo, só poderá reclamar com o fabricante que terá 30 dias para sanar o vício. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino Letra b. Na resolução dessa questão, mais uma vez o(a) candidato(a) deverá se atentar para a obrigação constante do § 1º do art. 18 do CDC, pela qual o fornecedor deve sanar o vício verificado no produto dentro do prazo de 30 (trinta) dias, em uma única oportunidade. Questão 15 (TÉCNICO ADMINISTRATIVO/AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS-ANP/CESGRANRIO/2016) Sr. Z adquiriu um automóvel de luxo da empresa LR, tendo o bem-vindo com defeito no sistema de freios. Constatou-se que o vício veio da fábrica e não poderia ser consertado, dian- te da sofisticação do sistema de computadores utilizado no automóvel. De acordo com as regras do Código de Defesa do Consumidor, Sr. Z deverá receber a) valor em dobro do anteriormente pago. b) bem superior em qualidade ao adquirido. c) bem inferior com quitação total do preço. d) bem equivalente em condições de uso. e) bem e a devolução do preço pago. Letra d. Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para a regra constante do § 1º do art. 18 do CDC, pela qual não sendo o vício sanado pelo for- necedor dentro do prazo de 30 (trinta) dias, em uma única oportunidade, o consu- midor poderá fazer uso de uma tríplice opção: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino • (i) a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas con- dições de uso; • (ii) a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; e • (iii) o abatimento proporcional do preço. Questão 16 (PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE-AM/FMP CONCUR- SOS/2015) Consideram-se produtos essenciais os indispensáveis para satisfazer as necessidades imediatas do consumidor. Logo, na hipótese de falta de qualidade ou quantidade, não sendo o vício sanado pelo fornecedor, assinale a alternativa correta. a) O consumidor tem apenas o direito deexigir a substituição do produto por outro de mesma espécie, em perfeitas condições de uso. b) Abre-se, para o consumidor, o direito de, alternativamente, solicitar, dentro do prazo de 7 (sete) dias, a substituição do produto durável ou não durável por outro de mesma espécie, em perfeitas condições de uso, ou a restituição imediata da quantia paga, sem prejuízo de eventuais perdas e danos, ou, ainda, o abatimento proporcional do preço. c) É direito do consumidor exigir apenas a substituição do produto durável por outro de mesma espécie, em perfeitas condições de uso, ou, sendo não durável, a restituição imediata da quantia paga, sem prejuízo de eventuais perdas e danos, ou, ainda, o abatimento proporcional do preço. d) É direito do consumidor exigir a substituição do produto por outro de mesma espécie, em perfeitas condições de uso, ou, a seu critério exclusivo, a restituição imediata da quantia paga, sem prejuízo de eventuais perdas e danos, ou, ainda, o abatimento proporcional do preço. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino e) É direito do consumidor exigir a substituição do produto durável ou não durável, dentro do prazo de 90 (noventa) dias, por outro de mesma espécie, em perfeitas condições de uso, ou, a seu critério exclusivo, a restituição imediata da quantia paga, sem prejuízo de eventuais perdas e danos, ou, ainda, o abatimento propor- cional do preço. Letra d. Na resolução dessa questão, mais uma vez o(a) candidato(a) deverá se atentar para a regra constante do § 1º do art. 18 do CDC, pela qual não sendo o vício sa- nado pelo fornecedor dentro do prazo de 30 (trinta) dias, em uma única oportuni- dade, o consumidor poderá fazer uso de uma tríplice opção: • (i) a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas con- dições de uso; • (ii) a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; e • (iii) o abatimento proporcional do preço. Questão 17 (JUIZ/TJ-AP/FCC/2014) Nas relações de consumo, entende-se por saneamento dos vícios, a) a substituição das partes viciadas, que pode ser executada a qualquer tempo pelo fornecedor. b) a substituição das partes viciadas de um produto, que deve ser executada pelo fornecedor, desde que sua execução não comprometa a qualidade do produto ou possa diminuir-lhe o valor, no prazo de 30 dias. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 31 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino c) a substituição das partes viciadas que deve ser executada pelo fornecedor, in- condicionalmente, no prazo de 30 dias. d) o direito de o consumidor exigir a substituição do produto, a restituição da quantia paga ou o abatimento do preço no prazo de 30 dias. e) o direito de o consumidor exigir, a qualquer tempo, a substituição do produto, a restituição da quantia paga ou o abatimento do preço. Letra b. Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para a regra constante do inciso I do § 1º do art. 18 do CDC, pela qual não sendo o vício sanado pelo fornecedor dentro do prazo de 30 (trinta) dias, em uma única oportunidade, o consumidor poderá exigir a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso. Meu(minha) caro(a), muita atenção para o fato de que o legislador previu um pra- zo de 30 (trinta) dias ao fornecedor apenas nos casos envolvendo vício do produto, nos termos do § 1º do art. 18. No tocante ao vício do serviço, o legislador não menciona qualquer prazo específico para uma tentativa de sa- neamento, deixando diretamente claras três opções ao consumidor: • a reexecução do serviço; • a restituição da quantia paga; ou • o abatimento proporcional do preço. Sendo assim, aplicando-se a lógica do CDC e a partir da interpretação mais proteti- va ao consumidor, verifica-se que não existe nenhum prazo ao fornecedor em relação a vício do serviço, devendo ser imediatamente atendida a opção escolhida pelo consumidor. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 32 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino Nessa mesma linha, o art. 35 do CDC, que trata do vício decorrente da dispa- ridade com a oferta, estabelece que se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: • exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apre- sentação ou publicidade; • aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; ou • rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente ante- cipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos. Mais uma vez o legislador não menciona qualquer prazo ao fornecedor para ten- tativa de reparar o vício, podendo o consumidor exigir tal providência de maneira imediata. Vale ressaltar, ainda sobre a questão do prazo do § 1º, que o legislador previu a possibilidade do consumidor e do fornecedor pactuarem a sua extensão ou redu- ção, desde que o novo prazo não seja inferior a sete nem superior a 180 dias. Nos contratos de adesão, a cláusula que trata dessa pactuação acerca do prazo deverá ser convencionada em separado, com manifestação expressa do consumidor, nos termos do § 2º do art. 18 do CDC. Além das três opções acima destacadas (substituição do bem, restituição da quan- tia e abatimento proporcional do preço), o consumidor poderá acionar o fornecedor por eventuais perdas e danos decorrentes do vício do produto, tanto com base na O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 33 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino parte final do inciso II do § 1º do art. 18 como em virtude de que a reparação in- tegral de danos patrimoniais e morais é um direito básico do consumidor, expresso no inciso VI do art. 6º do CDC. Vale lembrar que o STJ já se posicionou acerca dessa questão, na oportunidade do julgamento do REsp. n. 324.629, vejamos: O vício do produto ou serviço, ainda que solucionado pelo fornecedor no prazo legal, poderá ensejar a reparação por danos morais, desde que presentes os elementos carac- terizadores do constrangimentoà esfera moral do consumidor. Se o veículo zero-quilô- metro apresenta, em seus primeiros meses de uso, defeitos em quantidade excessiva e capazes de reduzir substancialmente a utilidade e a segurança do bem, terá o consumi- dor direito à reparação por danos morais, ainda que o fornecedor tenha solucionado os vícios do produto no prazo legal. Seguindo a lógica aplicada pelo CDC na regra de responsabilidade por vício de qualidade do produto, o legislador deixou expressa a possibilidade do consumidor se utilizar de maneira imediata da tríplice opção prevista no § 1º do art. 18, sem- pre que em razão da extensão do vício a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial, nos termos do § 3º do art. 18. EXEMPLO 1 Um bom exemplo para ilustrar a questão do comprometimento da qualidade do produto seria a hipótese de queima no circuito elétrico de um aparelho e a troca comprometer a qualidade do produto, ou seja, o aparelho não manter a mesma efi- ciência de outrora. Acerca do comprometimento das características do produto, um bom exemplo seria a hipótese de um copo de liquidificador trincado e o fornecedor não possuir peças de reposição daquele modelo específico. Ao disponibilizar o copo de outro modelo, prejudicam-se as características do produto. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 34 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino EXEMPLO 2 Sobre a diminuição do valor, um bom exemplo seria a hipótese de um automóvel com a lataria amassada que, mesmo existindo a possibilidade de reparo, a situação implicará naturalmente na diminuição do preço do produto, além da depreciação natural. EXEMPLO 3 Um bom exemplo acerca da essencialidade do produto poderia ser a constatação de um vício em aparelho celular, principalmente quando o consumidor o utiliza profis- sionalmente, presente a situação de vulnerabilidade diante do fornecedor, tornan- do-se, para aquele consumidor em especial, um produto essencial. Em relação à essencialidade dos produtos, a doutrina consumerista trata o bem essencial como aquele que possui importância para as atividades cotidianas do con- sumidor ou que foi comprado para um evento específico que ocorrerá em breve, a exemplo da consumidora que adquire um sapato para o seu casamento e que não pode aguardar o reparo no prazo de 30 (trinta) dias. Em outras palavras, a análise acerca da essencialidade do produto deve ser casuística, pautando-se na necessi- dade concreta de cada consumidor. Vejamos a seguir como a banca abordou esse tema: Questão 18 (EXAME DE ORDEM UNIFICADO – XVIII – 1ª FASE/OAB/FGV/2015) Dulce, cinquenta e oito anos de idade, fumante há três décadas, foi diagnosticada como portadora de enfisema pulmonar. Trata-se de uma doença pulmonar obstru- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 35 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino tiva crônica caracterizada pela dilatação excessiva dos alvéolos pulmonares, que causa a perda da capacidade respiratória e uma consequente oxigenação insufi- ciente. Em razão do avançado estágio da doença, foi prescrito como essencial o tratamento de suplementação de oxigênio. Para tanto, Joana, filha de Dulce, adqui- riu para sua mãe um aparelho respiratório na loja Saúde e Bem-Estar. Porém, com uma semana de uso, o produto parou de funcionar. Joana procurou imediatamente a loja para substituição do aparelho, oportunidade na qual foi informada pela ge- rente que deveria aguardar o prazo legal de trinta dias para conserto do produto pelo fabricante. Com base no caso narrado, em relação ao Código de Proteção e Defesa do Consu- midor, assinale a afirmativa correta. a) Está correta a orientação da vendedora. Joana deverá aguardar o prazo legal de trinta dias para conserto e, caso não seja sanado o vício, exigir a substituição do produto, a devolução do dinheiro corrigido monetariamente ou o abatimento proporcional do preço. b) Joana não é consumidora destinatária final do produto, logo tem apenas direito ao conserto do produto durável no prazo de noventa dias, mas não à devolução da quantia paga. c) Joana não precisa aguardar o prazo legal de trinta dias para conserto, pois tem direito de exigir a substituição imediata do produto, em razão de sua essencialidade. d) Na impossibilidade de substituição do produto por outro da mesma espécie, Joana poderá optar por um modelo diverso, sem direito à restituição de eventual diferença de preço, e, se este for de valor maior, não será devida por Joana qual- quer complementação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 36 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino Letra c. Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para o fato de que o legislador do CDC deixou expressa na lei as situações em que o consumidor pode se utilizar de maneira imediata da tríplice opção prevista no § 1º do art. 18: • (i) em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto; • (ii) em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder diminuir-lhe o valor; ou • (iii) quando se tratar de produto essencial. Ainda acerca das escolhas disponibilizadas ao consumidor, o legislador do CDC inseriu um mecanismo no § 4º do art. 18 para regular as situações em que a substi- tuição do produto não puder ser realizada, possibilitando ao consumidor a substitui- ção por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do uso imediato das outras duas opções existentes, quais sejam, a devolução imediata da quantia paga e o aba- timento proporcional do preço, nos termos dos incisos II e III do § 1° deste artigo. Para concluir a racionalidade utilizada pelo legislador acerca da regra de respon- sabilidade por vício de qualidade do produto, o § 6º do art. 18 traz os vetores para a definição do que seriam produtos impróprios ao uso e consumo, vejamos: Art. 18. (…) § 6° São impróprios ao uso e consumo: I – os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos; II – os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompi- dos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação; III – os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada,por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 37 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino 3. Vício de Quantidade do Produto Ao lado da responsabilidade por vício de qualidade do produto, o legislador do CDC definiu uma regra protetiva para aquelas situações em que o vício se manifes- tará no tocante à quantidade do produto. Seguindo a mesma linha de racionalidade das questões que envolvem o vício de qualidade do produto, o art. 19 do CDC estabelece que os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as va- riações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, da rotulagem ou da mensagem publicitária. Aqui, na racionalidade do vício por quantidade, o vetor de análise será a incom- patibilidade do conteúdo líquido realmente existente e o conteúdo líquido indicado na embalagem, rotulagem ou oferta. Nesses casos, poderá o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: • o abatimento proporcional do preço; • a complementação do peso ou medida; • a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios; • bem como a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualiza- da, sem prejuízo de eventuais perdas e danos. A respeito do vício de quantidade, vale destacar o posicionamento da 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça no julgamento do REsp. n. 1.364.915/MG, de relatoria do Ministro Humberto Martins, no qual o Tribunal entendeu que ainda que haja abatimento no preço do produto, o fornecedor responderá por O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 38 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino vício de quantidade na hipótese em que reduzir o volume da mercadoria para quantidade diversa da que habitualmente fornecia no mercado, sem informar na embalagem, de forma clara, precisa e ostensiva, a diminuição do conteúdo. Na argumentação utilizada pelo Tribunal, entendeu-se que o direito à informa- ção confere ao consumidor uma escolha consciente, permitindo que suas expectati- vas em relação ao produto ou serviço sejam de fato atingidas, manifestando o que vem sendo denominado de consentimento informado ou vontade qualificada. Dian- te disso, o comando legal somente será efetivamente cumprido quando a informa- ção for prestada de maneira adequada, assim entendida aquela que se apresenta simultaneamente completa, gratuita e útil, vedada, no último caso, a diluição da comunicação relevante pelo uso de informações soltas, redundantes ou destituídas de qualquer serventia. Dessa forma, confirmou-se o entendimento de que o dever de informar não é tratado como mera obrigação anexa, e sim como dever básico, essencial e intrínse- co às relações de consumo, não podendo afastar a índole enganosa da informação que seja parcialmente falsa ou omissa a ponto de induzir o consumidor a erro, uma vez que não é válida a “meia informação” ou a “informação incompleta”. Acerca das escolhas disponibilizadas ao consumidor nos casos envolvendo vício de quantidade, o legislador do CDC também disponibilizou ao consumidor a mesma regra prevista no § 4º do art. 18, regulando as situações em que a substituição do produto não puder ser realizada, possibilitando ao consumidor a substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação ou resti- tuição de eventual diferença de preço, sem prejuízo, por analogia, do uso imediato O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 39 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino das outras três opções existentes, quais sejam, o abatimento proporcional do pre- ço, a complementação do peso ou da medida e a restituição imediata da quantia paga, nos termos dos incisos I, II e IV do § 1° do art. 18. Vejamos a seguir como as bancas abordaram esse tema: Questão 19 (PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE-MS/FAPEC/2015) De acordo com o art. 19 da Lei n. 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor), os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotula- gem ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I – o abatimento proporcional do preço. II – complementação do peso ou medida. III – a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios. IV – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos. A esse respeito, pode-se concluir que: a) Apenas as assertivas I e IV estão corretas. b) Apenas as assertivas II, III e IV estão corretas. c) Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas. d) Apenas a assertiva IV está incorreta. e) Todas as assertivas estão corretas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIEL SANTANA DE ALMEIDA - 06902500533, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 40 de 142www.grancursosonline.com.br DIREITO DO CONSUMIDOR Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica Prof. Fabrício Missorino Letra e. Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para as opções disponíveis ao consumidor nos casos que envolvem a responsabilidade por vício de quantidade do produto, nos termos do art. 19 do CDC. Questão 20 (JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/TRT-21ª REGIÃO-RN/2015) Ob- servando o disposto no Código de Defesa do Consumidor, é incorreto afirmar: a) Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante re- muneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. b) É direito básico do consumidor a modificação das cláusulas contratuais que es- tabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos superve- nientes que as tornem excessivamente onerosas. c) Em relação ao consumidor, os fornecedores respondem subsidiariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior ao indicado no recipiente, na em- balagem, rotulagem ou mensagem publicitária. d) A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de responsabilidade. e) Considera-se contrato de
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