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DIREITO DO CONSUMIDOR
RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO E DO SERVIÇO. 
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO. DESCONSIDERAÇÃO DA 
PERSONALIDADE JURÍDICA
Livro Eletrônico
FABRÍCIO MISSORINO
É especialista em Defesa da Concorrência pela 
Fundação Getúlio Vargas (FGV-EDESP), possui 
graduação em Ciências Sociais pela Universi-
dade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho 
(UNESP) e graduação em Direito pelo Centro 
Universitário de Araraquara (UNIARA). Atua 
na advocacia privada consultiva e contenciosa 
com foco nas relações de consumo. Atua como 
Consultor junto à Organização Pan-Americana 
da Saúde (OPAS), prestando serviços à Câma-
ra de Regulação do Mercado de Medicamentos 
(CMED), órgão responsável pela regulação do 
mercado de medicamentos. Atua como Consul-
tor Associado junto à ATIVACIDADE - Diálogo e 
implementação de políticas públicas, coletivo de 
profissionais que tem por objetivo atuar na ges-
tão de políticas, programas e projetos junto ao 
setor público. Tem experiência na área de edu-
cação à distância, educação superior em Direito 
e capacitação de profissionais do Sistema Na-
cional de Defesa do Consumidor, com atuação 
em iniciativas de formação de profissionais de 
atendimento que atuam em Procons, Ministé-
rios Públicos, Defensorias Públicas e Entidades 
Civis de Defesa do Consumidor, no ensino à dis-
tância de servidores públicos federais em par-
ceria com a Escola Nacional de Administração 
Pública (ENAP) e Escola Superior do Ministério 
Público da União (ESMPU), bem como no ensino 
universitário e projetos de extensão nas disci-
plinas Direito do Consumidor, Direito Agrário e 
Urbano, Direito Constitucional, Direitos Huma-
nos e Sociologia Jurídica.
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DIREITO DO CONSUMIDOR
Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e 
Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica
Prof. Fabrício Missorino 
Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e Prescrição. 
Desconsideração da Personalidade Jurídica. ..................................................... 4
1. Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço .....................................4
1.1. Solidariedade entre Fornecedores ...........................................................8
2. O Vício de Qualidade do Produto no CDC ..................................................14
2.1. Vício Aparente e Vício Oculto ...............................................................21
2.2. Saneamento do Vício de Qualidade do Produto (a Tríplice Opção do 
Consumidor) ............................................................................................23
3. Vício de Quantidade do Produto ..............................................................37
4. O Vício do Serviço no CDC .....................................................................45
5. Serviços Públicos no CDC .......................................................................54
6. Decadência e Prescrição ........................................................................64
6.1 Da Relação entre os Prazos de Garantia Legal e Garantia Contratual ..........81
7. Desconsideração da Personalidade Jurídica no CDC ....................................85
Resumo ...................................................................................................92
Questões Comentadas em Aula ................................................................ 104
Questões de Concurso ............................................................................. 135
Gabarito ................................................................................................ 139
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Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço. Decadência e 
Prescrição. Desconsideração da Personalidade Jurídica
Prof. Fabrício Missorino 
RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO E DO SERVIÇO. 
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO. DESCONSIDERAÇÃO DA 
PERSONALIDADE JURÍDICA.
1. Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço
Na mesma linha de importância e caráter estratégico do direito à informação, 
da proteção contratual, da inversão do ônus da prova, dentre outros direitos de 
extrema relevância previstos no CDC, uma das maiores preocupações do legislador 
foi inserir regras claras sobre a proteção à incolumidade econômica do consumidor, 
materializadas por meio da regra de responsabilidade por vício dos produtos e dos 
serviços colocados no mercado de consumo.
Seguindo o mesmo grau de importância da regra de responsabilidade dos forne-
cedores em relação aos acidentes de consumo, também podemos dizer que o Códi-
go de Defesa do Consumidor é um divisor de águas em relação à responsabilização 
dos agentes que provocam lesões à incolumidade econômica dos consumidores, 
eis que antes do CDC tínhamos uma legislação frágil e ineficiente para enfrentar a 
problemática da adequação dos produtos e serviços aos fins a que se destinam, ou 
seja, do bom funcionamento, da qualidade verificada em produtos e serviços, do 
atendimento às justas expectativas do consumidor.
Na análise dessa temática à luz dos princípios da Política Nacional das Relações de 
Consumo, nos termos dos incisos I, II “d”, III, V, VI do art. 4º do CDC, reforçam-se:
• as linhas norteadoras que garantem a proteção de seus interesses econômicos;
• a transparência das relações de consumo;
• a melhoria da qualidade de vida dos consumidores;
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• a ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor por 
meio da garantia de produtos e serviços inseridos no mercado de consumo com 
padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho;
• a boa-fé e o equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;
• o incentivo à criação de meios eficientes de controle de qualidade de produtos 
e serviços;
• a coibição e repressão de todos os abusos praticados no mercado de consumo;
• bem como a racionalização e melhoria dos serviços públicos.
Sob a luz dos direitos básicos dos consumidores, nos termos dos incisos III, IV, VI, 
VII e VIII do art. 4º do CDC, a temática da responsabilidade por vício tem como base:
• a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços;
• a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais co-
ercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou im-
postas no fornecimento de produtos e serviços;
• a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, 
coletivos e difusos;
• o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou 
reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos;
• bem como a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão 
do ônus da prova.
Ganha importância, também com mais ênfase,o reconhecimento da vulnerabili-
dade do consumidor (inclusive como premissa de interpretação das regras do Códi-
go); além de se transferir imediatamente os riscos da atividade ao fornecedor, que 
passa a ser responsável por eventual disparidade de informações constantes do re-
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cipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária. Nessa lógica, assim 
como nos acidentes de consumo, prevalece a regra da responsabilidade objetiva e 
solidária entre os participantes da cadeia de fornecimento de produtos e serviços.
Com base nisso, ao lado da exigência de que os produtos e serviços oferecidos 
no mercado devem ser seguros, o CDC também se preocupa com a adequada fun-
cionalidade dos bens e serviços, ou seja, o aparelho celular deve receber e efetuar 
chamadas, a velocidade do pacote de serviços de internet deve ser condizente com 
a oferecida, a colocação de telhas deve impedir a entrada de chuva etc.
Antes de adentrarmos à regra de responsabilidade por vício, cabe, aqui, ressal-
tarmos a distinção entre vício e fato do produto, pois essa diferenciação pautará a 
utilização das regras do CDC pelo operador do Direito. Pois bem, podemos entender 
como vício aquela inadequação do produto que por si só não causa um acidente 
de consumo, mesmo que se trate de um item de segurança, mesmo que traga 
potencial de ofender a integridade física do consumidor e seu patrimônio, sendo a 
questão tratada à luz dos artigos 18 e seguintes do CDC. Já a disciplina do fato do 
produto, como vimos na aula 2, só deve ser invocada após a ocorrência de acidente 
de consumo, sendo a questão tratada à luz dos artigos 12 e seguintes do CDC.
Um bom exemplo para tratarmos dessa diferenciação seria um defeito no sistema 
de freios de um automóvel. Mesmo que esse defeito importe em potencial risco 
à integridade física do consumidor, a simples verificação do defeito direciona o 
operador da lei à aplicação da regra de responsabilidade por vício, remetendo-o à 
recuperação do dano patrimonial causado pelo fornecedor. Somente a ocorrência 
do acidente de consumo direciona o operador à aplicação da regra de responsabi-
lidade pelo fato, remetendo-o à reparação de todos os danos causados em virtude 
do acidente.
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Vejamos a seguir como a banca abordou esse tema:
Questão 1 (PROMOTOR DE JUSTIÇA VESPERTINA/MPE-SC/2014) De acordo 
com o Código de Defesa do Consumidor, as imperfeições dos produtos dividem-se 
em duas categorias: defeitos e vícios. Os primeiros possuem natureza mais grave, 
pois são capazes de causar danos à saúde ou à segurança do consumidor, enquanto 
os segundos têm como consequência apenas a inservibilidade ou a diminuição do 
valor do produto.
Certo.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para a diferen-
ça de conceito entre as responsabilidades pelo fato e pelo vício do produto e do 
serviço.
O próprio legislador do CDC procurou estabelecer o conceito de produtos e ser-
viços impróprios ao consumo, vinculando essa definição aos aspectos da apresen-
tação do produto (deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, 
corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos), da adequação 
ao prazo de validade, da adequação aos fins que razoavelmente deles se 
esperam e do atendimento às normas regulamentares de prestabilidade, 
conforme disposto nos artigos 18, § 6º e 20, § 2º).
Assim, a responsabilidade por vício deve se pautar em três vetores de análise: 
a impropriedade ou a inadequação de produtos e serviços, a diminuição de valor de 
produtos e serviços, bem como a disparidade de informações constantes do reci-
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piente, rótulo ou fôlder. Do ponto de vista didático, seguindo a ordem estabelecida 
pelo legislador do CDC, vamos analisar primeiramente a regra de responsabilidade 
por vício do produto para, em seguida, analisarmos a regra referente ao vício do 
serviço. Antes, porém, reforçaremos o conceito de solidariedade entre fornecedo-
res, em especial quando envolvidos em condutas referentes ao vício de produtos e 
serviços.
1.1. Solidariedade entre Fornecedores
Um aspecto de extrema relevância no estudo da responsabilidade por vício é 
a aplicação direta da regra geral de responsabilidade objetiva e solidária prevista 
no CDC. Isso quer dizer que tanto o fabricante quanto o comerciante ou qualquer 
outro integrante do ciclo de produção do bem estão igualmente obrigados perante 
o consumidor a efetuar os reparos nos produtos, proceder à devolução do dinheiro, 
substituir o produto ou efetuar o respectivo abatimento proporcional do preço.
Um dos pontos que confirma essa intenção do legislador é a expressão utiliza-
da na redação dos artigos 18, 19 e 20 do CDC (“Os fornecedores…” ou “O forne-
cedor…”), deixando bem clara a intenção de vincular, ao mesmo tempo, todos da 
cadeia de fornecimento de produtos e serviços. Portanto, eventual reclamação nos 
Procons ou ações judiciais podem ser dirigidas ao comerciante, ao fabricante, ao 
produtor, ao distribuidor, ao importador, ou qualquer outro fornecedor da cadeia ou 
contra ambos.
Como exemplo, podemos citar a aplicação direta dos artigos 18, § 1º e 20 do 
CDC, ou seja, a pretensão do consumidor em relação à substituição do produto, à 
reexecução do serviço, à restituição da quantia paga ou do abatimento proporcio-
nal do preço pode ser dirigida tanto ao comerciante (fornecedor imediato) como ao 
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fabricante ou a qualquer outro fornecedor intermediário que integre o ciclo produ-
tivo-distributivo.
Em suma, a responsabilidade solidária se mostra como um relevante instru-
mento de defesa dos interesses do consumidor; pois, em diversas situações, a 
satisfação do direito do consumidor só é possível em virtude da existência de uma 
regra que garanta a pluralidade de responsáveis, principalmente, p. ex., quandoum comerciante encerra suas atividades e desaparece da noite para o dia sem dei-
xar qualquer patrimônio para responder pelas suas dívidas.
Vejamos a seguir como as bancas abordaram esse tema:
Questão 2 (EXAME DE ORDEM UNIFICADO – X – 1ª FASE/OAB/FGV/2013) Eli-
sabeth e Marcos, desejando passar a lua de mel em Paris, adquiriram junto à Ope-
radora de Viagens e Turismo “X” um pacote de viagem, composto de passagens 
aéreas de ida e volta, hospedagem por sete noites, e seguro saúde e acidentes 
pessoais, este último prestado pela seguradora “Y”. Após chegar à cidade, Elisabeth 
sofreu os efeitos de uma gastrite severa e Marcos entrou em contato com a ope-
radora de viagens a fim de que o seguro fosse acionado, sendo informado que não 
havia médico credenciado naquela localidade. O casal procurou um hospital, que 
manteve Elisabeth internada por 24 horas, e retornou ao Brasil no terceiro dia de 
estada em Paris, tudo às suas expensas.
Partindo da hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) O casal poderá acionar judicialmente a operadora de turismo, mesmo que a 
falha do serviço tenha sido da seguradora, em razão da responsabilidade solidária 
aplicável ao caso.
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b) O casal somente poderá acionar judicialmente a seguradora Y, já que a operado-
ra de turismo responderia por falhas na organização da viagem, e não pelo seguro 
porque esse foi realizado por outra empresa.
c) O casal terá que acionar judicialmente a operadora de turismo e a seguradora 
simultaneamente por se tratar da hipótese de litisconsórcio necessário e unitário, 
sob pena de insurgir em carência da ação.
d) O casal não poderá acionar judicialmente a operadora de turismo já que havia 
liberdade de contratar o seguro saúde viagem com outra seguradora e, portanto, 
não se tratando de venda casada, não há responsabilidade solidária na hipótese.
Letra a.
Na análise dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar que na regra de 
responsabilidade por vício do produto e do serviço a responsabilidade é solidária, 
envolvendo, de uma só vez, todos da cadeia de fornecimento, conforme artigos 18 
a 20 do CDC.
Questão 3 (DIREITO NA ÁREA DA SAÚDE PÚBLICA/HOSPITAL DAS CLÍNICAS 
DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO/CFMUSP/VU-
NESP/2015) De conformidade com as regras do Código de Defesa do Consumidor, 
é correto afirmar que
a) Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do pro-
duto apresentado. Assim sendo, o consumidor prejudicado poderá exigir, alternati-
vamente e à sua escolha, a complementação do peso ou medida ou ainda o abati-
mento proporcional do preço.
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b) a reexecução dos serviços poderá ser exigida pelo consumidor, porém acarreta-
rá custo adicional quando cabível.
c) no fornecimento de serviços que tenham por objetivo a reparação de qualquer 
produto, não estará implícita a obrigação de empregar componentes de reposição 
originais e novos.
d) a ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos 
produtos e serviços o eximirá de responsabilidade.
e) aquele que efetivar o pagamento ao consumidor prejudicado não poderá exer-
cer o direito do regresso dos demais responsáveis, segundo sua participação na 
causação do evento danoso.
Letra a.
Na análise dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para dois pontos 
fundamentais da regra geral de responsabilidade por vício do produto e do serviço: 
responsabilidade objetiva e solidariedade, eis que envolve, de uma só vez, todos da 
cadeia de fornecimento.
Questão 4 (PROCURADOR DO MUNICÍPIO/PREFEITURA DE ROSANA-SP/VU-
NESP/2016) Um consumidor adquiriu um pacote de macarrão da marca “Adriana”, 
no supermercado “Rumba”. Quando chegou em casa, abriu o pacote do alimento e 
percebeu que estava repleto de carunchos, sendo impossível consumir tal produto. 
Diante dessa situação hipotética, é correto afirmar que o caso revela um
a) defeito no produto, pelo qual o consumidor terá prazo de cinco anos para recla-
mar perante o supermercado e o fabricante do produto, respondendo o supermer-
cado subsidiariamente pelos fatos.
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b) vício de qualidade e, portanto, o consumidor poderá reclamar em até 90 dias 
apenas contra o fabricante do produto.
c) vício de quantidade e, assim, o consumidor poderá reclamar tanto para o super-
mercado como para o fabricante num prazo de 30 dias, tendo ambos responsabili-
dade solidária.
d) defeito no produto, a respeito do qual o consumidor terá prazo de 30 dias para 
reclamar perante o supermercado e o fabricante, que responderão solidariamente 
pelos fatos.
e) vício de qualidade, sobre o qual o supermercado e o fabricante respondem soli-
dariamente, tendo o consumidor até 30 dias para fazer a reclamação.
Letra e.
Na análise dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para a solidariedade 
presente na regra geral de responsabilidade por vício do produto e do serviço, com 
atenção ainda em relação ao prazo decadencial para o consumidor apresentar sua 
reclamação.
Questão 5 (JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJDFT/CESPE/2014) João adquiriu, 
na Casa dos Eletroeletrônicos Ltda., um aparelho de televisão fabricado por Televi-
sores S.A. Passados quarenta dias da aquisição, o produto não mais ligava, tendo 
João, então, contatado a assistência técnica e enviado o produto para reparo. Sem 
obter resposta acerca do conserto no prazo de trinta dias, João ajuizou ação conde-
natória contra o fabricante e o comerciante do aparelho de televisão. Em contradita, 
o comerciante argumentou que, para esse caso, não há, no CDC, previsão de sua 
responsabilidade.
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Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) No caso, a responsabilidade do comerciante é subsidiária.
b) O comerciante e o fornecedor são solidariamente responsáveis, pois se trata de 
“víciodo produto”.
c) A responsabilidade do comerciante terá de ser apurada mediante a verificação 
de culpa.
d) O comerciante não será responsabilizado se provar não ter colocado o produto 
no mercado ou, ainda que o tenha colocado, a inexistência do defeito, além da cul-
pa exclusiva da vítima ou de terceiro.
e) A hipótese é de “fato do produto” e, de acordo com o CDC, o comerciante, em 
regra, não pode ser responsabilizado pelo ocorrido.
Letra b.
Trata-se de questão fácil, exigindo do(a) candidato(a) atenção quanto à solidarie-
dade presente na regra geral de responsabilidade por vício do produto e do serviço.
Obviamente, após a efetiva satisfação do direito do consumidor, poderão os forne-
cedores, entre si, pelas vias consensuais ou judiciais, discutir quem arcará com os 
prejuízos daquela demanda, de modo individual ou de maneira concorrente.
Meu(minha) caro(a), muita atenção para esse ponto discutido acima. É importante 
fixar a informação de que, na regra de responsabilidade PELO FATO do produto 
e do serviço, a responsabilidade é identificada em várias situações (fabricante, 
construtor, produtor, importador, comerciante), nos termos dos artigos 12 a 14 do 
CDC, enquanto que, na regra de responsabilidade POR VÍCIO do produto e do ser-
viço, a responsabilidade é solidária, envolvendo, de uma só vez, todos da cadeia 
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de fornecimento, conforme artigos 18 a 20 do CDC.
Atenção, pois o legislador previu uma ordem de preferência na responsabilização 
do fornecedor de produtos in natura (aqueles que não sofrem nenhum processo 
industrial), estabelecendo que primeiramente será responsável perante o consumi-
dor o produtor, quando este puder ser claramente identificado. Não sendo possível, 
a responsabilidade pela reparação recairá sobre o fornecedor imediato (comercian-
te, p. ex.), nos termos do § 5º do art. 18 do CDC.
Ainda sobre a ordem de preferência, na regra de responsabilidade por vício de 
quantidade do produto, o § 2º do art. 19 prevê que o fornecedor imediato (comer-
ciante) será responsável quando fizer a pesagem ou a medição e o instrumento 
utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais.
É importante frisar que a maioria da doutrina consumerista, assim como a jurispru-
dência dominante, entende não ser possível o uso de alguns institutos processuais 
em demandas de consumidores, como a intervenção de terceiros e a denunciação 
da lide, pelo fato de que tais mecanismos tendem a atrasar a conclusão do proces-
so enquanto se discutem os níveis e montantes de responsabilidade da cadeia de 
fornecedores, trazendo prejuízos ao consumidor, parte mais fraca da relação, que 
aguarda a indenização pelos danos sofridos.
2. O Vício de Qualidade do Produto no CDC
A regra geral de responsabilidade por vício do produto no CDC encontra-se pre-
vista nos artigos 18 e 19, com abordagens específicas acerca, respectivamente, 
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dos vícios de qualidade e de quantidade verificados em produtos inseridos no mer-
cado de consumo.
O conceito de vício do produto no CDC se mostra bem mais amplo, por exemplo, 
do que o conceito de vícios redibitórios previsto no Código Civil. O legislador do 
CDC preocupou-se em definir praticamente três espécies de vícios:
• i) o vício que torne o produto impróprio ao consumo;
• (ii) o vício que diminua o valor do produto; e
• (iii) o vício decorrente da disparidade das características dos produtos com 
aquelas veiculadas na oferta e publicidade.
Vejamos a seguir como as bancas abordaram os vetores de análise da respon-
sabilidade por vício de qualidade do produto:
Questão 6 (EXAME DE ORDEM UNIFICADO – XI – 1ª FASE/OAB/FGV/2013) O 
Mercado A comercializa o produto desinfetante W, fabricado por “W. Industrial”. O 
proprietário do Mercado B, que adquiriu tal produto para uso na higienização das 
partes comuns das suas instalações, verifica que o volume contido no frasco está 
em desacordo com as informações do rótulo do produto. Em razão disso, o Mer-
cado B propõe ação judicial em face do Mercado A, invocando a Lei n. 8.078/1990 
(CDC), arguindo vícios decorrentes de tal disparidade. O Mercado A, em defesa, 
apontou que se tratava de responsabilidade do fabricante e requereu a extinção do 
processo.
A respeito do caso sugerido, assinale a alternativa correta.
a) O processo merece ser extinto por ilegitimidade passiva.
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b) O caso versa sobre fato do produto, logo a responsabilidade do réu é subsidiária.
c) O processo deve ser extinto, pois o autor não se enquadra na condição de con-
sumidor.
d) Trata-se de vício do produto, logo o réu e o fabricante são solidariamente res-
ponsáveis.
Letra d.
Trata-se mais uma vez de questão fácil, devendo o(a) candidato(a) se atentar para 
a solidariedade presente na regra geral de responsabilidade por vício do produto e 
do serviço.
Questão 7 (PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE-RR/CESPE/2017) Antô-
nio adquiriu um televisor em um estabelecimento comercial e entrou em contato com 
a assistência técnica para instalação. Contudo, o técnico, ao concluir de modo correto 
o procedimento de instalação do aparelho, constatou que este não emitia som.
Nessa situação hipotética, a responsabilidade civil prevista no CDC está fundada no
a) vício do serviço.
b) fato do produto.
c) fato do serviço.
d) vício do produto.
Letra d.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá observar que o legislador do 
CDC definiu praticamente três espécies de vício do produto, nos termos do caput 
do art. 18 do CDC: vício de qualidade, de quantidade e de informação. No caso em 
análise, trata-se de vício de qualidade.
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Questão 8 (PROMOTOR/MPE-PR/2014) Analise as assertivas a seguir e responda:
I – Não se considera impróprio ao consumo o produto, cujo prazo de validade 
estiver vencido, se não vier a acarretar danos à saúde do consumidor;II – O fabricante, o produtor, o construtor, o profissional liberal e o importador 
respondem pessoal e independentemente da existência de culpa, pela re-
paração dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de 
projetos, serviços, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipula-
ção, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por 
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e risco;
III – A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos 
produtos e serviços o exime de responsabilidade.
a) Apenas as assertivas I e II são corretas;
b) Apenas as assertivas I e III são corretas;
c) Apenas as assertivas II e III são corretas;
d) Todas as assertivas são corretas;
e) Nenhuma assertiva é correta.
Letra e.
Na análise dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para os aspectos 
gerais da regra de responsabilidade por vício do produto e do serviço, bem como o 
aspecto da solidariedade, que envolve, de uma só vez, todos da cadeia de forneci-
mento, conforme artigos 18 a 20 do CDC.
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Questão 9 (AGENTE FISCAL/PREFEITURA DE OSASCO-SP/FGV/2014) Se uma 
geladeira adquirida recentemente apresentar um problema que impeça seu funcio-
namento, temos uma hipótese de:
a) cláusula abusiva;
b) vício do produto;
c) prática abusiva;
d) fato do produto;
e) fato do serviço.
Letra b.
Trata-se de questão bem fácil, na qual o(a) candidato(a) deverá se atentar para 
os aspectos gerais da regra de responsabilidade por vício do produto e do serviço.
Sobre o vício de qualidade do produto, utilizamos como vetores de análise a 
impropriedade ou a inadequação de produtos e serviços, a diminuição de valor de 
produtos e serviços, bem como a disparidade de informações constantes do reci-
piente ou rótulo, nos termos do caput do art. 18 do CDC:
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis res-
pondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem im-
próprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o 
valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações cons-
tantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas 
as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição 
das partes viciadas. (grifo nosso)
A questão do vício de qualidade pode apresentar novos contornos ao longo da 
evolução do mercado de consumo, colocando à prova a rigidez das normas jurídicas. 
É o caso, por exemplo, de um veículo importado da Alemanha que apresenta in-
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compatibilidade – não informada ao consumidor – com os combustíveis disponíveis 
nos postos de abastecimento do Brasil, não estando esse preparado para funcionar 
adequadamente com o tipo de diesel aqui comercializado (REsp. n. 1.443.268).
Vejamos a seguir como a banca abordou a questão da disparidade de infor-
mações:
Questão 10 (PROCURADOR DA REPÚBLICA/PGR/2013) Com relação aos produ-
tos colocados à disposição dos consumidores no mercado, o Código de Proteção e 
Defesa do Consumidor, CDC – Lei n. 8.078/1990, prevê que:
a) O pacote de arroz que anuncia em seu rótulo conter o conteúdo líquido de um 
quilo, ensacado pela empresa XYZ, mas que contenha apenas 800 gramas tem um 
vício de produto e o prazo para reclamar contra qualquer dos fornecedores que in-
tegram a cadeia de fornecimento solidariamente caduca em 30 dias;
b) O pacote de arroz que anuncia em seu rótulo conter o conteúdo líquido de um 
quilo, ensacado pela empresa XYZ, que contenha excesso de pesticida nocivo à 
saúde humana tem um defeito de segurança, fato do produto, e o prazo para que 
seja efetuada a reclamação solidária contra o fabricante ou o comerciante é deca-
dencial de 120 dias, a partir da data da compra;
c) O arroz vendido a granel, pesado em frente ao consumidor, que contenha soda 
cáustica nociva à saúde humana tem um defeito de segurança, fato do produto, e 
o prazo para o consumidor que passou mal ao ingerir o cereal efetuar reclamação 
contra o comerciante ou o produtor é prescricional de 2 anos;
d) O consumidor que sofrer dano irreparável ao consumir arroz ensacado pela 
empresa XYZ tem prazo decadencial de 2 anos para propor ação contra o fabri-
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cante. A responsabilidade por fato do produto que colocou em risco a saúde e a 
segurança do consumidor da empresa XYZ é objetiva não havendo excludentes 
de responsabilidade.
Letra a.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá observar que o legislador do 
CDC definiu praticamente três espécies de vício do produto, nos termos do caput 
do art. 18 do CDC: vício de qualidade, de quantidade e de informação. No caso em 
análise, trata-se de vício de quantidade.
O legislador do CDC estabeleceu a regra da responsabilidade por vício, direcionan-
do-a para produtos ou serviços duráveis ou não duráveis, nos termos do caput do 
art. 18. Essa diferenciação tem implicação diretamente na aplicação das garantias 
referentes ao direito de reclamar pelos prejuízos sofridos, na inteligência do artigo 
26 do Código, que prevê o prazo de 30 dias para reclamar dos vícios aparentes (de 
fácil constatação) verificados em produtos não duráveis e de 90 dias para reclamar 
dos vícios aparentes (de fácil constatação) verificados em produtos duráveis.
Mas, enfim, o que são produtos ou serviços duráveis e não duráveis?
Produtos ou serviços duráveis são aqueles que apresentam uma vida útil não efê-
mera, embora não muito prolongada (ex.: imóveis, automóveis, computadores, 
móveis, serviços de assistência técnica, de oficinas mecânicas, de reforma em ha-
bitações etc.).
Produtos ou serviços não duráveis são aqueles que se exaurem ao primeiro uso ou 
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em pouco tempo após a aquisição ou início de utilização (ex.: alimentos, medica-mentos, cosméticos, serviços de transporte, de lazer etc.).
A análise acerca da durabilidade ou não do serviço não necessariamente está vin-
culada ao tempo decorrido em sua prestação, ou seja, a sua viagem efetivada por 
meio do serviço de transporte de ônibus pode demorar a tarde toda para ser con-
cretizada, porém o serviço continuará a ser não durável, pois se exauriu ao primei-
ro uso.
Por outro lado, o serviço de dedetização, mesmo sendo realizado em no máximo 
trinta minutos, será considerado serviço durável, pois os efeitos do veneno utili-
zado devem fazer efeito por vários meses, sendo esta a legítima expectativa do 
consumidor.
2.1. Vício Aparente e Vício Oculto
Antes de adentrarmos aos efeitos da aplicação da regra de responsabilidade por 
vício de qualidade do produto, convém ressaltar uma diferenciação de suma impor-
tância, qual seja, a compreensão do que se configura como vício aparente e como 
vício oculto, bem como os efeitos práticos daí decorrentes.
Para os efeitos do CDC, vício aparente pode ser compreendido como aquela 
inadequação de fácil constatação, que se mostra plenamente perceptível ao con-
sumidor, a exemplo dos riscos ou amassados existentes em produtos entregues 
em domicílio numa compra on-line, da televisão que não funciona no momento do 
teste realizado na loja, ou seja, aquelas desconformidades que se mostram visíveis 
de pronto ao consumidor, que são de fácil constatação.
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Os vícios ocultos, como a própria nomenclatura indica, são aquelas descon-
formidades que no momento da compra não se mostram visíveis ao consumidor, 
não se mostram de fácil constatação, aqueles defeitos que demoram a aparecer, 
a exemplo dos aparelhos de televisão que apresentam defeito após seis meses de 
uso. Nesses casos, a obrigação de reparar por parte fornecedor aparece a partir da 
constatação do vício.
Entretanto, se ela está oculta, até quando o fornecedor fica obrigado a reparar 
tal desconformidade? Essa obrigação é eterna? Obviamente que não, eis que os 
bens de consumo possuem uma durabilidade determinada, comumente chamada 
de “vida útil”. Portanto, o fornecedor fica obrigado a reparar os danos causados por 
vícios ocultos que se tornem aparentes ou de fácil constatação dentro do período 
de vida útil do produto.
A adoção desse critério confere coerência ao ordenamento jurídico, reite-
rando as garantias constitucionais de defesa dos direitos dos consumidores, 
considerando sua vulnerabilidade no mercado de consumo e revelando a im-
portância do caso concreto em que o fator tempo é apenas um dos elementos 
a ser apreciado.
O(a) candidato(a) deve se atentar para o fato de que a contagem do prazo de vida 
útil do produto não deve se confundir com o prazo da garantia contratual even-
tualmente fornecida pelo comerciante ou fabricante, referindo-se tão somente ao 
tempo em que aquele produto ou seu determinado componente apresenta de vida 
útil, para a partir daí se definir o tempo em que o fornecedor estará vinculado com 
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aquela obrigação de reparação. O Superior Tribunal de Justiça, inclusive, já se 
manifestou a respeito quando da votação do REsp. n. 984.106, vejamos:
Com efeito, em se tratando de vício oculto não decorrente do desgaste natural gerado 
pela fruição ordinária do produto, mas da própria fabricação, e relativo a projeto, cálculo 
estrutural, resistência de materiais, entre outros, o prazo para reclamar pela repara-
ção se inicia no momento em que ficar evidenciado o defeito, não obstante tenha isso 
ocorrido depois de expirado o prazo contratual de garantia, devendo ter-se sempre em 
vista o critério da vida útil do bem. (…) a venda de um bem tido por durável com vida 
útil inferior àquela que legitimamente se esperava, além de configurar um defeito de 
adequação (art. 18, CDC), evidencia uma quebra da boa-fé objetiva…
Voltaremos a analisar esses pontos quando discutirmos a decadência e a pres-
crição no CDC, mais especificamente no item 6 desta aula.
2.2. Saneamento do Vício de Qualidade do Produto (a Tríplice 
Opção do Consumidor)
O legislador do CDC, ao estabelecer a aplicação da regra prevista no caput do 
artigo 18, concedeu ao fornecedor um prazo para tentativa de saneamento do vício, 
deixando expressas no § 1º do mesmo artigo três opções ao consumidor em caso 
de não saneamento do vício, vejamos:
Art. 18.
(…)
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, 
alternativamente e à sua escolha:
I – a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo 
de eventuais perdas e danos;
III – o abatimento proporcional do preço.
Dessa forma, a partir da reclamação apresentada pelo consumidor dentro 
dos prazos previstos no art. 26 do CDC, o fornecedor tem até 30 (trinta) dias 
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para tentar sanar o vício do produto. Isso mesmo, apesar de o Código ser uma 
lei extremamente protetiva aos consumidores, nesse caso os fornecedores ga-
nharam do legislador um voto de confiança para que, dentro desse prazo, pu-
dessem tomar medidas resolutivas a respeito do vício de qualidade verificado 
no produto.
Vejamos a seguir como a banca abordou essa matéria:
Questão 11 (JUIZ/TJ-BA/CESPE/2012) A respeito das relações de consumo, as-
sinale a opção correta.
a) A concessão do prazo de 30 dias para sanar o vício do produto é um direito as-
segurado ao fornecedor e que obriga o consumidor.
b) A responsabilidade de uma fábrica pelos ferimentos sofridos por um empregado 
em decorrência da explosão de um produto nas suas dependências será dirimida 
pelas regras aplicáveis ao fornecedor de produtos.
c) Para que determinada relação seja considerada de consumo, não é necessária a 
habitualidade quanto ao fornecedor do produto.
d) Conforme entendimento do STJ, as entidades beneficentes não se enquadram 
no conceito de fornecimento, porquanto lhes falta a finalidade lucrativa.
e) Por disposição legal, a responsabilidade do comerciante pelo fato do produto é 
solidária com a do fabricante.
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Letra a.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para as regras 
gerais do saneamento do vício de qualidade do produto, nos termos do § 1º do art. 
18 do CDC.
Não sendo o vício sanado dentro desse prazo, em uma única oportunidade, o con-
sumidor, alternativamente ou à sua escolha, poderá:
• exigir a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas 
condições de uso;
• a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem pre-
juízo de eventuais perdas e danos;
• bem como o abatimento proporcional do preço, nos termos do § 1º do art. 
18 do CDC.
Vejamos a seguir como as bancas abordaram esse tema:
Questão 12 (EXAME DE ORDEM – 1ª FASE/OAB/CESPE/2009) Acerca da respon-
sabilidade no Código de Defesa do Consumidor, assinale a opção correta.
a) É permitida a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou 
atenue a obrigação de indenizar.
b) Caso o vício do produto ou do serviço não seja sanado no prazo legal, pode o 
consumidor exigir o abatimento proporcional do preço.
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c) No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o 
consumidor o fornecedor imediato, mesmo se identificado claramente o produtor.
d) A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos 
produtos e serviços o exime de responsabilidade.
Letra b.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para a regra 
constante do § 1º do art. 18 do CDC, pela qual não sendo o vício sanado pelo for-
necedor dentro do prazo de 30 (trinta) dias, em uma única oportunidade, o consu-
midor poderá fazer uso de uma tríplice opção:
• (i) a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas con-
dições de uso;
• (ii) a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem 
prejuízo de eventuais perdas e danos; e
• (iii) o abatimento proporcional do preço.
Questão 13 (EXAME DE ORDEM UNIFICADO – V – 1ª FASE/OAB/FGV/2011) Ao 
instalar um novo aparelho de televisão no quarto de seu filho, o consumidor verifica 
que a tecla de volume do controle remoto não está funcionando bem. Em contato 
com a loja onde adquiriu o produto, é encaminhado à autorizada.
O que esse consumidor pode exigir com base na lei, nesse momento, do comerciante?
a) A imediata substituição do produto por outro novo.
b) O dinheiro de volta.
c) O conserto do produto no prazo máximo de 30 dias.
d) Um produto idêntico emprestado enquanto durar o conserto.
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Letra c.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para a obri-
gação constante do § 1º do art. 18 do CDC, pela qual o fornecedor deve sanar 
o vício verificado no produto dentro do prazo de 30 (trinta) dias, em uma única 
oportunidade.
Questão 14 (ADVOGADO/COMPANHIA DE SERVIÇO DE ÁGUA, ESGOTO E 
RESÍDUOS DE GUARATINGUETÁ-SAEG/VUNESP/2015) Um consumidor adqui-
re na loja Y um videogame, da marca X, para dar de presente ao seu filho. Ao 
instalar o produto em sua casa, percebe que um dos controles de acesso ao jogo 
não está funcionando, mas que o restante está em perfeito estado. O que pode 
esse consumidor exigir?
a) Só poderá exigir do fabricante a imediata troca do produto.
b) Poderá reclamar na loja ou com o fabricante do produto, que terão 30 dias para 
sanar o vício apresentado.
c) Só poderá reclamar com a loja, requerendo a imediata devolução do dinheiro 
empregado na compra do bem.
d) Poderá reclamar apenas com o fabricante que tem como única alternativa con-
ceder o abatimento no preço do produto.
e) Poderá reclamar na loja, em 7 dias após a compra do produto, sendo que, pas-
sado esse prazo, só poderá reclamar com o fabricante que terá 30 dias para sanar 
o vício.
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Letra b.
Na resolução dessa questão, mais uma vez o(a) candidato(a) deverá se atentar 
para a obrigação constante do § 1º do art. 18 do CDC, pela qual o fornecedor deve 
sanar o vício verificado no produto dentro do prazo de 30 (trinta) dias, em uma 
única oportunidade.
Questão 15 (TÉCNICO ADMINISTRATIVO/AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, 
GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS-ANP/CESGRANRIO/2016) Sr. Z adquiriu um 
automóvel de luxo da empresa LR, tendo o bem-vindo com defeito no sistema de 
freios. Constatou-se que o vício veio da fábrica e não poderia ser consertado, dian-
te da sofisticação do sistema de computadores utilizado no automóvel.
De acordo com as regras do Código de Defesa do Consumidor, Sr. Z deverá receber
a) valor em dobro do anteriormente pago.
b) bem superior em qualidade ao adquirido.
c) bem inferior com quitação total do preço.
d) bem equivalente em condições de uso.
e) bem e a devolução do preço pago.
Letra d.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para a regra 
constante do § 1º do art. 18 do CDC, pela qual não sendo o vício sanado pelo for-
necedor dentro do prazo de 30 (trinta) dias, em uma única oportunidade, o consu-
midor poderá fazer uso de uma tríplice opção:
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• (i) a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas con-
dições de uso;
• (ii) a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem 
prejuízo de eventuais perdas e danos; e
• (iii) o abatimento proporcional do preço.
Questão 16 (PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE-AM/FMP CONCUR-
SOS/2015) Consideram-se produtos essenciais os indispensáveis para satisfazer 
as necessidades imediatas do consumidor. Logo, na hipótese de falta de qualidade 
ou quantidade, não sendo o vício sanado pelo fornecedor, assinale a alternativa 
correta.
a) O consumidor tem apenas o direito deexigir a substituição do produto por outro 
de mesma espécie, em perfeitas condições de uso.
b) Abre-se, para o consumidor, o direito de, alternativamente, solicitar, dentro do 
prazo de 7 (sete) dias, a substituição do produto durável ou não durável por outro 
de mesma espécie, em perfeitas condições de uso, ou a restituição imediata da 
quantia paga, sem prejuízo de eventuais perdas e danos, ou, ainda, o abatimento 
proporcional do preço.
c) É direito do consumidor exigir apenas a substituição do produto durável por 
outro de mesma espécie, em perfeitas condições de uso, ou, sendo não durável, a 
restituição imediata da quantia paga, sem prejuízo de eventuais perdas e danos, 
ou, ainda, o abatimento proporcional do preço.
d) É direito do consumidor exigir a substituição do produto por outro de mesma 
espécie, em perfeitas condições de uso, ou, a seu critério exclusivo, a restituição 
imediata da quantia paga, sem prejuízo de eventuais perdas e danos, ou, ainda, o 
abatimento proporcional do preço.
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e) É direito do consumidor exigir a substituição do produto durável ou não durável, 
dentro do prazo de 90 (noventa) dias, por outro de mesma espécie, em perfeitas 
condições de uso, ou, a seu critério exclusivo, a restituição imediata da quantia 
paga, sem prejuízo de eventuais perdas e danos, ou, ainda, o abatimento propor-
cional do preço.
Letra d.
Na resolução dessa questão, mais uma vez o(a) candidato(a) deverá se atentar 
para a regra constante do § 1º do art. 18 do CDC, pela qual não sendo o vício sa-
nado pelo fornecedor dentro do prazo de 30 (trinta) dias, em uma única oportuni-
dade, o consumidor poderá fazer uso de uma tríplice opção:
• (i) a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas con-
dições de uso;
• (ii) a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem 
prejuízo de eventuais perdas e danos; e
• (iii) o abatimento proporcional do preço.
Questão 17 (JUIZ/TJ-AP/FCC/2014) Nas relações de consumo, entende-se por 
saneamento dos vícios,
a) a substituição das partes viciadas, que pode ser executada a qualquer tempo 
pelo fornecedor.
b) a substituição das partes viciadas de um produto, que deve ser executada pelo 
fornecedor, desde que sua execução não comprometa a qualidade do produto ou 
possa diminuir-lhe o valor, no prazo de 30 dias.
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c) a substituição das partes viciadas que deve ser executada pelo fornecedor, in-
condicionalmente, no prazo de 30 dias.
d) o direito de o consumidor exigir a substituição do produto, a restituição da 
quantia paga ou o abatimento do preço no prazo de 30 dias.
e) o direito de o consumidor exigir, a qualquer tempo, a substituição do produto, a 
restituição da quantia paga ou o abatimento do preço.
Letra b.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para a regra 
constante do inciso I do § 1º do art. 18 do CDC, pela qual não sendo o vício sanado 
pelo fornecedor dentro do prazo de 30 (trinta) dias, em uma única oportunidade, o 
consumidor poderá exigir a substituição do produto por outro da mesma espécie, 
em perfeitas condições de uso.
Meu(minha) caro(a), muita atenção para o fato de que o legislador previu um pra-
zo de 30 (trinta) dias ao fornecedor apenas nos casos envolvendo vício 
do produto, nos termos do § 1º do art. 18. No tocante ao vício do serviço, o 
legislador não menciona qualquer prazo específico para uma tentativa de sa-
neamento, deixando diretamente claras três opções ao consumidor:
• a reexecução do serviço;
• a restituição da quantia paga; ou
• o abatimento proporcional do preço.
Sendo assim, aplicando-se a lógica do CDC e a partir da interpretação mais proteti-
va ao consumidor, verifica-se que não existe nenhum prazo ao fornecedor em 
relação a vício do serviço, devendo ser imediatamente atendida a opção 
escolhida pelo consumidor.
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Nessa mesma linha, o art. 35 do CDC, que trata do vício decorrente da dispa-
ridade com a oferta, estabelece que se o fornecedor de produtos ou serviços 
recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor 
poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
• exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apre-
sentação ou publicidade;
• aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; ou
• rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente ante-
cipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
Mais uma vez o legislador não menciona qualquer prazo ao fornecedor para ten-
tativa de reparar o vício, podendo o consumidor exigir tal providência de maneira 
imediata.
Vale ressaltar, ainda sobre a questão do prazo do § 1º, que o legislador previu a 
possibilidade do consumidor e do fornecedor pactuarem a sua extensão ou redu-
ção, desde que o novo prazo não seja inferior a sete nem superior a 180 dias. Nos 
contratos de adesão, a cláusula que trata dessa pactuação acerca do prazo deverá 
ser convencionada em separado, com manifestação expressa do consumidor, nos 
termos do § 2º do art. 18 do CDC.
Além das três opções acima destacadas (substituição do bem, restituição da quan-
tia e abatimento proporcional do preço), o consumidor poderá acionar o fornecedor 
por eventuais perdas e danos decorrentes do vício do produto, tanto com base na 
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parte final do inciso II do § 1º do art. 18 como em virtude de que a reparação in-
tegral de danos patrimoniais e morais é um direito básico do consumidor, expresso 
no inciso VI do art. 6º do CDC.
Vale lembrar que o STJ já se posicionou acerca dessa questão, na oportunidade 
do julgamento do REsp. n. 324.629, vejamos:
O vício do produto ou serviço, ainda que solucionado pelo fornecedor no prazo legal, 
poderá ensejar a reparação por danos morais, desde que presentes os elementos carac-
terizadores do constrangimentoà esfera moral do consumidor. Se o veículo zero-quilô-
metro apresenta, em seus primeiros meses de uso, defeitos em quantidade excessiva e 
capazes de reduzir substancialmente a utilidade e a segurança do bem, terá o consumi-
dor direito à reparação por danos morais, ainda que o fornecedor tenha solucionado os 
vícios do produto no prazo legal.
Seguindo a lógica aplicada pelo CDC na regra de responsabilidade por vício de 
qualidade do produto, o legislador deixou expressa a possibilidade do consumidor 
se utilizar de maneira imediata da tríplice opção prevista no § 1º do art. 18, sem-
pre que em razão da extensão do vício a substituição das partes viciadas puder 
comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se 
tratar de produto essencial, nos termos do § 3º do art. 18.
EXEMPLO 1
Um bom exemplo para ilustrar a questão do comprometimento da qualidade do 
produto seria a hipótese de queima no circuito elétrico de um aparelho e a troca 
comprometer a qualidade do produto, ou seja, o aparelho não manter a mesma efi-
ciência de outrora. Acerca do comprometimento das características do produto, um 
bom exemplo seria a hipótese de um copo de liquidificador trincado e o fornecedor 
não possuir peças de reposição daquele modelo específico. Ao disponibilizar o copo 
de outro modelo, prejudicam-se as características do produto.
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EXEMPLO 2
Sobre a diminuição do valor, um bom exemplo seria a hipótese de um automóvel 
com a lataria amassada que, mesmo existindo a possibilidade de reparo, a situação 
implicará naturalmente na diminuição do preço do produto, além da depreciação 
natural.
EXEMPLO 3
Um bom exemplo acerca da essencialidade do produto poderia ser a constatação de 
um vício em aparelho celular, principalmente quando o consumidor o utiliza profis-
sionalmente, presente a situação de vulnerabilidade diante do fornecedor, tornan-
do-se, para aquele consumidor em especial, um produto essencial.
Em relação à essencialidade dos produtos, a doutrina consumerista trata o bem 
essencial como aquele que possui importância para as atividades cotidianas do con-
sumidor ou que foi comprado para um evento específico que ocorrerá em breve, a 
exemplo da consumidora que adquire um sapato para o seu casamento e que não 
pode aguardar o reparo no prazo de 30 (trinta) dias. Em outras palavras, a análise 
acerca da essencialidade do produto deve ser casuística, pautando-se na necessi-
dade concreta de cada consumidor.
Vejamos a seguir como a banca abordou esse tema:
Questão 18 (EXAME DE ORDEM UNIFICADO – XVIII – 1ª FASE/OAB/FGV/2015) 
Dulce, cinquenta e oito anos de idade, fumante há três décadas, foi diagnosticada 
como portadora de enfisema pulmonar. Trata-se de uma doença pulmonar obstru-
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tiva crônica caracterizada pela dilatação excessiva dos alvéolos pulmonares, que 
causa a perda da capacidade respiratória e uma consequente oxigenação insufi-
ciente. Em razão do avançado estágio da doença, foi prescrito como essencial o 
tratamento de suplementação de oxigênio. Para tanto, Joana, filha de Dulce, adqui-
riu para sua mãe um aparelho respiratório na loja Saúde e Bem-Estar. Porém, com 
uma semana de uso, o produto parou de funcionar. Joana procurou imediatamente 
a loja para substituição do aparelho, oportunidade na qual foi informada pela ge-
rente que deveria aguardar o prazo legal de trinta dias para conserto do produto 
pelo fabricante.
Com base no caso narrado, em relação ao Código de Proteção e Defesa do Consu-
midor, assinale a afirmativa correta.
a) Está correta a orientação da vendedora. Joana deverá aguardar o prazo legal 
de trinta dias para conserto e, caso não seja sanado o vício, exigir a substituição 
do produto, a devolução do dinheiro corrigido monetariamente ou o abatimento 
proporcional do preço.
b) Joana não é consumidora destinatária final do produto, logo tem apenas direito 
ao conserto do produto durável no prazo de noventa dias, mas não à devolução da 
quantia paga.
c) Joana não precisa aguardar o prazo legal de trinta dias para conserto, pois tem 
direito de exigir a substituição imediata do produto, em razão de sua essencialidade.
d) Na impossibilidade de substituição do produto por outro da mesma espécie, 
Joana poderá optar por um modelo diverso, sem direito à restituição de eventual 
diferença de preço, e, se este for de valor maior, não será devida por Joana qual-
quer complementação.
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Letra c.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para o fato de 
que o legislador do CDC deixou expressa na lei as situações em que o consumidor 
pode se utilizar de maneira imediata da tríplice opção prevista no § 1º do art. 18:
• (i) em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder 
comprometer a qualidade ou características do produto;
• (ii) em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder 
diminuir-lhe o valor; ou
• (iii) quando se tratar de produto essencial.
Ainda acerca das escolhas disponibilizadas ao consumidor, o legislador do CDC 
inseriu um mecanismo no § 4º do art. 18 para regular as situações em que a substi-
tuição do produto não puder ser realizada, possibilitando ao consumidor a substitui-
ção por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação ou 
restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do uso imediato das outras 
duas opções existentes, quais sejam, a devolução imediata da quantia paga e o aba-
timento proporcional do preço, nos termos dos incisos II e III do § 1° deste artigo.
Para concluir a racionalidade utilizada pelo legislador acerca da regra de respon-
sabilidade por vício de qualidade do produto, o § 6º do art. 18 traz os vetores para 
a definição do que seriam produtos impróprios ao uso e consumo, vejamos:
Art. 18.
(…)
§ 6° São impróprios ao uso e consumo:
I – os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
II – os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompi-
dos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo 
com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
III – os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se 
destinam.
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3. Vício de Quantidade do Produto
Ao lado da responsabilidade por vício de qualidade do produto, o legislador do 
CDC definiu uma regra protetiva para aquelas situações em que o vício se manifes-
tará no tocante à quantidade do produto.
Seguindo a mesma linha de racionalidade das questões que envolvem o vício de 
qualidade do produto, o art. 19 do CDC estabelece que os fornecedores respondem 
solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as va-
riações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações 
constantes do recipiente, da embalagem, da rotulagem ou da mensagem publicitária.
Aqui, na racionalidade do vício por quantidade, o vetor de análise será a incom-
patibilidade do conteúdo líquido realmente existente e o conteúdo líquido indicado 
na embalagem, rotulagem ou oferta. Nesses casos, poderá o consumidor exigir, 
alternativamente e à sua escolha:
• o abatimento proporcional do preço;
• a complementação do peso ou medida;
• a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, 
sem os aludidos vícios;
• bem como a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualiza-
da, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
A respeito do vício de quantidade, vale destacar o posicionamento da 2ª Turma 
do Superior Tribunal de Justiça no julgamento do REsp. n. 1.364.915/MG, 
de relatoria do Ministro Humberto Martins, no qual o Tribunal entendeu que ainda 
que haja abatimento no preço do produto, o fornecedor responderá por 
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vício de quantidade na hipótese em que reduzir o volume da mercadoria 
para quantidade diversa da que habitualmente fornecia no mercado, sem 
informar na embalagem, de forma clara, precisa e ostensiva, a diminuição 
do conteúdo.
Na argumentação utilizada pelo Tribunal, entendeu-se que o direito à informa-
ção confere ao consumidor uma escolha consciente, permitindo que suas expectati-
vas em relação ao produto ou serviço sejam de fato atingidas, manifestando o que 
vem sendo denominado de consentimento informado ou vontade qualificada. Dian-
te disso, o comando legal somente será efetivamente cumprido quando a informa-
ção for prestada de maneira adequada, assim entendida aquela que se apresenta 
simultaneamente completa, gratuita e útil, vedada, no último caso, a diluição da 
comunicação relevante pelo uso de informações soltas, redundantes ou destituídas 
de qualquer serventia.
Dessa forma, confirmou-se o entendimento de que o dever de informar não é 
tratado como mera obrigação anexa, e sim como dever básico, essencial e intrínse-
co às relações de consumo, não podendo afastar a índole enganosa da informação 
que seja parcialmente falsa ou omissa a ponto de induzir o consumidor a erro, uma 
vez que não é válida a “meia informação” ou a “informação incompleta”.
Acerca das escolhas disponibilizadas ao consumidor nos casos envolvendo vício 
de quantidade, o legislador do CDC também disponibilizou ao consumidor a mesma 
regra prevista no § 4º do art. 18, regulando as situações em que a substituição do 
produto não puder ser realizada, possibilitando ao consumidor a substituição por 
outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação ou resti-
tuição de eventual diferença de preço, sem prejuízo, por analogia, do uso imediato 
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das outras três opções existentes, quais sejam, o abatimento proporcional do pre-
ço, a complementação do peso ou da medida e a restituição imediata da quantia 
paga, nos termos dos incisos I, II e IV do § 1° do art. 18.
Vejamos a seguir como as bancas abordaram esse tema:
Questão 19 (PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE-MS/FAPEC/2015) De 
acordo com o art. 19 da Lei n. 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor), 
os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto 
sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo 
líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotula-
gem ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente 
e à sua escolha:
I – o abatimento proporcional do preço.
II – complementação do peso ou medida.
III – a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, 
sem os aludidos vícios.
IV – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem 
prejuízo de eventuais perdas e danos.
A esse respeito, pode-se concluir que:
a) Apenas as assertivas I e IV estão corretas.
b) Apenas as assertivas II, III e IV estão corretas.
c) Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas.
d) Apenas a assertiva IV está incorreta.
e) Todas as assertivas estão corretas.
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Letra e.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para as opções 
disponíveis ao consumidor nos casos que envolvem a responsabilidade por vício de 
quantidade do produto, nos termos do art. 19 do CDC.
Questão 20 (JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/TRT-21ª REGIÃO-RN/2015) Ob-
servando o disposto no Código de Defesa do Consumidor, é incorreto afirmar:
a) Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante re-
muneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, 
salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
b) É direito básico do consumidor a modificação das cláusulas contratuais que es-
tabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos superve-
nientes que as tornem excessivamente onerosas.
c) Em relação ao consumidor, os fornecedores respondem subsidiariamente pelos 
vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes 
de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior ao indicado no recipiente, na em-
balagem, rotulagem ou mensagem publicitária.
d) A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos 
produtos e serviços não o exime de responsabilidade.
e) Considera-se contrato de

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