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DIREITO DO CONSUMIDOR
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS NO CDC. DEFESA DO CONSUMIDOR EM 
JUÍZO. AÇÕES COLETIVAS
Livro Eletrônico
FABRÍCIO MISSORINO
É especialista em Defesa da Concorrência pela 
Fundação Getúlio Vargas (FGV-EDESP), possui 
graduação em Ciências Sociais pela Universi-
dade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho 
(UNESP) e graduação em Direito pelo Centro 
Universitário de Araraquara (UNIARA). Atua 
na advocacia privada consultiva e contenciosa 
com foco nas relações de consumo. Atua como 
Consultor junto à Organização Pan-Americana 
da Saúde (OPAS), prestando serviços à Câma-
ra de Regulação do Mercado de Medicamentos 
(CMED), órgão responsável pela regulação do 
mercado de medicamentos. Atua como Consul-
tor Associado junto à ATIVACIDADE - Diálogo e 
implementação de políticas públicas, coletivo de 
profissionais que tem por objetivo atuar na ges-
tão de políticas, programas e projetos junto ao 
setor público. Tem experiência na área de edu-
cação à distância, educação superior em Direito 
e capacitação de profissionais do Sistema Na-
cional de Defesa do Consumidor, com atuação 
em iniciativas de formação de profissionais de 
atendimento que atuam em Procons, Ministé-
rios Públicos, Defensorias Públicas e Entidades 
Civis de Defesa do Consumidor, no ensino à dis-
tância de servidores públicos federais em par-
ceria com a Escola Nacional de Administração 
Pública (ENAP) e Escola Superior do Ministério 
Público da União (ESMPU), bem como no ensino 
universitário e projetos de extensão nas disci-
plinas Direito do Consumidor, Direito Agrário e 
Urbano, Direito Constitucional, Direitos Huma-
nos e Sociologia Jurídica.
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DIREITO DO CONSUMIDOR
Sanções Administrativas no CDC. Defesa do Consumidor em Juízo. 
Ações Coletivas
Prof. Fabrício Missorino
Das Sanções Administrativas no CDC, Defesa do Consumidor em Juízo, Ações 
Coletivas ...................................................................................................4
1. Sanções Administrativas no CDC ...............................................................4
1.1. Da Competência Normativa ...................................................................7
1.2. Da Competência Fiscalizatória ................................................................8
1.3. Do Rol de Sanções Administrativas Previstas no CDC ..............................10
1.4. Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC), Decreto n. 
2.181/1997, alterado pelo Decreto n. 7.738/2012 .........................................17
2. Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos ................................26
3. Defesa Coletiva dos Consumidores ..........................................................39
4. Os Agentes Legitimados para a Defesa Coletiva dos Consumidores ..............45
4.1. Da Legitimidade do Ministério Público ...................................................47
4.2. Da Legitimidade das Pessoas Jurídicas da Administração Pública ...............48
4.3. Da Legitimidade das Associações ..........................................................49
5. Ações de Responsabilidade do Fornecedor de Produtos e Serviços ...............51
6. Coisa Julgada e Limites Subjetivos e Territoriais das Decisões em Ações 
Coletivas .................................................................................................52
6.1. Da Limitação Territorial da Coisa Julgada ...............................................54
7. Custas Processuais, Honorários Advocatícios e Periciais ..............................55
8. Termos de Ajustamento de Conduta ........................................................57
Resumo ...................................................................................................66
Questões Comentadas em Aula ..................................................................73
Questões de Concurso ...............................................................................87
Gabarito ................................................................................................ 110
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DIREITO DO CONSUMIDOR
Sanções Administrativas no CDC. Defesa do Consumidor em Juízo. 
Ações Coletivas
Prof. Fabrício Missorino
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS NO CDC, DEFESA DO 
CONSUMIDOR EM JUÍZO, AÇÕES COLETIVAS
Meu(minha) caro(a), as aulas anteriores foram dedicadas ao estudo sobre o 
campo de aplicação da lei, os princípios e direitos básicos dos consumidores, a pro-
teção à saúde e segurança dos consumidores, a responsabilidade dos fornecedores 
nos acidentes de consumo, a responsabilidade dos fornecedores nos vícios de pro-
dutos e serviços, as regras acerca da decadência e prescrição no CDC, a descon-
sideração da personalidade jurídica no CDC, as regras de oferta e publicidade no 
CDC, as práticas comerciais abusivas, a cobrança de dívidas de consumo, os bancos 
de dados e cadastros de consumo, bem como a proteção contratual prevista no 
CDC. Agora partimos para o detalhamento das sanções administrativas passíveis 
de aplicação em virtude de lesões aos direitos dos consumidores, assim como para 
um estudo mais detalhado acerca da defesa do consumidor em juízo.
1. Sanções Administrativas no CDC
O Código de Defesa do Consumidor, em sua formatação de microssistema ju-
rídico específico para as relações de consumo, estabeleceu dispositivos que ora 
apresentam características predominantemente civis, ora penais (arts. 61 a 80) e, 
por fim, dispositivos destinados a estabelecer as sanções administrativas aplicáveis 
em virtude de infrações às normas que regulam as relações entre consumidores e 
fornecedores.
Tais sanções são reprimendas impostas pela administração pública ao fornece-
dor que desrespeitou o disposto na legislação que regulamenta as regras de consu-
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Sanções Administrativas no CDC. Defesa do Consumidor em Juízo. 
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mo e a proteção do consumidor. São contramedidas adotadas diante de infrações 
cometidas no âmbito das relações de consumo, destinadas à preservação da vida, 
saúde, segurança, informação e bem-estar do consumidor.
A princípio, as sanções administrativas têm duplo objetivo: compensar as con-
sequências danosas da infração aos direitos do consumidor e desestimular sua re-
petição por parte de todos os fornecedores.
Sendo assim, as sanções administrativas aplicáveis aos agentes econômicos que 
praticam infrações às normas que regulam as relações de consumo, sem prejuízo 
de outras de natureza civil, penal e definidas em normas específicas, encontram-se 
elencadas nos incisos do art. 56 do CDC, vejamos:
Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o 
caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e 
das definidas em normas específicas:
I – multa;
II – apreensão do produto;
III – inutilização do produto;
IV – cassaçãodo registro do produto junto ao órgão competente;
V – proibição de fabricação do produto;
VI – suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
VII – suspensão temporária de atividade;
VIII – revogação de concessão ou permissão de uso;
IX – cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X – interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;
XI – intervenção administrativa;
XII – imposição de contrapropaganda.
Tais sanções deverão ser aplicadas pela autoridade administrativa, em sua es-
fera de atribuição, de forma isolada ou cumulativamente, mediante decisão fun-
damentada, assegurando o direito à ampla defesa, ao contraditório e ao devido 
processo legal.
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Ao mesmo tempo, no caso de concurso de infratores, pode ser aplicada, em 
caráter subsidiário, a regra da responsabilidade objetiva e solidária prevista no 
Código de Defesa do Consumidor (CDC), exceto nos casos em que houver a com-
provação da conduta individualizada.
Nesses termos, o CDC estabelece uma série de critérios e parâmetros a serem 
necessariamente observados pelos agentes competentes na aplicação dessas san-
ções, dentre os quais, os limites mínimo e máximo que deverão ser obedecidos 
quando da fixação dos valores para as penas de multa, consoante os termos do 
art. 57, parágrafo único, do CDC, vejamos:
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem 
auferida e a condição econômica do fornecedor, será aplicada mediante procedimento 
administrativo, revertendo para o Fundo de que trata a Lei n. 7.347, de 24 de julho de 
1985, os valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais ou municipais de prote-
ção ao consumidor nos demais casos. (Redação dada pela Lei n. 8.656, de 21.5.1993)
Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a duzentas e não superior a três 
milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente 
que venha a substituí-lo. (Parágrafo acrescentado pela Lei n. 8.703, de 6.9.1993)
Assim, o resultado alcançado do cálculo da multa não poderá exceder tais limi-
tes, adotando-se, como fator de correção monetária dos seus valores, em razão 
da extinção da Unidade Fiscal de Referência (UFIR), o Índice Nacional de Preços ao 
Consumidor Amplo Especial (IPCA-e).
Ainda assim, vale observar que o CDC, ao dispor sobre a aplicação das sanções 
administrativas, o faz respeitando critérios apurados e quantificados caso a caso. 
No caso de aplicação de multas, por exemplo, a sua dosimetria, em linhas gerais, 
deverá considerar a gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição eco-
nômica do infrator, respeitando-se sempre a ampla defesa e o contraditório.
Como se vê, o que o legislador do CDC buscou foi criar diretrizes gerais para ba-
lizar a aplicação de sanções, com vistas a controlar eventuais impactos altamente 
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representativos na gradação das penas a serem aplicadas aos diversos fornecedo-
res do mercado, cabendo à autoridade julgadora a delimitação acerca dos mecanis-
mos balizadores. A exemplo disso, podemos citar a existência de critérios especí-
ficos para definição do que se entende por condição econômica do fornecedor, que 
leva em consideração, como base de cálculo, o faturamento bruto ou o lucro líquido 
da empresa, podendo, ainda, considerar o valor de mercado da empresa.
Nesse mesmo sentido, como se daria então o dimensionamento da vantagem 
auferida pelo fornecedor com a prática irregular a ser punida? Certamente levarí-
amos em consideração as estimativas acerca dos ganhos por ele obtidos em cada 
transação individual efetivamente demonstrada ou, dependendo do caso, os ga-
nhos advindos da prática infrativa no âmbito coletivo; ou, ainda, os ganhos por ele 
auferidos de forma indireta, por exemplo, vantagens que tenha obtido em prejuízo 
às normas de proteção da concorrência.
Sendo assim, a aplicação de sanções administrativas deve ocorrer no âmbito 
dos processos administrativos sancionatórios, regulados por normativos que tra-
gam dispositivos gerais que esclareçam a marcha processual, direitos e deveres 
do investigado, dentre outros, sempre em busca da preservação do contraditório e 
da ampla defesa; aplicando-se aspectos balizadores e elementos objetivos a partir 
de dados formais já existentes, sempre com vistas a dar mais clareza e precisão à 
motivação da decisão.
1.1. Da Competência Normativa
O art. 55 do Código de Defesa do Consumidor dispõe que a produção, indus-
trialização, distribuição e consumo de produtos e serviços serão reguladas por atos 
normativos cuja lavra competirá, concorrentemente, à União, aos estados e ao Dis-
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trito Federal. Significa dizer que tais esferas de governo exercerão o poder-dever 
de regulamentar simultaneamente as atividades referidas no caput do mencionado 
artigo.
A competência concorrente tem como características a limitação da capacida-
de normativa da União, que passa a ser exercida somente com relação às normas 
gerais, não excluindo a capacidade suplementar dos estados, que poderão esta-
belecer normativos gerais com o objetivo de adequar a norma geral a eventuais 
peculiaridades regionais.
Vale frisar, por fim, que inexistindo lei federal sobre normas gerais, os estados 
exercerão a competência legislativa plena, para atender às suas peculiaridades 
(§ 3º do art. 24 da CF/1988), assim como, que a superveniência de lei federal so-
bre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário, nos 
termos do § 4º do art. 24 da CF/1988.
1.2. Da Competência Fiscalizatória
Diferentemente da competência normativa, limitada à União, aos estados e ao Dis-
trito Federal, as atividades de fiscalização e controle da produção, industrialização, dis-
tribuição, publicidade de produtos e serviços e o mercado de consumo foram atribuídas 
também aos municípios, conforme previsto no § 1º do art. 55 do CDC, vejamos:
Art. 55, § 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fiscalizarão e con-
trolarão a produção, industrialização, distribuição, a publicidade de produtos e serviços 
e o mercado de consumo, no interesse da preservação da vida, da saúde, da seguran-
ça, da informação e do bem-estar do consumidor, baixando as normas que se fizerem 
necessárias.
Nesse caso, União, estados, Distrito Federal e municípios, no exercício do poder 
de polícia, atuam verificando o cumprimento das normas baixadas nos moldes do 
art. 55 do CDC, podendo, ainda, editar normas necessárias ao cumprimentodessa 
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atribuição. Importa considerar que as normas a que se refere o § 1º, diferentemen-
te do que ocorre no art. 55, caput, correspondem, na verdade, a decretos e regu-
lamentos editados pelo Poder Executivo da União, dos estados, do Distrito Federal 
e dos municípios, que tem por finalidade explicitar aspectos objetivos da norma, 
viabilizando a correta aplicação da lei.
Registre-se que as normas destinadas a possibilitar o efetivo exercício do poder 
de polícia no âmbito das relações de consumo têm sua abrangência delimitada pelo 
conteúdo normativo de que trata o caput do art. 55 do CDC.
Lembre-se: enquanto o caput do art. 55 do CDC fala de competência normativa, 
o § 1º do mesmo artigo fala de competência fiscalizatória, em que pese a eventual 
necessidade de edição de normas que possibilitem o efetivo exercício do poder de 
polícia pelos órgãos competentes em cada esfera da administração pública.
O § 3º do mesmo art. 55 revela a preocupação do legislador com a necessidade 
de aproximação entre a administração pública, na qualidade de regulamentadora e 
fiscalizadora, e o administrado (consumidor e fornecedor), estabelecendo a obriga-
toriedade de que comissões permanentes sejam criadas para a revisão e atualiza-
ção dos atos regulamentares previstos no § 1º do art. 55 do CDC.
Por fim, o direito à informação, elencado como direito básico do consumidor, 
ressurge com novo enfoque no § 4º do art. 55 do CDC, obrigando o fornecedor a 
prestar informações de interesse dos consumidores, podendo, o descumprimen-
to, caracterizar crime de desobediência, além de sujeitar o fornecedor às san-
ções administrativas aplicáveis, desde que o fornecedor tenha sido notificado por 
órgão oficial e que a informação solicitada não exponha segredo industrial.
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1.3. Do Rol de Sanções Administrativas Previstas no CDC
Como dito, o art. 56 do CDC apresenta rol de sanções administrativas a que se 
sujeitam os fornecedores infratores das normas de defesa do consumidor. Aqui cabe 
registrar que a reprimenda administrativa não tem como único alvo as infrações co-
metidas contra as disposições do CDC. De fato, toda norma que promova a defesa 
do consumidor sujeita o seu infrator às sanções administrativas listadas no art. 56.
Um exemplo claro dessa abrangência do campo de aplicação das sanções admi-
nistrativas previstas no CDC pode ser verificada no âmbito da atuação regulatória 
por parte da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), criada 
pela Lei n. 10.742/2003, que fiscaliza o cometimento de infrações às regras que 
orientam o mercado de medicamentos, normativo que remete a aplicação de san-
ções administrativas, dentre outras normas aplicáveis à espécie, aos termos da Lei 
n. 8.078/1990, vejamos:
Art. 8º O descumprimento de atos emanados pela CMED, no exercício de suas com-
petências de regulação e monitoramento do mercado de medicamentos, bem como o 
descumprimento de norma prevista nesta Lei, sujeitam-se às sanções administrativas 
previstas no art. 56 da Lei no 8.078, de 1990.
Com o objetivo de verificarmos as hipóteses de aplicação das sanções previstas 
no CDC, vejamos um quadro das sanções e seus respectivos critérios de adoção 
pela autoridade administrativa:
Atenção: as sanções previstas no art. 56 do CDC serão aplicadas pela autoridade administrativa, no 
âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cautelar, 
antecedente ou incidente de procedimento administrativo.
SANÇÃO HIPÓTESE FUNDAMENTO LEGAL
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Multa (inciso I): parâmetro definido 
pelo legislador (entre 200 e 3.000.000 
Ufir) – adotando-se, como fator de 
correção monetária dos seus valores, 
em razão da extinção da Unidade 
Fiscal de Referência (Ufir), o Índice 
Nacional de Preços ao Consumidor 
Amplo Especial (IPCA-e).
Infração às normas de defesa do 
consumidor.
Art. 57, CDC.
Apreensão do produto (inciso 
II); inutilização do produto 
(inciso III); cassação do registro 
do produto junto ao órgão 
competente (inciso IV); proibição 
de fabricação do produto (inciso 
V); suspensão de fornecimento 
de produtos ou serviço (inciso 
VI); revogação de concessão ou 
permissão de uso (inciso VIII).
Constatação de vícios de quanti-
dade ou de qualidade por inade-
quação ou insegurança do pro-
duto ou serviço.
Art. 58, CDC.
Suspensão temporária de 
atividade (inciso VII), cassação 
de licença do estabelecimento 
ou de atividade (inciso IX); 
interdição, total ou parcial, de 
estabelecimento, de obra ou de 
atividade (inciso X); intervenção 
administrativa (inciso XI).
Reincidência na prática das 
infrações de maior gravidade 
previstas no CDC e na legislação 
de consumo.
Art. 59, caput, CDC.
Revogação de concessão ou 
permissão de uso (inciso VIII).
Aplica-se, ainda, a revoga-
ção (ou cassação) da conces-
são à concessionária de serviço 
público quando da violação de 
obrigação legal ou contratual.
Art. 59, § 1º, CDC.
Intervenção administrativa 
(inciso XI).
Aplica-se, ainda, a intervenção 
administrativa quando as cir-
cunstâncias fáticas desaconse-
lharem a cassação da licença, 
a interdição ou suspensão da 
atividade.
Art. 59, § 2º, CDC.
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Sanções Administrativas no CDC. Defesa do Consumidor em Juízo. 
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Imposição de contrapropaganda 
(inciso XII).
Quando o fornecedor incorrer na 
prática de publicidade enganosa 
ou abusiva. A contrapropaganda 
será divulgada pelo responsável 
da mesma forma, frequência e 
dimensão e, preferencialmente 
no mesmo veículo, local, espaço 
e horário, de forma capaz de 
desfazer o malefício da publici-
dade enganosa ou abusiva.
Art. 60, caput e 
§ 1º, CDC.
Vejamos como as bancas a seguir abordaram esse tema.
Questão 1 (FISCAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR/PROCON-MA/FCC/2017) São 
modelos de sanções administrativas previstas pelo Código de Defesa do Consumidor:
a) Imposição de contrapropaganda e apreensão de livros-caixa.
b) Suspensão do fornecimento do produto ou serviço e resolução do contrato de 
locação do imóvel onde o serviço é praticado.
c) Intervenção administrativa e monitoramento de vendaspor órgão público fisca-
lizador.
d) Cassação do registro do produto junto ao órgão competente e proibição de fa-
bricação do produto.
Letra d.
Trata-se de questão fácil, exigindo do(a) candidato(a) conhecimento acerca do rol 
de sanções administrativas expresso no art. 56 do Código de Defesa do Consumidor.
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Sanções Administrativas no CDC. Defesa do Consumidor em Juízo. 
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Questão 2 (PROCURADOR/PREFEITURA DE CAMPINAS-SP/FCC/2016) Dentre as 
sanções administrativas, passíveis de aplicação pelos órgãos integrantes do Siste-
ma Nacional de Defesa do Consumidor, incluem-se:
I – Cassação de licença de atividade.
II – Intervenção administrativa.
III – Restituição de valores aos consumidores.
IV – Cassação do registro do produto junto ao órgão competente.
Está correto o que consta APENAS em
a) III e IV.
b) II, III e IV.
c) I e II.
d) II e III.
e) I, II e IV.
Letra e.
Trata-se de questão fácil, exigindo mais uma vez do(a) candidato(a) conhecimento 
acerca do rol de sanções administrativas expresso no art. 56 do Código de Defesa 
do Consumidor.
Questão 3 (PROCURADOR JURÍDICO/CÂMARA DE MARÍLIA-SP/VUNESP/2016) Assi-
nale a alternativa correta sobre as penas de cassação de alvará de licença, de interdição 
e de suspensão temporária da atividade, bem como a de intervenção administrativa.
a) Serão aplicadas mediante procedimento administrativo de natureza inquisitiva, 
dispensando-se assim a ampla defesa.
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b) Serão aplicadas quando o fornecedor incorrer em qualquer prática de infrações 
de maior gravidade previstas no Código de Defesa do Consumidor.
c) A pena de cassação da concessão à concessionária de serviço público será apli-
cada apenas quando ocorrer violação de obrigação contratual.
d) A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre que as circunstâncias de 
fato desaconselharem a cassação de licença, a interdição ou suspensão da atividade.
e) No que tange à caracterização da reincidência, esta não restará afastada, mes-
mo que haja ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade administra-
tiva, a não ser que tenha sido deferida tutela antecipada nesse sentido.
Letra d.
Trata-se de questão fácil, exigindo do(a) candidato(a) conhecimento acerca da re-
gra de aplicação da sanção de intervenção administrativa, expressa no § 2º do 
art. 59 do Código de Defesa do Consumidor.
Questão 4 (JUIZ SUBSTITUTO/TJ-GO/FCC/2015) No tocante às sanções adminis-
trativas previstas no Código de Defesa do Consumidor:
a) Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade administra-
tiva, não haverá reincidência até a prolação da sentença monocrática.
b) A imposição de contrapropaganda será cominada quando o fornecedor incorrer 
na prática de publicidade enganosa ou abusiva, sempre às expensas do infrator e 
será divulgada pelo responsável da mesma forma, frequência e dimensão e, prefe-
rencialmente no mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz de desfa-
zer o malefício da publicidade enganosa ou abusiva.
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c) A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem 
auferida e a condição econômica do fornecedor, será aplicada mediante procedimento 
administrativo, revertendo-se metade para os consumidores lesados e a outra metade 
para o Fundo de que trata a Lei n. 7.347/1985, se os valores cabíveis à União, ou para 
os Fundos estaduais ou municipais de proteção ao consumidor nos demais casos.
d) As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição de fabricação 
de produtos, de suspensão do fornecimento de produto ou serviço, de cassação do 
registro do produto e revogação da concessão ou permissão de uso serão aplicadas 
mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando o forne-
cedor reincidir na prática das infrações de maior gravidade previstas neste código 
e na legislação de consumo.
e) As penas de cassação de alvará de licença, de interdição e de suspensão tempo-
rária da atividade, bem como a de intervenção administrativa, serão aplicadas pela 
administração, mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, 
quando forem constatados vícios de quantidade ou de qualidade por inadequação 
ou insegurança do produto ou serviço.
Letra b.
Trata-se de questão fácil, exigindo do(a) candidato(a) conhecimento acerca da re-
gra de aplicação da sanção de contrapropaganda, expressa no art. 60 do Código de 
Defesa do Consumidor.
A aplicação cautelar de medida elencada como sanção administrativa não deve ser 
confundida com sanção cautelar, posto que a medida cautelar e a sanção adminis-
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trativa têm finalidades distintas, e enquanto a sanção administrativa depende de 
procedimento administrativo que assegure ao fornecedor a ampla defesa, a medida 
cautelar pode ser aplicada de modo prévio ou incidental (durante o processo), sem-
pre que se identificar a necessidade de proteção do consumidor.
Vejamos como a banca a seguir abordou esse tema.
Questão 5 (ASSISTENTE JURÍDICO E PROCURADOR JURÍDICO/PREFEITURA DE 
ANDRADINA-SP/VUNESP/2017) A empresa BokaLoka Ltda é fabricante de maquia-
gens, devidamente regularizada nos termos das legislações federal, estadual e mu-
nicipal. Numa fiscalização de um órgão público, verificou-se que na composição de 
um dos batons da marca era utilizado um produto proibido no Brasil. Diante dessa 
situação, no que diz respeito às sanções administrativas previstas no Código de 
Defesa do Consumidor, é correto afirmar que
a) as sanções administrativas no caso em tela devem partir de um órgão federal, 
por serem esses os únicos legitimados a tutelar tais fatos.
b) não se podem cumular sanções administrativas, como a apreensão do produto 
e a sua inutilização.
c) as sanções administrativas poderão ser aplicadas por medida cautelar antece-
dente ou incidente de procedimento administrativo.
d) eventuais sanções de apreensão e de inutilização de produtos serão aplicadas 
pela administração, imediatamente, independentemente da concessão de medida 
cautelar ou defesa apresentada pela empresa,desde o início do processo adminis-
trativo, dado o risco que tal produto pode causar ao mercado de consumo.
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e) a competência para aplicar sanções como a descrita no caso sob análise é sub-
sidiária entre União, Estados e Municípios.
Letra c.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para o regramen-
to específico acerca da aplicação de medidas cautelares em virtude de infrações às 
normas que regulam as relações de consumo, nos termos do parágrafo único do 
art. 56 do CDC.
1.4. Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC), 
Decreto n. 2.181/1997, alterado pelo Decreto n. 7.738/2012
O Código de Defesa do Consumidor, já em 1990, instituiu um Sistema Nacional 
de Defesa do Consumidor (SNDC) com o objetivo de promover e viabilizar a arti-
culação dos órgãos públicos e entidades civis com atribuições e deveres de tutela 
dos direitos do consumidor. Nascia, então, uma proposta de atuação coordenada, 
difusa e capilarizada, de todos os órgãos públicos e privados que atuassem em tor-
no desse tema.
Essa proposta de articulação em nível nacional seria, então, o instrumento de 
viabilização da Política Nacional das Relações de Consumo, com especial ênfase 
para o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua digni-
dade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria 
da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de 
consumo, nos termos do caput do art. 4º do CDC.
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Sendo assim, o art. 105 do CDC dispõe expressamente a organização do Siste-
ma Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC), composto pela Secretaria Nacional 
do Consumidor (Senacon) do Ministério da Justiça e Segurança Pública e os demais 
órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal, municipais, com destaque para a 
atuação do Ministério Público, da Defensoria Pública e dos Procons, bem como das 
entidades civis de defesa do consumidor.
Ainda no âmbito do CDC, o legislador previu expressamente como se daria a 
execução dessa Política Nacional das Relações de Consumo, vejamos:
Art. 5º Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o poder 
público com os seguintes instrumentos, entre outros:
I – manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor carente;
II – instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Mi-
nistério Público;
III – criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores 
vítimas de infrações penais de consumo;
IV – criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a 
solução de litígios de consumo;
V – concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de Defesa do 
Consumidor.
A regulamentação do SNDC ficou a cargo do Decreto n. 2.181, de 20 de março 
de 1997, posteriormente alterado pelo Decreto n. 7.738, de 28 de maio de 2012, 
integrando órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municípios, incluindo 
ainda entidades civis de defesa do consumidor sem que haja, entre eles, hierarquia 
ou subordinação (art. 105, CDC). Todavia, como todo conjunto de estruturas inter-
ligadas, cuidou o CDC de estabelecer um órgão responsável pela sua coordenação, 
o que se faz por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).
Vale frisar que a coordenação do SNDC por parte da Senacon leva em conside-
ração a atuação conjunta de todos os órgãos integrantes do sistema, sempre com 
base na cooperação, pela qual os órgãos integrados se somam na promoção da de-
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fesa do consumidor; na solidariedade, no sentido de que as atividades coletivas não 
sejam exercidas isoladamente; e, também, na sinergia, com vistas ao intercâmbio 
constante de informações e experiências.
Vejamos como a banca a seguir aborda o SNDC e outros temas relativos à de-
fesa do consumidor em juízo.
Questão 6 (DEFENSOR PÚBLICO/DPE-AM/FCC/2013) Em relação ao Código de 
Defesa do Consumidor – Lei n. 8.078/1990 analise as afirmações abaixo.
I – A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das 
necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, 
a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, 
bem como a transparência e harmonia das relações de consumo.
II – Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ri-
dículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
III – O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 30 dias a contar de sua 
assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a 
contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabe-
lecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
IV – É facultado a qualquer consumidor o ajuizamento de ação civil pública para 
ser declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto no 
Código de Defesa do Consumidor ou de qualquer forma não assegure o justo 
equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.
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b) I e II.
c) I e IV.
d) II e III.
e) II e IV.
Letra b.
Trata-se de questão fácil, exigindo do(a) candidato(a) conhecimento acerca das 
diretrizes gerais da Política Nacional das Relações de Consumo (art. 4º, CDC), bem 
como da proteção do consumidor no que se refere à cobrança de dívidas, nos ter-
mos dos arts. 42 e 42-A do CDC.
O SNDC, em sua composição, conta com a experiência de vários órgãos espe-
cializados na proteção dos consumidores, dentre os quais se destacam os Procons, 
o Ministério Público, a Defensoria Pública e as entidades civis de defesa do consu-
midor. Vejamos, a seguir, em apertada síntese, a contribuição de cada um deles 
para o bom funcionamento do sistema.
Quanto aos Procons, órgãos integrantes do Poder Executivo nos estados, Dis-
trito Federal e municípios, cumpre-lhe elaborar, coordenar e executar a política 
estadual, distrital ou municipal de defesado consumidor, além de realizar o aten-
dimento aos consumidores e fiscalizar as relações de consumo no âmbito de sua 
competência, culminando ou não na instauração de processos administrativos e 
aplicação de sanções administrativas aos fornecedores que descumprem os direitos 
dos consumidores. As reclamações dos consumidores são processadas regularmen-
te pelo Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), que 
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reúne informações sistematizadas pelos Procons, consolidando um importantíssimo 
instrumento de compreensão e análise do que acontece no dia a dia das relações 
de consumo.
No tocante à atuação do Ministério Público no âmbito do SNDC (art. 5º, II, 
CDC), vale destacar sua independência funcional na aplicação das normas de de-
fesa do consumidor, com especial ênfase para a defesa de direitos e interesses da 
coletividade de consumidores, por meio do ajuizamento de ações coletivas (ações 
civis públicas), levando à apreciação do Poder Judiciário as lesões aos direitos dos 
consumidores no seu aspecto difuso e coletivo. Vale destacar, também, a atuação 
do Ministério Público na instauração de inquéritos civis para apuração de infrações 
à legislação de consumo, bem como na celebração de termos de ajustamento de 
conduta nas esferas judicial e extrajudicial.
Já a Defensoria Pública, diferentemente do Ministério Público, possui atribuição 
para representar o consumidor em casos que tenham repercussão individual, pres-
tando assistência e orientação jurídicas em todas as instâncias às pessoas que não 
reúnem recursos para as custas processuais e honorários de advogado particular. 
Vale frisar que o legislador do CDC previu expressamente a execução da Política 
Nacional das Relações de Consumo por meio da manutenção de assistência jurídi-
ca, integral e gratuita para o consumidor carente, nos termos do inciso I do art. 5º, 
tendo a Defensoria Pública papel fundamental nesse aspecto da política nacional.
No caso das entidades civis de defesa do consumidor, vale frisar sua atuação na 
educação para o consumo, na mobilização e orientação do cidadão para o consumo 
ético e sustentável. Tais organizações da sociedade civil têm papel fundamental na 
representação dos interesses do consumidor, demandando ao mercado a impor-
tância da inserção no mercado de consumo de produtos e serviços mais seguros, 
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da divulgação de informações transparentes quanto à regulamentação e acesso a 
serviços públicos. Frisa-se, também, a importância desses atores na promoção do 
equilíbrio no mercado; na contraposição aos interesses empresariais na discussão 
e na formulação de políticas públicas e, ainda, na defesa do interesse público. Des-
tacam-se, ainda, as prerrogativas de encaminhamento de denúncias aos órgãos 
públicos de proteção e defesa do consumidor, bem como a representação do con-
sumidor em juízo, nos limites estabelecidos pelo inciso IV do art. 82 do CDC.
Em relação ao Decreto n. 2.181, de 20 de março de 1997, vale frisar sua im-
portante atuação como primeiro ato normativo que regulamentou as normas gerais 
de aplicação das sanções administrativas previstas no art. 56 do CDC, observan-
do, ainda, que, por se tratar de competência concorrente, os estados e o Distrito 
Federal podem, conforme o caso, suplementar o decreto em questão naquilo que 
representar demanda normativa própria de determinada unidade federativa, nunca 
extrapolando, por observância do princípio da hierarquia normativa, os limites do 
decreto e do próprio CDC.
Sobre a estrutura do decreto, ressalta-se também o regramento dos Termos de 
Ajustamento de Conduta (art. 6º), observada a competência do agente subscritor, 
a prevalência do ajustamento mais vantajoso para o consumidor (no caso de mais 
de um termo lavrado por integrante do SNDC), a possibilidade de revisão de ajus-
tamento de conduta já firmado, bem como as cláusulas obrigatórias, com destaque 
para a obrigação de adequação de conduta no prazo estipulado, a pena pecuniária 
diária em caso de descumprimento, o ressarcimento das despesas de investigação 
e a instrução do processo administrativo.
No tocante às práticas infrativas, o Decreto n. 2.181/1997 estabeleceu alguns 
exemplos de condutas contrárias ao ordenamento de proteção das relações de con-
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sumo (arts. 12, 13 e 22), consequentemente passíveis de aplicação das sanções 
previstas no CDC, classificando-as em leves (aquelas em que forem verificadas 
somente circunstâncias atenuantes) e graves (aquelas em que forem verificadas 
circunstâncias agravantes), nos termos do art. 17 do aludido decreto.
Ao tratar das penalidades administrativas, o Decreto n. 2.181/1997 repete o rol 
de sanções previstas no art. 56 do CDC, incluindo uma especial observação quanto 
aos órgãos públicos, ou suas empresas concessionárias, permissionárias ou sob 
qualquer outra forma de empreendimento, prevendo a aplicação de pena de multa 
nos casos em que deixarem de fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, 
quanto aos essenciais, contínuos, nos termos do art. 20 do mencionado decreto.
O decreto também estabelece parâmetros gerais para a dosimetria das sanções, 
com destaque para a verificação da ocorrência de circunstâncias atenuantes e agra-
vantes (arts. 25 e 26), bem como a verificação ou não de reincidência por parte do 
infrator, considerada como a repetição da prática infrativa, de qualquer natureza, 
às normas de defesa do consumidor, punida por decisão administrativa irrecorrível, 
nos termos do art. 27 do decreto.
Notadamente quanto à aplicação da sanção de multa, o legislador estabeleceu 
como parâmetros a análise acerca da gravidade da prática infrativa, da extensão 
do dano causado aos consumidores, da vantagem auferida com o ato infrativo e da 
condição econômica do infrator, respeitados os limites estabelecidos no parágrafo 
único do art. 57 do CDC.
Merece destaque, ainda, as disposições do Decreto n. 2.181/1997 acerca das 
regras gerais atinentes aos processos administrativos que apurem infrações às 
normas que regulam as relações de consumo (arts. 33 e seguintes), bem como a 
regulamentação dos cadastros de reclamações fundamentadas contra fornecedores 
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(arts. 57 e seguintes), constituindo-se como instrumentos essenciais de defesa e 
orientação dos consumidores.
Cumpre registrar que a atuação dos Procons independe do trabalho de outros 
órgãos ou entidades, como as agências reguladoras, institutos, dentre outros, que 
detenham dentre suas atribuições e objetivos a proteção do consumidor. Tal inde-
pendência, todavia, não deve impedir, mas, sim, incentivar a cooperação entre eles.
Vale registrar, por fim, que a diversidade de atuações não deve implicar, via de 
regra, aplicação de duas penas pela mesma infração (bis in idem), uma vez que a 
atuação dos Procons e do DPDC possui fundamento jurídico diverso daquele que 
sustenta a atuação das agências reguladoras, por exemplo. Assim, atuação conjun-
ta desses órgãos e entidades não ofende o ordenamento jurídico e a eventual con-
figuração do bis in idem dependerá da verificação, no caso concreto, da identidade 
de parte, sanção e fundamento da sanção.
Vejamos como a banca a seguir abordou esse tema.
Questão 7 (JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF-5ª REGIÃO/CESPE/2015) Por ter vio-
lado norma de proteção ao consumidor, a instituição financeira XYZ foi punida com 
penalidade de multa imposta pelo PROCON. Tal violação também configurou des-
cumprimento a norma regulatória setorial, razão pela qual a empresa XYZ foi nova-
mente punida com pena de multa, dessa vez pelo BCB. Em ambos os casos, foram 
observadas as normas processuais administrativas. A referida empresa ingressou 
com ação judicial em que questionou a legalidade das penalidades aplicadas.
Com referência a essa situação hipotética, assinale a opção correta
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a) A competência do BCB no campo regulatório do setor não impede a fiscaliza-
ção concomitante pelo PROCON, com fundamento nas normas do CDC, porém a 
aplicação de multa pelo mesmo ato configura situação de bis in idem, vedada pelo 
ordenamento jurídico brasileiro.
b) A penalidade aplicada pelo BCB deve prevalecer sobre a multa aplicada pelo 
PROCON, que deve ser anulada, por ser a norma regulatória considerada especial 
em relação à norma consumerista.
c) Não houve ilegalidade na aplicação das duas multas pelo mesmo ato, tendo em 
vista que se verificou violação concomitante de norma do CDC e de norma regula-
tória do setor.
d) As duas multas podem ser cumuladas, pois a multa aplicada pelo PROCON tem 
a finalidade de ressarcir o dano causado ao consumidor, enquanto a multa aplicada 
pelo BCB tem finalidade regulatória, de nítido caráter punitivo.
e) A multa aplicada pelo PROCON é nula, pois o CDC não atribui a esse órgão 
competência para aplicação de penalidades, mas apenas para a prática de atos de 
fiscalização e conciliação entre fornecedor e consumidor.
Letra c.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para os requisitos 
necessários à identificação ou não da aplicação em duplicidade de sanções admi-
nistrativas sem a configuração de bis in idem.
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2. Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos
O que nos acostumamos a chamar de tutela coletiva corresponde, de fato, à tu-
tela jurisdicional de direitos materiais coletivos lato sensu. Isso porque se 
trata de provocação para que a atividade jurisdicional do Estado se faça presente, 
tutelando direitos materiais cuja titularidade transcende a individualidade, como 
adiante será esclarecido.
Diferentemente dos direitos individuais heterogêneos, cuja tutela regulamenta-
-se, quase na sua totalidade, pelas regras do Código de Processo Civil, os direitos 
coletivos lato sensu, de que são espécies os direitos difusos, os direitos coletivos 
em sentido estrito e os direitos individuais homogêneos, têm sua tutela regula-
mentada em disposições normativas específicas que, agrupadas, formam o que se 
chama microssistema de tutela coletiva, com destaque para as seguintes normas:
• Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985 – ação civil pública;
• Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990 – Código de Defesa do Consumidor;
• Lei n. 4.717, de 29 de junho de 1965 – ação popular;
• Lei n. 12.016, de 7 de agosto de 2009 – mandado de segurança individual e 
coletivo;
• Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992 – improbidade administrativa;
• Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente;
• Lei n. 10.741, de 1º de outubro de 2003 – Estatuto do Idoso;
• Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015 – Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Como se trata de um microssistema, vale ressaltar que os normativos acima 
elencados, bem como outras disposições que integram ou venham integrar esse 
microssistema, se complementam para regular de modo integral a tutela jurisdicio-
nal de direitos materiais coletivos.
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No âmbito do direito do consumidor, é no art. 81 do CDC que está prevista a 
possibilidade de que “a defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das 
vítimas” se faça também “a título coletivo”. Já o parágrafo único desse mesmo ar-
tigo elenca as espécies de direitos tuteláveis por meio de defesa coletiva, a saber, 
direitos difusos, coletivos em sentido estrito e individuais homogêneos.
Vejamos como a banca a seguir aborda a temática da defesa dos direitos difusos 
e coletivos.
Questão 8 (DEFENSOR PÚBLICO/DPE-ES/FCC/2016) No que diz respeito aos Di-
reitos Difusos e Coletivos, a doutrina especializada criou uma nova terminologia, 
chamada coisa julgada secundum eventum litis, erga omnes ou ultra partes. Neste 
sentido, a sentença fará coisa julgada
a) e seus efeitos indeferem do direito tratado, seja ele difuso, coletivo ou individual 
homogêneo.
b) ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improce-
dência por insuficiência de provas quando se tratar de direitos difusos e coletivos.
c) erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de 
provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idên-
tico fundamento valendo-se de nova prova, no caso dos direitos difusos.
d) erga omnes, em todos os casos em que houver análise de mérito.
e) somente se os titulares dos direitos difusos forem individualmente chamados a 
compor a lide.
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Letra c.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para as disposi-
ções gerais do CDC acerca da defesa do consumidor em juízo, em especial aquelas 
atinentes aos efeitos da coisa julgada, nos termos do art. 103 do Código.
É importante destacar o tratamento dado pelo legislador do CDC à defesa cole-
tiva dos consumidores, destacando-se as definições estabelecidas pelo Código nos 
incisos do parágrafo único do art. 81, vejamos:
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser 
exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I – interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, 
os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas 
indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II – interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, 
os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria 
ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação 
jurídica base;
III – interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decor-
rentes de origem comum.
Vejamos como a banca a seguir abordou essa questão.
Questão 9 (DEFENSOR PÚBLICO/DPE-PR/FCC/2017) Considere:
I – Em termos de direitos individuais homogêneos, representa maior abrangên-
cia da tutela o sistema de exclusão (opt-out), em que os interessados são 
automaticamente atrelados à decisão coletiva, se não houver manifestação.
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II – No Brasil, com a redemocratização e o fortalecimento dos órgãos judiciários, 
o legislador adotou medidas de cunho restritivo do direito de ação e previsão 
de mecanismos de autocomposição. Contudo, não se verificou a edição de 
nenhuma lei a tratar do processo coletivo, por se entender o processo indi-
vidual mais célere.
III – Atualmente, com o recrudescimento das relações de massa, multiplicando-
-se as lesões sofridas pelas pessoas, as ações coletivas cumprem o papel de 
propiciar que a totalidade, ou, pelo menos, uma quantidade significativa da 
população, alcance seus direitos.
IV – Ainda hoje, no ordenamento jurídico brasileiro, as ações coletivas permane-
cem sendo tratadas apenas por leis extravagantes desprovidas de unidade 
orgânica.
Acerca da tutela coletiva, está correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.
b) II e III.
c) I e II.
d) I e IV.
e) I, III e IV.
Letra e.
Trata-se de questão relativamente fácil, cabendo ao(à) candidato(a) se atentar 
para o tratamento dado pelo CDC às ações coletivas para a defesa de interesses 
individuais homogêneos, nos termos dos arts. 91 e seguintes do Código.
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A transindividualidade, nos termos do CDC, representa o que transcende ou 
ultrapassa ao indivíduo. No caso dos direitos, entende-se como aquela espécie de 
direitos que não tem um titular individual, eis que a titularidade pertence à coletivi-
dade, cuja composição é subjetiva, não podendo ser determinado especificamente 
quem a compõe.
No tocante às teses defendidas em juízo para a proteção dos consumidores, 
certamente os avanços doutrinários e jurisprudenciais alcançam tanto a defesa 
individual quanto a coletiva, considerando serem admissíveis todas as espécies de 
ações capazes de propiciar a adequada e efetiva tutela do CDC.
Vejamos algumas questões em que a tese poderia ser defendida tanto no juízo 
individual quanto no coletivo.
Questão 10 (JUIZ SUBSTITUTO/TJ-PR/CESPE/2017) Maria, aposentada, compa-
receu a uma agência bancária para sacar seu benefício previdenciário. No entanto, 
ao consultar o extrato, verificou que o numerário fora sacado por terceiro. Incon-
formada, procurou a defensoria pública, que ajuizou ação de indenização, reque-
rendo, entre outras coisas, a inversão do ônus da prova em favor de Maria. Por sua 
vez, em sua resposta, a instituição financeira alegou fato exclusivo da vítima, por-
quanto a operação fora realizada mediante a utilização de cartão e senha pessoal.
Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da legislação apli-
cável ao caso e da jurisprudência do STJ.
a) O juiz deverá deferir o pleito de inversão do ônus da prova em favor da autora, 
pois cabe à instituição financeira demonstrar a regularidade do saque.
b) Maria deverá demonstrar sua vulnerabilidade e a verossimilhança do alegado.
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c) O momento processual adequado para a inversão do ônus da prova será quando 
a sentença for proferida.
d) O fato exclusivo da vítima não afasta a responsabilidade, pois ele sucumbe ao 
princípio da reparação integral em favor do consumidor.
Letra a.
Trata-se de questão relativamente fácil, cabendo ao(à) candidato(a) relembrar o 
direito básico do consumidor atinente à inversão do ônus da prova, previsto no in-
ciso VIII do art. 6º do CDC.
Questão 11 (JUIZ SUBSTITUTO/TJ-SC/FCC/2017) No tocante à tutela específica 
nas obrigações de fazer ou não fazer concernentes às relações consumeristas,
a) em caso de litigância de má-fé a associação autora e os diretores responsáveis 
pela propositura da ação serão subsidiariamente condenados em honorários advo-
catícios, nas custas e nas despesas processuais, estas e aquelas em dobro, sem 
prejuízo da responsabilidade por perdas e danos.
b) a conversão da tutela específica em perdas e danos poderá ser livremente de-
terminada pelo juiz, independentemente da impossibilidade de obtenção daquela 
ou do resultado prático equivalente.
c) uma vez formulado o pedido de tutela específica, é defeso convertê-lo em per-
das e danos, pois o fato caracterizaria uma decisão extra petita.
d) nas ações coletivas visando à obtenção da tutela específica só haverá adianta-
mento de custas ou emolumentos, mas não de honorários periciais ou quaisquer 
outras despesas, salvo se caracterizada má-fé processual.
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e) para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, 
poderá o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, 
remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade no-
civa, além de requisição de força policial.
Letra e.
Trata-se de questão relativamente fácil, cabendo ao(à) candidato(a) se atentar 
para as disposições gerais acerca das ações judiciais que tenham por objeto o 
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, em especial a regra específica do 
§ 5º do art. 84 do CDC, pela qual, para a tutela específica ou para a obtenção do 
resultado prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas necessárias, 
tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra, 
impedimento de atividade nociva, além de requisição de força policial.
Questão 12 (JUIZ SUBSTITUTO/TJ-SE/FCC/2015) No momento de pousar, avião 
da companhia aérea VOE BEM acaba ultrapassando a pista e cai sobre prédio de es-
critório da companhia área BOM POUSO. No que se refere à responsabilidade civil, 
considere as seguintes assertivas:
I – Os empregados da empresa Bom Pouso, ou seus herdeiros, podem ajuizar 
ação de indenização contra a empresa Bom Pouso com base no Código de 
Defesa do Consumidor.
II – Os transeuntes que passavam em frente à empresa Bom Pouso, ou seus her-
deiros, poderão ajuizar ação de indenização com base no Código de Defesa 
do Consumidor contra a empresa Voe Bem.
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III – Os empregados da empresa Bom Pouso, ou seus herdeiros, podem ajuizar 
ação de indenização com base no Código de Defesa do Consumidor contra a 
empresa Voe Bem.
IV – Os empregados da empresa Bom Pouso, ou seus herdeiros, somente podem 
entrar com ação de indenização contra a empresa Bom Pouso, que, por sua 
vez, terá direito a ação de regresso contra a empresa Voe Bem.
V – Sendo a responsabilidade solidária, as empresas Voe Bem e Bom Pouso res-
pondem diante dos empregados da empresa Bom Pouso com base no Código 
de Defesa do Consumidor.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I e IV.
b) I e V.
c) III e V.
d) II e III.
e) II e IV.
Letra d.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para as dispo-
sições gerais do CDC acerca da defesa do consumidor em juízo, nos termos dos 
arts. 81 e seguintes do Código.
Retomando nosso raciocínio, a veiculação de publicidade enganosa exemplifica 
a violação de direitos difusos, pois o alcance da peça publicitária é indeterminável 
e, assim, a violação do direito à informação por meio de publicidade enganosa atin-
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ge número indeterminado e indeterminável de pessoas. Nesse caso, a transindivi-
dualidade resta evidente, uma vez que a titularidade não se limita a um indivíduo 
ou grupo determinado de indivíduos.
No que se refere à indivisibilidade, diz o conceito que, além de transindividuais, 
os direitos difusos são indivisíveis. Tal característica está relacionada à inviabilida-
de de fracionamento do direito entre os membros da coletividade. Assim, não se 
concebe, com relação aos bens e direitos indivisíveis, a possibilidade de gozo ou 
fruição de modo diferenciado.
No mesmo exemplo citado (publicidade enganosa), o direito difuso violado é o 
direito à informação, o que pressupõe, obviamente, que a informação esteja cor-
reta e seja acessível. Ora, percebe-se claramente que a utilização ou gozo de tal 
direito se dá de modo igual entre os membros de uma determinada coletividade.
Vale frisar, ainda, que o conceito de direitos difusos adotado pelo CDC atribui 
sua titularidade a “pessoas indeterminadas”. Entretanto, a partir da análise dos 
dois elementos conceituais acima apresentados é possível perceber que, embora o 
conceito adotado pelo CDC atribua a “pessoas indeterminadas” a titularidade dos 
direitos difusos, em verdade tais direitos pertencem à coletividade, sujeito diverso 
daquele indicado pela expressão “pessoas indeterminadas”.
Na identificação dos direitos difusos, é imperioso que as pessoas estejam inter-
ligadas por uma circunstância de fato, ou seja, o que identifica os direitos difusos 
são os fatos e acontecimentos objetivos, sendo desnecessária a existência de qual-
quer tipo de relação jurídica entre os membros da coletividade que, eventualmen-
te, tenham tido o direito difuso violado.
Ainda usando como exemplo a publicidade enganosa, observa-se que a ligação 
de fato decorre da exposição, concreta ou potencial, ao conteúdo da peça publi-
citária que tenha ocultado informação relevante ou apresentado informação falsa 
acerca de determinado objeto ou elemento que integre a relação de consumo.
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Entretanto, o que difere os direitos coletivos em sentido estrito dos direitos difusos 
é o fato de que, embora indeterminados, no caso dos direitos coletivos em sentido 
estrito, os membros do grupo identificado como titular do direito são determináveis. 
Isto é, embora não haja a necessidade de individualizar cada membro da coletivi-
dade, indiretamente afetado, é possível determinar individualmente cada membro, 
a partir da verificação das relações jurídicas que compõem a situação em litígio.
A relação jurídica base a que se refere o conceito adotado pelo CDC para os 
direitos coletivos em sentido estrito liga o sujeito ativo e o sujeito passivo de dois 
modos:
• os titulares do direito coletivo (sujeito ativo) são vinculados por uma relação 
jurídica preexistente. Por exemplo, os membros que integram um determina-
do órgão de classe; uma associação composta por usuários de um determi-
nado tipo de serviço etc.;
• os titulares do direito coletivo (sujeito ativo) mantêm relação jurídica com o 
sujeito passivo. É o caso dos sócios de um clube, os alunos de uma mesma 
escola, os clientes de uma mesma empresa etc.
Vejamos como a banca a seguir abordou esse tema.
Questão 13 (DEFENSOR PÚBLICO/DPE-MT/UFMT/2016) O reconhecimento pro-
gressivo dos direitos difusos e coletivos fez com que estes passassem a ter defini-
ção expressa pela legislação com a aprovação da Lei n. 8.078/1990, que instituiu o 
Código de Defesa do Consumidor e fez inclusões relacionadas na Lei n. 7.347/1985, 
que disciplina a Ação Civil Pública. Sobre a definição desses direitos, assinale a afir-mativa correta.
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a) Direitos difusos são equiparados aos direitos coletivos, por ocasião de sua na-
tureza coletiva, diferenciando-se no que se refere a sua indivisibilidade, que se 
manifesta apenas nos primeiros.
b) Direitos difusos não são em hipótese alguma considerados direitos coletivos, 
tendo por semelhança a transindividualidade e a titularidade de pessoas determi-
nadas por uma relação jurídica base.
c) Direitos individuais homogêneos são considerados espécie de direitos coletivos, 
diferenciados essencialmente pela possibilidade de os primeiros serem divisíveis na 
liquidação de sentença que trate de seu reconhecimento e a respectiva violação.
d) Direitos coletivos são transindividuais, tal qual os direitos difusos, de natureza 
divisível, tendo por titulares pessoas determinadas ou indeterminadas, ligadas en-
tre si por uma circunstância de fato.
e) Direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos se confundem no que tange 
à sua titularidade, que é determinada e é definida por uma circunstância de fato.
Letra c.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para as definições 
existentes acerca dos direitos difusos e coletivos, em consonância com o regramen-
to previsto no CDC.
Não podemos confundir a circunstância fática ou jurídica que tenha violado o direito 
coletivo com a relação jurídica base. Esta é vínculo preexistente à lesão ou ame-
aça e não se confunde com o evento danoso ou mesmo com circunstância fática 
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comum. A título de exemplo, podemos considerar vários consumidores que adqui-
rem um mesmo veículo (relação jurídica base), que tais veículos apresentam o 
mesmo defeito (evento danoso, violação) e que o direito à reparação do dano 
pertence ao grupo de pessoas unidos pela mesma relação jurídica, e não pelo fato 
gerador da violação (defeito).
Ressalta-se, ainda, que o bem jurídico tutelado no caso de direitos coletivos em 
sentido estrito é indivisível. A qualidade na prestação de serviço oferecido a um 
grupo específico, por exemplo, não admite fracionamento, assim como o serviço de 
tratamento de água, que envolve toda uma coletividade, e cuja violação deve ser 
tutelada coletivamente.
Quanto aos direitos individuais homogêneos, a diferença principal em relação 
ao direito coletivo em sentido estrito é que, enquanto este decorre de uma relação 
jurídica base (preexistente à violação do direito), o direito individual homogêneo 
depende de uma origem comum.
Imagine, por exemplo, que algumas pessoas, membros de uma dada coletivida-
de, sejam vítimas de um dano à saúde por conta de uma falha no sistema de tra-
tamento de água de uma determinada localidade. Nesse caso, o direito à adequada 
prestação de serviços públicos essenciais e a proteção à saúde, que são direitos 
coletivos indivisíveis foram violados, o que gerou para cada indivíduo vítima da vio-
lação um direito individual, homogêneo por conta da origem comum.
Por outro lado, não se verifica, a partir da violação de direito individual homogê-
neo, a criação de direito coletivo em sentido estrito. O objeto de proteção do direito 
individual homogêneo continua dividido, embora a violação tenha ocorrido a partir 
de um fato comum entre vários titulares.
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Em relação ao sujeito ativo determinado e plural, estes serão, por óbvio, sem-
pre mais de um e determinados. Entretanto, é importante não confundir a tutela 
coletiva de direitos individuais homogêneos com alguma espécie de litisconsórcio 
ativo. Não é o agrupamento de indivíduos, com direitos próprios e individuais no 
polo ativo de uma relação processual; quando se trata de direitos individuais ho-
mogêneos, a hipótese é de direito coletivo.
A doutrina elenca algumas características dos direitos individuais homogêneos, 
com destaque para o fato de que decorrem de uma origem comum, de que a sua 
transindividualidade é instrumental ou artificial, de que a titularidade do direito é 
determinada, de que o objeto é divisível, bem como de que é possível a sua repa-
ração do ponto de vista direto e individual.
Depreende-se do conceito e dos elementos característicos dos direitos individu-
ais homogêneos que é possível o ajuizamento de ação individual visando a tutela 
de tais direitos. Por outro lado, o litisconsórcio ativo na ação individual não deverá 
ser confundido com o exercício da tutela coletiva. Observe que, no litisconsórcio 
ativo o que se tem é a reunião efetiva de indivíduos que tiveram seus direitos (in-
dividuais e divisíveis), violados. No caso da tutela jurisdicional coletiva de direitos 
individuais homogêneos, o polo passivo terá um só ocupante: um dos legitimados 
elencados no art. 82 do CDC. Vejamos:
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente: 
(Redação dada pela Lei n. 9.008, de 21.3.1995) (Vide Lei n. 13.105, de 2015)
I – o Ministério Público,
II – a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III – as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem 
personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos 
protegidos por este código;
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre 
seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, 
dispensada a autorização assemblear.
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Portanto, o vínculo que une os titulares do direito violado há de ser comum a 
todos, mas não se exige identidade de danos. Significa dizer que os danos decor-
rentes da violação podem ser diferentes entre si, sendo que sua individualização 
poderá ser objeto de liquidação de sentença.
Em resumo, a diversidade de danos não afeta a ação coletiva de proteção e 
apuração dos danos ligados aos direitos individuais homogêneos.
Em que pese a origem ser comum, e atingir de modo uniforme todos os titulares 
determinados dos direitos individuais, o resultado real da violação poderá variar 
em cada um dos casos, donde se conclui que se trata

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