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Psicopedagogia Família sociedade e instituição

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Prévia do material em texto

1 
 
Disciplina: Família, Sociedade, Instituição e Psicopedagogia 
Autores: Esp. Paula Maria Ferreira de Faria 
Revisão Conteúdos: M.e Maria Tereza Costa / M.e Romário Keiti Pizzatto Fugita 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso 
Ano: 2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
2 
 
Paula Maria Ferreira de Faria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Família, Sociedade, Instituição e 
Psicopedagogia 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2016 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
FARIA, Paula Maria Ferreira de. 
Família, Sociedade, Instituição e Psicopedagogia / Paula Maria Ferreira 
de Faria – Curitiba, 2016. 
42 p. 
Revisão de Conteúdos: Maria Tereza Costa / Romário Keiti Pizzatto 
Fugita 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. 
Material didático da disciplina de Família, Sociedade, Instituição e 
Psicopedagogia – Faculdade São Braz (FSB), 2016. 
 ISBN: 978-85-5475-018-3 
 
 
 
 
 
4 
 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais, e 
grupos de estudos com alunos e tutores, o que proporciona excelente integração 
entre professores e estudantes. 
 
 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
Apresentação da Disciplina 
 
 Nesta disciplina, intitulada de Família, Sociedade, Instituição e 
Psicopedagogia, serão abordados muitos temas que envolvem a atuação do 
psicopedagogo. 
 Inicialmente, será enfatizada a importância da família e como ela funciona 
de um ponto de vista sistêmico, com as relações ambientais que apresenta em 
cada um de seus integrantes. 
 Na sequência, será mostrado os dois tipos de atuação do psicopedagogo, o 
institucional e o clínico, com detalhes que caracterizam cada um, sendo que no 
fim, se reitera que não há atuação clínica sem a institucional e nem institucional 
sem a clínica, pois, para o psicopedagogo o conhecimento e o embasamento 
para uma atuação muito se assemelha à outra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
Aula 01 - Família, Sociedade, Instituição e a Psicopedagogia 
 
Apresentação da Aula 
 
 Nesta aula será apresentado o modelo de abordagem sistêmico em 
comparação com o ecológico, com exemplos dinâmicos, inclusive aplicado ao 
conceito científico, em que há duas visões bem diferentes do conhecimento: o 
vertical e o horizontal. 
 Para embasar essa conceituação, muitos estudos de Capra (1998) são 
apresentados, com isso fica perceptível o pensamento sistêmico, que analisa o 
todo não somente como o conjunto de todas as partes, mas suas relações entre 
si. 
 
1. INTRODUÇÃO À DISCIPLINA 
 
A aprendizagem ocorre por meio de um processo de interação do sujeito 
com o meio e seus pares. É na relação consigo mesmo e com o outro, dentro de 
um determinado contexto, que o processo de construção do conhecimento se 
realiza. Esse já é, em si mesmo, um pensamento sistêmico. Compreendendo a 
realidade da educação de uma forma integrada e dinâmica, exercita-se a prática 
sistêmica dentro da realidade da aprendizagem. Como cita Moraes (2004, p. 242): 
“Temos uma realidade educacional que é sistêmica e, ao mesmo tempo, 
verdadeiramente complexa, o que exige um tratamento compatível com a sua 
natureza”. 
Importante 
A Psicopedagogia tem por objeto de estudo a aprendizagem 
como um processo, não apenas como um produto final, 
acabado, a qual volta-se para o ser que aprende como uma 
pessoa integral, em seus aspectos biopsicossocioafetivos, 
visando o seu desenvolvimento de forma plena e autônoma. 
 
 
7 
 
Dessa maneira, a Psicopedagogia considera as relações estabelecidas 
pelo aprendiz, pois a forma como elas se dão e configuram esse ser, revelam 
como o sujeito aprende, qual a sua modalidade e/ou estilo de aprendizagem, bem 
como revelam alguns dos seus pontos fortes e suas dificuldades. 
Nesse sentido é fundamental que o psicopedagogo tenha familiaridade 
com os conceitos e princípios sistêmicos, visto que esses embasam sua prática 
diária junto ao sujeito que aprende, quer seja no âmbito clínico, institucional ou 
em uma empresa. Por esse motivo, é fundamental que o psicopedagogo 
conheça, compreenda e se aproxime de uma compreensão sistêmica da 
realidade, para que mantenha claro o foco e o objetivo de seu trabalho: o ser 
humano integral, como é cada um ou deveria ser, inserido em redes de relação. 
Dentro dessa perspectiva, o sujeito que aprende e cada ser humano, não 
são considerados um ser fragmentado, isolado, mas sim uma pessoa em 
constante formação e transformação, ou seja, uma pessoa que no contato com o 
outro modifica esse outro e também é modificada pela força dessa relação. 
Portanto, a aprendizagem tem que ser vista como um processo total, no 
qual interfere em (e reciprocamente recebe interferências) todas as instâncias 
com as quais o aprendiz interage. É importante pontuar que ignorar isso é negar 
a própria natureza relacional e integradora do ser humano. Por exemplo, se o 
psicopedagogo não tiver essa compreensão da aprendizagem e do sujeito que 
aprende, não será possível auxiliá-lo em seu caminho rumo à superação de suas 
dificuldades e conquista do conhecimento. Como afirma Parolin (2005, p.44), 
 
[...] a aprendizagem acontece em um movimento de construção e 
reconstrução de nós mesmos, do outro, da realidade que nos circunda e 
do próprio conhecimento. Tentar trabalhar em uma dessas instâncias 
isoladamente é ineficaz, pois só iria dividir o que é indivisível. 
 
Com esse objetivo, essa disciplina vai inserir o aluno no contexto geral da 
teoria sistêmica e seus princípios mais relevantes. A partir dessas informações, 
você poderá buscar a compreensão de como o pensamento sistêmico se aplica 
no contexto da Psicopedagogia, à família, à instituição (clínica, escola, hospital, 
empresa, etc.) e à sociedade como um todo. 
 
 
 
8 
 
Importante 
O objetivo é que o aluno se familiarize com os principais 
conceitos sistêmicos e aprenda a desenvolver uma visão e 
também um pensamento sistêmico, considerando a si mesmo 
e ao sujeito que aprende como seres em constante troca, 
numa rede relacional contínua. 
 
Sendo assim, agora que é possível traçar um panorama geral sobre os 
temas que serão abordados, proceder-se-á então para a origem do pensamento 
sistêmico. 
 
1.1. Origens e contexto sócio-histórico do pensamento sistêmico 
 
A parte sem o todo não é parte, 
O todo sem a parte não é todo; 
Mas se a parte se fez todo sendo parte, 
Não se diga que é parte sendo todo. 
(Gregório de Matos) 
 
Tempos atrás, alguns cientistascomeçaram a perceber que as explicações 
que a física, a química, a biologia e as ciências, como um todo, forneciam para os 
fenômenos da realidade, não os explicavam a aprendizagem de forma completa. 
O paradigma cartesiano, adotado pela ciência, utilizava-se do princípio 
analítico para reduzir o objeto estudado, a partes cada vez menores, porém essa 
“dissecação” muitas vezes deparava-se num amontoado de minúsculas partes 
que não podia mais ser reduzida, e tampouco explicava satisfatoriamente o 
funcionamento do objeto. 
Bertalanffy (1975), biólogo austríaco, percebeu que, a despeito da 
constante e cada vez maior divisão dos conteúdos científicos em unidades cada 
vez mais isoladas e distantes, havia pontos de convergência entre as diversas 
áreas da ciência, que podiam conduzi-las a uma integração para o estudo e a 
abordagem dos seres vivos. 
Para isso, ele desenvolveu a Teoria Geral dos Sistemas, onde, 
contrariamente à prática científica de reduzir e isolar os elementos para estudá-
los, descreve os sistemas como conjuntos de elementos que interagem entre si. 
Bertalanffy (1975) percebeu que havia diversos princípios comuns às diversas 
 
9 
 
áreas da ciência. Por exemplo: Muitas vezes, o mesmo princípio já descoberto 
pela física há anos era também de utilidade para os químicos, que só vieram a 
descobri-lo muitos anos mais tarde. Isso acontecia por conta da especialização 
das ciências, que não conversavam entre si, o que desperdiçava muito tempo e 
dinheiro em pesquisas redundantes. 
Assim, a Teoria Geral dos Sistemas de Bertalanffy (1975) pretendia reunir 
princípios comuns a todos os sistemas em geral, servindo a todas as áreas da 
ciência. Como Bertalanffy (1975), e a partir de sua compreensão do organismo 
como uma totalidade, diversos cientistas também passaram a buscar modelos 
explicativos para o funcionamento do organismo dos seres vivos. 
Saiba Mais 
A questão de totalidade é um aspecto que pode ser visto na 
sala de aula. As disciplinas podem trabalhar conteúdos 
diferentes de forma separada, sem ligação de temática, ou 
um mesmo tema como a "água", ser apresentado em várias 
disciplinas e cada uma contribuindo com alguma 
informação sobre a água. 
 
Seguindo essa mesma compreensão da realidade, Fritjof Capra, físico 
austríaco contemporâneo, enunciou uma grande crise, vivida a partir do final do 
século XX, anunciada pela preocupação com problemas globais que afetam o 
meio ambiente de forma irreversível. 
A visão de mundo vigente até então, que assumia sua visão do universo 
como um sistema mecânico composto de blocos de construção elementares, a 
visão do corpo humano como uma máquina, a visão da vida em sociedade como 
uma luta competitiva pela existência, a crença no progresso material ilimitado, a 
ser obtido por intermédio de crescimento econômico e tecnológico, é confrontada 
pela emergência da realidade e dos avanços da própria ciência, que fizeram com 
que o homem se deparasse com a destruição com a qual ele próprio tem 
assolado o planeta, o que o forçou a rever suas próprias concepções. 
Segundo Capra (1998), “esses problemas precisam ser vistos, exatamente, 
como diferentes facetas de uma única crise, que é, em grande medida, uma crise 
de percepção”, que poderia ser solucionada com uma mudança radical nas 
percepções, no pensamento e nos valores humanos, como afirma o físico 
 
10 
 
austríaco. Esse novo paradigma pode ser chamado de uma visão de mundo 
holística (compreendendo o mundo como um todo integrado, e não como um 
conjunto de partes dissociadas) e ecológica (entendendo que há uma 
interdependência entre todos os fenômenos, e que cada um faz também parte da 
natureza, enquanto indivíduos e sociedade). Capra explicita a diferença entre os 
termos holístico e ecológico, através de um exemplo bastante simples: 
 
Os dois termos, "holístico" e "ecológico", diferem ligeiramente em seus 
significados, e parece que "holístico" é um pouco menos apropriado para 
descrever o novo paradigma. Uma visão holística, digamos, de uma 
bicicleta significa ver a bicicleta como um todo funcional e compreender, 
em conformidade com isso, as interdependências das suas partes. Uma 
visão ecológica da bicicleta inclui isso, mas acrescenta-lhe a percepção 
de como a bicicleta está encaixada no seu ambiente natural e social — 
de onde vêm as matérias-primas que entram nela, como foi fabricada, 
como o seu uso afeta o meio ambiente natural e a comunidade pela qual 
ela é usada, e assim por diante. (CAPRA, 1998, p.20) 
 
VISÃO HOLÍSTICA X VISÃO ECOLÓGICA 
 
 
 
Fonte: http://retratodeparede.com.br/wp-content/uploads/2014/01/bicicleta-passeio.jpg 
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/esportes/noticias/?p=12488 
 
Assim, pela abrangência do termo, Capra prefere utilizar a expressão 
“ecológica” para descrever o paradigma que embasa o pensamento sistêmico. O 
grande diferencial do modelo sistêmico é a compreensão de que as propriedades 
essenciais de um organismo (ou sistema vivo) são propriedades do todo, que 
nenhuma das partes possui. Elas surgem das interações e das relações entre as 
partes. Essas propriedades são destruídas quando o sistema é dissecado, física 
ou teoricamente, em elementos isolados. Embora seja possível discernir partes 
individuais em qualquer sistema, essas partes não são isoladas, e a natureza do 
todo é sempre diferente da mera soma de suas partes. Esse entendimento 
 
11 
 
revolucionou o pensamento científico ocidental. Até então, a premissa cartesiana 
(de René Descartes) admitia que um sistema sempre poderia ser completamente 
compreendido através da análise de cada uma de suas partes. 
Assim, a única forma de compreender as partes seria reduzi-las a partes 
ainda menores. Esse vinha sendo o fundamento da ciência até então. No entanto, 
o paradigma sistêmico opõe-se a esse entendimento, crendo que as propriedades 
das partes só podem ser compreendidas em seu contexto total. Assim, conforme 
explica Capra, o pensamento sistêmico não é analítico (reducionista), mas 
contextual. 
 
1.2. Pressupostos Sistêmicos 
 
Numa compreensão sistêmica, entende-se os organismos vivos como 
sistemas, que podem ser abertos ou fechados. Um sistema aberto significa que 
ele está em constante comunicação com o ambiente que o envolve, trocando 
energia, informação ou matéria; em contrapartida, um sistema fechado se 
encontra em equilíbrio dinâmico, não realizando trocas, por exemplo, uma pedra 
ou um objeto de madeira. As trocas com o ambiente permitem que o organismo 
mantenha sua organização e continue funcionando. Por exemplo, o ser humano 
internaliza tudo o que lhe é necessário para manter-se vivo e em 
desenvolvimento: alimentação, conhecimento (informações), cultura, afeto. Todas 
essas coisas internalizadas pelo sistema contribuem para a sua autonomia, que 
sempre é relativa, pois o ser humano vive em constante interação e 
interdependência. 
O pensamento sistêmico entende que o todo é sempre diferente do mero 
conjunto de suas partes, e só pode ser compreendido considerando o seu 
contexto, que sempre é relacional, de interação. Como o verificado no exemplo 
da bicicleta mencionado há pouco. Assim, conforme explica Capra (1998), as 
propriedades do todo são sistêmicas, produto da interação das diversas partes; 
não podem ser encontradas isoladamente, mas somente no contexto de sua 
interação. 
A percepção dos organismos em uma rede de relações gerou o 
pensamento em rede, outro ponto fundamental da concepção sistêmica. O 
conhecimento, até então compreendido como uma construção vertical (havia os 
 
12 
 
alicerces, as bases do conhecimento, sobre os quais as diversas “camadas” eram 
solidificadas uma a uma), passa a ser compreendido como uma produção 
horizontal – “uma rede interconectada de concepções e modelos, na qual não há 
fundamentos” (CAPRA, 1998, p. 48). Com isso, entende-se quenão há um 
conhecimento “fundamental”: o importante é o conjunto de percepções e 
informações, que geram o conhecimento como um todo. Assim, numa 
compreensão sistêmica da realidade, não se utiliza muito termos como “bases”, 
“fundamentos” ou “alicerces”, mas sim, em critérios, características e 
propriedades. 
 
CONHECIMENTO 
Vertical Horizontal 
 
FUNDAMENTOS, ALICERCES REDE 
FONTE: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1531258 
http://pixabay.com/pt/teia-teia-dearanha-web-aranha-37902/ 
 
A compreensão da realidade como uma rede relacional indivisível também 
exclui outra premissa cartesiana, a da objetividade científica (onde a descrição do 
conhecimento seria independente do observador e do processo de 
conhecimento). A visão sistêmica considera a epistemologia, ou seja, crê que é 
importante estudar não só qual o produto do conhecimento pronto, mas como é 
elaborado, como é produzido. 
Há ainda outros pontos importantes para o entendimento do pensamento 
sistêmico, tais como: 
 Funcionalidade (a capacidade do sistema de operar) 
 
13 
 
 Retroalimentação (a ação circular entre as partes internas e os 
elementos externos dos sistemas) 
 Complexidade (o entrelace dos diversos processos e fenômenos 
que constituem a dinâmica do sistema) 
 Auto-organização (capacidade do sistema de se autorregular para 
permanecer vivo). 
De qualquer forma, os conceitos até aqui apresentados delineiam os 
contornos principais de uma concepção sistêmica da realidade. Para finalizar, é 
importante lembrar que pensar de forma sistêmica é pensar de maneira global, 
compreendendo que “toda ação individual é também influenciada pelos 
pensamentos, pelos sentimentos e ações do outro”. (MORAES, 2004, p. 83). 
Resumindo, toda ação é uma “interação”. 
Atividade de Aprendizagem 
Discuta com seus colegas e elabore a visão holística e a visão 
ecológica do processo de ensino-aprendizagem. 
 
 
Resumo da Aula 
 
Na aula de hoje, foram apresentados a origem e os principais conceitos da 
teoria sistêmica, onde foi possível compreender que os conceitos e princípios 
sistêmicos embasam a prática diária do psicopedagogo, seja ele em clínica, 
instituição ou então empresa. É importante lembrar que a aprendizagem deve ser 
vista como um processo total e que interfere em todas as instâncias em que o 
aprendiz interage. 
Na sequência foram verificados os termos de Capra (1998) sobre o 
paradigma sistêmico, crendo que as propriedades das partes só podem ser 
compreendidas em seu contexto total. Alguns pontos importantes para o 
entendimento do pensamento sistêmico foram trabalhados na aula, a 
funcionalidade, a retroalimentação, a complexidade, e a auto-organização. Enfim, 
é importante frisar que pensar de forma sistêmica é pensar de maneira global. 
 
 
14 
 
Aula 2 - Família, Sociedade, Instituição e a Psicopedagogia 
 
Apresentação da Aula 
 
Nesta aula será abordada a família, entendendo-a enquanto um sistema 
interacional, que integra e vai além de seus membros isoladamente. Assim, 
partindo da premissa (já abordada anteriormente) de Von Bertalanffy (1975), de 
que cada organismo é um sistema, será compreendida a família como um 
sistema aberto, em constante troca entre seus membros e também recebendo (e 
realizando) interferências do meio externo a ela (a escola dos filhos, a empresa 
dos pais, o clube que frequentam, a igreja, as características daquele bairro, etc.). 
Além disso, nesta aula será verificado sobre a relação e as contribuições 
da família, instituição e sociedade dentro do processo pedagógico perpassando 
pelos seguintes contextos: a família na concepção sistêmica, a família enquanto 
sistema e seus subsistemas, desenvolvimento e ciclo vital, comunicação familiar e 
aspectos funcionais/disfuncionais, correlação com a Psicopedagogia (clínica e 
institucional). 
 
2. FAMÍLIA NA CONCEPÇÃO SISTÊMICA 
 
Saiba Mais 
A família é, portanto, assim como qualquer outro grupo 
social, “um sistema constituído por múltiplos 
microssistemas em relação dinâmica”, ou seja, “a família é 
um sistema entre sistemas” (ANDOLFI, 1977, p. 16). 
 
 
Numa compreensão sistêmica, Andolfi (1977) considera a família sob três 
aspectos: 
 A família como um sistema em constante transformação, que se 
adapta às diferentes exigências dos diversos estágios de 
desenvolvimento, com o objetivo de assegurar a continuidade e 
crescimento psicossocial dos membros que a compõem; 
 
15 
 
 A família como sistema ativo, autorregulado pelas regras que ela 
mesma elabora e modifica para sua própria convivência e harmonia, 
visando sua estabilidade; 
 A família como sistema aberto em interação com outros sistemas, 
agindo sobre, e recebendo a ação dos outros sistemas de seu 
ambiente (igreja, trabalho, clube, escola, cultura do bairro, etc.), num 
equilíbrio dinâmico. 
Importante 
É possível compreender que a família é um sistema ativo 
em constante transformação. A mudança na função de um 
dos membros da família acarreta modificação nas funções 
dos demais membros, caracterizando o desenvolvimento 
individual daquele membro e também a reorganização 
contínua do sistema familiar, em seu ciclo de vida 
(ANDOLFI, ANGELO, MENGHI E NICOLO-CORIGLIANO, 
1984). 
 
Assim, como uma pedra lançada ao lago que agita o mesmo e provoca 
sucessivas ondas, obrigando todo o sistema (lago) a se adaptar à nova situação, 
até que possa novamente encontrar o equilíbrio. Da mesma maneira acontece na 
família, quando a mãe, por exemplo, muda a sua forma de responder a seus 
filhos. No entanto, essa mudança afetará todo o sistema (“o que aconteceu com a 
mãe?”, “ela está brava?”, “acho melhor a gente pegar mais leve”, etc.), levando-os 
a uma consequente modificação. 
Importante 
Logo, quando se fala em família, é necessário entender que 
a referência deve ser relacionada a um grupo de pessoas 
que possui uma organização própria e um conjunto 
particular de normas, padrões de condutas, valores, e que 
compartilham coisas cotidianas, afetos, sentimentos e 
emoções, dando suporte umas às outras e também se 
esforçando em manter a sua diferenciação, o seu jeito 
único de ser no mundo (PAROLIN, 2005, p. 48). 
 
 
16 
 
Ou seja, não é possível deixar passar, que embora o estudo seja voltado 
para o núcleo familiar, cada pessoa pertencente a ele, é uma pessoa única e 
possui suas características peculiares, assim como suas habilidades e limitações. 
É válido pontuar, que ao falar em ciclo de vida familiar, refere-se aos 
estágios previsíveis de desenvolvimento que ela percorre através do tempo. 
Contudo, é importante salientar que “o ciclo de vida individual acontece dentro do 
ciclo de vida familiar, que é o contexto primário do desenvolvimento humano” 
(CARTER E MCGOLDRICK, 1995, p.8). 
Embora diferentes autores apresentem distintas divisões das etapas do 
ciclo de vida familiar, nesse momento serão abordadas as etapas retratadas por 
Betty Carter e Monica McGoldrick. 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
O livro As Mudanças no Ciclo de Vida 
Familiar de Monica McGoldrick e Betty 
Carter (1995), apresentam ideias e 
conceitos importantes que baseiam muitos 
dos estudos vistos nesta aula, inclusive 
com a definição dos estágios do ciclo de 
vida familiar. 
 
2.1. Os Estágios do Ciclo de Vida Familiar 
 
I. Jovem solteiro. 
II. Novo casal. 
III. Famílias com filhos pequenos. 
IV. Famílias com adolescentes. 
V. Lançando os filhos e seguindo em frente (ninho vazio). 
VI. Famílias no estágio tardio da vida. 
 
Para que a família seja capaz de se adaptar às modificações que 
atualmente enfrenta com o decorrer do tempo (ou de circunstâncias adversas), 
ela utiliza-se da sua própria estrutura. Segundo o terapeuta argentino Salvador 
Minuchin (1990, p. 57), “a estrutura familiar é o conjunto invisível de exigências 
 
17 
 
funcionais que organiza as maneiras pelas quais os membros da famíliainteragem”. 
Além desses estágios padrão, também há variações no ciclo de vida 
familiar, como divórcio, recasamento, doenças crônicas, doenças terminais e 
morte. Ademais, as variações referentes à cultura, etnia, padrão sociofinanceiro e 
crença religiosa também precisam ser consideradas, bem como as geradas por 
outros eventos modificadores (como a inserção em outra cultura causada pela 
mudança para outro país). 
Saiba Mais 
A família opera conforme padrões transacionais (padrões 
de ação), que regulam os comportamentos de seus 
membros. Para que a família subsista enquanto sistema, é 
necessário que possua um variado repertório de padrões, 
que possa acessá-los e também modificá-los quando 
necessário. 
 
Segundo Minuchin (1990), o sistema familiar se diferencia dos demais e 
executa suas funções através de subsistemas. Cada membro dela é um 
subsistema. Os subsistemas podem ser compostos por geração, sexo, interesse 
ou função – como os subsistemas: “irmãos” e “filhos homens”, por exemplo: Cada 
membro da família pertence a diferentes subsistemas, onde suas funções e seu 
nível de poder variam. Em cada subsistema, os membros exercitam distintas 
habilidades interpessoais. 
No entanto, essas habilidades não são ilimitadas: cada um pode exercer 
sua função até um determinado limite, dado pelas fronteiras. As fronteiras de um 
subsistema são as regras que definem quem participa e como, e servem para 
proteger a diferenciação do sistema. 
Vídeo 
No vídeo da TV Cultura, a psicóloga Roseli Sayão apresenta 
indicações para a família de ferramentas importantes para 
recuperar alguns limites e ordens que precisam ser respeitadas 
dentro do ambiente familiar. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=aYxo_97FWeM 
 
18 
 
Para que a família funcione apropriadamente, é preciso que as fronteiras 
sejam claras e bem definidas, evitando desvios de funções e trocas de papéis, 
mas por outro lado, a família precisa ser permeável, ao permitir sua adaptação ou 
reestruturação, conforme as necessidades. 
Quando as fronteiras são excessivamente rígidas, não admitindo qualquer 
mudança ou negociação, há o desligamento; no outro extremo, quando as 
fronteiras são difusas e não há diferenciação de papéis e funções, ocorre o 
emaranhamento. 
Assim, quanto ao padrão de interação, é possível definir as fronteiras como 
desligadas, nítidas ou emaranhadas. As famílias que operam nos dois polos 
extremos podem, possivelmente, desenvolver patologias. Para Minuchin (1990), 
a clareza dos limites da estrutura familiar é mais importante, até mesmo do que a 
composição de seus subsistemas. 
Para Refletir 
Será que as diferentes estruturas familiares, que estão mais 
presentes na atualidade, influenciam nas interações da família? 
Pai ou mãe solteiros, casais homossexuais, relacionamentos 
abertos, o que isso afeta os aspectos da família vistos 
anteriormente? E para a criança, enquanto pessoa em 
aprendizagem, que cuidados precisam ser tomados para uma 
educação de qualidade? 
 
Cabe lembrar que nos dias atuais, a família recebe uma formação 
diferenciada da considerada “tradicional”, onde é possível não ter a figura 
materna ou a paterna, pois o mundo vive também o homossexualismo. 
Atualmente, em muitas escolas, comemora-se o dia da Família, para que todos os 
alunos sejam representados pelos seus membros. Dessa maneira, a escola 
vence alguns obstáculos que os alunos podem sofrer ou questionar. 
Toda família enfrenta situações de tensão. Assim sendo, o critério para a 
saúde não se trata da presença ou ausência de problemas. O importante, para 
avaliar a funcionalidade da família, é perceber como ela opera, como consegue 
funcionar e se adaptar às mudanças e circunstâncias da vida, de forma a manter 
uma continuidade é promover o crescimento psicossocial de cada um de seus 
membros (FÉRES-CARNEIRO, 1996, p. 17). 
 
19 
 
Um fator crucial para a interação e manutenção da saúde entre os 
membros da família, é a comunicação. Ela não somente informa, mas também 
transmite um comportamento. Nas comunicações funcionais, onde há 
entendimento entre os comunicantes, há congruência entre o nível de 
transmissão de informação e de comportamento. O oposto ocorre com a 
comunicação disfuncional, onde não há qualidade e nem entendimento. 
Para o funcionamento da família é muito importante que a comunicação 
seja realizada de maneira unificada, ou seja, com o diálogo direto e aberto entre 
os membros, pois caso aconteça algum problema de compreensão das falas, 
existe a possibilidade de conversar e rever os pontos necessários. 
Utilizando os critérios já pontuados no texto, Satir (1967, citado por 
FÉRES-CARNEIRO, 1996) define as famílias funcionais e disfuncionais. Também 
outros autores se dedicaram ao estabelecimento de padrões para a 
funcionalidade ou disfuncionalidade da mesma. Para isso, apresenta-se alguns 
desses critérios no quadro abaixo: 
 
2.2. A Família como Sistema em Constante Transformação 
 
Nesse momento, é possível visualizar a família adaptando-se às mudanças 
de seu ciclo vital (esse tema será melhor explicado adiante) e as demandas do 
ambiente em que se insere, visando sua continuidade e o crescimento 
psicossocial de seus membros. É possível ver a seguir alguns itens que diferem 
as famílias: 
FAMÍLIAS FUNCIONAIS FAMÍLIAS DISFUNCIONAIS 
Manifestam-se com clareza sobre o que 
pensam e sentem. 
Esquivam-se a falar, ou manifestam-se de 
forma vaga e obscura sobre o que pensam 
e sentem. 
Compreendem as diferenças como 
oportunidade de aprendizagem e 
crescimento. 
Compreendem as diferenças como uma 
ameaça ou sinal de conflito. 
Lidam com as pessoas e situações como 
elas de fato são. 
Lidam com as pessoas e situações como 
gostaria que elas fossem. 
Assumem a responsabilidade sobre o 
que pensam, sentem e fazem. 
Culpam os outros pelo que pensam, sentem 
e fazem. 
Os conflitos podem ser expressos e 
discutidos. 
Os conflitos são escondidos, silenciados ou 
negados. 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2016). 
 
20 
 
 
Vale ressaltar que a família contemporânea em muito difere da família de 
há poucos anos atrás, do tempo dos avós. 
Com a mudança do papel da mulher na família, agora trabalhando fora e 
assumindo dupla jornada, os filhos recebem os cuidados de tios, avós, babás e 
escolas em tempo integral. O advento da tecnologia da informação acelerou 
nossa percepção do tempo e mesmo dos brinquedos infantis que hoje exigem a 
presença da tecnologia, da inovação, do moderno. 
Portanto, surgiram novos arranjos familiares, com o divórcio e o 
recasamento, além dos casais homoafetivos e famílias monoparentais. Apesar de 
tantas transformações, a família permanece sendo o agende fundamental para a 
manutenção da subjetividade, a formação e o desenvolvimento de sujeitos 
conscientes e autônomos (CERVENY, 2007, p. 34). 
Vocabulário 
Casais Homoafetivos - São casais formados por pessoas do 
mesmo sexo. 
Famílias Monoparentais - Famílias que, por algum motivo, tem 
um único provedor, formado somente pela mãe ou então, 
somente pelo pai. 
 
Como abordado nesta aula, a Psicopedagogia dedica-se ao ser que 
aprende, ser este que é um ser de múltiplas e constantes relações. Por isso, é 
fundamental o psicopedagogo considerar, em sua prática, o contexto familiar em 
que o aprendiz está inserido. 
Parolin (2005, p. 34) traz uma contribuição interessante quando diz que 
“faz parte das nossas investigações, como psicopedagogos, conhecer e desvelar 
qual é a posição do aprendiz em sua família, em sua escola e em seu contexto 
social”. Ou seja, a análise da interação entre os membros da família diz muito 
sobre como circula o conhecimento e como se dá a aprendizagem naquele 
contexto. 
O olhar do psicopedagogo, seja no âmbito clínico ou institucional, precisa 
contemplar as relações e articulações que ocorrem entre a família e a 
aprendizagem. 
 
21 
 
A psicopedagoga argentinaAlícia Fernández (1991) diz, inclusive, que a 
forma como o sujeito aprende é produto das experiências de aprendizagem dele, 
em interação com seu grupo familiar. Assim, entender a dinâmica familiar do 
sujeito que aprende, a forma como lida com seus progressos e suas 
adversidades, compreender quais os papéis e funções que ele assume em sua 
família, conhecer os padrões interacionais e as fronteiras que o delimitam e 
compreender em que momento do ciclo de vida está inserido, revela para você, 
enquanto profissional, evidências importantes de como esse sujeito funciona, 
como compreende o mundo, como interage com ele e como aprende. 
 
O olhar do psicopedagogo, seja no âmbito clínico ou 
institucional, precisa contemplar as relações e articulações que 
ocorrem entre a família e a aprendizagem. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Observando as alterações dos modelos familiares, muito 
frequentes na atualidade, que consequências podem ser 
percebidas nos integrantes infanto-juvenis dessa família, e 
que cuidado o psicopedagogo precisa tomar ao lidar com esse 
paciente ou essa situação? 
 
Resumo da Aula 
 
Na aula de hoje você, aluno (a), pôde ver que a família é um sistema, um 
sistema interacional, que integra e vai além de seus membros isoladamente. Foi 
possível compreender ainda que a família é um sistema ativo em constante 
transformação. 
A mudança nas funções de um dos membros da família acarreta 
modificações nas funções de todos os demais membros, caracterizando o 
desenvolvimento individual daquele integrante, e também a reorganização 
contínua do sistema familiar, em seu ciclo de vida. 
 
22 
 
Por essa razão, é preciso que o psicopedagogo tenha clareza ao trabalhar 
com o aprendiz considerando, em suas práticas, as mudanças e transformações 
que ele, o aluno passa e compreender seu contexto familiar para atendê-lo em 
suas necessidades. 
 
Aula 3 - A relação e as contribuições da família, instituição e sociedade 
dentro do processo psicopedagógico 
 
Apresentação da Aula 
 
Até a aula anterior foi estudado como o indivíduo é um sistema que se 
relaciona com outros sistemas por toda a sua vida, dos quais depende e para os 
quais ele também é fundamental. 
Nesta aula será apresentada a abordagem psicopedagógica institucional e 
como ela repercute na sociedade, mostrando que a função do psicopedagogo 
pode ser não somente a lida com o aluno com necessidades educacionais 
especiais, mas também incentivar as pessoas e renovar nelas o desejo pelo 
aprendizado. 
 
3. A RELAÇÃO E AS CONTRIBUIÇÕES DA FAMÍLIA, INSTITUIÇÃO E 
SOCIEDADE DENTRO DO PROCESSO PSICOPEDAGÓGICO 
 
Quando se refere a questões de instituições é preciso considerar a pessoa 
como um ser contextualizado. É ter uma postura de respeito frente ao outro, 
reconhecendo e valorizando o percurso que ele traçou até ali, e isso é muito 
importante ao se relacionar com os professores que, muitas vezes, se sentem 
desvalorizados, cansados e alguns até frustrados. 
Assim, é de muita importância para o psicopedagogo pensar no tato e na 
sensibilidade que é preciso ter ao lidar, não somente com o aprendiz, mas com 
todas as pessoas que estão envolvidas no processo de aprendizagem, em 
especial aqueles com que o profissional está preocupado. 
 
 
23 
 
Para Refletir 
A família é um sistema aberto, composto por diversos 
subsistemas como já visto, e que possui algumas propriedades 
fundamentais, no intuito de manter a sua continuidade. Dadas 
essas características, reflita sobre a dualidade das ideias de 
continuidade da família, quando há o desenvolvimento de seus 
integrantes para a formação de núcleos familiares novos, o que 
isso pode impactar nos outros membros da família? 
 
Nesta aula será explorado um pouco mais sobre outros sistemas, onde o 
indivíduo também está incluído e interage com o meio e que, na realidade, 
compõem a sociedade da maneira como ela é conhecida, instituições como 
sistema com o qual o ser que aprende interage. 
Antes de introduzir o estudo da instituição, é necessário lembrar que, ao 
falar da psicopedagogia dentro da instituição, não se refere a outra 
psicopedagogia, mas sim à mesma atuando num outro contexto e, por isso, 
apresentando particularidades que são próprias àquela instituição, “o que não 
impede de relacionar seu conteúdo aos indivíduos, aos grupos, à comunidade e à 
cultura que fazem parte do contexto de uma instituição” (BARBOSA, 2001, p. 
104). 
 Para Refletir 
A Psicopedagogia então está focada em como o sujeito aprende, 
buscando otimizar seu processo de aprendizagem; assim, é 
possível perguntar: Nós aprendemos somente na escola? Onde 
mais aprendizagem pode acontecer? E de que maneira? 
 
Enfatiza se que, assim como há aprendizagem em outros contextos, a 
psicopedagogia se estende também a eles. Assim, o objetivo da psicopedagogia 
é atuar dentro da instituição sem restringir-se ao ambiente escolar, ou seja, 
abordar o meio empresarial, as ONGs (Organizações não Governamentais), o 
terceiro setor e assim por diante. 
O conhecimento é uma produção que se dá simultaneamente com o 
processo de vida: enquanto se vive, o aprendizado é uma constante. Mesmo as 
 
24 
 
pessoas que nunca frequentaram uma instituição de ensino regular, formal, 
possuem uma vasta gama de conhecimentos que lhes permite compreender a 
realidade, relacionar-se com o outro, trabalhar e exercer uma vida produtiva e 
autônoma. 
Aprende-se na escola, com a família, observando o exemplo e a história de 
vida de outras pessoas logo ao ouvir, tentar, acertar e errar. O ser humano realiza 
diariamente esse movimento, em casa, no serviço, com os amigos ou mesmo 
sozinho, lendo um livro, por exemplo. Assim, o conhecimento se processa onde o 
sujeito está inserido: na escola, na empresa, na igreja, no clube, no hospital. Toda 
a instituição é formada por um grupo de pessoas e dessa forma pode ser 
compreendida como um grupo que aprende, sendo campo de interesse, portanto, 
da psicopedagogia institucional. 
 
Importante 
As instituições funcionam também como sistemas. Assim como 
o sistema da família, o sistema institucional também atua com 
uma “personalidade” própria, um jeito de ser que não é o jeito de 
cada membro isoladamente, mas que caracteriza a instituição 
como um todo. 
 
Voltando-nos às instituições, Bleger (1998) chama essa personalidade de 
sincretismo, o qual torna cada grupo particular, diferenciado dos demais. É o jeito 
de funcionar da instituição, que acontece somente ali, naquele lugar e com a 
presença daquele grupo de pessoas. 
A despeito disso, é importante lembrar que, dentro da instituição, cada um 
traz a sua própria bagagem de vida, sua visão de mundo, sua forma de aprender, 
de pensar e de compreender. “É o resultado de todas as interações realizadas na 
vida, até ali. É como se cada um carregasse dentro de si um grupo interno” 
(BARBOSA, 2006 p. 78). 
Isso porque tudo o que uma pessoa é reflete nas suas ações e atitudes, 
com contribuições de cada pessoa com quem ela conviveu, de cada lugar onde 
habitou, e assim por diante. Assim, por exemplo, há o caso de um aprendiz de 9 
anos de idade e que ainda não se encontrava alfabetizado. A medida que o 
 
25 
 
pedagogo o conhece, ele pôde descobrir no aprendiz, um pouco da mãe que 
trabalha fora o dia inteiro (de quem ele copia a expressão “tempo é dinheiro”), do 
pai que desvaloriza a educação formal (e diz para o aprendiz que “hoje em dia 
nem quem tem estudo ganha bem”), da madrinha que veio de outra região do 
país para morar com a família e cuidar dele (de quem ele curiosamente pegou o 
sotaque). Ao continuar acompanhando, será perceptível quantos outros 
elementos são características desse aprendiz que ele “herdou” das relações que 
estabelece com as outras pessoas, situações e contextos. É a isso que Laura 
Monte Serrat Barbosa (2006) se refere quando menciona o “grupo interno”: a 
essa infinidade dereferências que cada um carrega dentro de si, como se fosse 
um verdadeiro grupo. 
O psicopedagogo dentro da sua realidade institucional precisa estar atento 
à estrutura e ao funcionamento da mesma, para visualizar o contexto ecológico 
de seu cliente (o aprendiz). Entender como os diferentes sistemas se relacionam 
e se entrelaçam é fundamental para compreender como se dá a aprendizagem 
naquele contexto, ou qual a origem da dificuldade em aprender ali. O 
psicopedagogo não precisa e não deve restringir-se à instituição escolar, pois há 
desvios e dificuldades no processo de aprendizagem em qualquer instituição, e 
quando o psicopedagogo não é chamado a intervir diretamente sobre um 
problema já identificado, há a oportunidade de exercer um trabalho de caráter 
preventivo, minimizando a ocorrência de maiores dificuldades nessa instituição. 
Sabendo que é papel do psicopedagogo atender as dificuldades e otimizar 
o processo de aprendizagem, de forma que, dentro de uma instituição, cabe à 
psicopedagogia, inicialmente, compreender as diversas relações humanas que se 
dão ali, considerando que a instituição é, por si mesma, uma rede de relações 
entre sistemas (considerando cada integrante da instituição como um sistema). 
Logo, quando se atua em um hospital, por exemplo, cabe ao psicopedagogo levar 
em conta a crise no ciclo vital do indivíduo (situação de perda, doença) e a 
mudança de ambiente (afastamento da família e demais atividades, devido ao 
internamento). 
Considerando, sobretudo, o bem-estar de seu cliente, o psicopedagogo 
deve auxiliá-lo na compreensão e no enfrentamento desse momento crítico 
(ajudando inclusive a tomar consciência das características da própria doença, 
quando necessário), minimizando consequências emocionais negativas e 
 
26 
 
valorizando a motivação e a manutenção do vínculo com o processo de 
aprendizagem, visando o desenvolvimento global do sujeito que aprende. Essa, 
em geral, não é uma tarefa fácil, principalmente quando se refere a crianças. 
Ao realizar atividades psicopedagógicas junto a um hospital infantil pode-
se considerar que o lado emocional do profissional é bastante exigido. É possível 
encontrar crianças internadas a um tempo significativo que, a despeito das 
dificuldades, continuam acompanhando o ano letivo, estudando no próprio 
hospital, recebendo o auxílio não somente dos conteúdos específicos do 
currículo, mas também sendo amparadas para manter o interesse e a motivação 
para o aprendizado, ainda que numa situação adversa. 
Na situação de atendimento a um hospital, o psicopedagogo pode e deve 
apoiar o aprendiz junto aos conteúdos curriculares, mas, além disso, ele precisa 
contribuir para a aprendizagem da nova situação que está vivenciando: aprender 
sobre sua própria condição, suas limitações e possibilidades, auxiliar a família a 
também compreender com clareza a situação que estão vivenciando. Junto à 
equipe de saúde (enfermeiros, fisioterapeutas, médicos, assistentes sociais e até 
mesmo as auxiliares que diariamente entregam as refeições e cuidam da limpeza 
de cada quarto), cabe contribuir para o entendimento da dinâmica daquela 
pessoa, de seu histórico de vida e seu contexto familiar. Em toda situação nova 
ocorre aprendizagem e, nesse sentido, o hospital se torna um lugar de inúmeras 
experiências novas e desafiadoras, às quais o psicopedagogo pode contribuir. 
No contexto empresarial o psicopedagogo pode contribuir para a melhoria 
das relações entre os funcionários, otimizando processos de treinamento e 
fomentando a criatividade e a gestão de novas ideias que corroborem para a 
melhoria do ambiente da empresa. 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Para conhecer mais sobre a atuação deste profissional no campo 
institucional, recomenda-se a leitura do artigo Psicopedagogia 
Institucional Aplicada (2013), do Portal Educação. Disponível em: 
http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/53279/psico
pedagogia-institucional-aplicada 
 
27 
 
 
Ainda assim é possível que o profissional tenha o foco voltado para auxiliar 
na elaboração, no desenvolvimento e na avaliação de projetos e, obviamente, 
contribuir quando surgirem entraves que dificultem ou imobilizem a empresa, 
“engessando-a”. Tudo aquilo que promova, ou, por outro lado, impeça o processo 
de crescimento e de aprendizagem interessa a atuação da psicopedagogia. No 
contexto empresarial, por exemplo, uma liderança muito rígida que não permita a 
expressão de ideias e sugestões, pode inibir os colaboradores, de forma a, até 
mesmo, prejudicar todo o desempenho do grupo. Assim, aprender a lidar com 
opiniões distintas (no caso deste líder) e aprender a expressar-se de forma 
positiva (para os colaboradores) deve ser um grande projeto, onde o 
psicopedagogo terá uma atuação desafiadora e estimulante. 
A escola é também uma instituição, no entanto se diferencia das demais 
por participar, assim como a família, do processo de desenvolvimento como uma 
matriz de formação (POLITY, 2004). A família, como já mencionado na aula 
passada, também é a instituição que insere o sujeito na sociedade, 
apresentando-o à convivência social. 
Como cita Parolin (2005), aprender é integrar-se ao contexto social, 
enriquecendo-o com sua presença e suas contribuições. Assim, toda instituição 
pode ser foco de trabalho psicopedagógico, pois em todo novo ambiente em que 
o sujeito se insere, precisa se adaptar para poder integrá-lo, ao mesmo tempo em 
que contribui com suas próprias experiências e conhecimentos, gerando 
crescimento para todos. Dentro de uma empresa, por exemplo, quando um 
colaborador é admitido, precisa integrar-se à equipe já existente, adaptando-se às 
novas tarefas que deve executar. O psicopedagogo, nesse caso, pode auxiliar na 
aquisição dessa nova aprendizagem, facilitando o processo de integração do 
colaborador à empresa. 
Dentro de qualquer instituição, seja ela a escola, um hospital, empresa, 
etc., a presença da família continua se fazendo notar, através das ‘marcas’ que 
imprime no indivíduo que se encontra nos mais diversos contextos. Lembrando a 
citação que já foi abordada anteriormente, da psicopedagoga Laura Monte Serrat 
Barbosa (2006), o indivíduo carrega um grupo dentro de si, em qualquer lugar ou 
situação, ele vai manifestar as suas impressões, seus valores, suas experiências, 
seu modo de compreender a vida – e em cada um desses detalhes, é possível 
 
28 
 
ver a ‘assinatura’ de sua família, as impressões que seu sistema familiar deixou 
nele. 
O olhar sistêmico traz uma importante contribuição à prática 
Psicopedagógica, pois ajuda a compreender o ser humano em seus contextos 
(familiar, escolar, organizacional, hospitalar, etc.). Nessa compreensão, pode-se 
entender a família como um subsistema inserido nos demais sistemas, agindo em 
cooperação e reciprocidade com os mesmos. A família e a instituição devem 
permanecer atentas e conectadas; no caso da instituição escolar, por exemplo, 
assim como a família depende da escola para a mediação e instrução formal a 
seus filhos, também a escola não pode cumprir o seu papel sem os alunos 
(LUCHESE, 2009). Assim, família e escola assumem sistemas que atuam (ou 
deveriam atuar) em parceria, assumindo tarefas complementares. 
Conforme cita Parolin (2005, p. 34), “faz parte das nossas investigações, 
como psicopedagogos, conhecer e desvelar qual é a posição do aprendiz em sua 
família, em sua escola e em seu contexto social”, ou seja, pesquisar e 
compreender a realidade integral vivida pelo aprendiz. 
Para realizar essa investigação, a Psicopedagogia se utiliza de seu caráter 
multidisciplinar, buscando outras áreas do conhecimento que contemplem ou 
possam melhor explicar a natureza e o funcionamento da facilidade e da 
dificuldade de aprendizagem; por exemplo, a linguística ajuda a explicar o 
processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem, já os conhecimentosneurológicos ajudam a identificar disfunções que podem dificultar o processo de 
aprendizagem e uma aproximação com a psicologia facilita o entendimento de 
como funciona e repercute no sujeito o seu próprio sistema familiar. 
Importante 
A Psicopedagogia pode assumir, no âmbito escolar, o caráter 
preventivo e também de intervenção. No aspecto preventivo, o 
psicopedagogo pode identificar possíveis desvios no processo de 
aprendizagem, favorecer a integração dos indivíduos com e na 
escola e promover orientações metodológicas, conforme as 
características individuais e do grupo. 
 
 
29 
 
Numa intervenção propriamente dita, a Psicopedagogia pode contribuir na 
elaboração de planos e projetos, trazendo à reflexão o papel da escola frente à 
própria aprendizagem e suas dificuldades, considerando as necessidades e 
especificidades de cada aprendiz. 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
É recomendada a leitura do artigo: Psicopedagogia e ensino 
superior: o múltiplo e as possibilidades de aprender e ensinar 
(2010), da pesquisadora Paula Amaral Faria. Neste artigo é 
possível verificar as relações presentes na psicopedagogia 
quando aplicada ao ensino superior. Disponível em: 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141
5-69542010000100008 
 
Ao participar da rotina escolar, o psicopedagogo pode interagir com a 
comunidade esclarecendo dúvidas, desfazendo mitos da família, acompanhando 
a relação professor-aluno e acompanhando o desenvolvimento do aprendiz em 
seu processo de aprendizagem. 
Importante 
Aproximar-se da escola para compreender seu funcionamento é 
importante. No entanto, o mais importante é entender como a 
família daquele aprendiz, com suas nuances, se relaciona com 
aquela escola. O que interessa para a psicopedagogia é a forma 
como o sujeito estabelece relação com a escola e vice-versa. 
Resumo da Aula 
 
Dentro de qualquer instituição em que esteja inserida, a psicopedagogia 
contribui, a partir de uma visão ecológica e contextualizada do ser que aprende, 
para que a aprendizagem de fato ocorra, mas não somente isso: mais do que 
construir a aprendizagem, ela tem compromisso em restaurar o prazer de 
aprender, em fazer com que o aprendiz se interesse e sinta alegria em buscar o 
conhecimento. 
 
30 
 
Assim, cabe ao profissional auxiliar o aprendiz a reconhecer o seu estilo de 
aprendizagem, identificar seus pontos fortes e vulneráveis, relacionar as 
diferentes áreas do conhecimento entre si e com sua própria história de vida. 
 
Aula 4 - Família, Sociedade, Instituição e a Psicopedagogia 
 
Apresentação da Aula 
 
Esta aula apresentará a importância da atuação do psicopedagogo, nos 
diversos contextos: familiar, institucional e social. Com a possibilidade de 
intervenção nos processos pedagógicos quando existe uma queixa, da família, 
professor ou do próprio aluno, e prevenção de dificuldades com atuação 
psicopedagógica voltada para evitar os problemas de aprendizagem. 
 
Importante 
É importante lembrar que o trabalho do psicopedagogo se inicia 
a partir de uma queixa: um sintoma que aflora, onde o 
psicopedagogo é convidado a “resolver o problema”. O sintoma é 
a expressão de que algo não vai bem. Ou seja, é a manifestação 
de uma situação patológica (SAMPAIO, 2011). 
Independentemente da ordem do sintoma, que não é o foco 
nesse momento, vale dedicar uma atenção à posição que o 
psicopedagogo assume frente a ele. 
 
Um detalhe para se pensar é: nem sempre o psicopedagogo precisa ter a 
explicação dada pela instituição como certeza absoluta. Como explica Barbosa 
(2001, p. 137), “a observação do sintoma exige um pensamento sistêmico”, em 
que “o sintoma será visto como o emergente do funcionamento da instituição 
como um todo”. 
 
 
 
 
31 
 
Para Refletir 
A família é um sistema, aberto, composto por diversos 
elementos. Portanto, ele é a parte manifesta, aparente, de um 
todo que é bem mais complexo do que o revelado. Dessa 
maneira, para ficar mais clara essa situação, pense um pouco 
no iceberg. O que é possível visualizar? No topo do iceberg com 
certeza é possível significá-lo como a queixa para o 
psicopedagogo; e o que está embaixo são as questões que o 
profissional precisa investigar para alcançá-las. 
 
Após a sua compreensão do sintoma, é preciso levar em conta a 
complexidade tanto do sujeito como do ambiente através da contextualização, 
bem como a complexidade da relação entre eles, para que se tenha uma visão 
mais clara e fidedigna da real natureza da dificuldade de aprendizagem que ali 
está revelada. 
Independentemente do local onde o psicopedagogo seja convidado a 
atuar, é necessário lembrar que o aprendiz é um sujeito inteiro em seus aspectos 
biológicos, cognitivos, afetivos e sociais (BARBOSA, 2002). Ele não é só o 
problema e/ou dificuldade. 
Fonte: Elaborado pelo DI (2016). 
 
Quando Barbosa (2002), considerada referência no meio psicopedagógico, 
cita os aspectos biológicos, cognitivos, afetivos e sociais, torna-se relevante 
pontuar que a considerações desses aspectos significa contemplar as dimensões 
integrantes de cada sujeito existente; e que independentemente da situação 
 
32 
 
social, tanto dele como de sua família, elas devem ser analisadas presença de 
cada uma nas atitudes do aprendiz, ou seja, daquele que tem a possibilidade de 
chegar na clínica e/ou esteja sob a observação psicopedagógica institucional. 
 
Para Refletir 
Muitas vezes se presencia situações em que os colegas se 
manifestam referindo a seus pacientes/alunos como “o 
hiperativo”, “a Asperger”, “o disléxico da turma da manhã”. O que 
você pensa sobre isso dentro da sua formação e futura atuação 
como psicopedagogo? 
 
Como futuros psicopedagogos e profissionais, não é possível pensar ou 
reduzir o sujeito somente a isso, às condições que afligem o paciente/aluno, pois 
dessa maneira, é como se naquela figura, o profissional observasse somente 
para uma bolinha no alto do topo do iceberg. No entanto, é preciso considerar 
que o aprendiz é muito mais que isso, e por essa razão esse aspecto não pode 
ser o discurso do psicopedagogo. Mas é importante exercitar o pensamento e a 
visão e se acostumar a pensar diferente daquilo que muitas vezes você foi 
acostumado a enxergar, dentro de uma visão linear. 
Na verdade, não adianta tentar aplicar o discurso somente na hora em que 
estiver atendendo na clínica, ou no momento de atuação na instituição; é preciso, 
primeiramente, olhar imparcialmente, para que se possa entender e realmente ver 
o aluno, o paciente, como uma pessoa total em suas dimensões. 
A atuação do psicopedagogo dentro da instituição escolar é a mais comum 
de se imaginar, por ser o ambiente onde esse profissional se encontra com mais 
frequência. Dentro da escola, o aprendiz é chamado a assumir o papel de aluno, 
devendo atingir uma série de objetivos, elencados por seus professores, num 
determinado período de tempo – o bimestre, ou o ano letivo. 
Com isso em mente, serão mostrados a seguir a alguns exemplos de 
intervenção psicopedagógica nas diferentes instituições, para esclarecer melhor o 
assunto facilitando o aprendizado, de forma que as queixas mais comuns são que 
os alunos: 
 
 
33 
 
 
Fonte: Elaborado pelo DI (2016). Imagens disponíveis em: 
http://www.melhoramiga.com.br/wp-content/uploads/2012/03/crianca-violenta.jpg 
http://www.superaprendizado.com/wp-content/uploads/2014/05/Learning-Disable-300x175.jpg 
http://www.sorriacomocrianca.com.br/wp-content/uploads/2012/12/Crianca-distraida-na-escola.jpg 
 
Para Refletir 
O que se pode considerar é que isso não é apenas uma forma 
de falar, uma teoria em voga ou algo parecido, mas é uma forma 
de compreender a realidade, e de tratar o que a escola traz 
através do diálogo, de maneira a auxiliá-la. Portanto, o 
psicopedagogo tem a oportunidade de perceber que seria 
possível traçar uma lista de queixas e reclamações que a escolaapontou, entretanto, o seu objetivo como profissional é ir além 
desse levantamento e refletir: O que fazer com essas queixas? 
 
Como frisado até o momento, é importante inicialmente situar o todo, 
porque muitas vezes, na prática, é difícil, pois o professor já está cansado, 
nervoso, pressionado por parte da própria instituição em que o psicopedagogo 
está atuando. Alguns profissionais sofrem muita pressão das escolas porque para 
a escola, o psicopedagogo tem a solução imediata para o aluno e que sanará a 
dificuldade dele da noite para o dia. 
 
http://www.melhoramiga.com.br/wp-content/uploads/2012/03/crianca-violenta.jpg
http://www.superaprendizado.com/wp-content/uploads/2014/05/Learning-Disable-300x175.jpg
http://www.sorriacomocrianca.com.br/wp-content/uploads/2012/12/Crianca-distraida-na-escola.jpg
 
34 
 
Converse Com Seus Colegas 
Será que é isso mesmo que a escola pensa? Que o problema é 
do aluno e que é ele (e somente ele) que deve mudar? 
 
Quando se percebe a importância da formação continuada do profissional, 
sem levar em consideração a área de atuação, é possível compreender a 
responsabilidade depositada em cada um, pois o processo de intervenção 
acontece somente com a orientação psicopedagógica. Ou seja, não seria correto 
dizer que apenas o aluno precisa mudar diariamente, a mudança deve acontecer 
em ambos os lados. 
Dentro da perspectiva da formação continuada, veja alguns aspectos que 
são trabalhados: 
 
 
Fonte: http://www.grupoa.com.br/livros/formacao-docente/formacao-continuada-de-
professores/9788536319865 
Diante de todas as informações visualizadas acima, é visível a importância 
do espaço a ser dado ao professor, assim como voz (ou para aquele que traz a 
queixa) para que ele possa falar, expressar-se, sem ser criticado ou corrigido no 
primeiro momento. Após esse primeiro momento, há possibilidade de expressão 
clara do professor (mesmo que isso inclua choro ou raiva), assim como o 
processo de conhecer além do sintoma manifesto, os subsistemas que estão ali 
em relação. 
 
35 
 
Dessa maneira, por mais que muitas vezes, se ouçam frases como “esse 
não adianta mais”, “não tem jeito”, vale lembrar que, se o professor trouxe o caso 
até o psicopedagogo é porque, de alguma forma, ele mesmo acredita que é 
possível mudança no processo. 
 
Importante 
Quando o professor formula rótulos para determinados alunos 
pode ocasionar certa definição do processo cognitivo do 
aprendiz. No entanto, essa não é a atitude que se espera dos 
professores, muito pelo contrário, pois a atribuição desse 
profissional não é apontar ou rotular as dificuldades do aluno, 
mas apresentar estratégias diferenciadas para que esse 
determinado sujeito possa aprender de maneira satisfatória 
 
Entender o contexto das relações envolvido no ato de aprender é 
compreender que todos os que ali estão inseridos e se relacionando, sofrem com 
aquele determinado sintoma e são, de alguma forma, corresponsáveis por ele. 
Contudo, isso não precisa ser dito dessa maneira ao professor, que muitas vezes, 
pode se sentir ofendido ou até sentir-se desestimulado a buscar auxílio. Na 
verdade, ao refletir um pouco, desde esse primeiro momento de escuta, é preciso 
deixar claro a concepção na qual se embasa o trabalho (e só será possível fazer 
isso com convicção se realmente você acreditar nisso, como foi falado há pouco). 
Por esse motivo, é necessário mostrar ao professor que o aluno não é da 
maneira que é simplesmente “porque quer”, mas ele é produto do que escolheu, 
junto com o que aprendeu, das pessoas com quem conviveu e convive dentro do 
ambiente em que está. 
Por sua vez, o professor também vem de uma família, com determinada 
formação, ou seja, tem uma forma de enxergar o mundo. Atualmente, por força de 
sua profissão, está em contato com alunos vindos de uma visão e pensamento 
diferenciado. Por essa razão, foram tratados anteriormente os contextos que 
envolvem os atores do processo de ensino-aprendizagem, no qual foi possível 
mostrar que mesmo que somente o professor decidir investir na mudança o 
resultado será alcançado, inclusive numa situação em que o aluno se negue a 
receber qualquer tipo de auxílio. 
 
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A reflexão acima é para mostrar que levar esse entendimento adiante pode 
não ser um processo fácil, por esbarrar nas crenças e preconceitos que a pessoa 
carrega consigo previamente. Além disso, é necessário lidar com a frustração 
novamente, pois é considerado que o ser humano vai se modificando aos poucos, 
uma vez que não há uma solução instantânea. Inclusive, o foco do 
psicopedagogo como profissional não pode ser em simplesmente abafar ou 
eliminar o sintoma, há coisas mais profundas atrás dele, e negligenciar esses 
sinais é manter o problema atuante ou até torná-lo ainda maior. 
A dimensão afetiva é um fator bastante discutido tanto para a prática 
pedagógica do professor como para a aprendizagem do aluno em sala de aula ao 
considerar esse sujeito pela sua unicidade, pois dentro da concepção de sistema 
não existe um meio de separar o docente e o aprendiz das suas vivências, sejam 
alegres ou tristes, com problemas ou não.... Eles são os mesmos em todos os 
momentos. 
O olhar psicopedagógico, como nos diz Barbosa (2002, p. 23), deve ser 
“um olhar que tem a intenção de perceber um sujeito que aprende, de forma 
inteira, em relação com os outros sujeitos, com a cultura, com a história, com os 
objetos de aprendizagem e com as normas estabelecidas no contexto em que 
vive”. Enquanto psicopedagogos, esse trabalho de conscientização pode ser o 
mais lento e quem sabe, também o mais difícil, porém indispensável para a sua 
intervenção efetiva e duradoura. Sendo assim, a partir do momento em que se 
desenvolve essa consciência no professor atuante dentro da sua realidade, 
muitos outros problemas podem ser evitados e minimizados. 
A prática psicopedagógica dentro do contexto hospitalar não é diferente, é 
preciso ter o mesmo entendimento. No entanto, a demanda aqui é bem diversa: 
faz-se referência agora ao sujeito que se depara com obstáculos que impedem ou 
dificultam seu processo de aprendizagem, diferentemente do ambiente escolar, 
ao qual a criança em geral se adapta, pois, “todos devem ir para a escola”. 
Porém, a realidade hospitalar é o ambiente onde “ninguém gostaria de estar”. 
Assim, há uma extensa gama de sentimentos com os quais é preciso lidar: 
angústia, tristeza, perplexidade (ante a doença ou acidente), revolta, medo. Ainda 
que o sujeito, por exemplo, esteja recebendo um bom acompanhamento 
pedagógico, para que ele continue as atividades letivas dentro do hospital, todos 
esses aspectos pesam em seu processo de aprendizagem. Isso porque, até 
 
37 
 
agora, não foi abordado o ponto principal do estresse que faz parte do ambiente 
hospitalar: a dor, o incômodo e as limitações ocasionadas pela doença/acidente 
e/ou processos cirúrgicos ou não. 
É possível considerar e somar a tudo isso, o afastamento de seu ambiente 
familiar, ao qual está acostumado, muitas vezes, recebendo apenas a visita da 
família algumas horas por dia, a adaptação ao quarto e aos colegas de quarto, a 
readaptação quando é transferido de quarto, a realidade de lidar diariamente com 
pessoas e situações que desconhece, numa rotina completamente diferente (por 
exemplo, o horário, conteúdo e formato das refeições). São tantas as situações, 
que exigem do sujeito e de toda a família uma nova aprendizagem. O que era dito 
há pouco, sobre a compreensão do contexto ecológico, se aplica (e com 
urgência) nessa situação. 
Os pais e o sistema familiar, também precisam aprender a lidar com a 
situação; pois ao vivenciar essa prática é possível encontrar famílias que na 
verdade não conseguem nem dizer o que o filho tem, porque embora tenham 
recebido as informações da equipe médica, não compreendem a situação – e 
isso não apenas pela falta de instrução formal, maspelo fato do choque, do abalo 
emocional provocado pela situação de internamento. Cabe ao psicopedagogo, 
então, se abrir para escutar e auxiliar a família nessa nova aprendizagem. 
Assim, seja com o próprio paciente ou com sua família é função do 
psicopedagogo promover a construção de uma aprendizagem significativa e 
reestabelecer os laços de interação entre ela e o conhecimento, pois “a 
aprendizagem é um processo tão amplo e grandioso que ocorre através de 
interações, em qualquer lugar” (BEYER, 2003). 
Na instituição organizacional (seja ela uma fábrica, uma empresa, um 
escritório, uma ONG, etc.), segue-se o fluxo com o mesmo olhar, porém o foco 
direciona-se à otimização do conhecimento de cada membro do sistema (cada 
colaborador), de forma que se somem e que possam criar um ambiente de 
cooperação e sucesso. Assim, as organizações se constituem em espaços de 
processos de aprendizagem efetivos, onde é importante compreender a maneira 
pela qual as pessoas constroem o saber individualmente e em grupo, e como 
utilizam esses conhecimentos para solucionar problemas do cotidiano da 
organização (BEYER, 2003). 
 
38 
 
As empresas buscam formas de aumentar sua eficiência, otimizando os 
recursos e potenciais de cada colaborador. Assim, conhecer a cultura e o clima 
organizacional da empresa só é possível se forem consideradas as 
potencialidades e limitações de cada um de seus integrantes, entendendo que 
naquela organização, todos possuem um objetivo comum – a meta da empresa 
(por exemplo, vender um produto, prestar um serviço ou fabricar peças 
necessárias a outro setor). 
Muito embora a inserção nas empresas ainda seja bastante restrita no 
cotidiano do psicopedagogo, sua atuação tende a expandir-se cada vez mais, 
visto que a Psicopedagogia volta a sua atenção à aprendizagem, e cada vez mais 
as organizações buscam por formas de aproveitar, ampliar e otimizar o 
conhecimento humano como diferenciais na criação, produção e manutenção de 
seus sistemas, uma vez que em qualquer instituição em que pessoas atuem, 
ocorre a aprendizagem 
Dentro desse universo, o psicopedagogo pode atuar sobre um sintoma 
específico (a baixa produtividade de um setor, a falta de engajamento dos 
colaboradores às metas propostas pela empresa, a alta rotatividade de 
profissionais, a comunicação disfuncional entre gerentes e colaboradores, por 
exemplo), como também trabalhar preventivamente, facilitando novas formas de 
relacionar e interagir entre os colaboradores, propiciando a construção e o 
compartilhamento dos conhecimentos. Pode auxiliar no processo de diagnóstico 
institucional, identificando forças e pontos a desenvolver dentro da organização. 
Pode colaborar com os processos de treinamento e atualização, através da 
identificação dos estilos de aprendizagem dos colaboradores e dos 
conhecimentos que se fazem necessários em cada setor ou função, por exemplo. 
Como estudado até o momento, tudo o que envolve a aquisição do 
conhecimento e a aprendizagem humana é objeto de interesse da 
Psicopedagogia; seja na clínica ou dentro de qualquer instituição, ela permanece 
desenvolvendo o mesmo olhar - crítico e ecológico - para o ambiente e procura 
entender como ocorre o aprender naquele contexto. Embora cada tipo de 
instituição possua suas particularidades, é possível visualizar que a 
Psicopedagogia é a mesma, com o mesmo foco, linha de pensamento e ação, em 
qualquer contexto que se encontre. 
 
39 
 
Como cita Barbosa (2006, p. 137): “ora, a Psicopedagogia que fundamenta 
a ação que acontece no âmbito individual não é diferente daquela que 
fundamenta o trabalho do psicopedagogo numa instituição, por exemplo”. 
O que se frisa é que a divisão entre Psicopedagogia Clínica e 
Psicopedagogia Institucional é meramente didática; na prática, dividi-la seria 
negar a relação tão íntima entre elas, uma vez que que cada parte se relaciona 
com um todo maior e que esse todo está presente e atuante em qualquer de suas 
partes. 
É perceptível como todos os tópicos trazidos nesta disciplina vêm se 
encaixando, permitindo construir um entendimento da Psicopedagogia como uma 
área que se articula com as demais áreas do conhecimento, que dialoga com 
todas as facetas onde se encontra a aprendizagem. E é isso mesmo o que se 
pretende; por exemplo, quando se aprende a desenvolver uma leitura sistêmica, 
percebe-se que não se trata de um assunto tão teórico ou distante de sua prática, 
mas pelo contrário, uma compreensão ecológica mostra que ideias simples, 
criativas e às vezes inesperadas podem fornecer respostas inusitadas e eficientes 
para muitas situações problemáticas (CURONICI; MCCULLOCH, 1999). Apesar 
da urgência, da pressão, da própria gravidade da situação que você pode 
visualizar e que parece dispensar qualquer outra interpretação, que se possa 
sempre utilizar essa visão na vida cotidiana. Portanto, espera-se que o seu olhar 
seja sempre vivo e atento, que de forma simples revele a complexidade do ser 
humano, em sua imensa e infindável teia de relacionamentos. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Verifique no seu cotidiano possíveis espaços em que um 
psicopedagogo atuaria significativamente. 
 
Resumo da Aula 
 
Nessa aula foi apresentada a conexão que une todos os elementos que 
foram apresentados nas aulas anteriores, e como o psicopedagogo precisa atuar 
 
40 
 
numa abordagem institucional e clínica com ênfase na relação que ambas as 
atuações têm. 
 
Resumo da Disciplina 
 
 Nesta disciplina foi visto a composição da família, e as diferentes 
configurações que o sistema familiar assumiu na atualidade e os impactos disso 
em seus integrantes. 
 Na sequência das aulas, foi dito a respeito da participação na sociedade de 
cada pessoa que a integra, e como esse sistema é complexo, sendo que, 
conforme as relações que cada indivíduo possui ele adquire suas características 
que torna práticas pedagógicas mais eficientes ou não para aquele indivíduo. 
 Foi visto que o discurso sistêmico deve embasar a visão de mundo do 
psicopedagogo, uma vez que perceber essas nuances individuais e propor 
abordagens mais adequadas para cada perfil faz parte da incumbência do 
psicopedagogo, a partir de uma análise mais ampla, com a família do cliente, 
amigos, professores. 
 Por fim, foram apresentadas as duas formas de atuação psicopedagógica, a 
clínica e a institucional, que apresentam algumas diferenças para a aplicação de 
cada uma apesar de serem fruto de um mesmo conhecimento: a Psicopedagogia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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