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[Luanna Mottoni Rocha] [Rio de Janeiro] [2020] [Luanna Mottoni Rocha] Deficiência Física no Ambiente Escolar [Rio de Janeiro] [2020] Sumário 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 4 2. DESENVOLVIMENTO ................................................................................................................. 5 3.CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 10 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 11 4 1. INTRODUÇÃO Deficiência física no ambiente escolar O presente trabalho visa abordar questões importantes sobre a inclusão de pessoas com deficiência física nas escolas e mostrará breves momentos importantes da história da Educação Especial. O objetivo é destacar que as pessoas com deficiência física podem se desenvolver em um ambiente escolar acessível, adaptado e com professores capacitados tornando os assim pessoas capazes de exercer sua cidadania. A inclusão sempre foi muito discutida em vários âmbitos da sociedade e por vários anos impactando a história da educação. A história nos mostra a exclusão dos deficientes por muito tempo em várias culturas. Sendo assim, se faz necessário uma discussão sobre esse tema tendo em vista as conquistas perante as leis em contraposição a falta de infraestrutura escolar e a capacitação profissional fazendo a diferença entre inclusão e exclusão. 5 2. DESENVOLVIMENTO A história da Inclusão no Brasil As primeiras explicações para anomalias e deficiências foram procuradas no sobrenatural ou na Mitologia. Muitos deficientes foram abandonados devido as crenças de que a família estava sendo castigadas pelos Deuses, outros deficientes foram “agraciados” por terem o dom da cura ou da vidência e assim, eram usados para falar sobre o futuro e realizar a cura de doenças, muitos outros também foram usados como “bobos da corte” para servirem aos reis e rainhas fazendo graça para todos. Durante a idade média as perseguições com as pessoas deficientes se intensificaram. Os deficientes eram considerados inválidos e incapazes para o trabalho. E somente no final do século XIX deixaram de ser enfoque dentro da Mitologia e da Religiosidade para ser base de estudos na medicina. O objetivo dos estudos eram: Segregação em instituições ou para tratamento médico. E assim, nasceu o período de segregação onde a educação das pessoas com deficiência física ficou reduzido a medicina, pois a educação ainda não era prioridade, antes teve o período da Exclusão, depois tivemos a Integração e atualmente se vive a Inclusão. Com o tratamento médico o objetivo era encontrar a cura trazendo a pessoa a sua normalidade, como o poder público não se envolvia o tratamento ficou sob responsabilidades de Instituições filantrópicas e religiosas. Como a APAE (Associação de Pais e Amigos Excepcionais) que é uma Instituição filantrópica com a missão de prestar assistência médico-terapêutica para pessoas com deficiência intelectual. Como legado mais próximo desses estudos ficaram as sistematizações para avaliar os níveis de deficiência, e os considerados com nível abaixo da média eram separados para sua educabilidade. 6 Em meados do Século XX escolas comuns começaram a surgir e aos poucos as pessoas estavam entendendo que os deficientes poderiam ser introduzidos na sociedade recebendo a devida educação. E assim, escolas especiais e centros de reabilitação foram criados correspondendo ao ideal liberal. Nesse mesmo período no EUA com um víeis diferente iniciava a criação das escolas comuns e públicas para pessoas com necessidades especiais, vindo assim com uma tendência na contramão da segregação. Devido à crise na falta de mão-de-obra, afinal muitos homens foram perdidos entre as duas guerras mundiais geradas num curto espaço de tempo motivou o surgimento do movimento integracionistas onde grupos minoritários pressionava e assim obrigava o governo criar políticas para integrar as populações minoritárias que incluía não só pessoas com deficiência, mas também negros e muitos outros. A educação brasileira Atualmente as pessoas portadoras de deficiência física estão amparadas perante a lei, devido a muitas lutas e muitos “não”. Podemos citar algumas leis que dão aparato legal. Declaração Mundial de Educação para Todos – Em 1990 no documento da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) discorre sobre as necessidades básicas na aprendizagem para pessoas portadoras de deficiência. Ainda se usava o termo “portador”. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com deficiência: Em 2009 a Convenção que foi aprovada pela ONU discorre sobre os países que são responsáveis por garantir uma Educação inclusiva em todas as etapas de ensino. E o Brasil é um dos países que se comprometeu. Declaração de Salamanca: Um marco na história da inclusão, ocorrida entre os dias 07 e 10 de junho de 1994, na Espanha. 7 O texto discursa sobre a inclusão de crianças, jovens e adultos com necessidades especiais no sistema de ensino. Declaração de Incheon – Em 2015 o Brasil assinou a Declaração no Fórum Mundial da Educação, na Coréia do Sul, se comprometendo com uma educação inclusiva de qualidade. Constituição Federal – O Art. 208 discorre sobre a educação básica e obrigatória dos 4 aos 17 anos e afirma ser dever do estado garantir atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência. ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) – Lei 8069/90 Discorre sobre a garantia de uma educação básica especializada e proteção do trabalho adolescente com deficiência e prioridade de atendimento nas ações de prevenção e proteção para essas famílias. Plano Nacional de Educação (PNE) – Em 2014 a redação do PNE disserta sobre universalizar a educação básica e ao atendimento educacional especializado de preferência na rede regular de ensino para população de 4 aos 17 anos, com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Lei N. 12.764 – Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Essas são apenas algumas leis existentes que dão total aparato para as pessoas com necessidades especiais. A inclusão é muito discutida em vários âmbitos, pois foi conquistado muito na teoria. Mas na prática falta muito para ser feito. Existe pouco envolvimento do poder público, pouco conhecimento das famílias sobre as leis vigentes, professores sem capacitação necessária que não sabem como adaptar as atividades em sala. Questões essas muito importantes para desenvolver as capacidades, singularidades dos alunos com necessidades especiais. O marco para a ideia de inclusão foi a Declaração de Salamanca em 1994, na Espanha onde a principal questão tratada é a inclusão de crianças, jovens e adultos na rede básica de ensino. 8 A rede básica de ensino não consegue atender um número alto de alunos com problemas familiares, psicológicos, sociais e culturais. Por esse e outros motivos se deve sempre abordar questões relevantes para o processo de inclusão educacional. Inclusão X exclusão É Cultural culpar o próprio aluno por não compreender um determinado conteúdo, a sociedade sempre foi excludente. Segue-se o conceito que se a maioria aprendeu, então o problema está naquele que não entendeu e não nosistema em si. É historicamente mostrado como as minorias sempre estiveram à margem da sociedade. Sendo assim, marginalizados. E com as pessoas com necessidades especiais não foi diferente. Existe todo um processo de lutas e conquistas para que essa população fosse socialmente incluída. Mas para que sejam realmente incluídas é importante salientar que realizar a matrícula de uma criança com necessidades especiais numa escola não é inclusão e sim, exclusão. Pois, não é a criança, jovem ou adulto com necessidade especial que deve se adaptar a escola. E sim, a escola se adaptar as necessidades daquele indivíduo. Para que a inclusão ocorra é necessário conhecer as causas da deficiência, importante que o ambiente escolar seja acolhedor, adaptações físicas também são extremamente importantes como; rampa ou elevador, portas alargadas. O currículo da escola deve ser adaptado, revisto sempre, o mobiliário deve ser alterado para dar mobilidade a um cadeirante, sempre que for necessário, materiais pedagógicos adaptados desde um lápis engrossado (deficiência física) até o livro traduzido em braile (cegueira ou baixa visão), por exemplo. Outro ponto é a capacitação dos professores, muitos são os professores que não sabem como trabalhar com crianças com necessidades especiais. Entender qual a origem daquela deficiência, quais as causas e as consequências. 9 A LDB em seu Art 59, diz: Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: [...] III Professores com especialização adequada, em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educando nas classes comuns. A educação é passada de forma igual para todos, não se levando em consideração a heterogeneidade da turma. Se somos diferentes, a forma de aprender também é diferente. Sendo que educar não é somente dar conteúdo, envolve vínculos com o espaço escolar e com os funcionários da escola. Percebe-se então, que o número alto de evasão escolar e violência evidência que o sistema de ensino não consegue atender a todas às demandas existentes dentro de uma sociedade incluindo as crianças com necessidades especiais que acabam por não ser incluídas mascarando assim uma falsa inclusão pelo fato do indivíduo está matriculado num sistema regular de ensino. Nelson Mandela ex-presidente da África do Sul disse: “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo” (1994 – 1999) Por ser a arma mais poderosa para mudar o mundo deve ser debatida, questionada, reivindicada para que todos tenham acesso de forma igualitária, independente da deficiência. 10 3.CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se concluir que muito foi conquistado, mas que é necessário conquistar na prática, divulgar os direitos para que sejam cobrados. A grande maioria das leis são e foram criados por reivindicações dos responsáveis pelas crianças com deficiências. Em todos os âmbitos da sociedade criam leis a partir das reivindicações desses grupos minoritários sejam com pessoas com necessidades especiais, afrodescendentes, religião, entre outros grupos. Só que mais importante que conquistar uma lei que ampare esse grupo perante uma sociedade é a transmissão da informação de que aquele direito existe, que deve ser respeitado e deve ser posto em prática. Muitos não compreendem o poder que tem justamente por não obter o conhecimento adequado, às vezes o conhecimento chega de forma deturbada com o objetivo de que aquele direito não seja de conhecimento a todos. A escola precisa entender a sua função na sociedade que é formar cidadãos e uma das formas de ensinar é com a pratica. Se ela se posiciona com professores capacitados, com metodologia adequada, o aluno sairá da escola sabendo qual sua função na sociedade, cobrar seus direitos e exercer seus deveres. 11 Referências: https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/21164_8380.pdf file:///C:/Users/LUANNA/Downloads/EDUCA%C3%87%C3%83O%20ESPECIAL.pdf http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2496-8.pdf Organizações da Nações Unidas (ONU) Declaração Universal dos Direitos Humanos Disponível em https://nacoesunidas.org/artigo-26-direito-a-educacao/ Acesso em 24 de maio de 2020. Planalto Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm Acesso em 23 de maio de 2020. Faculdade Faveni Disponível em https://ava.faveni.edu.br/members/01162159766/settings/?action=alterar-senha Acesso em 23 de maio de 2020. Todos pela Educação Disponível em https://www.todospelaeducacao.org.br/conteudo/conheca-o- historico-da-legislacao-sobre-inclusao Acesso em 22 de maio de 2020. https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/21164_8380.pdf file:///C:/Users/LUANNA/Downloads/EDUCAÃ�Ã�O%20ESPECIAL.pdf http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2496-8.pdf https://nacoesunidas.org/artigo-26-direito-a-educacao/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm https://ava.faveni.edu.br/members/01162159766/settings/?action=alterar-senha https://www.todospelaeducacao.org.br/conteudo/conheca-o-historico-da-legislacao-sobre-inclusao https://www.todospelaeducacao.org.br/conteudo/conheca-o-historico-da-legislacao-sobre-inclusao
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