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AV2 CULTURA E CONTEMPORANEIDADE

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA 
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS – PORTUGUÊS/INGLÊS 
COMPONENTE CURRICULAR: AV 2 DE CULTURA E CONTEMPORANEIDADE
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
SETEMBRO
2020 
O povo tradicional escolhido por mim é o indígena. Acho um assunto de forma geral riquíssimo e foi plano de fundo para a meu plano de ação na disciplina de Estágio II. Antes de começar o trabalho gostaria de deixar registrado que o meu primeiro conato com uma tribo indígena foi em 1989, quando viajei a passeio para o Sul da Bahia. Como criança na época, fiquei encantada por poder ver de perto o que estudara na escola nos livros de História. Pude ver já no final do século passado as mudanças sofridas em sua cultura tão rica, porém pouco valorizada. Meu trabalho se baseará num grupo específico encontrado nas cidades que visitei nesse passeio: os Pataxós. 
Como aprendemos desde cedo na escola, os índios foram os primeiros habitantes do Brasil, de lá para cá muita coisa mudou, as sociedades firmaram a sua história, modificaram-se e se adaptaram ao longo dos anos. A cultura indígena, uma das bases da raiz brasileira, foi mutilada, desvalorizada e em muitos casos extinta. 
“Povo que não respeita seu passado e sua história não é digno de futuro”
								(Ricardo Bergamini)
Difícil datar o início da trajetória do índio no Brasil. Estudos apontam que é possível que tenha sido entre 20 a 40 mil anos. Sendo um povo que não tinha registros escritos até então, as informações são da época do descobrimento para cá. Foram subjugados, maltratados e e explorados. As primeiras tribos descobertas estavam na Região Nordeste, porém eles estavam na verdade nos quatro cantos do país. 
Em pleno século XXI, o povo indígena é ignorado juntamente com toda a sua imensa diversidade cultural. Quando chegaram ao Brasil, nossos queridos patrícios encontraram mais de mil povos, organizados em tribos com uma população entre 2 e 4 milhões de pessoas. De acordo com o último censo de 2010 (já desatualizado), o país possuía cerca de oitocentos e vinte mil habitantes. Esse número diminui a cada ano e muitos são os motivos. 
Como todos sabemos, os índios viviam da caça, da pesca, a sua agricultura, da criação de seus animais, tentando manter a sua cultura e características peculiares. 
 https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/a-populacao-indigena-no-brasil.htm
Os povos indígenas habitam o território brasileiro muito antes de sua descoberta.
Com a chegada de outro povo, do crescimento das cidades, da diminuição contínua de seu povo e até da globalização ficou cada vez mais difícil mantes suas raízes. Eles passaram a ter que conviver com essa nova realidade. Infelizmente, minorias nunca são respeitadas e de acordo com as afirmações do nosso material didático na aula 3 do primeiro capítulo, para que todos os povos vivessem em harmonia, respeitando-se, seria necessário o uso de práticas interculturais. É preciso que se preserve a identidade de cada povo para que se legado nunca se esqueça.
Os Pataxó vivem no extremo sul do Estado da Bahia, em 36 aldeias distribuídas em seis Terras Indígenas -- Águas Belas, Aldeia Velha, Barra Velha, Imbiriba, Coroa Vermelha e Mata Medonha -- situadas nos municípios de Santa Cruz Cabrália, Porto Seguro, Itamaraju e Prado. Eles também passaram por esse processo de transformação que toda cultura passa. 
“Pataxó é água da chuva batendo na terra, nas pedras, e indo embora para o rio e o mar.” Kanátyo Pataxó, Txopai e Itôhâ, 1997
O primeiro registro sobre eles data do século XVI. Nessa época os Pataxó já eram alvo de hostilidades e privações por parte dos colonos, do mesmo modo que eram constantes os conflitos com outros povos indígenas. 
Com as constantes mudanças sociais e econômicas, o povo indígena teve que se adaptar à nova realidade e apesar de lutar contra essa mistura de culturas acabou cedendo. Muitos hábitos mudaram mas para manter sua identicidade cultural, felizmente, muitos foram mantidos. O casamento, por exemplo antigamente era realizado somente entre eles, prática que não existe mais, no entanto mesmo o casamento sendo realizado em igreja católicas ou evangélicas próximas às regiões onde habitam os índios, são sucedidos pelo ritual indígena, em uma grande festa que atrai índios e não índios. Além de carregar o peso equivalente ao da noiva, o noivo deve mostrar habilidades com o arco e a flecha. Após essas provas de resistência, acompanhadas pela assistência com entusiasmo, o cacique conduz uma cerimônia na língua pataxó, o Patxohã.
A tribo em questão ainda mantém rituais como o do Awê, que é uma dança de uma música só. O Awê requer cauim e, eventualmente, aluá, uma bebida fermentada de grãos de milho moídos ou cascas de frutas, como o abacaxi, entre outras. Em agosto celebra-se, anualmente, o Arsgwaksá, a festa comemorativa do aniversário do Projeto Jaqueira, quando, simultaneamente, se veicula a cultura Pataxó. As festividades incluem apresentação do Awê, provas físicas como corridas de toras e distintas modalidades de “representação pública da indianidade Pataxó. É assim que eles tentam manter a sua identidade cultural.
		 (br.pinterest.com)
Ao observar essa foto que se passa num shopping, percebemos aqui que nenhuma cultura, por mais resistente que seja, se mantém pura. Basta que haja o encontro ou choque, se assim preferir chamar, que haverá uma troca. O ideal seria que essa troca fosse de forma pacífica e positiva para ambas as partes. Seria bom que o hibridismo cultural ocorresse sem danos, o que infelizmente não acontece pois existe sempre um lado que se julga mais porte e melhor. Vemos isso no decorrer da História. 
Nesse mundo contemporâneo em que vivemos precisamos olhar o outro de igual para igual mesmo que ele seja diferente porque todos temos os mesmos direitos. Não deve haver supremacia, uma cultura não pode se sobrepor a outra. Quanto isso não acontece, vemos o que acontece com o surgimento da intolerância, da violência, da falta de empatia e a falta até de humanidade. Tento sempre passar esses valores aos meus alunos. Acho de extrema importância o princípio básico da vida, o respeito à diversidade, nesse caso em específico, à cultural. Quanto se perdeu da cultura indígena e de outras culturas também por causa de pensamentos etnocentristas.
Segue abaixo foto do meu acervo pessoal da tribo Pataxó em Porto Seguro, Bahia, no fim do século passado (1989). Os índios vendem seus artefatos na entrada da cidade para turistas para ganhar dinheiro e sobreviver. Espero que cada vez mais sejam tomadas ações em defesa desse povo que tanto sofre com a redução de seus terras e destruição da sua cultura.
Referências:
https://mirim.org/terras-indigenas
https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2020/07/08/aldeia-pataxo-de-santa-cruz-cabralia-no-sul-da-bahia-tem-primeira-morte-por-covid-19.ghtml
Calasans, Jose. A Santidade de Jaguaripe. Bahia, Artes Gráficas, 1952 Carvalho, Maria do Rosário. 
Os pataxó de Barra Velha; Seu subsistema econômico. 1981. Dissertação (Mestrado em Antropologia) - Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia, Salvador.

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