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Emanuelly Lopes Cardoso Transtornos do Humor Tipos e Epidemiologia Considerações Iniciais Transtorno depressivo maior e transtorno bipolar I -> patologia crítica nesses transtorno é o humor = estado emocional internos mais constante de uma pessoa; Condição patológica em que existe uma alteração do humor, da energia, do jeito de sentir, pensar e comportar-se. Pacientes com apenas episódios depressivos = transtorno depressivo maior = depressão unipolar; Pacientes com episódios maníacos + depressivos e pacientes com apenas episódios maníacos = transtorno bipolar I; Mania unipolar ou mania pura = pacientes com transtorno bipolar I que não apresenta sintomas depressivos; Transtornos do humor adicionais = transtorno distímico e transtorno Ciclotímico -> presença de sintomas menos severos que os sintomas do T. depressivo maior e T. bipolar I, respectivamente; Síndromes relacionadas à depressão -> transtorno depressivo menor + transtorno depressivo breve e transtorno Disfórico pré- menstrual; Transtornos relacionados ao transtorno bipolar I -> T. bipolar II Transtorno depressivo menor = gravidade dos sintomas não alcança a intensidade necessária para um diagnóstico de transtorno depressivo maior; Transtorno depressivo breve recorrente = episódios depressivos alcançam a severidade necessária para um diagnóstico de transtorno depressivo maior, mas por apenas um breve período -> insuficiente para satisfazer os critérios diagnósticos para transtorno depressivo maior. Transtorno bipolar II = presença de episódios depressivos maiores alternando com episódios de hipomania (episódios de sintomas maníacos que não reúnem todos os critérios para episódios maníacos vistos no transtorno bipolar I). Diagnósticos adicionais de transtorno do humor incluem transtorno do humor devido a uma condição médica geral + transtorno do humor induzido por substância + transtorno do humor sem outra especificação (SOE). Transtorno do humor = grupo de condições clínicas caracterizadas pela perda do senso de controle + experiência subjetiva de grande sofrimento; Transtorno Distímico Transtorno crônico + presença de humor deprimido (irritável em crianças e adolescentes) que duram a maior parte do dia e na maioria dos dias; Distimia = mau humor -> Disforia temperamental = tendência inata para experimentar humor deprimido; Presença de sintomas constantes cuja gravidade pode variar ao longo do tempo; Sintomas = similares aos do T. depressivo maior + humor deprimido (sensação de tristeza ou falta de interesse pelas atividades habituais); Severidade dos sintomas depressivos é inferior do que no T. depressivo maior -> falta de episódios delimitados é que o pesa no diagnóstico; Pacientes podem ser sarcásticos + niilistas + rabugentos + exigentes + queixosos + tensos e rígidos + resistentes às intervenções terapêuticas; Pacientes com transtorno distímico não têm quaisquer sintomas psicóticos. Transtorno comum -> afeta 3-5% da população geral + 30-50% dos pacientes de clínicas psiquiátricas; Prevalência entre adolescentes jovens = 8% em meninos e 5% em meninas; Mais comum em mulheres < 64 anos do que em homens de qualquer idade; Comum em pessoas solteiras + jovens + com baixos rendimentos; Frequentemente coexiste com outros transtornos mentais = transtorno depressivo maior + transtornos de ansiedade (transtorno de pânico) + abuso de substâncias + transtorno da personalidade borderline; Pacientes tendem a receber muitos medicamentos psiquiátricos = antidepressivos, antimaníacos e sedativos-hipnóticos; Transtorno Ciclotímico Forma leve de transtorno bipolar II (em termos sintomáticos); Caracterizados por episódios de hipomania + depressão leve; Resultado de relações objetais caóticas no inicio da vida. Personalidade ciclotímica = alternância das personalidades depressiva e maníaca; Sintomas idênticos aos do transtorno bipolar I -> exceto que são menos severos -> às vezes os sintomas podem ser igualmente graves, porém com menor duração; 50% dos pacientes tem depressão como sintoma principal + está mais propenso a buscar auxílio psiquiátrico quando deprimidas; Alguns pacientes tem predomínio de sintomas hipomaníacos + estão menos propensos a buscar auxilio; Quase todos os paciente possuem períodos de sintomas mistos com irritabilidade acentuada; Alterações do humor são irregulares e súbitas -> ocorre em questão de horas; 3-10% de todos os pacientes psiquiátricos; População geral prevalência = 1% (pode ser mais baixa -> pacientes não estão conscientes sobre terem um problema psiquiátrico); Frequentemente coexiste com transtorno de personalidade borderline; Proporções mulheres-homens = 3:2 50-75% dos pacientes tem o início de seus sintomas entre 15 e 25 anos. Abuso de álcool e outras substâncias é comum = pacientes usam as substâncias para se automedicarem (álcool, benzodiazepínicos e maconha) ou para incrementarem a excitação (cocaína, anfetaminas e alucinógenos), quando estão maníacos. Cerca de 5 a 10% dos pacientes tem dependência de substâncias. Transtorno do Humor Devido a uma Condição Médica Geral Sintomas depressivos ou maníacos presentes em um paciente com uma condição médica geral -> pode ser difícil optar entre atribuir os sintomas à condição médica ou a um transtorno do humor; Condições médicas que apresentam os sintomas depressivos -> sono de má qualidade + diminuição no apetite + fadiga; Características clínicas = perturbações do humor que se assemelham as observadas nos estados depressivos e maníacos + transtorno varia de leve-severo-psicótico = pode ser indistinguível dos sintomas encontrados no transtorno depressivo maior e no transtorno bipolar I; Delírios + alucinações = podem estar presente + comprometimento cognitivo (leve a moderado); Epidemiologia desconhecida; Transtorno somáticos que podem causar transtornos do humor -> Transtornos endócrinos (síndrome de Cushing) + transtornos neurológicos (tumores cerebrais + encefalite + epilepsia) + danos estruturais do cérebro; Transtorno do humor lnduzido por Substância Diagnóstico diferencial dos sintomas de transtorno do humor; Possibilidades (3): paciente pode estar tomando medicamentos para tratar problemas médicos não psiquiátricos + paciente acidentalmente exposto a substâncias químicas neurotóxicas + paciente consumiu substâncias (fins recreativos ou dependência); Características maníacas + depressivas induzidas por substâncias podem ser idênticas as dos transtorno bipolar I e transtorno depressivo maior -> no TH induzido por substâncias há uma oscilação dos sintomas + flutuação no nível de consciência; Epidemiologia desconhecida -> alta prevalência se levar em consideração o número de medicamentos prescritos capazes de causar depressão e mania + a quantidade de substâncias tóxicas presentes nos ambientes + uso difundido de drogas recreativas; Emanuelly Lopes Cardoso Transtorno Disfórico pré-menstrual Transtorno disfórico tardio da fase lútea tardia ou Síndrome ou Tensão pré-menstrual = TPM; Envolve sintomas do humor (instabilidade) + sintomas comportamentais (alteração dos padrões alimentares) + sintomas físicos (sensibilidade nas mamas, edema, cefaleia); Ocorre em determinado período do ciclo menstrual + sintomas resolvem-se por algum período entre os ciclos; 40% das mulheres tem pelo menos sintomas leves do transtorno. Transtorno do Humor Sem Outra Especificação Pacientes que exibem sintomas maníacos, depressivos ou ambos como características principais de seu transtorno, porém não reúnem os critérios diagnósticos para um outro transtorno do humor ou transtorno mental -> incluio transtorno depressivo sem outra especificação e transtorno bipolar sem outra especificação; Transtorno Depressivo Sem Outra Especificação Paciente com sintomas depressivos como característica principal -> não reúne os critérios diagnósticos para qualquer outro transtorno do humor ou outro transtorno mental = transtorno depressivo sem outra especificação (SOE). Transtorno depressivo menor Pode ser tão comum quanto o transtorno depressivo maior -> prevalência de 5% na população; Mais comum em mulheres; Afeta pessoas de qualquer idade; Transtorno depressivo breve recorrente Múltiplos episódios relativamente breves (< 2 semanas) de sintomas depressivos que (exceto pela sua breve duração) satisfariam os critérios diagnósticos para transtorno depressivo maior; Taxa de prevalência em 10 anos = 10% para pessoas de 20 anos; Taxa de prevalência anual = 5% da população; Mais comum em adultos jovens. Transtorno Bipolar Sem Outra Especificação (SOE) Pacientes exibem sintomas depressivos ou maníacos como características principais -> não satisfazem os critérios diagnósticos para qualquer outro transtorno do humor ou outro transtorno mental; Psicoses cicloides atípicas -> apresentam alguns aspectos do transtorno bipolar I, mas não reúne todos os critérios diagnósticos para tal categoria; Psicose da motilidade -> duas formas = psicose acinética e hipercinética; Acinética = apresentação clínica similar do estupor catatônico, porém com resolução rápida e favorável que não leva a deteriorização da personalidade; Hipercinética = lembra a excitação maníaca ou catatônica -> rápida resolução; Psicose confusional ->mais ansiedade + menos distração + grau de incoerência da fala desproporcional a severidade da fuga de ideias -> variante clínica da mania vista no transtorno bipolar I; Psicose de ansiedade-felicidade -> assemelha-se a depressão agitada + pode caracterizar-se por inibição em que o paciente mal consegue mover-se; Caracteriza-se por estados periódicos de ansiedade maciça + ideias paranoides de referência + autoacusação, preocupação hipocondríaca, outros sintomas depressivos e alucinações = podem estar presentes; Fase de felicidade = comportamento expansivo e ideias grandiosas; Transtorno Bipolar e Transtorno Relacionado Induzido por substâncias Características diagnósticas semelhantes as da mania, hipomania ou depressão; O caso de hipomania ou mania ocorre após o uso de medicamento antidepressivo ou outros tratamentos que dura até acabarem os efeitos fisiológicos do fármaco; Indivíduos com episódios maníacos ou hipomaníacos evidentes induzidos por eletroconvulsoterapia que duram até acabarem os efeitos fisiológicos do tratamento; Não existem estudos epidemiológicos de mania ou transtorno bipolar induzido por substância/medicamento. Cada substância etiológica pode ter o próprio risco individual de induzir um transtorno bipolar (maníaco/hipomaníaco). Transtorno Bipolar e Transtorno Relacionado Devido a outra condição médica Presença de um período proeminente e persistente de humor anormalmente elevado, expansivo ou irritável + atividade ou energia anormalmente aumentada predominando no quadro clínico atribuível a outra condição médica; Quadro maníaco ou hipomaníaco pode surgir durante a apresentação inicial da condição médica (em 1 mês) -> exceções = condições médicas crônicas -> podem piorar ou entrar em recaída antecedendo o inicio do quadro maníaco ou hipomaníaco; Não é diagnosticado quando os episódios maníacos ou hipomaníaco antecedem a condição médica -> o diagnóstico adequado seria transtorno bipolar; O diagnóstico de transtorno bipolar e transtorno relacionado devido a outra condição médica não deve ser feito durante o curso de delirium; O episódio maníaco ou hipomaníaco no transtorno bipolar e transtorno relacionado devido a outra condição médica deve causar sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, profissional ou em outras área importante da vida do indivíduo para se qualificar para esse diagnóstico; Outro Transtorno Bipolar e Transtorno Relacionado Especificado Apresentações em que os sintomas característicos de um transtorno bipolar e transtorno relacionado que causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo predominam, mas não satisfazem todos os critérios para qualquer transtorno na classe diagnóstica de transtorno bipolar e transtornos relacionados. Apresentações em que os sintomas categoria outro transtorno bipolar e transtorno relacionado especificado é usada em situações em que o clínico opta por comunicar a razão específica pela qual a apresentação não satisfaz os critérios para qualquer transtorno bipolar e transtorno relacionado específico. Registro de “outro transtorno bipolar e transtorno relacionado especificado”, seguido pela razão específica (“ciclotimia de curta duração”). 1. Episódios maníacos de curta duração (2 a 3 dias) e episódios depressivos maiores 2. Episódios hipomaníacos com sintomas insuficientes e episódios depressivos maiores 3. Episódio hipomaníaco sem episódio depressivo maior anterior 4. Ciclotimia de curta duração (menos de 24 meses) Outro Transtorno Depressivo Especificado Apresentações em que sintomas característicos de um transtorno depressivo que causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo predominam, mas não satisfazem todos os critérios para qualquer transtorno na classe diagnóstica dos transtornos depressivos. É usada nas situações em que o clínico opta por comunicar a razão específica pela qual a apresentação não satisfaz os critérios para qualquer transtorno depressivo específico. Registro de “outro transtorno depressivo especificado”, seguido pela razão específica (“episódio depressivo de curta duração”). 1. Depressão breve recorrente: Presença concomitante de humor depressivo e pelo menos quatro outros sintomas de depressão por 2 a 13 dias pelo menos uma vez por mês (não associados ao ciclo menstrual) por pelo menos 12 meses consecutivos em um indivíduo cuja apresentação nunca satisfez os critérios para qualquer outro transtorno depressivo ou transtorno bipolar e atualmente não satisfaz critérios ativos ou residuais de qualquer transtorno psicótico. 2. Episódio depressivo de curta duração (4 a 13 dias): Afeto depressivo e pelo menos quatro dos outros oito sintomas de um episódio depressivo maior associados a sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo que persiste por mais de quatro dias, porém menos de 14 dias, em um indivíduo cuja apresentação nunca satisfez critérios para qualquer outro transtorno depressivo ou transtorno bipolar, atualmente não satisfaz critérios ativos ou residuais para qualquer trans- torno psicótico e não satisfaz critérios para depressão breve recorrente. 3. Episódio depressivo com sintomas insuficientes: Afeto depressivo e pelo menos um dos outros oito sintomas de um episódio depressivo maior associados a sofrimento ou prejuízo clinica- mente significativo que persiste por pelo menos duas semanas em um indivíduo cuja apresentação nunca satisfez critérios para qualquer outro transtorno depressivo ou transtorno bipolar, atualmente não satisfaz critérios ativos ou residuais para qualquer transtorno psicótico e não satisfaz critérios para transtorno de adaptação com sintomas mistos de ansiedade e depressão. Emanuelly Lopes Cardoso ] Paciente com humor elevado (mania) = expansividade + fuga de ideias + sono diminuído + autoestima elevada + ideias grandiosas; Pacientes com humor deprimido (depressão) = perda de energia e interesse + sentimento de culpa + dificuldades para concentrar-se + perda do apetite + pensamentossobre morte e suicídio; Outros sinais e sintomas de transtornos do humor = alterações nos níveis de atividade + capacidades cognitivas + linguagem + funções vegetativas (sono, apetite, atividade sexual); As mudanças comprometem o funcionamento interpessoal + social + ocupacional; Pacientes relatam qualidade inefável (que não se pode nomear ou descrever em razão de sua natureza, força, beleza; indizível, indescritível) distinta de seu estado patológico; 3 teorias contemplam a relação entre T. depressivo maior e T. bipolar I -> hipótese mais aceita -> o T. depressivo maior e T. bipolar I são dois transtornos diferentes; 2ªH: T. bipolar I seria uma expressão mais severa do mesmo processo fisiopatológico do T. depressivo maior; 3ªH: a depressão e a mania seriam dois extremos de ura continuum de experiência emocional (não é amparada pela observação clínica comum); Depressão Maior Conceito e Epidemiologia Humor deprimido ou perda de interesse ou prazer nas atividades habituais Evidências de distúrbio de funcionamento social e ocupacional estão presentes a pelo menos 2 semanas; Não há nenhuma historia de comportamento maníaco e os sintomas não podem ser atribuídos a uso de drogas ou a uma condição medica geral; Uma das principais causas de incapacidade em todo mundo; Estima-se 350 milhões de pessoas afetadas (OMS); 17% da população brasileira apresentarão o transtorno ao longo da vida; Transtorno comum -> prevalência de 15% ou de até 25% nas mulheres; Independente de país ou cultura -> prevalência de 2x da depressão unipolar nas mulheres = estresse, parto, modelos comportamentais de aprendizado da impotência e efeitos hormonais; Idade média de início para o transtorno depressivo maior = 40 anos -> 50% de todos os pacientes têm um início entre 20 e 50 anos. Pode ter seu início na infância ou em idade avançada = incomum. Incidência de transtorno depressivo maior = aumentando entre pessoas com menos de 20 anos de idade = aumento do uso de álcool e outras substâncias; Ocorre mais frequentemente em pessoas que não têm relações interpessoais íntimas ou são divorciadas ou separadas; Quadro Clínico Sentimentos depressivos –> Negativos e sofridos + Baixa autoestima + Culpa + Desesperança + Falta de inteligência + Tristeza Apatia + Ansiedade + Falta de sentido + Perda de motivação; Pensamento –> Lentificado + Raciocínio + Concentração + Atenção + Memória (retenção e evocação) + Latência de tempo para resposta Ideais –> Conteúdo negativo + Pessimismo + Culpa + Falta de sentido + Ruína + Menos valia + Doença + Morte + Suicídio + Preocupações exageradas Psicomotricidade lentificada –> energia mental e física + Fadigabilidade + Preguiça + Sensação de sono ou torpor + Necessidade de mais esforço para realizar atividades Agitação ou inquietação –> Mais característicos de estados mistos Sintomas ansiosos + Redução de energia -> Volição + vontade + ânimo + Perda de iniciativa Crítica da doença geralmente está preservada Distorção da realidade para o negativo – Passado, presente, futuro Delírios de ruína Alucinações auditivas, visuais, sensoriais Sintomas vegetativos + Inapetência + Aumento de apetite + Perda ou ganho de peso + Sono não reparador + Insônia (Inicial ou Intermediária ou Terminal) + Hipersônia + Sintomas dolorosos + Diminuição/perda de libido + Disfunção erétil ou ejaculatória. Critérios Diagnósticos A. Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de duas semanas e representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é (1) humor deprimido ou (2) perda de interesse ou prazer. Nota: Não incluir sintomas nitidamente devidos a outra condição médica. 1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme indicado por relato subjetivo (sente-se triste, vazio, sem esperança) ou por observação feita por outras pessoas (parece choroso). (Nota: Em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável.) 2. Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias (indicada por relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas). 3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta (uma alteração de mais de 5% do peso corporal em um mês), ou redução ou aumento do apetite quase todos os dias. (Nota: Em crianças, considerar o insucesso em obter o ganho de peso esperado.) 4. Insônia ou hipersonia quase todos os dias. 5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por outras pessoas, não meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento). 6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias. 6. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser delirantes) quase todos os dias (não meramente autorrecriminação ou culpa por estar doente). 7. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão, quase todos os dias (por relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas). 8. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico, uma tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio. B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. C. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica. Nota: Os Critérios A-C representam um episódio depressivo maior. Nota: Respostas a uma perda significativa (luto, ruína financeira, perdas por um desastre natural, uma doença médica grave ou incapacidade) podem incluir os sentimentos de tristeza intensos, ruminação acerca da perda, insônia, falta de apetite e perda de peso observados no Critério A, que podem se assemelhar a um episódio depressivo. Embora tais sintomas possam ser entendidos ou considerados apropriados à perda, a presença de um episódio depressivo maior, além da resposta normal a uma perda significativa, também deve ser cuidadosamente considerada. Essa decisão requer inevitavelmente o exercício do julgamento clínico baseado na história do indivíduo e nas normas culturais para a expressão de sofrimento no contexto de uma perda. D. A ocorrência do episódio depressivo maior não é mais bem explicada por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno da esquizofrenia e outro transtorno psicótico não especificado. E. Nunca houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco. Nota: Essa exclusão não se aplica se todos os episódios do tipo maníaco ou do tipo hipomaníaco são induzidos por substância ou são atribuíveis aos efeitos psicológicos de outra condição médica. Fatores de Risco Temperamentais -> Afetividade negativa (neuroticismo) é um fator de risco bem estabelecido para o início do transtorno depressivo maior, e altos níveis parecem aumentar a probabilidade de os indivíduos desenvolverem episódios depressivos em resposta a eventos estressantes na vida. Ambientais -> Experiências adversas na infância, particularmente quando existem múltiplas experiências de tipos diversos -> Eventos estressantes na vida = precipitantes de episódios depressivos maiores; Genéticos e fisiológicos -> familiares de primeiro grau de indivíduos com transtorno depressivo maior têm risco 2 a 4 vezes mais elevado de desenvolver a doença que a população em geral + riscos relativos parecem ser mais altos para as formas de início precoce e recorrente + herdabilidade é de aproximadamente 40%, e o traço de personalidade neuroticismo representa uma parte substancial dessa propensão genética. Modificadores do curso -> todos os transtornos maioresnão relacionados ao humor aumentam o risco de um indivíduo desenvolver depressão + uso de substâncias, ansiedade e transtorno da personalidade borderline estão entre os mais comuns, e os sintomas depressivos que se apresentam podem obscurecer e retardar seu reconhecimento + Condições médicas crônicas ou incapacitantes também aumentam os riscos de episódios depressivos maiores +Doenças prevalentes como diabetes, obesidade mórbida e doença cardiovascular são frequentemente complicadas por episódios depressivos -> esses episódios têm mais probabilidade de se tornarem crônicos do que os episódios depressivos em indivíduos saudáveis. Morte de um cônjuge + Divórcio Separação conjugal + Aprisionamento + Morte de um amigo muito chegado + Lesões ou doenças + Casamento + Perda do emprego + Aposentadoria. Emanuelly Lopes Cardoso ] Classificação Episódio único ou Recorrente – é usado para o primeiro diagnóstico; Recorrente é especificado 2 ou mais episódios; Leve, moderado ou grave – são identificados pelo número ou pela gravidade dos sintomas; Com características psicóticas – o individuo apresenta delírios ou alucinações; Com características melancólicas - forma tipicamente grave de episódio depressivo maior, os sintomas são exagerados; Crônico – episódio atual de humor deprimido esta evidenciado por pelo menos 2 anos. Com padrão sazonal –de sintomas depressivos durante o outono e inverno; Com início pós-parto – é quando os sintomas de depressão maior ocorre durante 4 semanas após um parto. Diagnóstico Diferencial Episódios maníacos com humor irritável ou episódios mistos -> diferenciação por criteriosa avaliação clínica da presença de sintomas maníacos. Transtorno do humor devido à outra condição médica -> Episódio depressivo maior é o diagnóstico apropriado se a perturbação do humor não for considerada, com base na história individual, no exame físico e em achados laboratoriais, consequência fisiopatológica direta de uma condição médica específica (esclerose múltipla, AVC, hipotireoidismo). Transtorno depressivo ou bipolar induzido por substância/medicamento ->uma substância (droga de abuso, um medicamento, uma toxina) parece estar etiologicamente relacionada à perturbação do humor. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade -> A distratibilidade e a baixa tolerância à frustração podem ocorrer tanto em um transtorno de déficit de atenção/hiperatividade quanto em um episódio depressivo maior; caso sejam satisfeitos os critérios para ambos, o TDAH pode ser diagnosticado em conjunto com transtorno de humor. Entretanto, o clínico deve ter cautela para não superdiagnosticar um episódio depressivo maior nas crianças com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade cuja perturbação no humor se caracteriza mais por irritabilidade do que por tristeza ou perda de interesse. Transtorno de adaptação com humor deprimido -> Um episódio depressivo maior que ocorre em resposta a um estressor psicossocial é diferenciado do transtorno de adaptação com humor deprimido pelo fato de que no transtorno de adaptação não são satisfeitos todos os critérios para um episódio depressivo maior. Tristeza -> períodos de tristeza são aspectos inerentes à experiência humana. Esses períodos não devem ser diagnosticados como um episódio depressivo maior, a menos que sejam satisfeitos os critérios de gravidade (cinco dos nove sintomas), duração (na maior parte do dia, quase todos os dias, por pelo menos duas semanas) e sofrimento ou prejuízo clinicamente significativos. O diagnóstico de outro transtorno depressivo especificado pode aplicar-se a apresentações de humor deprimido com prejuízo clinicamente significativo que não satisfazem os critérios de duração ou gravidade. Transtorno Bipolar Transtorno Bipolar I Predomínio da fase maníaca com depressão mais leve distimia (condição neuropsíquica que se manifesta com desequilíbrio da vida afetiva); Pode ser por episódio maníaco único, para descrever indivíduo apresentando um primeiro episódio ou atual. Menos comum que o transtorno depressivo maior; Prevalência de 1% no período de vida; Prevalência é igual para homens e mulheres; Inicia mais cedo que o transtorno depressivo maior. Idade de início para o transtorno bipolar I varia da infância (5 ou 6 anos) aos 50 anos ou mesmo depois, em casos raros, com uma idade média de 30 anos. Mais comum em indivíduos divorciados e solteiros do que em pessoas casadas -> reflete o aparecimento precoce e a resultante discórdia conjugal = características desta perturbação; Prevalência não difere de uma raça para outra. Fatores de Risco Ambientais -> mais comum em países com renda elevada (1,4%) -> países com baixa renda (0,7%) + estado civil (solteiros e divorciados); Genéticos e fisiológicos -> História familiar de transtorno bipolar = fator de risco mais forte e mais consistente = risco 10x maior entre parentes adultos de indivíduos com transtornos bipolar tipo I e tipo II + o risco aumenta com o grau de parentesco; Modificadores do curso -> Depois que uma pessoa teve um episódio maníaco com características psicóticas, há maior probabilidade de os episódios maníacos subsequentes incluírem características psicóticas + recuperação incompleta entre os episódios é mais comum quando o episódio atual está acompanhado de características psicóticas incongruentes com o humor. Perda de papéis sociais Perda de Autonomia Morte de amigos e parentes Restrições Financeiras Diminuição do funcionamento cognitivo Diagnóstico Diferencial Transtorno depressivo maior Outro transtorno bipolar e transtornos relacionados especificado ou transtorno bipolar e transtornos relacionados não especificado Transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de pânico, transtorno de estresse pós-traumático ou outros transtornos de ansiedade Transtorno bipolar induzido por substância/medicamento Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade Transtornos da personalidade Transtornos com irritabilidade acentuada Transtorno Bipolar II Episódios recorrentes de depressão maior, com a ocorrência episódica de hipomania, que não é grave o bastante para causar um distúrbio acentuado no funcionamento social ou ocupacional e não inclui características psicóticas. Fase Maníaca Leva 1-2 semanas para começar e quando não tratado pode durar meses; O estado de humor está elevado podendo isso significar uma alegria contagiante ou uma irritação agressiva; Podem surgir sintomas psicóticos típicos da esquizofrenia o que não significa uma mudança de diagnóstico, mas mostra um quadro mais grave quando isso acontece; Em Psiquiatria, o termo mania refere-se ao estado patológico de exaltação do humor. Estado de humor elevado Sentimento de grandiosidade, podendo chegar a manifestações psicopatológicas; EPISÓDIO MANÍACO Grandiosidade; Menor necessidade de sono; Pressão para falar; Pensamentos rápidos ou fuga de ideias; Distraibilidade; Aumento de atividade; Atividades perigosas + eventualmente danosas a alteração de humor é prejudicial não ocorre por abuso de substâncias ou condição médica. Mania Aumento acentuado da energia Redução do senso crítico Comportamento social inadequado: atitudes estranhas como gastar muito dinheiro, condutas sexuais ou sociais inadequadas, que podem ter efeitos prejudiciais; nesta fase, o pensamento, o senso crítico e o comportamento social estão alterados o que leva a tomar decisões profissionais insensatas. Irritabilidade inadequada Distração fácil Euforia inadequada Insônia grave ideias de grandeza Aumento do discurso (tagarelice) Comportamentos de Risco-Mania • Ida em locais perigosos • Assaltos ouagressões • Quedas no Idoso • Exaustão Física • Relações sexuais sem proteção • Realização de negócios absurdos Fase Depressiva • Queixas físicas variadas (sem doença física) • Somatização • Tristeza sem causa aparente • Humor irritadiço • Agravamento da depressão Perda das chamadas funções cognitivas (memória, atenção, concentração) Quadro pseudo-demencial Emanuelly Lopes Cardoso Tratamento Psicológico • Psicoterapia Individual • Terapia de Grupo • Terapia de Família • Terapia cognitiva comportamental Ação Com A Família • Oferecer suporte ao cuidador • Participar de reunião de família e grupos • Atentar para os efeitos colaterais da medicação. • Detectar sinais de recaída • Compartilhar o cuidado • Estabelecer regras de proteção • Não exigir demais - nem superproteger • Evitar rotular, preconceitos, abandono Ação Psicoterápica • Reabilitação psicossocial (grupo/individual) • Terapia individual • Oficinas de trabalho Tratamento Tratamento de escolha = estabilizadores do humor = lítio; O tratamento tem avançado com o uso de anticonvulsivantes e de antipsicóticos atípicos. Terapia medicamentosa visa restaurar o comportamento + controlar os sintomas agudos + prevenir a ocorrência de novos episódios; Pacientes com risco de suicídio + violência + comportamentos de risco = monitorizados de perto -> internação hospitalar está indicada em casos de ameaça a si ou a outras pessoas, complicações psiquiátricas ou médicas, resposta inadequada ou ausência de resposta anterior a tratamento; Em caso de recusa do paciente, a internação involuntária pode ser indicada O ambiente da enfermaria deve ser calmo e estruturado, a fim de evitar estímulos que possam incitar a hiperatividade característica da euforia. O tratamento agudo deve ser seguido pelo planejamento e pela execução concomitante da intervenção de longo prazo, que requer o estabelecimento e a manutenção de aliança terapêutica por meio de bom relacionamento médico-paciente-família ou cuidador, que propicie relação terapêutica e de apoio. O psiquiatra deve estar atento a possíveis mudanças no estado clínico, como ciclagem para estados de euforia, mistos ou depressivos, assim corno à duração e à gravidade dos episódios. Mania aguda = lítio, valproato, carbamazepina, antipsicóticos típicos e atípicos, dentre eles olanzapina, risperidona, ziprasidona e aripiprazol; Depressão bipolar = lítio, antidepressivos, lamotrigina e ECT Terapia de manutenção = lítio, o valproato, a carbamazepina e a olanzapina são eficazes, sobretudo na prevenção de episódios maníacos, ao passo que a lamotrigina constitui tratamento profilático para a depressão bipolar. A terapia de manutenção deve ser sistematicamente introduzida após o segundo episódio maníaco, ou após o primeiro, se grave e/ou existir história familiar de transtorno do humor. Trabalhar junto com o paciente e seu familiar/cuidador na identificação precoce de sinais e sintomas de recaída auxilia na intervenção rápida e incisiva e pode evitar a progressão de episódios. Os pacientes, muitas vezes, apresentam sequelas emocionais e funcionais de cada episódio, e isso também deve ser avaliado e abordado por meio de intervenções psicológicas, como psicoterapias, grupos de auto-ajuda ou de orientação e a participação em associações de doentes e familiares. Tratamento da mania aguda = controlar sinais e sintomas de forma rápida e segura + restabelecer o funcionamento psicossocial a níveis normais. Escolha do tratamento inicial = considerar -> fatores clínicos (gravidade, presença de psicose, ciclagem rápida ou episódio misto) + preferência do paciente, quando possível -> deve-se levar em conta os efeitos colaterais. Ao selecionar um medicamento antimaníaco, deve-se dar preferência às medicações com maiores evidências de ação: lítio, valproato (ácido valpróico, divalproato) e carbamazepina (CBZ), além dos antipsicóticos típicos, como clorpromazina e haloperidol, e dos atípicos olanzapina e risperidona; por serem mais novos, há menos estudos com ziprasidona, quetiapina e aripiprazole. A combinação de um antipsicótico com lítio ou valproato pode ser mais efetiva do que cada um deles isoladamente. Em casos de mania grave, recomenda-se como primeira opção a combinação de lítio e um antipsicótico atípico ou valproato com antipsicótico atípico. Lítio • Medicamento de primeira escolha -> é o único com efeito na prevenção do suicídio em bipolares; • Possui melhor resposta em episódios clássicos de mania, com humor eufórico e sem muitos sintomas depressivos ou psicóticos. • O curso mania–depressão–eutimia favorece a resposta ao lítio; Início de ação é mais lento, comparado com valproato e antipsicóticos -> deve ser usado em combinação com benzodiazepínicos de alta potência;
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