Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TUTORIA 2 – UC 6 1) Identificar os componentes do sistema imunológico, incluindo o Sistema Complemento CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE As células que realizam papéis especializados nas respostas imunes inata e adaptativa são os: Fagócitos (monócitos, macrófagos, neutrófilos); Células dendríticas; Linfócitos antígenoespecíficos Vários outros leucócitos que atuam eliminando antígenos. Quase todas derivam de células-tronco hematopoiéticas (CTHs) existentes na medula óssea, as quais se diferenciam a partir de linhagens ramificadas. Com base em seus precursores comuns, as células imunes são amplamente classificadas em células mieloides, que incluem os fagócitos e a maioria das DCs, ou em células linfoides, que englobam todos os linfócitos. A expressão de diversas proteínas de membrana é usada para distinguir populações de células no sistema imune. Essas proteínas de superfície frequentemente são denominadas marcadores, porque identificam e discriminam (marcam) populações celulares distintas. Esses marcadores não somente delineiam as diferentes classes de células, nos sistemas imunes inato e adaptativo, como também exercem muitas funções nos tipos celulares em que são expressos. FAGÓCITOS Os fagócitos, incluindo neutrófilos e macrófagos, são células cuja função primária é ingerir e destruir microrganismos e remover tecidos danificados. As respostas funcionais dos fagócitos na defesa do hospedeiro consistem em etapas sequenciais: 1. Recrutamento das células para os sítios de infecção; 2. Reconhecimento e ativação por microrganismos; 3. Ingesta dos microrganismos através do processo de fagocitose, e destruição dos microrganismos ingeridos. Obs: adicionalmente, por meio do contato direto e secreção de citocinas, os fagócitos se comunicam com outras células de maneira a promover ou regular as respostas imunes. A resposta do neutrófilo é mais rápida, e a expectativa de vida dessas células é curta, enquanto os monócitos se transformam em macrófagos nos tecidos, podem viver por longos períodos e, desse modo, sua resposta pode ter duração prolongada. Motivo: Os neutrófilos usam rearranjos do citoesqueleto e montagem de enzimas para gerar respostas rápidas e transientes, enquanto os macrófagos contam principalmente com a transcrição de novos genes. Distinções entre macrófagos e neutrófilos na tabela abaixo: NEUTRÓFILOS Os neutrófilos constituem a população mais abundante de leucócitos circulantes e o principal tipo celular nas reações inflamatórias agudas. Os neutrófilos são produzidos na medula óssea e surgem de precursores que também originam fagócitos mononucleares. A produção de neutrófilos é estimulada pelo fator estimulador de colônia de granulócito e pelo fator estimulador de colônia de granulócito-macrófago. Um humano adulto produz mais de 1 × 1011 neutrófilos por dia, cada um dos quais circulando no sangue por poucas horas ou dias. Os neutrófilos podem migrar rapidamente para sítios de infecção após a entrada de microrganismos. Após entrarem nos tecidos, os neutrófilos atuam apenas durante 1-2 dias e, então, morrem. A principal função dos neutrófilos é fagocitar microrganismos, especialmente microrganismos opsonizados (sistema complemento), e produtos de células necróticas, bem como destruir esse material nos fagolisossomos. Em adição, os neutrófilos produzem conteúdos de grânulos e substâncias antimicrobianas que matam microrganismos extracelulares, mas também danificam tecidos sadios. Opsonizar: é o processo que consiste em fixar opsoninas, e.g. imunoglobulinas, em epítopes do antígeno, permitindo a fagocitose. Opson (ὄψον) é a transliteração de uma palavra grega que significa condimento, tempero, molho, ou seja, algo que facilite a digestão. FAGÓCITOS MONONUCLEARES O sistema de fagócitos mononucleares inclui células circulantes chamadas monócitos que se transformam em macrófagos ao migrarem para os tecidos, e macrófagos residentes teciduais, derivados principalmente de precursores hematopoiéticos durante a vida fetal. Os macrófagos estão amplamente distribuídos em todos os órgãos e no tecido conectivo. Em adultos, as células da linhagem monócito-macrófago surgem a partir de células precursoras comprometidas existentes na medula óssea, dirigidas por uma citocina chamada fator estimulador de colônia de monócito (ou macrófago) Esses precursores amadurecem em monócitos, que, por sua vez, entram e circulam no sangue e então migram para os tecidos, especialmente durante as reações inflamatórias, onde amadurecem ainda mais em macrófagos. Muitos tecidos são povoados por macrófagos residentes de vida longa, os quais derivam do saco vitelínico ou de precursores do fígado fetal, durante o desenvolvimento fetal, e assumem fenótipos especializados de acordo com o órgão A imagem abaixo esquematiza todo esse processo: OS MACRÓFAGOS TECIDUAIS Desempenham várias funções importantes na imunidade inata e na imunidade adaptativa. • Uma das principais funções dos macrófagos na defesa do hospedeiro é ingerir microrganismos por meio do processo de fagocitose e, então, destruir os microrganismos ingeridos; • Além de ingerir microrganismos, os macrófagos ingerem células necróticas do hospedeiro; • Os macrófagos atuam como células apresentadoras de antígeno que exibem fragmentos de antígenos proteicos e ativam linfócitos T. Esta função é importante na fase efetora das respostas imunes mediadas pela célula T; • Os macrófagos promovem o reparo de tecidos lesados estimulando o crescimento de novos vasos sanguíneos (angiogênese) e a síntese de matriz extracelular rica em colágeno (fibrose). Essas funções são mediadas pelas citocinas secretadas pelos macrófagos que atuam em várias células teciduais. Os macrófagos tipicamente respondem aos microrganismos que estão por perto tão rapidamente quanto os neutrófilos, porém os macrófagos sobrevivem por um tempo muito maior nos sítios de inflamação. Diferentemente dos neutrófilos, os macrófagos não são terminalmente diferenciados e podem sofrer divisão celular em um sítio inflamatório. Portanto, os macrófagos são as células efetoras dominantes nos estágios mais tardios da resposta imune inata, decorridos vários dias do início de uma infecção. RECEPTORES E ATIVAÇÃO DE MACRÓFAGOS Os macrófagos são ativados para desempenharem suas funções através do reconhecimento de muitos tipos diferentes de moléculas microbianas, bem como moléculas do hospedeiro produzidas em resposta a infecções e lesão. Os macrófagos também são ativados quando outros receptores na membrana plasmática se ligam a opsoninas (TEMPERO) presentes na superfície dos microrganismos. As opsoninas são substâncias que cobrem partículas e, assim, as marcam para serem fagocitadas. Exemplos de receptores de opsonina: Receptores de complemento - Se ligam a fragmentos de proteínas do complemento que se fixam às superfícies microbianas; Receptores de Fc de imunoglobulina G (IgG), que se ligam a uma extremidade das moléculas de anticorpo IgG previamente ligadas a microrganismos pela outra extremidade. Foram descritas duas principais vias de ativação de macrófagos, a clássica e a alternativa: Clássica induzida por produtos microbianos como endotoxinas, pelos sinais derivados da célula T, principalmente a citocina IFN-g, e por substâncias estranhas que incluem cristais e material particulado. Alternativa induzida por citocinas diferentes do IFN-g,como IL-4 e IL-13, produzidas pelos linfócitos T e outras células, incluindo mastócitos e eosinófilos. Em resposta à maioria dos estímulos lesivos, os macrófagos são inicialmente ativados pela via clássica, destinados a destruir os agentes agressores, e isso é seguido pela ativação alternativa, que inicia o reparo do tecido. MASTÓCITOS Os mastócitos são células derivadas da medula óssea presentes nos epitélios da pele e das mucosas, as quais ao serem ativadas liberam numerosos mediadores inflamatórios potentes que conferem defesa contra infecções por parasitas ou produzem os sintomas das doenças alérgicas. Uma citocina chamada fator da célula- tronco (ou c-Kit-ligante) é essencial ao desenvolvimento do mastócito. BASÓFILOS Os basófilos são granulócitos sanguíneos que apresentam muitas similaridades estruturais e funcionais com os mastócitos. Assim como outros granulócitos, os basófilos derivam de precursores hematopoiéticos, amadurecem na medula óssea (sua linhagem é diferente da linhagem dos mastócitos) e circulam no sangue. EOSINÓFILOS Os eosinófilos são granulócitos que expressam grânulos citoplasmáticos contendo enzimas nocivas às paredes celulares de parasitas, mas que também podem danificar os tecidos do hospedeiro. CÉLULAS DENDRÍTICAS (DCS) As DCs são células residentes nos tecidos e também circulantes que percebem a presença de microrganismos e iniciam reações de defesa imune inata, além de capturarem as proteínas microbianas para exibi-las às células T e assim iniciar as respostas imunes adaptativas. Essas funções das DCs as colocam em uma posição singular no sistema imune, atuando como sentinelas de infecção que iniciam a rápida resposta inata, mas também ligando as respostas inatas ao desenvolvimento das respostas imunes adaptativas. Como as DCS participam das duas imunidades? As DCs expressam receptores que reconhecem moléculas microbianas, e respondem aos microrganismos secretando citocinas que recrutam e ativam células inatas nos sítios de infecção. As DCs também são extremamente eficientes na captura de antígenos proteicos de microrganismos, degradação desses antígenos e exibição de partes desses antígenos para o reconhecimento pelas células T. A maioria das DCs faz parte da linhagem mieloide de células hematopoiéticas e surge de um precursor que também pode se diferenciar em monócitos. A maturação das DCs depende de uma citocina chamada Flt3ligante, que se liga ao receptor tirosina quinase Flt3 nas células precursoras. CÉLULAS NATURAL KILLER As células NK, muitas vezes consideradas as primeiras ILC conhecidas, são células citotóxicas que exercem papéis importantes nas respostas imunes inatas, principalmente contra vírus e bactérias intracelulares. As funções efetoras das células NK são matar células infectadas e produzir IFN- γ, que ativa macrófagos a destruírem microrganismos fagocitados SISTEMA COMPLEMENTO O sistema complemento consiste em várias proteínas plasmáticas que trabalham conjuntamente na opsonização de microrganismos, promoção de recrutamento de fagócitos para o sítio de infecção e, em alguns casos, na destruição direta dos microrganismos. A ativação do complemento envolve cascatas proteolíticas em que a enzima precursora inativa, chamada zimogênio, é modificada para se tornar uma protease ativa que cliva e, assim, induz a atividade proteolítica da próxima proteína do complemento na cascata. As cascatas enzimáticas resultam em uma tremenda amplificação da quantidade de produtos proteolíticos gerados em cada etapa. Esses produtos exercem as funções efetoras do sistema complemento. A primeira etapa na ativação do sistema complemento é o reconhecimento de moléculas em superfícies microbianas e não em células do hospedeiro, e isso se dá de três formas, cada uma das quais referida como uma via distinta de ativação do complemento. Existem 3 vias de ativação do sistema complemento: Via clássica; Via alternativa; Via da lectina. O reconhecimento de microrganismos por qualquer uma das três vias do complemento resulta no recrutamento e montagem sequencial de proteínas adicionais do complemento em complexos protease. O sistema complemento é um componente essencial da imunidade inata e pacientes com deficiências em C3 são altamente suscetíveis a infecções bacterianas recorrentes, frequentemente letais. O sistema complemento (SC) é o principal mediador humoral do processo inflamatório junto aos anticorpos. 2) Explicar a hematopiese, diferenciando os tipos de resposta imune (Celular e Humoral) HEMATOPOIESE A medula óssea é o sítio de geração de células sanguíneas circulantes, incluindo hemácias, granulócitos e monócitos, bem como o sítio de maturação da célula B. A geração de todas as células sanguíneas, chamada hematopoiese ocorre inicialmente durante o desenvolvimento fetal, nas ilhotas sanguíneas junto ao saco vitelínico e mesênquima para-aórtico, mudando então para o fígado entre o 3° e o 4° mês de gestação, até finalmente seguir para a medula óssea. Ao nascimento, a hematopoiese ocorre nos ossos ao longo de todo o esqueleto, porém vai se tornando cada vez mais restrita à medula dos ossos chatos, de modo que na puberdade, a hematopoiese ocorre principalmente no esterno, vértebras, ossos ilíacos e costelas. Fato curioso Quando a medula óssea é lesada ou quando há uma demanda excepcional pela produção de novas células sanguíneas, o fígado e o baço frequentemente se tornam sítios de hematopoiese extramedular. As hemácias, granulócitos, monócitos, células dendríticas, mastócitos, plaquetas, linfócitos B e T, e ILCs se originam, todos, de uma célula-tronco hematopoiética (CTH) comum na medula óssea. As CTHs são multipotentes, ou seja, uma única CTH pode gerar todos os diferentes tipos de células sanguíneas maduras. Observe que das células tronco se diferenciam células precursoras mieloides e linfoides. ESTIMULAÇÃO HEMATOPOIETICA A proliferação e maturação de células precursoras na medula óssea são estimuladas por citocinas. Muitas dessas citocinas são chamadas fatores estimuladores de colônia, por terem sido inicialmente avaliados por sua capacidade de estimular o crescimento e o desenvolvimento de várias colônias leucocitárias ou eritroides a partir da medula óssea. As citocinas hematopoiéticas são produzidas por células estromais e macrófagos na medula óssea, fornecendo assim o ambiente local para a hematopoiese. Também são produzidas por linfócitos T antígeno- estimulados (produzidas no Timo) e macrófagos ativados por citocina ou microrganismo IMUNIDADE HUMORAL E MEDIADA POR CÉLULAS (PARTE DA IMUNIDADE ADAPT) Existem dois tipos de respostas imunes adaptativas, denominadas imunidade humoral e imunidade mediada por células, as quais são induzidas por diferentes tipos de linfócitos e atuam para eliminar diferentes tipos de microrganismos. IMUNIDADE HUMORAL A imunidade humoral é mediada por moléculas no sangue e em secreções mucosas, denominadas anticorpos, os quais são produzidos pelos plasmócitos (linfócito B diferenciado). Os anticorpos reconhecem antígenos microbianos, neutralizam a infectividade dos microrganismos e marcam microrganismos para sua eliminação pelos fagócitos e pelo sistema complemento. A imunidade humoral é o principal mecanismo de defesa contra os microrganismos e suas toxinas, localizados fora das células, uma vez que os anticorpos secretados podem se ligar a esses microrganismos e toxinas, neutralizando-os, além de auxiliar na sua eliminação. IMUNIDADE MEDIADA POR CÉLULAS A imunidade mediada por células, também denominada imunidade celular, é mediada pelos linfócitosT. Muitos microrganismos são ingeridos, mas sobrevivem dentro dos fagócitos, e alguns, particularmente os vírus, infectam e se replicam em diversas células do hospedeiro. Nesses locais, os microrganismos são inacessíveis aos anticorpos circulantes. A defesa contra tais infecções é uma função da imunidade mediada por células, a qual promove a destruição de microrganismos dentro dos fagócitos e a morte das células infectadas para eliminar os reservatórios da infecção. IMUNIDADES ATIVA E PASSIVA A imunidade protetora contra um microrganismo normalmente pode ser fornecida tanto pela resposta do hospedeiro ao microrganismo quanto pela transferência de anticorpos que defendem contra o microrganismo. Imunidade ativa X imunidade passiva: 3) Descrever a função das células envolvidas na resposta imune (Inata e Adquirida), caracterizando as classes de imunoglobulinas (entender as diferenças da imune, focar na imuno e na hematopoiese) Embora muitos patógenos tenham evoluído de maneira a resistir à resposta imune inata, as respostas imunes adaptativas, sendo mais fortes e mais especializadas, são capazes de erradicar até mesmo essas infecções. Também existem numerosas conexões entre as respostas imunes inata e adaptativa. A resposta imune inata aos microrganismos fornece os primeiros sinais de perigo que estimulam as respostas imunes adaptativas. Por outro lado, as resposta imunes adaptativas frequentemente trabalham intensificando os mecanismos protetores da imunidade inata, tornando-os mais capazes de combater efetivamente os microrganismos. Fatos sobre o sistema imune: O sistema imune de cada indivíduo é capaz de reconhecer, responder e eliminar muitos antígenos estranhos (não próprios), mas normalmente não reage contra antígenos e tecidos do próprio indivíduo; Em decorrência da capacidade de linfócitos e de outras células imunes em circular pelos tecidos, a imunidade é sistêmica; As respostas imunes são reguladas por um sistema de alças de feedback positivo que amplificam a reação e por mecanismos de controle que previnem reações inapropriadas ou patológicas. Quando ativados, os linfócitos disparam mecanismos que aumentam ainda mais a magnitude da resposta. Esse feedback positivo é importante para capacitar o pequeno número de linfócitos, que são específicos para qualquer microrganismo, a gerarem a ampla resposta necessária à erradicação daquela infecção. Existem mecanismos (apoptose) que evitam a superprodução de linfócitos (que agrediria o tecido). IMUNIDADE INATA Os receptores da imunidade inata são específicos para estruturas que são comuns a grupos de microrganismos relacionados e não distinguem pequenas diferenças entre microrganismos. Os principais componentes da imunidade inata são: Barreiras físicas e químicas, tais como os epitélios e os agentes antimicrobianos produzidos nas superfícies epiteliais; Células fagocíticas (neutrófilos, macrófagos), células dendríticas, mastócitos, células natural killer (células NK) e outras células linfoides inatas; Proteínas sanguíneas, incluindo componentes do sistema complemento e outros mediadores da inflamação. A resposta imune inata combate microrganismos por meio de duas reações principais: — Pelo recrutamento de fagócitos e outros leucócitos que destroem os microrganismos, no processo chamado inflamação; — Pelo bloqueio da replicação viral ou pelo killing de células infectadas por vírus, sem a necessidade de uma reação inflamatória. FUNÇÕES DO SISTEMA IMUNE INATO • O sistema imune inato mantém defesas físicas e químicas nas barreiras epiteliais, como a pele e o revestimento dos tratos gastrintestinal e respiratório, os quais bloqueiam a entrada microbiana. Os microrganismos conseguem colonizar os tecidos somente quando são capazes de atravessar os epitélios. Se essas barreiras forem danificadas ou os microrganismos conseguirem penetrá-las, as respostas imunes inata e adaptativa são ativadas para fornecer as próximas linhas de defesa. As células epiteliais, bem como alguns leucócitos, produzem peptídeos dotados de propriedades antimicrobianas. Duas famílias estruturalmente distintas de peptídeos antimicrobianos são as defensinas e as catelicidinas. • As respostas imunes inatas são as reações iniciais aos microrganismos que servem para prevenir, controlar ou eliminar a infecção do hospedeiro por muitos patógenos. • A imunidade inata elimina células danificadas e inicia o processo de reparo tecidual. • As respostas imunes inatas estimulam respostas imunes adaptativas e podem influenciar a natureza dessas respostas, para torná-las otimamente efetivas contra diferentes tipos de microrganismos. • Os dois tipos principais de reações protetoras do sistema imune inato são a inflamação e a defesa antiviral. Inflamação aviso Defesa antiviral evita replicação viral e promove killing RECEPTORES DE RECONHECIMENTO DE PADRÃO ASSOCIADO A CÉLULA E SENSORES DE IMUNIDADE INATA A maioria dos tipos celulares expressa receptores de reconhecimento de padrão e, portanto, é capaz de participar das respostas imunes inatas. Os fagócitos, especialmente os macrófagos e as DCs expressam a maior variedade e quantidade destes receptores. Isso é condizente com o papel fundamental dos fagócitos na detecção de microrganismos e células danificadas, bem como em sua ingesta para destruição, e com o papel das DCs na reação aos microrganismos de forma a deflagrar inflamação e a imunidade adaptativa subsequente. Principais componentes do sistema imune inato humoral São o sistema complemento, as colectinas, as pentraxinas e as ficolinas. IMUNIDADE ADQUIRIDA A resposta imune adaptativa é mediada por células chamadas linfócitos e seus produtos. Os linfócitos expressam receptores altamente diversos que são capazes de reconhecer um vasto número de antígenos. Há duas populações principais de linfócitos, denominadas linfócitos B e linfócitos T. Características da imunidade adquirida: • Especificidade e diversidade. Respostas imunes são específicas para antígenos distintos e, frequentemente, para diferentes porções de um único complexo proteico; • Memória. A exposição do sistema imune a um antígeno estranho aumenta sua capacidade de responder novamente àquele antígeno. As respostas a uma segunda exposição ou exposições subsequentes ao mesmo antígeno, chamadas respostas imunes secundárias, são normalmente mais rápidas, de maior magnitude e, com frequência, quantitativamente diferentes da primeira resposta imune (ou primária) àquele antígeno • Não reatividade ao próprio (autotolerância). Uma das propriedades mais marcantes do sistema imune de cada indivíduo normal é sua capacidade de reconhecer, responder e eliminar muitos antígenos estranhos (não próprios) enquanto não reage prejudicialmente aos antígenos do próprio indivíduo. As respostas imunes adaptativas se desenvolvem em diversas etapas, iniciando pela captura do antígeno, seguida pela ativação de linfócitos específicos. As respostas imunes adaptativas consistem em passos distintos, sendo os três primeiros o reconhecimento do antígeno, a ativação dos linfócitos e a eliminação do antígeno (fase efetora). A resposta se contrai (declina) à medida que os linfócitos estimulados pelos antígenos morrem por apoptose, restaurando a homeostasia, e as células antígeno-específicas que sobrevivem são responsáveis pela memória. ANTICORPOS São proteínas circulantes produzidas em vertebrados em resposta à exposição a estruturas estranhas conhecidas como antígenos, e são os mediadores da imunidade humoral contra todasas classes de microrganismos. Os anticorpos são sintetizados somente pelas células da linhagem de linfócitos B e existem em duas formas: Anticorpos ligados à membrana na superfície dos linfócitos B que atuam como receptores antigênicos; Anticorpos secretados que atuam na proteção contra microrganismos. O reconhecimento dos antígenos pelos anticorpos ligados à membrana nas células B naive ativa esses linfócitos e inicia a resposta imune humoral. A eliminação dos antígenos frequentemente requer a interação do anticorpo com outros componentes do sistema imune, incluindo moléculas como proteínas do complemento, e células como fagócitos e mastócitos. As funções efetoras mediadas pelos anticorpos incluem: Neutralização dos microrganismos ou produtos microbianos tóxicos; Ativação do sistema complemento; Opsonização dos patógenos para aumento da fagocitose; Citotoxicidade celular dependente de anticorpo, pela qual os anticorpos têm como alvo células infectadas para a lise pelas células do sistema imune inato; Ativação de mastócitos mediada por anticorpo para expelir vermes parasitas. Soro = quando o sangue ou plasma removido de um indivíduo forma um coágulo (os anticorpos permanecem no fluido residual). Antissoro = qualquer amostra de soro que contenha moléculas detectáveis de anticorpo que se ligam a um antígeno em particular. Curiosidade: doenças que levam a uma produção excessiva de anticorpos pelos plasmocitos geram uma degeneração célular hialina, na qual a célula fica cheia de proteínas em seu interior. IMUNOGLOBULINAS ( IG) Moléculas de glicoproteína que são produzidas pelos plasmócitos em resposta a um imunógeno e que funcionam como anticorpos. IGG A mais versátil imunoglobulina porque é capaz de realizar todas as funções das moléculas de imunoglobulinas. Ligação a células – Macrófagos, monócitos, PMN's e alguns linfócitos têm receptores para a região Fc da IgG. IgG é a única classe de Ig que atravessa a placenta. IgG é uma boa opsonina (TEMPERO pras células comerem hehhe) Fixação ao complemento IGM IgM é a primeira Ig a ser feita pelo feto Primeira Ig a ser feita por uma célula B virgem quando é estimulada pelo antígeno. IgM é uma boa Ig fixadora do complemento. Assim, anticorpos IgM são muito eficientes em levar à lise de microrganismos IgM também é uma boa Ig aglutinadora. Assim, anticorpos IgM são muito boas em agregar microrganismos para eliminação eventual para fora do corpo IGA IgA é a principal classe de Ig em secreções – lágrimas, saliva, colostro, muco. Uma vez que é encontrada em secreções IgA secretora é importante na imunidade local (de mucosa). Normalmente IgA não fixa complemento, a menos que esteja agregada. IgA pode se ligar a algumas células - PMN's e alguns linfócitos. Leite materno IGD IgD primariamente encontrada em superfícies de célula B onde funciona como um receptor para antígeno. IgD liga complemento. IGE IgE é a Ig sérica menos comum uma vez que se liga fortemente com receptores de Fc em basófilos e mastócitos mesmo antes da interação com o antígeno. Envolvida em reações alérgicas – Como consequência da sua ligação a basófilos e mastócitos, IgE é envolvida em reações alérgicas. IgE também participa em doenças parasitárias por helmintos. Uma vez que os níveis sorológicos de IgE aumentam em doenças parasitárias, a quantificação dos níveis de IgE auxilia no diagnóstico de infecções parasitárias. Não fixa ao complemento. Referência: https://www.fcav.unesp.br/Home/depa rtamentos/patologia/HELIOJOSEMONT ASSIER/ed-3-anticorpos-e- imunoglobulinas.pdf 4) Relacionar os níveis de ALT e AST com o uso do paracetamol Intoxicação pelo paracetamol pode causar gastrenterite horas após a ingestão e hepatotoxicidade em 1 a 3 dias. O principal metabólito tóxico do paracetamol, imina de N-acetil-p- benzoquinona (NAPQI), é produzido no sistema enzimático do citocromo hepático P450; a glutationa depositada no fígado desintoxica este metabólito. Uma superdosagem esgota o depósito hepático de glutationa. Como resultado, NAPQI se acumula, causando necrose hepatocelular e, possivelmente, dano a outros órgãos (p. ex., rins e pâncreas). Teoricamente, doenças hepáticas decorrentes de álcool ou desnutrição aumentam o risco de toxicidade, pois as enzimas hepáticas prerrequisitadas aumentam a formação de NAPQI e a desnutrição (também comum em alcoólatras) reduz o depósito de glutationa hepática. No entanto, as doses terapêuticas de paracetamol para os pacientes alcoólatras não estão associadas a lesões hepáticas. Simplificando, a glutationa desintoxica o principal metabólito tóxico do paracetamol, NAPQI, então uma superdosagem esgota o estoque de glutationa. Isso pode causar necrose hepatocelular. O exame de aminotransferases expõem a lesão hepática. ALT citoplasma do hepatócito AST mitocôndria ALT/AST = maior que 1 (hepatopatia crônica); menor que 1 (hepatopatia aguda) 5) Entender como os resultados dos exames auxiliam o diagnóstico HEMOGRAMA O exame de hemograma demonstra a presença de infecção!!! Agora, é viral ou bacteriana? Os padrões clássicos de reações infecciosas são: Bacteriana leucocitose com neutrofilia; Viral linfocitose e presença de linfócitos atípicos. TGO E TGP Indicam lesão hepática, possivelmente agravada pelo uso do paracetamol. PCR https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/patologia/HELIOJOSEMONTASSIER/ed-3-anticorpos-e-imunoglobulinas.pdf https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/patologia/HELIOJOSEMONTASSIER/ed-3-anticorpos-e-imunoglobulinas.pdf https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/patologia/HELIOJOSEMONTASSIER/ed-3-anticorpos-e-imunoglobulinas.pdf https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/patologia/HELIOJOSEMONTASSIER/ed-3-anticorpos-e-imunoglobulinas.pdf A proteína C-reativa, também conhecida como PCR, é uma proteína produzida pelo fígado, cuja concentração sanguínea se eleva radicalmente quando há indicativo de processos inflamatórios ou infecciosos. TAP (DO PROBLEMA ESTÁ NORMAL) Monitoramento da terapia com heparina; triagem para defeitos da +coagulação (via intrínseca). Isoladamente, é o melhor teste para detectar problemas na coagulação, obtendo resultados anormais em 90% dos casos. Exames com resultados falsos ? Devido a janela imunológica é o período de contaminação da pessoa por um determinado agente infeccioso (HIV, hepatite, entre outros) e a sua detecção nos exames laboratoriais. Nesse período da janela imunológica, os exames de triagem são negativos, mas mesmo assim o vírus pode ser transmitido a partir do sangue doado. 6) Entender como o estresse pode influenciar na imunidade O estresse é comumente definido como uma condição ou estado em que a homeostase do organismo é perturbada, como resultado de estímulos estressores. Algumas alterações hormonais ocorrem durante o episódio de estresse: 1) aumento da secreção das catecolaminas (epinefrina e norepinefrina) pelo sistema nervoso autônomo; 2) liberação hipotalâmica do hormônio liberador de corticotropina (CRH) na circulação e, após poucos segundos, o aumento da secreção do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) pela pituitária; 3) diminuição da liberação do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) do hipotálamo e das gonadotrofinas da pituitária; 4) aumento da secreção de prolactina, de hormônio do crescimento (GH) e de glucagon. Estresse agudo = SNA (++) e HPA O estresse relativamente agudo (luta/fuga) OSTEOCALCINA (novo hormônio de resposta) parece favorecer as funções imunológicas. Tanto os experimentos em animais quantoem humanos demonstram que a exposição aos estressores agudos pode aumentar a resposta imune a patógenos. Há evidências de que as respostas ao estresse crônico possam causar, clinicamente, relevante imunossupressão. PQ O ESTRESSE AGUDO NÃO É TÃO IMUNOSSUPRESSOR COMO O CRONICO? No estresse agudo há a liberação das catecolaminas. Uma vez liberadas, as catecolaminas induzem aumento da freqüência cardíaca, do fluxo sanguíneo para os músculos, da glicemia e do metabolismo celular, na tentativa de favorecer um melhor desempenho físico e mental durante o estresse. A ativação do SNA, que ocorre em segundos, permite a resposta adaptativa ao estressor, enquanto que o eixo HPA, por sua vez, apresenta uma resposta mais lenta, envolvendo a liberação dos glicocorticóides, os quais, dependendo da quantidade em que são secretados, podem levar à imunossupressão. EFEITO IMUNOSSUPRESSOR DO CORTISOL O efeito imunossupressor do cortisol se dá por conta de sua composição Lipossolúvel (provinda através do colesterol utilizado como base para sua formação) que facilita e permite sua entrada do interior de células imunológicas. As Células imunitárias têm, dentro de si, um complexo proteico que desempenha funções como fator de transcrição, chamado de NF-κB. Ele está envolvido na resposta celular a estímulos como o estresse, citocinas, radicais livres, radiação ultravioleta, oxidação de LDL e antigénios virais e bacterianos. NF-κB desempenha um papel fundamental na regulação da resposta imunitária à infecção pois ele é o principal responsável pela transcrição de citocinas próinflamatórias como IL 4, IL 6, IL 12 e TNFa. O Cortisol age justamente ocupando os receptores de NF-κB e impedindo a transcrição inflamatória. De maneira complementar, o estímulo de cortisol a longo prazo gera uma ativação dos estímulos b-adrenérgicos vindos das catecolaminas. Ambos os mecanismos atuam em conjunto reduzindo a produção de ILs inflamatórias e derivando a resposta imune para th-2, que é extracelular. Nota: o cortisol atua reduzindo IL-2, que tem como principal função a expansão clonal. Ao final de tudo, tem-se tanto th-1 quanto th-2 suprimidas, e o organismo imunológico falho.
Compartilhar